domingo, dezembro 23, 2012

Há quarenta anos foram resgatados os últimos sobreviventes da Tragédia dos Andes

 Foto dos sobreviventes entre os destroços

O Voo Força Aérea Urugaia 571, mais conhecido como Tragédia dos Andes ou Milagre dos Andes (El Milagro de los Andes), foi um voo fretado que transportava 45 pessoas, incluindo uma equipe de rugby, os seus amigos, familiares e associados que caíram na Cordilheira dos Andes em 13 de outubro de 1972. Mais de um quarto dos passageiros morreram no acidente e vários sucumbiram rapidamente devido ao frio e aos ferimentos. Dos 29 que estavam vivos alguns dias após o acidente, oito foram mortos por uma avalanche que varreu o seu abrigo. O último dos 16 sobreviventes foi resgatado em 23 de dezembro de 1972, mais de dois meses após o acidente.
Os sobreviventes tinham pouca comida e nenhuma fonte de calor em condições extremas, a mais de 3.600 metros de altitude. Diante da fome e de relatórios da rádio com a notícia de que a busca por eles tinha sido abandonada, os sobreviventes alimentaram-se dos passageiros mortos que haviam sido preservados na neve. As equipes de resgate não tiveram conhecimento da existência de sobreviventes até 72 dias depois do acidente, quando os passageiros Fernando Parrado e Roberto Canessa, depois de uma caminhada de 10 dias através dos Andes, encontraram um chileno índio huaso, que lhes deu comida e, em seguida, alertou as autoridades sobre a existência dos outros sobreviventes.

O acidente
Na sexta-feira, dia 13 de outubro de 1972, um avião turbo-hélice Fairchild FH-227 D da Força Aérea Uruguaia voava sobre os Andes, transportando a equipe de rugby Old Christians Club de Montevidéu, Uruguai, para jogar uma partida em Santiago, Chile. A viagem havia começado no dia anterior, quando o Fairchild partiu do Aeroporto Internacional de Carrasco, mas o clima de montanha, inclemente, forçou uma escala durante a noite, em Mendoza. No tecto do Fairchild de 29.500 pés (9.000 m), o avião não pôde voar diretamente de Mendoza, ao longo dos Andes, de Santiago, por causa do mau tempo. Em vez disso, os pilotos tiveram que voar para o sul de Mendoza, paralelamente aos Andes, em seguida, virar a oeste, em direção às montanhas, voar através de uma passagem baixa (Planchon), atravessar as montanhas e emergir do lado chileno do sul dos Andes (de Curico) antes de finalmente voltar para norte e iniciar a descida para Santiago, depois de passar Curico. Depois de retomar o voo na tarde de 13 de outubro, o avião voava novamente através da passagem nas montanhas. O piloto, notificou os controladores aéreos de Santiago que estava em Curicó, Chile, e foi autorizado a descer. Isso viria a ser um erro fatal. Dado que a passagem estava coberto pelas nuvens, os pilotos tiveram que contar com o horário habitual que levavam para atravessar a passagem (navegação estimada). No entanto, eles não tiveram em conta os ventos fortes que, em última análise, retardaram o avião aumentando o tempo necessário para completar o cruzamento: eles não foram tão longe como eles pensavam que estavam. Como resultado, a curva e descida foram iniciados muito cedo, antes que o avião tivesse passado através das montanhas, levando a um voo controlado contra o solo.
Mergulhando na cobertura das nuvens e ainda sobre as montanhas, a Fairchild caiu num pico sem nome (mais tarde chamado Cerro Seler, também conhecido como Glaciar de las Lágrimas ou Glacier of Tears), localizado entre Cerro Sosneado e Tinguiririca Volcán, abrangendo a remota fronteira montanhosa entre o Chile e a Argentina. O avião tocou no pico, a 4.200 metros, perdendo a asa direita, que ficou para trás com tanta força que cortou o estabilizador vertical, deixando um buraco na parte traseira da fuselagem. O avião então bateu num segundo pico, que cortou a asa esquerda e deixou o avião apenas com a fuselagem, voando pelo ar. Uma das hélices cortou a fuselagem e a asa anexada foi cortada. A fuselagem bateu no chão e deslizou por uma encosta íngreme da montanha antes de finalmente parar, num banco de neve. A localização do local do acidente é 34° 45′ S 70° 17′ W), no município argentino de Malargüe (Departamento de Malargüe, Província de Mendoza).

Primórdios
Das 45 pessoas no avião, 12 morreram no acidente ou pouco depois (incluindo o piloto); outros cinco morreram na manhã seguinte (entre eles o co-piloto), e mais uma sucumbiu aos ferimentos no oitavo dia. Os 27 restantes enfrentaram sérias dificuldades em sobreviver ao congelamento no alto das montanhas. Muitos tinham sofrido ferimentos do acidente, incluindo as pernas quebradas nos assentos da aeronave empilhados juntos. Os sobreviventes não tinham equipamentos, tais como roupas para o frio e calçados de montanhismo adequados para a área, óculos de proteção para prevenir cegueira da neve (embora um dos eventuais sobreviventes, de 24 anos de idade, Adolfo "Fito" Strauch, inventou um par de óculos de sol usando o pára-sóis da cabine do piloto que ajudou a proteger seus olhos do sol). Mais gravemente, eles não tinham qualquer tipo de material médico, e a morte do Dr. Francisco Nicola deixou-os com sérios problemas, mas um estudante do segundo ano de medicina a bordo que havia sobrevivido ao acidente, ao improvisar talas e aparelhos com peças recuperadas do que restou da aeronave, ajudou a salvar os sobreviventes.

A busca
Os grupos de busca de três países procuraram o avião desaparecido. No entanto, uma vez que o avião era de cor branca, ele se confundia com a neve, tornando-se praticamente invisível do céu. A busca inicial foi cancelado, depois de oito dias. Os sobreviventes do acidente tinha encontrado um pequeno rádio transístor no avião e Roy Harley primeiramente ouviu a notícia de que a busca foi cancelada no seu décimo primeiro dia na montanha. Piers Paul Read escreveu no Alive: The Story of the Andes Survivors (um texto base em entrevistas com os sobreviventes) descreveu os momentos após esta descoberta:
As pessoas que se agruparam em torno de Roy, ao ouvir a notícia, começaram a chorar e orar, todos, exceto Parrado, que olhou calmamente para as montanhas que subiu ao oeste. Gustavo [Coco] Nicolich saiu do avião e, vendo seus rostos, sabiam o que tinha ouvido falar ... [Nicolich] subiu pelo buraco parede de malas e camisas de rugby, agachando na boca do túnel escuro, e olhou para os rostos tristes que estavam voltados para ele. 'Oh rapazes', ele gritou: há boas notícias! Acabamos de ouvir no rádio. Eles cancelaram as buscas. Dentro do avião lotado, houve um silêncio. Como a sua situação de desespero os envolveu, eles choraram. "Por que diabos é uma boa notícia?" Paez gritou com raiva do Nicolich. 'Porque isso significa' (Nicolich disse), 'que vamos sair daqui por conta própria'. A coragem deste rapaz impediu uma inundação de total desespero.

Canibalismo
Os sobreviventes tinham uma pequena quantidade de alimentos: algumas barras de chocolate, outros lanches variados, e várias garrafas de vinho. Durante os dias seguintes ao acidente dividiram-se estes alimentos em quantidades muito pequenas para não esgotar a sua oferta escassa. Fito também desenvolveu uma maneira de derreter a neve em água usando metais a partir dos bancos e colocando neve sobre eles. A neve derretia ao sol, e em seguida escorria para garrafas de vinho vazias. Mesmo com este racionamento rigoroso, o stock de alimentos diminuiu rapidamente. Além disso, não havia vegetação natural ou animais na montanha coberta de neve. Assim, o grupo sobrevivente coletivamente tomou a decisão de comer a carne dos corpos de seus companheiros mortos, começando pelo piloto. Esta decisão não foi tomada de ânimo leve, dado que a maioria eram colegas ou amigos próximos. No seu livro de 2006, Miracle in the Andes: 72 Days on the Mountain and My Long Trek Home, Nando Parrado comentou sobre esta decisão:
Em altitudes elevadas, as necessidades calóricas do organismo são astronómicas ... estávamos morrendo de fome, sem nenhuma esperança de encontrar comida, mas a nossa fome logo se tornou tão voraz que procuramos qualquer maneira ... uma e outra vez que percorri a fuselagem em busca de migalhas e bocados. Tentamos comer tiras de couro rasgado de peças de bagagem, embora soubéssemos que os produtos químicos com que tinham sido tratados nos fariam mais mal do que bem. Rasgamos almofadas de assento na esperança de encontrar palha, mas encontramos apenas espuma do estofo não comestível ... Uma e outra vez cheguei à mesma conclusão: a menos que comesse as roupas que trazia vestidas, não havia nada para além de alumínio, plástico, gelo e rocha.

Todos os passageiros eram católicos romanos. Alguns relacionaram o ato de canibalismo com o ritual da Comunhão. Outros inicialmente tinham muitas reservas, mas depois de perceberem que era o seu único meio de permanecerem vivos, mudaram de ideia ao fim de alguns dias.

Avalanche
Oito dos sobreviventes iniciais morreram posteriormente, na manhã de 29 de outubro, quando uma avalanche em cascata passou sobre eles enquanto dormiam na fuselagem. Durante três dias os restantes sobreviveram em um espaço assustadoramente confinado, dado que o avião ficou enterrado sob vários metros de neve. Nando Parrado foi capaz de fazer um buraco no teto da fuselagem com uma vara de metal, proporcionando ventilação.

Decisões difíceis
Antes da avalanche, alguns dos sobreviventes insistiam que seu único meio de sobrevivência seria escalar as montanhas e procurar ajuda. Por causa da afirmação do co-piloto que o avião passou Curico, o grupo assumiu que o campo chileno estava apenas a alguns quilómetros a oeste. Na realidade, o avião havia caído dentro da Argentina e, facto desconhecido dos sobreviventes, a apenas 18 quilómetros a oeste de um hotel abandonado chamado de Hotel Termas Sosneado. Várias expedições breves foram às imediações do avião na primeiras semanas após o acidente, mas os expedicionários ficaram com uma combinação de doença de altura, desidratação, cegueira da neve, desnutrição e o frio extremo das noites, tornando-a uma tarefa impossível. Portanto, foi decidido que um grupo de expedicionários seria escolhido, e então atribuído a maioria das rações de comida, roupas mais quentes, e poupados ao trabalho manual diário em torno do local do acidente, que foi essencial para a sobrevivência do grupo, para que eles pudessem preservar a sua energia. Embora vários sobreviventes estivessem determinados a ser da equipe da expedição, inclusive Nando Parrado e Roberto Canessa, um dos dois estudantes de medicina, outros estavam menos dispostos ou inseguros de conseguir suportar tal calvário fisicamente exaustivo. Do resto dos passageiros, Turcatti Numa e Antonio Vizintin foram escolhidos para acompanhar Canessa e Parrado.
Por insistência de Canessa, os expedicionários esperaram quase sete semanas, para permitir a chegada da primavera, e com ela as temperaturas mais quentes. Embora os expedicionários esperassem chegar ao Chile, uma grande montanha colocada exatamente ao oeste do lugar do acidente, bloqueava qualquer esforço para caminhar naquela direção. Consequentemente os expedicionários dirigiram-se inicialmente a leste, esperando que em algum ponto o vale em que estavam dentro faria uma inversão de direção e permitiria que começasse andar para oeste. Depois de várias horas de caminhada para leste, o trio encontrou inesperadamente a cauda do avião, que ainda estava praticamente intacta. Dentro e ao redor da cauda foram inúmeras malas que haviam pertencido aos passageiros, contendo cigarros, doces, roupas limpas e até mesmo algumas bandas desenhadas. O grupo decidiu acampar lá naquela noite, dentro da secção da cauda, e continuar para leste na manhã seguinte. No entanto, na segunda noite da expedição, que foi a sua primeira noite dormindo ao relento, expostos aos elementos, o grupo quase congelou até à morte. Depois de algum debate na manhã seguinte, eles decidiram que seria mais prudente retornar à cauda, retirar as pilhas do avião e trazê-los de volta para a fuselagem para que eles podessem ligar o rádio e fazer uma chamada SOS para Santiago do Chile, para obter ajuda.

Rádio
Ao voltar para a cauda, o trio descobriu que as baterias eram muito pesadas para levar para a fuselagem, que ficava para cima da secção da cauda, e eles decidiram em vez disso que seria mais apropriado retornar à fuselagem e desligar o sistema de rádio, de grande porte, do avião, e leva-la de volta para a cauda, ligá-lo às baterias, e pedir ajuda de lá. Um dos outros membros da equipe, Roy Harley, que era um entusiasta amador de eletrónica, e eles recrutaram-no para a ajuda nesta tarefa. Desconhecido para qualquer um dos membros da equipe, porém, foi o facto de que o sistema elétrico do avião utilizado ser AC, enquanto as baterias na cauda naturalmente produziram DC, tornando inútil o plano desde o início. Depois de vários dias de tentar fazer o rádio funcionar de volta na cauda, os expedicionários finalmente desistiram,porque os cabos não se encaixavam ao radio, voltando para a fuselagem com o conhecimento que eles de facto teriam de sair das montanhas se fossem defender a esperança de ser resgatado.

O saco de dormir
Agora era evidente que a única saída era subir as montanhas a oeste. No entanto, eles também perceberam que a menos que eles encontrassem uma maneira de sobreviver a temperatura de congelamento das noites, uma caminhada era impossível. Foi neste ponto que a ideia para um saco-cama foi levantada. Em seu livro, Miracle in the Andes: 72 Days on the Mountain and My Long Trek Home, Nando Parrado quis comentar 34 anos depois, ao fazer o saco de dormir:
O segundo desafio seria a de nos proteger da exposição, especialmente após o anoitecer. Nesta época do ano podemos esperar temperaturas diurnas bem acima de zero, mas as noites ainda estavam frios o suficiente para nos matar, e nós sabíamos, agora que nós não poderíamos esperar encontrar abrigo na encosta aberta. Precisávamos de uma maneira de sobreviver a longas noites sem congelar, e golpeamos o isolamento acolchoado que estava na cauda do avião, deu-nos a nossa solução ... como nós pensámos em conjunto sobre a viagem, percebemos que poderíamos costurar os patches juntos para criar um grande colcha quente. Então percebemos que dobrando o edredon no meio e coser as costuras juntos, poderíamos criar um saco de dormir isolado suficiente grande para todos os três expedicionários dormirem dentro. Com o calor de três corpos presos pelo pano de isolamento, seriam capazes de resistir às noites mais frias. Carlitos [Páez] aceitou o desafio. Sua mãe havia-lhe ensinado a costurar quando era um menino, e com a agulha e linha obtida a partir do kit de costura encontrado na bolsa de cosméticos da sua mãe, ele começou a trabalhar ... para acelerar o progresso, Carlitos ensinou os outros a costurar, e todos se revezavam ... Coche [Inciarte], Gustavo [Zerbino], e Fito [Strauch] acabaram por ser os melhores alfaiates e os mais rápidos.
Depois que foi concluído o saco-cama e outro sobrevivente, Turcatti Numa, morreu dos seus ferimentos, o hesitante Canessa finalmente foi convencido a partir, e os três expedicionários partiram para a montanha, em 12 de dezembro.

12 de dezembro
Em 12 de dezembro de 1972, cerca de dois meses depois do acidente, Parrado, Canessa e Vizintín começaram a sua jornada na montanha. Parrado assumiu a liderança, e muitas vezes teve que ser chamado a desacelerar, pois o escasso oxigénio tornava difícil a caminhada para todos eles. Ainda era muito frio, mas o saco de dormir lhes permitiu sobreviver às noites. No filme Stranded Canessa chama a primeira noite durante a ascensão, onde eles tinham dificuldade em encontrar um lugar para usar o saco de dormir, a pior noite de sua vida. No terceiro dia da caminhada, Parrado chegou ao topo da montanha antes de os outros dois expedicionários. O que pode ver foram apenas mais montanhas. Na verdade, ele tinha acabado de subir uma das montanhas (de altitude 4.800 metros) que forma a fronteira entre Argentina e Chile, o que significa que eles ainda estavam dezenas de quilómetros do vale vermelho do Chile. No entanto, após ver um pequeno vale distante, ele percebeu que uma saída das montanhas devia ser ali, e recusou-se a desistir da esperança. Sabendo que para fazer a caminhada teriam de gastar mais energia do que eles planearam originalmente, Parrado e Canessa reenviaram Vizintín de volta ao local do acidente, pois estavam a esgotar-se rapidamente as rações. Dado quee o regresso foi inteiramente para baixo, ele levou apenas uma hora para voltar à fuselagem, através de um trenó improvisado.

Ajuda para encontrar
Parrado e Canessa caminharam mais alguns dias. Primeiro, eles foram capazes de realmente chegar ao vale estreito que Parrado tinha visto no topo da montanha, onde encontraram o leito do Rio Azufre. Eles seguiram o rio e, finalmente, chegaram ao final da linha de neve. Aos poucos, apareceram mais e mais sinais da presença humana, primeiro de alguns sinais de camping e, finalmente, no nono dia, algumas vacas. Quando descansaram naquela noite, eles estavam de tal maneira que Canessa parecia incapaz de prosseguir. Como Parrado estava recolhendo madeira para construir uma fogueira, Canessa viu o que lhe parecia ser um homem em um cavalo do outro lado do rio. No começo parecia que tinha sido Canessa a imaginar o homem sobre o cavalo, mas eventualmente viram três homens a cavalo. Divididos por um rio, Nando e Canessa tentaram transmitir a sua situação, mas o barulho do rio tornou a comunicação difícil. Um dos cavaleiros, um índio chileno huaso chamado Sergio Catalan, gritou: "amanhã". Eles sabiam que, neste ponto eles seriam salvos e estabeleceram-se para dormir junto do rio.
Durante o jantar, Sergio Catalan discutiu o que tinha visto com os outros índios huasos que estavam hospedados num pequeno rancho de verão chamado Los Maitenes. Alguém mencionou que algumas semanas antes, o pai de Carlos Paez, que estava desesperadamente à procura de alguma notícia possível sobre o avião, pediu-lhes informações sobre o acidente dos Andes. No entanto, o huaso não podia imaginar que alguém poderia ainda estar vivo. No dia seguinte Catalan levou alguns pães e voltou para a margem do rio. Lá encontrou os dois homens ainda do outro lado do rio, de joelhos e pedindo ajuda. Catalan jogou os pães, que eles imediatamente comeram, e uma caneta e papel amarrado a uma rocha. Parrado escreveu uma nota falando sobre a queda do avião e pediu ajuda. Então, ele amarrou o papel numa pedra e atirou-a de volta para Catalão, que leu-o e fez um sinal de que entendeu.
Catalan andava a cavalo muitas horas para o oeste para levar ajuda. Durante a viagem ele viu outro huaso no lado sul do Rio Azufre e pediu-lhe para alcançar os jovens e para trazê-los para Los Maitenes. Em vez disso, ele seguiu o rio até o cruzamento com a Rio Tinguiririca, onde, depois de passar uma ponte, ele foi capaz de chegar a um percurso estreito que ligava a vila de Puente Negro para a estância de férias de Termas del Flaco. Aqui ele foi capaz de parar um camião e chegar ao posto de polícia em Puente Negro, onde a notícia foi finalmente enviado para o comando do Exército, em San Fernando e depois para Santiago. Enquanto isso, Parrado e Canessa foram resgatados e chegaram a Los Maitenes, onde foram alimentados e deixados em repouso.
Na manhã seguinte, a expedição de resgate deixou Santiago, e após uma paragem em San Fernando, mudou-se para leste. Dois helicópteros tiveram que voar no meio do nevoeiro, mas chegou a um lugar perto de Los Maitenes apenas quando Parrado e Canessa passavam a cavalo, indo para Puente Negro. Nando Parrado foi recrutado para voar de volta para a montanha, a fim de orientar os helicópteros para transportar os restantes sobreviventes. A notícia de que as pessoas tinham sobrevivido ao acidente de 13 de outubro de Voo da Força Aérea Uruguaia 571 tinha-se espalhado na imprensa internacional e uma avalanche de repórteres começaram a aparecer ao longo da rota estreita de Puente Negro para Termas del Flaco. Os repórteres esperavam ser capaz de ver e entrevistar Parrado e Canessa sobre o acidente e nos dias seguintes.

O resgate da montanha
Na manhã do dia em que o resgate começou, aqueles que permanecem no local do acidente ouviram em seu rádio que Parrado e Canessa tinha sido bem sucedido em encontrar ajuda e naquela tarde, 22 de dezembro de 1972, dois helicópteros carregando escaladores de busca e resgate chegou. No entanto, a expedição (com Parrado a bordo) não foi capaz de chegar ao local do acidente até à tarde, pois é muito difícil de voar na Cordilheira dos Andes. Na verdade o tempo estava muito mau e os dois helicópteros foram capazes de resgatar apenas metade dos sobreviventes. Eles partiram, deixando a equipe de resgate e sobreviventes no local do acidente, para mais uma vez dormir na fuselagem, até que uma segunda expedição, com helicópteros, chegar na manhã seguinte. A segunda expedição chegou ao amanhecer de 23 de dezembro e todos os dezasseis sobreviventes foram resgatados. Todos os sobreviventes foram levados para hospitais em Santiago e tratados para a doença de altura, desidratação, queimaduras de frio, ossos partidos, escorbuto e desnutrição.

Lista de passageiros
Os sobreviventes são indicados em negrito.

Tripulação
  • Coronel Julio Ferradas, Piloto
  • Tenente Coronel Dante Lagurara, Co-Piloto
  • Tenente Ramon Martínez
  • Cabo Carlos Roque
  • Cabo Ovidio Joaquin Ramírez

Passageiros
  • Francisco Abal
  • Jose Pedro Algorta
  • Roberto Canessa
  • Gaston Costemalle
  • Alfredo Delgado
  • Rafael Echavarren
  • Daniel Fernández
  • Roberto Francois
  • Roy Harley
  • Alexis Hounié
  • Jose Luis Inciarte
  • Guido Magri
  • Alvaro Mangino
  • Felipe Maquirriain
  • Graciela Augusto Gumila de Mariani
  • Julio Martínez-Lamas
  • Daniel Maspons
  • Juan Carlos Menéndez
  • Javier Methol
  • Liliana Navarro Petraglia de Methol
  • Dr. Francisco Nicola
  • Esther Horta Pérez de Nicola
  • Gustavo Nicolich
  • Arturo Nogueira
  • Carlos Páez Rodriguez
  • Eugenia Dolgay Diedug de Parrado
  • Fernando Parrado
  • Susana Parrado
  • Marcelo Perez
  • Enrique Platero
  • Ramón Sabella
  • Daniel Shaw
  • Adolfo Strauch
  • Eduardo Strauch
  • Diego Storm
  • Numa Turcatti
  • Carlos Valeta
  • Fernando Vázquez
  • Antonio Vizintín
  • Gustavo Zerbino

sábado, dezembro 22, 2012

Dick Parry - 70 anos

Dick Parry tocando com os Pink Floyd, 1973 (o segundo da direita)

Richard 'Dick' Parry (born 22 December 1942 in Kentford, Suffolk, England) is an English saxophonist. He has appeared as a session musician on various albums by modern bands and artists, and is probably best known for his solo parts on the Pink Floyd songs "Money", "Us and Them", "Shine On You Crazy Diamond" and "Wearing the Inside Out". He also played on the Bloodstone album Riddle of the Sphinx.

Vanessa Paradis - 40 anos!

Vanessa Chantal Paradis, (Saint-Maur-des-Fossés, 22 de dezembro de 1972) é uma atriz e cantora francesa. Ela tornou-se uma das cantoras mais conhecidas da sua geração logo aos 14 anos, com seu primeiro single, "Joe le taxi" e desde então teve uma carreira consistente na música e no cinema.
Ela é sobrinha do ator e produtor Didier Pain e irmã da atriz Alysson Paradis.
De maio de 1998 até junho de 2012, foi companheira do ator americano Johnny Depp, pai dos seus dois filhos: Lily-Rose Melody Depp, nascida 27 de maio de 1999 e Jack John Christopher III, nascido 9 de abril de 2002 (as duas crianças nasceram em Paris).


Giacomo Puccini nasceu há 154 anos

Giacomo Antonio Domenico Michele Secondo Maria Puccini ou apenas Giacomo Puccini (Lucca, 22 de dezembro de 1858 - Bruxelas, 29 de novembro de 1924) foi um compositor de óperas italiano. As suas óperas estão entre as mais interpretadas atualmente e, entre essas, estão La Bohème, Tosca, Madamme Butterfly e Turandot. Algumas das árias das suas óperas, como "O mio babbino caro" de Gianni Schicchi, "Che gelida manina" de La Bohème e "Nessun dorma" de Turandot tornaram-se parte da cultura popular.
Descrito pela Encyclopædia Britannica como "um dos maiores expoentes das óperas realistas", ele é lembrado como um dos últimos maiores compositores operísticos italianos. Seu reportório é essencialmente feito pelo verismo, ou pela tradição operística pós-romântica e estilo literário. Enquanto seu trabalho é essencialmente baseado nas óperas italianas tradicionais do fim do século XIX, sua música mostra algumas influências dos compositores contemporâneos e do movimento impressionista e de Igor Stravinsky. Os temas mais comuns em suas óperas incluem um fim trágico, heroínas e o amor.

Joe Strummer, o vocalista dos The Clash morreu há dez anos

Joe Strummer (nascido John Grahan Mellor), (Ancara, 21 de agosto de 1952 - Somerset, 22 de Dezembro de 2002) mais conhecido por seu trabalho como vocalista e guitarrista da banda The Clash. Antes era integrante da banda The 101ers. Foi ainda membro dos The Mescaleros e temporariamente dos The Pogues.
Strummer nasceu em Ankara na Turquia. Sua mãe, Anna Mackenzie, era enfermeira de origem escocesa. Seu pai, Ronald Mellor, um indiano que trabalhava como diplomata de serviços estrangeiros nas ilhas britânicas. Sua família mudava-se de um lugar para outro muitas vezes e Joe passou partes de sua infância no Cairo, na Cidade do México e em Bona. Aos 9 anos, junto com seu irmão David (de 10 anos), começou a estudar na "City of London Freemen's School" em Surrey. Joe poucas vezes viu seus pais durante os sete anos seguintes à sua entrada na escola. Ele desenvolveu seu amor por Rock ouvindo gravações de Little Richard, Beach Boys e Woody Guthrie (Joe inclusive assumiu o apelido "Woody" por alguns anos).
Em 1970 seu irmão, David, se afastou da família e entrou para o British National Front (partido de extrema-direita). O seu suicídio em julho do mesmo ano afetou profundamente Joe, que precisou identificar o corpo após 3 dias de desaparecimento.
Em 22 de dezembro de 2002 morreu por causa de defeito cardíaco congénito, conforme foi referido no seu site oficial, tranquilamente, em sua casa em Somerset, deixando a esposa, duas filhas e uma neta.


Por favor, avisem-me se o Mundo já acabou...



Till The World Ends - Britney Spears

This kicked im
Got your tongue tied in knots, I see
Spit it out
'Cause I'm dying for company

I notice that you got it
You notice that I want it
You know that I can take it
To the next level baby

If you want this good s-t
Sicker than the remix
Baby, let me blow your mind tonight

I can't take it, take it, take no more
Never felt like, felt like this before
Come on, get me, get me on the floor
DJ, what you, what you waiting for?

Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh

Watch me move
When I lose, when I lose it hard
Get you off
With a touch, dancing in the dark

You notice what I'm wearing
I'm noticing you staring
You know that I can take it
To the next level, baby

Hotter than the A-list
Next one on my hit list
Baby, let me blow your mind tonight

I can't take it, take it, take no more
Never felt like, felt like this before
Come on, get me, get me on the floor
DJ, what you, what you waiting for?

Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh

See the sunlight, we ain't stopping
Keep on dancing 'till the world ends
If you feel it, let it happen
Keep on dancing 'till the world ends

Keep on dancing 'till the world ends
(World ends, world ends, world ends?)
Keep on dancing 'till the world ends
(World ends, world ends, world ends?)

Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh

See the sunlight, we ain't stopping
Keep on dancing 'till the world ends
If you feel it, let it happen
Keep on dancing 'till the world ends
(World ends, world ends)


(imagem daqui)

sexta-feira, dezembro 21, 2012

The End is Near...



O Caritas - Cat Stevens

Hunc ornatum mundi
Nolo perdere
Video flagrare
Omnia res
Audio clamare
Homines
Nune extinguitur
Mund(i) et astrorum lamen
Nune concipitur
Mali hominis crimen
Tristetat(e) et lacrimis
Gravis est dolor
De terraeque maribus
Magnus est clamor
O caritas, o caritas
Nobis semper sit amor
Mos perituri mortem salutamus
Sola resurgit vita

Ah, this world is burning fast
Oh, the world will never last
I don't want to lost it here in my time
Give me time forever here in my time.

Paco de Lucía - 65 anos!

Paco de Lucía, nome artístico de Francisco Sánchez Gómez (Algeciras, 21 de dezembro de 1947) é um guitarrista espanhol de flamenco reconhecido internacionalmente.
Em 2004 foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias, como "um músico que transcendeu fronteiras e estilos".
As suas principais influências, para além do seu pai, foram os guitarristas de flamenco Nino Ricardo, Miguel Borrull, Mario Escudero e Sabicas.

Paco é o mais novo de cinco irmãos, filhos do também guitarrista de flamenco Antonio Sánchez. Os seus irmãos Pepe de Lucía e Ramón de Algeciras também são músicos de flamenco; Pepe é cantor e Ramón é também guitarrista. Em Algeciras, e de uma forma geral na maior parte da Andaluzia, é costume os rapazes adoptarem o nome da mãe por forma a serem corretamente identificados como por exemplo "Paco de (la) Carmen," ou "Paco de (la) María," deste modo, o seu nome artístico foi adotado em honra de sua mãe Luzia, de origem portuguesa, que por sua vez adotou o nome de Lucía Gomes. Foi com seu pai e seu irmão Ramón que aprendeu a tocar guitarra.
Em 1958, com apenas onze anos de idade, fez a sua primeira aparição pública na Rádio Algeciras, e no ano seguinte recebeu um prémio especial numa competição de flamenco em Jerez de la Frontera, acompanhado pelo seu irmão Pepe num duo que se chamava Los chiquitos de Algeciras. Como consequência desse êxito entrou para a trupe de José Greco em 1961, com o qual realizou uma digressão. Entre 1968 e 1977 participou de uma frutuosa colaboração com Camarón de la Isla, outro músico inovador do novo flamenco; juntos gravaram nove álbuns.
Em 1991 gravou Concierto de Aranjuez de Joaquin Rodrigo com a Orquestra de Cadaques. O autor, presente nas gravações, teria dito que nunca ninguém tinha tocado a sua peça com tanta paixão e intensidade como Paco de Lucía.


O atentado de Lockerbie foi há 24 anos

Memorial às vítimas do desastre aéreo, no cemitério de Lockerbie

O atentado de Lockerbie foi um ataque terrorista ao voo 103 da Pan Am, em 21 de dezembro de 1988. O avião Boeing 747-121 partira do Aeroporto de Heathrow, em Londres, com destino a Nova Iorque, e explodiu no ar, em cima da cidade escocesa de Lockerbie, matando 270 pessoas (259 no avião e 11 na terra) de 21 nacionalidades diferentes. Deste total, 189 vítimas eram cidadãos dos Estados Unidos da América.
A explosão do Boeing 747 da Pan Am foi um dos vários atentados terroristas planeados pelo governo da Líbia. Em 2002, Muammar Kadafi ofereceu 2,7 mil milhões de dólares como indemnização às famílias das vítimas dos Estados Unidos da América, sendo 40% do dinheiro libertado quando as sanções da ONU fossem suspensas; 40% quando as sanções comerciais dos Estados Unidos fossem suspensas; e 20% quando a Líbia fosse removida da lista do Departamento de Estado de países patrocinadores de terrorismo. Um ano antes, o agente secreto líbio Abdel Baset Ali Mohmed Al-Megrahi tinha sido condenado à prisão perpétua, acusado de ser o responsável pela explosão.

Há 20 anos ocorreu o mais grave acidente aéreo registado em Portugal continental

O voo Martinair MP495 foi um DC-10 da companhia aérea dos Países Baixos que se despenhou na pista 28 do Aeroporto de Faro, Portugal, em condições atmosféricas bastante severas, a 21 de dezembro de 1992, às 08.00 horas. O avião transportava 327 passageiros e 13 tripulantes a bordo, principalmente turistas neerlandeses. Morreram 54 passageiros, 2 tripulantes e 106 pessoas ficaram gravemente feridas. Foi o mais grave acidente aéreo registado em Portugal desde o voo TAP Portugal 425 que se despenhou perto do aeroporto do Funchal, em 1977.

Depois de uma primeira tentativa de aterragem falhada, a tripulação executava os procedimentos de aterragem VOR/DME à pista 28 e quando já sobrevoava a pista, a poucos metros do chão, atravessou um túnel de vento com um fluxo vertical de cima para baixo, semelhante a um pequeno tornado invertido, provocado pela tempestade que se fazia sentir, que era acompanhada de chuva e ventos bastante fortes e nuvens baixas. A visibilidade era quase nula.
A Torre informou a tripulação da ocorrência de tempestade próxima do aeroporto e da existência de água na pista. O avião aterrou com uma velocidade vertical excessiva, que excedeu as configurações do fabricante.
A seguir à violenta aterragem, o trem principal de estibordo partiu-se e o tanque de combustível da asa direita explodiu. O DC-10 partiu-se em dois e acabaria por se imobilizar ficando a secção frontal de lado.

A causa do acidente foi atribuída às más condições atmosféricas e ao grande erro da tripulação que falhou ao interpretar as condições da pista e as condições na aproximação final.

O acidente provocou uma onda de choque nos Países Baixos, principalmente porque teve lugar apenas 3 meses depois de um Boeing 747 se ter despenhado nesse país, em Bijlmerramp.
O número de vítimas não foi maior devido à rápida intervenção dos serviços de emergência que acorreram de imediato ao local do acidente, nomeadamente dos que evitaram que incêndio tomasse outras dimensões.


Música para recordar que hoje começa o Inverno


Have You Ever Seen The Rain? - Creedence Clearwater Revival


Someone told me long ago
There's a calm before the storm
I know, it's been comin' for some time

When it's over, so they say
It will rain a sunny day
I know, shinin' down like water

I wanna know, have you ever seen the rain?
I wanna know, have you ever seen the rain?
Comin' down a sunny day

Yesterday, and days before
Sun is cold and rain is hot
I know, been that way for all my time

And forever, on it goes
Through the circle, fast and slow
I know, it can't stop, I wonder

I wanna know, have you ever seen the rain?
I wanna know, have you ever seen the rain?
Comin' down a sunny day

Yeah!

I wanna know, have you ever seen the rain?
I wanna know, have you ever seen the rain?
Comin' down a sunny day

Hoje é dia de recordar Frank Zappa

Frank Vincent Zappa (21 de dezembro de 1940, Baltimore4 de dezembro de 1993, Laurel Canyon, Los Angeles) foi um compositor, guitarrista, produtor de gravação e diretor de cinema. Em uma carreira de mais de trinta anos, a sua obra musical estendeu-se pelo rock, fusion, jazz, música eletrónica, música concreta e música clássica. Ele também dirigiu longas-metragens e videoclipes e desenhou capas de álbuns seus. Zappa produziu quase todos os seus 60 álbuns que lançou com a banda Mothers of Invention, grupo que o acompanhou por boa parte da carreira e teve sua formação mudada muitas vezes, e como artista solo.
Na adolescência, ele adquiriu um gosto por compositores de música de vanguarda baseada na percussão, como Edgard Varèse, e também pelo rhythm and blues dos anos 1950. Zappa começou a escrever música clássica no ensino médio, à mesma época em que tocava bateria em bandas de rhythm and blues - ele fez a troca para a guitarra posteriormente. Compositor e performista da sua própria música, com influências diversas, o seu trabalho é praticamente impossível de ser categorizado. O seu álbum de estreia com os Mothers of Invention, Freak Out!, combinava canções no formato convencional do rock and roll, com improvisações coletivas e colagens de som realizadas em estúdio. Os seus últimos álbuns também continham essa abordagem eclética e experimental, independentemente de o formato fundamental ser rock, jazz ou clássica. Ele escreveu as letras de todas as suas canções, as quais - frequentemente humoristicamente - refletiam a sua visão iconoclástica dos processos sociais e políticos, estruturas e movimentos estabelecidos. Era um grande crítico do método de educação e da religiões, e um forte defensor da liberdade de expressão, da autodidática e da abolição da censura.
Zappa foi um artista altamente produtivo e prolífico e ganhou aclamação da crítica. Muitos de seus álbuns são considerados essenciais na história do rock e do jazz. Ele é considerado um dos guitarristas mais originais de seu tempo. Ele também continua sendo uma grande influência para músicos e compositores. Alcançou algum sucesso musical, particularmente na Europa, e na maior parte da sua carreira trabalhou como artista independente. Postumamente, Zappa foi incluído no Rock and Roll Hall of Fame, em 1995, e ganhou um prémio Grammy, em 1997.
Frank Zappa faleceu, de um cancro da próstata, em 1993. Ele teve quatro filhos: Moon Unit, Dweezil, Ahmet Emuukha Rodan e Diva Thin Muffin Pigeen.


Bocage morreu há 207 anos

Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage (Setúbal, 15 de setembro de 1765Lisboa, 21 de dezembro de 1805) foi um poeta português e, possivelmente, o maior representante do arcadismo lusitano. Embora ícone deste movimento literário, é uma figura inserida num período de transição do estilo clássico para o estilo romântico que terá forte presença na literatura portuguesa do século XIX.


Invocação à Noite

Ó deusa, que proteges dos amantes
O destro furto, o crime deleitoso,
Abafa com teu manto pavoroso
Os importantes astros vigilantes:

Quero adoçar meus lábios anelantes
No seio de Ritália melindroso;
Estorva que os maus olhos do invejoso
Turbem d'amor os sôfregos instantes:

Tétis formosa, tal encanto inspire
Ao namorado Sol teu níveo rosto,
Que nunca de teus braços se retire!

Tarda ao menos o carro à Noite oposto,
Até que eu desfaleça, até que expire
Nas ternas ânsias, no inefável gosto.


Bocage

Albert King morreu há 20 anos

Albert King (25 de abril, 192321 de dezembro, 1992) foi um influente guitarrista e cantor americano de blues.
Um dos "Três Kings" da guitarra Blues (junto com B.B. King e Freddie King), ele possuía uma figura imponente de 1,93m de altura e 118 kg. Ele nasceu Albert Nelson em uma família humilde em Indianola, Mississipi, em uma plantação de algodão onde trabalhou na sua juventude. Uma de suas primeiras influências musicais foi o pai, Will Nelson, que tocava guitarra. Durante sua infância, ele também cantava gospel em uma igreja local. Albert começou sua carreira profissional em um grupo chamado In the Groove Boys, em Osceola, Arkansas.
Seu primeiro sucesso foi "I'm A Lonely Man", lançado em 1959. Entretanto, foi apenas em 1961 com o lançamento de "Don't Throw Your Love On Me So Strong" que seu nome tornou-se conhecido. Em 1966 King assinou contrato com a famosa gravadora Stax Records, e em 1967 lançou seu lendário álbum Born Under a Bad Sign. Em 1968 ele foi contratado por Bill Graham para abrir os shows de John Mayall e Jimi Hendrix no Fillmore West, em San Francisco. A plateia logo descobriu de onde vinha a influência dos blues de Mayall e Hendrix.
Albert King era canhoto e tocava uma guitarra Gibson Flying V virada de forma que as cordas graves ficavam para baixo.
Albert King influenciou milhares de guitarristas, incluindo músicos famosos como Jimi Hendrix, Eric Clapton, Mike Bloomfield, Stevie Ray Vaughan e Gary Moore. O solo de Eric Clapton na música "Strange Brew" (Cream, 1968) é uma cópia nota-a-nota do solo de King na música "Pretty Woman".
Albert King morreu em 21 de Dezembro de 1992, vítima de um ataque cardíaco em Memphis, Tennessee.

quinta-feira, dezembro 20, 2012

Camané - 45 anos!

Carlos Manuel Moutinho Paiva dos Santos, conhecido por Camané (Oeiras, 20 de dezembro de 1967), é um fadista português, irmão mais velho dos também fadistas Hélder Moutinho e Pedro Moutinho.

Em 1979 ganhou a Grande Noite do Fado, numa época em que não havia competição em separado para os mais novos, o que lhe possibilitou a gravação de álbum produzido por António Chainho. Gravou mais alguns discos nesta fase.
Depois de interrupção de alguns anos regressou às lides do fado, actuando em diversas casas de fado. Participou também em produções de Filipe La Féria - "Grande Noite"; "Maldita Cocaína"; "Cabaret" - onde se evidencia.
Em 1995 grava o disco "Uma Noite de Fados" com a colaboração de José Mário Branco.
O álbum "Na Linha da Vida" foi editado em 1998.
"Esta Coisa da Alma" é o disco de 2000. "Pelo Dia Dentro" é lançado em 2001.
Grava ao vivo o disco "Como sempre… Como dantes".
A partir de 2004 esteve envolvido no projecto "Humanos" ao lado de Manuela Azevedo e David Fonseca bem como dos músicos Nuno Rafael, João Cardoso e Hélder Gonçalves, do qual resultaram dois álbuns (Humanos e Humanos ao Vivo) e um DVD, relativo aos concertos nas casas de espetáculos chamadas Coliseu de Lisboa e Coliseu do Porto, em Junho de 2005, onde Camané revelou a sua versatilidade de interpretação.
Em 2006 é lançado o DVD "Ao vivo no São Luíz".
O álbum "Sempre de Mim", editado em 2008, marca o regresso aos discos de estúdio.
Em 2010 lança o álbum "Do Amor e dos Dias". Este álbum acrescenta à sua carreira o comentário a um poema de Alexandre O'Neil, O amor é o amor. O fado de principal deste álbum é "A guerra das Rosas", inspirado pelo filme com o mesmo nome.
Em 2011 atuou na Brooklyn Academy of Music de Nova Iorque, num concerto elogiado pelo New York Times.
Como curiosidade, participou nas músicas "Sopram Ventos Adversos" e "Circo de Feras" dos Xutos & Pontapés e em "Fotos do Fogo" de Sérgio Godinho.


Portugal devolveu Macau à China há 13 anos

A transferência da soberania de Macau entre Portugal e a China aconteceu nos primeiros momentos da madrugada do dia 20 de dezembro de 1999, como estava previsto através da Declaração Conjunta, após muitos anos de negociações e de preparações. Tendo acontecido dois anos após a transferência de soberania de Hong Kong, foi um processo mais suave que o de Hong Kong, não tendo havido confrontos políticos de nota entre os dois governos durante as negociações diplomáticas, nem distúrbios sociais, ao contrário de Hong Kong, cuja população possui uma tradição mais reivindicativa e participativa.


(imagem daqui)

Gigliola Cinquetti - 65 anos!


Gigliola nasceu em uma família abastada de Verona. Formou-se no Liceu Artístico de Verona e começou a cantar ainda jovem.
Estreou aos 15 anos, em 1963, vencendo o Festival de Castrocaro com a canção "Le strade di notte", de Giorgio Gaber. No ano seguinte, venceu o Festival de Sanremo de 1964 com a canção Non ho l'età (per amarti), de Nicola Salerno e letra de Mário Panzeri. Dois meses depois, venceu, com a mesma canção, o Festival Eurovisão da Canção, em Copenhaga. Das doze edições de Sanremo das quais participou, Gigliola arrematou duas. A segunda foi, em 1966, interpretando "Dio, come ti amo!", de Domenico Modugno, cujo sucesso levou à produção do filme homónimo, protagonizado pela própria Gigliola.
Em 1973, ganhou o concurso do programa Canzonissima com a canção "Alle porte del sole" — que, reeditada dois anos depois pelo cantor ítalo-americano Al Martino, chegou à 17ª posição no Billboard.
En 1974, obteve o segundo lugar no Festival Eurovisão para a canção "Sì" (perdendo para "Waterloo", do grupo sueco ABBA).

Pedro Abrunhosa - 52 anos

(imagem daqui)

Pedro Machado Abrunhosa (20 de dezembro de 1960, Porto), é um cantor e compositor português.

Inicia cedo os estudos musicais mas mais seriamente em 1976. Termina o Curso de Composição do Conservatório de Música do Porto, após o que estuda e trabalha com os professores Álvaro Salazar e Jorge Peixinho. Faz o Curso de Pedagogia Musical com Jos Wuytack. Aos dezasseis anos já dava aulas na Escola de Música do Porto. Pouco depois ensinava também no ensino oficial, na Escola do Hot Clube, em Lisboa, e na Escola de Música Caiús. Desenvolve os estudos de Contrabaixo. Funda a Escola de Jazz do Porto e a Orquestra da mesma, que dirige e para a qual escreve.
Trabalha nesta área por toda a Europa com Joe Hunt, Wallace Rooney, Gerry Nyewood, Steve Brown, Todd Coolman, Billy Hart, Bill Dobbins, Dave Schnitter, Jack Walrath, Boulou Ferré, Elios Ferré, Ramon Cardo, Frankie Rose, Vicent Penasse e Tommy Halferty.
Em abril de 1994 é editado o álbum “Viagens”, gravado conjuntamente com os “Bandemónio”. O disco é um enorme sucesso atingindo a marca de tripla platina. Neste álbum conta com a participação especial do saxofonista de James Brown, Maceo Parker. Faz mais de duzentos espectáculos em apenas dois anos. Apresenta-se ainda nos Estados Unidos, Canadá, Brasil, Macau, França, Suíça, Espanha, Luxemburgo, Itália e outros.
Lança em 1995 o maxi-single F e um livro que causam um inesperado impacto.
Compõe a música Se Eu Fosse Um dia o Teu Olhar para a banda sonora do filme Adão e Eva que bate todos os recordes de bilheteira.
Em 13 de novembro de 1996 edita “Tempo”, agora com uma nova formação dos Bandemónio. “Tempo” vende acima das 180.000 unidades, ultrapassando a marca de quádrupla platina. Para este álbum trabalhou em Minneapolis, Memphis e Nova Iorque com a banda de Prince, os New Power Generation, e Tom Tucker, o seu engenheiro principal. Participam ainda Carlos do Carmo, Opus Ensemble e Rui Veloso. É editado o disco "Tempo - Versões e Reimixes".
Escreve, compõe e produz o musical “Rapaz de Papel”, encomenda do Festival dos Cem Dias. Posteriormente grava todas estas músicas no álbum “Amanhecer” de Diana Basto.
É convidado por Caetano Veloso a realizar um espectáculo conjunto na Expo 98. É convidado pelo realizador Manoel de Oliveira para protagonista masculino do filme “A Carta”, rodado em Paris, Itália, Nova Iorque, Lisboa e Londres. Contracena com Chiara Mastroianni. Com esse filme, laureado no Festival de Cinema de Cannes com o Grande Prémio do Júri, tem a oportunidade de fazer a famosa “subida dos 24 degraus”.
As suas canções são gravadas e interpretadas no Brasil por artistas como Caetano Veloso, Lenine, Zélia Duncan, Elba Ramalho, Zeca Baleiro, Sandra de Sá, Syang, Rio Soul, Edson Cordeiro, entre outros.
Em 1999 edita Silêncio, um disco de viragem extremamente importante para a carreira dos Bandemónio mas que fica aquém das vendas dos dois discos anteriores: ultrapassa as 40.000 unidades, atingindo a marca de platina.
Em 2002 editou Momento, um êxito de vendas e airplay em todas as rádios nacionais, e atingindo novamente a marca de dupla-platina, com vendas superiores a 90.000 unidades. Durante dois anos, a canção “Momento (Uma Espécie de Céu)” foi a mais tocada em Portugal.
Em 2003 edita o álbum triplo, “Palco”, resultado dos emblemáticos concertos ao vivo com os Bandemónio e os HornHeads de Prince. Com o disco palco, dupla platina, atinge vendas de 72.000 unidades. Um discos inclui duetos com Lenine e Zélia Duncan.
Em 2004 encerra o Rock in Rio Lisboa, concerto integrado na sua digressão 2002/2004 com mais de 120 espectáculos realizados.
Entretanto, tem feito palestras, debates e conferências por todo o país, sobretudo em Faculdades, Escolas, Bibliotecas ou afins. Escreveu para a TSF, Magazine Artes, Fórum Estudante e tem trabalhos editados nas mais variadas publicações.
Em 2006 participou numa das músicas do álbum de estreia da banda portuguesa Cindy Kat, A Saída. Editou ainda o livro Canções, que rapidamente esgota, contendo partituras das suas mais emblemáticas músicas.
Lançou em 3 de abril de 2007 Quem me leva os meus fantasmas, o primeiro single do novo álbum Luz, que chegou ao mercado em 25 de junho de 2007.
O primeiro concerto de Pedro Abrunhosa e Bandemónio após o lançamento do álbum Luz teve lugar no espaço Paradise Garage, em Lisboa, na noite de 26 de junho de 2007. Foi acompanhado ao vivo e em estúdio por: João André - baixo, Cláudio Souto - Teclas, Edgar Caramelo - Saxofone, Pedro Martins - Bateria e Marco Nunes - Guitarra
Posteriormente Pedro Abrunhosa anunciou um novo álbum, agora sem os Bandemónio e com a sua nova banda, os Comité Caviar.
A 7 de Fevereiro de 2010 Pedro Abrunhosa foi protagonista de uma queda durante o programa 'Ídolos' da SIC quando se preparava para uma dupla actuação como convidado. Abrunhosa não sofreu ferimentos e até reagiu com humor. O cantor portuense rapidamente se recompôs e interpretou dois temas com os finalistas.
Desde 12 de abril de 2010 o seu álbum "Longe" encontra-se disponível nos locais habituais, data em que também foi lançado o seu mais recente website - http://www.abrunhosa.com/. A aparência do site modifica-se conforme a hora do dia em que se visita, acompanhada por efeitos sonoros adaptados à hora e local que as imagens de fundo evocam.
O álbum "Longe" foi apresentado na Casa da Música, no Porto, a 2 de maio de 2010, estando nessa altura no 1º lugar no top de vendas.
Em 23 de maio de 2010, apresentou-se, num dueto, ao lado da diva brasileira Ivete Sangalo, durante a Gala de entrega dos Globos de Ouro, promovida pela SIC. No encontro, os dois cantaram uma canção de autoria do próprio Abrunhosa chamada "Fazer o que Ainda Não Foi Feito".
É um dos embaixadores da Associação Fonográfica Portuguesa no combate à pirataria na Internet.

Discografia

Álbuns

Álbuns ao vivo

EP's

DVD's

Bandas Sonoras
Escreve e executa as bandas sonoras dos filmes: “A Carta” de Manoel de Oliveira (música incidental), “Amour en Latin”, de Serge Abramovic, “Adão e Eva” de Joaquim Leitão e “Novo Mundo” com base em imagens do cartoonista António.
Compõe ainda para as peças de teatro Possessos de Amor, A Teia e O Aniversário de Infanta e 150 anos de Bonfim.

Prémios