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sexta-feira, setembro 22, 2023

Notícia interessante sobre tempestades e vulcanismo...

Como surgiu a tempestade mais intensa já observada na Terra (e o que ela nos diz sobre os vulcões)

 

 

No Oceano Pacífico Sul há duas pequenas ilhas, cuja rocha escura contrasta fortemente com a água azul do mar.

Embora aparentemente nada especiais, elas são tudo o que resta de um enorme vulcão submarino, o Hunga Tonga-Hunga Ha’apai.

As ilhas são, na verdade, pequenos picos na borda de uma grande cavidade em forma de caldeira que é a sua cratera.

 O vulcão entrou em erupção violentamente em janeiro de 2022, quando expeliu 10 quilómetros cúbicos de rocha, cinzas e sedimentos e produziu uma pluma de 58 km de altura. Foi a maior explosão atmosférica registada por instrumentos modernos.

A enorme nuvem vulcânica cobriu a região e era tão grande que os astronautas em órbita a bordo da Estação Espacial Internacional podiam avistá-la.

A erupção desencadeou um megatsunami com ondas de até 45 metros de altura, devastando as ilhas de Tonga e causando estragos em lugares distantes como Rússia, Havai, Peru e Chile. Pelo menos seis pessoas morreram no tsunami.

Mas a explosão e o tsunami não foram os únicos eventos recordes causados ​​pela erupção do vulcão, que também provocou a tempestade de relâmpagos mais intensa já vista.

“É uma erupção de superlativos“, diz Alexa Van Eaton, vulcanóloga do Serviço Geológico dos Estados Unidos, que liderou um estudo da extraordinária atividade elétrica dentro da nuvem de cinzas produzida pelo Hunga Tonga-Hunga Ha’apai.

A tempestade sobrecarregada foi monitorizada no Espaço por satélites, oferecendo uma visão incomparável dos relâmpagos no alto da pluma vulcânica.

E a fúria foi “como ninguém jamais viu“, explica Van Eaton, ao dar novas informações valiosas sobre o vulcão e sobre o que aconteceu durante a erupção.

 

Uma tempestade sem precedentes

No auge, a tempestade provocada pela pluma vulcânica sobre o Hunga Tonga-Hunga Ha’apai produziu 2600 relâmpagos por minuto.

Os investigadores acreditam que a tempestade se desenvolveu porque a ejeção altamente energética de magma atravessou o oceano raso. A rocha derretida vaporizou a água do mar, que foi elevada com a coluna de cinzas e detritos.

A erupção expeliu mais de 146 milhões de toneladas de vapor de água na estratosfera da Terra, acrescentando 10% à quantidade de água em apenas alguns dias.

A NASA revelou posteriormente que o volume de água era suficiente para encher o equivalente a 58.000 piscinas olímpicas. O vapor de água atingiu até a mesosfera, uma das camadas superiores da atmosfera.

A interação entre cinzas vulcânicas, moléculas de água e partículas de gelo na pluma, que se formou quando as gotas de água super-arrefeceram na atmosfera superior, gerou grandes cargas elétricas - produzindo as condições perfeitas para relâmpagos.

A grande quantidade de material lançado pela erupção vulcânica rapidamente atingiu a altura máxima e expandiu-se para criar uma nuvem em forma de guarda-chuva com mais de 300 km de largura.

Foi a primeira vez que os dados demonstraram como uma poderosa pluma vulcânica pode criar o seu próprio sistema meteorológico, mantendo as condições para a atividade elétrica as alturas e taxas anteriormente não observadas.

 

Espetáculo revelador

Os relâmpagos ofereceram mais do que um espetáculo de luzes impressionante: ajudaram a revelar detalhes sobre a erupção do Hunga Tonga-Hunga Ha’apai.

Os dados recolhidos através de uma combinação de imagens de satélite e dados de uma antena de rádio terrestre mostraram que o comportamento do vulcão pode ser dividido em quatro fases distintas de atividade.

As taxas de raios aumentaram e diminuíram conforme a mudança da altura da pluma. Começou com uma pluma muito pequena, “tão ténue que ninguém tinha prestado atenção”, explica Van Eaton.

Então, na fase dois, a pluma começou a subir a partir de uma erupção de intensidade muito maior ao longo de várias horas, expelindo uma grande quantidade de rocha, cinzas e sedimentos no ar - o equivalente à quantidade de rocha necessária para construir a Grande Pirâmide de Gizé 3800 vezes.

Na fase três, a erupção continuou em menor intensidade e a altura da pluma caiu para cerca de 20 a 30 km de altura, o que “ainda é extraordinário“, diz Van Eaton.

Então houve uma calmaria intrigante quando o vulcão aparentemente fez uma pausa, explica, antes que a fase quatro mostrasse a erupção a diminuir em ferocidade ao longo do tempo.

“Conseguir desvendar este último suspiro da fase climática é realmente útil para quem precisa de prever as emissões de cinzas e o seu transporte pela atmosfera”, diz Van Eaton.

Os dados de Hunga Tonga-Hunga Ha’apai podem ajudar os meteorologistas a monitorizar e criar previsões de curto prazo dos perigos para a aviação causados ​​por vulcanismo explosivo, incluindo o desenvolvimento e o movimento de nuvens de cinzas.

Entender isso é vital, pois os cientistas dizem que uma erupção na escala do Hunga Tonga-Hunga Ha’apai provavelmente ocorrerá novamente.

Há aproximadamente 42 vulcões em todo o mundo com potencial para causar uma erupção tão espetacular quanto a do Hunga Tonga-Hunga Ha’apa. Esta erupção recorde deve servir como um alerta para o mundo se preparar melhor.

 

in ZAP

quinta-feira, setembro 21, 2023

Notícia sobre os efeitos dos vulcões...

O som mais alto da História estourou os tímpanos de pessoas a 60 quilómetros de distância

 

O som foi provocado pela erupção do vulcão Krakatoa, na Indonésia, a 27 de agosto de 1883. Ainda se ouviu um som semelhante ao tiro de um canhão a 4.800 quilómetros de distância.

A 27 de agosto de 1883, às 10.02 horas, uma ilha na Indonésia colapsou quando um tsunami com ondas de 46 metros se alastrou pelo oceano até chegar à África do Sul. Tudo isto foi desencadeado pela erupção do vulcão Krakatoa, que terá emitido o som mais alto da História.

A erupção de 1883 libertou uma força comparável à de uma bomba de 200 megatoneladas e terá matado 36 mil pessoas, sendo a segunda mais mortífera de sempre, depois da erupção de Tambora em 1815, escreve o IFLScience.

Um barómetro a 160 quilómetros de distância de Krakatoa indicou que a erupção atingiu os 172 decibéis, quando o limite de dor humano é 130 decibéis. Mais perto do local da erupção, o som chegou a um valor de 194 decibéis (o máximo que um som atinge no ar) e pressão do ar transformou-o numa explosão que rompeu os tímpanos dos marinheiros num navio que estava a 64 quilómetros da ilha.

“Tão violentas são as explosões que os tímpanos de mais da metade da minha tripulação foram estilhaçados. Os meus últimos pensamentos são com minha querida esposa. Estou convencido de que o Dia do Juízo Final chegou”, pode ler-se no diário de bordo do navio britânico Norham Castle.

Essa mesma onda de choque continuou a alastrar-se pelo planeta, ficando mais silenciosa à medida que viajava mais longe, mais ainda era audível a milhares de quilómetros de distância. De acordo com Brüel & Kjær, ainda podia ser ouvido como um tiro de canhão a uma distância de 4.800 quilómetros.

A onda de pressão deu a volta à Terra três vezes em cada direção, com ondas de choque a colidir umas com as outras ocasionalmente noutras partes do planeta, criando picos de pressão extras. “

A grande onda de ar”, como ficou conhecido o fenómeno, continuou a espalhar-se ao durante algum tempo mesmo depois de ter caído abaixo do limite para a audição humana.

 

in ZAP

terça-feira, setembro 19, 2023

Há dois anos começou uma fantástica erupção nas Canárias


La erupción volcánica de La Palma de 2021 se inició el 19 de septiembre en el paraje de Cabeza de Vaca, cercano a la localidad de El Paraíso del municipio de El Paso, en la isla de La Palma, perteneciente al archipiélagoatlántico de Canarias.​ Se trata de la primera erupción en la isla desde la del Teneguía en 1971 y la primera producida en Canarias desde la submarina de El Hierro de 2011.  La erupción se detuvo el 13 de diciembre tras 85 días de actividad, siendo la erupción histórica más larga registrada en la isla y tercera en el archipiélago, tras Timanfaya en Lanzarote y Tagoro en El Hierro.

 


Extensión de la colada de lava con resaltado de edificios destruidos, el 23 de noviembre de 2021


El origen de la erupción se produjo en una nueva boca en el accidente geográfico de la Dorsal de Cumbre Vieja, donde ya existen diferentes conos volcánicos. Aún tras la finalización de la erupción volcánica el 13 de diciembre de 2021, el nuevo respiradero todavía no tenía nombre oficialmente. Los respiraderos de los volcanes de La Palma han recibido tradicionalmente el nombre de la zona geográfica donde surgió, que normalmente procede de la topografía benahoarita, o el nombre del santo en cuya festividad comenzó la erupción.​ Una de las primeras propuestas de nombre para el nuevo respiradero fue Jedey, en honor a un pueblo cercano, pero esto no fue recibido con buenos ojos.​ Sin embargo, una propuesta más acorde a la zona geográfica fue Tajogaite,​ por el nombre aborigen de Montaña Rajada, el área del lugar de la erupción, en la Hoya de Tajogaite. Este nombre gano apoyo más amplio por la ciudadanía, la cual en un proceso participativo no vinculante seleccionó Volcán de Tajogaite como nombre para el volcán.

 

quarta-feira, setembro 13, 2023

O Kilauea, na Big Island do Havai, está em erupção...!

Filme impressionante, do USGS, da nova erupção do Kilauea:



Para quem quer ver, ao vivo, imagens em direto e da mesma instituição:



domingo, setembro 10, 2023

Notícia importante sobre risco vulcânico na Europa...

O supervulcão mais perigoso da Europa pode estar a preparar uma erupção

   

Os Campos Flégreos, na região de Nápoles, pintura de Michael Wutky, 1780

 

Campi Flegrei, o há longo tempo adormecido ‘supervulcão’ localizado perto de Nápoles, em Itália, está a mostrar sinais de que poderá estar a aproximar-se de uma erupção.

Um estudo recente sugere que a crosta do supervulcão Campi Flegrei, ou Campos Flégreos, está a tornar-se mais frágil e propensa a rupturas, o que poderia aumentar a possibilidade de uma erupção.

Esta é a primeira vez que tais condições são notadas desde a última erupção do vulcão, em 1538. O Campi Flegrei está ativo há 60 mil anos, tendo a caldeira sido formada durante duas grandes erupções explosivas.

“O nosso estudo confirma que o Campi Flegri está a aproximar-se da ruptura”, diz Christopher Kilburn, investigador da University College London e autor principal do estudo, publicado recentemente na Communications / Earth & Environment.

Com uma caldeira com a pouco habitual forma de uma suave depressão que se estende por 15 km, na qual vive meio milhão de pessoas, o vulcão Campi Flegrei é considerado um dos mais perigosos da Europa, realça o EurekAlert.

A sua maior erupção, há 39.000 anos, formou a atual caldeira. Se uma tal erupção voltasse a acontecer, poderia ter consequências globais devastadoras, incluindo tsunamis massivos, disseminação de enxofre e cinza tóxica, e um possível inverno global prolongado que resultaria em falhas de colheitas e extinções em massa.

Apesar destas conclusões, os cientistas, incluindo o autor principal do estudo, Christopher Kilburn, alertam que não é certo que aconteça uma erupção.

Embora o enfraquecimento da crosta aumente a possibilidade de rutura, a localização precisa do magma em ascensão também desempenha um papel crucial na determinação de se ocorrerá uma erupção.

Campi Flegrei, que significa “campos ardentes” ou “campos de fogo”, consiste numa vasta rede de 24 crateras e edifícios vulcânicos.

Apesar de muitas vezes ser rotulado como um supervulcão, ainda não foi definitivamente categorizado como tal. Um supervulcão é capaz de causar erupções da maior magnitude no Índice de Explosividade de Vulcões, emitindo mais de 1000 km3 de material.

O vulcão tem mostrado sinais de atividade desde meados do século XX, com aumentos de atividade nas décadas de 1950, 1970 e 1980.

Nos últimos anos, o terreno sob a cidade de Pozzuoli, situada no topo do vulcão, tem subido cerca de 10 centímetros anualmente. A área também tem vivenciado um aumento de pequenos sismos.

Os cientistas ligaram esta atividade subterrânea ao gás vulcânico que se infiltra na crosta abaixo de Campi Flegrei, fazendo com que a crosta se estique e escorregue. Se gás suficiente entrar na crosta, o calor e a pressão resultantes podem empurrar as rochas para além dos seus limites, potencialmente levando a ruturas e erupções.

No entanto, a probabilidade de uma erupção permanece incerta.

 

adaptado de ZAP

 

sábado, julho 29, 2023

O planeta Vénus e os seus vulcões...

My God, está cheio de vulcões! Eis o mapa dos 85 mil que há em Vénus

  

Um novo artigo científico na revista Journal of Geophysical Research: Planets fornece o mapa mais compreensivo de todas as construções vulcânicas em Vénus jamais compilado.

Tem interesse nos relatos recentes de erupções vulcânicas em Vénus?

Se é esse o caso, os cientistas planetários Paul Byrne e Rebecca Hahn da Universidade de Washington em St. Louis querem que se utilize o seu novo mapa de 85.000 vulcões em Vénus para ajudar a localizar o próximo fluxo de lava ativo.

O seu estudo foi publicado na revista Journal of Geophysical Research: Planets.

“Este artigo científico fornece o mapa mais completo de todas as construções vulcânicas em Vénus alguma vez compilado”, disse Byrne, professor associado de ciências da Terra e planetárias.

“Fornece aos investigadores uma base de dados extremamente valiosa para a compreensão do vulcanismo naquele planeta – um processo planetário chave, mas para Vénus é algo sobre o qual sabemos muito pouco, apesar de ser um mundo do mesmo tamanho que o nosso”.

Byrne e Hahn utilizaram imagens de radar da missão Magellan da NASA a Vénus para catalogar vulcões em Vénus a uma escala global. A sua base de dados resultante contém 85.000 vulcões, dos quais cerca de 99% têm menos de 5 km em diâmetro.

“Desde a missão Magellan da NASA na década de 1990 que temos muitas questões importantes sobre a geologia de Vénus, incluindo as suas características vulcânicas”, disse Byrne.

“Mas com a recente descoberta de vulcanismo ativo em Vénus, compreender exatamente onde os vulcões estão concentrados no planeta, quantos são, quão grandes são, etc., torna-se ainda mais importante – especialmente porque teremos novos dados sobre Vénus nos próximos anos”.

 

 

Um novo artigo científico na revista Journal of Geophysical Research: Planets fornece o mapa mais compreensivo de todas as construções vulcânicas em Vénus jamais compilado

 

“Tivemos a ideia de elaborar um catálogo global porque ninguém o tinha feito a esta escala antes”, disse Hahn, estudante de ciências da Terra e planetárias na Universidade de Washington, autora principal do novo artigo científico.

“Foi enfadonho, mas eu tinha experiência na utilização do software ArcGIS, que foi o que usei para construir o mapa. Essa ferramenta ainda não existia quando estes dados foram disponibilizados na década de 1990″.

“As pessoas na altura desenhavam círculos, à mão, em torno dos vulcões, quando agora o posso fazer no meu computador”.

“Esta nova base de dados vai permitir aos cientistas pensar onde mais procurar evidências de atividade geológica recente”, disse Byrne, docente do Centro McDonnell para Ciências Espaciais da mesma universidade.

“Podemos fazê-lo quer através da pesquisa de dados da Magellan, já com décadas de existência (como o novo artigo científico fez), quer analisando dados futuros e comparando-os com os da Magellan“.

 

 

Sapas Mons, um grande vulcão em Marte, tem cerca de 400 km em diâmetro - foi observado pela sonda Magellan 

 

O novo estudo de Byrne e Hahn inclui análises detalhadas sobre onde se encontram os vulcões, onde e como estão agrupados e como as suas distribuições espaciais se comparam com as propriedades geofísicas do planeta, tais como a espessura da crosta.

No seu conjunto, este trabalho fornece a compreensão mais abrangente das propriedades vulcânicas de Vénus – e talvez do vulcanismo de qualquer mundo até agora.

Isto porque, embora saibamos muito sobre os vulcões na Terra que se encontram em terra, é provável que ainda existam muitos por descobrir sob os oceanos. Na ausência de oceanos, toda a superfície de Vénus pode ser vista com imagens de radar da Magellan.

Embora existam vulcões em quase toda a superfície de Vénus, os cientistas encontraram relativamente menos vulcões na faixa dos 20-100 km de diâmetro, que deduzem ser em função da disponibilidade de magma e do ritmo de erupções.

Byrne e Hahn também quiseram observar de perto os vulcões mais pequenos em Vénus, aqueles com menos de 5 km de diâmetro que foram ignorados por caçadores de vulcões anteriores.

“São a característica vulcânica mais comum no planeta: representam cerca de 99% do seu conjunto de dados”, disse Hahn.

“Analisámos a sua distribuição utilizando diferentes estatísticas espaciais para descobrir se os vulcões estão agrupados em torno de outras estruturas em Vénus, ou se estão agrupados em certas áreas“.

 

 

Os vulcões mais pequenos à superfície de Vénus – como os agrupados aqui – são mais difíceis de detetar, mas constituem cerca de 99% das construções vulcânicas rastreadas numa nova e abrangente base de dados de vulcões por cientistas da Universidade de Washington. Estes vulcões foram observados pela sonda espacial Magellan

 

O novo conjunto de dados sobre os vulcões de Vénus está alojado na Universidade de Washington e disponível livremente para a consulta por outros cientistas.

“Já sabemos de colegas que descarregaram os dados e que estão a começar a analisá-los – que é exatamente o que nós queremos“, disse Byrne.

“Outras pessoas vão levantar novas perguntas que nós não levantámos, sobre a forma, tamanho, distribuição dos vulcões, tempo de atividade em diferentes partes do planeta, etc. Estou entusiasmado por ver o que eles conseguem descobrir com a nova base de dados”!

E se 85.000 vulcões em Vénus parece ser um grande número, Hahn disse que na realidade é conservador. Ela pensa que existem centenas de milhares de características geológicas adicionais que têm algumas propriedades vulcânicas. São apenas demasiado pequenas para serem detetadas e confirmadas.

“Um vulcão com 1 quilómetro em diâmetro teria 7 pixéis nos dados da Magellan, o que é realmente difícil de ver“, disse Hahn. “Mas com uma resolução melhorada, poderíamos ser capazes de resolver essas estruturas”.

E é exatamente esse tipo de dados que as futuras missões a Vénus vão obter na década de 2030.

“A NASA e a ESA vão cada uma enviar uma missão a Vénus na década de 2030 para obter imagens de radar de alta resolução da superfície”, disse Byrne. “Com essas imagens, poderemos procurar aqueles vulcões mais pequenos que prevemos que existam.

“Esta é uma das descobertas mais excitantes que fizemos em Vénus – com dados que têm décadas!”, disse Byrne. “Mas há ainda um grande número de questões que temos sobre Vénus que não podemos responder, para as quais temos de alcançar as nuvens e a superfície.

“Estamos apenas a começar”, disse.

 

in ZAP

terça-feira, julho 25, 2023

Obviamente que há vulcanismo ativo em Vénus...

Descoberto um vulcão ativo em Vénus

Maat Mons é apresentado nesta perspetiva tridimensional, gerada por computador, da superfície de Vénus

 

A superfície de Vénus tem muitos vulcões, mas até agora não tinham sido encontradas provas de atividade vulcânica recente. Contudo, uma nova análise de dados recolhidos há três décadas revela fortes indícios de erupção.

Foram observadas, pela primeira vez na superfície de Vénus, evidências geológicas diretas de atividade vulcânica recente.

Os cientistas fizeram a descoberta depois de analisarem imagens de radar tiradas há mais de 30 anos, na década de 90, pela missão Magellan da NASA. As imagens revelaram uma fissura vulcânica que mudou de forma e aumentou significativamente de tamanho em menos de um ano.

O estudo da Universidade do Alasca, nos Estados Unidos, liderado por Robert Herrick, revelou a existência de um respiradouro no vulcão Maat Mons de 2,2 quilómetros quadrados, que mudou de forma e cresceu durante oito meses em 1991.

De acordo com a equipa, os resultados do estudo, publicados esta semana na Science, apontam para que haja em Vénus atividade vulcânica contínua.

Quando ocorrem tais mudanças na Terra é sinal de atividade vulcânica – quer por uma erupção no respiradouro, quer pelo movimento do magma por baixo dele, que provoca o colapso e a expansão das paredes do respiradouro.

“A seleção da missão VERITAS pela NASA inspirou-me a procurar por atividade vulcânica recente nos dados da Magellan”, disse Robert Herrick, professor na Universidade do Alaska, em Fairbanks, e membro da equipa científica da VERITAS, que liderou a pesquisa dos dados de arquivo.

Não esperava realmente ter sucesso, mas após cerca de 200 horas de comparação manual das imagens de diferentes órbitas da Magellan, vi duas imagens da mesma região, tiradas com oito meses de intervalo, exibindo alterações geológicas provocadas por uma erupção”, acrescenta o investigador, em nota publicada pela universidade.

Os dados de altitude para as regiões Maat Mons e Ozza Mons, na superfície de Vénus, podem ser vistos à esquerda, com a área de estudo indicada pela caixa preta - à direita estão as observações da Magellan antes (A) e depois (B) da ampliação da fissura de Maat Mons, com possíveis novos fluxos de lava após um evento eruptivo

 

As imagens utilizadas para a investigação foram obtidas pela sonda espacial Magalhães, da NASA, que chegou a Vénus em 10 de agosto de 1990 e, durante a sua missão, obteve quase mil imagens, que, com as novas tecnologia, foram novamente analisadas.

Durante a missão, a sonda utilizou o radar para obter imagens da superfície de Vénus a partir de diferentes órbitas, olhando para alguns locais duas ou três vezes ao longo de dois anos, incluindo áreas mais tarde identificadas como possíveis locais de atividade vulcânica.

A equipa concentrou-se numa região de Vénus que inclui dois dos maiores vulcões do planeta, o Ozza e Maat Mons, comparáveis em volume aos maiores vulcões da Terra, mas com declives mais baixos, pelo que estão mais expandidos.

Herrick comparou uma imagem de meados de fevereiro de 1991 com uma de meados de outubro desse ano e notou uma alteração numa abertura no lado norte, que tinha passado de uma formação circular de cerca de 2,2 quilómetros quadrados para uma forma irregular de cerca de 4 quilómetros quadrados.

A segunda imagem indicava também que as paredes da chaminé se tinham tornado mais curtas e que a esta estava quase cheia até à borda.

Os investigadores acreditam que formou-se um lago de lava na chaminé durante os oito meses entre as imagens, embora se desconheça se o conteúdo era líquido ou se tinha arrefecido e solidificado. As alterações nas paredes do respiradouro poderiam estar associadas a um colapso no vulcânico, provocado por um terramoto.

No entanto, a equipa sublinhou que quedas desta magnitude nos vulcões da Terra foram sempre acompanhadas por erupções vulcânicas.

A superfície de Vénus é geologicamente jovem e as estimativas quanto ao número de erupções são especulativas e variam, disse Herrick. Agora é possível “dizer que Vénus é ativa a nível vulcânico, no sentido de que há pelo menos algumas erupções por ano”, indicou.

“É de esperar que as próximas missões a Vénus observem novos fluxos vulcânicos que ocorreram desde que a missão de Magalhães terminou há três décadas e devemos ver alguma atividade à medida que as próximas duas missões orbitais recolherem imagens”, concluiu.

 

 O legado da Magellan

Herrick e o resto da equipa da VERITAS estão ansiosos por ver como o conjunto de instrumentos científicos avançados e os dados de alta resolução da missão irão complementar a notável coleção de imagens de radar da Magellan, que transformou o conhecimento da humanidade sobre Vénus.

Vénus é um mundo enigmático e a Magellan sugeriu tantas possibilidades”, disse Jennifer Whitten, investigadora adjunta principal da VERITAS na Universidade de Tulane, em Nova Orleães.

“Agora que estamos muito certos de que o planeta sofreu uma erupção vulcânica há apenas 30 anos, esta é uma ante-visão das incríveis descobertas que a VERITAS irá fazer”, acrescentou.

A VERITAS vai utilizar um radar de abertura sintética topo-de-gama para criar mapas globais em 3D e um espectrómetro no infravermelho próximo para descobrir de que é feita a superfície.

A sonda também irá medir o campo gravitacional do planeta para determinar a estrutura do interior de Vénus. Juntos, os instrumentos vão fornecer pistas sobre os processos geológicos passados e presentes do planeta.

E enquanto os dados da Magellan eram originalmente complexos de estudar, os dados da VERITAS estarão disponíveis online para a comunidade científica. Isso permitirá aos investigadores aplicar técnicas de ponta, como a aprendizagem de máquina, para analisar o planeta e ajudar a revelar os seus segredos mais íntimos.

 

in ZAP

sexta-feira, julho 21, 2023

Novas do recente vulcão islandês...

A Terra tem um vulcão bebé. Está a pintar a Islândia com lava incandescente

O mais recente vulcão do planeta Terra nasceu através de uma fissura vulcânica que se abriu na península de Reykjanes, na Islândia. Desde então, temos assistido a um autêntico espetáculo de lava e fogo que está a pintar a Islândia de incandescente.

É o terceiro ano consecutivo em que o campo de lava subjacente de Fagradalsfjall entra em erupção.

Após vários dias de atividade sísmica, a erupção aconteceu no dia 10 de Julho e marcou o nascimento do mais recente vulcão da Terra.

Os cientistas registaram mais de 7 000 tremores de terra desde o dia 4 de julho, por entre os quais o maior, com uma magnitude de 4,8 na escala de Ritcher, de acordo com o comunicado do Icelandic Met Office.

“Olhem para este bebé islandês”, disse Robin George Andrews, vulcanólogo e escritor de ciência, num post no Twitter. “Esta é a camada de tinta mais recente da Terra: rocha derretida incandescente a ser lançada para o céu a partir de uma nova fissura que se abriu no solo”.

A lava continua a escoar através de uma fissura com cerca 2,7 quilómetros de extensão, escorrendo para um vale a sudeste que poderá transbordar em breve. A área circundante está desabitada e a erupção não representa uma ameaça à infraestrutura, de acordo com o comunicado oficial.


Se o fluxo de lava continuar a serpentear para sul, poderá atingir o vale de Merardalir, onde ocorreu a última erupção vulcânica na Islândia, no dia 3 de agosto de 2022.

No mesmo ano, uma outra erupção violenta quebrou um período de silencia que já contava com 870 anos, no sistema vulcânico de Krýsuvík-Trölladyngja, na península de Reykjnes.

Os cientistas detetaram os primeiros sinais da última erupção no passado mês de abril, através de um sublime sinal geológico – um leve afundamento de solo, potencialmente causado pelo influxo de magma.

Os terramotos que se seguiram, semelhantes aos registados em 2021 e 2022, alertaram os investigadores para uma erupção que poderia estar iminente.

A monitorização posterior revelou que uma camada vertical de magma, conhecida como intrusão magmática, estavas prestes a chegar à superfície entre as montanhas Keilir e Litli-Hrútur. Em 2022, o mesmo fenómeno culminou numa erupção cinco dias depois.

Uma intrusão magmática, também conhecida como plutonismo, é um processo geológico em que o magma é injetado na crosta terrestre, levando à intrusão de rocha ígnea.

Ocorre quando o magma, composto por rocha derretida e gases, é forçado a subir através de fissuras da crosta terrestre. O magma em ascensão acaba por solidificar antes de chegar à superfície, formando assim uma intrusão magmática.

No dia 7 de julho, poucos dias antes da erupção, uma equipa de vulcanólogos calculou a quantidade de magma que estava prestes a emergir à superfície.

Os cálculos estimam que cerca de 12 milhões de metros cúbicos de magma, um volume suficiente para encher 5000 piscinas olímpicas e similar ao volume da erupção de 2022, poderia ser expulso para a superfície a qualquer momento.

A intrusão magmática continuou a expandir-se e a subir lentamente até ao meio da tarde de segunda-feira, altura em que finalmente irrompeu a superfície e deu início a mais uma estupenda erupção vulcânica.

Desde então, a erupção tem vindo a diminuir de intensidade, registando jatos de lava cada vez menores. A atividade sísmica tem também vindo a diminuir gradualmente.

Os cientistas continuam de olho no vulcão mais recente da Terra e alertam que as condições podem mudar rapidamente. “A lava pode causar incêndios florestais na área e reduzir significativamente a qualidade do ar”, explicam em comunicado.

 

in ZAP

sábado, julho 15, 2023

Adoro quando Astronomia e Geologia se cruzam...

A Geologia de Vénus é ainda mais bizarra (e fofinha) do que pensávamos

Conceito artístico de atividade vulcânica em Vénus

 

Embora a Terra e Vénus tenham aproximadamente o mesmo tamanho e ambos percam calor aproximadamente com o mesmo ritmo, os mecanismos internos que impulsionam os processos geológicos da Terra diferem do seu vizinho.

São esses processos geológicos venusianos que uma equipa de investigadores liderada pelo Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA e pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia querem estudar mais enquanto discutem os mecanismos de arrefecimento de Vénus e os possíveis processos que o motivam.

Os processos geológicos que ocorrem na Terra são principalmente devido ao facto de nosso planeta ter placas tectónicas que estão em constante movimento a partir do calor que escapa do núcleo do planeta, que então sobe pelo manto até a litosfera, ou a camada rochosa externa rígida.

Vénus, por outro lado, não possui placas tectónicas, o que deixou os cientistas intrigados sobre como o planeta perde calor e remodela a sua superfície.

“Por muito tempo, estivemos presos à ideia de que a litosfera de Vénus é estagnada e espessa, mas a nossa visão agora está a evoluir”, disse a Dra. Suzanne Smrekar, investigadora sénior da NASA JPL e autora principal do estudo.

Para o estudo, os investigadores examinaram imagens de radar da missão Magellan da NASA, tiradas no início dos anos 90, retratando características geológicas quase circulares na superfície de Vénus, conhecidas como coronae.

A razão pela qual as imagens foram tiradas usando um radar é porque a atmosfera de Vénus é tão espessa que as imagens normais obtidas no espectro visual são incapazes de penetrar na atmosfera nublada.

Ao fazer medições de 65 coroas não estudadas anteriormente nas imagens de Magalhães e calcular a espessura da litosfera ao seu redor, os cientistas descobriram que essas coroas se formam e existem onde a litosfera de Vénus é a mais fina.

Usando modelos de computador, descobriram que a litosfera ao redor de cada coroa tem aproximadamente 11 quilómetros de espessura, o que acaba por ser muito mais fino do que o sugerido por estudos anteriores. Os investigadores também sugerem que as coroas podem ser geologicamente ativas, uma vez que essas áreas exibem um fluxo de calor médio maior do que a Terra.

“Embora Vénus não tenha uma atividade tectónica semelhante à da Terra, essas regiões de litosfera fina parecem permitir que quantidades significativas de calor escapem, semelhante a áreas onde novas placas tectónicas se formam no fundo do mar da Terra”, explica o Dr. Smrekar.

É esse maior fluxo de calor que também pode ajudar os cientistas a entender melhor o comportamento da litosfera na Terra antiga.

“O que é interessante é que Vénus fornece uma janela para o passado para nos ajudar a entender melhor como a Terra pode ter sido há mais de 2,5 mil milhões de anos”, disse o Dr. Smrekar, que também é o principal investigador do próximo  VERITAS, que está programado para ser lançado não antes de 2027.

Lançada do space shuttle Atlantis em maio de 1989, a sonda Magalhães chegou a Vénus em agosto de 1990 e é considerada uma das missões espaciais profundas de maior sucesso de todos os tempos.

Apesar disso, os dados têm uma baixa resolução e grandes margens de erro, então o VERTIAS atuará essencialmente como o Magalhães 2.0, produzindo mapas globais tridimensionais de Vénus usando um radar de abertura sintética de última geração, além de aprender mais sobre a composição da superfície com um espectrómetro de infravermelhos próximos.

Mas o exterior de Vénus não será o único local a ser estudado, pois o VERITAS estudará o interior do planeta examinando seu campo gravitacional. Ao todo, o VERITAS irá dar aos cientistas uma imagem maior dos processos geológicos antigos e atuais no nosso misterioso vizinho de tamanho gémeo.

“VERITAS será um geólogo orbital, capaz de identificar onde estão essas áreas ativas e resolver melhor as variações locais na espessura litosférica. Seremos até capazes de capturar a litosfera no ato da deformação”, explica o Dr. Smrekar. “Vamos determinar se o vulcanismo realmente está a tornar a litosfera ‘mole’ o suficiente para perder tanto calor quanto a Terra, ou se Vénus tem mais mistérios guardados.”

Outra missão a Vénus será a missão DAVINCI da NASA, cujo objetivo será a importância de mergulhar na atmosfera venusiana e examinar a sua composição com mais detalhes do que nunca.

Que novas perceções aprenderemos com Vénus e os seus processos geológicos nos próximos anos e décadas? Só o tempo dirá, e é por isso que fazemos ciência!

 

in ZAP

sexta-feira, março 17, 2023

Nuvens ardentes do Agung mataram milhares de pessoas há sessenta anos

    
O Monte Agung (em indonésio: Gunung Adung) é um estratovulcão localizado no leste da ilha de Bali, na Indonésia. É o ponto mais alto da ilha, e possui 3.142 metros de altitude. A sua última grande erupção foi no ano de 1963, quando os fluxos piroclásticos (nuvens ardentes) mataram milhares de pessoas. Durante essa erupção, o Agung expeliu cinza a uma altura de vinte quilómetros, permanecendo ativo por um ano. A lava expelida deslocou-se 7,5 quilómetros, e as cinzas chegaram a Jacarta, a cerca de mil quilómetros de distância.
  
   
  

The eruption of 1963 was one of the largest and most devastating eruptions in Indonesia's history.
On February 18, 1963, local residents heard loud explosions and saw clouds rising from the crater of Mount Agung. On February 24, lava began flowing down the northern slope of the mountain, eventually traveling 7 km in the next 20 days. On March 17, the volcano erupted (VEI 5), sending debris 8 to 10 km into the air and generating massive pyroclastic flows. These flows devastated numerous villages, killing an estimated 1,100–1,500 people. Cold lahars caused by heavy rainfall after the eruption killed an additional 200. A second eruption on May 16 led to pyroclastic flows that killed another 200 inhabitants. Minor eruptions and flows followed and lasted almost a year.
The lava flows missed, sometimes by mere yards, the Mother Temple of Besakih. The saving of the temple is regarded by Balinese as miraculous and a signal from the gods that they wished to demonstrate their power but not destroy the monument that the Balinese had erected.
Andesite was the dominant lava type with some samples mafic enough to be classified as basaltic andesite.
  

sexta-feira, março 10, 2023

O geólogo George Julius Poulett Scrope nasceu há 226 anos

   
George Julius Poulett Scrope (London, 10 March 1797 – Cobham, 19 January 1876) was an English geologist and political economist as well as a magistrate for Stroud in Gloucestershire.
He was the second son of J. Poulett Thompson of Waverley Abbey, Surrey. He was educated at Harrow, and for a short time at Pembroke College, Oxford, but in 1816 he entered St John's College, Cambridge, graduating BA in 1821. Through the influence of Edward Clarke and Adam Sedgwick he became interested in mineralogy and geology.
During the winter of 1816–1817 he was at Naples, and was so keenly interested in Vesuvius that he renewed his studies of the volcano in 1818; and in the following year visited Etna and the Lipari Islands. In 1821 he married the daughter and heiress of William Scrope of Castle Combe, Wiltshire, and assumed her name; and he entered the House of Commons of the United Kingdom in 1833 as MP for Stroud, retaining his seat until 1868.
Meanwhile he began to study the volcanic regions of central France in 1821, and visited the Eifel district in 1823. In 1825 he published Considerations on Volcanos, leading to the establishment of a new theory of the Earth, and in the following year was elected FRS. This earlier work was subsequently amplified and issued under the title of Volcanos (1862); an authoritative text-book of which a second edition was published ten years later.
In 1827 he issued his classic Memoir on the Geology of Central France, including the Volcanic formations of Auvergne, the Velay and the Vivarais, a quarto volume illustrated by maps and plates. The substance of this was reproduced in a revised and somewhat more popular form in The Geology and extinct Volcanos of Central France (1858). These books were the first widely published descriptions of the Chaîne des Puys, a chain of over 70 small volcanoes in the Massif Central.
Scrope was awarded the Wollaston Medal by the Geological Society of London in 1867. Among his other works was the History of the Manor and Ancient Barony of Castle Combe (printed for private circulation, 1852).
He died at Fairlawn near Cobham, Surrey on 19 January 1876.
   
The Eruption of Vesuvius as seen from Naples, October 1822 - historical drawing from George Julius Poulett Scrope
  

quarta-feira, março 01, 2023

O Parque Nacional de Yellowstone foi criado há 151 anos

 

O Parque Nacional de Yellowstone é um parque nacional norte-americano localizado nos estados de Wyoming, Montana e Idaho. É o mais antigo parque nacional no mundo. Foi inaugurado a 1 de março de 1872 e cobre uma área de 8.980 km², estando a maior parte dele no condado de Park, no noroeste do Wyoming. O parque é famoso por ter, entre outras atrações, os seus geiseres, as suas fontes termais e pela sua variedade de vida selvagem, na qual se incluem ursos mansos, lobos, bisontes, alces e outros animais. É o centro do grande ecossistema de Yellowstone, que é um dos maiores ecossistemas de clima temperado ainda restantes no planeta. O geiser mais famoso do mundo, denominado Old Faithful, encontra-se neste parque. A cidade mais próxima do parque Yellowstone é Billings, Montana.
Muito antes de haver presença humana em Yellowstone, uma grande erupção vulcânica ejetou um volume imenso de cinza vulcânica que cobriu todo o oeste dos Estados Unidos, a maioria do centro-oeste, o norte do México e algumas áreas da costa leste do Oceano Pacífico. Esta erupção foi muito maior que a famosa erupção do Monte Santa Helena, em 1980, e deixou uma enorme caldeira vulcânica (70 km por 30 km) assentada sobre uma câmara magmática. Yellowstone registou três grandes eventos eruptivos nos últimos 2,2 milhões de anos, o último dos quais ocorreu há 640.000 anos. Estas erupções são as de maiores proporções ocorridas na Terra durante esse período de tempo, provocando alterações no clima nos períodos posteriores à sua ocorrência.

 

 

segunda-feira, fevereiro 20, 2023

O vulcão Paricutín surgiu, ex nihilo, no México, há oitenta anos...!

    
O Paricutín é um vulcão muito recente situado no estado de Michoacán, no México, (19°29'35.70"N, 102°15'3.93"O), entre as povoações de San Juan Parangaricutiro (El nuevo) e Angahuan. Está incluído em algumas listas das sete maravilhas naturais do mundo. A cidade mais próxima deste vulcão é Uruapan.
A maior parte do desenvolvimento deste vulcão ocorreu durante o seu primeiro ano de existência (1943), enquanto se encontrava na sua fase piroclástica explosiva. Durante diversas semanas desse ano, um grande número de ruídos estranhos foram ouvidos pelos habitantes em torno da pequena aldeia de Paricutín, apesar das condições meteorológicas serem normais.
   
O vulcão Paricutín no início da sua atividade
    
O primeiro ano do vulcão
A atividade sísmica intensificou-se a 20 de fevereiro de 1943, quando o agricultor Dioniso Pulido testemunhou a abertura de uma fissura vulcânica no meio do seu campo de milho. De acordo com alguns testemunhos, os aldeões tentaram fechar as fissuras enchendo-as com as rochas e o solo, antes que pequenas explosões e tremores violentos começassem a agitar a área. Os residentes das aldeias próximas fugiram e, 24 horas após o aparecimento da fissura inicial, o vulcão já tinha construído um cone com 50 metros de altura. No espaço de uma semana esta altura tinha já duplicado.
No mês de março seguinte, a atividade do vulcão intensificou-se, ejetando a cinza no ar em colunas de vários quilómetros de altura e começando a avançar sobre as povoações de Paricutín e de San Juan (conhecida também como San Juan Parangaricutiro). Em 12 de junho, um grande fluxo de lava tinha começado a atingir Paricutín, que foi evacuada no dia seguinte. San Juan seria evacuada meses mais tarde, e por agosto desse ano, ambas as localidades tinham sido abandonadas, soterradas, em grande parte, por lava e cinza.
   
Vestígios da velha povoação de San Juan Parangaricutiro na atualidade
     
Diminuição de atividade
Muito do crescimento do vulcão ocorreu durante o primeiro ano, quando se encontrava ainda na fase piroclástica explosiva. No fim desta fase, após aproximadamente um ano, o vulcão tinha crescido até aos 336 metros de altura. Nos oito anos seguintes o vulcão continuaria em erupção, embora este período fosse dominado por erupções relativamente ligeiras de lava, que chamuscariam os 25 quilómetros quadrados em torno. A atividade do vulcão declinaria lentamente durante este período até os últimos seis meses da erupção, durante a qual a atividade violenta e explosiva foi frequente. Em 1952, a erupção terminou, e o Paricutín parou de crescer, alcançando uma altura final de 424 metros acima do terreno em que "nasceu" (elevação de 3170 metros acima do nível do mar, uma vez que se situa num plateau vulcânico elevado). Como a maioria dos cones de cinza, o Paricutín é um vulcão monogenético, o que significa que nunca voltará a ocorrer uma erupção.
O Paricutín é um dos dois vulcões que se sabe terem sido formados na história recente. O outro, cujo aparecimento ocorreu aproximadamente 183 anos antes, é conhecido como El Jorullo. O Paricutín e o El Jorullo são as formações vulcânicas mais recentes do campo vulcânico de Michoacán - Guanajuato, que é pontilhado com muitos cones de cinza, fluxos de lava, pequenos vulcões, abóbadas de lava e maars.
O vulcanismo é um aspeto comum na paisagem mexicana. O Paricutín é meramente o mais novo dos mais de 1.400 respiradouros vulcânicos que existem na cadeia vulcânica Trans-Mexicana, que se estende pela região que inclui Michoacán e Guanajuato. Este vulcão é original pelo facto de que a sua formação foi testemunhada desde o início. Surpreendentemente, nenhuma morte foi causada pela erupção, embora três pessoas tenham morrido em consequência de relâmpagos associados à erupção.
      

quarta-feira, fevereiro 01, 2023

Hoje é dia de recordar uma erupção nos Açores...!

(imagem daqui)
  
Santa Luzia é uma freguesia portuguesa do concelho de São Roque do Pico, com 30,69 km² de área e 422 habitantes (2011). A sua densidade populacional é 13,8 hab/km². Localiza-se a uma latitude 38.55 (38°33') Norte e a uma longitude 28.4 (28°24') Oeste, estando a uma altitude de 118 metros.
Esta localidade foi em 1617 elevada à categoria de freguesia, sob a invocação de Santa Luzia, tendo-se na altura construído uma ermida que durante 101 anos, até 1718, guardou a imagem da referida santa.
No dia de 1 de fevereiro de 1718 iniciou-se uma crise sísmica e eruptiva que destruiu praticamente tudo o que era construção humana e cobriu a terra com uma espessa camada de lava que se estendeu em grande largura e por uma extensão de nove quilómetros até ao mar, destruindo o templo então ali existente, datado de 1617 e dedicado à evocação da referida Santa Luzia. 
     

    

Lava encordoada na Paisagem Protegida de Interesse Regional da Cultura da Vinha da ilha do Pico, lajido de Santa Luzia

   

Os Mistérios de Santa Luzia são uma localidade da Freguesia de Santa Luzia, Concelho de São Roque do Pico, ilha do Pico, arquipélago dos Açores.

Na origem desta local estiveram duas erupções vulcânicas, uma ocorrida no século XVI e uma outra nos princípios do século XVIII, mais precisamente em 1718. Esta última erupção teve grande violência, tendo procedido à expulsão de grandes quantidades de lava, cujas escoadas de lava, em alguns casos, chegaram a percorrer distâncias de nove quilómetros até atingirem o mar entre o Porto do Cachorro e o Lajido.

Estes campos de lava negra, tem sido ao longo dos séculos locais de cultivo de vinha, de cujos vinhos de elevadas qualidades se destaca o Verdelho

 


in Wikipédia

domingo, novembro 13, 2022

Hoje é dia de recordar o início da agonia de Omayra Sánchez...

O vulcão Nevado del Ruiz matou 23 mil pessoas em Armero há trinta e sete anos...

Lahars que cobrem a cidade de Armero
   
A Tragédia de Armero foi uma das maiores consequências da erupção do estratovulcão Nevado del Ruiz, em Tolima, Colômbia, a 13 de novembro de 1985. Depois de 69 anos de repouso, a erupção do vulcão apanhou as cidades próximas desprevenidas, mesmo tendo o governo recebido advertências de diversos Observatórios Vulcanológicos para evacuar a área, quando a atividade vulcânica foi detectada, em setembro de 1985.
   
Quando o fluxo piroclástico irrompeu da cratera vulcânica, derretendo os glaciares da montanha e enviando quatro enormes lahars (deslizamentos de terra vulcânica) montanha abaixo, a uma velocidade de 60 km/h. Os lahars aumentaram a sua velocidade nos barrancos, dirigindo-se para os seis principais rios na base do vulcão, envolvendo a cidade de Armero e matando mais de 20.000 pessoas, de um total de 29.000 habitantes. As perdas noutras cidades, em particular Chinchiná, trouxeram o número total de mortos para cerca de 23 mil. Filmagens e fotografias de Omayra Sánchez, uma jovem vítima da tragédia foram publicadas ao redor do mundo. Outras fotografias dos lahars e do impacto do desastre chamaram a atenção mundial, abrindo uma controvérsia sobre o grau de responsabilidade do governo colombiano pelo desastre. Um cartaz no funeral em massa, em Ibagué, dizia; O vulcão não matou 22.000 pessoas. Foi o governo que as matou.
Os esforços de socorro foram dificultados pela composição da lama, o que tornava quase impossível andar pela região sem ficar preso. quando os socorristas chegaram a Armero cerca de 12 horas depois da erupção, muitas das vítimas com ferimentos graves já estavam mortas. Os trabalhadores ficaram horrorizados com a paisagem de árvores caídas, corpos humanos desfigurados e pilhas de escombros de casas inteiras. Essa foi o segundo maior desastre vulcânico do século XX, atrás apenas da erupção do Monte Pelée, em 1902, o quarto evento vulcânico desde o século XVI em número de mortos. O evento foi uma catástrofe previsível, agravada pelo desconhecimento da população da história destrutiva do vulcão. Geólogos e outros especialistas tinham alertado as autoridades e meios de comunicação sobre o perigo ao longo das semanas e dias que antecederam a erupção e mapas de risco foram preparados para a zona, porém foram mal distribuídos. No dia da erupção, foram feitas várias tentativas de evacuação, mas uma forte tempestade restringiu as comunicações. Diversas vítimas ficaram em suas casas, como haviam sido instruídas, acreditando que a erupção tinha terminado. O barulho da tempestade pode ter impedido muitos de ouvir os sons do vulcão até que fosse tarde demais.
   
Armero, após a tragédia
 
O Nevado del Ruiz entrou em erupção diversas vezes desde o desastre e continua a ameaçar 500.000 pessoas que vivem próximas, em Combeima, Chinchina, Coello-Toche e nos vales do rio Guali. Um lahar (ou um conjunto de lahars) similares em tamanho aos do evento de 1985 poderiam atingir  até 100 km do vulcão e podem ser espoletados por uma erupção menor. Para conter essa ameaça, o governo colombiano estabeleceu um escritório especializado na monitorização das ameaças naturais. O Serviço Geológico dos Estados Unidos também criaram o Programa de Assistência aos Desastres de Vulcão e a Equipa de Assistência a Crises Vulcânicas evacuou cerca de 75.000 pessoas da área em redor do Monte Pinatubo antes da erupção de 1991. Em 1988, três anos após a erupção, o Dr. Stanley Williams da Universidade do Estado da Luisiana declarou que, "Com a possível exceção do Monte Santa Helena no estado de Washington, nenhum outro vulcão no Hemisfério Ocidental é vigiado de forma tão elaborada como o Nevado del Ruiz". Diversas das cidades colombianas possuem programas de monitorização de catástrofes naturais, desenvolvendo planos para salvar vidas em situações extremas. Próximo do Nevado del Ruiz em particular, os habitantes locais tornaram-se cautelosos com a atividade vulcânica: quando o vulcão entrou em erupção em 1989, mais de 2.300 pessoas que viviam ao redor foram evacuadas.
   
Nevado del Ruiz visto do espaço - a calota de gelo do cume e glaciares cercam a escura cratera Arenas
   
 
As zonas mais afetadas pela erupção do Nevado del Ruiz

Armero é o nome de uma antiga cidade da Colômbia, no departamento de Tolima, sepultada devido à erupção do vulcão Nevado del Ruiz, nos Andes, que deu origem a um lahar que transportou lama e rochas que, nalguns locais, chegou a formar uma camada com 104 metros de espessura. Isto sucedeu na manhã do dia 13 de novembro de 1985.
Provocou a morte da quase totalidade da população e os poucos sobreviventes fugiram antes do acidente, vivendo hoje em cidades próximas. O resto, cerca de 23.000 pessoas, jaz debaixo das ruínas, tal como sucedeu em Pompeia e Herculano. O mais triste é que a população da cidade podia ter sido avisada, na noite anterior, do perigo, mas o presidente da câmara, não querendo assustar as pessoas, não o fez e deu-se a tragédia.
   

Omaira Sanchez
Esta adolescente da cidade de Armero, de 13 anos, que caiu no meio das lamas e nos escombros, agonizou durante 60 horas e morreu vítima de gangrena gasosa, converteu-se no símbolo mundial de uma das piores tragédias ocasionada por um vulcão no século XX; durante o tempo que sobreviveu falou com jornalistas e enviou, constantemente, uma mensagem de fé e esperança. As suas fotos e filmes correram o mundo inteiro.
 

segunda-feira, outubro 10, 2022

Uma forte erupção provocou a evacuação da ilha mais remota do mundo há 61 anos


Em agosto e setembro de 1961 a ilha de Tristão da Cunha teve a única erupção histórica desde que a ilha começou a ser habitada, no século XIX.

Assim, em 10 de outubro de 1961 os seus habitantes decidiram abandonar a sua ilha (mais exactamente a sua única localidade, Edimburgo dos Sete Mares, assim chamada em homenagem ao Duque de Edimburgo, o príncipe Alfredo, segundo filho da Rainha Victoria, que visou a ilha em 1867), partindo nos barcos pesqueiros até serem recolhido por um barco que ia buscar alunos para o Reino Unido e que acabou por levar os cerca de 300 habitantes para a Cidade do Cabo (e daqui foram levados para o Reino Unido).

Depois da erupção terminar, em 1962, o governo do Reino Unido não queria que eles regressassem, mas os insulares resolveram voltar e recomeçar a sua vida na ilha, após votação democrática, em 1963.

Hoje tem uma população de cerca de 251 cidadãos britânicos, orgulhosos de viveram na ilha mais inacessível da Terra (nisto rivalizam com Pitcairn, pois não têm aeroporto e/ou televisão - e a ilha ou cidade mais próximas são a ilha de Santa Helena, 2.420 km a norte, e estão a 2.800 km da Cidade do Cabo, a leste).

Vivem agora na única ilha habitada do arquipélago cerca de oitenta famílias, que se dedicam à pesca, agricultura e venda dos selos da ilha, num estilo de vida único...