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sábado, março 02, 2024

Oparine nasceu há cento e trinta anos...

    
Aleksandr Ivanovich Oparine
(Uglitch, 2 de março de 1894 - Moscovo, 21 de abril de 1980) foi um biólogo e bioquímico russo, considerado uma das maiores autoridades sobre a teoria da origem da vida.
 
(...)
  
Oparine formou-se na Universidade de Moscovo em 1917. Em 1924 publicou a mais moderna e aceita teoria para explicar o aparecimento da vida na Terra, a partir da evolução química gradual de moléculas baseadas em carbono numa "sopa primordial". Em 1935, fundou o Instituto Bioquímico RAS. Em 1946, foi admitido na Academia Soviética das Ciências. Em 1970, foi eleito presidente da "Sociedade Internacional para o Estudo da Origem da Vida". Faleceu aos 86 anos, em 21 de abril de 1980, e foi sepultado no Cemitério Novodevichy em Moscovo.

(...)

A sua teoria tem um forte substrato darwiniano: através de competição e seleção natural, determinadas formas de organização molecular tornaram-se dominantes e caracterizam as moléculas vivas de hoje. Segundo ele, não existe diferença fundamental entre os organismos vivos e matéria sem vida. Em princípio havia soluções simples de substâncias orgânicas, cujo comportamento era governado pelas propriedades de seus átomos e pelo arranjo destes átomos em uma estrutura molecular. Gradualmente, entretanto, como resultado do crescimento em complexidade, novas propriedades surgiram em consequência do arranjo espacial e relacionamento mútuo das moléculas. Portanto, a complexa combinação de propriedades que caracteriza a vida surgiu a partir do processo de evolução da matéria.
Levando em conta a então recente descoberta de metano na atmosfera de Júpiter e outros planetas gigantes, Oparine postulou que a Terra primitiva também possuía uma atmosfera fortemente redutora, contendo metano, amónia, hidrogénio e água. Em sua opinião, esses foram os elementos essenciais para a evolução da vida.
Nessa época a Terra estava passando por um processo de resfriamento, que permitiu o acumulação de água nas depressões da sua crosta, formando os mares primitivos. As tempestades com raios eram frequentes e ainda não havia na atmosfera o escudo de ozono contra radiações. As descargas elétricas e as radiações que atingiam nosso planeta teriam fornecido energia para que algumas moléculas presentes na atmosfera se unissem, dando origem a moléculas maiores e mais complexas: as primeiras moléculas orgânicas. Estas eram arrastadas pelas águas das chuvas e passavam a se acumular nos mares primitivos, que eram quentes e rasos.
O processo, repetindo-se ao longo de vários anos, teria transformado os mares primitivos em "sopas primitivas", ricas em matéria orgânica. Baseado no trabalho de Bungenberg de Jong em coacervados, certas moléculas orgânicas (especialmente as proteínas) podem espontaneamente formar agregados e camadas, quando estão na água. Oparine sugeriu que diferentes tipos de coacervados podem ter se formado nas "sopas primitivas" dos oceanos. Esses coacervados não eram seres vivos, mas sim uma primitiva organização das substâncias orgânicas, principalmente proteínas, em um sistema isolado. Apesar de isolados os coacervados podiam trocar substâncias com o meio externo, sendo que em seu interior houve possibilidade de ocorrerem inúmeras reações químicas. Subsequentemente, sujeitos ao processo de seleção natural, esses coarcervados cresceram em complexidade, levando eventualmente à vida.
Oparine algumas vezes chamado de "Darwin do século XX" não pôde demonstrar a sua teoria, mas aquele trabalho foi concluído por Stanley L. Miller em 1953, demonstrando que antes da vida houve uma pré-vida. A sua experiência demonstrou que a teoria de Oparine sobre os organismos, que criaram a molécula e depois as células, estava certa.
   

sexta-feira, dezembro 01, 2023

J. B. S. Haldane morreu há 59 anos

 
John Burdon Sanderson Haldane (Oxford, 5 de novembro de 1892 - Bhubaneswar, Orissa, Índia, 1 de dezembro de 1964), que normalmente usava "J.B.S." como nome, foi um pensador marxista, geneticista e biólogo britânico.

Haldane foi um dos fundadores, juntamente com Ronald Fisher e Sewall Wright, da genética populacional. Ajudou a desenvolver as tabelas de mergulho usadas pela Marinha Inglesa e Americana durante a II Guerra Mundial, que serviram de base para as tabelas usadas até hoje por todos os mergulhadores. Emigrou em 1957 para a Índia, obtendo a cidadania indiana. Haldane também lançou a ideia, aceite até hoje sobre a origem da vida, similar à teoria de Oparine. Além disso, no seu tratado intitulado "Enzimas" sugeriu que as interações fracas que se estabelecem entre a enzima e o seu substrato poderiam ser usadas para distorcer a molécula do substrato e catalisar a reação. Esse conhecimento representa o cerne da compreensão atual da catálise enzimática

 

sexta-feira, abril 21, 2023

Oparin morreu há quarenta e três anos

   

Aleksandr Ivanovich Oparin (Uglitch, 2 de março, ou 18 de fevereiro, no calendário juliano, de 1894 - Moscovo, 21 de abril de 1980) foi um biólogo e bioquímico russo considerado um dos precursores dos estudos sobre a origem da vida.

   

Vida
Oparin formou-se na Universidade de Moscovo em 1917. Em 1924 publicou um opúsculo com a primeira versão de sua teoria para explicar o surgimento da vida na Terra, a partir da evolução química gradual de moléculas baseadas em carbono. A segunda versão, de 1938, alcançaria sucesso internacional, que resultou na conhecida versão em inglês, de 1953. Em 1946, foi admitido na Academia Soviética das Ciências. Em 1970, foi eleito presidente da "Sociedade Internacional para o Estudo da Origem da Vida". Faleceu aos 86 anos, em 21 de abril de 1980, e foi sepultado no Cemitério Novodevichy, em Moscovo.
   
Teoria
A sua teoria tem uma forte base darwiniana: através de competição e seleção natural, determinadas formas de organização molecular tornaram-se dominantes e caracterizam as moléculas vivas de hoje. Segundo ele, não existe diferença fundamental entre os organismos vivos e matéria sem vida. Em princípio havia soluções simples de substâncias orgânicas, cujo comportamento era governado pelas propriedades dos seus átomos e pelo arranjo destes átomos numa estrutura molecular. Gradualmente, entretanto, como resultado do crescimento em complexidade, novas propriedades surgiram em consequência do arranjo espacial e relacionamento mútuo das moléculas. Portanto, a complexa combinação de propriedades que caracteriza a vida surgiu a partir do processo de evolução da matéria.
Levando em conta a então recente descoberta de metano na atmosfera de Júpiter e outros planetas gigantes, Oparin postulou que a Terra primitiva também possuía uma atmosfera fortemente redutora, contendo metano, amónia, hidrogénio e água. Na sua opinião, esses foram os elementos essenciais para a evolução da vida.
Nessa época a Terra estava passando por um processo de arrefecimento, que permitiu a acumulação de água nas depressões da sua crosta, formando os mares primitivos. As tempestades com raios eram frequentes e ainda não havia na atmosfera o escudo de ozono contra radiações. As descargas elétricas e as radiações que atingiam nosso planeta teriam fornecido energia para que algumas moléculas presentes na atmosfera se unissem, dando origem a moléculas maiores e mais complexas: as primeiras moléculas orgânicas. Estas eram arrastadas pelas águas das chuvas e passavam a se acumular nos mares primitivos, que eram quentes e rasos.
O processo, repetindo-se ao longo de vários anos, teria transformado os mares primitivos numa "sopa primitiva", rica em matéria orgânica. Baseado no trabalho de Bungenberg de Jong sobre coacervados, certas moléculas orgânicas (especialmente as proteínas) podem espontaneamente formar agregados e camadas, quando estão na água. Oparin sugeriu que diferentes tipos de coacervados podem ter-se formado na "sopa primitiva" dos oceanos. Esses coacervados não eram seres vivos, mas sim uma primitiva organização das substâncias orgânicas, principalmente proteínas, em um sistema isolado. Apesar de isolados os coacervados podiam trocar substâncias com o meio externo, sendo que em seu interior houve possibilidade de ocorrerem inúmeras reações químicas. Subsequentemente, sujeitos ao processo de seleção natural, esses coarcervados cresceram em complexidade, adquirindo por fim características de organismos vivos.
    
Repercussões
Oparin teve a sua carreira marcada pela íntima colaboração com a ideologia comunista e com o estado soviético. As suas ideias coadunavam-se com o materialismo dialético e eram promovidas no país e no exterior, enquanto Oparin era mitificado como "Darwin do século XX". É notória a sua associação com Trophim Lysenko e Olga Lepeshinsakya, pseudocientistas que dominaram o establishment científico soviético no período estalinista.
Um aspeto da sua hipótese, a ideia da atmosfera redutora, interessou muito ao químico dos Estados Unidos Harold Urey. Urey, que se notabilizara pela descoberta do deutério, encarregou o seu aluno Stanley Miller de investigar experimentalmente as proposições de Oparin. A experiência realizado demonstrou que as condições atmosféricas imaginadas por Oparin permitiriam a síntese abiótica de alguns aminoácidos, facto que teve ampla repercussão na imprensa internacional.
Embora as conceções de Oparin sobre a atmosfera primitiva tenham perdido o apoio quase unânime de que desfrutavam, alguns pesquisadores, como Freeman Dyson e Doron Lancet, químico do Instituto Weizmann da Ciência de Israel, têm investigado mais recentemente a formação de coacervados, outro aspeto original das ideias de Oparin.
       

quinta-feira, março 02, 2023

Oparine nasceu há 129 anos

    
Aleksandr Ivanovich Oparine
(Uglitch, 2 de março de 1894 - Moscovo, 21 de abril de 1980) foi um biólogo e bioquímico russo considerado uma das maiores autoridades sobre a teoria da origem da vida.
 
(...)
  
Oparine formou-se na Universidade de Moscovo em 1917. Em 1924 publicou a mais moderna e aceita teoria para explicar o aparecimento da vida na Terra, a partir da evolução química gradual de moléculas baseadas em carbono numa "sopa primordial". Em 1935, fundou o Instituto Bioquímico RAS. Em 1946, foi admitido na Academia Soviética das Ciências. Em 1970, foi eleito presidente da "Sociedade Internacional para o Estudo da Origem da Vida". Faleceu aos 86 anos, em 21 de abril de 1980, e foi sepultado no Cemitério Novodevichy em Moscovo.

(...)

A sua teoria tem um forte substrato darwiniano: através de competição e seleção natural, determinadas formas de organização molecular tornaram-se dominantes e caracterizam as moléculas vivas de hoje. Segundo ele, não existe diferença fundamental entre os organismos vivos e matéria sem vida. Em princípio havia soluções simples de substâncias orgânicas, cujo comportamento era governado pelas propriedades de seus átomos e pelo arranjo destes átomos em uma estrutura molecular. Gradualmente, entretanto, como resultado do crescimento em complexidade, novas propriedades surgiram em consequência do arranjo espacial e relacionamento mútuo das moléculas. Portanto, a complexa combinação de propriedades que caracteriza a vida surgiu a partir do processo de evolução da matéria.
Levando em conta a então recente descoberta de metano na atmosfera de Júpiter e outros planetas gigantes, Oparine postulou que a Terra primitiva também possuía uma atmosfera fortemente redutora, contendo metano, amónia, hidrogénio e água. Em sua opinião, esses foram os elementos essenciais para a evolução da vida.
Nessa época a Terra estava passando por um processo de resfriamento, que permitiu o acumulação de água nas depressões da sua crosta, formando os mares primitivos. As tempestades com raios eram frequentes e ainda não havia na atmosfera o escudo de ozono contra radiações. As descargas elétricas e as radiações que atingiam nosso planeta teriam fornecido energia para que algumas moléculas presentes na atmosfera se unissem, dando origem a moléculas maiores e mais complexas: as primeiras moléculas orgânicas. Estas eram arrastadas pelas águas das chuvas e passavam a se acumular nos mares primitivos, que eram quentes e rasos.
O processo, repetindo-se ao longo de vários anos, teria transformado os mares primitivos em "sopas primitivas", ricas em matéria orgânica. Baseado no trabalho de Bungenberg de Jong em coacervados, certas moléculas orgânicas (especialmente as proteínas) podem espontaneamente formar agregados e camadas, quando estão na água. Oparine sugeriu que diferentes tipos de coacervados podem ter se formado nas "sopas primitivas" dos oceanos. Esses coacervados não eram seres vivos, mas sim uma primitiva organização das substâncias orgânicas, principalmente proteínas, em um sistema isolado. Apesar de isolados os coacervados podiam trocar substâncias com o meio externo, sendo que em seu interior houve possibilidade de ocorrerem inúmeras reações químicas. Subsequentemente, sujeitos ao processo de seleção natural, esses coarcervados cresceram em complexidade, levando eventualmente à vida.
Oparine algumas vezes chamado de "Darwin do século XX" não pôde demonstrar a sua teoria, mas aquele trabalho foi concluído por Stanley L. Miller em 1953, demonstrando que antes da vida houve uma pré-vida. A sua experiência demonstrou que a teoria de Oparine sobre os organismos, que criaram a molécula e depois as células, estava certa.
   

quinta-feira, dezembro 01, 2022

J. B. S. Haldane faleceu há 58 anos

 
John Burdon Sanderson Haldane (Oxford, 5 de novembro de 1892 - Bhubaneswar, Orissa, Índia, 1 de dezembro de 1964), que normalmente usava "J.B.S." como nome, foi um pensador marxista, geneticista e biólogo britânico.

Haldane foi um dos fundadores, juntamente com Ronald Fisher e Sewall Wright, da genética populacional. Ajudou a desenvolver as tabelas de mergulho usadas pela Marinha Inglesa e Americana durante a II Guerra Mundial, que serviram de base para as tabelas usadas até hoje por todos os mergulhadores. Emigrou em 1957 para a Índia, obtendo a cidadania indiana. Haldane também lançou a ideia, aceite até hoje sobre a origem da vida, similar à teoria de Oparine. Além disso, no seu tratado intitulado "Enzimas" sugeriu que as interações fracas que se estabelecem entre a enzima e o seu substrato poderiam ser usadas para distorcer a molécula do substrato e catalisar a reação. Esse conhecimento representa o cerne da compreensão atual da catálise enzimática

 

quinta-feira, abril 21, 2022

Oparin morreu há quarenta e dois anos

  

Aleksandr Ivanovich Oparin (Uglitch, 2 de março, ou 18 de fevereiro, no calendário juliano, de 1894 - Moscovo, 21 de abril de 1980) foi um biólogo e bioquímico russo considerado um dos precursores dos estudos sobre a origem da vida.

   

Vida
Oparin formou-se na Universidade de Moscovo em 1917. Em 1924 publicou um opúsculo com a primeira versão de sua teoria para explicar o surgimento da vida na Terra, a partir da evolução química gradual de moléculas baseadas em carbono. A segunda versão, de 1938, alcançaria sucesso internacional, que resultou na conhecida versão em inglês, de 1953. Em 1946, foi admitido na Academia Soviética das Ciências. Em 1970, foi eleito presidente da "Sociedade Internacional para o Estudo da Origem da Vida". Faleceu aos 86 anos, em 21 de abril de 1980, e foi sepultado no Cemitério Novodevichy, em Moscovo.
   
Teoria
A sua teoria tem uma forte base darwiniana: através de competição e seleção natural, determinadas formas de organização molecular tornaram-se dominantes e caracterizam as moléculas vivas de hoje. Segundo ele, não existe diferença fundamental entre os organismos vivos e matéria sem vida. Em princípio havia soluções simples de substâncias orgânicas, cujo comportamento era governado pelas propriedades dos seus átomos e pelo arranjo destes átomos numa estrutura molecular. Gradualmente, entretanto, como resultado do crescimento em complexidade, novas propriedades surgiram em consequência do arranjo espacial e relacionamento mútuo das moléculas. Portanto, a complexa combinação de propriedades que caracteriza a vida surgiu a partir do processo de evolução da matéria.
Levando em conta a então recente descoberta de metano na atmosfera de Júpiter e outros planetas gigantes, Oparin postulou que a Terra primitiva também possuía uma atmosfera fortemente redutora, contendo metano, amónia, hidrogénio e água. Na sua opinião, esses foram os elementos essenciais para a evolução da vida.
Nessa época a Terra estava passando por um processo de arrefecimento, que permitiu a acumulação de água nas depressões da sua crosta, formando os mares primitivos. As tempestades com raios eram frequentes e ainda não havia na atmosfera o escudo de ozono contra radiações. As descargas elétricas e as radiações que atingiam nosso planeta teriam fornecido energia para que algumas moléculas presentes na atmosfera se unissem, dando origem a moléculas maiores e mais complexas: as primeiras moléculas orgânicas. Estas eram arrastadas pelas águas das chuvas e passavam a se acumular nos mares primitivos, que eram quentes e rasos.
O processo, repetindo-se ao longo de vários anos, teria transformado os mares primitivos numa "sopa primitiva", rica em matéria orgânica. Baseado no trabalho de Bungenberg de Jong sobre coacervados, certas moléculas orgânicas (especialmente as proteínas) podem espontaneamente formar agregados e camadas, quando estão na água. Oparin sugeriu que diferentes tipos de coacervados podem ter-se formado na "sopa primitiva" dos oceanos. Esses coacervados não eram seres vivos, mas sim uma primitiva organização das substâncias orgânicas, principalmente proteínas, em um sistema isolado. Apesar de isolados os coacervados podiam trocar substâncias com o meio externo, sendo que em seu interior houve possibilidade de ocorrerem inúmeras reações químicas. Subsequentemente, sujeitos ao processo de seleção natural, esses coarcervados cresceram em complexidade, adquirindo por fim características de organismos vivos.
    
Repercussões
Oparin teve a sua carreira marcada pela íntima colaboração com a ideologia comunista e com o estado soviético. As suas ideias coadunavam-se com o materialismo dialético e eram promovidas no país e no exterior, enquanto Oparin era mitificado como "Darwin do século XX". É notória a sua associação com Trophim Lysenko e Olga Lepeshinsakya, pseudocientistas que dominaram o establishment científico soviético no período estalinista.
Um aspeto da sua hipótese, a ideia da atmosfera redutora, interessou muito ao químico dos Estados Unidos Harold Urey. Urey, que se notabilizara pela descoberta do deutério, encarregou o seu aluno Stanley Miller de investigar experimentalmente as proposições de Oparin. A experiência realizado demonstrou que as condições atmosféricas imaginadas por Oparin permitiriam a síntese abiótica de alguns aminoácidos, facto que teve ampla repercussão na imprensa internacional.
Embora as conceções de Oparin sobre a atmosfera primitiva tenham perdido o apoio quase unânime de que desfrutavam, alguns pesquisadores, como Freeman Dyson e Doron Lancet, químico do Instituto Weizmann da Ciência de Israel, têm investigado mais recentemente a formação de coacervados, outro aspeto original das ideias de Oparin.
       

quarta-feira, março 02, 2022

Oparine nasceu há 128 anos

    
Aleksandr Ivanovich Oparine
(Uglitch, 2 de março de 1894 - Moscovo, 21 de abril de 1980) foi um biólogo e bioquímico russo considerado uma das maiores autoridades sobre a teoria da origem da vida.
 
(...)
  
Oparine formou-se na Universidade de Moscovo em 1917. Em 1924 publicou a mais moderna e aceita teoria para explicar o aparecimento da vida na Terra, a partir da evolução química gradual de moléculas baseadas em carbono numa "sopa primordial". Em 1935, fundou o Instituto Bioquímico RAS. Em 1946, foi admitido na Academia Soviética das Ciências. Em 1970, foi eleito presidente da "Sociedade Internacional para o Estudo da Origem da Vida". Faleceu aos 86 anos, em 21 de abril de 1980, e foi sepultado no Cemitério Novodevichy em Moscovo.

(...)

A sua teoria tem um forte substrato darwiniano: através de competição e seleção natural, determinadas formas de organização molecular tornaram-se dominantes e caracterizam as moléculas vivas de hoje. Segundo ele, não existe diferença fundamental entre os organismos vivos e matéria sem vida. Em princípio havia soluções simples de substâncias orgânicas, cujo comportamento era governado pelas propriedades de seus átomos e pelo arranjo destes átomos em uma estrutura molecular. Gradualmente, entretanto, como resultado do crescimento em complexidade, novas propriedades surgiram em consequência do arranjo espacial e relacionamento mútuo das moléculas. Portanto, a complexa combinação de propriedades que caracteriza a vida surgiu a partir do processo de evolução da matéria.
Levando em conta a então recente descoberta de metano na atmosfera de Júpiter e outros planetas gigantes, Oparine postulou que a Terra primitiva também possuía uma atmosfera fortemente redutora, contendo metano, amónia, hidrogénio e água. Em sua opinião, esses foram os elementos essenciais para a evolução da vida.
Nessa época a Terra estava passando por um processo de resfriamento, que permitiu o acumulação de água nas depressões da sua crosta, formando os mares primitivos. As tempestades com raios eram frequentes e ainda não havia na atmosfera o escudo de ozono contra radiações. As descargas elétricas e as radiações que atingiam nosso planeta teriam fornecido energia para que algumas moléculas presentes na atmosfera se unissem, dando origem a moléculas maiores e mais complexas: as primeiras moléculas orgânicas. Estas eram arrastadas pelas águas das chuvas e passavam a se acumular nos mares primitivos, que eram quentes e rasos.
O processo, repetindo-se ao longo de vários anos, teria transformado os mares primitivos em "sopas primitivas", ricas em matéria orgânica. Baseado no trabalho de Bungenberg de Jong em coacervados, certas moléculas orgânicas (especialmente as proteínas) podem espontaneamente formar agregados e camadas, quando estão na água. Oparine sugeriu que diferentes tipos de coacervados podem ter se formado nas "sopas primitivas" dos oceanos. Esses coacervados não eram seres vivos, mas sim uma primitiva organização das substâncias orgânicas, principalmente proteínas, em um sistema isolado. Apesar de isolados os coacervados podiam trocar substâncias com o meio externo, sendo que em seu interior houve possibilidade de ocorrerem inúmeras reações químicas. Subsequentemente, sujeitos ao processo de seleção natural, esses coarcervados cresceram em complexidade, levando eventualmente à vida.
Oparine algumas vezes chamado de "Darwin do século XX" não pôde demonstrar a sua teoria, mas aquele trabalho foi concluído por Stanley L. Miller em 1953, demonstrando que antes da vida houve uma pré-vida. A sua experiência demonstrou que a teoria de Oparine sobre os organismos, que criaram a molécula e depois as células, estava certa.
   

quarta-feira, dezembro 01, 2021

J. B. S. Haldane nasceu há 127 anos


John Burdon Sanderson Haldane (Oxford, 5 de novembro de 1892Bhubaneswar, Orissa, Índia, 1 de dezembro de 1964), que normalmente usava "J.B.S." como nome, foi um pensador marxista, geneticista e biólogo britânico.

Haldane foi um dos fundadores, juntamente com Ronald Fisher e Sewall Wright, da genética populacional. Ajudou a desenvolver as tabelas de mergulho usadas pela Marinha Inglesa e Americana durante a II Guerra Mundial, que serviram de base para as tabelas usadas até hoje por todos os mergulhadores. Emigrou em 1957 para a Índia, obtendo a cidadania indiana. Haldane também lançou a ideia, aceite até hoje sobre a origem da vida, similar à teoria de Oparine. Além disso, no seu tratado intitulado "Enzimas" sugeriu que as interações fracas que se estabelecem entre a enzima e o seu substrato poderiam ser usadas para distorcer a molécula do substrato e catalisar a reação. Esse conhecimento representa o cerne da compreensão atual da catálise enzimática

 

terça-feira, março 02, 2021

Oparine nasceu há 127 anos

  
Aleksandr Ivanovich Oparin
(Uglitch, 2 de março de 1894 - Moscovo, 21 de abril de 1980) foi um biólogo e bioquímico russo considerado uma das maiores autoridades sobre a teoria da origem da vida.
 
(...)
  
Oparin se formou na Universidade de Moscovo em 1917. Em 1924 publicou a mais moderna e aceita teoria para explicar o aparecimento da vida na Terra, a partir da evolução química gradual de moléculas baseadas em carbono numa "sopa primordial". Em 1935, fundou o Instituto Bioquímico RAS. Em 1946, foi admitido na Academia Soviética das Ciências. Em 1970, foi eleito presidente da "Sociedade Internacional para o Estudo da Origem da Vida". Faleceu aos 86 anos, em 21 de abril de 1980, e foi sepultado no Cemitério Novodevichy em Moscovo.

(...)

A sua teoria tem um forte substrato darwiniano: através de competição e seleção natural, determinadas formas de organização molecular tornaram-se dominantes e caracterizam as moléculas vivas de hoje. Segundo ele, não existe diferença fundamental entre os organismos vivos e matéria sem vida. Em princípio havia soluções simples de substâncias orgânicas, cujo comportamento era governado pelas propriedades de seus átomos e pelo arranjo destes átomos em uma estrutura molecular. Gradualmente, entretanto, como resultado do crescimento em complexidade, novas propriedades surgiram em consequência do arranjo espacial e relacionamento mútuo das moléculas. Portanto, a complexa combinação de propriedades que caracteriza a vida surgiu a partir do processo de evolução da matéria.
Levando em conta a então recente descoberta de metano na atmosfera de Júpiter e outros planetas gigantes, Oparine postulou que a Terra primitiva também possuía uma atmosfera fortemente redutora, contendo metano, amónia, hidrogénio e água. Em sua opinião, esses foram os elementos essenciais para a evolução da vida.
Nessa época a Terra estava passando por um processo de resfriamento, que permitiu o acumulação de água nas depressões da sua crosta, formando os mares primitivos. As tempestades com raios eram frequentes e ainda não havia na atmosfera o escudo de ozono contra radiações. As descargas elétricas e as radiações que atingiam nosso planeta teriam fornecido energia para que algumas moléculas presentes na atmosfera se unissem, dando origem a moléculas maiores e mais complexas: as primeiras moléculas orgânicas. Estas eram arrastadas pelas águas das chuvas e passavam a se acumular nos mares primitivos, que eram quentes e rasos.
O processo, repetindo-se ao longo de vários anos, teria transformado os mares primitivos em "sopas primitivas", ricas em matéria orgânica. Baseado no trabalho de Bungenberg de Jong em coacervados, certas moléculas orgânicas (especialmente as proteínas) podem espontaneamente formar agregados e camadas, quando estão na água. Oparine sugeriu que diferentes tipos de coacervados podem ter se formado nas "sopas primitivas" dos oceanos. Esses coacervados não eram seres vivos, mas sim uma primitiva organização das substâncias orgânicas, principalmente proteínas, em um sistema isolado. Apesar de isolados os coacervados podiam trocar substâncias com o meio externo, sendo que em seu interior houve possibilidade de ocorrerem inúmeras reacções químicas. Subsequentemente, sujeitos ao processo de selecção natural, esses coarcervados cresceram em complexidade, levando eventualmente à vida.
Oparine algumas vezes chamado de "Darwin do século XX" não pôde demonstrar a sua teoria, mas aquele trabalho foi concluído por Stanley L. Miller em 1953, demonstrando que antes da vida houve uma pré-vida. A sua experiência demonstrou que a teoria de Oparine sobre os organismos, que criaram a molécula e depois as células, estava certa.

terça-feira, dezembro 01, 2020

J. B. S. Haldane nasceu há 128 anos


John Burdon Sanderson Haldane (Oxford, 5 de novembro de 1892Bhubaneswar, Orissa, Índia, 1 de dezembro de 1964), que normalmente usava "J.B.S." como nome, foi um pensador marxista, geneticista e biólogo britânico.

Haldane foi um dos fundadores, juntamente com Ronald Fisher e Sewall Wright, da Genética populacional. Ajudou a desenvolver as tabelas de mergulho usadas pela Marinha Inglesa e Americana durante a II Guerra Mundial, e que serviu de base para as tabelas usadas até hoje por todos os mergulhadores. Emigrou em 1957 para a Índia, obtendo a cidadania indiana. Haldane também lançou a ideia, aceite até hoje sobre a origem da vida, assim como Oparine. Além disso, no seu tratado intitulado "Enzimas" sugeriu que as interações fracas que se estabelecem entre a enzima e o seu substrato poderiam ser usadas para distorcer a molécula do substrato e catalisar a reação. Esse conhecimento representa o cerne da compreensão atual da catálise enzimática

 

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