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quarta-feira, agosto 12, 2020

Deimos, o satélite de Marte, foi descoberto há 143 anos

    
Observando o planeta Marte, identificou dois satélites naturais (luas): Deimos, em 12 de agosto de 1877, e Fobos, em 18 de agosto de 1877, usando o telescópio refrator de 26" do Observatório Nacional.
    

   
Deimos (em grego: terror), é o menor e mais afastado dos dois satélites naturais de Marte.  É, também, uma das mais pequenas luas do Sistema Solar. Deimos tem um raio médio de 6.2 km e uma velocidade de escape de 5.6 m/s (20 km/h). Além disso, a lua leva 30.3 horas para girar em torno de Marte, com uma velocidade orbital de 1.35 km/s.
Deimos demora o mesmo tempo a completar uma volta ao redor de Marte e uma volta sobre si próprio. Como consequência disso, Deimos tem sempre a mesma face voltado para Marte.
A lua foi descoberta a 12 de agosto de 1877 – juntamente com Fobos, o outro satélite de Marte, seis dias depois – por Asaph Hall e fotografado pela Viking 1 em 1977. Deimos tem um formato bastante irregular e acredita-se que se trate de um asteroide que foi perturbado de sua órbita por Júpiter e que acabou por ser capturado pela gravidade de Marte, passando a ser seu satélite.
O nome Deimos (pânico) vem de uma figura mitologia grega e é um dos três filhos de Ares (Marte na mitologia romana) e Afrodite.
  
Características principais
Por ser pequeno, Deimos não apresenta uma forma esférica, possuindo dimensões muito irregulares. É composto por rochas ricas em carbono, tal como muitos asteroides, e gelo. A sua superfície apresenta um número razoável de crateras mas, relativamente a Fobos, é muito mais lisa, consequência do preenchimento parcial das crateras com rególito (rochas decompostas). As maiores crateras deste satélite são Swift e Voltaire que medem, aproximadamente, 3 km de diâmetro.
Visto de Deimos, Marte surge no céu como um objeto 1000 vezes maior e 400 vezes mais brilhante do que a Lua cheia, como é observada da Terra.
Visto de Marte, Deimos surge como um pequeno ponto no céu, difícil de distinguir dos outros astros embora, no seu máximo brilho, possua um brilho equivalente a Vénus (tal como é visto da Terra).
    
Geologia
Apenas duas formações geológicas em Deimos receberam nomes. As crateras Swift e Voltaire receberam nomes de autores que especularam a existência de luas marcianas antes da descoberta das mesmas.
   
Exploração
A exploração de Deimos é similar à exploração de Marte e de Fobos. Entretanto, nenhuma aterragem foi realizado e nenhuma amostra analisada. O satélite foi apenas fotografado pela sonda Viking 1.
Uma missão de retorno de amostras chamada "Gulliver" foi conceptualizada. Basicamente, um quilograma de material de Deimos seria trazido para a Terra nessa missão.
   

sábado, março 14, 2020

Giovanni Schiaparelli nasceu há 185 anos

   
Giovanni Virginio Schiaparelli (Savigliano, 14 de março de 1835 - Milão, 4 de julho de 1910) foi um astrónomo italiano, que, inadvertidamente, popularizou a falsa ideia de canais artificiais na superfície de Marte. Foi o primeiro a criar um mapa daquele planeta.
Estudou na Universidade de Turim e no Observatório de Berlim. Trabalhou mais de quarenta anos no Observatório Astronómico de Brera.
Dentre as contribuições de Schiaparelli estão as suas observações telescópicas de Marte. Nas suas observações iniciais, ele nomeou os "mares" e "continentes" de Marte. Ele observou uma densa rede de estruturas lineares sobre a superfície de Marte, que ele chamava de "canali", em italiano "canais". O termo indica tanto uma construção artificial como uma configuração natural do terreno. A partir disto, diversas hipóteses sobre a vida em Marte derivados dos "canais" logo se tornaram famosas, dando origem a ondas de hipóteses, especulação e folclore sobre a possibilidade de haver vida lá. Entre os mais fervorosos apoiantes dos canais artificiais estava o célebre astrónomo americano Percival Lowell,  que passou grande parte de sua vida tentando provar a existência de vida inteligente no planeta vermelho. Mais tarde, porém, graças às observações do astrónomo italiano Vicenzo Cerulli, foi possível determinar que os famosos canais eram realmente simples ilusões ópticas.
   
  
No seu livro Vida em Marte, Schiaparelli escreve: "Ao invés de canais de verdade, uma forma familiar para nós, temos de imaginar depressões no solo que não são muito profundas, prorrogadas numa direção reta de milhares de quilómetros, mais uma largura de 100, 200 km e talvez mais. Eu já assinalei que, na ausência de chuva em Marte, estes canais são provavelmente o principal mecanismo pelo qual a água (e com ela a vida orgânica) podem se espalhar sobre a superfície seca do planeta".
  
Mapa (errado) de Marte, desenhado por Giovanni Schiaparelli
   

quarta-feira, abril 24, 2019

Notícia interessante sobre sismos em Marte

Um “burburinho” para o homem, um sismo em Marte. NASA pode ter captado primeiro martemoto


Um sismógrafo implantado em Marte, no âmbito da missão da NASA InSight, registou o que pode ser o primeiro terramoto do planeta vermelho, anunciou a agência espacial francesa CNES.
“É formidável finalmente ter um sinal de que ainda há uma actividade sísmica em Marte”, salienta o investigador do Instituto de Física da Terra de Paris, Philippe Lognonné.
“Estávamos à espera há meses pelo nosso primeiro terramoto marciano”, acrescenta o “pai” do sismógrafo francês SEIS (Seismic Experiment for Interior Structure) que captou o potencial terramoto e que foi instalado a 19 de Dezembro de 2018 no solo de Marte, graças a um braço robótico da sonda InSight que chegou ao planeta vermelho a 26 de Novembro.
O objectivo é, através do registo de terramotos, perceber melhor a história da formação de Marte.
Mas embora o primeiro tremor “marque o nascimento oficial de uma nova disciplina: a sismologia marciana“, este foi muito fraco para fornecer dados úteis sobre o interior do planeta, de acordo com o investigador principal da InSight, Bruce Banerdt, cientista da NASA.
De acordo com os cientistas, ainda é necessário confirmar se o terramoto foi registado dentro do planeta e se não foi o efeito do vento ou de outras fontes de ruído.
Três outros sinais, mas ainda mais fracos do que este que foi registado a 6 de abril, foram detectados nos últimos dois meses.
A NASA constata que embora “o evento sísmico” tenha sido “demasiado pequeno” para obter “dados sólidos sobre o interior marciano”, é ainda assim “excitante porque o seu tamanho e duração mais longa encaixam no perfil dos tremores da lua detectados na superfície lunar durante as missões Apollo”, como destaca a directora da Divisão de Ciência Planetária da agência espacial norte-americana, Lori Glaze.
“A superfície marciana é extremamente tranquila”, o que permitiu ao SEIS captar “burburinhos fracos”, explica a NASA, notando que “em contraste, a superfície da Terra treme constantemente com ruídos sísmicos criados pelos oceanos e pelo clima”. “Um evento deste tamanho no Sul da Califórnia perder-se-ia entre as dúzias de pequenos estalos que ocorrem todos os dias”, acrescenta a agência espacial.
A esperança dos cientistas é que este avanço nos dados recolhidos sobre Marte ajude a resolver alguns dos grandes mistérios do planeta, nomeadamente “o que aconteceu à sua atmosfera” e “o que aconteceu à água que se pensa que, em tempos, terá estado presente de uma forma muito abundante à superfície”, como evidencia o coordenador nacional da Sociedade Planetária, Miguel Gonçalves, em declarações à TSF.
Miguel Gonçalves atesta que se se provar a onda sísmica, “é particularmente interessante porque, tendo actividade sísmica no seu interior, tem dinamismo interior, o que quer dizer que temos de perceber quais são os mecanismos de aquecimento no seu interior” e “como é que é feita a transição de energia entre várias camadas do interior”.

sexta-feira, agosto 18, 2017

O satélite Fobos foi descoberto há 140 anos

Fobos é um dos dois satélites naturais de Marte. É o maior e mais próximo satélite natural de Marte. Com um raio médio de 11,1 km, Fobos é 7,4 vezes mais massivo que que a outra lua marciana Deimos. Fobos foi descoberto por Asaph Hall a 18 de agosto de 1877, justamente seis dias após a descoberta do seu parceiro Deimos. O seu nome vem da Grécia antiga e significa medo. Na mitologia grega, Fobos era filho de Ares (Marte na mitologia romana) e Afrodite.

sábado, agosto 12, 2017

Deimos, o satélite de Marte, foi descoberto há 140 anos

Deimos (em grego: terror), é o menor e mais afastado dos dois satélites naturais de Marte. É, também, a menor lua reconhecida do Sistema Solar. Deimos tem um raio médio de 6.2 km e uma velocidade de escape de 5.6 m/s (20 km/h). Além disso, a lua leva 30.3 horas para girar em torno de Marte com uma velocidade orbital de 1.35 km/s.
Deimos demora o mesmo tempo a completar uma volta ao redor de Marte e uma volta sobre si próprio. Como consequência disso, Deimos tem sempre a mesma face voltado para Marte.
A lua foi descoberta a 12 de agosto de 1877 – juntamente com Fobos, o outro satélite de Marte, seis dias depois – por Asaph Hall e fotografado pela Viking 1 em 1977. Deimos tem um formato bastante irregular e acredita-se que se trate de um asteroide que foi perturbado de sua órbita por Júpiter e que acabou por ser capturado pela gravidade de Marte, passando a ser seu satélite.
O nome Deimos (pânico) vem de uma figura mitologia grega e é um dos três filhos de Ares (Marte na mitologia romana) e Afrodite.

domingo, novembro 13, 2016

Percival Lowell morreu há um século

Percival Lowell (Boston, 13 de Março de 1855 - Flagstaff, 13 de Novembro de 1916) foi um matemático, autor, empresário e astrónomo amador dos Estados Unidos da América. Alimentou especulações de que existiam canais em Marte e fundou o Observatório Lowell em Flagstaff, Arizona, que deu início ao esforço que levou à descoberta de Plutão, 14 anos após a sua morte. A escolha do nome Plutão e o seu símbolo foram parcialmente influenciados pelas suas iniciais, PL.

sábado, setembro 03, 2016

A Viking 2 chegou a Marte há 40 anos

The Viking 2 mission was part of the American Viking program to Mars, and consisted of an orbiter and a lander essentially identical to that of the Viking 1 mission. The Viking 2 lander operated on the surface for 1316 days, or 1281 sols, and was turned off on April 11, 1980 when its batteries failed. The orbiter worked until July 25, 1978, returning almost 16,000 images in 706 orbits around Mars.
  
Mission profile

The craft was launched on September 9, 1975. Following launch using a Titan/Centaur launch vehicle and a 333-day cruise to Mars, the Viking 2 Orbiter began returning global images of Mars prior to orbit insertion. The orbiter was inserted into a 1500 x 33,000 km, 24.6 h Mars orbit on August 7, 1976 and trimmed to a 27.3 h site certification orbit with a periapsis of 1499 km and an inclination of 55.2 degrees on 9 August. Imaging of candidate sites was begun and the landing site was selected based on these pictures and the images returned by the Viking 1 Orbiter.
The lander separated from the orbiter on September 3, 1976 at 22:37:50 UT and landed at Utopia Planitia. Normal operations called for the structure connecting the orbiter and lander (the bioshield) to be ejected after separation, but because of problems with the separation the bioshield was left attached to the orbiter. The orbit inclination was raised to 75 degrees on 30 September 1976.

Orbiter
The orbiter primary mission ended at the beginning of solar conjunction on October 5, 1976. The extended mission commenced on 14 December 1976 after solar conjunction. On 20 December 1976 the periapsis was lowered to 778 km and the inclination raised to 80 degrees.
Operations included close approaches to Deimos in October 1977 and the periapsis was lowered to 300 km and the period changed to 24 hours on 23 October 1977. The orbiter developed a leak in its propulsion system that vented its attitude control gas. It was placed in a 302 × 33,176 km orbit and turned off on 25 July 1978 after returning almost 16,000 images in about 700–706 orbits around Mars.
  
Lander
The lander and its aeroshell separated from the orbiter on 3 September 19:39:59 UT. At the time of separation, the lander was orbiting at about 4 km/s. After separation, rockets fired to begin lander deorbit. After a few hours, at about 300 km attitude, the lander was reoriented for entry. The aeroshell with its ablative heat shield slowed the craft as it plunged through the atmosphere.
The Viking 2 Lander touched down about 200 km west of the crater Mie in Utopia Planitia.
Approximately 22 kg (49 lb) of propellants were left at landing. Due to radar misidentification of a rock or highly reflective surface, the thrusters fired an extra time 0.4 second before landing, cracking the surface and raising dust. The lander settled down with one leg on a rock, tilted at 8.2 degrees. The cameras began taking images immediately after landing.
The Viking 2 lander was powered by radioisotope generators and operated on the surface until April 11, 1980, when its batteries failed.

First color image (Viking Lander 2 Camera 2 sol 2, September 5, 1976) 14:36

in Wikipédia

sábado, março 14, 2015

Giovanni Schiaparelli nasceu há 180 anos

Giovanni Virginio Schiaparelli (Savigliano, 14 de março de 1835 - Milão, 4 de julho de 1910) foi um astrónomo italiano, que, inadvertidamente, popularizou a falsa ideia de canais artificiais na superfície de Marte. Foi o primeiro a criar um mapa daquele planeta.
Estudou na Universidade de Turim e no Observatório de Berlim. Trabalhou mais de quarenta anos no Observatório Astronómico de Brera.
Dentre as contribuições de Schiaparelli estão as suas observações telescópicas de Marte. Nas suas observações iniciais, ele nomeou os "mares" e "continentes" de Marte. Ele observou uma densa rede de estruturas lineares sobre a superfície de Marte, que ele chamava de "canali", em italiano "canais". O termo indica tanto uma construção artificial como uma configuração natural do terreno. A partir disto, diversas hipóteses sobre a vida em Marte derivados dos "canais" logo se tornaram famosas, dando origem a ondas de hipóteses, especulação e folclore sobre a possibilidade de haver vida lá. Entre os mais fervorosos apoiantes dos canais artificiais estava o célebre astrónomo americano Percival Lowell,  que passou grande parte de sua vida tentando provar a existência de vida inteligente no planeta vermelho. Mais tarde, porém, graças às observações do astrónomo italiano Vicenzo Cerulli, foi possível determinar que os famosos canais eram realmente simples ilusões ópticas.


No seu livro Vida em Marte, Schiaparelli escreve: "Ao invés de canais de verdade, uma forma familiar para nós, temos de imaginar depressões no solo que não são muito profundas, prorrogadas numa direção reta de milhares de quilómetros, mais uma largura de 100, 200 km e talvez mais. Eu já assinalei que, na ausência de chuva em Marte, estes canais são provavelmente o principal mecanismo pelo qual a água (e com ela a vida orgânica) podem se espalhar sobre a superfície seca do planeta".

Mapa (errado) de Marte, desenhado por Giovanni Schiaparelli

sábado, setembro 21, 2013

Gustav Holst nasceu há 139 anos

Holst - desenho de William Rothenstein, 1920

Gustav Theodore Holst (nascido Gustavus Theodore von Holst: Cheltenham, 21 de setembro de 1874 – Londres, 25 de maio de 1934) foi um compositor inglês, arranjador e professor. Conhecido pelo seu trabalho orquestral, a suíte The Planets, compôs várias obras de diversos géneros, embora nenhuma tivesse o mesmo sucesso. O seu estilo distinto de composição era o resultado de muitas influências, incluindo o revivalismo folk inglês do início do século XX.



quarta-feira, janeiro 09, 2013

Há uma nova classe de meteoritos com origem em Marte

Meteorito NWA 7034 de Marte é diferente de todos os outros


Tem mais água, é constituído por basalto e tem 2100 milhões de anos. A rocha marciana descrita na Science é uma representante única da geologia do planeta.
Bem-vindos os calhaus de Marte, ou pelo menos os 319,8 gramas chegados de lá - o peso do meteorito proveniente do planeta vermelho que agora foi estudado. Enquanto uma missão de ida e volta não trouxer material do quarto planeta do sistema solar, os meteoritos marcianos que caem na Terra são os melhores objectos para se conhecer as profundezas geológicas do planeta. O NWA 7034 é diferente das rochas marcianas que se observaram até agora. É um pedaço de material vulcânico com mais água do que o normal, proveniente da crosta marciana e tem 2100 milhões de anos, revela um artigo na edição de hoje da revista norte-americana Science.

Até agora, eram conhecidos 110 meteoritos marcianos. Mas só na década passada é que se confirmou que esta população de rochas vinha mesmo de Marte. Apesar da sua constituição corresponder àquele planeta, foi preciso a informação recolhida pelas sondas Viking, que aterraram em Marte em 1976, e décadas de investigação para termos a confirmação.

A viagem de um pedaço de rocha arrancado de Marte até à Terra começa com um forte impacto de um grande asteróide ou de um cometa contra o planeta vermelho. Depois, é uma questão de sorte o material cair na Terra.

Os meteoritos que cá chegaram são todos de uma só classe dividida em três grupos, consoante a sua composição química, chamados Shergotty, Nakhla e Chassign (SNC). O NWA 7034 não se encaixa em nenhuma dos tipos. O pedaço de rocha foi encontrado no Noroeste de África. Em 2011 foi adquirido pela Universidade do Novo México, nos Estados Unidos, onde foi estudado.

"A textura do meteorito NWA não é como a dos SNC. É feito de fragmentos cimentados de basalto, uma rocha que se forma quando a lava arrefece rapidamente, e contém principalmente feldspato e piroxena. A composição é comum nas amostras de material lunar, mas não noutros meteoritos", explica Andrew Steele, um dos autores, que trabalha na Instituição Carnegie, em Washington.

As análises feitas ao solo de Marte pelos sucessivos robôs que foram enviados ao planeta nunca encontraram uma química parecida com a do material marciano que viajou até à Terra. Mas o NWA 7034 parece inverter a situação. "O basalto da rocha é consistente com o que existe na crosta ou no manto superior de Marte, segundo as descobertas recentes feitas pelos robôs em Marte e pelos satélites. A química [do NWA 7034] parece ter uma origem superficial e ter sofrido uma interacção com a atmosfera do planeta", explica Carl Agee, outro autor do artigo, da Universidade do Novo México.

Rocha hidratada

A datação do NWA 7034 indica que esta rocha é, segundo os cientistas, do início da época amazoniana - a mais recente época do registo geológico de Marte. Segundo a análise feita pelos cientistas, o meteorito contém 6000 partes de água por um milhão de partes, o que é cerca de dez vezes mais do que a que se encontra, em média, nos outros meteoritos marcianos. "Esta abundância de água sugere que o meteorito interagiu com a superfície marciana há cerca de 2100 milhões de anos", diz Agee.

É impossível saber a que região do planeta pertence este representante do mundo mineral de Marte. Apesar de o robô Curiosity da NASA, que chegou ao planeta em agosto de 2012, estar programado para estudar a geologia de Marte - tem um braço capaz de apanhar amostras de solo para analisar -, será preciso uma viagem mais arrojada de ida e volta para as mãos humanas poderem analisar rochas de Marte trazidas de propósito. A NASA e a Agência Espacial Europeia tinham um projecto destes, só que nunca saiu do papel.

in Público - ler notícia

quarta-feira, setembro 12, 2012

A sonda Mars Global Surveyor começou a trabalhar à 15 anos

A sonda norte-americana Mars Global Surveyor foi lançada em 7 de novembro de 1996 num foguete lançador Delta a partir da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral. A sonda foi gerida pela NASA e pelo Jet Propulsion Laboratory e foi construída pela Lockheed.

Missão
A Mars Global Surveyor representou o regresso ao planeta Marte após quase duas décadas de ausência (as sondas Viking foram lançadas em 1975 e 1976 e a sonda Mars Observer tinha falhado o objetivo) e constitui-se hoje um dos maiores sucessos na exploração espacial. A sua missão primária era a observação e cartografia da superfície marciana em preparação às missões seguintes e teria uma duração de um ano marciano (equivalente a cerca de 2 anos terrestres). Em 2005 e perto de atingir uma década em orbita de Marte, a missão já enviou para a Terra mais informação do que todas as outras missões juntas, excetuando-se a sonda Magellan, enviada a Vénus.
A sonda entrou em órbita de Marte a 12 de setembro de 1997 não sem encontrar problemas. Assim, e logo após o seu lançamento, os engenheiros da missão descobriram que um dos dois painéis solares que alimentam de energia a sonda, não abriu completamente devido a uma quebra de uma junta. A não abertura na totalidade do painel não colocava em perigo a sonda mas dificultava a sua inserção na órbita de Marte devido ao fato de os painéis serem utilizados numa manobra de travagem atmosférica para o seu posicionamento final na órbita pretendida. Após uma análise da situação, verificou-se que a sonda podia continuar com a sua missão. Desde então, a sonda nunca mais apresentou qualquer tipo de problema e tem cumprido a sua agenda na sua capacidade máxima.
Em 22 de novembro de 2006, a NASA, em comunicado, informa que a sonda deverá estar inoperante para qualquer projeto científico. Após duas semanas de esforços para recuperar a sonda através de tentativas de envio de comandos (diretos via Terra e indiretos via rovers Opportunity e Spirit na superfície marciana) e visualização direta (através da Mars Reconaissance Orbiter) a NASA conclui que após 10 anos em órbita de Marte e mais de 240.000 imagens enviadas, a sonda Mars Global Surveyor terá deixado de estar operacional.

Sonda
Na sua forma geral, a Mars Global Surveyor é um retângulo com dois painéis tipo asa em posições opostas. A sua massa vazia é de cerca de 770 Kg, sendo que na altura do seu lançamento e com o combustível necessário à missão a sonda pesava cerca de 1.050 Kg. O corpo da sonda é constituído por duas partes distintas: uma seção de instrumentos e outra de propulsão, onde estão alojados os foguetes e os tanques de combustível. A sonda está equipada com seis instrumentos científicos distintos: Uma câmara de alta resolução, um espectrômetro de emissão térmica, um altímetro laser, um reflectrômetro de eléctrons, um oscilador ultra-estável e um sistema de retransmissão rádio.

Levantamento topográfico de Marte realizado pela sonda norte-americana Mars Global Surveyor (NASA)

Resultados
A sonda encontra-se hoje na sua missão secundária que se iniciou em 2001, tendo entretanto realizado um levantamento topográfico global da superfície marciana e descoberto evidências de que a superfície marciana possuiu, em tempos remotos, massas de água que deixaram a sua marca sob a forma de erosão de estruturas geológicas, como por exemplo na criação de canais.
Em 2005 encontrava-se em órbita do planeta Marte simultaneamente com outras missões três da NASA e da ESA (Mars Exploration Rovers, Mars Odyssey e Mars Express) e em breve verá chegar outra missão (a Mars Reconnaissance Orbiter). Marte terá então, uma autêntica flotilha de sondas em órbita e na superfície.
Participou e participa em missões de esclarecimento e acompanhamento de outras sondas (realizou levantamentos fotográficos intensos na procura das missões falhadas do Europeu Beagle que acompanhava a Mars Express e da Mars Polar Lander). Obteve, pela primeira vez, imagens de outras sondas em órbita do mesmo planeta quando em Abril de 2005 fotografou a Mars Express e mais tarde a Mars Odyssey.

sábado, agosto 18, 2012

Fobos foi descoberto há 135 anos


Observando o planeta Marte, identificou dois satélites naturais (luas): Deimos, em 11 de agosto de 1877, e Fobos, em 17 de agosto U. S. Naval Observatoryde 1877, usando o telescópio refrator de 26" do .


Fobos é uma das duas luas de Marte, sendo a maior e a mais próxima lua de Marte. Fobos foi descoberto por Asaph Hall em 18 de agosto de 1877, justamente seis dias após a descoberta de seu parceiro Deimos.
Fobos é, em todo o Sistema Solar, o satélite que orbita mais próximo do planeta-mãe: menos de seis mil quilómetros acima da superfície marciana. Encontra-se, por isso, abaixo da órbita síncrona para Marte. Por esse motivo, a sua órbita vai descendo a um ritmo de 1,8 m por século. Assim, dentro de 50 milhões de anos pode ocorrer uma de duas coisas: ou Fobos se despenha sobre Marte ou, o que é mais provável, antes que isso aconteça as forças gravitacionais destruirão o satélite criando um anel à volta de Marte.
Os astrónomos supõem que o satélite era provavelmente um asteroide que foi capturado pela força de gravidade do planeta. A outra lua Deimos e também algumas luas de Neptuno, acreditam-se também que eram asteroides que foram capturados.

As formações geológicas em Fobos recebem o nome de astrónomos que estudaram Fobos e pessoas e lugares fictícios da obra de Jonathan Swift - As Viagens de Gulliver. Apenas um regio recebeu nome, Laputa Regio, e apenas uma planitia, Lagado Planitia; ambos receberam nomes de lugares de As Viagens de Gulliver. O único tergo que recebeu nome em Fobos é Kepler Dorsum, em honra ao astrónomo Johannes Kepler. Várias crateras já possuem nome.

Cratera Referência Coordenadas
Clustril Personagem de As Viagens de Gulliver 60°N 91°W
D'Arrest Heinrich Louis d'Arrest, astrónomo 39°S 179°W
Drunlo Personagem de As Viagens de Gulliver 36.5°N 92°W
Flimnap Personagem de As Viagens de Gulliver 60°N 350°W
Grildrig Personagem de As Viagens de Gulliver 81°N 195°W
Gulliver Personagem principal de As Viagens de Gulliver 62°N 163°W
Hall Asaph Hall, descobridor de Fobos 80°S 210°W
Limtoc Personagem de As Viagens de Gulliver 11°S 54°W
Öpik Ernst J. Öpik, astrónomo 7°S 297°W
Reldresal Personagem de As Viagens de Gulliver 41°N 39°W
Roche Édouard Roche, astrónomo 53°N 183°W
Sharpless Bevan Sharpless, astrónomo 27.5°S 154°W
Shklovsky Iosif Shklovsky, astrónomo 24°N 248°W
Skyresh Personagem de As Viagens de Gulliver 52.5°N 320°W
Stickney Angeline Stickney, esposa de Asaph Hall 1°N 49°W
Todd David Peck Todd, astrónomo 9°S 153°W
Wendell Oliver Wendell, astrónomo 1°S 132°W

sábado, agosto 11, 2012

Deimos foi descoberto há 135 anos


Observando o planeta Marte, identificou dois satélites naturais (luas): Deimos, em 11 de agosto de 1877, e Fobos, em 17 de agosto de 1877, usando o telescópio refrator de 26" do U. S. Naval Observatory.


Deimos (em grego: terror), é a menor e mais afastada das duas luas de Marte. É, também, a menor lua reconhecida do Sistema Solar.
A lua foi descoberta – junto com Fobos, o outro satélite de Marte – em agosto de 1877 por Asaph Hall e fotografado pela Viking 1 em 1977. Deimos tem um formato bastante irregular e acredita-se que se trate de um asteroide que foi perturbado de sua órbita por Júpiter e que acabou por ser capturado pela gravidade de Marte, passando a ser seu satélite.

Por ser pequeno, Deimos não apresenta uma forma esférica, possuindo dimensões muito irregulares. É composto por rochas ricas em carbono, tal como muitos asteróides, e gelo. A sua superfície apresenta um número razoável de crateras mas, relativamente a Fobos, é muito mais lisa, consequência do preenchimento parcial das crateras com rególito (poeira de rochas decompostas). As maiores crateras deste satélite são Swift e Voltaire que medem, aproximadamente, 30 km de diâmetro.
Visto de Deimos, Marte surge no céu como um objeto 1000 vezes maior e 400 vezes mais brilhante do que a Lua cheia, como é observada da Terra.
Visto de Marte, Deimos surge como um pequeno ponto no céu, difícil de distinguir das outras estrelas embora, no seu máximo brilho, possua um brilho equivalente a Vénus (tal como é visto da Terra).


segunda-feira, agosto 06, 2012

A Curiosidade chegou a Marte!

Espaço
Robô Curiosity aterrou sem problemas em Marte

Obama já disse que esta aterragem é uma “façanha tecnológica sem precedentes"

O robô Curiosity aterrou com sucesso no planeta Marte. O robô da NASA chegou ao Planeta Vermelho às 06.31 horas desta segunda-feira (hora portuguesa). 

“O contacto com o solo foi confirmado”, anunciou um membro da missão de controlo, levada a cabo a partir do Jet Propulsion Laboratory (JPL), em Pasadena, a leste de Los Angeles.

Os membros da missão de controlo explodiram de alegria perante o anúncio da aterragem do robô, no final de uma descida de sete minutos extremamente delicada mas que decorreu exactamente como previsto.

Esta aterragem no Planeta Vermelho era especialmente importante para os cientistas. A história das missões a Marte está recheada de falhanços. Desde 1960, das 39 missões que se realizaram, 26 falharam, muitas delas mal saíram da Terra. Não é por acaso que o planeta é conhecido como um cemitério de sondas.

Pouco depois da aterragem o robô enviou uma primeira fotografia, com uma definição descrita como impressionante, o que suscitou uma segunda explosão de alegria por parte da equipa.

Após a aterragem, o director da missão disse que o Curiosity tinha atingido a superfície de Marte a um suave ritmo de 0,6 metros por segundo. “Estamos novamente em Marte e isso é absolutamente incrível”, disse o administrador da NASA Charles Bolden. “Não podia ser melhor que isto”.

O robô (um Rover) foi programado ao pormenor pela agência espacial norte-americana NASA para descer e aterrar na cratera Gale. O local foi escolhido para se procurarem sinais que mostrem que, no passado, houve condições ambientais que sustentassem vida microscópica.

Engenheiros e cientistas que trabalharam neste projecto durante os últimos dez anos tiveram que esperar nervosamente pela aterragem com sucesso na superfície de Marte - momento descrito como “sete minutos de terror”, o tempo que demorou a chegada ao solo - e ainda mais 13 longos minutos até que o robô desse “sinais de vida”.

Mitch Schulte, cientista da NASA, disse à BBC que este é “mais um passo em frente na exploração do nosso sistema solar... Este é o próximo grande passo”. O perito espera agora que seja possível descobrir se “houve condições favoráveis em Marte para que a vida tenha existido ali”.

O Curiosity é um laboratório andante de seis rodas, com dez instrumentos científicos. Mede três metros de comprimento e 2,8m de largura, uma altura máxima de 2,1 metros e um braço para fazer experiências. Tem 899 quilos: em comparação, o Opportunity, o Rover da NASA da geração anterior, que há mais de oito anos rola pela paisagem marciana, pesa menos de um quarto.

Com um orçamento de 2,5 mil milhões de dólares (dois mil milhões de euros), a missão Curiosity deverá durar dois anos.

Barack Obama já reagiu a esta aterragem afirmando que se trata de uma “façanha tecnológica sem precedentes”, declarou hoje cedo o Presidente americano. “A aterragem com sucesso do Curiosity - o mais avançado laboratório a pousar noutro planeta - constitui uma façanha tecnológica sem precedentes que permanecerá como um marcador do orgulho nacional no futuro”, indicou Obama em comunicado.

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quarta-feira, julho 04, 2012

Hoje a Terra está no ponto mais afastado do Sol da sua órbita

Do latim, "aphelium" (derivado do latim "apos", que quer dizer longínquo), é o ponto de órbita em que um planeta, ou planetóide, está mais afastado do Sol, ou da estrela do seu sistema planetário. As órbitas de todos os planetas são sempre elípticas, tendo sempre um ponto mais afastado (afélio) e um ponto mais próximo (periélio).
A distância entre a Terra e o Sol no afélio é de aproximadamente 152,1 milhões de quilómetros. Quando um astro se encontra no afélio, ele tem a menor velocidade de translação de toda a sua órbita. 


NOTA: hoje, às 03.00 horas, a Terra estava no ponto mais afastado do Sol da sua órbita, girando em torno da estrela do seu sistema à mínima velocidade, de acordo com a 2ª Lei de Kepler. Aproveitamos tal facto para recordar que as estações não têm nada a ver com a distância da Terra ao Sol (de outro modo estaríamos agora no inverno...) e sim com com o facto do eixo de rotação da Terra ser inclinado em relação ao plano orbital; assim, em qualquer momento, uma parte do planeta estará mais diretamente exposta aos raios do Sol do que outra. Finalmente, recordemos que, a partir desta altura, começa a circular o e-mail do Marte gigante de 27 de agosto, que é um hoax típico da silly season e que aproveitamos para dizer, desde já, que não é verdade (mais pormenores aqui).

Há 15 anos uma sonda americana celebrou condignamente o 4 de julho em Marte

Robô Sojourner no solo de Marte

Mars Pathfinder foi uma missão espacial norte-americana lançada em meados de 1996 que tinha como objetivo principal enviar um robô para a superfície de Marte a fim de estudar melhor o planeta.
A Pathfinder (nave-mãe e módulo de aterragem) usou um método inovador para entrar diretamente na atmosfera de Marte auxiliado por um pára-quedas supersónico, que reduziu sua velocidade de descida, e um conjunto de 24 airbags laterais para amortecer o impacto com o solo.
A aterragem foi em 4 de julho de 1997 na planície de Ares Vallis, no hemisfério norte de Marte. O seu local exato foi batizado de "Memorial Carl Sagan", em homenagem ao grande cientista e divulgador Carl Sagan (nascido em 1934 e falecido em 1996, o ano da partida da sonda).
O robô explorador Sojourner passeou pela superfície de Marte recolhendo informações durante mais de um mês terrestre, no total foram obtidas 16.500 fotos a partir do módulo de aterragem e 550 imagens do Sojourner.
A missão Mars Pathfinder é a segunda missão do programa de exploração espacial da NASA denominado de Programa Discovery, um programa científico que estabeleceu metas para o desenvolvimento de missões de baixo custo para a pesquisa espacial.

terça-feira, março 13, 2012

Percival Lowell nasceu há 157 anos

Convencido que havia canais em Marte, foi o fundador do Observatório de Lowell em Flagstaff, Arizona nos Estados Unidos.

Percival Lowell nasceu no seio da distinta família Lowell de Boston. O seu irmão mais novo Abbott Lawrence Lowell foi presidente da Universidade de Harvard, e a sua irmã Amy Lowell era uma bem conhecida poeta e crítica.
Percival Lowell graduou-se na Universidade Harvard em 1876 com distinção em matemática, e viajou intensivamente através do Este americano antes de decidir estudar Marte e astronomia como carreira. Estava particularmente interessado nos supostos canais de Marte, como desenhados por Giovanni Schiaparelli, que foi director do Observatório de Milão e importante astrónomo.
Em 1894 mudou-se para Flagstaff, no estado do Arizona. A uma altitude superior a 2.000 metros (2210 m), e com noites com pouca nebulosidade, era o sítio ideal para observações astronómicas. Nos 15 anos seguintes estudou intensivamente o planeta Marte, fazendo o desenho intricado das marcas da superfície enquanto as tentava perceber. Lowell publicou as suas observações em três livros: Mars (1895), Mars and its Canals (1906) e Mars as the Abode of Life (1908). Desse modo apresentava a opinião de que Marte teria tido formas de vida inteligente.
A maior contribuição de Lowell para estudos planetários surgiu durante os últimos oito anos da sua vida, os quais dedicou ao então chamado Planeta X, que era a designação para o planeta atrás de Neptuno. A investigação prosseguiu durante alguns anos após a sua morte em Flagstaff, ocorrida em 1916; o novo planeta, chamado Plutão, foi descoberto por Clyde Tombaugh em 1930. Os símbolos astronómicos do planeta estão como "PL" (♇), escolhido por parte para homenagear Lowell. Plutão é agora considerado um planeta anão.


quarta-feira, dezembro 14, 2011

O astrónomo Tycho Brahe nasceu há 465 anos

Tycho Brahe (Castelo Knutstorp, Skåne, 14 de dezembro de 1546 - Praga, 24 de outubro de 1601) foi um astrónomo dinamarquês. Teve um observatório chamado Uranienborg na ilha de Ven, no Öresund, entre a Dinamarca e a Suécia.
Tycho esteve ao serviço de Frederico II da Dinamarca e mais tarde do imperador Rodolfo II, tendo sido um dos representantes mais prestigiosos da ciência nova - a ciência renascentista que abrira uma brecha no sólido edifício construído pela Idade Média, baseado na síntese da tradição bíblica e da ciência de Aristóteles. Continuando o trabalho iniciado por Copérnico, foi acolhido pelos sábios ocidentais com alguma relutância. Estudou detalhadamente as fases da lua e compilou muitos dados que serviriam mais tarde a Johannes Kepler para descobrir uma harmonia celestial existente no movimento dos planetas, padrão esse conhecido como leis de Kepler.
A adesão de Tycho à ciência nova levou-o a abandonar a tradição ptolomaica, a fim de chegar a novas conclusões pela observação directa. Baseando-se nesta, construiu um sistema no qual, sem pretender descobrir os mistérios do cosmos, chega a uma síntese eléctrica entre os sistemas que poderíamos chamar de tradicionais e o de Copérnico.
Tycho foi um astrónomo observacional da era que precedeu à da invenção do telescópio, e as suas observações da posição das estrelas e dos planetas alcançaram uma precisão sem paralelo para a época. Após a sua morte, os seus registos dos movimentos de Marte permitiram a Johannes Kepler descobrir as leis dos movimentos dos planetas, que deram suporte à teoria heliocêntrica de Copérnico. Tycho não defendia o sistema de Copérnico mas propôs um sistema em que os planetas giram à volta do Sol e o Sol orbitava em torno da Terra.
Em 1599, por discordar do novo rei do seu país, mudou-se para Praga e construiu um novo observatório, onde trabalhou até morrer, em 1601.

quinta-feira, dezembro 01, 2011

Nova sonda enviada esta semana vai procurar vida em Marte

NASA lança nova missão esta tarde
Se houve vida em Marte, o robô Curiosity vai querer saber
26.11.2011

Um laser capaz de perfurar rochas é uma das novidades do Curiosity (NASA/REUTERS)

Marte nunca viu nada como o Curiosity, o robô cientista que a NASA lançou às 15.02 horas, numa viagem de 570 milhões de quilómetros. É o aparelho mais sofisticado alguma vez enviado para o planeta vermelho, com a missão de descobrir se alguma vez houve condições para a vida no vizinho da Terra.

“É verdadeiramente um robô excepcional, cuja capacidade ultrapassa largamento tudo já enviámos para outro planeta do sistema solar”, garantiu Colleen Hartman, directora adjunta das missões científicas da NASA. Agosto de 2012 é a data prevista para a sua chegada e será o primeiro aparelho de investigação enviado para Marte com uma missão relacionada com a busca de vida desde o programa Viking, nos anos 1970 – que teve resultados inconclusivos.

Mas, apesar disso, não vai procurar vida directamente. “Tudo o que sabemos sobre a vida e o que torna um ambiente habitável é específico da Terra”, disse a astrobióloga Pamela Conrad, do Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA, responsável por esta missão da NASA. “As coisas em Marte terão sido uma função dos ingredientes iniciais que o planeta teve quando se formou, mas também dos processos que o afectaram.”

Por isso, o robô-cientista mais sofisticado que já alguma vez chegou à superfície do planeta de Marte vai procurar indícios indirectos de vida – sinais de que poderão ter existido condições para se desenvolverem seres vivos no quarto planeta a contar do Sol.

As experiências de SAM
Aparentemente, o Curiosity é igual ao Spirit e ao Opportunity, os robôs gémeos que chegaram ao planeta vermelho em 2004 - com uma missão de três meses que setransformou em sete anos de trabalho. Mas no Curiosity, que custou 2500 milhões de dólares (cerca de 1860 milhões de euros) e é a mais cara missão enviada a Marte, tudo é maior e mais ambicioso. Pesa 900 quilos e é do tamanho de um utilitário desportivo - aquilo a que os norte-americanos chamam um SUV.

Usa uma tecnologia superior à dos exploradores anteriores: por exemplo, as duas câmaras montadas no mastro que se ergue acima do corpo do “rover” funcionam como os seus olhos. Obterão imagens stereo de alta resolução e a cores, e sequências vídeo.

Este é o primeiro aparelho enviado para Marte que terá capacidade para perfurar - até cinco centímetros de profundidade - e recolher para análise amostras de pedras e solo. E consegue fazer algo que parece saído de um filme de ficção científica: dispara um laser até sete metros de distância e que é capaz de vaporizar rochas, para para determinar quais as moléculas de que são compostas.

As experiências feitas por um grupo de instrumentos conhecidos pela sigla SAM (a sigla em inglês de Análise de Amostras em Marte), que incluem um cromatógrafo de gás, um espectrómetro de massa e espectrómetro de laser, serão usados para tentar identificar compostos orgânicos - ou seja, moléculas com carbono. Esta será uma parte importante da sua missão.

"Não são sinais directos de vida", disse John Grotzinger, líder da missão. Afinal, encontram-se moléculas orgânicas no espaço interestelar. "Podem existir sem haver vida, mas a vida tal como a conhecemos não pode existir sem elas, por isso a sua presença seria um importante factor para determinar a habitabilidade de Marte", diz um comunicado de imprensa da NASA.

O Curiosity vai por isso procurar moléculas orgânicas e tentar perceber se serão de origem biológica ou não - podem vir em meteoritos, por exemplo -, medindo a relação entre diferentes isótopos de alguns elementos químicos. Isótopos são variantes com diferentes pesos atómicos de um elemento, como o carbono 12 e o carbono 13. Medir estes isótopos pode ajudar a esclarecer o mistério do metano em Marte.

Foram detectadas bolsas de metano em torno do equador, e este gás tem uma vida curta na atmosfera (cerca de um ano). Para ter uma presença duradoura, precisa de se ir renovando - e a sua origem é um mistério, embora a quantidade na atmosfera seja reduzida (10 partes por mil milhões, muito pouco se compararmos com as 1800 partes por mil milhões da Terra).

Vulcões activos não se conhecem. Fontes biológicas - vacas com aerofagia em Marte, bactérias que expelem metano? - também não. Mas as possibilidades, sejam elas geológicas ou biológicas, excitam os cientistas. Uma forma de começar a resolver o mistério será estudar a proporção de carbono 12 e carbono 13 em Marte, pois pelo menos na Terra os organismos que metabolizam metano preferem a forma mais leve de carbono. O Curiosity vai equipado para o estudar.