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quinta-feira, novembro 26, 2020

Música apropriada para a data...!

 

Namoro - Fausto Bordalo Dias 

 

Mandei-lhe uma carta em papel perfumado
E com letra bonita dizia ela tinha
Um sorriso luminoso tão triste e gaiato
Como o sol de novembro brincando de artista
Nas acácias floridas na fímbria do mar
E dando calor ao sumo das mangas
Sua pele macia era suma-uma
Sua pele macia da cor do jambo
Cheirando a rosas sua pele macia
Guardava as doçuras do corpo rijo
Tão rijo e tão doce como um maboque
Seus seios laranjas, laranjas do Loge
Seus dentes marfim
Mandei-lhe essa carta e ela disse que não
 
Mandei-lhe um cartão
Que o amigo Maninho tipografou
"Por ti sofre o meu coração"
Num canto "sim" noutro canto "não"
 
E ela o canto do "não" dobrou
 
Mandei-lhe um recado pela Zefa do sete
Pedindo e rogando de joelhos no chão
Pela Sra do Cabo, pela Sta Efigénia
Me desse a ventura do seu namoro
E ela disse que não
 
Levei à Vó Xica, quimbanda de fama
Areia da marca que o seu pé deixou
Para que fizesse um feitiço
Forte e seguro
Que nela nascesse um amor como o meu
E o feitiço falhou
 
Esperei-a de tarde à porta da fábrica
Orfetei-lhe um colar, um anel e um broche
Paguei-lhe doces na calçada da Missão
Ficamos num banco do Largo da Estátua
Afaguei-lhe as mãos falamos de amor
E ela disse que não.
 
Andei barbudo, sujo e descalço
Como um monangamba procuraram por mim
Não viu ai não viu, não viu Benjamim
E perdido me deram no morro da Samba
Para me distrair levaram-me ao baile
Do Só Januário, mas ela lá estava
Num canto a rir, contando o meu caso
às moças mais lindas do bairro operário
 
Tocaram uma rumba e dancei com ela
E num passo maluco voamos na sala
Qual uma estrela riscando o céu
E a malta gritou "Aí Benjamim"
Olhei-a nos olhos sorriu para mim
Pedi-lhe um beijo
Lá lá lá lá lá
Lá lá lá lá lá
E ela disse que sim

domingo, novembro 26, 2017

O cantautor Fausto faz hoje 69 anos

Fausto, nome artístico de Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias (Vila Franca das Naves, 26 de novembro de 1948) é um compositor e cantor português.


domingo, fevereiro 14, 2010

Cupid's day - músicas para celebrar a data



Namoro

Mandei-lhe uma carta em papel perfumado
e com letra bonita eu disse ela tinha
um sorrir luminoso tão quente e gaiato
como o sol de Novembro brincando de artista
nas acácias floridas espalhando diamantes
na fímbria do mar
e dando calor ao sumo das mangas

Sua pele macia era sumaúma
Sua pele macia, da cor do jambo,
cheirando a rosas sua pele macia
guardava as doçuras do corpo rijo
tão rijo e tão doce como o maboque
Seus seios, laranjas laranjas do Loje
seus dentes marfim
Mandei-lhe essa carta
e ela disse que não.

Mandei-lhe um cartão
que o amigo Maninho tipografou:
Por ti sofre o meu coração
Num canto "SIM",
noutro canto "NÃO"
E ela o canto do "NÃO" dobrou

Mandei-lhe um recado pela Zefa do Sete
pedindo, rogando de joelhos no chão
pela Senhora do Cabo, pela Santa Ifigénia,
me desse a ventura do seu namoro
E ela disse que não.

Levei à Avó Chica, quimbanda de fama
a areia da marca que o seu pé deixou
para que fizesse um feitiço forte e seguro
que nela nascesse um amor como o meu
E o feitiço falhou.

Esperei-a de tarde, à porta da fabrica,
ofertei-lhe um colar e um anel e um broche,
paguei-lhe doces na calçada da Missão,
ficamos num banco do Largo da Estátua,
afaguei-lhe as mãos
falei-lhe de amor
e ela disse que não.

Andei barbudo, sujo e descalço,
como um mona-ngamba.
Procuraram por mim
-Não viu (ai não viu?) não viu Benjamim?
E perdido me deram no morro da Samba.

Para me distrair
levaram-me ao baile do Sô Januário
mas ela lá estava num canto a rir
contando o meu caso
às moças mais lindas do Bairro Operário.

Tocaram uma rumba dancei com ela
e num passo maluco voámos na sala
qual uma estrela riscando o céu!
E a malta gritou: Aí Benjamim !
Olhei-a nos olhos sorriu para mim
pedi-lhe um beijo
lá lá lá lá lá
lá lá lá lá lá
E ela disse que sim e ela disse que sim.



Namoro II

Ai se eu disser que as tremuras
Me dão nas pernas, e as loucuras
Fazem esquecer-me dos prantos
Pensar em juras

Ai se eu disser que foi feitiço
Que fez na saia dar ventania
Mostrar-me coisas tão belas
Ter fantasia
E sonhar com aquele encontro
Sonhar que não diz que não

Tem um jeito de senhora
E um olhar desmascarado
De céu negro ou céu estrelado, ou Sol
Daquele que a gente sabe.
O seu balanço gingado
Tem os mistérios do mar
E a certeza do caminho certo
que tem a estrela polar.

Não sei se faça convite
E se quebre a tradição
Ou se lhe mande uma carta
Como ouvi numa canção
Só sei que o calor aperta
E ainda não estamos no verão.

Quanto mais o tempo passa
Mais me afasto da razão
E ela insiste no passeio à tarde
Em tom de provocação
Até que num dia feriado
P´ra curtir a solidão
Fui consumir as tristezas
P´ró baile do Sr. João

Não sei se foi por magia
Ou seria maldição
Dei por mim rodopiando
Bem no meio do salão
Acabei num tal convite
Em jeito de confissão
E a resposta foi tão doce
Que a beijei com emoção
Só que a malta não gritou
Como ouvi numa canção