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segunda-feira, janeiro 02, 2023

Ali Químico foi barbaramente enforcado há treze anos


   
Ali Hassam al-Majid, conhecido como Ali Químico, (Tikrit, 30 de novembro de 1941 - Bagdad, 25 de janeiro de 2010) foi um integrante do governo iraquiano no regime de Saddam Hussein, de quem era primo em primeiro grau.
   
Vida
Nascido em Tikrit, no antigo Reino do Iraque, Ali Hassam al-Majid teve uma infância muito pobre e pouca educação formal. Juntou-se ao Partido Ba'ath em 1968, conjuntamente com o seu primo Saddam Hussein. Em 1979, ele conspirou, com Saddam Hussein, para derrubar o então presidente Al-Bakr.
No governo do ditador Saddam Hussein, Al-Majid foi ministro da Defesa, ministro do interior e chefe do serviço de inteligência do Iraque e considerado o mentor do genocídio cometido contra os curdos em 1988, quando milhares de civis foram mortos pelo uso de gás venenoso pelas tropas iraquianas. Nestes ataques pelo menos 180 mil curdos morreram e mais de 1,5 milhão de pessoas foram desalojadas.
Em março de 2003, os Estados Unidos e os seus aliados invadiram o Iraque com o objetivo de derrubar Saddam Hussein e instaurar um novo governo democrático naquele país. Em 9 de abril a capital Bagdad caiu e, em maio, as forças norte-americanas já ocupavam o país e o então presidente norte-americano George W. Bush declarou o fim das operações militares, dissolvendo o governo do partido Ba'ath.
Ali Hassan sobreviveu aos bombardeamentos americanos de abril de 2003 mas foi preso pelas forças da coligação a 17 de agosto de 2003. Ele era o 5º homem mais procurado no Iraque pelos Estados Unidos, mostrado como Rei de espadas no jogo de cartas americano dos mais procurados do antigo regime.
  
Execução
Em 23 de junho de 2007 foi condenado à morte na forca, por crimes contra a humanidade, pelo Supremo Tribunal Criminal Iraquiano, que investiga os crimes cometidos pelo Partido Baath, entre 1968 e 2003. A sua sentença foi executada no dia 25 de janeiro de 2010.
   
    

The Iraqi Cabinet put pressure on the Presidential council on 17 March 2009 for Al-Majid's execution.

The situation was similar on 17 January 2010 prior to 9 am (GMT); a fourth death penalty was issued against him in response to his acts of genocide against Kurds in the 1980s. He was also convicted of killing Shia Muslims in 1991 and 1999. Alongside him in the trial was former defense minister Sultan Hashem, who was also found guilty by The Iraqi High Tribunal for the Halabja attack and sentenced to 15 years' imprisonment. Al-Majid was executed by hanging on 25 January 2010. He was buried in Saddam's family cemetery in al-Awja the next day; near Saddam's sons, half-brother and the former vice president, but outside the mosque housing the tomb of Saddam. While he was sentenced to death on four separate occasions, the original 2007 verdict sentenced him to five death sentences, and so the combined tally of death sentences handed out was eight.

Amnesty International's Middle East and North Africa Director Malcolm Smart later criticized the execution as "only the latest of a mounting number of executions, some of whom did not receive fair trials, in gross violation of human rights..."
   

sexta-feira, dezembro 30, 2022

Saddam Hussein foi barbaramente executado há 16 anos...

     
Saddam Hussein Abd al-Majid al-Tikriti
(Tikrit, 28 de abril de 1937 - Bagdad, 30 de dezembro de 2006) foi um político e estadista iraquiano; foi o quinto presidente do Iraque, de 16 de julho de 1979 a 9 de abril de 2003, e também acumulou o cargo de primeiro-ministro nos períodos de 1979–1991 e 1994–2003. Hussein foi uma das principais lideranças ditatoriais no mundo árabe e um dos principais membros do Partido Socialista Árabe Ba'ath, e mais tarde, do Partido Ba'ath de Bagdad e de uma organização regional Partido Ba'ath iraquiano, a qual era composta de uma mistura de nacionalismo árabe e do socialismo árabe; Saddam teve um papel chave no golpe de 1968 que levou o partido a um domínio a longo prazo no Iraque.
    
(...)
    
Em março de 2003, uma coligação de países, liderada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, invadiu o Iraque para depor Saddam, depois que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush acusou o líder iraquiano de possuir armas de destruição maciça e de ter ligações com a Al-Qaeda. O Partido Baath de Saddam foi dissolvido e a nação fez uma transição para um sistema democrático. Após a sua captura, em 13 de dezembro de 2003 (na Operação Red Dawn), o julgamento de Saddam ocorreu sob o governo interino iraquiano. A 5 de novembro de 2006, ele foi condenado por acusações relacionadas com o assassinato de 148 xiitas iraquianos em 1982 e foi condenado à morte por enforcamento. A execução de Saddam Hussein foi realizada a 30 de dezembro de 2006.
   
(...)
  
(imagem daqui)
        
Saddam Hussein foi entregue aos seus executores iraquianos pelas forças americanas, que o custodiavam, alguns minutos antes do seu enforcamento, no início do dia 30 de dezembro, em Bagdad, gerando posições contrárias de várias instituições internacionais, como a Amnistia Internacional, o Vaticano, bem como de vários países. A televisão estatal iraquiana levou para o ar imagens de Saddam Hussein, aparentando estar calmo, conversando com o carrasco que ajeitava a corda em volta do seu pescoço e o encaminhava para o cadafalso. Saddam recusou a usar o capuz preto na hora da execução, tendo preferido ser enforcado com o rosto à mostra. Segundo o conselheiro da Segurança Nacional do Iraque, Mouwafak al-Rubai, durante a execução estiveram presentes um juiz do Tribunal de Apelação iraquiano, um representante da Promotoria, outro do Governo e "um grupo de testemunhas". Através de um telemóvel foram ilegalmente filmados os instantes finais de Saddam, em que se comprova outra versão, de que a sua execução não foi o formal cumprimento de sentença judicial, mas com os presentes o humilharam e insultaram, tentando impedir-lhe que morresse proclamando a oração islâmica "Só há um Deus e Maomé é o seu profeta".
    

terça-feira, dezembro 13, 2022

O ditador genocida Saddam Hussein foi capturado há dezanove anos

Fotografia tirada por soldados americanos durante a captura de Saddam
     
O paradeiro de Saddam foi desconhecido durante vários meses até que, em 4 de abril, a televisão iraquiana mostrou o ex-ditador, cercado de aliados seus, passeando pelas ruas da cidade. Em 8 de abril, um dia antes de as forças americanas atingirem o coração de Bagdad, um bombardeiro B-1 lançou quatro bombas de perfuração de bunkers contra um edifício da capital iraquiana, onde se acreditava que Saddam Hussein estivesse reunido com outros chefes do regime, com o deliberado objetivo de assassiná-lo.
Mas ele conseguiu desaparecer depois que as forças da coligação invadiram Bagdad, em 9 de abril. Escondido, continuou tentando motivar os seus antigos combatentes, que se mostraram mais frágeis do que se imaginava e não resistiram ao poderio militar dos Estados Unidos - nem tão pouco usaram as supostas armas químicas que motivaram o ataque.
Em 13 de dezembro de 2003, Saddam Hussein foi localizado, militando na resistência à ocupação, e preso num cave de uma quinta da cidade de Adwar, próximo de Tikrit, a sua cidade natal, numa operação conjunta entre tropas americanas e rebeldes curdos. As tropas encontraram o ex-presidente escondido num pequeno buraco subterrâneo, camuflado com terra e tijolos. Embora estivesse armado com uma pistola e dois AK-47, rendeu-se pacificamente após uma suposta patética negociação onde pretendia subornar os seus captores com a soma de US$ 750.000 que guardava numa mala. "Sou o presidente do Iraque e quero negociar", teria proposto, em inglês. Segundo a coligação militar, foi um membro de uma família próxima de Saddam quem o delatou. Um jornal jordano publicou uma versão alternativa da prisão. Saddam teria sido drogado por um parente, que lhe servia de guarda-costas, e vendido aos americanos, em troca da recompensa milionária que era oferecida. A filha Raghad, exilada na Jordânia, diz que com certeza seu pai foi drogado, de outra forma teria lutado como "um leão". Paul Bremer e Tony Blair confirmaram esta notícia.
Saddam, que não apresentou resistência alguma, estava sujo e desorientado quando foi capturado. Posteriormente, foi submetido a um exaustivo reconhecimento médico e a um teste de DNA, que confirmou a sua identidade. Entre as primeiras imagens transmitidas, algumas mostravam Hussein sendo examinado por um médico militar americano, assim como outras mostravam o local de sua captura. Tais imagens causaram variadas reações pelo mundo, desde aqueles que - tais como grande parte da população americana e até iraquiana - as justificaram por motivos políticos, sociais e militares, até os que (baseando-se em interpretações do direito internacional) argumentaram que as imagens representavam uma violação intolerável da Convenção de Genebra acerca do tratamento de prisioneiros de guerra capturados.
Em 1 de janeiro de 2004, o Pentágono reconheceu-o como "prisioneiro de guerra", e, em 30 de junho, transferiu a sua custódia judicial para o novo Governo provisório iraquiano.
Durante 24 meses, Saddam permaneceu sob custódia das forças norte-americanas, à espera de ser julgado por um Tribunal Especial iraquiano, patrocinado pelos Estados Unidos, que, em 19 de outubro de 2005 iniciou o processo contra o ex-ditador e o condenou à morte, por enforcamento, em 5 de novembro de 2006.
   

quinta-feira, setembro 22, 2022

A Guerra Irão-Iraque começou há quarenta e dois anos

        
A Guerra Irão-Iraque foi um conflito militar entre o Irão e o Iraque entre 1980 e 1988, resultado de disputas políticas e territoriais entre ambos os países.
Em 1980, o presidente Saddam Hussein, do Iraque, revogou um acordo de 1975 que cedia ao Irão cerca de 518 quilómetros quadrados de uma área de fronteira ao norte do canal de Shatt-al-Arab em troca da garantia de que o Irão cessaria a assistência militar à minoria curda no Iraque que lutava por independência.
Exigindo a revisão do acordo para demarcação da fronteira ao longo do Chatt al-Arab (que controla o porto de Bassorá), a devolução de três ilhas no estreito de Ormuz (tomadas pelo Irão em 1971) e a cessação da autonomia dada às minorias dentro do Irão, o exército iraquiano, a 22 de setembro de 1980, invadiu a zona ocidental do Irão e, contando com o elemento surpresa, avançou no território iraniano.
O Iraque também estava interessado na desestabilização do governo islâmico de Teerão e na anexação do Cuzistão, a província iraniana mais rica em petróleo. Segundo os iraquianos, o Irão infiltrou agentes no Iraque para derrubar o regime de Saddam Hussein. Além disso, fez intensa campanha de propaganda e violou diversas vezes o espaço terrestre, marítimo e aéreo iraquiano. Ambos os lados foram vítimas de ataques aéreos a cidades e a poços de petróleo.
O Iraque esperava uma guerra rápida, pois contava com um moderno exército equipado pela URSS. Outros países muçulmanos, como o Kuwait e a Arábia Saudita, também lhe davam apoio financeiro, na esperança de enfraquecer o regime de Teerão. O Irão estava isolado internacionalmente, pois considerava igualmente os EUA e a URSS como inimigos. Como vantagem, o Irão contava apenas com uma população bem superior. O exército iraquiano empenhou-se numa escaramuça de fronteira numa região disputada, porém não muito importante, efetuando posteriormente um assalto armado dentro da região produtora de petróleo iraniana. A ofensiva iraquiana encontrou forte resistência e o Irão recapturou o território.
Em 1981, somente Khorramshahr caiu inteiramente em poder do Iraque. Em 1982, as forças iraquianas recuaram em todas as frentes. A cidade de Khorramshahr foi evacuada. A resistência do Irão levou o Iraque a propor um cessar-fogo, recusado pelo Irão (os iranianos exigiram pesadas condições e, entre elas, a queda de Hussein). Graças ao contrabando de armas (escândalo Irão-Contras), o Irão conseguiu recuperar boa parte dos territórios ocupados pelas forças iraquianas. Nesse mesmo ano, o Irão atacou o Kuwait e outros Estados do Golfo Pérsico. Nessa altura, a Organização das Nações Unidas e alguns Estados Europeus enviaram vários navios de guerra para a zona. Em 1985, aviões iraquianos destruíram uma central nuclear parcialmente construída em Bushehr e depois bombardearam alvos civis, o que levou os iranianos a bombardear Bassorá e Bagdad. Entre 1984 e 1987 a guerra terrestre passou para uma fase onde predominou o atrito, que favoreceu o desgaste iraquiano, enquanto o conflito transbordava para o Golfo Pérsico, envolvendo o ataque iraniano a navios petroleiros que saiam do Iraque e o uso de minas submarinas nas proximidades da fronteira marítima dos dois países.
Mas, em meados da década de 80, a reputação internacional do Iraque ficou abalada quando foi acusado de ter utilizado armas químicas contra as tropas iranianas, embora tenha acusado o Irão de fazer o mesmo (1987-1988).
A guerra entrou em uma nova fase em 1987, quando os iranianos aumentaram as hostilidades contra a navegação comercial dentro e nas proximidades do Golfo Pérsico, resultando na ampliação da presença de navios norte-americanos e de outras nações na região. Oficiais graduados do exército iraniano começaram a perder credibilidade à medida que suas tropas sofriam perdas de armas e equipamentos, enquanto o Iraque continuava a ser abastecido pelo Ocidente. O conflito começou a efetivamente preocupar as potências quando atingiu o fluxo regular de petróleo, na medida em que os beligerantes passaram a afundar navios e instalações petrolíferas, prejudicando grandes fornecedores como o Kuwait. A partir disso, começaram as pressões mundiais pela paz. No princípio de 1988, o Conselho de Segurança da ONU exigiu um cessar-fogo. O Iraque aceitou, mas o Irão, não. Em agosto de 1988, hábeis negociações levadas a cabo pelo secretário-geral da ONU, Perez de Cuéllar, e a economia caótica do Irão levaram a que o país aceitasse que a Organização das Nações Unidas (ONU) fosse mediadora do cessar-fogo. O armistício veio em julho e a paz foi restabelecida em 15 de agosto.
Em 1990, o Iraque aceitou o acordo de Argel de 1975, que estabelecia fronteira com o Irão. Não houve ganhos e as perdas foram estimadas em cerca de um milhão e quinhentas mil vidas. A guerra destruiu os dois países e diminuiu o ímpeto revolucionário no Irão. Em 1989, o aiatolá Khomeini morreu. A partir de então, o governo iraniano passou a adotar posições mais moderadas. Em setembro de 1990, enquanto o Iraque se preocupava com a invasão do Kuwait, ambos os países restabeleceram relações diplomáticas.
    

sexta-feira, agosto 19, 2022

Sérgio Vieira de Mello foi assassinado há dezanove anos...

     
Sérgio Vieira de Mello (Rio de Janeiro, 15 de março de 1948 - Bagdade, 19 de agosto de 2003) foi um brasileiro funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) durante 34 anos e Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos desde 2002. Morreu em Bagdade, juntamente com outras 21 pessoas, vítima de atentado atribuído à Al Qaeda, contra a sede local da ONU.
 
(...)
 
Tornou-se funcionário da ONU em 1969 - mesmo ano em que o seu pai, então embaixador, foi aposentado compulsoriamente dos quadros do Ministério das Relações Exteriores brasileiro. Passou a maior parte de sua vida trabalhando no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCR, ou ACNUR, em português), servindo em missões humanitárias e de manutenção da paz: em Bangladesh, durante sua independência, em 1971; no Sudão e em Chipre, após a invasão turca de 1974. Por três anos foi responsável pelas operações do UNHCR em Moçambique, durante a guerra civil que se seguiu à independência do país, em 1975, e depois, no Peru.
Em 1981 foi nomeado conselheiro político sénior das forças da ONU no Líbano. Em 1982 dececionou-se com os ataques sistemáticos do Hezbollah a partir de território libanês a Israel, o que acabou por iniciar a Guerra do Líbano, com Israel invadindo território daquele país visando desarmar o grupo terrorista financiado pelo Irão e apoiado pela Síria. Depois disso, desempenhou diversas funções importantes, no UNHCR, de 1983 a 1991. Foi chefe do Departamento Regional para Ásia e Oceania e diretor da Divisão de Relações Externas.
Entre 1991 e 1996 foi enviado especial do Alto Comissário ao Cambodja, como diretor do repatriamento da Autoridade da ONU de Transição no Camboja (U.N. Transitional Authority in Cambodia, UNTAC), tendo sido o primeiro e único representante da ONU a manter conversações com o Khmer Vermelho. Foi diretor da United Nations Protection Force (UNPROFOR), a primeira força de paz na Croácia e na Bósnia e Herzegovina, durante as guerras da Jugoslávia. Foi também coordenador humanitário da ONU na região dos Grandes Lagos Africanos.
Em 1996 foi nomeado assistente do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, antes de ser enviado para Nova Iorque, em janeiro de 1998, como Secretário-geral-adjunto para Assuntos Humanitários das Nações Unidas.
Para muitos, o brasileiro era a personificação do que a ONU poderia e deveria ser: com uma disposição fora do comum para ir ao campo de ação, corajoso, carismático, flexível, pragmático e muito eficiente na negociação com governos corruptos e ditadores sanguinários, em busca da paz.
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmava que Vieira de Mello era "a pessoa certa para resolver qualquer problema". Foi o primeiro brasileiro a atingir um alto escalão na ONU. Como negociador da ONU atuou em alguns dos principais conflitos mundiais - Bangladesh, Cambodja, Líbano, Bósnia e Herzegovina, Kosovo, Ruanda e Timor-Leste, entre 1999 e 2002, quando se mostraria inflexível nas denúncias dos crimes indonésios. E por fim, no Iraque, onde foi morto durante o ataque suicida ao Hotel Canal, com a explosão provocada por um camião-bomba. O Hotel Canal era usado como sede da ONU em Bagdade há mais de uma década.
Além dos 22 mortos, cerca de 150 pessoas ficaram feridas no ataque - o mais violento realizado contra uma missão civil da ONU até então. Atribuído pelos Estados Unidos à rede Al Qaeda, o ataque provocou a retirada dos funcionários estrangeiros da organização do território iraquiano.
Segundo o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, momentos depois da explosão, Vieira de Mello telefonou para a ONU de seu telemóvel, falando sobre a situação. Ele permaneceu preso sob os escombros durante mais de três horas. Entretanto, segundo Samantha Power, que entrevistou mais de 400 pessoas (diversas das quais presentes no local da explosão) para escrever o livro "O homem que queria salvar o mundo", Vieira de Mello comunicou apenas com a equipa de resgate e com Carolina Larriera, sua companheira, através de um buraco nos escombros. Ainda segundo Samantha Power, os contactos telefónicos com a sede da ONU em Nova Iorque partiram de Ramiro Lopes da Silva, vice de Vieira de Mello e funcionário responsável pela segurança. O chefe da administração civil dos EUA no Iraque, Paul Bremer, disse que possivelmente Vieira de Mello teria sido o alvo do atentado. "Tudo aconteceu debaixo da janela de Sérgio Vieira de Mello. Eu acho que ele era o alvo", disse Lone à rede BBC.
Vieira de Mello era considerado por muitos como o virtual sucessor de Kofi Annan na Secretaria-Geral das Nações Unidas. Apesar de frequentemente confrontar-se com a impotência da ONU diante de tragédias humanas, sua biografia prova que ainda existe algo a ser defendido na organização.
Desempenhou temporariamente as funções de representante especial do Secretário Geral Kofi Annan no Kosovo, onde foi substituído por Bernard Kouchner. De novembro de 1999 a maio de 2002, exerceu o cargo de administrador de transição da ONU em Timor-Leste. Em 12 de setembro de 2002, foi nomeado Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
Em maio de 2003 fora indicado pelo secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, como seu representante especial, durante quatro meses no Iraque.
Sérgio Vieira de Mello foi enterrado no cemitério de Plainpalais (Cimetière des Rois), em Genebra. Alguns meses após o atentado, a ONU realizou uma homenagem póstuma, entregando o Prémio de Direitos Humanos das Nações Unidas àquele que foi um dos mais importantes funcionários da entidade.
Sérgio era conhecido pelo seu carisma e obstinação. Mas a aversão à ostentação de bens materiais também fez parte da sua história. Fazia questão de mostrar-se igual aos mais humildes. Na Bósnia, Vieira de Mello recusou colete blindado. Como os civis não dispunham daquele "luxo", acreditava que criaria uma barreira com o povo local se saísse às ruas com a proteção. Apesar de dispor de carros de luxo, em Nova Iorque, Bruxelas, Bagdade e Paris, andava a pé, de táxi ou de metro. Mas sempre foi amigo dos motoristas colocados à sua disposição e era através deles que obtinha importantes informações sobre o povo local, principalmente das suas necessidades, os seus anseios e a localização dos bairros mais humildes, onde viviam os refugiados, com quem se reunia espontaneamente para ensinar os princípios básicos de moral, ética e cidadania. Em Bagdad saiu de um bairro de refugiados a meio da noite e voltou com meia dúzia de ovos, que ele mesmo cozinhou e dividiu com as crianças e jovens. A um militar americano que o abordou, disse "não há como falar sobre moral com quem está de barriga vazia". Abdicou de um apartamento de mais de 500 metros quadrados em Nova Iorque, com vista para o Central Park, por um outro de apenas dois quartos, próximo do seu local de trabalho. Dizia que ali sentia-se mais feliz.
O seu brilhantismo, cultura, simpatia e desapego aos holofotes e bens materiais eram suas principais características, que somadas ao seu tipo pessoal atlético, tornaram-no um ícone entre as principais celebridades mundiais. Por duas vezes foi eleito o homem mais desejado e charmoso do mundo pelas revistas VOGUE e Vanity Affairs, mas não compareceu para receber os títulos. Em entrevista ao New York Times, humilde como sempre, comentou que as revistas haviam se enganado e disse que se ele tinha algo a receber, que fosse revertido para donativos aos refugiados do Iraque.
   

quinta-feira, julho 14, 2022

O Rei do Iraque e a sua família foram assassinados há 64 anos...

 
Faisal II (Baghdad, 2 May 1935 – Baghdad, 14 July 1958) was the last King of Iraq. He reigned from 4 April 1939 until July 1958, when he was murdered during the 14 July Revolution together with numerous members of his family. This regicide marked the end of the thirty-seven-year-old Hashemite monarchy in Iraq. Afterwards the country became a republic without any consent of the Iraqi people by democratic referendum.
 
(...)
 
In the summer of 1958, King Hussein of Jordan asked for Iraqi military assistance during the escalating Lebanon crisis. Units of the Iraqi Army under the command of Abd al-Karim Qasim, en route to Jordan, chose to march on Baghdad instead, where they mounted a coup d'état on 14 July 1958. During the 14 July Revolution, Faisal II ordered the royal guard to offer no resistance, and Faisal himself surrendered to the insurgents. Around 8 am, Captain Abdul Sattar Sabaa Al-Ibousi, leading the revolutionary assault group at the palace, ordered the King, Crown Prince 'Abd al-Ilah, Princess Hiyam ('Abd al-Ilah's wife), Princess Nafeesa ('Abd al-Ilah's mother), Princess Abadiya (Faisal's aunt) and several servants to gather in the palace courtyard. Here, they were told to turn towards the wall, where all were immediately machine-gunned by their captors. Faisal, who had not died during the initial fusillade, was transported to a hospital, but died en route. Princess Hiyam survived her injuries, caused during the massacre, and was able to escape the country.
Nuri as-Said, Faisal's Prime Minister, was killed by Qassim's supporters the following day. The monarchy was abolished without consent from the people, and control over the country passed to a tripartite "Sovereignty Council," composed of representatives of Iraq's three major ethnic groups. A lengthy period of political instability ensued, culminating in the ultimate triumph in 1968 of the Ba'ath Party, which in turn led to the eventual coming to power of Saddam Hussein.
  
   

segunda-feira, maio 02, 2022

Tony Blair ocupou o lugar de primeiro-ministro do Reino Unido há 25 anos

   
Anthony "Tony" Charles Lynton Blair (Edimburgo, 6 de maio de 1953) é um político britânico, tendo ocupado o cargo de primeiro-ministro do Reino Unido de 2 de maio de 1997 a 27 de junho de 2007, de líder do Partido Trabalhista de 1994 a 2007 e de membro do Parlamento Britânico de 1983 a 2007.
Depois de deixar o cargo de primeiro-ministro, Blair foi indicado para a posição de enviado no Médio Oriente da ONU, da União Europeia, dos Estados Unidos e da Rússia.
Blair foi educado em colégios de Edimburgo e depois estudou Direito em Oxford, convertendo-se em advogado especializado em Direito Sindical em 1976. Em 1983, foi eleito deputado (MP) do Partido Trabalhista Inglês (Labour) no Parlamento. De 1984 a 1987, foi porta-voz da oposição sobre assuntos de tesouro e economia.
Após a morte de John Smith em 1994, Blair, então com 41 anos, tornou-se o líder mais jovem já surgido no trabalhismo inglês. O Congresso do Partido Trabalhista em 1996, adotou a política proposta por Tony Blair, que buscava uma reforma constitucional, especial atenção à educação e à saúde e a maior integração com a União Europeia (UE). Nas eleições de 1997, derrotou o conservador John Major por uma grande maioria dos votos. Apresentou "O modelo para o século XXI", segundo o princípio "trabalho para os que podem trabalhar" e "assistência para os que não podem trabalhar". Contribuiu para pôr fim a trinta anos de conflito na Irlanda do Norte, firmando após quase dois anos de negociações um acordo de paz. Este acordo contou com a colaboração do presidente dos EUA, Bill Clinton.
Como presidente no retorno do Conselho da União Europeia, Blair aprovou o tratado de maio de 1998 para a circulação do Euro. Em janeiro de 1999 propôs converter a Câmara de Lordes num senado com eleição por sufrágio universal. No mesmo ano obteve o Prémio Carlos Magno pela sua contribuição à unidade europeia.
Em junho de 2001, nas eleições gerais, o Partido Trabalhista de Tony Blair ganha o segundo mandato, caso inédito no currículo do partido e na história de Inglaterra.
Em março de 2003, Blair decide, em conjunto com o presidente norte-americano, George W. Bush, atacar o Iraque. Envia tropas britânicas para um conflito (conjuntamente com os militares norte-americanos) que tinha como objetivo desarmar o Iraque e depor o governo de Saddam Hussein.
Em 2005 Tony Blair lidera novamente o Partido Trabalhista numa estreia absoluta, ao alcançar a vitória para um terceiro mandato consecutivo.
Na sequência das negociações da OMC para a eliminação de barreiras alfandegárias, Tony Blair defende a abolição total das tarifas aduaneiras pela União Europeia para os produtos agrícolas, bem como o fim dos subsídios estatais à produção, ao rendimento e sobretudo à exportação. Tal posição que ia ao encontro das pretensões dos países em desenvolvimento, como o Brasil, Argentina, Tanzânia, Índia, entre outros, potenciaria a entrada daquelas economias nos mercados protegidos europeu e norte-americano.
No entanto, a França opôs-se tenazmente, remetendo para 2013 uma revisão global da Política Agrícola Comum da União Europeia.
Em 2006, o Partido Republicano dos EUA, ao qual o Presidente Bush pertence, perdeu as eleições parlamentares no seu país para o Partido Democrata, o que mostrou o descontentamento do povo norte-americano com o seu líder. Blair, assim, vê a sua imagem prejudicada, já que o principal motivo que levou à rejeição do domínio republicano foi o fiasco da Guerra do Iraque. O Primeiro-Ministro percebe, desta forma, ter também grande probabilidade de perder o poder pelas mãos do Parlamento depois de nove anos no cargo.
Em 10 de maio de 2007, Tony Blair anunciou formalmente que renunciava a líder do Partido Trabalhista no dia 24 de junho, e consequentemente ao lugar de primeiro-ministro, após 10 anos de serviço. No dia 27 de junho, renunciou formalmente. Gordon Brown sucedeu-lhe em ambos os cargos.
Em dezembro de 2007 anunciou oficialmente a sua conversão ao catolicismo, deixando a Igreja Anglicana. Em uma conferência em abril de 2008 pronunciada na Catedral de Westminster perante umas 1600 pessoas, Blair destacou a importância da religião em um mundo globalizado. Disse que a religião poderia "despertar a consciência do mundo" e a ajudar a alcançar os Objetivos do Milénio da ONU contra a pobreza e a fome, de entre outras causas nobres.

quinta-feira, abril 28, 2022

O ditador Saddam Hussein nasceu há 85 anos

      
Saddam Hussein Abd al-Majid al-Tikriti
(Tikrit, 28 de abril de 1937 - Bagdad, 30 de dezembro de 2006) foi um político e estadista iraquiano; foi o quinto presidente do Iraque, de 16 de julho de 1979 a 9 de abril de 2003, e também acumulou o cargo de primeiro-ministro nos períodos de 1979–1991 e 1994–2003. Hussein foi uma das principais lideranças ditatoriais no mundo árabe e um dos principais membros do Partido Socialista Árabe Ba'ath, e mais tarde, do Partido Ba'ath de Bagdad e de uma organização regional Partido Ba'ath iraquiano, a qual era composta de uma mistura de nacionalismo árabe e do socialismo árabe; Saddam teve um papel chave no golpe de 1968 que levou o partido a um domínio a longo prazo no Iraque.
     
(...)
     
Em março de 2003, uma coligação de países, liderada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, invadiu o Iraque para depor Saddam, depois que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush acusou o líder iraquiano de possuir armas de destruição maciça e de ter ligações com a Al-Qaeda. O Partido Baath de Saddam foi dissolvido e a nação fez uma transição para um sistema democrático. Após a sua captura, em 13 de dezembro de 2003 (na Operação Red Dawn), o julgamento de Saddam ocorreu já sob a jurisdição do governo interino iraquiano. A 5 de novembro de 2006, ele foi condenado por acusações relacionadas com o assassinato de 148 xiitas iraquianos em 1982 e foi condenado à morte por enforcamento. A vergonhosa execução de Saddam Hussein foi feita a 30 de dezembro de 2006.
 

domingo, março 20, 2022

O Iraque foi invadido há dezanove anos - porque tinha armas de destruição maciça e apoiava a Al-Qaeda...

Estátua de Saddam Hussein é derrubada no centro de Bagdad por populares
   
A Invasão do Iraque em 2003 iniciou-se a 20 de março através de uma aliança entre os Estados Unidos, Reino Unido e muitas outras nações, numa aliança conhecida como A Coligação. A ofensiva terrestre foi iniciada a partir do Kuwait, depois de uma série de ataques aéreos com mísseis e bombas a Bagdad e arredores ter aberto o caminho às tropas no terreno.
Os efetivos, assim como os meios materiais do exército iraquiano, haviam sofrido forte deterioração, desde a Guerra do Golfo (1991), contando então com 17 divisões do exército regular (contra as 40 que possuíam na guerra de 1991), além das seis divisões da Guarda Republicana.
Apesar de alguma resistência por parte dos iraquianos, as forças terrestres da coligação norte-americana e britânica avançaram bastante até terem um abrandamento no dia 25 de março por falta de provisões. A 26 de março foi aberta a frente norte de ataque com a chegada de forças aerotransportadas à região norte controlada pelos curdos.
Encontrando menor resistência do que a inicialmente previsto, as tropas norte-americanas, a 4 de abril ocupam o aeroporto internacional de Bagdad, situado a poucos quilómetros da capital. No dia seguinte alguns tanques norte-americanos fizeram incursões no centro de Bagdad.
Bagdad caiu a 9 de abril e a 1 de maio declarou o presidente norte-americano George W. Bush o fim das operações militares, dissolvendo o governo do partido Ba'ath, depondo o presidente Saddam Hussein. As forças da Coligação capturaram Saddam Hussein a 14 de dezembro de 2004, dando início ao processo de transição de poderes para os iraquianos. A invasão foi feita de acordo com uma doutrina militar de intervenção rápida de estilo Blitzkrieg e com apenas 173 mortos da Coligação (dos quais 33 britânicos).
    
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A expressão "ocupação do Iraque" refere-se ao envio de tropas norte-americanas e internacionais ao Iraque no ano de 2003, por decisão do presidente George W. Bush, dos Estados Unidos. O pretexto da ocupação, inicialmente, foi achar armas de destruição em massa que, supostamente, o governo iraquiano teria em estoque e que, segundo Bush, representavam um risco ao seu país, abalado desde então pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. O presidente Bush tomou a decisão de invadir o Iraque sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU, mas com o apoio dos então primeiros ministros Silvio Berlusconi (Itália), José María Aznar (Espanha), Durão Barroso (Portugal) e Tony Blair (Reino Unido). Em 2004, após 1 ano de ocupação, entretanto, o presidente Bush muda o discurso ao dizer que a ocupação faz parte da libertação de países e a promoção da Democracia e da Paz mundial. Em 2004, o presidente iraquiano Saddam Hussein é capturado e mantido preso num local não revelado. Os seus filhos são mortos numa emboscada em Bagdad. Às 06.00 da manhã, horário de Bagdad, do dia 30 de dezembro de 2006, Saddam Hussein é enforcado, apesar das posições contrárias de várias instituições internacionais como a Amnistia Internacional, União Europeia e diversos outros países. Foi executado juntamente com dois dos seus aliados, sendo um deles o seu meio-irmão e recusou-se a vestir o capuz, normalmente utilizado nas execuções. Antes de sua morte, Saddam pronunciou o nome do líder xiita iraquiano Moqtada Al Sadr.
   
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As supostas armas de destruição biológica e caseira em massa que supostamente haviam no Iraque jamais foram encontradas pelas forças de ocupação. As também alegadas ligações de Saddam com grupos terroristas islâmicos nunca foram comprovadas. Na verdade, os grupos terroristas islâmicos opunham-se a Saddam, pois eram xiitas na sua maioria, enquanto o líder iraquiano era sunita e ao contrário do que se imaginava, o Iraque era um dos países mais laicos da região.
   

quarta-feira, março 16, 2022

A vergonhosa cimeira das Lajes foi há dezanove anos...

José Manuel Durão Barroso, Tony Blair, US President George W. Bush and Spanish Prime Minister José María Aznar at Lajes for a one-day emergency summit to discuss the possibilities of war with Iraq, 16 March 2003

terça-feira, março 15, 2022

Sérgio Vieira de Mello nasceu há 74 anos

  
Sérgio Vieira de Mello (Rio de Janeiro, 15 de março de 1948 - Bagdad, 19 de agosto de 2003) foi um brasileiro funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) durante 34 anos e Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos desde 2002. Morreu em Bagdad, juntamente com outras 21 pessoas, vítima de um atentado a bomba contra a sede local da ONU. A organização extremista Al Qaeda assumiu a responsabilidade pelo ocorrido e afirmou que Mello era o alvo principal do ataque.
   
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Em 1996 foi nomeado assistente do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, antes de ser enviado para Nova Iorque, em janeiro de 1998, como Secretário-geral-adjunto para Assuntos Humanitários das Nações Unidas.
Para muitos, o brasileiro era a personificação do que a ONU poderia e deveria ser: com uma disposição fora do comum para ir ao campo de ação, corajoso, carismático, flexível, pragmático e muito eficiente na negociação com governos corruptos e ditadores sanguinários, em busca da paz.
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmava que Vieira de Mello era "a pessoa certa para resolver qualquer problema". Foi o primeiro brasileiro a atingir o alto escalão da ONU. Como negociador da ONU atuou em alguns dos principais conflitos mundiais - Bangladesh, Camboja, Líbano, Bósnia e Herzegovina, Kosovo, Ruanda e Timor-Leste, entre 1999 e 2002, quando se mostraria inflexível nas denúncias dos crimes indonésios.
Em maio de 2003, foi enviado como representante oficial do Secretário-geral das Nações Unidas para o Iraque, país que estava mergulhado num sangrento conflito. Em julho daquele ano, Sérgio fez parte de uma equipe que vistoriou a Prisão de Abu Ghraib antes do local ser reformado.
Foi na capital iraquiana, Bagdad, que acabou sendo morto em 2003 durante o ataque suicida ao Hotel Canal, com a explosão provocada por um camião-bomba. O hotel era usado como sede da ONU em Bagdad havia mais de uma década. Além dos 22 mortos, cerca de 150 pessoas ficaram feridas no ataque - o mais violento realizado contra uma missão civil das Nações Unidas até então. Abu Musab Zarqawi, chefe da organização terrorista Al Qaeda, assumiu a responsabilidade pelo atentado. Segundo os autores do ataque, Mello foi assassinado pois ele era um "cruzado" que teria ajudado a retirar uma parte (Timor-Leste) do país muçulmano que é a Indonésia. O atentado provocou a retirada dos funcionários estrangeiros da ONU do território iraquiano.
   

terça-feira, janeiro 25, 2022

Ali Químico foi barbaramente enforcado há doze anos

   
Ali Hassam al-Majid, conhecido como Ali Químico, (Tikrit, 30 de novembro de 1941 - Bagdad, 25 de janeiro de 2010) foi um integrante do governo iraquiano no regime de Saddam Hussein, de quem era primo em primeiro grau.
   
Vida
Nascido em Tikrit, no antigo Reino do Iraque, Ali Hassam al-Majid teve uma infância muito pobre e pouca educação formal. Juntou-se ao Partido Ba'ath em 1968, conjuntamente com o seu primo Saddam Hussein. Em 1979, ele conspirou, com Saddam Hussein, para derrubar o então presidente Al-Bakr.
No governo do ditador Saddam Hussein, Al-Majid foi ministro da Defesa, ministro do interior e chefe do serviço de inteligência do Iraque e considerado o mentor do genocídio cometido contra os curdos em 1988, quando milhares de civis foram mortos pelo uso de gás venenoso pelas tropas iraquianas. Nestes ataques pelo menos 180 mil curdos morreram e mais de 1,5 milhão de pessoas foram desalojadas.
Em março de 2003, os Estados Unidos e os seus aliados invadiram o Iraque com o objetivo de derrubar Saddam Hussein e instaurar um novo governo democrático naquele país. Em 9 de abril a capital Bagdad caiu e, em maio, as forças norte-americanas já ocupavam o país e o então presidente norte-americano George W. Bush declarou o fim das operações militares, dissolvendo o governo do partido Ba'ath.
Ali Hassan sobreviveu aos bombardeamentos americanos de abril de 2003 mas foi preso pelas forças da coligação a 17 de agosto de 2003. Ele era o 5º homem mais procurado no Iraque pelos Estados Unidos, mostrado como Rei de espadas no jogo de cartas americano dos mais procurados do antigo regime.
  
Execução
Em 23 de junho de 2007 foi condenado à morte na forca por crimes contra a humanidade pelo Supremo Tribunal Criminal Iraquiano, que investiga os crimes cometidos pelo Partido Baath, entre 1968 e 2003. A sua sentença foi executada no dia 25 de janeiro de 2010.
   
    

The Iraqi Cabinet put pressure on the Presidential council on 17 March 2009 for Al-Majid's execution.

The situation was similar on 17 January 2010 prior to 9 am (GMT); a fourth death penalty was issued against him in response to his acts of genocide against Kurds in the 1980s. He was also convicted of killing Shia Muslims in 1991 and 1999. Alongside him in the trial was former defense minister Sultan Hashem, who was also found guilty by The Iraqi High Tribunal for the Halabja attack and sentenced to 15 years' imprisonment. Al-Majid was executed by hanging on 25 January 2010. He was buried in Saddam's family cemetery in al-Awja the next day; near Saddam's sons, half-brother and the former vice president, but outside the mosque housing the tomb of Saddam. While he was sentenced to death on four separate occasions, the original 2007 verdict sentenced him to five death sentences, and so the combined tally of death sentences handed out was eight.

Amnesty International's Middle East and North Africa Director Malcolm Smart later criticized the execution as "only the latest of a mounting number of executions, some of whom did not receive fair trials, in gross violation of human rights..."
   

segunda-feira, janeiro 17, 2022

A Operação Tempestade no Deserto começou há 31 anos

Caças F-14 americanos e um avião de abastecimento KC-10 sobrevoando o Golfo Pérsico durante o conflito

    

A Guerra do Golfo (2 de agosto de 1990 até 28 de fevereiro de 1991) foi um conflito militar travado entre o Iraque e forças da Coligação internacional, liderada pelos Estados Unidos e patrocinada pela Organização das Nações Unidas, com a aprovação de seu Conselho de Segurança, através da Resolução 678, autorizando o uso da força militar para alcançar a libertação do Kuwait, ocupado e anexado pelas forças armadas iraquianas sob as ordens de Saddam Hussein.

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O consenso internacional sobre a gravidade da agressão de Saddam Hussein e a aceitação de que o os Estados Unidos eram a peça fundamental na elaboração da resposta, na liderança militar e nos esforços necessários para manter unida uma aliança de países sem precedentes na história mundial, galvanizou as nações a agir rapidamente e em força.

Para garantir apoio económico, James Baker, o secretário de Estado americano, viajou para dezenas de países. A Arábia Saudita foi o primeiro país a ser visitado e rapidamente concordou em, não só apoiar financeiramente, mas também disponibilizar seu território para as forças da Coligação. Egito, Síria e Omã foram os outros países do Oriente Médio a apoiar os americanos. Várias nações da Europa ocidental, como Portugal, Espanha, Itália e, principalmente, o Reino Unido, também enviaram ou tropas ou equipamentos para a linha de frente. Ao todo, 34 países participaram da Coligação, em algum nível. Esta foi a maior coligação militar reunida desde a Segunda Guerra Mundial. Algumas nações, como Japão e Alemanha preferiram fazer contribuições financeiras, ajudando com US$ 10 mil milhões e US$ 6,6 mil milhões, respetivamente. No geral, cerca de 73% das 956 600 tropas da Coligação enviadas para combater o Iraque eram dos Estados Unidos.
 

A guerra começou com uma enorme campanha de bombardeamentos aéreos em 17 de janeiro de 1991. Foram mais de 100 mil ataques e surtidas, com pelo menos 88 500 toneladas de bombas lançadas pelo ar e destruiu rapidamente a infraestrutura militar do Iraque, causando danos colaterais também, atingindo a infraestrutura civil do país. A campanha aérea foi comandada pelo general Chuck Horner.

Um dia após passar da data limite estimado pela Resolução 678 da ONU exigindo a retirada das tropas iraquianas do Kuwait, as forças da Coligação lançaram uma maciça campanha aérea contra o Iraque, dando início então a "Operação Tempestade no Deserto" (Desert Storm). A primeira prioridade era destruir a força aérea iraquiana e as suas instalações de defesa antiaérea. A maior parte das surtidas saíram de bases na Arábia Saudita ou dos porta-aviões da Coligação no Golfo Pérsico e no Mar Vermelho.

Os alvos seguintes dos aviões e mísseis de cruzeiro da Coligação eram as instalações de comando e comunicação das forças de Saddam. O ditador iraquiano pessoalmente comandava cada aspecto da estratégia do seu exército e decisões espontâneas por parte dos oficiais eram desencorajadas. Com seus prédios de comunicação e postos de escuta destruídos acabou por limitar a capacidade das forças iraquianas de reagir.

 

quinta-feira, dezembro 30, 2021

O ditador genocida Saddam Hussein foi barbaramente executado há quinze anos...

  
Saddam Hussein Abd al-Majid al-Tikriti
(Tikrit, 28 de abril de 1937 - Bagdad, 30 de dezembro de 2006) foi um político e estadista iraquiano; foi o quinto presidente do Iraque, de 16 de julho de 1979 a 9 de abril de 2003, e também acumulou o cargo de primeiro-ministro nos períodos de 1979–1991 e 1994–2003. Hussein foi uma das principais lideranças ditatoriais no mundo árabe e um dos principais membros do Partido Socialista Árabe Ba'ath, e mais tarde, do Partido Ba'ath de Bagdad e de uma organização regional Partido Ba'ath iraquiano, a qual era composta de uma mistura de nacionalismo árabe e do socialismo árabe; Saddam teve um papel chave no golpe de 1968 que levou o partido a um domínio a longo prazo no Iraque.
    
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Em março de 2003, uma coligação de países, liderada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, invadiu o Iraque para depor Saddam, depois que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush acusou o líder iraquiano de possuir armas de destruição maciça e de ter ligações com a Al-Qaeda. O Partido Baath de Saddam foi dissolvido e a nação fez uma transição para um sistema democrático. Após a sua captura, em 13 de dezembro de 2003 (na Operação Red Dawn), o julgamento de Saddam ocorreu sob o governo interino iraquiano. A 5 de novembro de 2006, ele foi condenado por acusações relacionadas com o assassinato de 148 xiitas iraquianos em 1982 e foi condenado à morte por enforcamento. A execução de Saddam Hussein foi realizada a 30 de dezembro de 2006.
   
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(imagem daqui)
        
Saddam Hussein foi entregue aos seus executores iraquianos pelas forças americanas, que o custodiavam, alguns minutos antes do seu enforcamento, no início do dia 30 de dezembro, em Bagdad, gerando posições contrárias de várias instituições internacionais, como a Amnistia Internacional, o Vaticano, bem como de vários países. A televisão estatal iraquiana levou para o ar imagens de Saddam Hussein, aparentando estar calmo, conversando com o carrasco que ajeitava a corda em volta do seu pescoço e o encaminhava para o cadafalso. Saddam recusou a usar o capuz preto na hora da execução, tendo preferido ser enforcado com o rosto à mostra. Segundo o conselheiro da Segurança Nacional do Iraque, Mouwafak al-Rubai, durante a execução estiveram presentes um juiz do Tribunal de Apelação iraquiano, um representante da Promotoria, outro do Governo e "um grupo de testemunhas". Através de um telemóvel foram ilegalmente filmados os instantes finais de Saddam, em que se comprova outra versão, de que a sua execução não foi o formal cumprimento de sentença judicial, mas com os presentes o humilharam e insultaram, tentando impedir-lhe que morresse proclamando a oração islâmica "Só há um Deus e Maomé é o seu profeta".