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segunda-feira, abril 01, 2024

O último Imperador Austro-Húngaro, Carlos I, morreu há cento e dois anos...


Carlos I (Persenbeug-Gottsdorf, 17 de agosto de 1887Funchal, 1 de abril de 1922) foi o último Imperador da Áustria, de 1916 até 1918, e também Rei da Hungria e Croácia como Carlos IV e Rei da Boémia como Carlos III. Era filho do arquiduque Oto Francisco da Áustria e da sua esposa, a princesa Maria Josefa da Saxónia, neta da rainha Dª Maria II de Portugal, tendo ascendido ao trono após a morte de seu tio-avô Francisco José I.

Carlos deliberadamente nunca abdicou oficialmente de seus tronos, passando o resto de sua vida tentando restaurar a monarquia até morrer, aos 34 anos, em Portugal, na Ilha da Madeira, onde foi enterrado. Ele foi beatificado pela Igreja Católica em 2004, quando o papa João Paulo II declarou que a sua morte ocorreu em odor de santidade e reconheceu o seu papel como pacificador durante a guerra, colocando sempre a sua fé antes de suas decisões políticas. A Igreja Católica designa-o como Beato Carlos da Áustria, Imperador.

 


Primogénito do arquiduque Oto Francisco da Áustria e da Maria Josefa da Saxónia, sucedeu ao seu tio avô Francisco José I. Antes de ascender ao trono prestou serviços no exército. Converteu-se em sucessor em 1914 após o assassinato de seu tio, o Arquiduque Francisco Fernando, em Sarajevo, Bósnia, motivo para o início da Primeira Guerra Mundial.
Sem suficiente capacidade de manobra, durante o ano de 1917, manteve à revelia da Alemanha uns polémicos contactos com o governo francês para tratar de alcançar a paz por separado com os aliados através de seu cunhado, o Príncipe Sixto de Bourbon-Parma, que fracassaram. Com a derrota da Áustria-Hungria na guerra e iniciada a dissolução do Império, renunciou ao cargo de chefe de Estado em 11 de novembro de 1918 mas não aos seus direitos como chefe da dinastia e ao trono. Partiu para o exílio na Suíça.
Em 1921, com escasso apoio político, participou numa conspiração para restaurar a monarquia na Hungria. Apesar desse facto, o almirante Miklós Horthy traiu-o e conseguiu retirar-lhe o trono, expulsou-o de seu país e converteu-se em regente de uma Hungria que se definia como "reino com o trono vago".
O imperador Carlos morreu de pneumonia na ilha da Madeira, Portugal, no ano de 1922. Os seus restos mortais ainda permanecem na ilha, na Igreja de Nossa Senhora do Monte, com a permissão dos seus sucessores.
O Império Austro-Húngaro compreendia em 1914, 676.616 km² e 52 milhões de habitantes, o que o convertia no segundo país mais extenso da Europa e o terceiro mais povoado. Incluía 12 milhões de alemães, 10 milhões de húngaros, 9 milhões de checos e eslovacos, 5 milhões de polacos, outros tantos sérvios e croatas, 4 milhões de ruténios e 1 milhão de italianos. Havia 34 milhões de católicos romanos, 4,5 milhões de ortodoxos, outros tantos protestantes, 2,5 milhões de judeus e 700.000 muçulmanos, cuja coexistência pacífica era garantida pelo Império.
Se a situação balcânica havia sido até então sangrenta e problemática, a dissolução da Áustria-Hungria exacerbaria os problemas ao acrescentar novas fronteiras que criaram férreas barreiras alfandegárias, responsáveis por asfixiar o comércio e conduzir à crise económica e à miséria dos novos países balcânicos. Porém, apesar de tudo, a derrota do Império Austro-Húngaro na Primeira Guerra resultou na auto-determinação e independência das minorias étnicas dentro do território Habsburgo e na proclamação da República da Áustria.
Para Áustria, a consequência mais importante da dissolução do Império foi a sua degradação a um poder de terceira categoria, ao ponto de ser absorvida pela Alemanha em 1938. Nunca recuperaria seu status de grande potência. Viena, que havia sido uma das capitais do mundo, se converteu da noite para o dia a cabeça de um país diminuto. Em 2007 ainda está muito distante da população que tinha em 1916 (1,6 milhões em 2007, enquanto em 1916 era de 2,3 milhões).
A sua abdicação acabou com o poder da dinastia dos Habsburgos, família que havia dominado a Europa e o mundo inteiro desde o século XV, quando Alberto II de Habsburgo alcançou o poder do Sacro Império Romano Germânico em 1438. Desde esse momento, estenderam seus domínios por toda Europa e América, alcançando seu máximo esplendor no século XVI com Carlos I da Espanha e V da Alemanha, Imperador do Sacro Império Romano Germânico entre 1519 e 1556. Sem embargo, a decadência fez que perdessem possessões, reduzindo finalmente a um resquício de todo seu antigo poder: Áustria, Hungria e Boémia. Estes reinos formaram em princípio o Império da Áustria (1804-1867), mais tarde passaram a ser o Império Austro-Húngaro (1867-1918). O colapso do estado austro-húngaro em 1918 pôs fim ao poder da dinastia Habsburgo no mundo.
O Imperador Carlos I foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 3 de outubro de 2004.

quinta-feira, março 28, 2024

Hojé dia de recordar, cantando, a poesia de Teresa de Ávila...


NADA TE TURBE
Jacques Berthier - Teresa de Ávila
 
Nada te turbe,
nada te espante;
quien a Dios tiene,
nada le falta.
Nada te turbe,
nada te espante;
solo Dios basta.

Todo se pasa,
Dios no se muda,
la paciencia todo lo alcanza.

En Cristo mi confianza
y de Él solo, mi asimiento.
En Sus cansancios, mi aliento
y en Su imitación, mi holganza.

Aquí estriba mi firmeza,
aquí mi seguridad.
La prueba de mi verdad,
la muestra de mi firmeza.

Santa Teresa de Ávila nasceu há 509 anos

Santa Teresa em glória - Pietro Novelli
  
  
 
SANTA TERESA

Terra...
Era em Ávila da Ibéria a minha terra...
Terra!
Mas eu não vi a terra que me teve!
Nem lhe dei o calor que um filho deve
A sua Mãe!
Terra!
Nem lhe sabia o nome verdadeiro!
Nem a cor! nem o gosto! nem o cheiro!
Nem calculava o peso que ela tem!

Terra...
Vai-se embaçando o brilho dos meus olhos!
Apodrece o tutano dos meus ossos!
Crescem as unhas doidas nos meus dedos
Contra a palma da mão encarquilhada!
Medra o livor em mim de tal maneira
Que me babo de nojo do meu nada!

Terra!...
E andei eu a morrer a vida inteira!
E andei eu a secar a seiva da raiz
Que do Céu ou do Inferno me prendia
A ti, humana terra de Castela!
Terra!
E andei eu a viver a morte que vivia
Disfarçada em amor na minha cela!

Terra!...
E andei eu a negar o amor do mundo,
Quando de pólo a pólo o meu amor podia
Ser sem limites como a alma quer!...
E ser fecundo como a luz do dia!
E dar um filho, porque eu fui mulher!

Terra!...
E andei eu a legar este legado:
“Vivo morrendo primeiro”,
Derradeiro Castelo a que subi!...
Terra...
E Deus, que prometeu ter-me a seu lado,
Tem-me aqui.

  
 
 
in Poemas Ibéricos (1965) - Miguel Torga

A Irmã Lúcia nasceu há 117 anos...


Lúcia de Jesus Rosa dos Santos (Aljustrel, Fátima, Ourém, 28 de março de 1907 - Coimbra, 13 de fevereiro de 2005) foi uma freira da Ordem das Carmelitas Descalças, conhecida no Carmelo como Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado e pela maioria dos portugueses simplesmente como Irmã Lúcia, que, juntamente com os seus primos Jacinta e Francisco Marto (os chamados "três pastorinhos"), afirmou ter recebido várias aparições da Virgem Maria no lugar da Cova da Iria, em Fátima, Portugal.
 
Lúcia, de pé, na companhia da sua prima, Jacinta Marto
 
    
Lúcia nasceu no lugar de Aljustrel, freguesia de Fátima, filha de António dos Santos e de sua mulher (casados em Fátima, Ourém, a 19 de Novembro de 1890) Maria Rosa Ferreira (6 de Julho de 1869) e irmã mais nova de sete: Maria dos Anjos, Teresa de Jesus Rosa dos Santos, Manuel Rosa dos Santos, Glória de Jesus Rosa dos Santos, Carolina de Jesus Rosa dos Santos e Maria Rosa. Foi baptizada na Igreja Paroquial de Fátima

Tinha dez anos e não sabia ler nem escrever quando alegadamente viu, pela primeira vez, Nossa Senhora na Cova da Iria, juntamente com os primos Francisco e Jacinta Marto. Lúcia foi a única dos três primos que falava com a Virgem Maria: a sua prima Jacinta ouvia mas não falava, e Francisco, inicialmente, apenas observava os gestos de Nossa Senhora. Como tal, Lúcia foi a portadora do Segredo de Fátima. Nos primeiros tempos, a hierarquia católica se revelou cética sobre as afirmações dos Três Pastorinhos e foi só a 13 de outubro de 1930 que o bispo de Leiria tornou público, oficialmente, que as aparições eram dignas de crédito. A partir daí, o Santuário de Fátima ganhou uma expressão internacional, enquanto a Irmã Lúcia viveu cada vez mais isolada. Durante alguns anos ficou na Quinta da Formigueira em Frossos, Braga, propriedade do bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva.

Em 17 de junho de 1921, com 14 anos, o Bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva, proporcionou a sua entrada no Colégio das Irmãs Doroteias em Vilar, no Porto, alegadamente para a proteger dos peregrinos e curiosos que acorriam cada vez mais à Cova da Iria e pretendiam falar com ela. Professou como religiosa doroteia em 1928, em Tui (Galiza, Espanha), onde viveu alguns anos. Pouco tempo depois morou em Pontevedra, também na região espanhola da Galiza, onde também se lhe apareceu a Virgem Maria, em 1925, nas chamadas Aparições de Pontevedra.

Em 1946 regressou a Portugal e, dois anos depois, entrou para a clausura do Carmelo de Santa Teresa em Coimbra, onde professou como freira carmelita descalça a 31 de maio de 1949. Foi neste convento que escreveu dois volumes com as suas Memórias e os Apelos da Mensagem de Fátima. Em 1991, quando o Papa João Paulo II visitou Fátima, convidou a irmã Lúcia a deslocar-se ali e esteve reunido com ela doze minutos. Antes, já se tinha encontrado, também em Fátima, com o Papa Paulo VI.

Lúcia morreu no dia 13 de fevereiro de 2005, aos 97 anos, no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra. O Papa João Paulo II, nesta ocasião, rezou pela Irmã Lúcia e enviou o Cardeal Tarcisio Bertone para o representar no funeral. Em 19 de fevereiro de 2006 o seu corpo foi trasladado de Coimbra para o Santuário de Fátima onde foi sepultada junto dos seus primos, Francisco e Jacinta Marto.

 
  
in Wikipédia

quarta-feira, março 27, 2024

São Francisco de Paula nasceu há 608 anos

Francesco Cappella, Milagre de São Francisco da Paula
    
São Francisco de Paula (Paola, 27 de março de 1416 - Tours, 2 de abril de 1507) foi um eremita, fundador da Ordem dos Mínimos e santo da Igreja Católica.
É também conhecido como "O Eremita da Caridade", pela sua opção de desprezo absoluto pelos valores transitórios da vida e dedicação integral ao socorro do próximo. Consta que num só dia o venerado de Paula atendeu no seu Mosteiro a mais de 300 pessoas necessitadas do espírito e do corpo, realizando curas prodigiosas.
Francisco de Paula fundou a "Ordem dos Mínimos", uma fraternidade que exige do interessado em nela ingressar uma única condição: que se considere um "mínimo", pois Jesus dissera que se alguém quer ser o primeiro, que seja o último e o servo de todos...
Venerado pelos pobres, pelos Reis e pelos nobres do seu tempo, Francisco de Paula deu o exemplo numa época em que prosperavam os abusos eclesiásticos quando se cultivava os prazeres efémeros e subalternos da vida. Por essa razão, foi considerado um missionário especial, pela sua capacidade extraordinária de resgatar os mais puros e preciosos valores evangélicos, tal qual o seu mais famoso herói, o outro Francisco, o de Assis, que vivera dois séculos antes.
  

segunda-feira, março 25, 2024

Catarina de Siena nasceu há 677 anos

   
Catarina de Siena
, nascida Caterina Benincasa (Siena, 25 de março de 1347 - Roma, 29 de abril de 1380), foi uma terceira da Ordem dos Pregadores (dominicanos), filósofa escolástica e teóloga do século XIV. Lutou arduamente para trazer o papado de Gregório XI de volta para Roma durante o chamado "Cisma do Ocidente", um período de quase um século no qual se estabeleceu o papado de Avinhão, e também foi fundamental para a restauração da paz entre as cidades-estado italianas.

Nascida em Siena, cresceu lá e queria muito cedo se consagrar a Deus, contra a vontade de seus pais. Ela juntou-se às irmãs da Penitência de São Domingos e fez seus votos lá. Muito rapidamente marcada por fenómenos místicos, como estigmas e casamento místico, ela deu-se a conhecer.

Ela acompanhou o capelão dominicano na ida à audiência com o Papa em Avignon, como embaixadora de Florença, uma cidade em guerra com o papa. A sua influência no papa Gregório XI desempenha um papel comprovado na sua decisão de deixar Avignon para voltar para Roma. Ela é então enviada por ele para negociar a paz com Florença. Com Gregório XI morto e com a paz concluída, ela voltou a Siena. Ela dita então aos seus secretários o seu conjunto de tratados espirituais, O Diálogo.

Catarina de Siena é uma das figuras mais destacadas do catolicismo medieval, pela forte influência que teve na história do papado. Ela está por trás do retorno do papa de Avignon para Roma e, em seguida, realizou inúmeras missões por ordem do papa, algo bastante raro para uma simples freira na Idade Média. Ela também influenciou fortemente Santa Rosa de Lima.

O grande cisma do Ocidente levou Catarina de Siena a ir a Roma com o papa. Ela enviou numerosas cartas aos príncipes e cardeais, para promover a obediência ao Papa Urbano VI e defender o que ela chamou de "vaso da Igreja". Ela morre 29 de abril de 1380, exausta por suas penitências. Urbano VI celebra o seu funeral e enterro na Basílica de Santa Maria sopra Minerva, em Roma.

Desde 18 de junho de 1866 que é a padroeira da Itália, juntamente com São Francisco de Assis. Em 3 de outubro de 1970, Catarina foi proclamada Doutora da Igreja pelo Papa Paulo VI e, em 1 de outubro de 1999, João Paulo II nomeou-a uma das seis padroeiras da Europa, juntamente com São Bento, Santos Cirilo & Metódio, Santa Brígida da Suécia e Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein).
   

A Imaculada Conceição tornou-se Rainha e Padroeira de Portugal há 378 anos

(imagem daqui)


Em Portugal, a devoção popular a Nossa Senhora da Conceição é bastante antiga e interligada com a História de Portugal, sobretudo com os grandes acontecimentos decisivos para a independência e identidade nacional de Portugal. Aliás, nos primórdios da Nação Portuguesa, foi celebrada em Lisboa uma Missa pontifical de ação de graças, em honra da Imaculada Conceição, após Lisboa ter sido conquistada aos mouros, em 1147, pelo primeiro Rei de Portugal, D. Afonso Henriques, que teve a ajuda dos Cruzados ingleses. Segundo uma tradição secular, na sequência da Crise de 1383-1385 e após a vitória portuguesa na Batalha de Aljubarrota (1385) contra os castelhanos, o Condestável D. Nuno Álvares Pereira (ou São Nuno de Santa Maria) mandou construir a Igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila Viçosa, e fez consagrar aquele templo católico a Nossa Senhora da Conceição. Para o efeito, ele encomendou em Inglaterra uma imagem de Nossa Senhora da Conceição para ser venerada nessa igreja.

Com o decorrer do tempo, a devoção popular foi crescendo e criando raízes em Portugal, com a fundação de muitas irmandades de Nossa Senhora da Conceição, sendo a mais antiga a da atual freguesia dos Anjos (Lisboa), que foi instituída em 1589.

Após a Restauração da Independência de Portugal (1640) e em plena Guerra da Restauração contra Espanha, o Rei de Portugal, D. João IV, da Casa de Bragança e descendente de D. Nuno Álvares Pereira, jurou e proclamou solenemente, por provisão régia de 25 de março de 1646, que Nossa Senhora da Conceição seria a Rainha e Padroeira de Portugal e de todos os seus territórios ultramarinos, após parecer favorável das Cortes gerais de 1645-1646. Nesta provisão régia, que depois foi confirmada em 1671 pelo Papa Clemente X na bula papal Eximia dilectissimi, declarou-se que: "Estando ora juntos em Cortes com os três Estados do Reino (...) e nelas com parecer de todos, assentámos de tomar por padroeira de Nossos Reinos e Senhorios a Santíssima Virgem Nossa Senhora da Conceição... e lhe ofereço de novo em meu nome e do Príncipe D. Teodósio meu sobre todos muito amado e prezado filho e de todos os meus descendentes, sucessores, Reinos, Senhorios e Vassalos à sua Santa Casa da Conceição sita em Vila Viçosa, por ser a primeira que houve em Espanha desta invocação, cinquenta escudos de ouro em cada um ano em sinal de Tributo e Vassalagem: E da mesma maneira prometemos e juramos com o Príncipe e Estados de confessar e defender sempre (até dar a vida sendo necessário) que a Virgem Maria Mãe de Deus foi concebida sem pecado original. (...) E se alguma pessoa intentar coisa alguma contra esta nossa promessa, juramento e vassalagem, por este mesmo efeito, sendo vassalo, o havemos por não natural, e queremos que seja logo lançado para fora do Reino; e se for Rei (o que Deus não permita) haja a sua e nossa maldição, e não se conte entre nossos descendentes; esperando que pelo mesmo Deus que nos deu o Reino e subiu à dignidade real, seja dela abatido e despojado".

Após a proclamação, D. João IV coroou a imagem de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa, que, segundo a tradição, foi encomendada por D. Nuno Álvares Pereira. A partir de então, em sinal de reconhecimento de que Nossa Senhora é a verdadeira Rainha e Padroeira de Portugal, os reis subsequentes nunca mais colocaram a coroa real na sua cabeça, sendo que a coroa, em ocasiões solenes, era apenas posta sobre uma almofada, ao lado direito do rei.
 

domingo, março 24, 2024

Óscar Romero foi assassinado há 44 anos...

        
Óscar Arnulfo Romero Galdámez, conhecido como Monsenhor Romero, (Ciudad Barrios, San Miguel, 15 de agosto de 1917 - San Salvador, 24 de março de 1980) foi um sacerdote católico salvadorenho, quarto arcebispo metropolitano de San Salvador (1977-1980).
    
 
Em 3 de fevereiro de 1977 foi nomeado Arcebispo de San Salvador. Escolhido como arcebispo pelo seu aparente conservadorismo, uma vez nomeado aderiu aos ideais da não-violência, posição que o levou a ser comparado a Mahatma Gandhi e a Martin Luther King. Por isso, Óscar Romero passou a denunciar, em suas homilias dominicais, as numerosas violações de direitos humanos em El Salvador e manifestou publicamente sua solidariedade com as vítimas da violência política, no contexto da Guerra Civil de El Salvador.
Dentro da Igreja Católica, defendia a "opção preferencial pelos pobres".
   
A morte
Na homilia de 11 de novembro de 1977, Monsenhor Romero afirmou: "a missão da Igreja é identificar-se com os pobres. Assim a Igreja encontra sua salvação."
Óscar Romero foi assassinado quando celebrava a missa, a 24 de março de 1980, por um atirador de elite do exército salvadorenho, treinado na Escola das Américas. A sua morte provocou uma onda de protestos em todo o mundo e pressões internacionais por reformas em El Salvador.
Em 2010, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o dia 24 de março como o Dia Internacional pelo Direito à Verdade acerca das Graves Violações dos Direitos Humanos e à Dignidade das Vítimas, em reconhecimento pela atuação de D. Romero em defesa dos direitos humanos
  
Mártir, Beato e Santo
Em 1997 Romero foi declarado "Servo de Deus" pelo papa João Paulo II. Em fevereiro de 2015 o papa Francisco aprovou o decreto de beatificação do arcebispo salvadorenho, reconhecendo-o como mártir. A solenidade de beatificação foi realizada no dia 23 de maio de 2015 na capital salvadorenha e presidida pelo cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. Estima-se que cerca de 300 mil pessoas estiveram presentes na cerimónia. Durante a cerimónia, Amato afirmou que a memória de Romero ainda estaria viva dando conforto aos pobres e marginalizados, e que Romero foi a luz do mundo e o sal da terra, pois seus perseguidores desapareceram e foram esquecidos, mas Romero continuaria a lançar luz sobre os pobres e marginalizados. O papa Francisco enviou uma mensagem pessoal, lida no início da cerimónia, na qual afirmou que: "Em tempos de coexistência difícil, Romero soube como guiar, defender e proteger o seu rebanho. [...] Damos graças a Deus porque concedeu ao bispo mártir a capacidade de ver e ouvir o sofrimento de seu povo. [...] Quando se entende bem e se assume até as últimas consequências, a fé em Jesus Cristo cria comunidades artífices de paz e solidariedade". Romero foi canonizado pelo papa Francisco a 14 de outubro de 2018. A Igreja Luterana também participou da cerimónia, com a presença do bispo salvadorenho Medardo Gómez.
Óscar Romero é o primeiro salvadorenho a ser elevado aos altares, o primeiro arcebispo martirizado da América, o primeiro a ser declarado mártir depois do Concílio Vaticano II, e o primeiro santo nativo da América Central. Embora também São Pedro de Betancur tenha sido canonizado na cidade de Santiago de los Caballeros, na Guatemala, pelo seu trabalho na região e portanto, também um santo centro-americano, tinha nascido em Tenerife, Espanha.
  

D. António Ribeiro, cardeal Patriarca de Lisboa, morreu há vinte e seis anos...

 

D. António Ribeiro (Celorico de Basto, 21 de maio de 1928 - Lisboa, 24 de março de 1998) foi um cardeal português, o 15.º Patriarca de Lisboa, como Dom António II.
   
Biografia
Era filho de José Ribeiro (circa 1860) e da sua mulher Ana Gonçalves (circa 1904), ambos de São Clemente de Basto. Estudou no Seminário de Braga, na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, na Faculdade Teológica em Innsbruck e na Faculdade Teológica de Munique.
   
Vida religiosa
Foi ordenado em 5 de julho de 1953, na Arquidiocese de Braga. O então arcebispo de Braga, D. António Bento Martins Júnior, mandou-o estudar para Roma, onde se doutorou na Pontifícia Universidade Gregoriana com a tese «A Doutrina do Evo em S. Tomás de Aquino. Ensaio sobre a duração da alma separada». Depois desta sua formação humanística, filosófica e teológica, António Ribeiro iniciou a sua atividade na Comunicação Social e no ensino. Entre 1959 e 1964 foi membro do corpo docente do Seminário de Braga e ficou responsável pelo programa «Encruzilhadas da Vida», transmitido aos sábados na RTP, em que debate temas de atualidade, frequentemente sugeridos pelos próprios telespectadores. Foi docente do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, entre 1964 e 1966. Transita para o programa, também na RTP, intitulado "Dia do Senhor", entre 1964 e 1967, onde demonstrou as suas qualidades de comunicador, com um sentido crítico e uma capacidade de leitura cristã dos acontecimentos. Lecionou Filosofia Social, Filosofia Moral e Psicologia Social e foi diretor do Instituto Superior de Cultura Católica, entre 1965-1967 e foi Vigário-geral da arquidiocese de Braga, entre l966 e 1967. Para além de trabalhar na área da Comunicação Social, foi assistente nacional e diocesano da Liga Universitária Católica e ainda das associações profissionais de médicos, farmacêuticos, juristas, engenheiros e professores.
  
Episcopado
Inicialmente foi escolhido para suceder, na diocese moçambicana da Beira, ao bispo D. Sebastião Soares de Resende, mas o regime não permitiu que fosse para Moçambique. Foi então eleito bispo-titular de Tigillava e nomeado bispo-auxiliar de Braga, a 3 de julho de 1967, foi consagrado em 17 de setembro, pelo Cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira, Patriarca de Lisboa, assistido por Francisco Maria da Silva, arcebispo de Braga, e por António de Castro Xavier Monteiro, arcebispo titular de Mitilene, bispo-auxiliar de Lisboa.
Em 6 de junho de 1969, é nomeado bispo-auxiliar de Lisboa. Promovido ao Patriarcado de Lisboa, o décimo-quinto patriarca de Lisboa com o nome de D. António II (nomeado a 13 de maio de 1971, no aniversário das aparições marianas de Fátima). Foi ainda nomeado Vigário militar de Portugal a 24 de janeiro de 1972.
   
     
Cardinalato
Foi o enviado especial do Papa João Paulo II para a celebração do quinto centenário da evangelização de Angola, em Luanda, entre 22 e 27 de outubro de 1991 e enviado especial do Papa para a celebração do quinto centenário do Tratado de Tordesilhas, em Setúbal, Portugal, a 5 de setembro de 1994. Presidiu à cerimónia de casamento do Duque de Bragança, D. Duarte Pio de Bragança, com D. Isabel de Herédia, em 13 de maio de 1995.
Morreu em 4 de março de 1998, por conta do estágio avançado de um cancro, na sua residência em Lisboa, sendo enterrado no túmulo dos patriarcas na Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa. Um monumento a recordá-lo foi erguido em Britelo, Basto, e um busto foi colocado na sua terra natal, Celorico de Basto, na praça que tem o seu nome.
    
Conclaves
    

quinta-feira, março 21, 2024

São Bento de Núrsia, padroeiro da Europa, morreu há 1477 anos

       
São Bento de Núrsia, nascido Benedito da Nórcia, em italiano: Benedetto de Norcia; em latim: Benedictus, (Nórcia, Reino Ostrogótico, 24 de março de 480  - Abadia do Monte Cassino, 21 de março de 547) foi um monge, fundador da Ordem dos Beneditinos, uma das maiores ordens monásticas do mundo. Foi o criador da Regra de São Bento, um dos mais importantes e utilizados regulamentos de vida monástica, inspiração de muitas outras comunidades religiosas. Era irmão gémeo de Santa Escolástica. Foi designado patrono da Europa pelo Papa Paulo VI em 1964, sendo também patrono da Alemanha. É venerado não apenas por católicos, como também por ortodoxos. Foi o fundador da Abadia do Monte Cassino, na Itália, destruída durante a Segunda Guerra Mundial e posteriormente restaurada. É comemorado, no calendário católico, a 11 de julho, data em que as suas relíquias foram trasladadas para a Abadia de Saint-Benoît-sur-Loire.
     

quarta-feira, março 20, 2024

São Martinho de Dume morreu há 1.445 anos

Representação de São Martinho de Dume numa miniatura do Códice Albeldensis, circa 976

  
Martinho de Dume, Martinho Dumiense ou ainda Martinho de Braga (ou Martinho Bracarense) são os vários nomes por que é conhecido Martinho da Panónia, um bispo de Braga e de Dume considerado santo pela Igreja Católica.
Martinho nasceu na Panónia, atual Hungria, no século VI. É tido como o apóstolo dos Suevos, responsável maior pela sua conversão do arianismo ao catolicismo.

Estudou grego e ciências eclesiásticas no Oriente. De volta ao Ocidente, dirigiu-se para Roma e para a França, para continuar os estudos, onde visitou o túmulo do seu conterrâneo Martinho de Tours.
Estabeleceu um mosteiro em Dume, uma aldeia das proximidades de Bracara Augusta, a partir do qual começou a irradiar a sua pregação. Estabeleceu a Diocese de Dume (caso único na história cristã - confinada ao referido Mosteiro de Dume a que presidia), da qual foi primeiro bispo, em 556. Depois, por vacatura da diocese bracarense, em 569, foi feito metropolita dessa região de Braga, então capital do Reino Suevo.
Reuniu o Concílio de Braga em 563, tendo proibido que se cantassem muito dos hinos e cantos de carácter popular que estavam incluídos nas missas e noutras celebrações. Ao longo dos anos, a música litúrgica foi sendo fixada no Cantochão, mas o povo, apoiado num substrato musical muito antigo, apoderou-se de alguns destes cânticos da Igreja e popularizou-os, dando-lhes a sua interpretação própria.
Para além de batalhador pela ortodoxia contra os arianos, foi também um fecundo escritor. Entre as principais obras, citamos: Escritos canónicos e litúrgicos. Destacou-se também como tradutor (designadamente, dos Pensamentos dos padres egípcios).
Martinho de Dume é também uma figura de capital importância para a história da cultura e língua portuguesas; de facto, considerando indigno de bons cristãos que se continuasse a chamar os dias da semana pelos nomes latinos pagãos de Lunae dies, Martis dies, Mercurii dies, Jovis dies, Veneris dies, Saturni dies e Solis dies, foi o primeiro a usar a terminologia eclesiástica para os designar (Feria secunda, Feria tertia, Feria quarta, Feria quinta, Feria sexta, Sabbatum, Dominica Dies), donde os modernos dias em língua portuguesa (segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira, sábado e domingo), caso único entre as línguas novilatinas, dado ter sido a única a substituir inteiramente a terminologia pagã pela terminologia cristã.
Isto explica o facto de os mais antigos documentos redigidos em português, fortemente influenciados por este latim eclesiástico, não terem qualquer vestígio da velha designação romana dos dias da semana, prova da forte ação desenvolvida por Martinho e seus sucessores na substituição dos nomes.
Martinho tentou também substituir os nomes dos planetas, mas aí já não foi tão bem sucedido, pelo que ainda hoje os chamamos pelos seus nomes clássicos pagãos.
Morreu no dia 20 de março de 579 e foi sepultado na catedral de Dúmio. Para si compôs o seguinte epitáfio: Nascido na Panónia, atravessando vastos mares, impelido por sinais divinos para o seio da Galiza, sagrado bispo nesta tua igreja, ó Martinho confessor, nela instituí o culto e a celebração da missa. Tendo-te seguido, ó patrono, eu, o teu servo Martinho, igual em nome que não em mérito, repouso agora aqui na paz de Cristo.
  

terça-feira, março 19, 2024

Hoje é o dia do Pai...

São José, o Carpinteiro, de Georges de La Tour, 1640
        
São José ou José de Nazaré ou José, o Carpinteiro é, segundo o Novo Testamento, o esposo de Maria e o pai de Jesus. O nome José é a versão lusófona do hebraico Yosef, por meio do latim Iosephus. Descendente da casa real de David, é venerado como santo pela Igreja Ortodoxa, Igreja Anglicana e Igreja Católica, que o celebra como seu padroeiro universal. A Liturgia Luterana também dedica um dia - 19 de março - à sua memória, sob o título de "Tutor de Nosso Senhor". Operário, é tido como "Padroeiro dos Trabalhadores", e, pela fidelidade a sua esposa e dedicação paternal a Jesus, como "Padroeiro das Famílias", emprestando o seu nome a muitas igrejas e lugares em todo o mundo.
        
 
    
Ação de graças

Às vezes, com minha filha no chão junto de mim,
Fecho os olhos numa ação de graças...

Mas logo ela galreia,
Nem isso me consente.

E regresso um pouco triste a uma alegria imensa.

01.10.1950
   
  
  
in Poesia-I - Post-Scriptum (1960) - Jorge de Sena

sábado, março 16, 2024

O rapto de Aldo Moro (pelas Brigadas Vermelhas) começou há 46 anos...

       
Ocupou por cinco vezes o cargo de primeiro-ministro da Itália. Membro ativo da Igreja Católica, foi um dos líderes mais destacados da democracia cristã na Itália.
Sequestrado em 16 de março de 1978 pelo grupo terrorista Brigadas Vermelhas, foi assassinado depois de 55 dias de cativeiro.
Há várias teorias acerca os motivos da recusa do governo italiano em negociar a libertação de Aldo Moro com os sequestradores e sobre os interesses envolvidos no seu sequestro e morte. Segundo o historiador Sergio Flamigni, as Brigadas Vermelhas foram usadas pela Gladio, rede dirigida pela NATO, de modo a justificar a manutenção da estratégia da tensão. O filósofo Antonio Negri chegou a ser preso, acusado de ser o inspirador da ação das Brigadas Vermelhas e do assassinato de Aldo Moro.
      

 

 

       
On March 16, 1978, on Via Fani, a street in Rome, a unit of the militant communist organisation known as the Red Brigades (Italian: Brigate Rosse) blocked the two-car convoy transporting Moro and kidnapped him, murdering in cold blood his five bodyguards. At the time, all of the founding members of the Red Brigades were in jail; the organisation led by Mario Moretti that kidnapped Moro, therefore, is said to be the "Second Red Brigades."
On the day of his kidnapping, Moro was on his way to a session of the House of Representatives, where a discussion was to take place regarding a vote of confidence for a new government led by Giulio Andreotti (DC) that would have, for the first time, the support of the Communist Party. It was to be the first implementation of Moro's strategic political vision as defined by the Compromesso storico (historic compromise).
In the following days, trade unions called for a general strike, while security forces made hundreds of raids in Rome, Milan, Turin and other cities searching for Moro's location. Held for two months, he was allowed to send letters to his family and politicians. The government refused to negotiate, despite demands by family, friends and Pope Paul VI. In fact, Paul VI "offered himself in exchange … for Aldo Moro …"
During the investigation of Moro's kidnapping, General Carlo Alberto Dalla Chiesa reportedly responded to a member of the security services who suggested torturing a suspected brigatista, "Italy can survive the loss of Aldo Moro. It would not survive the introduction of torture." The Red Brigades initiated a secret trial where Moro was found guilty and sentenced to death. Then they sent demands to the Italian authorities, stating that unless 16 Red Guard prisoners were released, Moro would be killed. The Italian authorities responded with a large-scale manhunt.
      

quinta-feira, março 14, 2024

Mit brennender Sorge - o papa Pio XI escreveu uma carta ao povo alemão há 87 anos

   

Mit brennender Sorge (Com profunda preocupação - 14 de março de 1937), é uma Carta Encíclica de Pio XI que condena o nacional-socialismo alemão e sua ideologia racista. Foi a primeira crítica oficial aos nazis feita por um chefe de Estado e contém um ataque velado a Adolf Hitler, referindo-se a ele como "um profeta louco de arrogância repulsiva". É também notável por ser um dos dois únicos documentos oficiais da Santa Sé escritos numa língua diferente do latim e do grego, juntamente com a encíclica Non Abbiamo Bisogno, de 1931, que por sua vez critica o fascismo italiano.
Devido ao caráter urgente da mensagem destinada especificamente ao povo germânico, Pio XI optou por redigir a Encíclica diretamente em alemão. Quando pronta, foi enviada clandestinamente para a Alemanha por meio do serviço eclesiástico de correspondência, para que não fosse apreendida pela Gestapo, e então reproduzida por oficiais da Igreja Católica. As cópias foram distribuídas aos bispos, padres e capelães para serem lidas em todas as paróquias alemãs no dia 21 de março de 1937, durante a homilia da missa de Domingo de Ramos, quando a presença de fiéis costuma ser a máxima de todo o ano litúrgico. A encíclica faz uma condenação extremamente dura do racismo e ataca o Führer com uma agressividade raramente vista em documentos papais, motivando uma reação violenta de Hitler por meio da Gestapo, que recrudesceu fortemente a perseguição de católicos e ocasionou a prisão de mais de mil e cem clérigos. Numa época em que Adolf Hitler ainda gozava de grande prestígio na opinião pública internacional, a encíclica surpreendeu pelo tom decisivo e foi alvo de críticas inclusive de setores da esquerda católica, que ainda acreditavam numa convivência pacífica com a Alemanha.
Juntamente com os Cardeais alemães Adolf Bertram, Michael von Faulhaber e Karl Joseph Schulte e os dois bispos alemães mais contrários ao regime, Clemens von Gallen e Konrad von Preysing e com a intervenção decidida do Cardeal Pacelli - futuro Papa Pio XII - e dos seus auxiliares alemães Mons. Ludwig Kaas e dos jesuítas Robert Leiber e Augustin Bea é que se chegou à encíclica Mit brennender Sorge que, ainda em 1937, condenou os erros da ideologia nazi e os seus ideais racistas e pagãos.

    

(...)


Como era de se esperar, no mesmo dia o órgão oficial nazi, Völkischer Beobachter, publicou uma primeira réplica à encíclica, mas foi também a última. O ministro alemão da propaganda, Joseph Goebbels, foi suficientemente inteligente e perspicaz para perceber a força que havia tido a declaração, e com o controle total da imprensa e do rádio que já tinha por essa ocasião, entendeu que o mais conveniente era ignorá-la completamente e censurar tanto o seu conteúdo como quaisquer referências a esta.
Após a leitura e publicação da encíclica, as perseguições anti-católicas tiveram lugar, e as relações diplomáticas Berlim-Vaticano ficaram severamente afetadas. Em maio de 1937, 1.100 padres e religiosos são lançados nas prisões do Reich. 304 sacerdotes católicos são deportados para Dachau em 1938. As organizações católicas são dissolvidas e as escolas confessionais interditas.
Até a queda do regime nazi, cerca de onze mil sacerdotes católicos (quase metade do clero alemão dessa época) "foram atingidos por medidas punitivas, política ou religiosamente motivadas, pelo regime nazi", terminando muitas vezes nos campos de concentração.

quarta-feira, março 13, 2024

O Papa Francisco foi eleito há onze anos

   
Francisco (em latim: Franciscus), cujo nome de batismo é Jorge Mario Bergoglio (Buenos Aires, 17 de dezembro de 1936), é o 266.º Papa da Igreja Católica e atual chefe de estado do Vaticano, sucedendo ao Papa Bento XVI, que abdicou em 28 de fevereiro de 2013.
É o primeiro papa nascido no continente americano, o primeiro pontífice não europeu em mais de 1200 anos e também o primeiro papa jesuíta da história. Tornou-se Arcebispo de Buenos Aires em 28 de fevereiro de 1998 e cardeal-presbítero em 21 de fevereiro de 2001, foi eleito papa em 13 de março de 2013.