O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas.
Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
Queima das Fitas começa na sexta-feira, Serenata Monumental será no Pátio das Escolas
A edição deste ano conta ainda com uma noite extra, a 27 de maio, dedicada aos antigos estudantes da UC.
A contagem decrescente para mais uma
edição da Queima das Fitas de Coimbra já começou. A Praça da Canção
recebe a festa académica, entre os dias 19 a 26 de maio, que conta com
um cartaz com nomes como Os Quatro e Meia, Slow J, Kevinho, Linda
Martini, Calema, Quim Barreiros e Ivete Sangalo, entre muitos outros.
Na noite de quinta para sexta-feira, 18 para 19 de maio, a
tradicional Serenata Monumental promete encher o Pátio das Escolas, com
atuações a cargo da Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra
(consultar o alinhamento completo no final da notícia).
O Cortejo da Queima das Fitas 2023 está marcado para a tarde de dia
23, sendo que no período da manhã decorre, no Largo da Sé Velha, a
Queima do Grelo.
A Queima das Fitas conta, este ano, com uma noite extra, a 27 de maio, dedicada aos Antigos Estudantes.
Este dia tem um propósito maior: os lucros do evento revertem para o
Fundo António Luís Gomes, que tem como objetivo a atribuição de bolsas
de estudo. Resultante de parceria com a Universidade de Coimbra e a
Associação Académica de Coimbra (AAC), este dia solidário vai contar com
a presença de dois grandes nomes da música portuguesa: "Xutos &
Pontapés" e "Deixem o Pimba em Paz", com Bruno Nogueira e Manuela
Azevedo.
Além dos concertos principais, as Noites do Parque contam ainda com a
animação do Palco Secundário com uma programação a decorrer de 23 a 26
de maio.
Mais informações sobre a QF 2023 estão disponíveis nas redes sociais do evento: Facebook, Instagram, Twitter.
Este ano há novamente transmissão pela RTP 1 (assim é que há serviço público...!), a partir do Paço das Escolas (escadaria de entrada da Sala dos Capelos e da Via Latina, na Faculdade de Direito), por causa das obras que ainda há no largo da Sé Velha:
A Serenata Monumental, que se realiza no Paço das Escolas, marca o
arranque da Queima das Fitas de Coimbra 2023. Trata-se de um momento de
grande solenidade e comoção que tem início após soarem as 12 badaladas,
quando se ouvem os primeiros acordes das guitarras e as vozes afinadas
dos estudantes que se encontram na escadaria da Universidade de Coimbra
fazem soar a Canção de Coimbra.
Filho de Francisco José de Faria e Melo Ferreira Duarte, que jogou na Académica
e foi campeão de atletismo, e da sua mulher, Maria Manuela Alegre de
Melo Duarte, a sua família tem referências na política - um dos seus
ascendentes esteve nas revoltas contra D. Miguel I,
tendo sido decapitado na Praça Nova do Porto - e no desporto - o
próprio Manuel Alegre sagrou-se campeão nacional de natação e foi atleta
internacional da Associação Académica de Coimbra nessa modalidade. A sua infância e juventude encontram-se retratadas no romance Alma (1995).
À exceção dos primeiros estudos, feitos em Águeda, frequentou diversos estabelecimentos de ensino: fez o primeiro ano do liceu no Passos Manuel, em Lisboa, no segundo esteve três meses como aluno interno no Colégio Almeida Garrett, no Cartaxo, seis meses no Colégio Castilho, em São João da Madeira, e depois foi para o Porto, concluindo os estudos secundários no Liceu Central Alexandre Herculano. Aí fundou, com José Augusto Seabra, o jornal Prelúdio.
Em 1961 é chamado a cumprir serviço militar e assenta praça na Escola Prática de Infantaria, em Mafra, de onde sai, pouco depois, para a Ilha de São Miguel. Em 1962 é mobilizado para Angola, onde é preso pela PIDE, em 1963. Regressado a Portugal, é-lhe fixada residência em Coimbra. Em 1964 exila-se em Paris.
Nessa emissora difunde conteúdos contra o regime anti-democrático português. Entretanto os seus dois primeiros livros, Praça da Canção (1965) e O Canto e as Armas (1967),
são apreendidos pela censura, mas cópias manuscritas ou
dactilografadas circulam de mão em mão, clandestinamente. Poemas seus,
cantados, entre outros, por Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire e Luis Cília tornam-se emblemas da luta clandestina.
Uma década depois de ter partido para Argel regressa a Portugal, onde chega a 2 de maio de 1974. Entra nos quadros da Radiodifusão Portuguesa, como diretor dos Serviços Recreativos e Culturais, e é um dos fundadores (com Piteira Santos, Nuno Bragança e outros) dos Centros Populares 25 de Abril, uma organização que pretendia um papel cívico, complementar ao dos partidos.
No total foi deputado 34 anos. Reforma-se após deixar o parlamento.
Aufere uma reforma de 3219,95€ (para a qual contaram os descontos
efetuados como deputado), uma subvenção vitalícia superior a dois mil
euros mensais. A sua reforma foi motivo de diversos boatos nos meios de
comunicação social, que foram levados a Tribunal, culminando no
pagamento a Manuel Alegre de uma indemnização no valor de quarenta mil
euros, como compensação por danos morais em virtude de notícia,
publicada em junho de 2006, no jornal diário Correio da Manhã,
e que lhe imputava o recebimento de uma reforma superior a três mil
euros por escassos meses de trabalho na RDP, esquecendo os mais de 30
anos em que Manuel Alegre descontou para a Caixa Geral de Aposentações
enquanto deputado na Assembleia da República. Manuel Alegre ganhou os
recursos em sede de tribunal de primeira instância, de novo na relação
de Lisboa, e de novo em sede de Supremo Tribunal de Justiça. Acumula
ainda uma subvenção vitalícia superior a dois mil euros mensais,
aplicada a todos os titulares de cargos públicos com desempenhos
superiores a 12 anos.
Casou duas vezes, primeiro com Isabel de Sousa Pires, de quem não teve
filhos, e depois com Mafalda Maria de Campos Durão Ferreira (Lisboa, 13
de dezembro de 1947), de quem tem dois filhos e uma filha.
LIBERDADE Sobre esta página escrevo teu nome que no peito trago escrito laranja verde limão amargo e doce o teu nome. Sobre esta página escrevo o teu nome de muitos nomes feito água e fogo lenha vento primavera pátria exílio. Teu nome onde exilado habito e canto mais do que nome: navio onde já fui marinheiro naufragado no teu nome. Sobre esta página escrevo o teu nome: tempestade. E mais do que nome: sangue. Amor e morte. Navio. Esta chama ateada no meu peito por quem morro por quem vivo este nome rosa e cardo por quem livre sou cativo. Sobre esta página escrevo o teu nome: liberdade. in A Praça da Canção - Manuel Alegre (3ª Edição -1974)
Artur Paredes (Coimbra, 10 de maio de 1899 - Lisboa, 20 de dezembro de 1980) foi um compositor e intérprete de guitarra portuguesa.
É por muitos considerado o criador de uma sonoridade própria para a
guitarra de Coimbra, distinguindo-a assim da guitarra de Lisboa. Ele
nasceu numa família de músicos, o seu pai era o também guitarrista Gonçalo Paredes, que também era um compositor. O seu filho foi Carlos Paredes, nascido em 1925, que também se tornou guitarrista. Artur Paredes revolucionou a afinação e o estilo de acompanhamento para o Fado de Coimbra, acrescentando o seu nome aos músicos mais progressistas e inovadores.
Filho de Joaquim Gomes de Oliveira e de sua mulher, Laura Correia, Adriano foi um intérprete do fado de Coimbra e cantor de intervenção. A sua família era marcadamente católica,
crescendo num ambiente que descreveu como «marcadamente rural, entre
videiras, cães domésticos e belas alamedas arborizadas com vista para o
rio». Depois de frequentar o Liceu Alexandre Herculano, no Porto, matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em 1959. Viveu na Real República Ras-Teparta, foi solista no Orfeon Académico, membro do Grupo Universitário de Danças e Cantares, ator no CITAC, guitarrista no Conjunto Ligeiro da Tuna Académica e jogador de voleibol na Briosa. Na década de 60 adere ao Partido Comunista Português, envolvendo-se nas greves académicas de 62, contra o salazarismo. Nesse ano foi candidato à Associação Académica de Coimbra, numa lista apoiada pelo MUD.
Data de 1963 o seu primeiro EP, Fados de Coimbra. Acompanhado por António Portugal e Rui Pato, o álbum continha a interpretação de Trova do vento que passa, poema de Manuel Alegre, que se tornaria uma espécie de hino da resistência dos estudantes à ditadura. Em 1967 gravou o álbumAdriano Correia de Oliveira, que, entre outras canções, tinha Canção com lágrimas.
Em 1966 casa-se com Maria Matilde de Lemos de Figueiredo Leite, filha do médico António Manuel Vieira de Figueiredo Leite (Coimbra, Taveiro, 11 de outubro de 1917 - Coimbra, 22 de março de 2000) e de sua mulher Maria Margarida de Seixas Nogueira de Lemos (Salsete,
São Tomé, 13 de junho de 1923), depois casada com Carlos Acosta. O
casal, que mais tarde se separaria, veio a ter dois filhos: Isabel,
nascida em 1967, e José Manuel, nascido em 1971. Chamado a cumprir o Serviço Militar, em 1967, ficaria apenas a uma disciplina de se formar em Direito.
Lança Cantaremos, em 1970, e Gente d' aqui e de agora, em 1971, este último com o primeiro arranjo, como maestro, de José Calvário, e composição de José Niza. Em 1973 lança Fados de Coimbra, em disco, e funda a Editora Edicta, com Carlos Vargas, para se tornar produtor na Orfeu, em 1974. Participa na fundação da Cooperativa Cantabril, logo após a Revolução dos Cravos e lança, em 1975, Que nunca mais, onde se inclui o tema Tejo que levas as águas. A revista inglesa Music Week elege-o Artista do Ano. Em 1980 lança o seu último álbum, Cantigas Portuguesas, ingressando no ano seguinte na Cooperativa Era Nova, em rutura com a Cantabril.
Vítima de uma hemorragia esofágica, morreu na quinta da família, em Avintes, nos braços da sua mãe.
A 24 de setembro de 1983 foi feito Comendador da Ordem da Liberdade e a 24 de abril de 1994 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, em ambos os casos a título póstumo.
"Augusto Hilário da Costa Alves nasceu em Viseu em 1864. No entanto, ao consultarmos a sua Certidão de Edade
no Arquivo da Universidade de Coimbra, reparamos que na transcrição do
seu registo de Baptismo, afinal, foi exposto na roda desta cidade
[Viseu] pelas cinco horas da manhã e que em vez de se chamar Augusto
Hilário refere a quem dei o nome de Lázaro Augusto.
Fica então a questão do porquê de Augusto Hilário. A resposta vem num documento anexo à Certidão de Edade referindo que no seu crisma solicitou para daí em diante se chamar Augusto Hilário (em 1877).
Quanto ao seu percurso escolar segundo João Inês Vaz e Júlio Cruz terá
principiado no Liceu de Viseu pois frequentou o Liceu de Viseu com o
intuito de fazer os estudos preparatórios para admissão à Faculdade de
Filosofia. Certo é que, em 1889, vem para Coimbra fazer os preparatórios
de Medicina. Dos Anuários da Universidade de Coimbra conclui-se que
esteve matriculado em Filosofia entre os anos letivos de 1889/1890 e
1891/1892 como aluno obrigado, sendo de destacar também que no ano
letivo de 1890/1891 frequentou a cadeira o Curso Livre de Língua Grega.
Nos anos letivos de 1892/1893 a 1895/1896 esteve matriculado em
Medicina, tendo repetido o primeiro ano, tendo falecido quase a terminar
o Curso.
Viveu na Rua Infante D. Augusto n.º 60, no Largo do Observatório n º 5, e
na Travessa de S. Pedro n.º 14. No entanto, segundo os autores já
citados, quando veio para Coimbra também se inscreveu na Marinha para
receber subsídio do Estado Português.
É claro que durante o seu tempo de estudante cantou e tocou guitarra,
tendo feito parte da Tuna Académica da Universidade de Coimbra (no tempo
em que o Doutor Egas Moniz, futuro Prémio Nobel da Medicina, era o
Presidente da Tuna). Participou também na célebre homenagem a João de
Deus, durante a qual, segundo João Inês Vaz e Júlio Cruz, após a
atuação, terá atirado a guitarra para a assistência e, claro está,
nunca mais a viu. Para obviar a falta da guitarra, valeu-lhe o Ateneu
Comercial de Lisboa que lhe ofereceu a derradeira guitarra em 1895 (a guitarra do Hilário que hoje conhecemos).
Depois de ter atuado em diversos locais do país, acabou por falecer em
Viseu no dia 3 de abril de 1896. Segundo a cópia da Certidão de Óbito na
obra dos autores referenciados, morreu pelas nove horas da noite e sem
sacramentos. Além disso, foi sepultado no cemitério público desta cidade
[Viseu]."
Andam pela terra os poetas Andam p'la terra os poetas, Dizem que são de ficar Dizem que são de ficar São como filhos das ervas. Andam p'la terra os poetas, Vivem da luz do luar Crescem ao som das estrelas Vivem da luz do luar. Crescem ao som das estrelas Vivem da luz do luar. . Andam p'la terra os poetas, Numa canção de embalar Numa canção de embalar Moram na brisa das velas. Andam p'la terra os poetas, Nas ondas altas do mar Andam p'la terra os poetas Nas ondas altas do mar. Andam p'la terra os poetas Nas ondas altas do mar.
Voz: Fábio Almeida - Capas ao Luar Compositores: Letra, Carlos Carranca; Música, João Moura
A Torre de Anto, primitivamente denominada como Torre do Prior do Ameal, e atualmente como Casa do Artesanato ou Núcleo Museológico da Memória da Escrita, localiza-se na antiga freguesia de Almedina, concelho de Coimbra, distrito de Coimbra, em Portugal.
Trata-se de uma antiga torre, integrante da cerca medieval da cidade, aproximadamente a meio da maior de suas encostas, sobranceira ao rio Mondego.
Como outras torres daquela cerca, perdida a sua função defensiva, foi
transformada em unidade habitacional na primeira metade do século XVI. Data deste período a a sua designação como Torre do Prior do Ameal, assim como a sua atual aparência, com alterações menores posteriores.
Esta torre celebrizou-se por ter sido a residência do poetaAntónio Pereira Nobre (1867-1900), quando estudante, no final do século XIX. Daí deriva o nome pelo qual é melhor conhecida hoje, conforme o verso, em uma placa epigráfica, na sua fachada:
"O poeta aqui viveu no oiro do seu Sonho
Por isso a Torre esguia o nome veio d'Anto
Legenda d'Alma Só e coração tristonho
Que poetas ungiu na graça do seu pranto"
Uma segunda placa epigráfica na mesma fachada esclarece ainda:
"Esta Torre de Anto foi assim chamada por António Nobre, o grande poeta do Só,
que nela morou e a cantou nos seus versos. E habitou-a mais tarde
Alberto d'Oliveira, ilustre escritor e diplomata, o grande amigo de
António Nobre e da Coimbra amada."
O Paço de Sobre-Ribas, vizinho à Torre de Anto, também incorpora parte da antiga cerca da cidade.
Características
De pequenas dimensões, apresenta planta quadrangular, com quatro pavimentos interligados entre si por uma escada em caracol. A sua cobertura é em telhado de quatro águas.
Vai hoje a enterrar uma amiga minha, a engenheira Maria Benevenuta Schultz Loup, a quem tanto devo. Gostava de me despedir dela com uma música duplamente alusiva à data... Adeus, amiga, que a terra te seja leve.
Fado D'Anto - José Afonso
A cabra da velha torre, Meu amor, chama por mim; Quando um estudante morre, Os sinos tocam assim.
Ai quem me dera abraçar-te, Junto ao peito assim, assim, Levar-me a morte e levar-te Toda abraçadinha a mim.
Presidente da Associação Académica de Coimbra morreu em acidente de viação
Cesário Silva esteve desde cedo ligado ao associativismo, tendo sido presidente do Núcleo de Estudantes de Informática e ainda membro do Conselho Geral da Universidade de Coimbra
O presidente da direção-geral da Associação Académica de Coimbra, Cesário Silva, morreu hoje em consequência de um acidente de viação em Oliveira de Azeméis, revelou à agência Lusa o reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão. Cesário Silva, 24 anos, estudante de Engenharia Informática, morreu na sequência de um choque frontal entre duas viaturas ligeiras, ocorrido durante a tarde na estrada nacional 224, no concelho de Oliveira de Azeméis. Fonte dos bombeiros de Oliveira de Azeméis contou à agência Lusa que o acidente causou dois feridos graves, transportados para o Hospital de Gaia, mas um deles, Cesário Silva, acabou por morrer. Cesário Silva tinha tomado posse em dezembro passado como presidente da direção-geral da Associação Académica de Coimbra. Em comunicado, a câmara municipal de Coimbra lamentou "profundamente a morte prematura" de Cesário Silva, sublinhando que é uma "dolorosa perda" para a cidade. Estudante na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Cesário Silva "esteve desde cedo ligado ao associativismo, tendo sido presidente do Núcleo de Estudantes de Informática e ainda membro do Conselho Geral da Universidade de Coimbra", referiu a câmara municipal.
Os seus últimos espetáculos terão lugar nos Coliseus de Lisboa e do Porto, em 1983, numa fase avançada da sua doença. No final desse mesmo ano é-lhe atribuída a Ordem da Liberdade, mas o cantor recusa a distinção.
JOSÉ MANUEL DOS SANTOS (1943 – 1989).
Cantor Faz hoje, dia 16 de fevereiro de
2013, 70 anos que nasceu em Coimbra, JOSÉ MANUEL DOS SANTOS. Faleceu na sua
cidade natal, a 25 de julho de 1989. José Manuel Martins dos Santos,
nasceu em Coimbra, fez a instrução primária na sua terra, e curso liceal no
Liceu D. João III. A seguir, matriculou-se em Engenharia Civil, na Universidade
de Coimbra, depois no curso de Psicologia, nunca tendo avançado
significativamente em nenhum deles. A canção de Coimbra, a vida académica, e a
boémia saudável que quase todo o estudante adora viver, eram superiores à
vontade de estudar. Os seus pais, com um pequeno comércio na Rua Ferreira
Borges, na Baixa de Coimbra, e com uma venda de bilhetes no teatro Avenida, lá
iam assegurando o tipo de vida, que o Zé Manel gostava de viver. Calcorreava a
Coimbra nas serenatas de rua, nos espetáculos organizados pelos diferentes
Organismos e Instituições, onde a Canção de Coimbra, era presença indispensável,
e onde a sua voz se identificava pela diferença
qualitativa. Vivia a mística do Penedo da Saudade,
e o simbolismo da sua Sé Velha, emprestando com a sua voz maviosa, e um estilo
muito próprio de cantar. A sua dimensão estética invulgar, ao cantar de Coimbra,
sem romantismos retrógrados, respeitando a tradição, mas inserido num movimento
de modernidade e de mudança, marcavam uma diferença significativa para os
demais. Tomando por base o escrito por José Niza, JOSÉ MANUEL DOS SANTOS, acompanha pelo país e pelo estrangeiro, o
Coro Misto da Universidade de Coimbra, a Tuna Académica, e o Orfeon, do qual fez
parte como 1º tenor, nos anos de 1966 a 1968. Cantou com Rui Nazaré, José Niza,
Eduardo Melo, Ernesto Melo, Durval Moreirinhas, Rui Borralho, Manuel Borralho,
Jorge Godinho, Hermínio Menino, António Bernardino, José Miguel Baptista, Jorge
Rino, António Portugal, Rui Pato, Jorge Cravo, José Ferraz, António Andias,
Manuel Dourado, Octávio Sérgio e muitos outros, igualmente importantes na divulgação da Canção
de Coimbra. Refere ainda José Niza no mesmo livro, que o Dr. Rui Pato, no Jornal
de Coimbra, de Setembro de 1989, escreve que José Manuel dos Santos, terá sido o
único que teve a honra de interpretar a obra poética de José Nuno
Guimarães. Pelo Dr. Rui Pato sabemos do agradecimento comovido da sua viúva,
quando da leitura do artigo em causa, pouco tempo após a partida do amigo Zé
Manel, aos 46 anos de idade. O seu filho médico em Coimbra terá talvez outra
visão e relação, com a música e o canto de Coimbra, não tendo sofrido o
encantamento que a voz de seu pai ajudou a construir, e que no fundo não foi uma
contribuição ativa, para uma de carreira profissional
consolidada. Gravou dois fonogramas. Vamo-nos
socorrer do trabalho do Prof. Doutor Armando Luís de Carvalho Homem, sob o
título “NUNO GUIMARÃES (1942 – 1973), e a Guitarra de Coimbra nos anos 60: -
impressões perante uma re–audição de cinco 45 RPM”. O autor aborda aquilo que considera que foi o caminho seguido por
ele, e pelos seus companheiros, nas suas vivências académicas, inseridas nas
preocupações estéticas dos mesmos, no domínio da Canção de Coimbra. Atende-se
preferencialmente no contexto social e político envolvente, à época, na Academia
do Porto, e num tempo de mudança, de lutas sociais e políticas dos anos 60. ALCH
aborda a discografia de Nuno Guimarães, com base na sua experiência da sua vida
de jovem compositor e violista, a nosso ver, estruturada em dois pilares
fundamentais: - A dimensão cimeira,
do que foram o saber, a experiência na composição e interpretação da música e da
canção de Coimbra, da lavra do seu saudoso Pai, o Dr. Armando de Carvalho Homem
(1923 – 1991), e a sua passagem enriquecedora pela Academia de Coimbra. A propósito dos fonogramas gravados
por JOSÉ MANUEL DOS SANTOS, ALCH, escreveu:
- “… os discos em causa são os
seguintes: - Serenata de Coimbra: José
Manuel dos Santos, EP AM 4.039, ed. OFIR/ Discoteca Santo António, s.d. (tal com
os restantes); instrumentistas: Nuno Guimarães/
Manuel Borralho (gg), Rui Pato/ Jorge Ferraz (vv); contém os seguintes temas
(todos da autoria de NG): “Fado da Vida”, “Elegia à Mãe”, “Anjo Negro” e a “Rosa
e a Noite”. - Coimbra Antiga: Fados por
José Manuel dos Santos, EP AM 4.069; instrumentistas: Nuno Guimarães/ Manuel Borralho (gg), Rui Pato/Jorge Rino (vv);
contém os temas “Adeus Minho Encantador”, “Fado das Penumbras”, “Canção da
Beira” e o “Fado Manassés”.
JOSÉ MANUEL DOS SANTOS, partiu muito novo. Tinha 46 anos e a cidade
que o viu nascer, também o viu partir naquele dia 25 de julho de
1989.