quarta-feira, fevereiro 09, 2011

A ética republicana e socialista - versão boy do PS assessor camarário

 (imagem daqui)

O Centro de Emprego do Montijo exigiu a devolução daqueles valores no dia 11 de Janeiro
Assessor do PS ainda não devolveu subsídios indevidos

O coordenador da secção de Belém do PS que, no ano passado, acumulou ilegalmente o lugar de assessor camarário, com subsídios estatais de 41.100 euros destinados a criar uma empresa de construção civil e três postos de trabalho, incluindo o seu, ainda não regularizou a sua situação perante o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).


O caso foi revelado pelo PÚBLICO em Novembro passado e tem a ver com um jovem de 26 anos, Pedro Silva Gomes, que beneficiara dos apoios reservados a desempregados, ao mesmo tempo que recebia da Câmara de Lisboa 3950 euros mensais ilíquidos, "a recibos verdes", desde Dezembro de 2009. As funções que lhe foram atribuídas na autarquia foram as de assessor da vereadora Graça Fonseca, membro do secretariado da secção de Belém do PS, cujo coordenador é precisamente Pedro Gomes.

Para além da acumular os apoios do IEFP com as remunerações da autarquia, o assessor, que fora funcionário do PS até meados de 2009, passando então a receber o subsídio de desemprego, tinha a empresa sem qualquer sinal de actividade quando o Centro de Emprego do Montijo a inspeccionou, após a notícia do PÚBLICO. Verificada a ilegalidade da situação, que se prendia sobretudo com o facto de o beneficiário não estar desempregado quando assinou com o IEFP o contrato que lhe permitiu receber 41.100 euros de subsídios, o centro de emprego exigiu-lhe logo em Novembro a reposição daquelas verbas. Pedro Gomes ainda requereu a anulação dessa ordem à Delegação Regional de Lisboa e Vale do Tejo do IEFP, mas a sua pretensão foi rejeitada.

Na sequência desta decisão, o Centro de Emprego do Montijo voltou a exigir a devolução daqueles valores no dia 11 de Janeiro, disse ao PÚBLICO o assessor de imprensa do Ministério do Trabalho e da Segurança Social. A mesma fonte adiantou ontem que Pedro Gomes tem "60 dias para devolver [o dinheiro] ou para contestar" a sua exigência, presume-se que judicialmente, contados a partir de 13 de Janeiro. Até agora, garantiu o assessor de imprensa, através de email, "não devolveu nem contestou". Feitas as contas, o interessado tem ainda um mês e uma semana para decidir o que fazer.

De acordo com o Ministério do Trabalho e da Segurança Social, a averiguação desencadeada pelos serviços de auditoria interna do IEFP após a divulgação do caso "concluiu pela irregularidade das condições de atribuição dos subsídios e pela regularidade funcional do Centro [de Emprego do Montijo], face às informações de que este dispunha".

Os pobres que paguem a crise (que aos Bancos não nos dá jeito)


E quem aceita a demissão do Ministro?

(imagem daqui)

PS -  Quando é que será divulgada a encomenda a feita a boy do PS, mais uma vez encapotada por uma Universidade?

Empresa de telecomunicações entra no ramo do Humor




NOTA: as Produções Fictícias que se cuidem - a TMN sabe o que faz...

Colóquio em Coimbra

Portas de Ródão

Informação recebida do Museu de Ciência da Universidade de Coimbra (via Blog De Rerum Natura):


Colóquio/Debate
9 de Fevereiro de 2011 | 15.00-17.30 horas
Entrada livre

O tema das maravilhas naturais de Portugal esteve muito presente durante o ano de 2010. Serviu para sensibilizar a população para a questão da protecção da biodiversidade e geodiversidade do nosso país, dando a conhecer locais paradisíacos no nosso país que eram desconhecidos da maioria. O objectivo deste debate é sensibilizar o público em geral para a questão da gestão sustentável de um local simultaneamente uma área protegida e uma atracção turística.

O Museu da Ciência da Universidade de Coimbra apresenta este tema a partir de um debate que conta com a presença da Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão, que irá apresentar o exemplo da conservação do Monumento Natural das Portas de Ródão, a comunidade científica, representada pelo Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra e pelo Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade, que nos irão descrever a riqueza daquele local do ponto de vista geológico e biológico, e a sociedade civil, representada pelo Geopark Naturtejo.

Esta iniciativa faz parte do ciclo de debates Homem, Cidade, Ciência

Programa:

  • Jorge Gouveia, Coordenador da proposta de classificação das Portas de Ródão como Monumento Natural
  • Pedro Proença Cunha, Departamento de Ciências da Terra da FCTUC
  • Carlos Neto de Carvalho e Joana Rodrigues, Geopark Naturtejo
  • Nelson Almeida, Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR)
  • Sara Canilho, Museu da Ciência (autora da tese Definição de temáticas científicas e propostas de valorização e divulgação no Monumento Natural das Portas de Ródão e suas imediações, para turismo científico).

terça-feira, fevereiro 08, 2011

Também tu, Vera Jardim?!?


NOTA: por mim tudo bem - remodelação já. Mas, se tem de ser, começa-se pelo Primeiro Ministro...

Notícia sobre o tempo em as cobras tinham patas

Evolução
Fóssil ajuda a perceber como as cobras deixaram de ter patas

O fóssil da cobra foi encontrado no Líbano há dez anos

O fóssil de uma cobra que viveu há 95 milhões de anos ajudou uma equipa de investigadores a compreender melhor como é que estes animais perderam as patas e a traçar a sua origem, segundo um estudo publicado hoje na revista “Journal of Vertebrate Paleontology”.

Apenas são conhecidos três espécimes de cobras fossilizadas com ossos de patas bem preservados. A Eupodophis descouensi, a cobra estudada por esta equipa de investigadores – liderada por Alexandra Houssaye, do Museu de História Natural de Paris –, foi encontrada há dez anos no Líbano.

Com um comprimento total de 50 centímetros, o fóssil revela uma pequena pata traseira com cerca de dois centímetros, junto à pélvis do animal. Apesar de o fóssil mostrar apenas uma pata à superfície, uma segunda pata está escondida na rocha, conforme o revelou um exame feito com recurso a uma nova tecnologia de radiação electromagnética.

“Este fóssil é crucial para compreender a evolução das cobras, dado que representa um estádio evolutivo intermédio, quando as cobras antigas ainda não tinham perdido totalmente as patas que herdaram de lagartos antigos”, explicam os autores do estudo, em comunicado.

Graças à nova tecnologia, que permitiu imagens de grande detalhe da pata escondida na rocha, os cientistas acreditam que a espécie perdeu as patas porque estas cresceram mais lentamente ou durante um período de tempo mais curto. “A revelação de uma estrutura interna dos membros da Eupodophis permite-nos investigar o processo da regressão dos membros na evolução das cobras”, explicou Alexandra Houssaye.

Além disso, os investigadores – entre os quais cientistas da European Synchrotron Radiation Facility (ESRF), em Grenoble, França, e do Karlsruhe Institute of Technology, na Alemanha - esperam contribuir para lançar luz sobre um debate relativo à origem das cobras: será que evoluíram a partir de um lagarto terrestre ou de um que viveu nos oceanos. Este estudo – que mostrou a estrutura interna dos ossos da pata da cobra - aponta para a primeira hipótese, dada a semelhança com lagartos terrestres.

NOTA: há que recordar que ainda hoje há com cobras com membros vestigiais - e não estou a falar de políticos...

É hoje! É hoje! (parte 2.0)

Polémica com número de eleitor nas Presidenciais
MAI recebe hoje conclusão do inquérito sobre eleições

Os resultados preliminares do inquérito instaurado pelo Ministério da Administração Interna (MAI), para apurar responsabilidades sobre as dificuldades dos portadores do cartão de cidadão em votar nas presidenciais, vão ser entregues hoje ao ministro Rui Pereira, confirmou ao PÚBLICO Luís Amaral, responsável pelo estudo.

Luís Amaral, professor da Universidade do Minho, à qual foi encomendado o inquérito, adiantou que foram ouvidos "todos os responsáveis envolvidos", incluindo o ministro, a Direcção-Geral da Administração Interna e a secretária de Estado Dalila Araújo.

PSD e CDS exigiram ontem que Rui Pereira divulgasse hoje no Parlamento os resultados do inquérito.

O deputado do PSD Fernando Negrão anunciou que o partido "vai apresentar um requerimento, exigindo ao ministro da Administração Interna que mostre com a maior brevidade possível os resultados do inquérito que mandou fazer para que esta questão não seja esquecida". Também Nuno Magalhães, porta-voz do CDS, desafiou o ministro a divulgar hoje os resultados, "para que cumpra pelo menos uma coisa, o prazo a que se vinculou no Parlamento".


NOTA: desde já deixamos aqui a nossa solidariedade pública para com o ministro da Administração Interna, com votos de que a encomenda chegue bem e rápido. Finalmente recordamos que o dia tem 24 horas e amanhã também é um bom dia para se se saber os resultados da coisa ou para um ministro se demitir; gostaríamos ainda de perguntar se este Luís Amaral citado na peça tem alguma coisa a ver com um antigo assessor do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais para a Gestão de Sistemas de Informação do XIII Governo Constitucional, provavelmente seu homónimo.

Notícia sobre actividade com astronauta em Portugal

Em Lisboa
Astronauta tira dúvidas a crianças e esclarece se no espaço se usa fralda


“Os astronautas usam fraldas?”, perguntou hoje uma criança a um astronauta norte-americano que, em Lisboa, respondeu a esta e outras dúvidas numa sessão com os pés bem assentes na Terra e marcada pela boa disposição.


Cerca de duas dezenas de crianças entre os nove e dos dez anos espalhavam-se, ora sentadas ora estiradas, por vários 'puffs' coloridos no palco do auditório do Pavilhão do Conhecimento-Ciência Viva, para uma conversa informal com Larry Young, um astronauta norte-americano convidado no âmbito do programa Professores MIT vão à escola.

De pé, o astronauta ia respondendo às dúvidas, devidamente alinhadas em folhas de papel, com a ajuda da directora do Ciência Viva, Ana Noronha, que fazia a tradução.

Num ambiente informal e divertido, Larry Young explicou como os astronautas têm de se preparar física e psicologicamente para ir para o espaço, que têm de saber muita matemática e física, que a uma velocidade de 25 mil quilómetros entram em órbita com a Terra, que no espaço um chupa-chupa flutua e que uma bebida se espalha “por todo o lado”.

Na altura das dúvidas, eram sempre vários os dedos que, apressados, surgiam no ar, mas as perguntas eram muito mais centradas nos aspectos práticos da vida dos astronautas do que na astronomia.

Assim, entre outras coisas, os mais pequenos ficaram a saber que quando estão no espaço os astronautas usam fraldas, que a comida é desidratada e que as gambas são um bom petisco mesmo fora da Terra, que a higiene é feita com toalhetes e que “o dia e a noite” alternam de 90 em 90 minutos na órbita da Terra.

Pelo meio foi incontornável a conversa em torno do primeiro homem no espaço, Yuri Gagarine, o primeiro a pisar a lua, Neil Armstrong, e até a famosa cadela russa Laika, o primeiro ser vivo a aventurar-se fora da Terra.

No final da sessão, Larry Young confessou à Lusa não estar habituado a dar aulas a crianças tão pequenas, mas sim a alunos do secundário e universitários.

Contudo, considerou “inspirador ver o interesse de crianças tão pequenas” e “muito importante” que elas mantenham essa motivação.

“A impressão que tenho é de que todas as crianças se interessam por espaço e por dinossauros e, uma vez que sintam motivação para trabalhar nessa área, servirá para as encorajar a estudar matemática física, química e as bases que servem quase todas as outras áreas científicas”, acrescentou.

Segundo Larry Young, a pergunta mais comum numa criança desta idade é “como é que se vai à casa de banho”, enquanto os mais velhos querem saber como é o “sexo no espaço”.

A dúvida transversal a todas as idades é apenas uma e tem a ver com o factor psicossocial: como é que as pessoas se relacionam quando estão confinadas a uma cabine, durante semanas ou meses?

É hoje! É hoje!

(imagem daqui)

É esta semana ou não?

O resultado deste inquérito é fundamental para se perceber o que aconteceu até porque os dados oficiais entretanto revelados sobre o nº de eleitores acentuaram ainda mais as suspeitas de chapelada mas também porque é preciso apurar de quem foi e de quem não foi a responsabilidade do sucedido nas eleições de 23 de Janeiro.

Del Shannon suicidou-se há 21 anos


Del Shannon (30 de Dezembro de 1934 - Grand Rapids, Michigan - 8 de Fevereiro de 1990 - Santa Clarita, Califórnia) foi um famoso cantor e compositor norte-americano. Seu nome completo de baptismo é Charles Weedon Westover.



Runaway - Del Shannon

As I walk along I wonder a-what went wrong

With our love, a love that was so strong
And as I still walk on, I think of the things we've done
Together, a-while our hearts were young

I'm a-walkin' in the rain
Tears are fallin' and I feel the pain
Wishin' you were here by me
To end this misery
And I wonder
I wa-wa-wa-wa-wonder
Why
Ah-why-why-why-why-why she ran away
And I wonder where she will stay
My little runaway, run-run-run-run-runaway

I'm a-walkin' in the rain
Tears are fallin' and I feel the pain
Wishin' you were here by me
To end this misery
And I wonder
I wa-wa-wa-wa-wonder
Why
Ah-why-why-why-why-why she ran away
And I wonder where she will stay
My little runaway, run-run-run-run-runaway
A-run-run-run-run-runaway

Júlio Verne nasceu há 183 anos

Google Doodle de 08.02.2011

Júlio Verne, em francês Jules Verne, Nantes, 8 de Fevereiro de 1828Amiens, 24 de Março de 1905) foi um escritor francês.
Júlio Verne foi o filho mais velho dos cinco filhos de Pierre Verne, advogado (avoué), e Sophie Allote de la Fuÿe, esta de um família burguesa de Nantes. É considerado por críticos literários o precursor do género de ficção científica, tendo feito predições em seus livros sobre o aparecimento de novos avanços científicos, como os submarinos, máquinas voadoras e viagem à Lua.

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Poema do poeta do dia bastante actual

(imagem daqui)

Meu País Desgraçado




Meu país desgraçado!...
E no entanto há Sol a cada canto
e não há Mar tão lindo noutro lado.
Nem há Céu mais alegre do que o nosso,
nem pássaros, nem águas ...


Meu país desgraçado!...
Por que fatal engano?
Que malévolos crimes
teus direitos de berço violaram?


Meu Povo
de cabeça pendida, mãos caídas,
de olhos sem fé
— busca, dentro de ti, fora de ti, aonde
a causa da miséria se te esconde.


E em nome dos direitos
que te deram a terra, o Sol, o Mar,
fere-a sem dó
com o lume do teu antigo olhar.


Alevanta-te, Povo!
Ah!, visses tu, nos olhos das mulheres,
a calada censura
que te reclama filhos mais robustos!


Povo anémico e triste,
meu Pedro Sem sem forças, sem haveres!
— olha a censura muda das mulheres!
Vai-te de novo ao Mar!
Reganha tuas barcas, tuas forças
e o direito de amar e fecundar
as que só por Amor te não desprezam! 

Sebastião da Gama

Sebastião da Gama morreu há 59 anos

(imagem daqui)

Sebastião Artur Cardoso da Gama (Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal, 10 de abril de 1924Lisboa, 7 de fevereiro de 1952) foi um poeta e professor português, licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1947. Foi professor em Lisboa, (Escola Veiga Beirão, hoje, Fernão Lopes), Setúbal (na agora Escola Secundária Sebastião da Gama, tendo recebido o nome em homenagem ao poeta) e Estremoz (Escola Industrial e Comercial).
Colaborou nas revistas Árvore e Távola Redonda.
A sua obra encontra-se ligada à Serra da Arrábida, onde vivia e que tomou por motivo poético de primeiro plano (desde logo no seu livro de estreia, Serra-Mãe, de 1945), e à sua tragédia pessoal motivada pela tuberculose.
O seu Diário, editado postumamente em 1958, é um interessantíssimo testemunho da sua experiência como docente e uma valiosa reflexão sobre o ensino.
As Juntas de Freguesia de São Lourenço e de São Simão, instituíram, com o seu nome, um Prémio Nacional de Poesia. No dia 1 de Junho de 1999, foi inaugurado em Vila Nogueira de Azeitão, o Museu Sebastião da Gama, destinado a preservar a memória e a obra do Poeta da Arrábida, como era também conhecido.
Faleceu vitima de tuberculose renal, de que sofria desde adolescente.


Somos de Barro

Somos de barro. Iguais aos mais.
Ó alegria de sabe-lo!
(Correi, felizes lágrimas,
por sobre o seu cabelo!)

Depois de mais aquela confissão,
impuros nos achamos;
nos descobrimos
frutos do mesmo chão.

Pecado, Amor? Pecado fora apenas
não fazer do pecado
a força que nos ligue e nos obrigue
a lutar lado a lado.

O meu orgulho assim é que nos quer.
Há de ser sempre nosso o pão, ser nossa a água.
Mas vencidas os ganham, vencedores,
nossa vergonha e nossa mágoa.

O nosso Amor, que história sem beleza,
se não fora ascensão e queda e teimosia,
conquista... (E novamente queda e novamente
luta, ascensão... ) Ó meu amor, tão fria,

se nascêramos puros, nossa história!

Chora sobre o meu ombro. Confessamos.
E mais certos de nós, mais um do outro,
mais impuros, mais puros, nós ficamos.

Ao fundo

(imagem daqui)


Dívida
Risco de Portugal agrava-se após emissão de dívida

O juro continua acima de 7% após Portugal ter realizado uma emissão de dívida sindicada de larga escala.

A ‘yield' da linha viva das Obrigações do Tesouro (OT) a 10 anos mais negociada no mercado avança agora para 7,088%, contra os 6,938% registados na sessão anterior. Esta evolução aumentou o diferencial face às ‘bunds' alemãs da mesma maturidade para 389 pontos base (na sexta-feira fechou nos 379 pontos).
No mesmo sentido, o índice que mede a taxa cobrada pelos investidores para comprar dívida da mesma maturidade está a subir para 7,148%, face aos 7,055% verificados na sexta-feira.

Esta é a primeira reacção do mercado à notícia de que Portugal vendeu hoje três mil milhões de euros de obrigações do Tesouro a cinco anos, na primeira emissão sindicada do ano.

Segundo duas fontes envolvidas na operação, citadas pela agência Bloomberg, Portugal terá pago um prémio de cerca de 360 pontos base acima da taxa de referência do mercado. Isto significa uma taxa de 6,45%, acima dos 6,24% registados no mercado secundário para a maturidade a cinco anos.

Também a percepção de risco de incumprimento de Portugal, medida pelo custo dos ‘credit default swaps' (CDS), seguia a subir 10 pontos, com o preço destes instrumentos financeiros sobre obrigações a 5 anos a situar-se nos 415 pontos base, o que significa que por cada 10 milhões de euros aplicados em dívida portuguesa, os investidores têm que pagar 415,33 mil euros por esta espécie de seguro para se protegerem contra o eventual incumprimento de Portugal. É a segunda subida mais acentuada em todo o mundo, depois da Grécia, de acordo com um monitor da Bloomberg.

Porque será?!?


Serviços financeiros e banca também geram desconfiança
Portugueses são os que menos confiam no Governo

Percentagem de inquiridos que confia no Governo desceu de 27 para nove por cento

Barómetro divulgado hoje revela que apenas nove por cento dos inquiridos deposita confiança no actual Executivo. ONG, empresas e comunicação social são as entidades mais credíveis.

Os portugueses são os que menos confiam no Governo entre um grupo de 23 países analisados num barómetro que avalia o nível de confiança nas empresas, Governo, ONG e media, que hoje será divulgado.

De acordo com o Edelman Trust Barometer 2011, que pela segunda vez inclui Portugal, apenas nove por cento dos 203 inquiridos afirmou confiar no executivo, revela a Lusa.

Face a 2010, o “Governo é a única instituição cujo nível de confiança se reduz”, refere o estudo. No ano passado, 27 por cento dos inquiridos afirmou confiar no executivo, um valor que desceu para nove por cento.

Entre os mais desconfiados nos Governos estão os irlandeses (20 por cento) e os alemães (33 por cento), enquanto os chineses (88 por cento) se mostram os mais confiantes.

Na mesma linha, Portugal “é o segundo país que atribui menos credibilidade a um representante do Governo ou regulador”, sendo apenas superado pela Indonésia, numa tabela liderada pelo Brasil.

Os portugueses consideram os técnicos das empresas (como cientistas ou engenheiros) os porta-vozes mais credíveis e os presidentes executivos os segundo menos credíveis.

Já as Organizações Não Governamentais (ONG) são as instituições em que os portugueses mais confiam (69 por cento), seguidas pelas empresas (47 por cento) e os meios de comunicação social (39 por cento).



Banca e seguros registam maior queda de confiança

No que respeita às empresas, os portugueses afirmam confiar mais nas multinacionais suecas (87 por cento) e suíças (83 por cento), estando no fim da lista três economias emergentes: Rússia (23 por cento), Índia (24 por cento) a China (28 por cento).

Metade dos inquiridos afirmou confiar nas multinacionais da vizinha Espanha.

Uma análise por sectores demonstra que a tecnologia (78 por cento) e a biotecnologia (77 por cento) são os sectores em que os portugueses mais confiam, por oposição aos seguros (31 por cento), serviços financeiros (31 por cento) e banca (31 por cento).

Na comparação com 2010, a banca e os seguros registam os maiores decréscimos em termos de confiança dos portugueses.

“Apesar da reduzida confiança no sector bancário, Portugal está acima de países como Espanha (35 por cento), Estados Unidos (25 por cento) ou Reino Unido (16 por cento)”, refere o barómetro.

Dos inquiridos, são os indonésios que se mostram mais confiantes no sector bancário (92 por cento) e os irlandeses os que se afirmam menos confiantes (seis por cento).

Segundo o barómetro, os motores de busca “são a primeira fonte de informação” e os meios de comunicação social tradicionais “são os mais credíveis, com destaque para a rádio e imprensa escrita, generalista e de negócios”.

Em Portugal, o Edelman Trust Barometer 2011 resulta de uma parceria entre a consultora de comunicação GCI e a Escola de Negócios da Universidade do Porto e é baseado em entrevistas telefónicas feitas a cidadãos que vêem regularmente notícias económicas e políticas, possuem pelo menos uma licenciatura e pertencem ao escalão de rendimento mais elevado.

NASA - Sol a tempo inteiro e em estereofonia

Sondas vão ajudar a antecipar a actividade solar
Fotografias da NASA permitem ver todas as faces do Sol

Imagem tirada a 2 de Fevereiro de 2011 (NASA)

A partir de hoje, os astrónomos poderão saber o que se passa em tempo real em toda a superfície do Sol. Duas sondas da NASA estão em lados opostos da estrela e tiram fotografias que dão um panorama total do astro.

O Sol que se vê a partir da Terra parece um astro sossegado, mas é uma massa esférica de plasma com actividade magnética intensa. Até agora não existia uma imagem total de todo o Sol, mas a partir de hoje as duas sondas do projecto Stereo (Solar Terrestrial Relations Observatory) chegaram finalmente à sua posição final. Estão em locais opostos, a um ângulo de 180 graus, o que permite tirar fotografias complementares, em tempo real, dos dois hemisférios do astro.

“Isto é um grande momento para a física solar”, disse, em comunicado, Angelo Vourlidas, um membro da equipa. “O Stereo revelou o que o Sol realmente é – uma esfera de plasma quente com um tecido intricado de campos magnéticos.”

As duas sondas Stereo (A e B) foram lançadas em Outubro de 2006. As suas viagens foram feitas em sentidos diferentes e ao longo do tempo as sondas foram tirando fotografias do Sol. As fotografias de 2 de Fevereiro (na imagem) obtiveram uma representação quase total do Sol, deixando apenas uma pequenina faixa de fora. Segundo a NASA, a partir de hoje as fotografias dão uma representação total.

“Com esta informação, podemos girar em torno do Sol para ver o que se passa no horizonte sem nunca sairmos das nossas secretárias”, disse em comunicado Lika Guhathakurta, outra cientista que pertence ao programa Stereo. “Espero um grande avanço na física solar teórica e nas previsões do tempo do espaço”, disse a cientista, referindo-se à massa de partículas provenientes do Sol que alcançam a Terra. Se forem muito fortes, podem provocar fenómenos como auroras boreais ou um colapso dos sistemas de transmissão.

As sondas tiram fotografias em quatro comprimentos de onda diferentes, no extremo da radiação ultra-violeta. Desta forma, conseguem identificar acontecimentos importantes da superfície solar, como erupções, tempestades solares ou filamentos magnéticos. Uma terceira sonda pertencente ao programa Stereo, que orbita à volta da Terra, também está constantemente a fotografar o Sol, completando a informação vinda das Stereo A e B.

A partir de agora, os cientistas podem antecipar melhor os fenómenos que surgem na superfície do Sol e que influenciam a Terra. “Actividades que se passam na região mais distante não nos apanharão mais desprevenidos”, explicou em comunicado Bill Murtagh, um cientista do Centro de Previsões do Tempo Espacial, no Colorado, que pertence à NOAA (sigla em inglês para a Administração Nacional para os Oceanos e Atmosfera).

“Com este modelo podemos também seguir as tempestades solares que vão em direcção aos outros planetas. Isto é importante para missões da NASA em Mercúrio, Marte ou asteróides”, acrescentou.

Por outro lado, com os dados obtidos a partir das fotografias vai ser possível relacionar fenómenos que acontecem em pontos distante no Sol. Os cientistas há muito que suspeitam que a actividade solar pode estar interligada globalmente, com erupções solares distantes a influenciarem-se umas às outras.

“Há muitos puzzles fundamentais por trás da actividade solar”, disse Vourlidas. “Ao monitorizarmos todo o Sol, podemos encontrar peças que nos faltam.”

O projecto Stereo vai continuar durante os próximos oito anos.

É preciso enterrar os mortos e cuidar dos vivos...



Comentário na TVI
Marcelo Rebelo de Sousa considera que o Governo “está morto”

Marcelo acredita que a sorte do Governo de Sócrates está nas mãos de Passos Coelho

Marcelo Rebelo de Sousa considera que este Governo socialista “está morto” e nas mãos do PSD. E se o PCP cumprir com a sua palavra sobre um possível apoio ao PSD numa moção de censura, diz o professor e comentador político que Passos Coelho pode decidir quando é que o executivo de Sócrates deve cair.

“Não se sabe exactamente quando é que é passada a certidão de óbito, mas está morto. Se Jerónimo de Sousa mantém, preto no branco, que realmente vota uma moção de censura apresentada por Pedro Passos Coelho, então, significa que é Pedro Passos Coelho que tem de escolher o momento em que faz cair o Governo. Mas o Governo está morto.”

Na TVI, no habitual comentário da semana, ao domingo à noite, Marcelo Rebelo de Sousa criticou ainda a prestação de vários ministros, alargando a raiz do mal do executivo para lá do primeiro-ministro José Sócrates: “O da Defesa em polémica com o Presidente da República, o da Administração Interna com aquilo que vimos na semana passada, a da saúde a não existir, com buracos por todo o lado, o das Obras Públicas não acerta uma naquilo que diz, o da Economia que não existe”.

Estará a acabar o kim-il-socratismo?


Ana Benavente tece violentas críticas a seis anos de governação
Autoritarismo do PS de Sócrates ultrapassa "centralismo democrático" de Lenine

Ana Benavente é cáustica com os anos de governação do primeiro-ministro. E aponta tiques de autoritarismo, de distribuir "lugares e privilégios" e render-se ao neoliberalismo.

É um retrato arrasador do PS, do Governo e de José Sócrates. A ponto de Ana Benavente, secretária de Estado da Educação de António Guterres (1995-2001), dizer que jamais pertenceria a um Governo de José Sócrates com uma pasta idêntica. "Porque, se o fosse, já teria apresentado a minha demissão." A confissão da ex-dirigente socialista é feita numa entrevista à Revista Lusófona de Educação.

O tema é a educação na luta contra a exclusão e pela democracia, mas a conversa vai até à política pura e dura e o actual estado do Governo do PS e da liderança de José Sócrates. Aí, mais uma vez, Benavente é dura. Muito dura. O PS tornou-se "neoliberal" - "fazer do capital financeiro o dono e árbitro do desenvolvimento económico é uma capitulação face ao neoliberalismo que não é digna de um partido socialista". Mas há mais. No PS, há falta de debate interno e Ana Benavente critica "o autoritarismo da actual liderança". "Tornou-se autocrata, distribuindo lugares e privilégios, ultrapassando até o "centralismo democrático" de Lenine. Alimentando promiscuidades que recuso", lê-se na entrevista.

Cinco teses para reconstruir

Na conversa publicada ao longo de 15 páginas, é pedido à antiga governante que aponte "sete pecados mortais" do PS. Ana Benavente fá-lo (ver texto em baixo) e, entre eles, aponta a "falta de ética democrática e republicana".

Na lista de divergências de Benavente registem-se mais umas quantas. Por exemplo, a acusação de o PS de Sócrates ter assumido "políticas de direita" - termo muito usado pelo PCP ou pelo Bloco - através das privatizações ou das reduções drásticas no sector público. Ou ainda de o PS ter abdicado "da defesa dos trabalhadores e dos mais desfavorecidos".

O Orçamento do Estado de 2011, aprovado depois de uma negociação com o PSD, é "o revelador máximo" das divergências: "Estado abusador, castigo para os pobres, poupanças nas políticas sociais".

O futuro é encarado com algum cepticismo pela ex-dirigente nacional do PS, que integrou o secretariado quando Ferro Rodrigues foi líder.

E de pouco valeria, perante estes "pecados", "a confissão e a absolvição com mais ou menos "castigos" e rezas". O problema é "mais grave".

"O PS hipotecou o seu papel na sociedade portuguesa e deixou-nos sem perspectivas de um futuro melhor. Assumiu o papel que antes pertencia aos centristas do PSD, ocupou o seu espaço e tornou o país mais pobre, política e economicamente."

O caminho passa, para Benavente, por o PS partir do seu "papel histórico" de conseguir um "reforço dos direitos dos trabalhadores, desenvolvimento dos direitos de cidadania e do consumidor, reforço da assistência pública, mudança do paradigma energético, desenvolver um sistema de saúde solidário e alargar o sector público". "Novas vagas de democracia" serão exigidas por todos os que, "assustados pelo eventual desemprego, comprados por um hiperconsumo esmagador e com medo da anunciada recessão", vão "querer respirar livremente e reconstruir a paz".

Na área da Educação, a ex-governante acusa Sócrates e o Governo de, nos últimos seis anos, terem "maltratado" a escola pública com políticas educativas "marcadas pela centralização" ou pelo "questionamento da qualidade" dos professores através do sistema de avaliação ou da publicação de rankings de escolas.

Os sete pecados mortais do PS, segundo Ana Benavente

1. Adoptou "políticas neoliberais e, portanto, abandonou a matriz ideológica socialista";

2. "Autoritarismo interno e ausência de debate, empobrecendo o papel do PS no país";

3. "Imposição de medidas governativas como inevitáveis e sem alternativa, o que traduz dependências nacionais e internacionais não assumidas nem clarificadas para o presente e o futuro";

4. "Marketing político banal e constante, de par com uma superficialidade nas bandeiras de modernização da sociedade portuguesa";

5. "Falta de ética democrática e republicana na vida pública e na governação";6. "Sacrifício de políticas sociais construídas pelo próprio PS em fases anteriores";

7. "Falta de credibilidade, quer por incompetência quer por hipocrisia, dando o dito por não dito em demasiadas situações de pesadas consequências".

O que eles dizem

"[A liderança de Sócrates] tornou-se autocrata, distribuindo lugares e privilégios, ultrapassando até o 'centralismo democrático' de Lenine que tanto criticámos. Alimentando promiscuidades que recuso."

"Sócrates e os seus amigos serviram-se de uma ideologia incompatível com a essência do socialismo democrático."

"O PS hipotecou o seu papel na sociedade portuguesa e deixou-nos sem perspectivas de um futuro melhor. Assumiu o papel que antes pertencia aos centristas do PSD, ocupou o seu espaço e tornou o país mais pobre, política e economicamente."

Livro que vai ser brevemente reeditado

(imagem daqui)