domingo, janeiro 16, 2011

A ler - post na portadaloja


(imagem daqui)

Música (praticamente) actual para geopedrados


Better - Regina Spektor

If I kiss you where it's sore
If I kiss you where it's sore
Will you feel better, better, better
Will you feel anything at all
Will you feel better, better, better
Will you feel anything at all

Born like sisters to this world
In a town where blood ties are only blood
If you never say your name out loud to anyone
They can never ever call you by it

If I kiss you where it's sore
If I kiss you where it's sore
Will you feel better, better, better
Will you feel anything at all
Will you feel better, better, better
Will you feel anything at all

You're getting sadder, getting sadder, getting sadder, getting sadder
And I don't understand, and I don't understand
But if I kiss you where it's sore
If I kiss you where it's sore
Will you feel better, better, better
Will you feel anything at all
Will you feel better, better, better
Will you feel anything at all
Anything at all
Will you feel anything at all
Anything at all
Will you feel anything at all
Anything at all...

sábado, janeiro 15, 2011

Música portuguesa dos anos oitenta para geopedrados...

A corrupção, os boys e as moscas

Promiscuidade

Por João Paulo Guerra

TENHO na minha sobrelotada estante, nas prateleiras ocupadas com obras sobre o Portugal que passou à história, um pequeno opúsculo da autoria do dr. Raul Rego, “Os políticos e o poder económico”, com data de 1969, no qual o velho republicano, socialista e ‘maçon’ recenseia e desanca a promiscuidade no trânsito entre as cadeiras do poder e os cadeirões dos conselhos de administração.

O impresso do dr. Rego diz respeito aos últimos anos do auto-denominado Estado Novo, também chamado fascismo.

Ontem, ao ler no Diário de Notícias que 40 ministros e secretários de Estado saíram directamente da política para cargos em grandes empresas fui levado a comparar a situação arrolada pelo dr. Raul Rego com a actual, em democracia. E de facto a única diferença é a democracia: o opúsculo de Raul Rego saiu em edição de autor para uma "campanha eleitoral" e recolheu logo após aos subterrâneos da liberdade de expressão, enquanto a denúncia do Diário de Notícias vem escarrapachada num jornal de referência que quem quiser pode consultar, analisar e tirar conclusões. De resto, a maxarufada é a mesma, independentemente dos tempos e dos regimes. Um considerável número de políticos metem a mão na massa da coisa pública a pensar no futuro da respectiva vidinha. E a assegurar, sabe-se lá a que preço e sob que condições, um lugar ao sol de um conselho de administração deste grupo ou daquela empresa.

O dr. Raul Rego ainda viveu quase três décadas em democracia e não se sabe se a saúde e a idade lhe permitiram entender que caminhos tortuosos e perversos seguia a democracia pela qual lutou tantos anos. Certo é que o seu opúsculo de 1969 nos revela hoje que em matéria de promiscuidade, através dos tempos, só as moscas é que variam.
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«Diário Económico» de 14 Jan 11 (in Sorumbático)

No princípio era o magma...



APÓS A ACREÇÃO do protoplaneta que antecedeu a formação deste maravilhoso corpo planetário que nos deu berço, e na sequência dos processos que determinaram a sua diferenciação como planeta (nomeadamente e em especial, a contracção gravítica e a formação núcleo), a Terra acumulou uma quantidade de calor tal que a converteu numa imensa bola incandescente.

Durante as primeiras centenas de milhões de anos, este nosso hoje “Planeta Azul” esteve envolvido num “oceano” de magma, em resultado da fusão da sua parte mais externa, “oceano” cuja profundidade teria sido da ordem de algumas centenas de quilómetros. Foi a partir da capa mais superficial deste invólucro ígneo que, por arrefecimento posterior, se formou a primitiva crosta terrestre (com mais de 4000 milhões de anos, desaparecida na sequência da contínua renovação da crosta determinada pela chamada tectónica de placas), separada de uma outra entidade, que se lhe segue em profundidade, também ela já parcialmente arrefecida, a que foi dado o nome de manto.

Entendendo por magmatismo o processo natural através do qual um material fundido, a que se convencionou chamar magma, conduz à formação das rochas (ditas magmáticas), temos de concluir que este processo geológico é uma constante na história do nosso planeta (e do Sistema Solar) e que está na origem de todos os tipos de rochas (petrogénese). Com efeito, não haveria rochas sedimentares sem as magmáticas preexistentes, nem rochas metamórficas sem que, pelo menos, tivesse existido um destes dois tipos de rochas. É, assim, lícito pensar que o mesmo acontece nos planetas telúricos, nossos vizinhos, e noutros de outros sistemas planetários da nossa e de outras galáxias. O magmatismo é, pois, uma das fases da evolução da matéria no quadro universal da sua história, como são, entre outras:

a nucleossíntese que dá nascimento aos elementos químicos, em grande parte no interior das estrelas e na sequência das explosões (supernovas) que lhes ditam o fim; e a quimiossíntese que, por junção dos elementos químicos, dá origem aos compostos, entre os quais os minerais, fase esta que inclui o magmatismo e os restantes processos petrogenéticos, para além de outros, como são os biogénicos.

Foi através do magmatismo que a Terra, em formação, libertou uma atmosfera primitiva, rica (entre outros componentes) em vapor de água e dióxido de carbono. Foi a partir deste vapor de água que se formou, por condensação, grande parte da hidrosfera. E, na medida em que a vida foi gerada nas águas, torna-se evidente a sua dependência do processo magmático. Assim, é lícito pensar que, sem magmatismo, a biodiversidade, tal como a conhecemos, não teria existido. Também os seres das profundidades oceânicas associadas a fontes hidrotermais e a chaminés negras (um ecossistema muito particular que só há pouco mais de três décadas foi conhecido) dependem absolutamente da actividade magmática, neste caso, submarina. Do mesmo modo, a atmosfera actual (a que hoje respiramos e que diariamente poluímos em nome do chamado desenvolvimento), na qual o oxigénio resulta da actividade biológica das plantas com clorofila, é uma consequência, embora indirecta, do magmatismo.

Os magmas que, desde a existência de uma litosfera (conjunto da crosta e da capa rochosa do manto nascidas da diferenciação do planeta) geraram e continuam a gerar as rochas que, por isso, apelidamos de magmáticas, nasceram e continuam a nascer da fusão de rochas da crosta ou do manto superior, a temperaturas que variam entre cerca de 850°C, num xisto argiloso da crosta continental e em presença de água, e cerca de 1300°C num peridotito do manto, na ausência de água. No que se refere às pressões, o fenómeno pode verificar-se entre cerca de 3 a 4 atmosferas, a 10 km de profundidade, e várias dezenas de atmosferas, 100 km mais abaixo. Ao nível da crosta a fusão dos materiais rochosos, isto é, a geração de um magma acontece associada ao metamorfismo de grau mais elevado, no decurso da formação de uma cadeia montanhosa (orogénese). No manto, a fusão é praticamente anorogénica, isto é, não envolve compressões tangenciais. Está, sim, relacionada com movimentos verticais e diminuição de pressão ou com penetração de fluidos aquosos.

A comparação frequente do magma com a lava incandescente ou ígnea saída dos vulcões, embora sugestiva, não é correcta. Deve acentuar-se que a lava já não é, exactamente, um magma, dado que, ao descomprimir-se na saída para o exterior, perde parte dos seus componentes gasosos (vapor de água, dióxido de carbono, entre outros) e, ao arrefecer, permite a cristalização (solidificação) prematura de alguns minerais (como é o caso dos cristais de olivina ou de augite em alguns basaltos) que, por acção gravítica, decantam, saindo também desse fundido, empobrecendo-o. Um material assim, como o que se vê transbordar do vulcão e fluir à superfície, em que coexistem grãos cristalinos (sólidos), material ainda fundido e apenas parte dos gases que inicialmente o formavam, já não deve ser considerado um verdadeiro magma embora tenha mobilidade. É curioso assinalar que, na origem, a palavra magma significa “massa empedernida”. Não obstante este significado, a petrologia adoptou essa mesma palavra para designar o material ainda em fusão (na totalidade ou em parte) que, por arrefecimento, consolida e, só então, se torna pedra.
Do ponto de vista composicional, o magma pode ser então definido como um fundido de substâncias químicas, na grande maioria silicatos, existente em zonas mais ou menos profundas do planeta que, em virtude da temperatura e da pressão a que está sujeito, se mantém, pelo menos em parte, no estado líquido e, como tal, flui, ou seja, tem mobilidade. Neste banho e com uma representação muitíssimo inferior à dos silicatos, podem existir óxidos, em particular os de ferro, de titânio e de crómio, sulfuretos, fosfatos e carbonatos. Como numa sopa quente, além do caldo, que nesta imagem exemplifica a parte fundida, podem coexistir no magma fases sólidas, representadas pelos minerais, e gasosas (vapor de água, dióxido de carbono, gás sulfídrico e outros) que lhe são próprios, de que podemos ter uma ideia através das manifestações secundárias do vulcanismo, como são as mofetas e as sulfataras. As fases sólidas, quando presentes no magma, estão expressas pelos minerais que, por serem mais refractários (isto é, com um ponto de fusão mais elevado), cristalizaram prematuramente no seio do líquido magmático, o que não impede a mobilidade do conjunto, que poderá fluir enquanto houver uma fase fluida, ainda que residual, a assegurar-lhe essa característica implícita na própria definição de magma. É o que acontece, como se disse atrás, com os cristais de olivina e ou de augite em certas lavas de natureza basáltica.

Como ingredientes fundamentais do magma figuram quase sempre pouco mais de uma dezena de elementos químicos, os mais abundantes na crosta terrestre, e, por isso, ditos principais ou maiores (do inglês major elements), cujas percentagens, respectivamente, em peso e em volume são:

...........Oxigénio (O): 46,6% peso; 93,8 % volume
...........Silício (Si): 27,7% peso; 0,8 % volume
...........Alumínio (Al): 8,1% peso; 0,5 % volume
...........Ferro (Fe): 5,0% peso%; 0,4% volume
...........Cálcio (Ca): 3,6% peso%; 1,0% volume
...........Sódio (Na): 2,8% peso; 1,3% volume
...........Potássio (K): 2,7% peso; 1,8 % volume
...........Magnésio (Mg): 2,1% peso; 0,3 % volume

São estes, pois, os principais constituintes dos minerais das rochas magmáticas, entre os quais, como se disse, os silicatos que, por si só, representam cerca de 99% da crosta terrestre. A análise química destas rochas revela, ainda, manganês, fósforo, titânio, carbono e enxofre e hidrogénio praticamente sempre presentes, embora em menores percentagens.

Parte da água inicialmente contida no magma entra na composição de certos minerais, outra perde-se, quer em profundidade, no interior da crosta, indo alimentar outros processos petrogenéticos, quer à superfície, no vulcanismo. É esta água no estado de vapor que, com o dióxido de carbono e outros gases de menor representatividade igualmente libertados do magma, se evola nas erupções vulcânicas, originando os espessos “fumos” brancos que se dispersam no ar, acompanhando quer as projecções sólidas de piroclastos, quer a saída e progressão da lava.

Para além dos já referidos elementos principais ou maiores (por definição, aqueles cujas percentagens, em peso, nas rochas é superior a 1%), há ainda a considerar os elementos menores (do inglês, minor elements), entre os quais bário, chumbo, cobre cobalto, níquel, ouro, prata e muitos mais, cuja presença nas rochas se situa, em termos percentuais, abaixo de 1%. Nestes há que distinguir elementos secundários (entre 1% e 0,1%) e elementos vestigiais ou elementos-traço (do inglês, trace-elements) que, como o nome indica, estão representados em quantidades ínfimas. A presença de elementos-traço na composição dos minerais e das rochas é hoje fácil e rotineiramente pesquisada nos estudos petrológicos e geoquímicos. Consoante o rigor exigido pelas análises ou possibilitado pelos equipamentos disponíveis, a sua quantificação é expressa em ppm (partes por milhão) ou em cifras ainda menores, em ppb (partes por milhar de milhões). O termo oligoelemento (do grego, oligós, ínfimo), usado por alguns autores, é ambíguo, pois tem sido usado quer como sinónimo de elemento menor quer como de elemento-traço.

No que se refere ao nosso planeta, o magmatismo foi e é uma constante na respectiva dinâmica global, quer sob a forma de vulcanismo e subvulcanismo (ascensão de magma que acaba por arrefecer e solidificar a pequena profundidade, antes de atingir a superfície, como aconteceu com os maciços de Sintra, Sines e Monchique), quer de plutonismo (arrefecimento e solidificação em profundidade). Pelo que conhecemos da história da Terra, temos de admitir que o magmatismo sempre antecedeu e antecede os outros dois processos petrogenéticos (a sedimentogénese e o metamorfismo). Com efeito, só depois das primeiras rochas (magmáticas) formadas à superfície da Terra estarem expostas aos agentes externos é que pôde ocorrer a sua erosão seguida de sedimentação e/ou a sua transformação em rochas metamórficas.

in Sopas de Pedra - post de Galopim de Carvalho

Um jornalista apresenta contas

Um artigo nada suave de Mário Crespo, que recebi por mail:

José Sócrates em 2001 prometeu que não ia aumentar os impostos. E aumentou. Deve-me dinheiro.
António Mexia da EDP comprou uma sinecura para Manuel Pinho em Nova Iorque. Deve-me o dinheiro da sinecura de Pinho. E dos três milhões de bónus que recebeu. E da taxa da RTP na conta da luz. Deve-me a mim e a Francisco C. que perdeu este mês um dos quatro empregos de uma loja de ferragens na Ajuda onde eu ia e que fechou. E perderam-se quatro empregos. Por causa dos bónus de Mexia. E da sinecura de Pinho. E das taxas da RTP.
Aníbal Cavaco Silva e a família devem-me dinheiro. Pelas acções da SLN que tiveram um lucro pago pelo BPN de 147,5 %. Num ano.
Manuel Dias Loureiro deve-me dinheiro. Porque comprou por milhões coisas que desapareceram na SLN e o BPN pagou depois. E eu pago pelo BPN agora. Logo, eu pago as compras de Dias Loureiro. E pago pelos 147,5 das acções dos Silva.

Cavaco Silva deve-me muito dinheiro. Por ter acabado com a minha frota pesqueira em Peniche e Sesimbra e Lagos e Tavira e Viana do Castelo. Antes, à noite, viam-se milhares de luzes de traineiras. Agora, no escuro, eu como a Pescanova que chega de Vigo. Por isso Cavaco deve-me mais robalos do que Godinho alguma vez deu a Vara. Deve-me por ter vendido a ponte que Salazar me deixou e que eu agora pago à Mota Engil.

António Guterres deve-me dinheiro porque vendeu a EDP. E agora a EDP compra cursos em Nova Iorque para Manuel Pinho. E cobra a electricidade mais cara da Europa. Porque inclui a taxa da RTP para os ordenados e bónus da RTP. E para o bónus de Mexia. A PT deve-me dinheiro. Porque não paga impostos sobre tudo o que ganha. E eu pago. Eu e a D. Isabel que vive na Cova da Moura e limpa três escritórios pelo mínimo dos ordenados. E paga Impostos sobre tudo o que ganha. E ficou sem abonos de família. E a PT não paga os impostos que deve e tenta comprar a estação de TV que diz mal do Primeiro-ministro.

Rui Pedro Soares da PT deve-me o dinheiro que usou para pagar a Figo o ménage com Sócrates nas eleições. E o que gastou a comprar a TVI.
Mário Lino deve-me pelos lixos e robalos de Godinho. E pelo que pagou pelos estudos de aeroportos onde não se vai voar. E de comboios em que não se vai andar. E pelas pontes que projectou e que nunca ligarão nada.
Teixeira dos Santos deve-me dinheiro porque em 2008 me disse que as contas do Estado estavam sãs. E estavam doentes. Muito. E não há cura para as contas deste Estado. Os jornalistas que têm casas da Câmara devem-me o dinheiro das rendas. E os arquitectos também. E os médicos e todos aqueles que deviam pagar rendas e prestações e vivem em casas da Câmara, devem-me dinheiro.
Os que construíram dez estádios de futebol devem-me o custo de dez estádios de futebol. Os que não trabalham porque não querem e recebem subsídios porque querem, devem-me dinheiro. Devem-me tanto como os que não pagam renda de casa e deviam pagar.
Jornalistas, médicos, economistas, advogados e arquitectos deviam ter vergonha na cara e pagar rendas de casa. Porque o resto do país paga. E eles não pagam. E não têm vergonha de me dever dinheiro. Nem eles nem Pedro Silva Pereira que deve dinheiro à natureza pela alteração da Zona de Protecção Especial de Alcochete. Porque o Freeport foi feito à custa de robalos e matou flamingos. E agora para pagar o que devem aos flamingos e ao país vão vendendo Portugal aos chineses. Mas eles não nos dão robalos suficientes apesar de nos termos esquecido de Tien Amen e da Birmânia e do Prémio Nobel e do Google censurado. Apesar de censurarmos, também, a manifestação da Amnistia, não nos dão robalos. Ensinam-nos a pescar dando-nos dinheiro a conta gotas para ir a uma loja chinesa comprar canas de pesca e isco de plástico e tentar a sorte com tainhas. À borda do Tejo. Mas pesca-se pouca tainha porque o Tejo vem sujo. De Alcochete. Por isso devem-me dinheiro. A mim e aos 600 mil que ficaram desempregados e aos 600 mil que ainda vão ficar sem trabalho. E à D. Isabel que vai a esta hora da noite ou do dia na limpeza de mais um escritório. Normalmente limpa três. E duas vezes por semana vai ao Banco Alimentar. E se está perto vai a um refeitório das Misericórdias. À Sexta come muito. Porque Sábado e Domingo estão fechados. E quando está doente vai para o centro de saúde às 4 da manhã. E limpa menos um escritório. E nessa altura ganha menos que o ordenado mínimo. Por isso devem-nos muito dinheiro. E não adianta contratar o Cobrador do Fraque. Eles não têm vergonha nenhuma. Vai ser preciso mais para pagarem.. Muito mais. Já.

Penthouse, Novembro de 2010 Mário Crespo (in portadaloja)

Música dos anos 80 para geopedrados

sexta-feira, janeiro 14, 2011

Humor do Ministério da Educação e Desemprego

(imagem daqui)



Se a proposta de despacho de organização do ano lectivo for aprovada sem alterações, as escolas serão obrigadas a mudar a sua estrutura: desporto escolar, clubes e apoios podem estar em risco, o que significa que os alunos podem ficar com horários reduzidos.  O Orçamento do Estado da Educação sofreu um corte este ano de 11,2 % em relação a 2010 - são menos 803,2 milhões de euros. O maior impacto da redução financeira vai ser sentido pelas escolas no próximo ano lectivo. Menos verbas para funcionamento, menos professores (Fenprof estima mais de 30 mil) e menos horas para actividades de enriquecimento curricular. Já os alunos podem passar a sair mais cedo, se todos os cortes se confirmarem.  Todos os projectos, incluindo o desporto escolar, os clubes de Matemática ou Ciência, plano de acção para a Matemática, apoios e até aulas de substituição podem estar em risco se a proposta de despacho de organização do ano escolar for aprovada sem alterações, garantem docentes e directores. O Conselho de Escolas aprovou, por unanimidade, um parecer que considera "comprometidos o apoio educativo, a escola a tempo inteiro, as aulas de substituição, o desporto escolar, o de-senvolvimento de projectos educativos, o cumprimento das metas de aprendizagem, e os objectivos a atingir até 2015" se o Governo não mudar o diploma.  "Os alunos não são os culpados e não podem ser as vítimas", frisou, ao JN, o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamento e Escolas Públicas (ANDAEP). Tanto Adalmiro Botelho da Fonseca, como o presidente do Conselho de Escolas (CE), Manuel Esperança, e o líder da Fenprof, Mário Nogueira, convergem: as cortes obrigam as escolas a uma nova organização a partir de Setembro. "Não vão fechar, naturalmente, mas só vão conseguir assegurar um ensino mínimo, vá lá, razoável", teme Nogueira. A Fenprof estima que a conjugação das medidas já aprovadas - como a eliminação da Área de Projecto e Estudo Acompanhado - com as agora planeadas possa conduzir ao despedimento de mais de 30 mil professores, que pode atingir não só os contratados como a redução dos horários (ou aumento de horários zero) entre os de quadro.  O JN confrontou o Ministério da Educação com as preocupações dos docentes e fonte do gabinete de Isabel Alçada sublinhou que a proposta "ainda não está fechada"; que o desporto escolar "será alvo de despacho específico" e que o "sistema educativo gera milhões de horas não lectivas", pelo que o Governo decidiu redistribuir o crédito concedido às escolas, "de forma mais equitativa".

Mene mene tequel u-parsin

A Festa de Baltazar - Rembrandt, circa 1635

A DGRHE enviou hoje mail às escolas

…para que os directores preencham formulário com os dados dos professores de EVT.

É pedido o tipo de vínculo dos professores, pergunta-se sobre as suas reduções horárias e também se leccionam Área de Projecto e Estudo Acompanhado.

Estamos a ser contados.

in Blog DeAr Lindo

Humor (só) cretino - com a verdade nos enganas




A propósito de erupções - música de um grupo com um nome interessante...

Entrevista sobre a erupção e crise sísmica na crista médio oceânica róximo dos Açores

“Dificilmente surgirá um ilhéu nos Açores”


Teresa Ferreira, Presidente do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores, falou ao CM sobre a cadeia de sismos

Correio da Manhã – Há já a certeza de que um vulcão submarino entrou em erupção a 120 quilómetros ao largo das Flores?
Teresa Ferreira – Não. Verifica-se a ocorrência de sucessivos sismos na Crista Média Atlântica, com um comportamento muito irregular. Mas não temos informação adicional de embarcações que passem no local com dados que possamos afirmar tratar-se de um vulcão.

– Seriam informações como presença de material vulcânico à superfície ou cardumes mortos?
– São dois exemplos de observações feitas no local.

– Há a possibilidade de surgir um ilhéu no local da erupção?
– Dificilmente surgirá um ilhéu. A actividade sísmica ocorre numa zona com uma profundidade entre dois mil a 800 metros, seria necessária uma quantidade muito elevada de material vulcânico. Admitir essa possibilidade é um pouco especulativo.

– Há exemplos anteriores de ilhéus que surgiram no Atlântico?
– Sim. Por exemplo a ilha Sabrina, que em 1811 surgiu ao largo da ilha de São Miguel, tendo desaparecido no mesmo ano, destruída pela erosão marítima. Contudo, a profundidade do mar nessa zona é muito menor do que onde agora ocorre a actividade sísmica.

– A actividade sísmica na Crista Média Atlântica representa um risco para a população?
– Não. Está a uma distância de mais de cem quilómetros das ilhas das Flores, do Corvo, Graciosa e Faial, o que não representa riscos.

– Em 1998, ocorreu um fenómeno semelhante ao largo da ilha Terceira?
– A última erupção marítima documentada ocorrida nos mares dos Açores ocorreu em 1998 ao largo da Serreta, na Terceira. A 18 de Dezembro, pescadores observaram a presença de material vulcânico à superfície. O fenómeno decorreu durante mais dois anos até terem terminado os sismos.

in CM - ler notícia

Etna em erupção

Aeroporto e base militar encerrados
Itália: Vulcão Etna entra em breve erupção

Erupção vulcânica foi vista das cidades de Catânia e Taormina

O vulcão Etna, na ilha italiana da Sicília, entrou em breve erupção na noite passada, obrigando ao encerramento temporário do aeroporto internacional da Catânia e da base militar de Signonella

A actividade do vulcão aumentou de intensidade durante umas horas, apesar de ter abrandado durante a noite de quarta-feira, informa o Instituto de Nacional de Geofísica e Vulcanologia.

O Etna expeliu cinzas e um rio de lava pela encosta do Valle del Bove, uma zona desértica, obrigando ao fecho, por precaução, do espaço aéreo circundante ao aeroporto internacional de Catânia, entre as 00h00 e as 06h30.

A erupção vulcânica foi vista das cidades de Catânia e Taormina.

Apesar de a actividade de o Etna ter abrandado, os especialistas, do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia, não descartam a possibilidade de a lava voltar a correr pela encosta. 

in CM - ler notícia

Música do início dos anos 90 para geopedrados


Crazy

In a church by the face
He talks about the people going under
Only child know
A man decides after seventy years
That what he goes there for
Is to unlock the door
While those around him criticize and sleep
And through a fracture on that breaking wall
I see you my friend and touch your face again
Miracles will happen as we trip
But we're never gonna survive unless
We get a little crazy
No we're never gonna survive unless
We are a little
Cray cray crazy
Crazy are the people walking through my head
One of them got a gun to shoot the other one
And yet together they were friends at school
Get it, get it, get it, yeah!
If all were there when we first took the pill
Then maybe then maybe then maybe then maybe
Miracles will happen as we speak
But we're never gonna survive unless
We get a little crazy
No we're never gonna survive unless
We are a little
Crazy
No no we'll never survive unless we get a little bit
A man decides to go along after seventy years
Oh darling
In a sky full of people only some want to fly
Isn't that crazy
In a world full of people only some want to fly
Isn't that crazy
Crazy
In a heaven of people there's only some want to fly
Ain't that crazy
Oh babe Oh darlin'
In a world full of people there's only some want to fly
Isn't that crazy
Isn't that crazy Isn't that crazy Isn't that crazy
Oh
But we're never gonna survive unless we get a little crazy crazy
No we're never gonna to survive unless we are a little crazy
But we're never gonna survive unless we get a little crazy crazy
No we're never gonna to survive unless we are a little crazy
No no never survive unless we get a little bit
And then you see things
The size of which you've never known before
They'll break it
Someday
Only child know
Them things
The size
Of which you've never known before
Someday

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Mais música para um triste dia


O suplício dos Távoras foi há 252 anos


Na noite de 3 de Setembro de 1758, D. José I seguia incógnito numa carruagem que percorria uma rua secundária nos arredores de Lisboa. O rei regressava para as tendas da Ajuda de uma noite com a amante. Pelo caminho, a carruagem foi interceptada por três homens, que dispararam sobre os ocupantes. D. José I foi ferido num braço, o seu condutor também ficou ferido gravemente, mas ambos sobreviveram e regressaram à Ajuda.
Sebastião de Melo tomou o controle imediato da situação. Mantendo em segredo o ataque e os ferimentos do rei, ele efectuou julgamento rápido. Poucos dias depois, dois homens foram presos e torturados. Os homens confessaram a culpa e que tinham tido ordens da família dos Távoras, que estavam a conspirar pôr o duque de Aveiro, José Mascarenhas, no trono. Ambos foram enforcados no dia seguinte, mesmo antes da tentativa de regicídio ter sido tornada pública. Nas semanas que se seguem, a marquesa Leonor de Távora, o seu marido, o conde de Alvor, todos os seus filhos, filhas e netos foram encarcerados. Os conspiradores, o duque de Aveiro e os genros dos Távoras, o marquês de Alorna e o conde de Atouguia foram presos com as suas famílias. Gabriel Malagrida, o jesuíta confessor de Leonor de Távora foi igualmente preso.
Foram todos acusados de alta traição e de regicídio. As provas apresentadas em tribunal eram simples: a) As confissões dos assassinos executados, b) A arma do crime pertencia ao duque de Aveiro e c) O facto de apenas os Távoras poderem ter sabido dos afazeres do rei nessa noite, uma vez que ele regressava de uma ligação com Teresa de Távora, presa com os outros. Os Távoras negaram todas as acusações mas foram condenados à morte. Os seus bens foram confiscados pela coroa, o seu nome apagado da nobreza e os brasões familiares foram proibidos. A varonia Távora e morgadio foram então transferidos para a casa dos condes de São Vicente.
A sentença ordenou a execução de todos, incluindo mulheres e crianças. Apenas as intervenções da Rainha Mariana e de Maria Francisca, a herdeira do trono, salvaram a maioria deles. A marquesa, porém, não seria poupada. Ela e outros acusados que tinham sido sentenciados à morte foram torturados e executados publicamente em 13 de Janeiro de 1759 num descampado, perto de Lisboa, próximo à Torre de Belém.
A execução foi violenta mesmo para a época, as canas das mãos e dos pés dos condenados foram partidas com paus e as suas cabeças decapitadas e depois os restos dos corpos queimados e as cinzas deitadas ao rio Tejo. O rei esteve presente, juntamente com a sua corte, absolutamente desnorteada. Os Távoras eram seus semelhantes, mas o rei quis que a lição fosse aprendida e para que nunca mais a nobreza se rebelasse contra a autoridade régia.
O palácio do Duque de Aveiro, em Belém, Lisboa foi demolido e o terreno salgado, simbolicamente, para que nunca mais nada ali crescesse. No local, hoje chamado Beco do Chão Salgado, existe um marco alusivo ao acontecimento mandado erigir por D. José com uma lápide que pode ser lida. As armas da família Távora foram picadas e o nome Távora foi mesmo proibido de ser citado.

Crise? Bancarrota? Desemprego? Fome?

Gosto da resposta bem humorada do nosso governo, a estas e outras d(í)úvidas... Uma canção dedicada ao Sócrates, ao Teixeira e outros boys:

Sócrates e a sua vitória de Pirro nas palavras de um Nobel da Economia



Economista fala em “desespero total”
Krugman: emissão de dívida de ontem foi “pouco menos que ruinosa”

Paul Krugman perspectiva deflação em Portugal

A taxa de juro de 6,7 por cento a que o Governo colocou ontem Obrigações do Tesouro a dez anos no mercado é “pouco menos de ruinosa”, de acordo com o economista liberal Paul Krugman.

Aquilo que o Governo português classificou ontem como “um sucesso atendendo às circunstâncias”, pela voz do ministro das Finanças, “diz alguma coisa sobre o desespero total da situação europeia”, na opinião de Krugman, Prémio Nobel da Economia em 2008 e que esteve em Portugal nos anos imediatos à Revolução de 1974.

Estas afirmações surgiram numa entrada no blogue deste economista no sítio electrónico do diário norte-americano The New York Times, onde qualifica como “pírrico” o leilão de obrigações de ontem e diz: “Mais uns sucessos como este e a periferia europeia será destruída.”

A razão por que Krugman considera ruinosa a taxa de ontem tem a ver com a perspectiva do “fardo do pagamento de juros crescentes sobre uma economia que provavelmente enfrentará anos de uma deflação opressora” devido à dívida.

Portugal fez ontem o primeiro leilão deste ano de Obrigações do Tesouro, conseguindo colocar quase totalidade dos 1250 milhões de euros que pretendia, tendo no caso das obrigações a dez anos os juros descido ligeiramente, para 6,716 por cento (face a 6,806 por cento na emissão anterior), mas subido 33,5 por cento para o prazo de quatro anos, para 5,396 por cento.

O ministro das Finanças disse há alguns meses que juros de sete por cento poderiam justificar o recurso a ajuda financeira externa, mas ontem classificou o leilão de dívida dizendo que “na conjuntura actual é um sucesso”.

Os juros das obrigações a dez anos estiveram várias vezes acima de sete por cento nos mercados secundários, mas nos últimos dias recuaram. Hoje estavam em 6,873 por cento às 09.33 horas na plataforma da agência Reuters.

Música dos anos noventa para geopedrados


If I Ever Lose My Faith In You

You could say I lost my faith in science and progress
You could say I lost my belief in the holy church
You could say I lost my sense of direction
You could say all of this and worse but

If I ever lose my faith in you
There'd be nothing left for me to do

Some would say I was a lost man in a lost world
You could say I lost my faith in the people on TV
You could say I'd lost my belief in our politicians
They all seemed like game show hosts to me

If I ever lose my faith in you
There'd be nothing left for me to do

I could be lost inside their lies without a trace
But every time I close my eyes I see your face

I never saw no miracle of science
That didn't go from a blessing to a curse
I never saw no military solution
That didn't always end up as something worse but
Let me say this first

If I ever lose my faith in you
There'd be nothing left for me to do

Querem poupar ou matar as Escolas?!?

Ministério da Educação quer suspender todos os projectos nas escolas

Todos os projectos desenvolvidos pelas escolas - do desporto escolar aos clubes, planos de acção e tutorias - podem desaparecer. A suspensão consta da proposta de despacho de organização do ano lectivo que o Ministério da Educação enviou a associações e sindicatos.

Ministério da Educação quer suspender todos os projectos nas escolas

"Qualquer atribuição de horas a agrupamentos ou escolas não agrupadas para dinamização de projectos, ainda que aprovados por serviços do Ministério da Educação, extingue-se com a entrada em vigor do presente despacho, carecendo de nova autorização do membro do Governo responsável pela área da Educação", lê-se na proposta de despacho de organização do ano lectivo (2011/2012) que o ME enviou a sindicatos e associações.

Mesmo sem a intenção declarada de suspensão, o diploma reduz "brutalmente" (alegam os professores) o crédito de horas das escolas e a redução da componente lectiva dos docentes pelo exercício de muitos cargos intermédios, o que já inviabiliza, por si, a continuidade dos projectos, garantem ao JN dirigentes sindicais e de associações de directores.

Se a proposta de despacho for aprovada em Conselho de Ministros sem alterações, a partir de Setembro, garantem directores e dirigentes sindicais ao JN, as escolas tornam-se estruturas "ingovernáveis" e regidas estritamente "por uma visão economicista em vez de pedagógica".

O Conselho de Escolas - órgão consultivo do ME - aprovou um parecer contra a proposta, por unanimidade. Os directores defendem que a proposta do Governo "desrespeita" princípios da Lei de Bases do Sistema Educativo, ao impedir as escolas, por redução de recursos humanos e dos créditos horários, de assegurarem projectos e apoios aos alunos.

"As propostas ora apresentadas comprometem o apoio educativo, a escola a tempo inteiro, as actividades (aulas) de substituição, o desporto escolar, o desenvolvimento de projectos educativos, o cumprimento das Metas de Aprendizagem, os objectivos a atingir até 2015 e, ainda, dificultam sobremaneira a gestão e administração da Escola Pública" - lê-se no parecer, aprovado dia 7.

in JN