sábado, setembro 16, 2023

Mahsa Amini morreu há um ano...


Mahsa Amini (em curdo: مەھسا ئەمینی, em farsi: مهسا امینی; Saqqez, 22 de julho de 2000Teerão, 16 de setembro de 2022), também conhecida como Zhina Amini ou Jina Amini (em curdo: ژینا امینی), era uma jovem mulher curda iraniana que foi presa pela Patrulha de Orientação da República Islâmica do Irão, um esquadrão especial da polícia encarregado da implementação pública dos regulamentos islâmicos do hijabe, por seu hijabe não obedecer aos padrões obrigatórios do governo. O relatório oficial da polícia afirmou que ela teve insuficiência cardíaca e morreu após dois dias em coma. Provas mostram que foi espancada com um pedaço de pau na cabeça e foi agredida várias vezes dentro de um carro da polícia. Alguns acreditam que esses atos violentos levaram ao coma e morte cerebral. Ela tornou-se um símbolo da violência contra as mulheres sob a República Islâmica.

 

Biografia

Mahsa Amini era uma mulher curda iraniana de 22 anos, originária de Saqqez, na província do Curdistão. O seu irmão Kiaresh estava com ela no momento de sua prisão.
   
 
Detenção e morte

Mahsa (Zhina) Amini viajava para Teerão com a sua família, quando foi presa, no dia 13 de setembro, na entrada da rodovia Haqqani pela auto-proclamada “Patrulha de Orientação” enquanto estava com o seu irmão, Kiaresh Amini, e foi transferida para a agência “Segurança Moral”. Ele foi informado de que ela seria levada para o centro de detenção, para passar por uma "aula de esclarecimento", e libertada após uma hora. Em vez disso, ela foi levada para o Hospital Kasra de ambulância.

Durante dois dias, Amini ficou em coma no Hospital Kasra, em Teerão, o que despertou o sentimento do público em geral e mais uma vez provocou o protesto das pessoas contra a Patrulha de Orientação e a lei sobre hijabes. Ela morreu na unidade de cuidados intensivos a 16 de setembro.

 

Provas de violência

A clínica onde Amini foi tratada divulgou um comunicado no Instagram dizendo que ela estava em morte cerebral quando foi internada. A postagem do Instagram já foi excluída. O irmão de Amini, Kiaresh, notou hematomas na cabeça e nas pernas. As mulheres que foram detidas com Amini disseram que ela foi severamente espancada por resistir aos insultos e provocações dos polícias que a prenderam. Vários médicos opinaram que Amini sofreu uma lesão cerebral, com base nos sintomas clínicos, incluindo sangramento nas orelhas e hematomas sob os olhos.

 


Protestos

Uma série de protestos eclodiu após sua morte, inclusive em Saqqez, a sua cidade natal. Algumas gritaram slogans feministas curdos como “Jin - Jiyan - Azadi: Mulheres, Vida, Liberdade” e “morte ao ditador” em persa. Essas manifestações foram reprimidas pelas forças especiais da polícia iraniana. Também ocorreram protestos do lado de fora do Hospital Kasra, em Teerão, onde alguns dos protestantes foram presos pelas forças de segurança, que também usaram spray de pimenta contra eles.

Com a morte de Mahsa, protestos e marchas espalham-se por diversos em diferentes cidades. As ruas de Sanandaj no domingo foram parcialmente fechadas e as forças de segurança foram espalhadas pela cidade após uma noite de protestos contra o rígido código de roupa da República Islâmica do Irão. Em 19 de setembro, cinco pessoas foram mortas na região curda do Irão, quando as forças de segurança abriram fogo durante protestos, disse um grupo de direitos humanos curdo, no terceiro dia de turbulência por um incidente que começou em todo o país. Duas das pessoas foram mortas quando as forças de segurança abriram fogo contra manifestantes na cidade curda de Saqez, cidade natal de Amini, disse a Organização de Direitos Humanos de Hengaw no Twitter. Ele disse que mais dois foram mortos na cidade de Divandarreh "por fogo direto" das forças de segurança, e um quinto foi morto em Dehgolan, também na região curda. Manifestações populares se espalharam por diferentes cidades do Irão, incluindo Teerão, Rasht, Esfahan, Karaj, Mashhad, Sanandaj, Ilam e muitas outras cidades, e a polícia especial do governo iraniano lidou com esses protestos severamente, havendo muitos feridos e foram presos alguns ativistas políticos. Durante esse período, a hashtag#MahsaAmini tornou-se uma das hashtags mais repetidas no Twitter persa. O número de tweets e retuítes dessas hashtags ultrapassou 5,1 milhões. Algumas mulheres iranianas postaram vídeos nas redes sociais cortando o cabelo em protesto.


 

Reações

A Amnistia Internacional solicitou uma investigação criminal sobre a morte suspeita. Segundo esta organização, "todos os responsáveis e funcionários" neste caso devem ser levados à justiça e "as condições que levaram à sua morte suspeita, que incluem tortura e outros maus-tratos no centro de detenção, devem ser investigadas criminalmente".

A Human Rights Watch chamou a morte de Amini de "cruel" e escreveu: "As autoridades iranianas devem cancelar a lei obrigatória do hijab e remover ou alterar outras leis que privam as mulheres de sua independência e direitos".

Centro para os Direitos Humanos no Irão: Mahsa Amini considerada outra vítima da guerra da República Islâmica contra as mulheres e pediu que a violência contra as mulheres no Irão seja fortemente condenada em todo o mundo para evitar tais tragédias evitáveis.

Javaid Rehman, Relator Especial das Nações Unidas, também lamentou o comportamento da República Islâmica do Irão e acrescentou: "Este incidente é um sinal de violação generalizada dos direitos humanos no Irão".

O porta-voz da União Europeia divulgou um comunicado anunciando que o que aconteceu com Mahsa Amini é inaceitável e os autores deste assassinato devem ser responsabilizados.

O Ministério das Relações Exteriores da França condenou a tortura que levou à morte de Mahsa Amini.

 


Hoje é o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozono...!

O buraco do ozono em setembro de 2006
   
O Protocolo de Montreal sobre substâncias que empobrecem a camada de ozono é um tratado internacional em que os países signatários comprometem-se a substituir as substâncias que se demonstrar serem responsáveis pela destruição do ozono, a partir de 16 de setembro de 1987, entrando em vigor em 1 de janeiro de 1989. Ele teve adesão de 150 países e foi revisto em 1990, 1992, 1995, 1997 e 1999. Devido à grande adesão mundial, Kofi Annan disse sobre ele: "Talvez seja o mais bem sucedido acordo internacional de todos os tempos…"
Em comemoração, a ONU declarou a data de 16 de setembro como o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozono.
   

sexta-feira, setembro 15, 2023

Morreu Fernando Botero...

 

Fernando Botero Angulo (Medellín, 19 de abril de 1932Mónaco, 15 de setembro de 2023) foi um artista figurativista colombiano, cujo estilo é chamado por alguns de "Boterismo", o que lhe dá uma identidade inconfundível.

As suas obras destacam-se sobretudo por figuras rotundas, o que pode sugerir a estaticidade da humanidade. Percebe-se a sua escultura como uma crítica social, especialmente no que diz respeito à ganância do ser humano. 

 

    
 O rapto de Europa - Medellín

 

in Wikipédia

Música adequada à data...

Guerra Junqueiro nasceu há 173 anos


Abílio Manuel Guerra Junqueiro (Freixo de Espada à Cinta, 17 de setembro de 1850 - Lisboa, 7 de julho de 1923) foi bacharel formado em Direito pela Universidade de Coimbra, alto funcionário administrativo, político, deputado, jornalista, escritor e poeta. Foi o poeta mais popular da sua época e o mais típico representante da chamada "Escola Nova". Poeta panfletário, a sua poesia ajudou criar o ambiente revolucionário que conduziu à implantação da República. Foi entre 1911 e 1914 o embaixador de Portugal na Suíça (o título era "ministro de Portugal na Suíça"). Guerra Junqueiro formou-se em direito na Universidade de Coimbra.   

   
Cronologia

  • 1850: Nasce no lugar de Ligares, Freixo de Espada à Cinta;
  • 1864: «Duas páginas dos quatorze anos»;
  • 1866: Frequenta o curso de Teologia na Universidade de Coimbra;
  • 1867: «Vozes Sem Eco»;
  • 1868: «Baptismo de Amor». Matricula-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra;
  • 1873: «Espanha Livre». Colaboração de Guerra Junqueiro em «A Folha» de João Penha. É bacharel em Direito;
  • 1874: «A Morte de D. João»;
  • 1875: Primeiro número de «A Lanterna Mágica» em que colabora;
  • 1878: É nomeado Secretário Geral do Governo Civil em Angra do Heroísmo;
  • 1879: «A Musa em Férias» e «O Melro». Adere ao Partido Progressista. É transferido de Angra do Heroísmo para Viana do Castelo e eleito para a Câmara dos Deputados;
  • 1880: Casa a 10 de fevereiro com Filomena Augusta da Silva Neves. A 11 de novembro nasce a filha Maria Isabel;
  • 1881: Nasce a filha Júlia. Interditada por demência, vem a ser internada no Porto;
  • 1885: «A Velhice do Padre Eterno». Criação do movimento «Vida Nova» do qual Guerra Junqueiro é simpatizante;
  • 1887: Segunda viagem de Guerra Junqueiro a Paris;
  • 1888: Constitui-se o grupo «Vencidos da Vida». «A Legítima»;
  • 1889: Falece a sua esposa, Filomena Augusta Neves, facto que lamentará até ao fim dos seus dias.
  • 1890: «Finis Patriae». Guerra Junqueiro é eleito deputado pelo círculo de Quelimane;
  • 1895: Vende a maior parte das coleções artísticas que acumulara;
  • 1896: «A Pátria». Parte para Paris;
  • 1902: «Oração ao Pão»;
  • 1903: Reside em Vila do Conde;
  • 1904: «Oração à Luz»;
  • 1905: Visita a Academia Politécnica do Porto e instala-se nesta cidade;
  • 1908: É candidato do Partido Republicano pelo Porto;
  • 1910: É nomeado Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário da República Portuguesa junto da Confederação Suíça, em Berna;
  • 1911: Homenagem a Guerra Junqueiro no Porto;
  • 1914: Exonera-se das funções de Ministro Plenipotenciário;
  • 1920: «Prosas Dispersas»;
  • 1923: Morre a 7 de julho em Lisboa.
  • 1966: O seu corpo é solenemente trasladado para o Panteão Nacional da Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa, numa cerimónia ocorrida para homenagear também outras ilustres figuras portuguesas entre os dias 1 e 5 de dezembro. Antes disso, encontrava-se no Mosteiro dos Jerónimos.
 

 

A Moleirinha

Pela estrada plana, toque, toque, toque,
Guia o jumentinho uma velhinha errante.
Como vão ligeiros, ambos a reboque,
Antes que anoiteça, toque, toque, toque,
A velhinha atrás, o jumentito adiante!...

Toque, toque, a velha vai para o moinho,
Tem oitenta anos, bem bonito rol!...
E contudo alegre como um passarinho,
Toque, toque, e fresca como o branco linho,
De manhã nas relvas a corar ao sol.

Vai sem cabeçada, em liberdade franca,
O jerico ruço duma linda cor;
Nunca foi ferrado, nunca usou retranca,
Tange-o, toque, toque, a moleirinha branca
Com o galho verde duma giesta em flor.

Vendo esta velhita, encarquilhada e benta,
Toque, toque, toque, que recordação!
Minha avó ceguinha se me representa...
Tinha eu seis anos, tinha ela oitenta,
Quem me fez o berço fez-lhe o seu caixão!...

Toque, toque, toque, lindo burriquito,
Para as minhas filhas quem mo dera a mim!
Nada mais gracioso, nada mais bonito!
Quando a virgem pura foi para o Egipto,
Com certeza ia num burrico assim.

Toque, toque, é tarde, moleirinha santa!
Nascem as estrelas, vivas, em cardume...
Toque, toque, toque, e quando o galo canta,
Logo a moleirinha, toque, se levanta,
P’ra vestir os netos, p’ra acender o lume...

Toque, toque, toque, como se espaneja,
Lindo o jumentinho pela estrada chã!
Tão ingénuo e humilde, dá-me, salvo seja,
Dá-me até vontade de o levar à igreja,
Baptizar-lhe a alma, p’ra a fazer cristã!

Toque, toque, toque, e a moleirinha antiga,
Toda, toda branca, vai numa frescata...
Foi enfarinhada, sorridente amiga,
Pela mó da azenha com farinha triga,
Pelos anjos loiros com luar de prata!...

Toque, toque, como o burriquito avança!
Que prazer d’outrora para os olhos meus!
Minha avó contou-me quando fui criança,
Que era assim tal qual a jumentinha mansa
Que adorou nas palhas o menino Deus...

Toque, toque, é noite... ouvem-se ao longe os sinos,
Moleirinha branca, branca de luar!...
Toque, toque, e os astros abrem diamantinos,
Como estremunhados querubins divinos,
Os olhitos meigos para a ver passar...

Toque, toque, e vendo sideral tesoiro,
Entre os milhões d’astros o luar sem véu,
O burrico pensa: Quanto milho loiro!
Quem será que mói estas farinhas d’oiro
Com a mó de jaspe que anda além no Céu!

 

Guerra Junqueiro

O sistema solar pode voltar a ter nove planetas principais...

O Sistema Solar pode ter um nono planeta (e não é Plutão)

 

 

Todos nós costumávamos pensar que havia nove planetas. Mas em 2006 o Sistema Solar ficou com apenas oito planetas, quando Plutão deixou de ser classificado como tal.

Mas ainda é possível que haja um planeta além de Neptuno – possivelmente muito além dele? Nos últimos vinte anos, fizemos avanços significativos na exploração do sistema solar exterior.

Estamos a falar do que é conhecido como Espaço Transneptuniano, a noite eterna além do reino dos planetas gigantes. E nesta exploração deparamo-nos com uma surpreendente população de habitantes, os chamados Objetos Trans-Neptunianos Extremos, cujas características peculiares têm suscitado intenso debate na comunidade científica.

Alguns pesquisadores veem nessa população a manifestação de uma presença invisível, um novo planeta ainda não descoberto nos confins escuros e frios do nosso Sistema Solar. Outros, no entanto, pensam que tal planeta não existe e que essas peculiaridades transneptunianas extremas se devem à incompletude das nossas observações limitadas, os chamados “vieses de observação”.

 

Um hipotético mundo enorme e distante

Este planeta hipotético é provisoriamente conhecido como Planeta 9. Acredita-se que o Planeta 9 não seja um objeto pequeno como Plutão ou como muitos outros objetos transneptunianos que foram descobertos nos últimos anos. Simulações detalhadas foram criadas para teorizar sobre as características que o corpo poderia ter para produzir os efeitos observados, e a conclusão é que deve ser um planeta muito grande, com 4 a 8 vezes a massa da Terra.

Também deve estar extremamente longe do Sol: algo como dez vezes a distância de Plutão. Provavelmente ainda mais.

Se existir, seria um novo tipo de planeta, diferente dos outros que conhecemos atualmente no sistema solar. Os nossos vizinhos planetários são basicamente classificados em dois tipos. Eles são pequenos mundos rochosos com uma superfície sólida (Mercúrio, Vénus, Terra e Marte) ou são gigantes gasosos (Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno).

O Planeta 9 cairia em algum lugar entre essas categorias. Pode ser o que é conhecido como Super-Terra, um planeta rochoso maior que o nosso, ou Sub-Neptuno, um mundo gasoso menos massivo e ligeiramente menor que Neptuno.

Já localizamos planetas como este em torno de outras estrelas, mas, estando tão distantes, sabemos muito pouco sobre eles. Descobrir um no nosso próprio Sistema Solar abriria as portas para estudar em detalhes uma categoria de planetas quase desconhecida hoje.

 

A longa jornada do asteroide CNEOS14

Como poderíamos detetar este Planeta 9? Não é fácil. Estando tão longe, o seu brilho seria extremamente fraco e precisaríamos de poderosos telescópios. O problema é que esses telescópios costumam ter um campo de visão muito pequeno.

É como usar um microscópio para digitalizar uma área muito grande em busca de algo pequeno que deixamos cair. Nos últimos anos, esforços observacionais significativos foram feitos para tentar descobrir esse mundo indescritível – até agora sem sucesso.

Há alguns meses, foi publicado um artigo científico de dois investigadores de Harvard afirmando que um meteorito (CNEOS14) que caiu no Pacífico em 2014 não era um objeto do nosso Sistema Solar.

Este seria o primeiro objeto interestelar que detetamos, um pequeno asteroide de aproximadamente um metro de diâmetro que impactou o nosso planeta enquanto viajava pelo Sistema Solar a 60 quilómetros por segundo.

Esta alta velocidade é precisamente o que levou os investigadores a determinar a sua proveniência como visitante de outras estrelas. Para fazer isso, eles primeiro tiveram que descartar que o objeto tinha sido acelerado ou desviado pela gravidade de um planeta do nosso Sistema Solar, o que é fácil de verificar reconstruindo a sua trajetória e vendo se ele passou perto de algum dos planetas conhecidos. Neste caso, o asteroide não tinha passado perto de nenhum planeta conhecido.

Mas, e se CNEOS14 tivesse interagido com um planeta ainda não conhecido durante a sua jornada pelo Sistema Solar? Esta foi a pergunta que um novo estudo fez.

 

Uma incrível coincidência

A primeira pista de que poderia haver uma conexão entre o meteorito CNEOS14 e o Planeta 9 apareceu quando foi traçada num mapa celeste a órbita que o planeta deveria ter, de acordo com as simulações mais detalhadas, e sobreposta a origem do CNEOS14.

Foi descoberta uma coincidência impressionante entre a origem do meteorito e a região onde as simulações preveem que o Planeta 9 é mais provável de ser encontrado. A probabilidade de tal coincidência ser resultado do acaso é da ordem de 1%.

Seguindo essa linha de pensamento, foram feitas simulações que reconstroem a trajetória do CNEOS14 e foram encontradas outras três anomalias estatísticas que seriam altamente improváveis ​​num objeto vindo diretamente do meio interestelar.

Combinando a probabilidade dessas irregularidades, descobriu-se que ou há algo que não entendemos sobre objetos no meio interestelar ou há 99,9% de probabilidade de que o CNEOS14 tenha encontrado um planeta desconhecido no Sistema Solar externo – e esse novo mundo estar localizado exatamente na região prevista pelas simulações.

Essas coincidências e anomalias estatísticas levaram os autores a formular a “hipótese do mensageiro”, referindo-se ao uso do termo “mensageiro” na astrofísica para designar partículas que nos trazem informações dos corpos celestes. De acordo com esta hipótese, o CNEOS14 talvez tenha sido desviado por um objeto massivo desconhecido no Sistema Solar externo, possivelmente o Planeta 9, há entre 30 e 60 anos.

Se a conjetura estiver correta, traçando a trajetória do CNEOS14 para trás no tempo, encontraríamos a localização do Planeta 9 que, segundo os cálculos, estaria muito próximo do ponto onde as constelações de Áries, Touro e Cetus se encontram.

Está em curso uma campanha de observação no Observatório Javalambre (Teruel) para realizar esta busca. A tarefa ainda é difícil e vai levar tempo e trabalho, porque o campo a ser pesquisado ainda é grande e o objeto procurado é muito escuro, mas agora parece factível.

CNEOS14 pode estar a indicar a posição do Planeta 9 para nós. Ou talvez seja apenas uma grande coincidência cósmica. De qualquer forma, é uma bela história à qual poderíamos aplicar o velho ditado italiano de que se non è vero è ben trovato (mesmo que não seja verdade, está bem concebido) – expressão que, aliás, é atribuída a um astrónomo, o renascentista Frei Giordano Bruno.

 

Adaptado e corrigido de ZAP

O Lehman Brothers faliu há 15 anos...


   
Lehman Brothers Holdings Inc. (former NYSE ticker symbol LEH) was a global financial services firm. Before declaring bankruptcy in 2008, Lehman was the fourth-largest investment bank in the US (behind Goldman Sachs, Morgan Stanley, and Merrill Lynch), doing business in investment banking, equity and fixed-income sales and trading (especially U.S. Treasury securities), research, investment management, private equity, and private banking.
At 1:45AM on September 15, 2008, the firm filed for Chapter 11 bankruptcy protection following the massive exodus of most of its clients, drastic losses in its stock, and devaluation of its assets by credit rating agencies. Lehman Brothers' bankruptcy filing is the largest bankruptcy in U.S. history, and is thought to have played a major role in the unfolding of the late-2000s global financial crisis. The following day, Barclays announced its agreement to purchase, subject to regulatory approval, Lehman's North American investment-banking and trading divisions along with its New York headquarters building. On September 20, 2008, a revised version of that agreement was approved by US Bankruptcy Court Judge James M. Peck. The next week, Nomura Holdings announced that it would acquire Lehman Brothers' franchise in the Asia-Pacific region, including Japan, Hong Kong and Australia, as well as Lehman Brothers' investment banking and equities businesses in Europe and the Middle East. The deal became effective on October 13, 2008.
   

Wish You Were Here, Richard Wright...

O primeiro antibiótico foi descoberto há 95 anos...!

Alexander Fleming, o descobridor da penicilina
     
A penicilina é um antibiótico natural derivado de um fungo, o bolor do pão Penicillium chrysogenum (ou P. notatum). Ela foi descoberta em 15 de setembro de 1928, pelo médico e bacteriologista escocês Alexander Fleming e está disponível como fármaco desde 1941, sendo o primeiro antibiótico a ser utilizado com sucesso.
A penicilina foi descoberta em 1928 por Alexander Fleming, quando foi de férias e esqueceu algumas placas (caixas de Petri) com culturas de microrganismos no seu laboratório, no Hospital St. Mary, em Londres. Quando voltou, reparou que uma das suas culturas de Staphylococcus tinha sido contaminada por um bolor, e em volta das colónias deste não havia mais bactérias. Então Fleming e o seu colega, Dr. Pryce, descobriram um fungo do género Penicillium, e demonstraram que o fungo produzia uma substância responsável pelo efeito bactericida: a penicilina. Esta foi obtida em forma purificada por Howard Florey, Ernst Chain e Norman Heatley, da Universidade de Oxford, muitos anos depois, em 1940. Eles comprovaram as suas qualidades antibióticas em ratos infetados, assim como a sua não-toxicidade. Em 1941, os seus efeitos foram demonstrados em humanos. O primeiro homem a ser tratado com penicilina foi um agente da polícia que sofria de septicémia com abcessos disseminados, uma condição geralmente fatal na época. Ele melhorou bastante após a administração do fármaco, mas veio a falecer quando as reservas iniciais de penicilina se esgotaram. Em 1945, Fleming, Florey e Chain receberam o Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina por este trabalho. A penicilina salvou milhares de vidas de soldados dos aliados na Segunda Guerra Mundial. Durante muito tempo, o capítulo que a penicilina abriu na história da Medicina parecia prometer o fim das doenças infecciosas de origem bacteriana como causa de mortalidade humana. A penicilina ajudou muito a sociedade daquela época e hoje ainda o faz.
Tem-se dito que muitas descobertas científicas são feitas ao acaso. O acaso, já dizia Pasteur, só favorece aos espíritos preparados e não prescinde da observação. A descoberta da penicilina constitui um exemplo típico. Alexander Fleming, bacteriologista do St. Mary's Hospital, de Londres, vinha já há algum tempo pesquisando substâncias capazes de matar ou impedir o crescimento de bactérias nas feridas infetadas. Essa preocupação se justificava pela experiência adquirida na Primeira Grande Guerra (1914-1918), na qual muitos combatentes morreram em consequência da infeção em ferimentos profundos. Em 1922 Fleming descobrira uma substância antibacteriana na lágrima e na saliva, a qual dera o nome de lisozima. Em 1928 Fleming desenvolvia pesquisas sobre estafilococos, quando descobriu a penicilina. A descoberta da penicilina deu-se em condições peculiaríssimas, graças a uma sequência de acontecimentos imprevistos e surpreendentes.
No mês de agosto daquele ano Fleming tirou férias e, por esquecimento, deixou algumas placas com culturas de estafilococos sobre a mesa, em lugar de guardá-las no frigorífico ou inutilizá-las, como seria natural. Quando regressou ao trabalho, em setembro, observou que algumas das placas estavam contaminadas com mofo, facto que é relativamente frequente. Colocou-as então, em uma bandeja para limpeza e esterilização com lisol. Neste exato momento entrou no laboratório um seu colega, Dr. Pryce, e lhe perguntou como iam suas pesquisas. Fleming apanhou novamente as placas para explicar alguns detalhes ao seu colega sobre as culturas de estafilococos que estava realizando, quando notou que havia, numa das placas, um halo transparente em torno do mofo (bolor) contaminante, o que parecia indicar que aquele fungo produzia uma substância bactericida. O assunto foi discutido entre ambos e Fleming decidiu fazer algumas culturas do fungo para estudo posterior.
O fungo foi identificado como pertencente ao género Penicilium, donde deriva o nome de penicilina dado à substância por ele produzida. Fleming passou a empregá-la em seu laboratório para selecionar determinadas bactérias, eliminando das culturas as espécies sensíveis à sua ação.
A descoberta de Fleming não despertou inicialmente maior interesse e não houve a preocupação em utilizá-la para fins terapêuticos em casos de infeção humana até à eclosão da Segunda Guerra Mundial, em 1939. Em 1940, Sir Howard Florey e Ernst Chain, de Oxford, retomaram as pesquisas de Fleming e conseguiram produzir penicilina com fins terapêuticos em escala industrial, inaugurando uma nova era para a medicina - a era dos antibióticos.
   

Há sessenta anos um ataque terrorista de supremacistas brancos matou quatro meninas

The four girls killed during the 16th Street Baptist Church bombing. Clockwise from top left: Addie Mae Collins (aged 14), Cynthia Wesley (aged 14), Carole Robertson (aged 14) and Denise McNair (aged 11)

The 16th Street Baptist Church bombing was a white supremacist terrorist bombing of the 16th Street Baptist Church in Birmingham, Alabama, on Sunday, September 15, 1963. Four members of a local Ku Klux Klan chapter planted 19 sticks of dynamite attached to a timing device beneath the steps located on the east side of the church.
Described by Martin Luther King Jr. as "one of the most vicious and tragic crimes ever perpetrated against humanity", the explosion at the church killed four girls and injured between 14 and 22 other people.
Although the FBI had concluded in 1965 that the 16th Street Baptist Church bombing had been committed by four known Klansmen and segregationists: Thomas Edwin Blanton Jr., Herman Frank Cash, Robert Edward Chambliss, and Bobby Frank Cherry, no prosecutions were conducted until 1977, when Robert Chambliss was tried and convicted of the first-degree murder of one of the victims, 11-year-old Carol Denise McNair.
In a revival of effort by states and the federal government to prosecute cold cases from the civil rights era, the state conducted trials in the early 21st century of Thomas Edwin Blanton Jr. and Bobby Cherry, who were each convicted of four counts of murder and sentenced to life imprisonment in 2001 and 2002, respectively. Future United States Senator Doug Jones successfully prosecuted Blanton and Cherry. Herman Cash had died in 1994, and was never charged with his alleged involvement in the bombing.
The 16th Street Baptist Church bombing marked a turning point in the United States during the civil rights movement and contributed to support for passage by Congress of the Civil Rights Act of 1964

(...)

In the early morning of Sunday, September 15, 1963, four members of the United Klans of America—Thomas Edwin Blanton Jr., Herman Frank Cash, Robert Edward Chambliss, and Bobby Frank Cherry—planted a minimum of 15 sticks of dynamite with a time delay under the steps of the church, close to the basement. At approximately 10:22 a.m., an anonymous man phoned the 16th Street Baptist Church. The call was answered by the acting Sunday School secretary: a 14-year-old girl named Carolyn Maull. To Maull, the anonymous caller simply said the words, "Three minutes", before terminating the call. Less than one minute later, the bomb exploded as five children were present within the basement restroom, close to the stairwell, changing into their choir robes in preparation for a sermon entitled "A Love That Forgives". According to one survivor, the explosion shook the entire building and propelled the girls' bodies through the air "like rag dolls".
The explosion blew a hole measuring seven feet (2.1 m) in diameter in the church's rear wall, and a crater five feet (1.5 m) wide and two feet (0.61 m) deep in the ladies' basement lounge, destroying the rear steps to the church and blowing a passing motorist out of his car. Several other cars parked near the site of the blast were destroyed, and windows of properties located more than two blocks from the church were also damaged. All but one of the church's stained-glass windows were destroyed in the explosion. The sole stained-glass window largely undamaged in the explosion depicted Christ leading a group of young children.
Hundreds of individuals, some of them lightly wounded, converged on the church to search the debris for survivors as police erected barricades around the church and several outraged men scuffled with police. An estimated 2,000 black people converged on the scene in the hours following the explosion. The church's pastor, the Reverend John Cross Jr., attempted to placate the crowd by loudly reciting the 23rd Psalm through a bullhorn. One individual who went to the scene to help search for survivors, Charles Vann, later recollected that he had observed a solitary white man whom he recognized as Robert Edward Chambliss (a known member of the Ku Klux Klan) standing alone and motionless at a barricade. According to Vann's later testimony, Chambliss was standing "looking down toward the church, like a firebug watching his fire".
Four girls, Addie Mae Collins (age 14, born April 18, 1949); Carol Denise McNair (age 11, born November 17, 1951); Carole Rosanond Robertson (age 14, born April 24, 1949); and Cynthia Dionne Wesley (age 14, born April 30, 1949), were killed in the attack. The explosion was so intense that one of the girls' bodies was decapitated and so badly mutilated that her body could be identified only through her clothing and a ring. Another victim was killed by a piece of mortar embedded in her skull. The pastor of the church, the Reverend John Cross, recollected in 2001 that the girls' bodies were found "stacked on top of each other, clung together". All four girls were pronounced dead on arrival at the Hillman Emergency Clinic.
Between 14 and 22 additional people were injured in the explosion, one of whom was Addie Mae's younger sister, 12-year-old Sarah Collins. She had 21 pieces of glass embedded in her face and was blinded in one eye. In her later recollections of the bombing, Collins would recall that in the moments immediately before the explosion, she had watched her sister, Addie, tying her dress sash. Another sister of Addie Mae Collins, 16-year-old Junie Collins, would later recall that shortly before the explosion, she had been sitting in the basement of the church reading the Bible and had observed Addie Mae Collins tying the dress sash of Carol Denise McNair before she returned upstairs to the ground floor of the church.
  
Media and memorials  
  
Music
  • The song "Birmingham Sunday" is directly inspired by the 16th Street Baptist Church bombing. Written in 1964 by Richard Fariña and recorded by Fariña's sister-in-law, Joan Baez, the song was included on Baez's 1964 album Joan Baez/5. The song would also be covered by Rhiannon Giddens, and is included on her 2017 album Freedom Highway.
  • Nina Simone's 1964 civil rights anthem "Mississippi Goddam" is in part inspired by the 16th Street Baptist Church bombing. The lyric "Alabama's got me so upset" is referring to this incident.
  • The 1964 album track upon jazz musician John Coltrane's album Live at Birdland includes the track "Alabama". This song was written as a direct musical tribute to the victims of the 16th Street Baptist Church bombing.
  • African-American composer Adolphus Hailstork's 1982 work for wind ensemble titled American Guernica was composed in memory of the victims of the 16th Street Baptist Church bombing.
  
Film
  
Television
  • The 1993 documentary, Angels of Change, focuses upon both the events leading to the 16th Street Baptist Church bombing and its aftermath. This documentary was produced by Birmingham-based TV station WVTM-TV and subsequently received a Peabody Award.
  • The History Channel has broadcast a documentary entitled Remembering the Birmingham Church Bombing. Broadcast to commemorate the 50th anniversary of the bombing, this documentary includes interviews with the Head of Education at the Birmingham Civil Rights Institute.
   

Bocage nasceu há 258 anos

   

Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage (Setúbal, 15 de setembro de 1765Lisboa, 21 de dezembro de 1805) foi um poeta português e, possivelmente, o maior representante do arcadismo lusitano. Embora ícone deste movimento literário, é uma figura inserida num período de transição do estilo clássico para o estilo romântico que terá forte presença na literatura portuguesa do século XIX.
Era primo, em segundo grau, do zoólogo José Vicente Barbosa du Bocage.
Nascido em Setúbal às três horas da tarde de 15 de setembro de 1765, falecido em Lisboa na manhã de 21 de dezembro de 1805, era filho do bacharel José Luís Soares de Barbosa, juiz de fora, ouvidor, e depois advogado, e de D. Mariana Joaquina Xavier l'Hedois Lustoff du Bocage, cujo pai era francês.
Teve cinco irmãos. O pai do poeta, José Luís Soares de Barbosa, nasceu em Setúbal, em 1728. Bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra, foi juiz de fora em Castanheira e Povos, cargo que exercia durante o Sismo de Lisboa de 1755, que arrasou aquelas povoações.
Em 1765, foi nomeado ouvidor em Beja. Acusado de ter desviado a décima enquanto ouvidor, possivelmente uma armadilha para o prejudicar, visto ser próximo de pessoas que foram vítimas de Pombal, o pai de Bocage foi preso para o Limoeiro em 1771, nunca chegando a fazer defesa das suas acusações. Com a morte do rei D. José I, em 1777, dá-se a "viradeira", que valeu a liberdade ao pai do poeta, que voltou para Setúbal, onde foi advogado.
A sua mãe era segunda sobrinha da célebre poetisa francesa, madame Anne-Marie Le Page du Bocage, tradutora do "Paraíso" de Milton, imitadora da "Morte de Abel", de Gessner, e autora da tragédia "As Amazonas" e do poema épico em dez cantos "A Columbiada", que lhe mereceu a coroa de louros de Voltaire e o primeiro prémio da academia de Rouen.
Apesar das numerosas biografias publicadas após a sua morte, boa parte da sua vida permanece um mistério. Não se sabe que estudos fez, embora se deduza da sua obra que estudou os clássicos e as mitologias grega e latina, que estudou francês e também latim. A identificação das mulheres que amou é duvidosa e discutível.
A sua infância foi infeliz. O pai foi preso, quando ele tinha seis anos e permaneceu na cadeia seis anos. A sua mãe faleceu quando tinha dez anos. Possivelmente ferido por um amor não correspondido, assentou praça como voluntário em 22 de setembro de 1781 e permaneceu no Exército até 15 de setembro de 1783. Nessa data, foi admitido na Escola da Marinha Real, onde fez estudos regulares para guarda-marinha. No final do curso desertou, mas, ainda assim, surge nomeado guarda-marinha por D. Maria I.
Nessa altura, já a sua fama de poeta e versejador corria por Lisboa.
Em 14 de abril de 1786, embarcou como oficial de marinha para a Índia, na nau “Nossa Senhora da Vida, Santo António e Madalena”, que chegou ao Rio de Janeiro em finais de junho.
Na cidade, viveu na actual Rua Teófilo Otoni, e diz o "Dicionário de Curiosidades do Rio de Janeiro" que "gostou tanto da cidade que, pretendendo permanecer definitivamente, dedicou ao vice-rei algumas poesias-canção, cheias de bajulações, visando atingir os seus objectivos. Sendo porém o vice-rei avesso a elogios,e admoestado com algumas rimas de baixo calão, que originaram a famosa frase: "quem tem c... tem medo, e eu também posso errar", fê-lo prosseguir viagem para as Índias". Fez escala na ilha de Moçambique (início de setembro) e chegou à Índia em 28 de outubro de 1786. Em Pangim, frequentou de novo estudos regulares de oficial de marinha. Foi depois colocado em Damão, mas desertou em 1789, embarcando para Macau.
Foi preso pela inquisição, e na cadeia traduziu poetas franceses e latinos.
A década seguinte é a da sua maior produção literária e também o período de maior boémia e vida de aventuras.
Ainda em 1790 foi convidado e aderiu à Academia das Belas Letras ou Nova Arcádia, onde adoptou o pseudónimo Elmano Sadino. Mas passado pouco tempo escrevia já ferozes sátiras contra os confrades.
Em 1791, foi publicada a 1.ª edição das “Rimas”.
Dominava então Lisboa o Intendente da Polícia Pina Manique que decidiu pôr ordem na cidade, tendo em 7 de agosto de 1797 dado ordem de prisão a Bocage por ser “desordenado nos costumes”. Ficou preso no Limoeiro até 14 de novembro de 1797, tendo depois dado entrada no calabouço da Inquisição, no Rossio. Ficou até 17 de fevereiro de 1798, tendo ido depois para o Real Hospício das Necessidades, dirigido pelos Padres Oratorianos de São Filipe Neri, depois de uma breve passagem pelo Convento dos Beneditinos. Durante este longo período de detenção, Bocage mudou o seu comportamento e começou a trabalhar seriamente, como redator e tradutor. Só saiu em liberdade no último dia de 1798.
De 1799 a 1801 trabalhou sobretudo com Frei José Mariano da Conceição Veloso, um frade brasileiro, politicamente bem situado e nas boas graças de Pina Manique, que lhe deu muitos trabalhos para traduzir.
A partir de 1801, até à morte por aneurisma, viveu em casa, por ele arrendada, no Bairro Alto, naquela que é hoje o n.º 25 da Travessa André Valente.
O dia 15 de setembro, data de nascimento do poeta, é feriado municipal em Setúbal.

 

Monumento de Bocage em Setúbal
  
 
 
Auto-retrato
 
Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno;
 
Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos, por taça escura,
De zelos infernais letal veneno;
 
Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades,
 
Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades,
Num dia em que se achou mais pachorrento.

Saudades de Richard Wright...

Agatha Christie nasceu há 132 anos

Agatha Christie
      
Agatha May Clarissa Mallowan (Torquay, 15 de setembro de 1890 - Wallingford, 12 de janeiro de 1976), mundialmente conhecida como Agatha Christie, foi uma romancista policial britânica e autora de mais de oitenta livros. Os seus livros são os mais traduzidos de todo o planeta, superados apenas pela Bíblia e pelas obras de Shakespeare. É conhecida como Duquesa da Morte, Rainha do Crime, entre outros títulos.
   
Placa de homenagem a Agatha Christie na Abadia de Torre (Torre Abbey), em Torquay
    

António Anastácio Gonçalves faleceu há 58 anos...

Retrato do Dr. Anastácio Gonçalves (1932) - José Malhoa

 

António Anastácio Gonçalves (Alcanena, 2 de outubro de 1888 - São Petersburgo, 15 de setembro de 1965) foi um médico e colecionador português que legou ao Estado português uma valiosa coleção de arte que se encontra disponível ao público na Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves.  

António Anastácio Gonçalves participou na I Guerra Mundial como médico incorporado no Corpo Expedicionário Português tendo sido condecorado pelos valorosos serviços prestados nas trincheiras.

Médico oftalmologista de prestígio, conviveu com personalidades do mundo da ciência, da literatura e das artes como Ricardo Jorge, Fernando Fonseca, Aquilino Ribeiro e Ferreira de Castro.

Foi médico de Calouste Gulbenkian tendo sido um dos primeiros portugueses a conhecer a casa deste, na Avenue d'Iéna, em Paris, tendo ficado deslumbrado com a coleção do magnata e colecionador arménio.

Conhecedor profundo das várias artes, Anastácio Gonçalves foi um apreciador com objetividade e rigor de música, literatura e pintura, situando todas estas formas artísticas no mesmo plano de valores estéticos.

Tendo viajado por todo o mundo, no entanto toda a sua coleção foi adquirida em Portugal, ainda que contando com peças de variadas proveniências.

Faleceu em São Petersburgo, então apelidada de Leninegrado, na U.R.S.S., para onde viajou pela segunda vez para visitar o Museu Hermitage.
 
 

A Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, ou Casa Malhoa, é uma casa-museu localizada na antiga freguesia de São Sebastião da Pedreira, atual freguesia das Avenidas Novas, em Lisboa.

Projetada pelo arquiteto Norte Júnior nos anos 19041905, foi construída com a finalidade de servir de habitação e atelier de trabalho ao pintor José Malhoa.

Esta Casa-Museu foi agraciada com o Prémio Valmor, em 1905, devido à sua beleza arquitetural, e está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1982.
    
(...)
    

O Dr. Anastácio Gonçalves adquiriu a Casa Malhoa em 1932 utilizando-a como sua residência e, principalmente, como arquivo da sua vasta coleção de arte. A estrutura da casa nessa altura foi alvo de algumas alterações, como a mudança da cozinha para a cave.

Com o falecimento do Dr. Anastácio, em 1965, a Casa-Museu passa, por vontade expressa do falecido, para o estado português, em 1969.

O edifício abre as suas portas ao público, já como museu, em 1980, depois de ter sofrido algumas alterações de adaptação às suas novas funções. Entretanto, devido à exiguidade de espaço para o espólio existente, sofreu novas alterações em 1996, de acordo com o projeto arquitetónico elaborado pelos arquitetos Frederico George e Pedro George, em que foi anexado ao museu a moradia que existia ao lado. Esta moradia tinha sido projetada pelo arquiteto Norte Júnior.

Em 1987 já se tinham iniciado as obras de remodelação da casa António Pinto da Fonseca, como já referido também da autoria do arquiteto Norte Júnior, construída em 1908, que, sendo confinante à Casa Malhoa proporcionava a ampliação do museu. A junção desta casa veio acrescentar áreas de serviço disponibilizadas ao público, como uma loja, uma cafetaria, uma zona de receção e algumas salas de exposição temporária. O museu reabriu em dezembro de 1997 tal como se encontra nos dias de hoje.

A Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves, está classificada, por proposta do IGESPAR, como Imóvel de Interesse Público.

A Rainha de Espanha faz hoje 51 anos

    
Letízia Ortiz Rocasolano (Oviedo, 15 de setembro de 1972) é a esposa do rei Filipe VI e Rainha Consorte da Espanha desde 2014. Antes do seu casamento, Letícia era jornalista e pivot de telejornal.
     

  

A Cosa Nostra assassinou o Padre Giuseppe Puglisi há trinta anos...

   
Padre Giuseppe Puglisi, mais conhecido como don Pino Puglisi, pois don com n, em lingua italiana é sinónimo de padre, e Pino quer dizer Zezinho, em gíria (Palermo, 15 de setembro de 1937 - Palermo, 15 de setembro de 1993) foi um sacerdote italiano, assassinado pela máfia pelo seu trabalho de prevenção contra a delinquência e a droga com os jovens.
Em 25 de maio de 2013 foi proclamado bem-aventurado e beatificado pelo Papa Francisco pelo seu compromisso ao Evangelho no uso dessa luta. A cerimónia em Palermo, no parque Foro Italico, foi presidida pelo arcebispo Dom Paolo Romeo, e a carta de beatificação foi lida por Dom Salvatore De Giorgi, delegado do papa.
Foi o primeiro mártir da Igreja Católica por causa da Cosa Nostra.
Foi uma das personagens usadas pelo produtor italiano Roberto Faenza no seu filme "A Luce del Sole", de 2005, mas que segundo consta não era uma personagem amarga e isolada conforme foi aí retratado.
      
 
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