Dentre suas canções mais famosas estão "Maria Ninguém", "
Minha Namorada", "Ciúme", "Lobo bobo", "Menina", "Maria moita" e "Se é tarde me perdoa".
Biografia
Nasceu no bairro de
Botafogo, na
Zona Sul do
Rio de Janeiro, em 11 de maio de 1936. Era o filho mais velho de José Domingos Barbosa, um oficial da
Marinha, e da dona-de-casa Helena Lyra Barbosa. Possui dois irmãos: Sérgio Henrique Lyra Barbosa, também oficial da Marinha, e Maria Helena Lyra Fialho, professora de teatro.
Carlos Lyra começou a fazer música com um
piano de brinquedo aos sete anos de idade, passando, em seguida, a tocar
harmónica. Ainda adolescente, partiu uma perna num campeonato de
salto em comprimento. O acidente obrigouo a ficar de repouso na cama por seis meses. Para passar o tempo, foi-lhe oferecido um violão e o Método Paraguaçu de aprendizagem do instrumento.
Ao receber alta do médico, já dominava o violão. Estudou no Colégio Santo Inácio, foi semi-interno no Colégio São Bento e concluiu o antigo
segundo grau no Colégio Mallet Soares, em
Copacabana, onde conheceu o compositor Roberto Menescal, com quem montou a primeira Academia de Violão, uma forma que encontraram de viver profissionalmente da atividade musical, por onde passaram
Marcos Valle,
Edu Lobo,
Nara Leão e
Wanda Sá, entre outros. Nessa época, decidiu trocar o curso de
Arquitetura na faculdade pela música. Participou da primeira geração da
bossa nova ao lado do parceiro
Ronaldo Bôscoli, e de
Tom Jobim,
Vinícius de Moraes e
João Gilberto – todos representados no álbum
Chega de Saudade, lançado em 1959.
Carreira
Década de 50
Carlos Lyra escreveu a sua primeira canção, intitulada "Quando chegares", em 1954. Ainda nesse ano,
Geraldo Vandré (à época apresentando-se como Carlos Dias), interpretou sua composição "Menina" no
I Festival da Canção, realizado pela
TV Rio. Em 1955, a música foi gravada por
Sylvinha Telles e lançada como
single pela gravadora
Odeon. O disco é considerado um precursor da
bossa nova.
No ano seguinte, iniciou a sua carreira profissional como músico, tocando guitarra elétrica no conjunto de Bené Nunes. Ainda em 1956, o seu samba "Criticando", precursor de "Influência do jazz", foi gravado pelo grupo vocal
Os Cariocas. Em 1957, começou a compor em parceria com
Ronaldo Bôscoli. São dessa época as canções "Lobo bobo" e "Se é tarde me perdoa". Ainda em 1957, participou, na Sociedade Hebraica de
Laranjeiras, de um show cuja apresentação em cartaz dizia: "Hoje, Sylvia Telles, Carlos Lyra e os bossa nova", expressão utilizada pela primeira vez para descrever a música do compositor e seus companheiros de palco daquela noite. No ano seguinte, compôs, em parceria com
Geraldo Vandré, as canções "Quem quiser encontrar o amor" (famosa na voz de
Maysa) e "Aruanda".
Em 1959, as suas composições "Maria Ninguém", "Lobo Bobo" e "Saudade fez um samba" foram gravadas por
João Gilberto no álbum
Chega de Saudade, lançado pela Odeon. Ainda em 1959, gravou o seu primeiro disco,
Carlos Lyra: bossa nova, lançado pela
Philips, com texto de contracapa escrito por
Ary Barroso.
Década de 1960 Em 1960, escreveu a banda sonora de
A mais-valia vai acabar, seu Edgard, peça teatral de
Oduvaldo Vianna Filho com direção de
Chico de Assis. Nesse ano, conheceu
Vinicius de Moraes, que se tornaria seu parceiro em inúmeras composições de sucesso, como "Você e eu", "Coisa mais linda", "Primavera" e "Minha namorada", entre outras.
Em 1961, compôs "Canção que morre no ar" ao lado de
Ronaldo Bôscoli. Escreveu o musical infantil
O dragão e a fada, cujas letras foram compostas com a parceria de Nelson Lins e Barros. Musicou
Um americano em Brasília, peça teatral de Chico de Assis e Nelson Lins e Barros, que incluiu as canções "Mister Golden", "Maria do Maranhão", "Canção do subdesenvolvido", "É tão triste dizer adeus" e "Promessas de você", entre outras.
Ainda em 1961 fundou, ao lado de Oduvaldo Viana Filho,
Ferreira Gullar,
Leon Hirszman e Carlos Estevam, o
Centro Popular de Cultura (CPC) da
União Nacional dos Estudantes (UNE). No exercício dessa função, entrou em contato com compositores populares como
Zé Keti (que viria a se tornar seu parceiro no "Samba da Legalidade", composto durante a
Campanha da Legalidade),
Cartola,
Nelson Cavaquinho,
Elton Medeiros e
João do Vale. Este grupo de compositores, mais tarde apresentado por ele a
Nara Leão, deu origem ao álbum
Nara pede passagem, com destaque para a música "Se alguém perguntar por mim" e, mais tarde, ao
Grupo Opinião. Ainda nesse ano, escreveu "Influência do Jazz" e compôs a música da peça infantil
Maroquinhas Fru-Fru, de
Maria Clara Machado.
Em 1962, musicou
Couro de gato,
curta-metragem premiado de
Joaquim Pedro de Andrade realizado em 1960, e nesse ano incluído como segmento do filme
Cinco Vezes Favela, e
Gimba, filme dirigido por
Flávio Rangel. Participou, também em 1962, do histórico Festival de Bossa Nova, realizado no
Carnegie Hall, em
Nova York, interpretado as suas canções "Maria ninguém", "Lobo bobo" e "Influência do jazz", esta última também apresentada pelo Bossa Rio, quarteto de
Sérgio Mendes. Ainda nesse ano, escreveu com Vinícius de Moraes as canções do musical
Pobre menina rica. O espetáculo foi montado em 1963, inicialmente na casa noturna Au Bon Gourmet (RJ), com direção geral de
Aloysio de Oliveira e direção musical de
Eumir Deodato. No elenco, além do compositor, figuraram ainda o próprio Vinícius e Nara Leão, que estava sendo lançada como cantora. O show seguiu, sob sua direção, para o Teatro Maison de France (RJ) e, depois, para o Teatro de Bolso (RJ), quando contou com a participação de
Ari Toledo, que se tornou conhecido por sua interpretação de "Pau de arara (O comedor de giletes)".
Ainda em 1963, participou, com Tom Jobim, João Gilberto e
Luiz Bonfá, do concerto promovido pelo então embaixador
Roberto Campos e realizado no George Washington Auditorium, na capital norte-americana. Lançou pelo CPC da UNE a "Canção do subdesenvolvido" no disco
O povo canta. A venda desse compacto arrecadou fundos para a construção do Teatro do CPC da UNE. No ano seguinte, o disco foi retirado de circulação pela recém instaurada
ditadura militar. Na mesma época, o Teatro do CPC da UNE, recém-construído, foi metralhado pelo Movimento Anti-Comunista (MAC).
Atuou também como diretor musical do
Teatro de Arena, promovendo apresentações de Zé Keti, Cartola,
Nélson Cavaquinho, João do Vale, Nara Leão, As
baianinhas (batizadas por ele como "
Quarteto em Cy", nome artístico com o qual passaram a atuar profissionalmente) e Trio Tamba. Musicou
Bonitinha mas ordinária, filme de José Pereira de Carvalho, baseado em obra de
Nélson Rodrigues. Compôs, com Vinícius de Moraes, a "Marcha da quarta-feira de cinzas" e o "Hino da UNE". Atuou como diretor musical da
Rádio Nacional, exercendo o cargo até ao golpe militar em 1964. Nesse ano, viajou para os Estados Unidos, onde participou, com
Stan Getz, do Festival de Jazz de Newport.
Em 1965, gravou a banda sonora de
Pobre menina rica, em disco lançado pela CBS, que contou com a participação de Dulce Nunes,
Moacir Santos, Catulo de Paula e Telma Soares. Gravou, também pela CBS, o disco
Sound of Ipanema, em parceria com Paul Winter, produzido por
John Hammond com contracapa de Felix Grant (
disc jockey de Washington, que era grande apreciador da bossa nova). Ainda nesse ano, escreveu a banda de
O padre e a moça, filme de Joaquim Pedro de Andrade. Participou do show
O remédio é bossa, realizado no Teatro Paramount, em
São Paulo, ao lado de Sylvinha Telles, Tom Jobim,
Alaíde Costa e Marcos Valle. Ainda em 1965, fez espetáculos com Stan Getz em diversas cidades norte-americanas, e cinco regiões: Brasil,
Japão,
Canadá,
Europa e
México.
Em 1966, compôs "Lá vem o bloco" com
Gianfrancesco Guarnieri. Em seguida, viajou para o México, onde se apresentou com Stan Getz, fixando residência nesse país durante quatro anos. Ainda em 1966, apresentou o Concerto de Bossa Nova e Jazz do México, no Parque de
Chapultepec, para uma plateia de seis mil pessoas, no qual os seus músicos abriam o espetáculo com três números de jazz instrumental. No ano seguinte, compôs 20 trilhas musicais para curta metragens, além de criar e fazer a locução de textos de orientação turística para os
Jogos Olímpicos da Cidade do México.
Década de 1970 Em 1970, dirigiu, nessa cidade, o seu musical infantil
O dragão e a fada. Ainda naquele ano, montou o musical
Pobre menina rica, cujo texto recebeu tradução para o espanhol de
Gabriel Garcia Marquez e Francisco Cervantes. O espetáculo foi encenado, nessa temporada mexicana, por um elenco formado por Marli Tavares,
Leny Andrade e o Bossa Três (trio integrado por Luis Carlos Vinhas, Otávio Bailly e Ronnie Mesquita).
Voltou para o Brasil em 1971, casado com a atriz e modelo norte-americana
Kate Lyra, sua parceira nas canções "I see me passing by", "Nothing night" e "It's so obvious" (versão de "Cara bonita"). Nesse ano, lançou pela gravadora Philips o álbum
...E no entanto é preciso cantar, que contou com a participação de
Chico Buarque na música "Essa passou", parceria de ambos. Em 1972, lançou, também pela Philips, o álbum
Eu e elas, produzido por
Paulinho Tapajós. Participou da banda sonora da novela
O Cafona, com suas canções "Tudo que eu sou eu dei" e "Gente do morro", esta última escrita originalmente com Vinicius de Moraes para a peça
Eles não usam black-tie, de
Gianfrancesco Guarnieri.
Em 1973, assinou contrato com a gravadora Continental e lançou o álbum
Carlos Lyra. Em 1974, gravou o disco
Herói do medo, censurado na íntegra e finalmente deixado entrar no mercado brasileiro e lançado no ano seguinte. Mudou-se, ainda em 1974, para
Los Angeles, onde viveu durante dois anos. Participou da "terapia do grito primal", de
Arthur Janov, e estudou
astrologia na Sideral School of Astrology. Voltou para o Brasil em 1976, e lançou, pela Editora Codecri, a mesma do jornal
O Pasquim, o livro "O seu verdadeiro signo".
Em 1979, participou do Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes - Associação que congrega todos os estudantes universitários do Brasil) realizado em Salvador. Nessa ocasião, regeu um coro de cinco mil estudantes que cantavam em uníssono o "Hino da UNE", de sua autoria, ao lado de Vinícius de Moraes. No ano seguinte, musicou
Vidigal, peça teatral de
Millôr Fernandes baseada em
Memórias de um sargento de milícias, romance de
Manoel Antônio de Almeida. Ainda em 1980, a peça infantil
O dragão e a fada, em cartaz desde 1970 no México, foi contemplada com cinco Deusas de Prata, o maior prémio mexicano de teatro, nas categorias Melhor Direção, Melhor Texto, Melhor Música, Melhor Elenco e Melhor Cenário e Figurino.
Décadas de 1980 e 1990 Em 1982, a peça
Vidigal entrou em cartaz no Teatro João Caetano (RJ). Ainda nessa época, escreveu letras para o cantor espanhol
Julio Iglesias. Em 1983 compôs, com
Paulo César Pinheiro, a banda sonora de
As primícias, peça teatral de
Dias Gomes. Também nesse ano, musicou "O negócio é amar", uma letra deixada por
Dolores Duran. No ano seguinte, o show
25 anos de bossa nova estreou no Teatro dos Quatro no Rio de Janeiro, tendo estreado no Teatro Cultura, em São Paulo, no ano seguinte. O espetáculo foi gravado ao vivo e lançado em disco pela gravadora 3M.
Participou, em 1986, do
VII Carrefour Mondial de La Guitare, realizado na
Ilha da Martinica. Em 1987, apresentou-se em Espanha ao lado de
Caetano Veloso,
Toquinho e
Nana Caymmi. Em 1989, viajou para o Japão, dividindo o palco com
Leila Pinheiro e o Quarteto em Cy. No ano seguinte, apresentou-se no Norte e Nordeste do país pelo "Projeto Brasileirinho", promovido pelo
SESC. Em 1991, o seu musical
Pobre menina rica foi remontado sob a direção de Aderbal Júnior. Em 1992, viajou em turnê pela Espanha e Portugal. Participou também do Festival de Jazz de Pescara, na ltália, ao lado de
Gerry Mulligan e Gary Burton. No ano seguinte, gravou no Japão o CD
Bossa Lyra, lançado pela BMG/Victor.
Em 1994, a Editora Lumiar, de
Almir Chediak, lançou o livro e o CD
Carlos Lyra. De acordo com entrevista de Lyra publicada no livro, "Maria Ninguém" era a canção favorita da primeira-dama americana
Jacqueline Kennedy. Publicou, em seguida, pela Editora Maltese, o livro
Ayanamsa: astrologia sideral. Ainda nesse ano, seu CD
Bossa Lyra foi lançado no mercado brasileiro pela BMG/Ariola. Gravou, também em 1994, o CD
Carioca de algema, lançado pela EMI-Odeon. No ano seguinte, realizou vários shows pelo Brasil, apresentando sua obra.
Em 1996, compôs, com
Paulo César Pinheiro, a trilha sonora de
Policarpo Quaresma, Herói do Brasil, filme de
Paulo Thiago. Voltou ao Japão para uma temporada de shows. Ao final desse ano, estreou, no Metropolitan, no Rio, o show
Vivendo Vinícius, ao lado de Leila Pinheiro, Toquinho e
Baden Powell. Em 1997, participou do álbum
Get's bossa nova lançado pela Pony Cannion Records. Ainda naquele ano, apresentou-se, ao lado de Roberto Menescal, Leila Pinheiro e
Astrud Gilberto, entre outros, no espetáculo
Get's bossa nova, realizado em
Tóquio, em comemoração aos 40 anos da bossa nova. Em 1998 participou, ao lado de Baden Powell, Toquinho e Miucha, da nova montagem do espetáculo
Vivendo Vinícius, realizado no Teatro João Caetano e gravado ao vivo em CD pela BMG.
No ano seguinte, apresentou-se no "Festival de Verão: Rio, sempre Bossa Nova", projeto da Prefeitura do Rio de Janeiro realizado no Parque Garota de Ipanema. Participou, ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil,
Joyce, Leila Pinheiro, Roberto Menescal e Wanda Sá, entre outros, do show de encerramento desse projeto, realizado no Posto 10 da
Praia de Ipanema em comemoração aos 40 anos da Bossa Nova. Ainda em 1999, musicou o poema "Quando ela fala", de
Machado de Assis. A canção foi interpretada por sua filha Kay Lyra na cerimónia do transladação dos restos mortais do escritor e de sua esposa Carolina para o Mausoléu da
Academia Brasileira de Letras.
Década de 2000 Em 2000, abriu a temporada de shows do "Projeto Bossa Nova 2000", realizado pela Prefeitura do Rio de Janeiro no Parque dos Patins, acompanhado por Adriano Giffoni (baixo), Helvius Vilela (teclados), Marcio Bahia (bateria) e com participação especial da sua filha Kay Lyra. Nesse ano, lançou, pela Editora Irmãos Vitale, o método para violão "Harmonia prática da bossa nova", acompanhado de um CD contendo demonstrações de ritmos, além de 17 canções da sua autoria. Saiu em turnê pela América Latina, com um show em homenagem ao poeta e parceiro Vinícius de Moraes, quando se completavam 20 anos do seu falecimento. Esse show contou também com a presença de
Sebastião Tapajós,
Miúcha e Georgiana de Moraes. Ainda em 2000, gravou o CD
Carlos Lyra: Sambalanço, com produção de Kazuo Yoshida, lançado no mercado japonês pela Inpartmaint Inc. O disco contou com a participação de Kay Lyra em "Pode ir" e "O barco e a vela", nessa faixa acompanhada pelo violão do autor da canção, Claudio Lyra, sobrinho do compositor. No reportório, além das já citadas, regravações de "Minha namorada", "Canção que morre no ar" e "Também quem mandou", entre outras, além de canções inéditas como "Se quiseres chorar" e "Só choro quando estou feliz".
Em 2001, seu disco
Saravá, relançado em CD pela BMG em produção assinada por Arnaldo DeSouteiro, foi premiado pela revista japonesa
Record Collectors como o melhor relançamento do ano. Em 2002, a WEA Music relançou em CD o disco
Herói do medo, com evento promovido na Modern Sound, no Rio de Janeiro. Dois anos depois, o CD
Sambalanço foi lançado no mercado brasileiro. Nesse mesmo ano, comemorou 50 anos de carreira com show no Canecão. O espetáculo contou com a participação de
Emílio Santiago,
João Donato,
Ivan Lins,
Toni Garrido, Leila Pinheiro, Miúcha, Quarteto em Cy, Leny Andrade, Roberto Menescal, Wanda Sá, Marcos Valle,
Leo Gandelman,
Chico Caruso, Os Cariocas e
Antonio Adolfo, além do seu sobrinho Claudio Lyra e da sua filha Kay Lyra. Também em 2004, participou, ao lado de Johnny Alf, João Donato, Roberto Menescal, Wanda Sá, Leny Andrade, Pery Ribeiro, Durval Ferreira, Eliane Elias, Marcos Valle, Os Cariocas e Bossacucanova, do espetáculo
Bossa Nova in Concert, realizado no Canecão. O show foi apresentado por
Miele.
Apresentou-se, em 2005, no Martinus Concert Hall, em
Helsinki. No mesmo ano, foi contemplado com o Prémio Shell de Música, pelo conjunto de sua obra. Também em 2005, participou, como convidado especial, do show
Bossa entre amigos, no Bar do Tom, no Rio, ao lado de Marcos Valle, Roberto Menescal e Wanda Sá. Nesse mesmo ano, fez show no Songbook Café, no Rio, ao lado de Antonio Adolfo, e atuou na segunda apresentação do espetáculo
Bossa nova in concert, no Pátio dos Patins, também no Rio. Também em 2005, lançou o DVD
50 anos de música, registo do show realizado no ano anterior no Canecão. Ainda nesse ano, estreou o documentário
Coisa mais linda - Histórias e casos da bossa nova, de Paulo Thiago, que contou com sua participação, ao lado de Roberto Menescal, na condução da narrativa. Apresentou-se, também em 2005, no Mistura Fina, no Rio.
No dia 25 de abril de 2007, foi homenageado pelo Instituto Cultural Cravo Albin na série
Sarau da Pedra. No evento, foi afixada no Mural da Música do instituto, diante da presença de várias personalidades da cena cultural carioca, uma placa com seu nome, a ele dedicada pela relevância de sua obra musical. A comemoração contou com palestra sobre Vinicius de Moraes, proferida pelo poeta e membro da
Academia Brasileira de Letras Ivan Junqueira, além de show de Kay Lyra, interpretando músicas de sua autoria. Em 2008 apresentou-se no Mistura Fina, no Rio de Janeiro, com o show
Eu e a bossa. No mesmo ano, participou do espetáculo
Bossa nova 50 anos, realizado na Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. Também no elenco, Roberto Menescal, Oscar Castro Neves, Wanda Sá, Leila Pinheiro, Emílio Santiago, Zimbo Trio, Leny Andrade,
Fernanda Takai,
Maria Rita, João Donato, Joyce, Marcos Valle e Patrícia Alvi, Bossacucanova e Cris Delanno. O show foi feito em comemoração aos 50 anos da bossa nova, e também ao aniversário da cidade do Rio. Em 2008, publicou o livro
Eu e a bossa pela editora Casa da Palavra. No mesmo ano, lançou, com João Donato, Roberto Menescal e Marcos Valle, o CD
Os Bossa Nova, contendo suas canções "Samba do carioca", "Até o fim", "Sextante" e "Ciúme".
Compôs, em parceria com
Aldir Blanc, a trilha sonora do espetáculo
Era no tempo do Rei, baseado no livro homónimo de
Ruy Castro, que estreou em março de 2010 no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, com direção geral de João Fonseca, direção musical de Délia Fischer e roteiro assinado por Heloisa Seixas e Julia Romeu. No mesmo ano, a banda Mantiqueira faz um show em sua homenagem no Espaço Tom Jobim, no Rio, interpretando canções de sua autoria, como "Maria Ninguém" e "Se é tarde me perdoa" no estilo
big band. No dia 9 de julho de 2010, fez recital na Academia Brasileira de Letras, no Rio, dentro da série "MPB na ABL", homenageando o parceiro Vinicius de Moraes. A apresentação do espetáculo esteve a cargo de Ricardo Cravo Albin, com roteiro elaborado pelo compositor, em parceria com o Instituto Cultural Cravo Albin. A homenagem marcou os 30 anos de falecimento do poeta e diplomata, e também sua promoção
post mortem ao cargo de Embaixador do Brasil, com ato solene no
Palácio do Itamaraty, em
Brasília, no dia 16 de agosto do mesmo ano.
Vida pessoal
Abandonou o país após o
golpe de 1964, só regressando em 1971. Casou-se com a atriz e modelo norte-americana
Katherine Lee Revell (radicada no Brasil como Kate Lyra) na
Cidade do México em 1969. Teve com ela a sua única filha, Kay Lyra, cantora popular de
formação clássica. Em 2004, o seu casamento de 34 anos com Kate chegou ao fim. Atualmente, Carlos Lyra vive no Rio.