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domingo, janeiro 08, 2023

Saudades de José Viana e da revista...

José Viana morreu há vinte anos...

 
José Maria Viana Dionísio (Lisboa, 6 de dezembro de 1922 - Lisboa, 8 de janeiro de 2003), foi um ator português, de teatro de revista, cinema e televisão. Foi, também, pintor, expondo em Portugal e no estrangeiro. Numa das suas exposições, em Valladolid, na Galeria Velázquez, vendeu integralmente toda a coleção.

José Viana recebeu por seis vezes o Prémio Bordalo, ou Prémio da Imprensa, atribuídos pela Casa da Imprensa, metade deles como ator e a outra metade como autor, sempre na categoria "Teatro de Revista":

  • Prémio Bordalo (1963), como ator, acompanhado pela atriz Aida Baptista, dos autores Fernando Santos e Nelson de Barros e da Companhia de Hermes Portela.
  • Prémio Bordalo (1967), partilhado com Aníbal Nazaré e Eugénio Salvador, pela peça Pão, Pão, Queijo, Queijo, considerada "Melhor espetáculo". Nessa mesma ocasião seriam galardoados os atores Mariema e Raul Solnado.
  • Dois Prémio Bordalo (1968), um como ator, acompanhado pela atriz Florbela Queirós, e outro, como autor, novamente partilhado com Aníbal Nazaré e Eugénio Salvador, agora pela peça Grande Poeta é o Zé, considerada "Melhor espetáculo".
  • Mais dois Prémio Bordalo (1970), um como ator na peça Pimenta na Língua, acompanhado desta feita pela atriz Maria do Céu Guerra, e outro, como autor, agora apenas repete parceria com Aníbal Nazaré, nesta ocasião pela peça Pimenta na Língua. Desta vez seria ainda premiado o cenógrafo Mário Alberto.

Em 1997 José Viana foi elevado, a 9 de junho, a Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

Faleceu, vítima de um acidente de automóvel, aos oitenta anos.

 


terça-feira, dezembro 06, 2022

Música adequada à data...

José Viana nasceu há um século...


Auto-retrato

José Maria Viana Dionísio (Lisboa, 6 de dezembro de 1922 - Lisboa, 8 de janeiro de 2003), foi um ator português, de teatro de revista, cinema e televisão.
   
Biografia

Começou aos 13 anos a desenhar para o jornal O senhor Doutor e O Século.

Foi posteriormente retocador de gravuras na casa Bertrand & Irmãos, Lda.

Em 1947 integra a 2ª Exposição Geral de Artes Plásticas, onde vê confiscado pelo regime o seu quadro.

Começa a sua carreira no teatro amador, na Sociedade Guilherme Cossoul, como cenógrafo e ator amador.

Estreou-se no teatro profissional em 1951, no Coliseu com a revista "Lisboa é Coisa Boa!".

Começou no cinema em 1953, com o filme O cerro dos enforcados, de Fernando Garcia.

Apresentou na RTP o programa infantil "Riscos e Gatafunhos" (1958), participando como ator em várias peças de teleteatro e programas de variedades.

Como pintor, expôs em Portugal e no estrangeiro. Numa das suas exposições, em Valladolid, na Galeria Velázquez, vendeu integralmente toda a coleção.

Foi casado com a atriz Juju Baptista. Voltou a casar, na década de 60, com a atriz Dora Leal. 

 

Distinções

José Viana recebeu por seis vezes o Prémio Bordalo, ou Prémio da Imprensa, atribuídos pela Casa da Imprensa, metade deles como ator e a outra metade como autor, sempre na categoria "Teatro de Revista":

  • Prémio Bordalo (1963), como ator, acompanhado pela actriz Aida Baptista, dos autores Fernando Santos e Nelson de Barros e da Companhia de Hermes Portela.
  • Prémio Bordalo (1967), partilhado com Aníbal Nazaré e Eugénio Salvador, pela peça Pão, Pão, Queijo, Queijo, considerada "Melhor espetáculo". Nessa mesma ocasião seriam galardoados os atores Mariema e Raul Solnado.
  • Dois Prémio Bordalo (1968), um como ator, acompanhado pela atriz Florbela Queiroz, e outro, como autor, novamente partilhado com Aníbal Nazaré e Eugénio Salvador, agora pela peça Grande Poeta é o Zé, considerada "Melhor espetáculo".
  • Mais dois Prémio Bordalo (1970), um como ator na peça Pimenta na Língua, acompanhado desta feita pela atriz Maria do Céu Guerra, e outro, como autor, agora apenas repete parceria com Aníbal Nazaré, nesta ocasião pela peça Pimenta na Língua. Desta vez seria ainda premiado o cenógrafo Mário Alberto.

Em 1997 José Viana foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, a 9 de junho.

Faleceu vítima de um acidente de automóvel, aos 80 anos.

   

 

domingo, novembro 27, 2022

O Fado é Património Cultural Imaterial da Humanidade há onze anos

 
O Fado é um estilo musical português. Geralmente é cantado por uma só pessoa (fadista) acompanhado por guitarra clássica (nos meios fadistas denominada viola) e guitarra portuguesa. O fado foi elevado à categoria de Património Cultural e Imaterial da Humanidade pela UNESCO numa declaração aprovada no VI Comité Intergovernamental desta organização internacional, realizado em Bali, na Indonésia, entre 22 e 29 de novembro de 2011.

 

in Wikipédia

 

   


sábado, novembro 26, 2022

As cheias na zona de Lisboa mataram cerca de 700 pessoas há cinquenta e cinco anos

      
As cheias de 1967 na região de Lisboa foram causadas por fortes chuvas na madrugada de 25 para 26 de novembro de 1967. Causaram cerca de 700 mortes e a destruição de 20 mil casas, constituindo a pior catástrofe na região lisboeta desde o grande sismo de 1755.

Apesar da gravidade da tragédia, as cheias e as suas consequências foram sub-noticiadas, devido às fortes limitações impostas pela censura do Estado Novo. Foi igualmente impedida a contabilização completa de mortes e estragos.

    

As condições meteorológicas

Na madrugada de 25 para 26 de novembro de 1967, fruto de uma depressão meteorológica que percorreu todo o Vale do Tejo, precipitação intensa e concentrada provocou cheias em toda a região de Lisboa, atingindo sobretudo os concelhos de Loures - do qual fazia parte na altura o atual concelho de Odivelas, que foi afetado nas freguesias à época de Póvoa de Santo Adrião, Olival Basto e Odivelas —, Vila Franca de Xira e Arruda dos Vinhos. A precipitação destas fortes chuvadas equivaleu a um quinto da precipitação anual. Na estação meteorológica da Gago Coutinho no concelho de Lisboa foram registados 115.6 mm de precipitação num período de apenas 24 horas e na de São Julião do Tojal no concelho de Loures 111 mm em apenas 5 horas (entre as 19h e as 24h de dia 25 de novembro).

Várias causas contribuíram para a gravidade das cheias: as bacias hidrográficas da região lisboeta têm áreas reduzidas e tempos de resposta curtos (2 horas); a drenagem tinha sido dificultada pela construção ao longo dos cursos de água, pela falta de limpeza dos rios e ribeiras, e, em muitos pontos, pela canalização subterrânea com dimensão insuficiente. 

 

Destruição e mortes

As inundações, associadas às precárias condições de habitação e à falta de ordenamento, causaram cerca de 700 mortos e deixam milhares de pessoas sem abrigo, e destruíram casas, estradas e pontes. A título de exemplo aponta-se o seguinte número de mortos:

  • Arruda dos Vinhos: 12 mortos;
  • Vila Franca de Xira: 204 mortos.

 

Reação do Estado e censura - Mobilização da sociedade civil

O estado foi incapaz de dar o apoio adequado às vítimas. Ocorreu então uma mobilização da sociedade civil, nomeadamente de estudantes e de associações católicas. Recorda Mariano Gago:

"... com as cheias de 1967 e com a participação na movimentação dos estudantes de Lisboa no apoio às populações (morreram centenas de pessoas na área de Lisboa e isso era proibido dizer-se). Só as Associações de Estudantes e a Juventude Universitária Católica é que estavam no terreno a ajudar as pessoas a tirar a lama, a salvar-lhes os pertences, juntamente com alguns raros corpos de bombeiros e militares. Talvez isso, tenha sido um dos primeiros momentos de mobilização política da minha geração."

 

As cheias na Imprensa 

50 anos depois podem-se rever os vários jornais que cobriram este acontecimento: Diário de Lisboa, Diário Popular, República, Flama e Século Ilustrado


segunda-feira, novembro 21, 2022

O fadista Fernando Mauricio nasceu há 89 anos...

  
Fernando Maurício nasceu em Lisboa, na Rua do Capelão, no Bairro da Mouraria, a 21 de novembro de 1933 e faleceu, também em Lisboa, a 13 de julho de 2003.
Voz genuína, espírito livre e homem arreigado nas sua raízes de lisboeta, foi também um grande intérprete do Fado. A sua autenticidade, o seu apego a uma forma popular de estar e sentir a vida da cidade, o seu enorme talento fizeram dele um fadista admirado e principalmente o orgulho do seu bairro, «A Mouraria».
Como profissional atuou em diversas casas típicas, como o Café Luso, Adega Machado, Adega Mesquita, O Faia, Nau Catrineta e outras.
Em junho de 1989, com a presença de Amália Rodrigues, são descerradas duas lápides, evocando a sua figura e a de A Severa.
A 31 de outubro de 1994 a Câmara Municipal de Lisboa organiza, no S. Luiz, a sua festa das "Bodas de Ouro Artísticas".
Em 12 de maio de 2001 foi agraciado, pelo Presidente da República, com a Comenda da Ordem de Mérito.
Foi ainda agraciado com a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa.
   

 


sexta-feira, outubro 21, 2022

Lisboa foi reconquistada há 875 anos!

O Cerco de Lisboa, visto por Roque Gameiro

O Cerco de Lisboa teve início a 1 de julho de 1147 e durou até 21 de outubro, integrou a reconquista cristã da península Ibérica, culminando na conquista desta cidade aos mouros pelas forças de D. Afonso Henriques (1112 - 1185) com o auxílio dos Cruzados que se dirigiam para o Médio Oriente, mais propriamente para a Terra Santa. Foi o único sucesso da Segunda Cruzada.
Após a queda de Edessa, em 1144, o Papa Eugénio III convocou uma nova cruzada para 1145 e 1146. O Papa ainda autorizou uma cruzada para a Península Ibérica, embora esta fosse uma guerra desgastante de já vários séculos, desde a derrota dos Mouros em Covadonga, em 718. Nos primeiros meses da Primeira Cruzada em 1095, já o Papa Urbano II teria pedido aos cruzados ibéricos (futuros portugueses, castelhanos, leoneses, aragoneses, etc.) que permanecessem na sua terra, já que a sua própria guerra era considerada tão valente como a dos Cruzados, em direcção a Jerusalém. Eugénio reiterou a decisão, autorizando Marselha, Pisa, Génova e outras grandes cidades mediterrânicas a participar na guerra da Reconquista.
A 19 de maio zarparam os primeiros contingentes de Cruzados de Dartmouth, Inglaterra, constituídos por flamengos, normandos, ingleses, escoceses e alguns cruzados germanos. Segundo Odo de Deuil, perfaziam no total 164 navios — valor este provavelmente aumentado progressivamente até à chegada a Portugal. Durante esta parte da cruzada, não foram comandados por nenhum príncipe ou rei; a Inglaterra estava em pleno período da chamada Anarquia. Assim, a frota era dirigida por Arnold III de Aerschot (sobrinho de Godofredo de Louvaina), Christian de Ghistelles, Henry Glanville (condestável de Suffolk), Simon de Dover, Andrew de Londres e Saher de Archelle.
A armada chegou à cidade do Porto a 16 de junho, sendo convencidos pelo bispo do Porto, Pedro II Pitões, a tomarem parte nessa operação militar. Após a conquista de Santarém (1147), sabendo da disponibilidade dos Cruzados em ajudar, as forças de D. Afonso Henriques prosseguiram para o sul, sobre Lisboa.
As forças portuguesas avançaram por terra, as dos cruzados por mar, penetrando na foz do rio Tejo; em junho desse mesmo ano, ambas as forças estavam reunidas, ferindo-se as primeiras escaramuças nos arrabaldes a Oeste da colina sobre a qual se erguia a cidade de então, hoje a chamada Baixa. Após violentos combates, tanto esse arrabalde, como o leste, foram dominados pelos cristãos, impondo-se dessa forma o cerco à opulenta cidade mercantil.
Bem defendidos, os muros da cidade mostraram-se inexpugnáveis. As semanas se passavam em surtidas dos sitiados, enquanto as máquinas de guerra dos sitiantes lançavam toda a sorte de projéteis sobre os defensores, o número de mortos e feridos aumentando de parte a parte.
No início de outubro, os trabalhos de sapa sob o alicerce da muralha tiveram sucesso em fazer cair um troço dela, abrindo uma brecha por onde os sitiantes se lançaram, denodadamente defendida pelos defensores. Por essa altura, uma torre de madeira construída pelos sitiantes foi aproximada da muralha, permitindo o acesso ao adarve. Diante dessa situação, na iminência de um assalto cristão em duas frentes, os muçulmanos, enfraquecidos pelas escaramuças, pela fome e pelas doenças, capitularam a 20 de outubro.
Entretanto, somente no dia seguinte, o soberano e suas forças entrariam na cidade, nesse meio tempo violentamente saqueada pelos cruzados.
Decorrente deste cerco surgem os episódios lendários de Martim Moniz, que teria perecido pela vitória dos cristãos, e da ainda mais lendária batalha de Sacavém.
Alguns dos cruzados estabeleceram-se na cidade, de entre os quais se destaca Gilbert de Hastings, eleito bispo de Lisboa.
Após a rendição uma epidemia de peste assolou a região fazendo milhares de vitimas entre a população.
Lisboa tornar-se-ia a capital de Portugal em 1255.

sexta-feira, setembro 30, 2022

A EXPO'98 terminou há vinte e quatro anos

     
A EXPO'98, Exposição Mundial de 1998, ou, oficialmente, Exposição Internacional de Lisboa de 1998, cujo tema foi "Os oceanos: um património para o futuro", realizou-se em Lisboa, Portugal de 22 de maio a 30 de setembro de 1998.
A zona escolhida para albergar o recinto foi o limite oriental da cidade junto ao rio Tejo. Foram construídos diversos pavilhões, alguns dos quais ainda permanecem ao serviço dos habitantes e visitantes, integrados no agora designado Parque das Nações, destacando-se o Oceanário (o maior aquário do Mundo com a reprodução de 5 oceanos distintos e numerosas espécies de mamíferos e peixes, do arquitecto Peter Chermayeff) um pavilhão de múltiplas utilizações (Pavilhão Atlântico, do arquiteto Regino Cruz) e um complexo de transportes com metropolitano e ligações ferroviárias (Estação do Oriente, do arquiteto Santiago Calatrava).
A EXPO'98 atraiu cerca de 11 milhões de visitantes, apesar de previsões iniciais apontarem para cerca de 15 milhões, o que veio a justificar algumas opções de gestão de carácter duvidoso, e, acima de tudo, ruinosas para a empresa e seus acionistas. Parte do seu sucesso ficou a dever-se à vitalidade cultural que demonstrou - por exemplo, os seus cerca de 5000 eventos musicais constituíram um dos maiores festivais musicais da história da humanidade. Arquitetonicamente, a Expo revolucionou esta parte da cidade e influenciou os hábitos de conservação urbana dos portugueses - pode dizer-se que o Parque das Nações é um exemplo de conservação bem-sucedida dum espaço urbano.
Foi considerado pelo BIE (o organismo internacional que elege as cidades a receberem as exposições) como a melhor Exposição Mundial de sempre.
A utilização pioneira de ferramentas de design para grandes projetos de arquitetura, engenharia e construção transformou a EXPO'98 num caso de estudo internacional na área do desenho assistido por computador (CAD). O exemplo pegou e outras obras seguiram também a mesma metodologia, desta experiência transformada já em «case study».
O pioneirismo da EXPO foi, aliás, ressaltado por um trabalho de reportagem intitulado 'A Tale of Two Cities' publicado na edição de junho de 1999, da Computer Graphics World (volume 22, nº6), a revista de referência internacional do sector.
«Os clássicos estiradores foram substituídos por estações de trabalho. Estávamos em 1993, o que provocou uma verdadeira revolução no modo de trabalhar típico deste sector e representou uma situação ímpar na história de grandes projetos no nosso país». O homem no centro desta operação foi José da Conceição Silva, um especialista de Informática da área de CAD/AEC, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), de Lisboa, requisitado para a Parque Expo para responsável pelo Departamento de CAD, GIS, Web e Multimédia.
   
Vista geral do zona central da EXPO'98
  
Antes da Expo
A ideia de organizar uma Exposição Internacional em Portugal surgiu em 1989, da parte de António Mega Ferreira e Vasco Graça Moura. Ambos estavam à frente da comissão para as comemorações dos 500 anos dos Descobrimentos portugueses, liderada por Francisco Faria Paulino, diretor do Pavilhão de Portugal na Exposição de Sevilha, tendo também desempenhado as funções de Secretário-Executivo e Comissário-Geral Adjunto da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses entre 1988 e 1996 e com as funções de diretor do Pavilhão de Portugal na Exposição Universal de Sevilha e de Comissário-Geral Adjunto do Pavilhão de Portugal na Exposição Internacional de Génova em 1992. Em 2008, foi também Comissário Executivo das Comemorações dos 500 anos da Cidade do Funchal.
Uma vez obtido o apoio do Governo, Mega Ferreira apresentou o projeto ao Bureau International d'Expositions. A candidatura de Lisboa ganhou à de Toronto. Criou-se uma empresa, Parque Expo, com vista a criar um evento auto-sustentável que obtivesse receitas de bilhetes vendidos e pela venda de terrenos adjacentes à exposição.
O primeiro comissário da EXPO'98 foi António Cardoso e Cunha. Foi substituído em 1997 por José de Melo Torres Campos, já sob o governo do Partido Socialista.
Decidiu-se construir a exposição na zona oriental de Lisboa, que vira através dos anos uma degradação crescente. A antiga Doca dos Olivais, contacto privilegiado com o rio onde outrora atracavam hidroaviões, estava transformada num terreno industrial bastante degradado. A zona de 50 hectares onde hoje está o recinto era, no fim dos anos oitenta, um campo de contentores, matadouros e indústrias poluentes. Toda a exposição foi construída do zero. A torre da refinaria da Petrogal, única estrutura conservada, ficou como lembrança do espaço antes da intervenção. Houve um grande cuidado para que quase todos os equipamentos do recinto tivessem utilização posterior, evitando assim o seu abandono e a degradação, como aconteceu em Sevilha em 1992.
Em paralelo, lançaram-se grandes obras públicas. Entre as maiores estão a Ponte Vasco da Gama (a maior da Europa à data), uma nova linha de metro com sete estações e um interface rodo-ferroviário, a Gare do Oriente.
     
Bilhetes
Foram emitidos bilhetes de um dia (5.000$00 - 25 euros), três dias (12.500$00 - 62,35 euros), e bilhetes diários apenas para a parte da noite (2.500$00 - 12,50 euros). Existia também um passe livre com acesso ilimitado à exposição durante três meses (50.000$00 - 250 euros).
A Swatch lançou alguns meses antes da exposição o modelo Adamastor, que continha um chip carregado com um bilhete de um dia. Para entrar, bastava encostar o relógio ao sensor presente em todos os molinetes de entrada.
  
   
Símbolos
O tema musical da exposição foi composto em 1996 por Nuno Rebelo. A peça, de seu nome Pangea (o nome do super-continente mesozóico de onde derivaram os atuais), misturava sobre guitarras portuguesas e uma base sinfónica de cariz épico muitas e díspares sonoridades, reminiscentes dos quatro cantos do mundo.
O logótipo da EXPO'98, representando o mar e o sol, foi concebido por Augusto Tavares Dias, diretor criativo de publicidade.
A mascote, concebida pelo pintor António Modesto e pelo escultor Artur Moreira, foi selecionada de entre 309 propostas e batizada de Gil (em homenagem a Gil Eanes), por José Luís Coelho, um estudante do 2º ciclo, num concurso que envolveu escolas de todo o país.
   
  

quinta-feira, agosto 25, 2022

O Incêndio do Chiado foi há trinta e quatro anos...

  
O Incêndio do Chiado deflagrou a 25 de agosto de 1988 nos Armazéns Grandella do lado da Rua do Carmo.
O fogo que deflagrou por volta das 05.00 horas da manhã, destruiu 18 edifícios e uma área que equivale a quase oito estádios de futebol.
Os carros de bombeiro não conseguiram entrar na Rua do Carmo, à data reservada aos peões e enfeitada com canteiros altos de betão - obra polémica que se deveu ao mandato executivo de Nuno Abecassis, o então presidente da Câmara Municipal de Lisboa. O fogo propagou-se rapidamente aos edifícios contíguos à Rua Garrett.
Além de lojas e escritórios, foram destruídos muitos edifícios do século XVIII. Os piores estragos foram naturalmente na Rua do Carmo, vedada ao acesso das viaturas de socorro. Aí perderam-se os armazéns do Grandella e a Perfumaria da Moda (cenários da fita O Pai Tirano), assim como os Grandes Armazéns do Chiado e o arquivo histórico de gravações de som da Valentim de Carvalho.
  
Depois do incêndio
Depois do incêndio, os bombeiros continuaram no local durante cerca de dois meses, na remoção de escombros.
Durante esse tempo, 58 dias após o incêndio, depois de removidos todos os escombros depararam com uma vítima mortal, um eletricista reformado do Arsenal da Marinha com cerca de 70 anos.
Outra das vítimas mortais, um bombeiro de 31 anos, Joaquim Ramos, morreu no início de setembro de 1988 no Hospital de São José. Enquanto combatia o fogo na Rua do Carmo foi atingido por uma "língua de fogo" e "gases muito quentes". Ficou com 85% do corpo queimado.
  
Reconstrução
O projeto de reconstrução preservou muitas fachadas originais e foi dirigido pelo arquiteto português Álvaro Siza Vieira.
Após o incêndio o edifício ficou em ruína, teve de ser parcialmente demolido para consolidação. No interior mantiveram-se as abóbadas e paredes de alvenaria que haviam pertencido ao Convento do Espírito Santo da Pedreira, e as fachadas mantiveram-se quase na totalidade.
O inquérito levantado pela Polícia Judiciária foi arquivado em 1992, quatro anos depois da tragédia.
O projeto de estruturas que reabilitou e reconstruiu o edifício foi desenvolvido pelo gabinete de engenharia civil Teixeira Trigo, Lda.
O edifício tem uma área total de 21.000 m2 ao longo de nove pisos. O desenho estrutural foi fortemente condicionado pelas várias pré-existências que se deveriam preservar. 
  

domingo, agosto 14, 2022

O Coliseu dos Recreios faz hoje 132 anos

   
O Coliseu dos Recreios é uma sala de espetáculos polivalente, situada em São José, Lisboa, construída de raiz e inaugurada em 14 de agosto de 1890, com a opereta “Boccaccio”, de Franz von Suppé, interpretada pela companhia Caracciolo, quando ainda não estavam terminados todos os trabalhos da sua construção.
Quatro empresários arrojados (o solicitador José Frederico Ciríaco, o professor de filosofia Pedro António Monteiro, o dono de armazéns António Caetano Macieira e o comerciante de carnes João Baptista G. de Almeida), conceberam edificar o maior dos edifícios cobertos que houvesse no mundo no campo dos espetáculos, e cuja lotação ultrapassaria os 4.000 lugares.
A partir de 1888, os custos elevados da construção original foram necessariamente cobertos com recurso a uma subscrição pública. Tão grande era a vontade dos quatro elementos promotores e tão grande o entusiasmo que nos demais interessados souberam criar, que conseguiram recolher o montante suficiente, tendo o próprio rei D. Carlos se tornado acionista.
Tendo o contributo de artistas estrangeiros, o Coliseu dos Recreios foi inovador na introdução da arquitetura do ferro, ainda incipiente em Portugal, através da espetacular cúpula em ferro, colocada sobre um octógono em alvenaria, à maneira de uma parábola cúbica com lanterna de 8 metros de diâmetro, maior de todas as demais na terra, com 25 metros de raio, diâmetro de 48,68 metros e o peso de 100 toneladas, vinda da Alemanha, encomendada à firma Hein Lehmann e C.ª.
O telhado, também em ferro foi instalado em 1889, da responsabilidade do engenheiro Lacombe. O traço da obra deveu-se aos engenheiros Francisco Goulard, pai e filho (engenheiros franceses), e aos portugueses Manuel Garcia Júnior, Frederico Ressano Garcia, M. Gouveia Júnior e Xavier Cordeiro; a construção metálica coube a Castanheira das Neves. Do arquiteto Cesare Ianz é o projeto da fachada do edifício, última parte concluída, de três pisos, com motivos decorativos em reboco e algumas carrancas, que lhe conferem e aumentam a grandiosidade. Na fase final, foi dada rédea livre ao maior dos cenógrafos lisboetas, Eduardo Machado, para que procedesse a uma decoração em beleza e pusesse a funcionar o palco. Com 40 m de profundidade, 18 de largura, uma teia em madeira e maquinismos manuais.
O Coliseu dos Recreios assumiu-se sempre como uma sala de espetáculos popular, estabelecendo preços baixos e apresentando espetáculos de diversos tipos, entre os quais a ópera (poucos anos antes, em 1887, tinha aberto ao público um outro Coliseu, na Rua da Palma, no qual também funcionaram companhias de ópera mas que teve uma vida muito mais efémera). O Coliseu evidenciou-se especialmente no campo da ópera durante a I república, constituindo então uma alternativa ao S. Carlos: em dezembro de 1916 estreou-se uma companhia, organizada por Ercole Casali, da qual faziam parte Elvira de Hidalgo e Tito Schipa, e a partir daí cantaram no Coliseu nomes como Alfredo Kraus, Antonietta Stella, Carlo Bergonzi, Elena Suliotis, Fiorenza Cossotto, Joan Sutherland, Piero Cappuccilli, Tito Gobbi ou Tomás Alcaide. Entre 1959 e 1981 os espetáculos líricos passaram a ser organizados em colaboração com o S. Carlos, oferecendo a possibilidade de ouvir algumas das grandes vozes que vinham a Lisboa por preços acessíveis.
Objeto de obras de remodelação entre 1992 e 1994, o Coliseu foi reaberto em 26 de fevereiro de 1994 com um concerto que assinalou o início dos acontecimentos culturais da “Lisboa 94”.
Tem atualmente uma lotação de 2.846 lugares em disposição de plateia sentada, ou 5.672 em disposição de plateia em pé. 
   
      

domingo, julho 24, 2022

Os Liberais conquistaram Lisboa há 189 anos

  
De início o partido miguelista levou a melhor e a causa pedrista parecia perdida. Miguel I procurou obter reconhecimento internacional, mas foi apenas reconhecido como rei pelos Estados Unidos e pelo Vaticano. As monarquias europeias mantiveram-se em silêncio. Em 1831, o Imperador Pedro I foi forçado a abdicar da coroa do Brasil para o filho, o Imperador D. Pedro II, e viajou para Portugal para defender o direito ao trono português por parte de sua filha. Em 1831, Pedro desembarca as suas tropas nos Açores e toma diversas ilhas, estabelecendo o arquipélago como base de operações.
Conquistada a fortíssima posição militar e naval de Angra, nos Açores, por essa armada, D. Pedro partirá depois daí, mais tarde, para invadir o continente português, o que ocorrerá a norte do Porto, na  Praia da Memória, que ficou conhecido como desembarque do Mindelo, onde atualmente se encontra o grande monumento aos mortos da Guerra Civil, em forma de obelisco colocado junto ao mar onde foi efetuado o desembarque.
Seguidamente, as forças pedristas desembarcadas entrincheiraram-se dentro dos muros da Cidade Invicta, dando os miguelistas início ao duro e prolongado Cerco do Porto. Finalmente, conseguindo furar o bloqueio naval da barra do Douro, uma frota liberal fez-se ao mar e seguiu até ao Algarve, onde desembarcou uma divisão do seu Exército, que avançou para Lisboa rapidamente, protegido pela esquadra inglesa. Lisboa foi entregue ao comandante-chefe liberal, marechal Duque da Terceira, sem combate nem resistência, pelo Duque do Cadaval, antigo primeiro-ministro do rei D. Miguel, em 24 de julho de 1833.
    


  

sábado, julho 23, 2022

Amália nasceu, oficialmente, há 102 anos


Amália da Piedade Rodrigues (Lisboa, 23 de julho de 1920 - Lisboa, 6 de outubro de 1999) foi uma fadista, cantora e atriz portuguesa, considerada o exemplo máximo do fado, aclamada como a voz de Portugal e uma das mais brilhantes cantoras do século XX. Está sepultada no Panteão Nacional, entre os portugueses ilustres.

 


quarta-feira, julho 13, 2022

Fernando Mauricio morreu há dezanove anos...

 

  

Fernando Maurício nasceu em Lisboa, na Rua do Capelão, no Bairro da Mouraria, a 21 de novembro de 1933 e faleceu, também em Lisboa, a 13 de julho de 2003.

Voz genuína, espírito livre e homem arreigado nas sua raízes de lisboeta, foi também um grande intérprete do Fado. A sua autenticidade, o seu apego a uma forma popular de estar e sentir a vida da cidade, o seu enorme talento fizeram dele um fadista admirado e principalmente o orgulho do seu bairro, «A Mouraria».
Como profissional atuou em diversas casas típicas, como o Café Luso, Adega Machado, Adega Mesquita, O Faia, Nau Catrineta e outras.
Em junho de 1989, com a presença de Amália Rodrigues, são descerradas duas lápides, evocando a sua figura e a de A Severa.
A 31 de outubro de 1994 a Câmara Municipal de Lisboa organiza, no S. Luiz, a sua festa das "Bodas de Ouro Artísticas".
Em 12 de maio de 2001 foi agraciado, pelo Presidente da República, com a Comenda da Ordem de Mérito.
Foi ainda agraciado com a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa.

 

 


quarta-feira, junho 29, 2022

Rodrigo, conhecido fadista, nasceu há oitenta e um anos

   
Rodrigo Ferreira Inácio, mais conhecido apenas por Rodrigo (Lisboa, 29 de junho de 1941) é um fadista português.
  

 


domingo, junho 26, 2022

Saudades do ti Alfredo...

Alfredo Marceneiro morreu há quarenta anos...

(imagem daqui)
     
Alfredo Rodrigo Duarte (Lisboa, 25 de fevereiro de 1891 - Lisboa, 26 de junho de 1982) mais conhecido como Alfredo Marceneiro, devido à sua profissão inicial, foi um fadista português que marcou uma época, detentor de uma voz inconfundível tornando-se um marco deste género da canção em Portugal. Embora o bilhete de identidade refira a data acima, o seu nascimento pode ter acontecido, de facto, em 29 de fevereiro de 1888.
    
     

 


Música adequada à data...

domingo, junho 19, 2022

O escultor Machado de Castro nasceu há 291 anos

    
Joaquim Machado de Castro (Coimbra, 19 de junho de 1731 - Lisboa, 17 de novembro de 1822) foi um dos maiores e mais famosos escultores portugueses. Machado de Castro foi um dos escultores de maior influência na Europa do século XVIII e princípio do século XIX.
Para além da escultura, descrevia extensamente o seu trabalho, do qual se destaca, a extensa análise sobre a estátua de José I que se situa na Praça do Comércio em Lisboa, intitulada: Descripção analytica da execução da estátua equestre, Lisboa 1810.
A Descripção consiste no relato pormenorizado, feito ao estilo e à execução técnica, levada a cabo no que é considerado o seu melhor trabalho, a estátua equestre do Rei D. José I de Portugal, datada de 1775, como parte da obra de reconstrução da cidade de Lisboa, seguindo os planos de Marquês de Pombal, logo após o Terramoto de 1755. As partes da construção estão detalhadas e ilustradas, incluindo variados planos e componentes utilizados para a sua execução.
Na introdução da sua obra Machado de Castro comenta outras estátuas equestres, situadas em diversas praças europeias.
   
Estátua equestre de El-Rei D. José I na Praça do Comércio, Lisboa
     

domingo, maio 22, 2022

A EXPO'98 começou há vinte e quatro anos...

     
A EXPO'98, Exposição Mundial de 1998, ou, oficialmente, Exposição Internacional de Lisboa de 1998, cujo tema foi "Os oceanos: um património para o futuro", realizou-se em Lisboa, Portugal de 22 de maio a 30 de setembro de 1998.
A zona escolhida para albergar o recinto foi o limite oriental da cidade junto ao rio Tejo. Foram construídos diversos pavilhões, alguns dos quais ainda permanecem ao serviço dos habitantes e visitantes, integrados no agora designado Parque das Nações, destacando-se o Oceanário (o maior aquário do Mundo com a reprodução de 5 oceanos distintos e numerosas espécies de mamíferos e peixes, do arquitecto Peter Chermayeff) um pavilhão de múltiplas utilizações (Pavilhão Atlântico, do arquiteto Regino Cruz) e um complexo de transportes com metropolitano e ligações ferroviárias (Estação do Oriente, do arquiteto Santiago Calatrava).
A EXPO'98 atraiu cerca de 11 milhões de visitantes, apesar de previsões iniciais apontarem para cerca de 15 milhões, o que veio a justificar algumas opções de gestão de carácter duvidoso, e, acima de tudo, ruinosas para a empresa e seus acionistas. Parte do seu sucesso ficou a dever-se à vitalidade cultural que demonstrou - por exemplo, os seus cerca de 5000 eventos musicais constituíram um dos maiores festivais musicais da história da humanidade. Arquitetonicamente, a Expo revolucionou esta parte da cidade e influenciou os hábitos de conservação urbana dos portugueses - pode dizer-se que o Parque das Nações é um exemplo de conservação bem-sucedida dum espaço urbano.
Foi considerado pelo BIE (o organismo internacional que elege as cidades a receberem as exposições) como a melhor Exposição Mundial de sempre.
A utilização pioneira de ferramentas de design para grandes projetos de arquitetura, engenharia e construção transformou a EXPO'98 num caso de estudo internacional na área do desenho assistido por computador (CAD). O exemplo pegou e outras obras seguiram também a mesma metodologia, desta experiência transformada já em «case study».
O pioneirismo da EXPO foi, aliás, ressaltado por um trabalho de reportagem intitulado 'A Tale of Two Cities' publicado na edição de junho de 1999, da Computer Graphics World (volume 22, nº6), a revista de referência internacional do sector.
«Os clássicos estiradores foram substituídos por estações de trabalho. Estávamos em 1993, o que provocou uma verdadeira revolução no modo de trabalhar típico deste sector e representou uma situação ímpar na história de grandes projetos no nosso país». O homem no centro desta operação foi José da Conceição Silva, um especialista de Informática da área de CAD/AEC, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), de Lisboa, requisitado para a Parque Expo para responsável pelo Departamento de CAD, GIS, Web e Multimédia.
  
Vista geral do zona central da EXPO'98
  
Antes da Expo
A ideia de organizar uma Exposição Internacional em Portugal surgiu em 1989, da parte de António Mega Ferreira e Vasco Graça Moura. Ambos estavam à frente da comissão para as comemorações dos 500 anos dos Descobrimentos portugueses, liderada por Francisco Faria Paulino, diretor do Pavilhão de Portugal na Exposição de Sevilha, tendo também desempenhado as funções de Secretário-Executivo e Comissário-Geral Adjunto da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses entre 1988 e 1996 e com as funções de diretor do Pavilhão de Portugal na Exposição Universal de Sevilha e de Comissário-Geral Adjunto do Pavilhão de Portugal na Exposição Internacional de Génova em 1992. Em 2008, foi também Comissário Executivo das Comemorações dos 500 anos da Cidade do Funchal.
Uma vez obtido o apoio do Governo, Mega Ferreira apresentou o projeto ao Bureau International d'Expositions. A candidatura de Lisboa ganhou à de Toronto. Criou-se uma empresa, Parque Expo, com vista a criar um evento auto-sustentável que obtivesse receitas de bilhetes vendidos e pela venda de terrenos adjacentes à exposição.
O primeiro comissário da EXPO'98 foi António Cardoso e Cunha. Foi substituído em 1997 por José de Melo Torres Campos, já sob o governo do Partido Socialista.
Decidiu-se construir a exposição na zona oriental de Lisboa, que vira através dos anos uma degradação crescente. A antiga Doca dos Olivais, contacto privilegiado com o rio onde outrora atracavam hidroaviões, estava transformada num terreno industrial bastante degradado. A zona de 50 hectares onde hoje está o recinto era, no fim dos anos oitenta, um campo de contentores, matadouros e indústrias poluentes. Toda a exposição foi construída do zero. A torre da refinaria da Petrogal, única estrutura conservada, ficou como lembrança do espaço antes da intervenção. Houve um grande cuidado para que quase todos os equipamentos do recinto tivessem utilização posterior, evitando assim o seu abandono e a degradação, como aconteceu em Sevilha em 1992.
Em paralelo, lançaram-se grandes obras públicas. Entre as maiores estão a Ponte Vasco da Gama (a maior da Europa à data), uma nova linha de metro com sete estações e um interface rodo-ferroviário, a Gare do Oriente.
   
Bilhetes
Foram emitidos bilhetes de um dia (5.000$00 - 25 euros), três dias (12.500$00 - 62,35 euros), e bilhetes diários apenas para a parte da noite (2.500$00 - 12,50 euros). Existia também um passe livre com acesso ilimitado à exposição durante três meses (50.000$00 - 250 euros).
A Swatch lançou alguns meses antes da exposição o modelo Adamastor, que continha um chip carregado com um bilhete de um dia. Para entrar, bastava encostar o relógio ao sensor presente em todos os molinetes de entrada.
  
   
Símbolos
O tema musical da exposição foi composto em 1996 por Nuno Rebelo. A peça, de seu nome "Pangea" (o nome do super-continente mesozoico de onde derivaram os atuais), misturava sobre guitarras portuguesas e uma base sinfónica de cariz épico muitas e díspares sonoridades, reminiscentes dos quatro cantos do mundo.
O logótipo da EXPO'98, representando o mar e o sol, foi concebido por Augusto Tavares Dias, diretor criativo de publicidade.
A mascote, concebida pelo pintor António Modesto e pelo escultor Artur Moreira, foi selecionada de entre 309 propostas e batizada de Gil (em homenagem a Gil Eanes), por José Luís Coelho, um estudante do 2º ciclo, num concurso que envolveu escolas de todo o país.
 
Pavilhões
Durante a EXPO'98 houve dois tipos de pavilhões; os temáticos da responsabilidade da Parque EXPO (Departamento de Conteúdos), e os pavilhões das Regiões Autónomas, entidades convidadas e patrocinadores.

Pavilhões temáticos:
  1. Pavilhão do Futuro
  2. Pavilhão da Realidade Virtual
  3. Pavilhão da Utopia
  4. Pavilhão de Portugal
  5. Pavilhão do Conhecimento dos Mares
  6. Pavilhão dos Oceanos
  7. Pavilhão do Território
  8. Pavilhão da Água
  9. Exibição Náutica