Mostrar mensagens com a etiqueta ironia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta ironia. Mostrar todas as mensagens

domingo, junho 26, 2022

Saudades do ti Alfredo...

terça-feira, setembro 10, 2013

Nicolau Tolentino de Almeida nasceu há 273 anos

Frontispício de uma peça de teatro "de cordel" de Tolentino
Nicolau Tolentino de Almeida (Lisboa, 10 de setembro de 1740- 23 de junho de 1811) foi um poeta português. Pertenceu ao movimento da Nova Arcádia (1790-1794).

Biografia
Aos vinte anos ingressou em Leis na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, mas ao invés dos estudos tinha vida boémia e de poeta. No ano de 1765 tornou-se professor de retórica, numa das cátedras criadas pelo Marquês de Pombal, após a expulsão dos jesuítas.
Seus versos continham sempre pedidos, pleiteando um cargo na secretaria de estado, até que este foi satisfeito, com a nomeação como oficial de secretaria.
Foi um professor durante quinze anos, mas esta vida o desagradava. Inadaptado e descontente até conseguir o posto na Secretaria dos Negócios do Reino. Obteve tudo quanto pretendeu, o que não o fez deixar de deplorar uma suposta miséria.
Bom metrificador, compôs sátiras descritivas e caricatural, sonetos e odes, que reuniu em 1801 num volume chamado Obras Poéticas. Ficou pela superficie, mas mostrou bem os erros e ridículos da época. O seu lado cómico consistia no agravamento das proporções, hipertrofiando o exagero, que encontrava.
Usavam-se, então, penteados muito altos, daí o haver Tolentino informado que lá se podiam esconder os mais variados objetos: uma arca, um colchão e até mesmo um homem. Ridiculariza as que se enfeitavam com vistosas cabeleiras, sem melhorar o juízo; as velhas que recorriam à formosura postiça; os vadios e ociosos; os maridos que apanhavam da mulher. Disse mal dos seus professores e até das suas aulas.


Em curto josezinho rebuçado

Em curto josezinho rebuçado,
Loiro peralta a rua passeava;
Seus votos pela adufa lhe aceitava
Com brando riso um rosto delicado;

O pai da moça, que era ginja honrado,
E o caso havia dias espreitava,
De membrudo caixeiro se escoltava,
Com bengala na mão, chambre traçado:

Fugira o moço, qual ligeira pela,
Se as fivelas, de marca agigantada,
Deixassem navegar a nau à vela;

Mas viu uma entre esquinas encalhada;
E, se ninguém comprou maior fivela,
Também ninguém levou maior maçada.