sexta-feira, março 14, 2025

A mina da Guimarota, em Leiria, continua a surpreender-nos...

Descoberta nova espécie fóssil de réptil primitiva que viveu em Portugal

 

Os fósseis da mina da Guimarota (em Leiria) armazenados no Museu Geológico de Lisboa foram revisitados pelos cientistas e daí resultou a descoberta de um réptil que viveu há 150 milhões de anos.


 

Visão geral da da coleção de fósseis da mina da Guimarota

 

Uma nova espécie de réptil primitiva, que viveu em Portugal há 150 milhões de anos, foi identificada num estudo liderado pelo paleontólogo Alexandre Guillaume, da Universidade Nova de Lisboa (UNL) e do Museu da Lourinhã.

A nova espécie, Marmoretta drescherae, pertence ao género Marmoretta, que “representa o ramo primitivo da árvore evolutiva dos lagartos modernos”, refere em comunicado a Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da UNL, onde Alexandre Guillaume conduziu o estudo no âmbito do seu doutoramento.

Até agora apenas estava referenciada uma espécie pertencente ao género Marmoretta, a Marmoretta oxoniensis.

“O Marmoretta drescherae não é um antepassado direto dos lagartos atuais, mas sim um representante primitivo de uma linhagem que se extinguiu no final do Jurássico”, sublinha o paleontólogo Alexandre Guillaume, citado no comunicado, acrescentado que a “descoberta reforça a hipótese de que, no final do Jurássico, a América do Norte, a Europa e o Noroeste de África partilhavam faunas semelhantes, ao mesmo tempo que sugere diferenças ecológicas locais”.

Para este estudo, feito em colaboração com investigadores da Universidade de Saragoça (Espanha), Alexandre Guillaume analisou 150 fósseis armazenados no Museu Geológico de Lisboa, que tinham sido encontrados na mina da Guimarota, em Leiria, “um dos mais ricos depósitos de microfósseis do Jurássico Superior”.

Com base na análise dos fósseis portugueses, por comparação com fósseis encontrados no Reino Unido e Estados Unidos, o trabalho confirmou, ainda, a presença na fauna jurássica de Portugal de um pequeno réptil semiaquático pertencente ao género Cteniogenys, embora sem conseguir determinar se se trata de uma espécie diferente das já descritas noutras regiões”.

 

Os fósseis do Cteniogenys dentaries oriundos da mina da Guimarota

 

Alexandre Guillaume, que se dedica ao estudo da pequena herpetofauna (répteis e anfíbios) do Jurássico Superior de Portugal, e a restante equipa analisaram fragmentos isolados de mandíbulas, crânios, membros e vértebras.

A investigação, que visou reavaliar fósseis descritos nas décadas de 70 e 90 por paleontólogos da Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, foi publicada na revista científica de acesso aberto Acta Palaentologica Polonica.



in Público

 

ADENDA: a mesma informação, no jornal Região de Leiria...

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