sábado, janeiro 19, 2019

Fiama Hasse Pais Brandão morreu há doze anos

(imagem daqui)
  
Fiama Hasse Pais Brandão (Lisboa, 15 de agosto de 1938 - Lisboa, 19 de janeiro de 2007) foi uma escritora, poetisa, dramaturga, ensaísta e tradutora portuguesa.
A sua infância foi passada entre uma quinta em Carcavelos e o St. Julian's School. Foi estudante de Filologia Germânica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo sido um dos fundadores do Grupo de Teatro de Letras. Foi casada com Gastão Cruz.
Estreou-se como autora com Em Cada Pedra Um Voo Imóvel (1957), obra que lhe valeu o Prémio Adolfo Casais Monteiro. Ganha notoriedade no meio literário com a revista/movimento Poesia 61, em que publica o texto «Morfismos». É considerada como uma das mais importantes escritoras do movimento, que revolucionou a poesia nos anos 60. Foi premiada, em 1996, com o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores. O seu livro Cenas Vivas foi distinguido, em 2001, com o prémio literário do P.E.N. Clube Português.
A sua actividade no teatro iniciou-se com um estágio, em 1964, no Teatro Experimental do Porto e com a frequência de um seminário de teatro de Adolfo Gutkin na Fundação Calouste Gulbenkian, em 1970. Em 1974, foi um dos fundadores do Grupo Teatro Hoje, sendo a sua primeira encenação a obra Marina Pineda, de Federico García Lorca. Em 1961 recebeu o Prémio Revelação de Teatro, pela obra Os Chapéus de Chuva. É autora de várias peças de teatro.
Colaborou em publicações como Seara Nova, Cadernos do Meio-Dia, Brotéria, Vértice, Plano, Colóquio-Letras, Hífen, Relâmpago, A Phala e Quadrante (revista da Faculdade de Direito de Lisboa, iniciada em 1958).
  
  
Vozes Minhas
  
O súbito fraseador que mimava
a sua fala pela do vento
não me disse Heraclito fui,
tal como eu o pensei.
Disse só deste lado do recorte
da serra sopra mais.
Ouvir por dentro. Clarear
traços que nos separam
da figura falante. O amanho
da Terra liga-nos.
Ouvinte do vento, não me
disse como eu: Verdade
e substância, na primeira apanha.
Quietude. Êxtase, na eclosão.
  
Cavou ao longo da esticada corda
que orienta as leiras. Esteve
em movimento ali um dia: Ó terra,
tudo está nos sentidos
antes do senso, voz certa,
som áspero, vento de rajadas grossas.
  
  

in Três Rostos - Ecos (1989) - Fiama Hasse Pais Brandão

Edgar Allan Poe nasceu há 210 anos

Edgar Allan Poe (nascido Edgar Poe; Boston, 19 de janeiro de 1809 - Baltimore, 7 de outubro de 1849) foi um autor, poeta, editor e crítico literário americano que fez parte do movimento romântico americano, conhecido pelas suas histórias que envolvem aspetos de mistério e macabro. Poe foi um dos primeiros escritores americanos de contos, sendo considerado o inventor do género ficção policial, também recebendo crédito pela contribuição para o emergente género de ficção científica. Ele foi o primeiro escritor americano conhecido a tentar ganhar a vida através da escrita por si só, tendo como resultado uma vida e carreira financeiramente difícil.
Quando nasceu foi-lhe posto o nome Edgar Poe, em Boston, Massachusetts; quando jovem, ficou órfão de mãe, que morreu pouco depois do seu pai abandonar a família. Poe foi acolhido por Francis Allan e o seu marido John Allan, de Richmond, Virginia, mas nunca foi formalmente adotado. Ele frequentou a Universidade da Virgínia durante um semestre, passando a maior parte do tempo  circular entre bebidas e mulheres. Nesse período, teve uma séria discussão com o seu pai adotivo e fugiu de casa para se alistar nas forças armadas, onde serviu durante dois anos, antes de ser dispensado, depois de falhar como cadete em West Point, deixou a sua família adotiva. A sua carreira começou, humildemente, com a publicação de uma coleção anónima de poemas, Tamerlane and Other Poems (1827).
Poe mudou o seu foco para a prosa e passou os anos seguintes trabalhando para revistas e jornais, tornando-se conhecido pelo seu estilo próprio de crítica literária. O seu trabalho obrigou-o a mudar-se para diversas cidades, incluindo Baltimore, Filadélfia e Nova York. Em Baltimore, em 1835, casou-se com Virginia Clemm, sua prima, de 13 anos de idade. Em janeiro de 1845, Poe publicou o seu poema The Raven, que foi um sucesso instantâneo. A sua esposa morreu de tuberculose dois anos após a publicação. Ele começou a planear a criação do seu próprio jornal, The Penn (posteriormente renomeado para The Stylus), porém morreu antes de conseguir. Em 7 de outubro de 1849, aos 40 anos, Poe morreu em Baltimore; a causa de sua morte é desconhecida e foi por diversas vezes atribuída ao álcool, congestão cerebral, cólera, drogas, doenças do coração, raiva, suicídio e tuberculose, entre outras causas.
Poe e as suas obras influenciaram a literatura nos Estados Unidos e em todo o mundo, bem como em campos especializados, tais como a cosmologia e a criptografia. Poe e seu trabalho aparecem ao longo da cultura popular na literatura, música, filmes e televisão. Várias das casas onde viveu são museus atualmente.
Vida
Edgar Allan Poe nasceu no seio de uma família escocesa-irlandesa, filho do ator David Poe Jr., que abandonou a família em 1810, e da atriz Elizabeth Arnold Hopkins Poe, que morreu após o nascimento de Rosalie, a irmã mais nova de Poe, em 1811. Depois da morte da mãe, Poe foi acolhido por Francis Allan e o seu marido, John Allan, um mercador de tabaco bem sucedido de Richmond, que nunca o adotou legalmente, mas lhe deu o seu sobrenome (muitas vezes erroneamente escrito "Allen").
Depois de frequentar a escola de Misses Duborg em Londres, e a Manor School em Stoke Newington, Poe regressou com a família Allan a Richmond em 1820, e inscreveu-se na Universidade da Virgínia, em 1826, que viria a frequentar durante um ano apenas, vindo a ser expulso por causa do seu estilo de vida, aventureiro e boémio.
Na sequência de desentendimentos com o seu padrasto, relacionados com as dívidas de jogo, Poe alistou-se nas forças armadas, sob o nome Edgar A. Perry, em 1827. Nesse mesmo ano, Poe publicou o seu primeiro livro, Tamerlane and Other Poems. Depois de dois anos de serviço militar, acabaria por ser dispensado. Em 1829, a sua madrasta faleceu e ele publicou o seu segundo livro, Al Aaraf, e reconciliou-se com o seu padrasto, que o auxiliou a entrar na Academia Militar de West Point. Em virtude da sua, supostamente propositada, desobediência a ordens, ele acabou por ser expulso desta Academia, em 1831, facto pelo qual o seu padrasto o repudiou até a sua morte, em 1834.
Poe mudou-se, de seguida, para Baltimore, para a casa da sua tia viúva, Maria Clemm, e da sua filha, Virgínia Clemm. Durante esta época, Poe usou a escrita de ficção como meio de subsistência e, no final de 1835, tornou-se editor do jornal Southern Literary Messenger em Richmond, tendo trabalhado nesta posição até 1837. Neste intervalo de tempo, Poe acabaria por casar, em segredo, com a sua prima Virgínia, de treze anos, em 1836.
Em 1837, Poe mudou-se para Nova Iorque, onde passaria quinze meses aparentemente improdutivos, antes de se mudar para Filadélfia, e pouco depois publicar The Narrative of Arthur Gordon Pym. No verão de 1839, tornou-se editor assistente da Burton's Gentleman's Magazine, onde publicou um grande número de artigos, histórias e críticas. Nesse mesmo ano, foi publicada, em dois volumes, a sua colecção Tales of the Grotesque and Arabesque (traduzido para o francês por Baudelaire como "Histoires Extraordinaires" e para o português como Histórias Extraordinárias), que, apesar do insucesso financeiro, é apontada como um marco da literatura norte-americana.
Durante este período, Virgínia Clemm soube que sofria de tuberculose, que a tornaria inválida e acabaria por levá-la à morte. A doença da mulher acabou por levar Poe ao consumo excessivo de álcool e, algum tempo depois, este deixou a Burton's Gentleman's Magazine para procurar um novo emprego. Regressou a Nova Iorque, onde trabalhou brevemente no Evening Mirror, antes de se tornar editor do Broadway Journal. No início de 1845, foi publicado, no jornal Evening Mirror, o seu popular poema The Raven (em português "O Corvo").
Em 1846, o Broadway Journal faliu, e Poe mudou-se para uma casa no Bronx, hoje conhecida como Poe Cottage e aberta ao público, onde Virgínia morreu no ano seguinte. Cada vez mais instável, após a morte da mulher, Poe tentou cortejar a poetisa Sarah Helen Whitman. No entanto, o seu noivado com ela acabaria por falhar, alegadamente em virtude do comportamento errático e alcoólico de Poe, mas bastante provavelmente também devido à intromissão da mãe de Miss Whiteman. Nesta época, segundo ele mesmo relatou, Poe tentou o suicídio por sobredosagem de láudano, e acabou por regressar a Richmond, onde retomou a relação com uma paixão de infância, Sarah Elmira Royster, então já viúva.
Ao contrário da maioria dos autores de contos de terror, Poe usa uma espécie de terror psicológico nas suas obras, os seus personagens oscilam entre a lucidez e a loucura, quase sempre cometendo atos infames ou sofrendo de alguma doença. Os seus contos são sempre narrados na primeira pessoa.
Morte
No dia 3 de outubro de 1849, Poe foi encontrado nas ruas de Baltimore, com roupas que não eram as suas, em estado de delirium tremens, e levado para o Washington College Hospital, onde veio a morrer apenas quatro dias depois. Poe nunca conseguiu estabelecer um discurso suficientemente coerente, de modo a explicar como tinha chegado à situação na qual foi encontrado. As suas últimas palavras teriam sido, de acordo com determinadas fontes, "Lord, please, help my poor soul", em português, "Senhor, por favor, ajude minha pobre alma."
Nunca foram apuradas as causas precisas da morte de Poe, sendo bastante comum, apesar de não comprovada, a ideia de a causa do seu estado ter sido embriaguez. Por outro lado, muitas outras teorias têm sido propostas ao longo dos anos, de entre as quais: diabetes, sífilis, raiva e doenças cerebrais raras.
Poe foi enterrado originalmente na parte de trás do cemitério de Westminster, sem uma lápide - a da imagem marca hoje em dia o lugar original
Estilo literário e temas
Géneros
As obras mais conhecidas de Poe são góticas, um género que ele seguiu para satisfazer o gosto do público. Seus temas mais recorrentes lidam com questões da morte, incluindo sinais físicos dela, os efeitos da decomposição, interesses por pessoas enterradas vivas, a reanimação dos mortos e o luto. Muitas das suas obras são geralmente consideradas partes do género do romantismo negro, uma reação literária ao transcendentalismo, do qual Poe não gostava claramente.
Além do horror, Poe também escreveu sátiras, contos de humor e hoaxes. Para efeito cómico, ele usou a ironia e a extravagância do ridículo, muitas vezes na tentativa de libertar o leitor da conformidade cultural. De fato, "Metzengerstein", a primeira história que Poe publicou, e sua primeira incursão em terror, foi originalmente concebida como uma paródia satirizando o género popular. Poe também reinventou a ficção científica, respondendo na sua escrita às tecnologias emergentes como balões de ar quente em "The Balloon-Hoax".
Poe escreveu muito de seu trabalho usando temas especificamente oferecidos para os gostos do mercado em massa. Para esse fim, sua ficção incluiu muitas vezes elementos da popular pseudociência, como frenologia e fisiognomia.

Teoria literária
A escrita de Poe reflete suas teorias literárias, que ele apresentou em sua crítica e também em peças literárias como "The Poetic Principle".
Ele não gostava de didaticismo e alegoria, pois acreditava que os significados na literatura deveriam ser uma subcorrente sob a superfície. Trabalhos com significados óbvios, ele escreveu, deixam de ser arte. Acreditava que o trabalho de qualidade deveria ser breve e concentrar-se em um efeito específico e único. Para isso, acreditava que o escritor deveria calcular cuidadosamente todos sentimentos e ideias.
Em "The Philosophy of Composition", uma peça na qual Poe descreve o seu método de escrita em "The Raven", ele afirma ter seguido estritamente este método. Porém, é questionável se ele realmente seguiu esse sistema.
T. S. Eliot disse: "É difícil para nós lermos esta peça sem pensar se Poe escreveu o seu poema com tanto cálculo". O biógrafo Joseph Wood Krutch descreveu a peça como "um exercício um tanto engenhoso na arte de racionalização".
Song
I saw thee on thy bridal day -
      When a burning blush came o'er thee,
Though happiness around thee lay,
      The world all love before thee:
And in thine eye a kindling light
      (Whatever it might be)
Was all on Earth my aching sight
      Of Loveliness could see.

That blush, perhaps, was maiden shame -
      As such it well may pass -
Though its glow hath raised a fiercer flame
      In the breast of him, alas!

Who saw thee on that bridal day,
      When that deep blush would come o'er thee,
Though happiness around thee lay;
      The world all love before thee.



Edgar Allan Poe

A Monarquia do Norte foi há um século

A Monarquia do Norte foi uma contra-revolução ocorrida na cidade do Porto, em 19 de janeiro de 1919, pelas juntas militares favoráveis à restauração da monarquia em Portugal em plena I República portuguesa. Este breve período, também apelidado de «Monarquia do Quarteirão» por só ter durado 25 dias (de 19 de janeiro a 13 de fevereiro), foi, em traços gerais, a última profunda manifestação de revolta monárquica com utilização da força depois da implantação da República em Portugal em 1910.
   

sexta-feira, janeiro 18, 2019

João Aguardela morreu há dez anos...

(imagem daqui)

João Aguardela (Lisboa, 2 de fevereiro de 1969 - Lisboa, 18 de janeiro de 2009) foi um cantor, músico e compositor português, conhecido por fazer parte das bandas Sitiados, Linha da Frente, Megafone e A Naifa.
Cedo mostrou apetência musical, tendo-se destacado como líder da banda Sitiados, que apareceu num dos concursos do Rock Rendez-Vous e que logo no início dos anos 1990 registou inúmeros êxitos musicais. Frequentou a escola de artes António Arroio, em Lisboa.
Foi uma pessoa activista em muitas causas. Manifestou o seu repúdio pela extrema-direita - mais concretamente pela morte do membro do PSR, José Carvalho, por skinheads - tendo participado em inúmeras manifestações sociais e políticas. Aquando da invasão do Iraque por parte dos EUA, também mostrara o seu total descontentamento.
João Aguardela foi distinguido, em 1994, com o Prémio Revelação da Sociedade Portuguesa de Autores.
Depois do fim dos Sitiados fez parte dos projetos Linha da Frente e A Naifa. Tinha ainda o seu projecto mais pessoal: Megafone, com quatro discos.
Faleceu no Hospital da Luz, em Lisboa, a 18 de janeiro de 2009, vítima de cancro do estômago, aos 39 anos de idade.
   
    

Os Vidreiros da Marinha Grande revoltaram-se há 85 anos

Posto da GNR
Posto da GNR - Armas apreendidas aos revoltosos
 Estação dos CTT sob ocupação militar
Estação dos C.T.T. sob ocupação militar
   
Em 1934 a estabilidade do Estado Novo Português, e a sua Constituição de 1933 que, em moldes fascistas e corporativos, estabelece sindicatos verticais, vai ser contestada de uma forma dramática na Marinha Grande.
Preparado inicialmente como uma greve, as acções previstas para o dia 18 de janeiro nos centros fabris de Silves, Barreiro e na Marinha Grande, foram acções descoordenadas e mal preparadas, que condenaram ao fracasso a contestação que os anarco-sindicalistas, até à altura a principal força a representar o operariado português, queriam transformar num grande braço de ferro com o Estado Novo, e abrir caminho para a ascensão do PCP como principal força de contestação junto da população trabalhadora
Contudo, na Marinha Grande este dia viria ter características únicas. À semelhança do que sucedeu em outros lugares, a contestação seguiu o padrão habitual, com a paragem das fábricas, manifestações de rua, cortes de comunicações, mas rapidamente evoluiu para algo maior: a instituição de um Soviete numa clara afirmação de oposição, e de tentativa de derrube do regime.
Operários, sobretudo da indústria vidreira, elegem um conselho operário que toma o poder e governa a Marinha Grande durante algumas horas. Entre as primeiras acções do Soviete conta-se a prisão do destacamento da GNR e a tomada da estação dos correios.
Todas estas acções são realizadas com grande serenidade, e sem derramamento de sangue. Os revoltosos, sem um plano de acção prévio, acabam por levar a família do comandante do posto da GNR para uma pensão, e os guardas são entregues à custódia do administrador da fábrica de vidro estatal. Nos correios, o chefe da estação pede para falar com a família, e é levado a casa onde usa o telefone para alertar as autoridades.
Uma vez alertadas, as autoridades militares fazem avançar para a Marinha Grande um contingente para repor a ordem pública, que chega na madrugada seguinte, pondo fim ao Soviete.
Ao contrário da acção dos revoltosos, a repressão movida pelo Estado Novo foi implacável, com perseguições ferozes, despedimentos, julgamentos fantoche que terminaram em pesadas penas, nomeadamente com o envio para o degredo nas colónias, e em particular para o campo do Tarrafal.
12
13
Alguns vidreiros presos e imagem do campo do Tarrafal

Dos 152 primeiros presos enviados para o Tarrafal, 37 tinham participado na revoltada dos vidreiros de 18 de janeiro de 1934, entre os quais António Guerra, que liderou a ocupação da Estação dos Correios, e que, condenado a 20 anos de degredo, viria a morrer no Tarrafal em 1948.
1718
António Costa, que morreu no Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, em 22 de setembro de 1937
     
in Wikipédia (imagens daqui)

Phil Everly, o mais novo da banda The Everly Brothers, nasceu há oitenta anos

Everlys Brothers in concert.jpg
 The Everly Brothers em concerto
   
A banda The Everly Brothers era formada pelos irmãos Don Everly (1 de fevereiro de 1937 em Brownie, uma pequena província - já extinta - perto de Central City, Kentucky), e Phil Everly (18 de janeiro de 1939, Chicago, Illinois - 3 de janeiro de 2014, Burbank, Califórnia).
Era uma banda de rock and roll com influência de country e que alcançou sucesso sobretudo nos anos 50.
Com um som leve, baseado mais no som da viola e em harmonias vocais, e com os seus versos inocentes e caras limpas, os Everly Brothers nunca foram, no auge da sua carreira, considerados uma ameaça à sociedade (como acontecia por exemplo com Chuck Berry e Little Richard); eles foram um dos grupos de rock mais importantes da música, por suas canções, que ajudaram a fazer a ponte entre o rock e a música country de uma maneira que agradasse os fãs de ambos os estilos. Além disso, o seu estilo de cantar, harmonioso, influenciou praticamente quase todas as bandas de rock dos anos 60.
A dupla separou-se em 1973, mas tornou a juntar-se em 1983, com um novo álbum produzido por Paul McCartney e Dave Edmunds, On The Wings Of A Nightingale, que tanto foi sucesso nos Estados Unidos quanto no Reino Unido.
Em 1990, os A-ha regravaram um dos sucessos da dupla, "Crying In The Rain", uma canção que teve muito sucesso na versão cover.
A banda The Everly Brothers teve um total de 26 canções no top 40 da Billboard Hot 100. Em 1986 eles estavam entre os 10 primeiros artistas a entrarem para o Hall da Fama do Rock and Roll, e seriam também incluídos no Hall da Fama da Música Country, em 2001. Eles ainda se apresentam como uma dupla ao redor do mundo muito próximo da doença e morte de Phil Everly.
Don (à direita) e Phil (à esquerda) numa foto promocional de 1958
   
  

El-Rei D. Pedro I juntou-se à sua amada Inês há 651 anos

  
Alcobaça
  
Corpos feitos de pedra - para sempre
aqui
nesta nave de gelo e de sombra,
no incandescente sono a que chamamos
eternidade.
  
Quem desperta o teu rosto? Quem move
as tuas mãos no gesto com que iludes
a distância dos vivos? Não sabemos
morrer
e repetimos hoje o mesmo abraço
fiel à órbita dos astros
e a esta certeza de que fomos
e somos e seremos
um do outro.
  
É assim o amor - uma palavra
sonâmbula, uma bênção
que os séculos não apagam
sob as pequenas asas de alguns anjos
guardando e protegendo o nosso imenso
segredo.
  
Corpos feitos de pedra - ainda e sempre
aqui
até ao fim do mundo,
até ao fim.
   
  
in Pena Suspensa (2004) - Fernando Pinto do Amaral

Vassilis Tsitsanis morreu há 35 anos

(imagem daqui)
  
Vassilis Tsitsanis (Trikala, 18 de janeiro de 1915Londres, 18 de janeiro de 1984) foi um compositor grego que tocava o bouzouki. Tornou-se um dos maiores compositores gregos de seu tempo e é amplamente reconhecido como um dos fundadores do estilo musical denominado rebético. Escreveu mais de quinhentas canções e ainda é lembrado como um dos maiores músicos gregos.
  
Biografia
Tsitsanis nasceu em Trikala, a 18 de janeiro de 1915. Desde muito jovem, Tsitsanis desenvolveu um grande interesse na música e aprendeu a tocar bandolim, violino e bouzouki, que foi o principal instrumento que usou nas suas canções. Em 1936 partiu para Atenas, para estudar Direito e, em 1937, fez a sua primeira gravação.
Em 1937 mudou-se para Salónica, onde prestou o serviço militar, permanecendo na cidade durante dez anos, durante a ocupação alemã da Grécia. Tornou-se famoso e, nesse período, escreveu muitas das suas melhores canções, as quais, no final da II Guerra Mundial, iria gravar. Até ao encerramento da gravadora pelos alemães em 1941, ele já havia gravado mais de cem das suas próprias composições e tocado em muitas de outros compositores.
Em 1943, Tsitsanis regressou a Atenas e começou a gravar mais das suas próprias composições, que também tornaram famosos muitos dos cantores que trabalharam com ele, como Sotiria Bellou, Marika Ninou e Prodromos Tsaousakis.
Tsitsanis morreu no Royal Brompton Hospital, em Londres, após uma operação a um pulmão, a 18 de janeiro de 1984, no dia de seu sexagésimo nono aniversário. Toda a Grécia entrou em luto, onde a sua música ainda é tida como a lenda do rebético.
  
  

Andy Rourke, o baixista da banda The Smiths, faz hoje 55 anos!

Andrew Michael Rourke (Manchester, 17 January 1964) is an english musician, best known as the bassist for The Smiths.

Career
Andy Rourke received an acoustic guitar from his parents when he was 7 years old. At age 11 he befriended a young John Maher (the future Johnny Marr) with whom he shared a mutual interest in music. The pair spent lunch breaks in school jamming and playing on their guitars. When Marr and Rourke formed a band, he invited Rourke (still then a guitarist) to try on bass, which he fell in love with and he stuck with ever since. At age 15 Rourke abandoned school. He passed through a series of menial jobs and played guitar and bass in various rock bands, as well as in the short lived funk band Freak Party, with his school friend Johnny Marr.
Marr later teamed up with Steven Morrissey to form the Smiths. Rourke joined the band after its first gig, and remained through most of its existence. Rourke was briefly sacked from the band, allegedly receiving the news in a note left under the windscreen wiper of his car: "Andy, you have left The Smiths. Good luck and goodbye, Morrissey". Morrissey has denied this. In May 1986, Rourke rejoined the Smiths, just before they recorded The Queen Is Dead. Marr described Rourke's contribution to that album as "something no other bass player could match". The Smiths released Strangeways, Here We Come in 1987 to critical acclaim, but split soon after.
Immediately after the break-up, Rourke and Smiths drummer Mike Joyce played with Sinéad O'Connor – Rourke (but not Joyce) appears on the album I Do Not Want What I Haven't Got (1990). Along with Craig Gannon, they provided the rhythm section for two singles by former Smiths singer Morrissey – "Interesting Drug" and "The Last of the Famous International Playboys" (both 1989). Rourke also played bass on Morrissey's "November Spawned a Monster" and "Piccadilly Palare" (both 1990) and composed the music for Morrissey's songs "Yes, I Am Blind" (the B-side of "Ouija Board, Ouija Board", 1989); "Girl Least Likely To" (a B-side on the 12-inch single of "November Spawned a Monster"; also released as a bonus track on the 1997 reissue of Viva Hate); and "Get Off the Stage" (the B-side of "Piccadilly Palare").
Rourke has also played and recorded with The Pretenders (appearing on some of the tracks on 1994's Last of the Independents); Killing Joke, Badly Drawn Boy (with whom Rourke toured for two years), Aziz Ibrahim (formerly of The Stone Roses), and ex-Oasis guitarist Bonehead as Moondog One, which also included Mike Joyce and Craig Gannon. Rourke also played bass for Ian Brown, both on tour and on Brown's album The World Is Yours.
In March 1996, Rourke and Mike Joyce started legal proceedings against Morrissey and Marr over royalties (see The Smiths for details). While Joyce continued with the action, Rourke settled out of court for £83,000.
Rourke, his then-manager Nova Rehman, his production company, Great Northern Productions, and others organised Manchester v Cancer, a series of concerts to benefit cancer research, later known simply as Versus Cancer. The initiative was prompted when Rehman's father and sister were diagnosed with the disease. The first Manchester vs Cancer concert took place in January 2006. It featured a reunion between Rourke and his former Smiths bandmate Johnny Marr, who performed one song together. The second Manchester v Cancer concert took place in March 2007. Rourke performed with former Oasis guitarist Bonehead's band Elektrik Milk. Rourke was less involved in organising the third concert in February 2008 or the fourth in December 2009.
Rourke formed Freebass with bass players Mani (ex-The Stone Roses) and Peter Hook (ex-New Order) in 2007 and remained active in the group until August 2010. Early in 2009, he relocated to New York City, where he has a program on East Village Radio and works as a club DJ with Olé Koretsky under the name Jetlag. A selection of the duo's remixes can be heard at Soundcloud.
Rourke is a lifelong Manchester United supporter.

 

Jonathan Davis, vocalista e baterista dos Korn, faz hoje 48 anos

Jonathan Houseman Davis (18 de janeiro de 1971) é o vocalista dos Korn, nascido e criado em Bakersfield, Califórnia, onde viveu com o pai e a madrasta. Na infância, sofreu vários traumas (abuso infantil pela madrasta, abuso sexual por uma vizinha pedófila e bullying na escola), que depois lhe serviram de inspiração para escrever músicas, o que se torna evidente na música Falling Away From Me, uma das melhores dos KoRn, onde a letra mostra temas da sua infância. Além de vocalista, ele é baterista. Ele tocou no álbum Issues, e também durante o cover de "Earache My Eye" em Live and Rare. Jonathan toca também gaita-de-foles. Aos doze anos já sabia tocar nove instrumentos, incluindo clarinete, violino e piano.
Jonathan foi o último elemento a entrar para os Korn. Munky e Head descobriram-no num bar, onde pretendiam ficar apenas alguns minutos. Mas ao verem Jonathan apresentar-se com a sua banda da época, Sexart, ficaram até o final e convidaram-no para se juntar aos Korn. Após consultar um médium, Jonathan aceitou o convite.
Com Jonathan na banda, o Korn virou uma sensação, e manteve-se popular desde então. Desde 1993, lançaram 12 álbuns de estúdio, dois álbuns ao vivo e uma compilação, e conquistaram platinas,além de 2 Grammys. Davis foi eleito 16# Melhor Vocalista de Heavy Metal de Todos os Tempos pela revista Hit Parader.
Em 25 de Maio de 2018, Jonathan lançou seu primeiro álbum solo: Black Labyrinth.
  

Ary dos Santos morreu há 35 anos...

(imagem daqui)

José Carlos Pereira Ary dos Santos (Lisboa, 7 de dezembro de 1937 - Lisboa, 18 de janeiro de 1984) foi um poeta e declamador português.
Ficou na História da música portuguesa por ter escrito poemas de 4 canções vencedoras do Festival Eurovisão da Canção: Desfolhada Portuguesa (1969), com interpretação de Simone de Oliveira, Menina do Alto da Serra (1971), interpretada por Tonicha, Tourada (1973), interpretada por Fernando Tordo e Portugal no Coração (1977), interpretada pelo grupo Os Amigos.
Com Fernando Tordo escreve mais de 100 poemas para canções do músico e o duo Tordo/Ary continua a ser, até hoje, um dos mais profícuos da História da Música Portuguesa. São de sua autoria canções intemporais como Tourada, Estrela da Tarde, Cavalo à Solta, O amigo que eu canto, Café, Dizer Que Sim à Vida e Rock Chock. Estas canções foram interpretadas por cantores como Fernando Tordo, Carlos do Carmo, Mariza, Amália Rodrigues, Mafalda Arnauth e Paulo de Carvalho.

Placa na casa onde Ary dos Santos viveu e morreu

Biografia
Proveniente de uma família da alta burguesia, com antepassados aristocratas, era filho do médico Carlos Ary dos Santos (1905-1957) e de Maria Bárbara de Miranda e Castro Pereira da Silva (1899-1950).
Estudou no Colégio de São João de Brito, em Lisboa, onde foi um dos melhores alunos. Após a morte da mãe, vê publicados, pela mão de vários familiares, alguns dos seus poemas. Tinha catorze anos e viria, mais tarde, a rejeitar esse livro. Ary dos Santos revelaria, verdadeiramente, as suas qualidades poéticas em 1954, com dezasseis anos de idade. Várias poesias suas integraram então a Antologia do Prémio Almeida Garrett.
Pela mesma altura, Ary abandona a casa da família. Para o seu sustento económico exerce as mais variadas actividades, que passariam pela venda de máquinas para pastilhas elásticas, até ao trabalho numa empresa de publicidade. Não cessa de escrever e, entretanto, dá-se a sua estreia literária efetiva, com a publicação de A Liturgia do Sangue (1963). Em 1969 adere ao Partido Comunista Português, com qual participa activamente nas sessões de poesia do então intitulado Canto Livre Perseguido.
Através da música chegará ao grande público, concorrendo, por mais que uma vez, ao Festival RTP da Canção, sob pseudónimo, como exigia o regulamento. Classificar-se-ia em primeiro lugar com as canções Desfolhada Portuguesa (1969), com interpretação de Simone de Oliveira, Menina do Alto da Serra (1971), interpretada por Tonicha, Tourada (1973), interpretada por Fernando Tordo e Portugal no Coração (1977), interpretada pelo grupo Os Amigos.
Após o 25 de Abril, torna-se um activo dinamizador cultural da esquerda, percorrendo o país de lés a lés. No Verão Quente de 1975, juntamente com militantes da UDP e de outras forças radicais, envolve-se no assalto à Embaixada de Espanha, em Lisboa.
Autor de mais de seiscentos poemas para canções, Ary dos Santos fez no meio muitos amigos. Gravou, ele próprio, textos ou poemas de e com muitos outros autores e intérpretes. Notabilizou-se também como declamador, tendo gravado um duplo álbum contendo O Sermão de Santo António aos Peixes, do Padre António Vieira. À data da sua morte tinha em preparação um livro de poemas intitulado As Palavras das Cantigas, onde era seu propósito reunir os melhores poemas dos últimos quinze anos, e um outro intitulado Estrada da Luz - Rua da Saudade, que pretendia ser uma autobiografia romanceada.
Depois de falecer, a 18 de janeiro de 1984, o seu nome foi dado a um largo do Bairro de Alfama, descerrando-se uma lápide evocativa na fachada da sua casa, na Rua da Saudade, onde viveu praticamente toda a sua vida. Ainda em 1984 foi lançada a obra VIII Sonetos de Ary dos Santos, com um estudo sobre o autor de Manuel Gusmão e planeamento gráfico de Rogério Ribeiro, no decorrer de uma sessão na Sociedade Portuguesa de Autores, da qual o autor era membro. Em 1988, Fernando Tordo editou o disco O Menino Ary dos Santos, com os poemas escritos por Ary dos Santos na sua infância. Em 2009, Mafalda Arnauth, Susana Félix, Viviane e Luanda Cozetti dão voz ao álbum de tributo Rua da Saudade - canções de Ary dos Santos.
Hoje, o poeta do povo é reconhecido por todos e todos conhecem José Carlos Ary dos Santos, pois a sua obra permanece na memória de todos e, estranhamente, muitos dos seus poemas continuam actuais. Todos os grandes cantores o interpretaram e ainda hoje surgem boas vozes a cantá-lo na perfeição. Desde Fernando Tordo, Simone de Oliveira, Tonicha, Paulo de Carvalho, Carlos do Carmo, Amália Rodrigues, Maria Armanda, Teresa Silva Carvalho, Vasco Rafael, entre outros, até aos mais recentes como Susana Félix, Viviane, Mário Barradas, Vanessa Silva e Katia Guerreiro.
A 4 de outubro de 2004 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, a título póstumo.
Publicações
  • 1953 - Asas
  • 1963 - A Liturgia do Sangue
  • 1964 - Tempo da Lenda das Amendoeiras
  • 1965 - Adereços, Endereços
  • 1968 - Insofrimento In Sofrimento
  • 1970 - Fotos-grafias
  • 1970 - Ary por Si Próprio
  • 1973 - Resumo
  • 1974 - Poesia Política
  • 1975 - Lllanto para Alfonso Sastre y Todos
  • 1975 - As Portas que Abril Abriu
  • 1977 - Bandeira Comunista
  • 1979 - Ary por Ary
  • 1979 - O Sangue das Palavras
  • 1980 - Ary 80
  • 1983 - Vinte Anos de Poesia
  • 1984 - As Palavras das Cantigas
  • 1984 - Estrada da Luz
  • 1984 - Rua da Saudade
 
 
Meu Amor, Meu Amor
Poema de Ary Dos Santos
Música de Alain Oulman

Meu amor meu amor
meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.

Meu limão de amargura meu punhal a escrever
nós parámos o tempo não sabemos morrer
e nascemos nascemos
do nosso entristecer.

Meu amor meu amor
meu nó e sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento

Este mar não tem cura este céu não tem ar
nós parámos o vento não sabemos nadar
e morremos morremos
devagar devagar.

quinta-feira, janeiro 17, 2019

O Nobel da Literatura Camilo José Cela morreu há dezasseis anos

Camilo José Cela Trulock, 1.º Marquês de Iria Flavia (Padrón, 11 de maio de 1916 - Madrid, 17 de janeiro de 2002) foi um escritor espanhol.
Ele ofereceu os seus serviços como informador ao regime de Franco e mudou-se voluntariamente de Madrid para a Galiza durante a Guerra Civil, para se juntar às forças franquistas.
Foi membro da Real Academia Espanhola desde 1957 até à sua morte. Recebeu o Prémio Nobel de Literatura em 1989.
Começou o curso de Medicina na Universidade Complutense e assistiu a algumas aulas de Filosofia e Letras na Universidade de Madrid.
Lutou na Guerra Civil, integrado no exército nacionalista de Franco, até que foi ferido por uma granada, tendo aí terminado a sua vida militar. Uma vez finda a guerra, dedicou-se ao jornalismo e ocupou vários empregos de carácter essencialmente burocrático, entre os quais o de censor, que mais tarde o faria ser bastante criticado.
Em 1944 casou com Rosario Conde Picavea, de quem teve um filho, Camilo José Cela Conde, nascido em 1946.
No meio de um panorama caracterizado pela abundância de romances de escassa capacidade renovadora, em 1942 se produz um acontecimento de singular importância literária: a publicação de A família de Pascual Duarte (uma dura história ambientada num pequeno povoado: reflecte o mundo popular e camponês e a seres primitivos, de instintos primários e grandes paixões, onde se destacam o ódio e a violência). Escrita com uma prosa brutal e crua, foi todo ele um acontecimento e deu lugar mesmo a uma corrente, conhecida como «Tremendismo».
Em 1943, Pavilhão de repouso, sucessão de monólogos dos tuberculosos de um sanatório, aprofunda a linha existencialista, que em A família de Pascoal Duarte já tinha manifestado, na caracterização da vida como algo absurdo.
Em 1948, Viagem a Alcarria descrevia, ainda que sem excessiva crueza, um mundo rural atrasado e marginalizado, semelhante ao de A família de Pascual Duarte.
A colmeia, a obra mais importante de Cela, inaugura o realismo social dos anos cinquenta. Seria editado, em 1951, em Buenos Aires, já que a censura tinha proibido a sua publicação na Espanha, por causa das suas passagens eróticas.
Sempre inquieto e desejoso de procurar novos caminhos narrativos, sua seguinte novela, Mrs. Caldwell fala com seu filho (1953), afasta-se do realismo para mergulhar na mente de uma louca que dialoga com o seu filho morto.
Depois de um longo parêntese, em 1969 publica São Camilo 1936, novela experimental que, mediante um único monólogo interior, oferece uma descrição surrealista do primeiro dia da guerra civil num bordel de Madrid.
Entre as suas últimas novelas destacam Mazurca para dois mortos (1983), que se passa na sua Galiza natal, e Cristo contra Arizona (1994), que continua a sua linha experimentalista. A sua última obra publicada é Madeira de lei, e tem como argumento a vida dos pescadores da Costa da Morte.
Escudo del marquesado de Iria Flavia.svg
Brasão do Marquês de Iria Flavia
  
 
 
Poema en forma de mujer que dicen temeroso, matutino, inútil


Ese amor que cada mañana canta
y silba, temeroso, matutino, inútil
(también silba)
bajo las húmedas tejas de los más solitarios corazones
-¡Ave María Purísima!-

y rosas son, o escudos, o pajaritas recién paridas,
te aseguro que escupe, amoroso
(también escupe)
en ese pozo en el que la mirada se sobresalta.
Sabes por donde voy:

tan temeroso
tan tarde ya
(también tan sin objeto).
Y amargas o semiamargas voces que todos oyen
llenos de sentimiento,

no han de ser suficientes para convertirme en ese dichoso,
caracol al que renuncio
(también atentamente).
Un ojo por insignia,
un torpe labio,

y ese pez que navega nuestra sangre.
Los signos de oprobio nacen dulces
(también llenos de luz)
y gentiles.
Eran
-me horroriza decirlo-
muchos los años que volqué en la mar
(también como las venas de tu garganta, teñida de un tímido color).

Eran
-¿por qué me lo preguntas?-

dos las delgadas piernas que devoré.
Quisiera peinar fecundos ríos en la barba
(también acariciarlos)
e inmensas cataratas de lágrimas
sin sosiego,

desearía, lleno de ardor, acunar allí mismo donde nadie se atreve a
levantar la vista.
Un muerto es un concreto
(también se ríe)
pensamiento que hace señas al aire.
La mariposa,

aquella mariposa ruin que se nutría de las más privadas
sensaciones,
vuela y revuela sobre los altos campanarios
(también hollados campanarios)
aún sin saber,
como no sabe nadie,

que ese amor que cada día grita
y gime, temeroso, matutino, inútil
(también gime)
bajo las tibias tejas de los corazones,
es un amor digno de toda lástima.


Camilo José Cela

Popeye surgiu há noventa anos...!

Imagem da abertura de "O Novo Show do Popeye" produzido em 1978
  
Popeye é um personagem clássico de banda desenhada, criado por E. C. Segar a 17 de janeiro de 1929, e adaptado para os desenhos animados em 1933, pelos irmãos Dave e Max Fleischer.
É um marinheiro carismático que está sempre a tentar proteger a sua namorada, Olívia Palito (em inglês Olive Oyl), das garras de seu eterno inimigo, Brutus.
Quando come espinafres, Popeye fica muito mais forte e confiante, podendo vencer qualquer desafio, tendo a sua força equiparada até à do poderoso Super Homem.
   
(...)
   
Popeye surgiu em 1929 na banda desenhada "Thimble Theatre" ("Teatro em Miniatura"), de Elzie Crisler Segar no "New York Journal". Em uma história, publicada a 17 de janeiro de 1929, o irmão da Olívia, Castor Palito, estava a voltar de uma viagem de navio em busca de Bernice, uma lendária galinha mágica, que emitia o ruído whiffle (e por isso era chamada de Galinha Whiffle), que podia dar força e invulnerabilidade a qualquer um que esfregasse as suas penas. Castor então resolve contratar mais um marinheiro para a sua tripulação, ele chega a um cais e pergunta a um homem com fato de marinheiro: "Ei, você aí! Você é um marinheiro?" e ele o responde: "Você achou que eu fosse um cowboy?!".
Antes de Popeye aparecer na banda desenhada, estas eram protagonizadas pelos membros da família Palito, o irmão da Olívia, Castor, e os pais Cole e Nana; outro que também tinha as suas próprias bndas desenhadas, como o comedor de hambúrgueres Wimpy. A Olívia tinha outro namorado antes da chegada de Popeye, que se chamava Ham Gravy. À medida que o tempo passou, Ham Gravy foi substituído por Popeye, que se tornou o novo namorado da Olívia. Com a inclusão de Popeye, as histórias mudaram de título, passando a se chamar "Thimble Theatre: Starring Popeye the Sailor".
  

Al Capone nasceu há 120 anos

Alphonsus Gabriel Capone, ou simplesmente Al Capone, (Brooklyn, 17 de janeiro de 1899 - Palm Beach, 25 de janeiro de 1947) foi um gângster ítalo-americano que liderou um grupo criminoso dedicado ao contrabando e venda de bebidas entre outras atividades ilegais, durante a Lei Seca que vigorou nos Estados Unidos nas décadas de 20 e 30. Considerado por muitos como o maior gângster dos Estados Unidos. Al - como era chamado pelo seu círculo íntimo, tinha a alcunha de Scarface ("Cara de Cicatriz"), devido a uma cicatriz no seu rosto.
  
Biografia
Alphonsus Gabriel Capone nasceu a 17 de janeiro de 1899, em Brooklyn, Nova Iorque. Os seus pais, Gabriele (12 de dezembro de 1864 - 14 de novembro de 1920) e Teresina Capone (28 de dezembro de 1867 - 29 de novembro de 1952) eram imigrantes da Itália, sendo o pai um barbeiro de Castellammare di Stabia, cidade a cerca de 26 km a sul de Nápoles, e a sua mãe uma costureira e filha de Angelo Raiola de Angri, uma cidade na província de Salerno.
Al Capone cresceu num bairro muito pobre e pertenceu a pelo menos duas quadrilhas de delinquentes juvenis. Aos catorze anos foi expulso da escola em que fazia o ensino secundário por agredir um professor. Integrou o grupo dos Cinco Pontos Five Points Gang em Manhattan, e trabalhou para o gângster Frank Yale.
Em 1918, Capone conheceu Mae "Joséphine" Coughlin, de ascendência irlandesa. A 4 de dezembro de 1918, Mae deu à luz seu filho, Albert "Sonny" Francis. Capone casou-se com ela no dia 30 de dezembro do mesmo ano.
No ano seguinte, 1919, foi enviado por Frank Yale para Chicago transferindo-se para lá com sua família para uma casa localizada em South Prairie Avenue, 7244, e tornou-se braço direito do mentor de Yale, John Torrio.
Quando Torrio foi alvejado por rivais de outras gangues, Capone passou a liderar os negócios e rapidamente demonstrou que era melhor para comandar a organização do que Torrio, expandindo o sindicato criminoso para outras cidades entre 1925 e 1930.
Aos 26 anos mostrava-se um homem sem escrúpulos, frio e violento. Em 1929 foi nomeado o homem mais importante do ano, junto com personalidades da importância do físico Albert Einstein e do líder pacifista Mahatma Gandhi.
Capone controlava informantes, pontos de apostas, casas de jogo, bordéis, bancas de apostas em corridas de cavalos, clubes noturnos, destilarias e cervejarias. Chegou a ganhar mais de 100 milhões de dólares norte-americanos por ano, durante a Lei Seca; foi um dos que mais a desrespeitaram. Por ser promíscuo, acabou contraindo sífilis, o que o obrigava tomar remédios fortes.
Em 1931, foi condenado pela justiça americana por fuga aos impostos, com onze anos de prisão. A sua pena foi revista em 1939, por causa do seu estado de saúde; ele tinha sífilis e já apresentava distúrbios mentais, tendo morrido da doença em 1947.
  
No Cinema
No cinema foi consagrado por vários filmes e representado por diferentes actores que viveram o papel do mais famoso gângster norte-americano, como Wallace Beery, Paul Muni, Barry Sullivan, Rod Steiger, Neville Brand, Ben Gazzara, Robert De Niro, Anthony LaPaglia, Jon Bernthal.
O personagem Augusto, de O Conto do Vigário, filme de Federico Fellini, foi inspirado na figura de Al Capone.