quinta-feira, abril 07, 2022

Almada Negreiros nasceu há 129 anos

  
José Sobral de Almada Negreiros (Trindade, 7 de abril de 1893 - Lisboa, 15 de junho de 1970) foi um artista multidisciplinar, pintor, escritor, poeta, ensaísta, dramaturgo e romancista português ligado ao grupo modernista. Também foi um dos principais colaboradores da Revista Orpheu.
 
Retrato de Fernando Pessoa, 1954, óleo sobre tela
 
  
 
Canção da Saudade 
 

Se eu fosse cego amava toda a gente.

Não é por ti que dormes em meus braços que sinto amor. Eu amo a minha irmã gémea que nasceu sem vida, e amo-a a fantasiá-la viva na minha idade.

Tu, meu amor, que nome é o teu? Diz onde vives, diz onde moras, dize se vives ou se já nasceste.

Eu amo aquela mão branca dependurada da amurada da galé que partia em busca de outras galés perdidas em mares longissimos.

Eu amo um sorriso que julgo ter visto em luz do fim-do-dia por entre as gentes apressadas.

Eu amo aquelas mulheres formosas que indiferentes passaram a meu lado e nunca mais os meus olhos pararam nelas.

Eu amo os cemitérios - as lages são espessas vidraças transparentes, e eu vejo deitadas em leitos floridos virgens nuas, mulheres belas rindo-se para mim.

Eu amo a noite, porque na luz fugida as silhuetas indecisas das mulheres são como as silhuetas indecisas das mulheres que vivem em meus sonhos. Eu amo a lua do lado que eu nunca vi.

Se eu fosse cego amava toda a gente.
 

 
in Frisos - Revista Orpheu nº1 - Almada Negreiros

Billie Holiday nasceu há 107 anos


     
Billie Holiday (Filadélfia, 7 de abril de 1915 - Nova Iorque, 17 de julho de 1959), por vezes, mais conhecida como Lady Day, é por muitos considerada a maior de todas as cantoras do jazz.
     

 


Ravi Shankar nasceu há 102 anos

   
Ravi Shankar (nascido Robindro Shaunkor Chowdhury; Varanasi, 7 de abril de 1920 - San Diego, 11 de dezembro de 2012) foi um compositor e músico indiano. Ravi Shankar ficou conhecido em todo o mundo a partir da década de 60, ao colaborar com astros do pop e rock como os Beatles. Ravi Shankar foi considerado como o "padrinho de música do mundo".
   
O mais novo de sete filhos de uma família brâmane bengali, o seu pai, V. Lakshinarayana, era professor de violino no seu país, o que contribuiu para que Shankar começasse a tocar esse instrumento quando tinha cinco anos. Uma década depois, deixou a Índia para viajar até Paris com a companhia de dança do seu irmão Uday. Em 1936, começou a estudar sitar, instrumento tradicional indiano, sob a direção de Ustad Allauddin Khan, e pouco depois começou a fazer excursões pela Europa e EUA.
Alcançou a fama no Ocidente graças à sua amizade com o guitarrista George Harrison, dos Beatles, de quem foi guru após conhecê-lo, em 1966. No ano seguinte, realizou o seu primeiro dueto com o violinista Yehudi Menuhin, com o qual posteriormente colaborou em várias ocasiões.
Em 1969, viajou aos EUA com a intenção de aprofundar-se na música do Ocidente e, ao mesmo tempo, popularizar sua música hindu. Dois anos mais tarde, a pedido do Orquestra Sinfónica de Londres, compôs um concerto que estreou no Royal Festival Hall, na capital inglesa. Em 1976, começou a colaborar com o guitarrista John McLaughlin, com quem fundou o grupo Shakti, trabalhou na One Truth Band e gravou o álbum 'Touch me there', sob a direção de Frank Zappa. Ravi Shankar participou do festival de Monterrey em 1967 e 1969 ao lado de Jimi Hendrix, Joe Cocker, Janis Joplin e outros no lendário Festival de Woodstock.
Shankar ensinou nas universidades de Nova York e Los Angeles, dirigiu a partir de 1970, o Departamento de Música Indiana no California Institute of the Arts. Compôs bandas sonoras de filmes, como o "Gandhi" de Richard Attenborough. Em 1986 foi nomeado pelo primeiro-ministro Rajiv Gandhi para a câmara superior do Parlamento indiano, onde atuou até 1992.
Apesar de já falecido, com seu álbum "The Living Room Sessions Parte 1" Ravi Shankar foi nomeada para os Grammy Awards de 2013 na categoria "Melhor Álbum de Música do Mundo".
O seu primeiro casamento em 1941, com a filha do músico Ustad Allauddin Khan, Annapurna Devi, terminou em 1982, após anos de separação, nos quais manteve relações com Kamala Chakravarty e Sue Jones, mãe da sua filha, a cantora de jazz Norah Jones. De um relacionamento com Sukanya Shankar nasce a proeminente sitarista Anoushka Shankar em 1981. Por fim, Shankar casou em 1989 com Sukanya Rajan, com quem viveu desde então, entre San Diego e Nova Deli. Ele também teve um filho, Shubhendra Shankar, que seguiu a carreira de sitarista até morrer, repentinamente, aos 50 anos, em 1992.
Ravi Shankar morreu em 11 de dezembro de 2012, em San Diego, aos 92 anos. Ele estava doente desde o ano anterior, por causa de problemas respiratórios e cardíacos, o que o levou a submeter-se, no dia 6 de dezembro, a uma intervenção cirúrgica para substituir uma válvula cardíaca, morrendo no período de recuperação.
   

 


O Massacre de Realengo foi há onze anos

Fachada da escola momentos depois do crime

  

O Massacre de Realengo refere-se à chacina ocorrida em 7 de abril de 2011, por volta das 08.30 horas da manhã (UTC-3), na Escola Municipal Tasso da Silveira, localizada no bairro de Realengo, no município do Rio de Janeiro. Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, invadiu a escola armado com dois revólveres e começou a disparar contra os alunos presentes, tendo matado doze deles, com idade entre 13 e 15 anos, deixando mais 22 feridos. O assassino foi intercetado por polícias, mas cometeu suicídio antes de ser detido.

A motivação do crime figura incerta, porém a nota de suicídio de Wellington e o testemunho público de sua irmã adotiva e o de um colega próximo apontam que o atirador era reservado, sofria bullying e pesquisava muito sobre assuntos ligados a atentados terroristas e a grupos religiosos fundamentalistas. O crime causou comoção no país e teve ampla repercussão em noticiários internacionais.


Wellington Menezes de Oliveira matou a tiros doze adolescentes na Escola Municipal Tasso da Silveira
   

Conforme a lista divulgada pela polícia do Rio de Janeiro, as vítimas foram:

   

  • Ana Carolina Pacheco da Silva, 13 anos
  • Bianca Rocha Tavares, 14 anos
  • Géssica Guedes Pereira, 15 anos
  • Igor Moraes, 13 anos
  • Karine Chagas de Oliveira, 14 anos
  • Larissa dos Santos Atanásio, 13 anos
  • Laryssa Silva Martins, 13 anos
  • Luiza Paula da Silveira Machado, 15 anos
  • Mariana Rocha de Souza, 13 anos
  • Milena dos Santos Nascimento, 15 anos
  • Rafael Pereira da Silva, 14 anos
  • Samira Pires Ribeiro, 14 anos
 
Famílias de quatro das vítimas decidiram doar os órgãos dos adolescentes. A prefeitura homenageou as vítimas dando seus nomes a doze creches da cidade. A primeira a receber esta homenagem foi Samira Pires Ribeiro, cujo nome foi dado a uma creche (Espaço de Desenvolvimento Infantil) no bairro de Guaratiba.
   

O trompetista Freddie Hubbard nasceu há 84 anos

     
Na juventude, Hubbard associou-se a vários músicos de Indianápolis, dentre eles Wes Montgomery e seus irmãos. Chet Baker foi uma das suas primeiras influências, embora Hubbard tenha se alinhado com a abordagem de Clifford Brown (e, claramente, Fats Navarro e Dizzy Gillespie).
Hubbard ingressou mais seriamente no jazz após mudar-se para Nova Iorque, em 1958. Ali, trabalhou com Sonny Rollins, Slide Hampton, J. J. Johnson, Bill Evans, Philly Joe Jones, Oliver Nelson e Quincy Jones, além de outros.
Em 1972 recebeu um Grammy para o melhor disco de jazz.
Durante a sua carreira, de quase 50 anos, Hubbard recebeu o Prémio dos Mestres do Jazz da Instituição Nacional das Artes, em 2006, e tocou com com figuras lendárias como John Coltrane, Ornette Coleman, McCoy Tyner, Art Blakey e Herbie Hancock.
Morreu num hospital de Sherman Oaks, no noroeste de Los Angeles, um mês depois de ter sofrido um ataque cardíaco.
    

 


quarta-feira, abril 06, 2022

O Visconde de Alvalade nasceu há 185 anos

 
Alfredo Augusto das Neves Holtreman (Santarém, 6 de abril de 1837Lisboa, 7 de junho de 1920), 1.º Visconde de Alvalade, foi um advogado e empresário português.
Descendente da família Holtreman, foi filho de António Maria Ribeiro da Costa Holtreman, Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e Advogado em Lisboa, e de sua mulher Libânia Augusta das Neves e Melo.

O título de 1.º Visconde de Alvalade foi-lhe concedido, em uma vida, por Decreto de D. Carlos I de Portugal de 22 de junho de 1898.
Da primeira filha, teve como neto José Alfredo Holtreman Roquette, mais conhecido por José Alvalade. Em 1904 quando este seu neto lhe pediu ajuda financeira para fundar o que viria a tornar-se Sporting Clube de Portugal, além de 200$000 réis, disponibilizou também terrenos na sua Quinta em Alvalade, que abarcava as atuais zonas do Lumiar, Campo Grande e Alvalade, em Lisboa para a construção do Estádio. Foi nomeado 1.º Presidente do Sporting Clube de Portugal, como Presidente Honorário, em 1906.
Após a Implantação da República, a 5 de outubro de 1910, o 1.º Visconde de Alvalade perdeu o interesse no Sporting Clube de Portugal, até porque se viu obrigado a ausentar-se para Londres, devido às suas ligações com a Família Real.
     
Brasão do Visconde de Alvalade - blog Miguel Ângelo Boto - Heráldica)
     

Gerry Mulligan nasceu há 95 anos

 
Gerry Mulligan
, nome artístico de Gerald Joseph Mulligan (Nova Iorque, 6 de abril de 1927 - Darien, 20 de janeiro de 1996) foi um saxofonista de jazz norte-americano.
Mulligan aprendeu piano e instrumentos de sopro quando adolescente e aos 17 anos escrevia arranjos para a banda de rádio de Johnny Warrington. Especializou-se no sax barítono, instrumento no qual se tornou, talvez, a maior referência mundial. Com um timbre riquíssimo e grande agilidade, com improvisações extremamente melódicas, tendo preferência por atmosferas mais intimistas, foi um dos principais expoentes do cool jazz, participando das gravações do célebre disco do trompetista Miles Davis, "Birth of the Cool".
Criou o primeiro quarteto de jazz sem piano, com Bob Whitlock, (contrabaixo), Chico Hamilton (bateria), e Chet Baker (trompete).
Faleceu em 1996, devido às complicações causadas por uma cirurgia ao joelho.

 


Sing Me Back Home, Merle Haggard...

O Principezinho foi publicado há 79 anos...

 
E foi então que apareceu a raposa:

- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira.
- Quem és tu? - perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.

Após uma reflexão, acrescentou:

- Que quer dizer “cativar”?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer “cativar”?
- Os homens, disse a raposa, têm armas e caçam. É bem incómodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços...”
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um menino inteiramente igual a cem mil outros meninos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.

A raposa pareceu intrigada:

- Noutro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.

Mas a raposa voltou à sua ideia.

- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens caçam-me. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E é por isso que eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativares, a minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos fazem-me entrar na toca. Os teus chamar-me-ão para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa nenhuma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa nenhuma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens já não têm amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu sentar-te-ás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu olhar-te-ei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, sentar-te-ás cada vez mais perto...

No dia seguinte o principezinho voltou.

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estaria inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso rituais.
- Que é um ritual? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um ritual. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até à vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não ganhaste nada.
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.

Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te darei de presente um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
 
  
in O Principezinho - Antoine de Saint Exupery

Hoje é um dia importante para a Escócia...!

 
The Declaration of Arbroath is a declaration of Scottish independence, made in 1320. It is in the form of a letter submitted to Pope John XXII, dated 6 April 1320, intended to confirm Scotland's status as an independent, sovereign state and defending Scotland's right to use military action when unjustly attacked.
Generally believed to have been written in the Arbroath Abbey by Bernard of Kilwinning, then Chancellor of Scotland and Abbot of Arbroath, and sealed by fifty-one magnates and nobles, the letter is the sole survivor of three created at the time. The others were a letter from the King of Scots, Robert I, and a letter from four Scottish bishops which all presumably made similar points.
   

  
Sean Connery at a Tartan Day celebration in Washington D.C. with members of the USAF Reserve Pipes and Drums

Tartan Day is a celebration of Scottish heritage on April 6, the date on which the Declaration of Arbroath was signed in 1320. A one-off event was held in New York City in 1982, but the current format originated in Canada in the mid 1980s. It spread to other communities of the Scottish diaspora in the 1990s. In Australasia the similar International Tartan Day is held on July 1, the anniversary of the repeal of the 1747 Act of Proscription that banned the wearing of tartan.
Tartan Days typically have parades of pipe bands, Highland dancing and other Scottish-themed events.
   

A Batalha dos Atoleiros foi há 638 anos

   
A Batalha dos Atoleiros ocorreu a 6 de abril de 1384, no atual município português de Fronteira, distrito de Portalegre e a cerca de 60 km da fronteira com Castela, entre as forças portuguesas, comandadas por Nuno Álvares Pereira, e uma expedição punitiva castelhana, enviada por João I de Castela, junto da povoação do mesmo nome, no Alentejo.
D. Nuno Álvares Pereira, chefe militar português que tinha sob o seu comando uma força de 1.500 homens de pé, dos quais 100 besteiros e 300 lanceiros ingleses (cavalaria ligeira e pesada). As forças castelhanas invasoras contavam com um efetivo com 5.000 homens.
Por esta altura, Nuno Álvares Pereira fora nomeado pelo Mestre de Avis como fronteiro do Alentejo, temendo este a entrada em Portugal do exército castelhano por aquela zona. Partindo de Lisboa, D. Nuno aumentou o número dos seus homens pelo caminho e aproximou-se do exército inimigo, que intentava cercar Fronteira. Mais numerosos e conscientes que D. Nuno os iria intercetar, os castelhanos enviaram um emissário ao chefe do exército português, tentando dissuadi-lo. Perante a recusa dos portugueses, o exército castelhano foi ao seu encontro. O exército português já os aguardava, formando um quadrado (retângulo, mais precisamente) com a maioria dos veteranos lanceiros ingleses na vanguarda; nas alas e retaguarda estavam os peões, misturados com mais lanceiros ingleses. Os castelhanos atacaram com a cavalaria, que foi contida pelos lanceiros ingleses e por virotões, o que gerou grande desordem. A batalha durou pouco, tendo sofrido o exército castelhano pesadas baixas.
As tropas castelhanas começaram a recuar, sendo perseguidas por todo o resto do dia pelas forças juntadas por D. Nuno Álvares Pereira, que lhes deu caça até à distância de cerca de sete quilómetros do local da batalha.
A batalha dos Atoleiros constituiu na Península Ibérica a primeira e efetiva utilização das novas técnicas de defesa de forças de infantaria em inferioridade numérica, aprendida dos ingleses, perante uma cavalaria pesada muito superior. A mais conhecida destas será a técnica de «pé terra»» ou «pé em terra», pela primeira vez usada em Portugal: consistia em peões armados com lanças a esperar a carga da cavalaria inimiga, adotando uma tática defensiva.
Uma das mais curiosas notas da batalha é que, embora as forças de Castela tenham sofrido perdas muito elevadas, principalmente com muitos mortos entre a cavalaria pesada (que era a força castelhana mais importante), do lado português não ocorreu uma única morte, julgam alguns, nem se registaram feridos - algo pouco provável, pois o ataque castelhano consistiu primeiro em atacar a cavalo e, como tal não surtiu efeito, nova investida foi feita a pé, havendo então combate corpo a corpo.
Este facto só por si foi importante pois, para a realidade da Idade Média, um ambiente extremamente condicionado pela religião, a inexistência de mortos ou feridos foi vista como uma prova de que o lado português tinha o apoio de Deus. 


Data 6 de abril de 1384
Local Atoleiros, Fronteira (Portugal), Portugal
Desfecho
  • Vitória portuguesa
Beligerantes
Nações:
Nações:
Comandantes
Liderados por:
Liderados por:
Forças
Total de homens: 1.400 
  • 1,000 soldados a pé
  • 300 cavaleiros
  • 100 besteiros
Total de homens: 5.000
  • 3,000 soldados a pé
  • 2,000 cavaleiros
Baixas
Perdas:
  • Não houve baixas
Perdas:
  • Muitas

As Cortes de Coimbra deram a Portugal uma nova dinastia há 637 anos

(imagem daqui)
   
De acordo com a decisão tomada pelo Mestre de Avis, pelos nobres e representantes do povo reunidos no mosteiro de São Domingos de Lisboa e a conselho de D. Nuno Álvares Pereira, convocou o primeiro, na qualidade de Defensor do Reino, as cortes de Coimbra nos Paços de El-Rei naquela cidade, para 6 de abril de 1385, com a seguinte ordem de trabalhos:
  • atribuições da coroa;
  • o financiamento da guerra;
  • a formulação dos capítulos que um dos três estados podia propor à resolução real.
O clero esteve representado pelo arcebispo de Braga, pelos bispos das principais cidades, pelo prior de Santa Cruz de Coimbra, por dois abades mitrados beneditinos, por Rui Lourenço, deão de Coimbra, e «outros prelados» entre os quais D. João de Ornelas, abade de Alcobaça. A nobreza, por setenta e dois fidalgos e muitos outros cavaleiros e escudeiros. E, como procuradores dos povos, os representantes de trinta e uma vilas e cidades. Antes de referir o que de fundamental se passou nestas cortes convém dizer em traços largos qual o panorama político-económico-social do País.
Alguns autores interpretam que os burgueses e os legistas apressaram o desmembramento da nobreza, quando promoveram e orientaram a revolução, aproveitando, ao que parece, uma experiência anterior, vivida escassos anos atrás, aquando dos tumultos de 1372, em que a «arraia-miúda» se manifestou contra o casamento de D. Fernando com D. Leonor Teles. Essa, sim, terá sido a verdadeira rebelião popular espontaneamente surgida, pois o povo não queria ver fortalecida, junto do rei, a posição da nobreza, a que estava ligada a nova rainha. Assim, o movimento dos mesteirais de Lisboa, capitaneado por Fernão Vasques, em 1372, terá ficado na memória da burguesia, mostrando-lhe bem a valia potencial das massas revoltadas, se estas viessem a ser orientadas para lhe servirem de instrumento para a consecução do papel político que era ambicionado pelos armadores e mercadores de Lisboa e do Porto.
Desencadeada essa força, a burguesia irá servir-se dela para se alcandorar, com o Mestre de Avis, à direção superior do Reino, sendo, para isso, assistida pelos legistas, cujas conceções de Direito romano irão ajudar à consolidação do Estado.
A aceitação de um rei estrangeiro pelos Portugueses mostrava-se difícil.
Formaram-se logo três partidos:
No que respeita ao clero, houve no início algumas figuras marcantes, como os bispo de Lisboa, bispo de Coimbra e bispo da Guarda (os dois primeiros, D. Martinho e D. João Cabeça de Vaca, eram castelhanos), que aderiram ao partido do rei de Castela. Mas o mesmo não aconteceu com outros, como o arcebispo de Braga, D. Lourenço Vicente que, sendo partidário da causa nacional, teve uma atitude patriótica ao longo de toda a crise e muito contribuiu para o triunfo final.
Em grande parte, a nobreza desta época alinhou com João I de Castela, que reclamava ser rei e senhor efetivo de Portugal pelo seu casamento com Beatriz e pela renúncia à regência de Leonor Teles de Meneses. Mas houve também fidalgos que tomaram o partido do mestre de Avis. Eram, no entanto, na sua maioria, das mais baixas camadas da nobreza. A única exceção de relevo verificou-se nas Ordens Militares, que se mantiveram quase todas do lado português. Assim, para além do povo e das baixas camadas da nobreza e respetivos homens de armas, o núcleo mais ativo com que pôde contar o «Regedor e Defensor do Reino» foi constituído por uma classe média de burgueses e de artesãos.
No entanto nem todos os burgueses estavam de acordo com o célebre Álvaro Pais. Os grandes da cidade de Lisboa, chamados a ratificar a escolha do mestre de Avis para «Regente», mostraram-se hesitantes e tiveram de ser persuadidos pela rudeza do povo personificada num seu representante, o tanoeiro Afonso Anes Penedo.
Abertas as cortes, o dr. João das Regras, notável legista, omitindo o nome do seu candidato, refutou os possíveis direitos daqueles que se apresentavam como pretendentes ao trono de Portugal. Contra Beatriz e João I de Castela, a principal razão invocada foi a quebra pelo rei castelhano do tratado antenupcial de Salvaterra, de março de 1383, e o facto de ser cismático. Mas a despeito de todos os seus argumentos, que visavam demonstrar que o trono estava completamente vago, os seguidores do infante D. João não se deram por vencidos, dizendo que era a ele que o reino pertencia de direito e sem qualquer dúvida. As discussões arrastavam-se, e então, de forma inesperada e arrasadora, o legista exibe e lê a carta em que o Papa Inocêncio VI se tinha recusado a legitimar os filhos do Rei D. Pedro e de D. Inês de Castro, fazendo cessar a oposição por parte de Martim Vasques da Cunha e dos outros apoiantes do infante D. João a que as Cortes elegessem um novo rei. João das Regras propõe então abertamente D. João, Mestre de Avis, para rei de Portugal, o qual é eleito «por unida concordança de todos os grandes e comum povo» (Fernão Lopes, Crónica de El-Rei D. João I, capítulo 191). Para reforçar a escolha no Mestre de Avis, D. Nuno entra na sala com vários escudeiros bem armados o que reforçou a eleição do Mestre de Avis. Começava assim uma nova dinastia.
Quanto ao «financiamento da guerra», os concelhos autorizaram um «pedido» de 400.000 libras. Seguiram-se os capítulos dos povos, na sua maioria de grande importância, e só a cidade de Lisboa apresentou 36. Os diplomas que despacham os capítulos das cortes têm a data de 10 de abril de 1385.
  
  

Rafael morreu há 502 anos

Rafael Sanzio, Autorretrato

Rafael Sanzio (em italiano: Raffaello Sanzio; Urbino, 6 de abril de 1483 - Roma, 6 de abril de 1520), frequentemente referido apenas como Rafael, foi um mestre da pintura e da arquitetura da escola de Florença durante o Renascimento italiano, celebrado pela perfeição e suavidade de suas obras. Também é conhecido por Raffaello Sanzio, Raffaello Santi, Raffaello de Urbino ou Rafael Sanzio de Urbino. Juntamente com Miguel Ângelo e Leonardo Da Vinci forma a tríade de grandes mestres do Alto Renascimento.
Urbino era então capital do ducado do mesmo nome e seu pai, Giovanni Santi, pintor de poucos méritos mas homem culto e bem relacionado na corte do duque Federico da Montefeltro. Transmitiu ao filho, de precoce talento, o amor pela pintura e as primeiras lições do ofício. O duque, personificação do ideal renascentista do príncipe culto, encorajara todas as formas artísticas e transformara Urbino em centro cultural, a que foram atraídos homens como Donato Bramante, Piero della Francesca e Leone Battista Alberti.
     
Rafael era filho de Giovanni Santi, poeta (escreveu uma Crónica famosa, em rima) e também pintor da corte de Mântua. Aquando do nascimento de Rafael, ele dirigia um famoso estúdio em Urbino. Giovanni ensinou o seu filho a pintar e o introduziu na corte humanista de Urbino, que, no final do século XV, havia se tornado um dos mais ativos centros culturais da Itália, sob a regência de Federico da Montefeltro, falecido sete meses antes do nascimento de Rafael. Lá, Rafael pode conhecer os trabalhos de Paolo Uccello, Luca Signorelli, e Melozzo de Forlì. Precoce, aos dezassete anos (em 1500) Rafael já era considerado um mestre.
De acordo com Giorgio Vasari, Rafael foi levado pelo pai aos onze anos para ser aprendiz de Pietro Perugino, em Perúgia, mas esta informação é discutida por autoridades no assunto. É de consenso geral que Rafael estava na Úmbria a partir de 1492, ano do falecimento de seu pai. Com Perugino, Rafael aprendeu a técnica do afresco ou pintura mural.
Em sua primeira obra de realce, O casamento da Virgem (1504), a influência de Perugino evidencia-se na perspectiva e na relação proporcional entre as figuras, de um doce lirismo, e a arquitetura. A disposição das figuras é, no entanto, mais informal e animada que a do mestre.
  
No outono de 1504, Rafael foi para Siena com o pintor Pinturicchio, a quem ele tinha fornecido desenhos para os afrescos da Libreria Picolomini. De lá foi para Florença, atraído pelos trabalhos que estavam sendo realizados, no Palazzo della Signoria, por Leonardo da Vinci e Miguel Ângelo. Viveu na cidade nos quatro anos seguintes, viajando para outras cidades ocasionalmente. Em 1507, uma nobre de Perugia encomendou-lhe uma "Deposição de Cristo", hoje exposta na Galleria Borghese, em Roma.
Sob a influência sobretudo da obra de Da Vinci, absorveu a estética renascentista e executou diversas Madonas, entre as quais a Madona Esterházy e A Bela Jardineira. Fez uso das grandes inovações introduzidas na pintura do Renascimento, e de Leonardo da Vinci, a partir de 1480: o chiaroscuro (claro-escuro), contraste de luz e sombra que empregou com moderação, e o sfumato (esfumado), sombreado levemente esbatido, em vez de traços, para delinear as formas.
A influência de Miguel Ângelo, patente na Pietà e na Madona do baldaquino, consistiu sobretudo na exploração das possibilidades expressivas da anatomia humana.
Em Florença, Rafael tornou-se amigo de vários pintores locais, destacando-se Fra Bartolomeo, um proponente do idealismo renascentista. A influência de Fra Bartolomeo levou-o a abandonar o estilo suave e gracioso de Perugino e abraçar a grandiosidade e formas mais poderosas. Entretanto, a maior influência sobre a obra de Rafael durante o seu período florentino veio de Leonardo da Vinci e suas composições, figuras e gestuais, bem como suas técnicas inovadoras antes citadas.
  
Na segunda metade de 1508, o Papa Júlio II, encorajado por Donato Bramante, amigo e parente distante de Rafael e arquiteto do Vaticano, contratou os serviços do pintor. Aos 25 anos, Rafael ainda estava forjando seu estilo. Contudo logo conquistou a fama e os favores do papa. Ele começou a ser chamado de o Príncipe dos Pintores. Nos 12 anos seguintes, Rafael nunca deixou Roma que passou a ser a sua segunda nação. Trabalhou principalmente para Júlio II e seu sucessor, Leão X (filho de Lorenzo de Medici). Ao final do ano de 1508, ele começou a decoração dos apartamentos de Júlio no Vaticano, os quais, na visão do papa, eram destinados a glorificar o poder da Igreja Romana através da justificação do Humanismo e do Neoplatonismo. Uma série de obras-primas, como a Disputa (ou Discussão do Santíssimo Sacramento) e a Escola de Atenas, pintados na Stanza della Segnatura, tornou-o o artista mais procurado da cidade.
Nos doze anos em que permaneceu nessa cidade incumbiu-se de numerosos projetos de envergadura, nos quais deu mostras de uma imaginação variada e fértil. Dos afrescos do Vaticano, os mais importantes são a "Disputa" (ou "Discussão do Santíssimo Sacramento") e a "Escola de Atenas", ambos pintados na Stanza della Segnatura. O primeiro, que mostra uma visão celestial de Deus, os seus profetas e apóstolos, a encimar um conjunto de representantes da igreja, equipara a vitória do catolicismo à afirmação da verdade. Já a "Escola de Atenas" é uma alegoria complexa do conhecimento filosófico profano. Mostra um grupo de filósofos de várias épocas históricas ao redor de Aristóteles e Platão, ilustrando a continuidade histórica do pensamento platónico.
Após a morte de Júlio II, em 1513, a decoração dos aposentos pontifícios prosseguiu sob o novo papa, Leão X, até 1517. Apesar da grandiosidade do empreendimento, cujas últimas partes foram deixadas principalmente por conta de seus discípulos, Rafael, que então se tornara o pintor da moda, assumiu ao mesmo tempo numerosas outras tarefas: criou retratos, altares, cartões para tapeçarias - os chamados Cartões de Rafael, cenários teatrais e projetos arquitetónicos de construções profanas e igrejas como a de Sant'Eligio degli Orefici. Tal era o seu prestígio que, segundo o biógrafo Giorgio Vasari, Leão X chegou a pensar em fazê-lo cardeal.
Rafael continuou o trabalho nos quartos até 1513, sob o governo de Leão X, mas deixou as últimas seções quase que inteiramente sob cuidado de seus pupilos. Nesse meio tempo, ele realizou outras tarefas como decorações sacras e seculares para vários prédios, retratos, altares, design para pratos e até trabalhos cenográficos.
Alguns de seus trabalhos mais famosos desse período nasceram da amizade com que mantinha com um rico banqueiro de Siena, Agostino Chigi, que lhe encomendou o afresco de Galateia para sua Villa Farnesina e as Sibilas na igreja de Santa Maria della Pace, juntamente com o projeto e a decoração da Capela de Chigi na igreja de Santa Maria del Popolo, em 1513.
Em 1514, com a morte de Bramante, Rafael foi nomeado para suceder-lhe como arquiteto do Vaticano e assumiu as obras em curso na Basílica de São Pedro, onde substituiu a planta em cruz grega, ou radial, por outra mais simples, em cruz latina, ou longitudinal. Sucedeu também a Bramante na decoração das loggias (galerias) do Vaticano, aí realizando composições de lírica simplicidade que pareciam contrabalançar a aterradora grandeza da capela Sistina pintada por Miguel Ângelo.
  
Competente pesquisador interessado na antiguidade clássica, Rafael foi designado, em 1515, para supervisionar a preservação de preciosas inscrições latinas em mármore. Dois anos depois, foi nomeado encarregado geral de todas as antiguidades romanas, pelo que executou um mapa arqueológico da cidade. Fez um exame detalhado da estrutura e dos elementos arquitetónicos do Panteão, como ninguém havia feito até aquele momento. A sua última obra, a "Transfiguração", encomendada em 1517, desvia-se da serenidade típica de seu estilo para prefigurar coordenadas do novo mundo turbulento - o da expressão barroca.
Em consequência da profundidade filosófica de muitos de seus trabalhos, a reputação de humanista e pensador neoplatónico de Rafael implantou-se em Roma. Entre seus amigos havia respeitados homens, como Castiglione e Pietro Aretino, além de muitos artistas. Em 1519 projetou os cenários para a comédia I suppositi, de Ludovico Ariosto. Coberto de honrarias, Rafael morreu em Roma a 6 de abril de 1520.
   
A morte precoce de Rafael, no dia em que completava 37 anos, reforçou a aura mística que rodeava sua figura. Admirado pela aristocracia e pela corte papal, que o viam como o "príncipe dos pintores", foi encarregado pelo papa Júlio III de decorar com afrescos as salas do Vaticano hoje conhecidas como as "Stanze di Raffaello".
Em seus últimos anos (1518-1520), a intervenção do estúdio em seus trabalhos tornou-se mais significativa, como pode-se ver em obras como Il Spasimo da Sicília, para uma igreja de Palermo, e a Visitação, hoje abrigada pelo Museu do Prado em Madrid. Também a decoração do "Quarto de Constantino" no Vaticano foi executada inteiramente por seus pupilos, baseado em desenhos do mestre. Os seus últimos trabalhos foram o Auto-retrato com um amigo que se encontra no Louvre, o pequeno mas monumental A Visão de Ezequiel e a Transfiguração.
Rafael morreu em Roma no seu aniversário de 37 anos, (alegadamente apenas algumas semanas depois de Leão X apontá-lo como cardeal), acometido por uma febre após um encontro à meia-noite, e foi profundamente lamentado por todos aqueles que reconheciam sua grandeza. Seu corpo repousou por um certo tempo numa das salas na qual ele havia demonstrado sua genialidade e foi honrado com um funeral público. A sua obra Transfiguração precedeu seu corpo durante a procissão fúnebre.
A "incansável mão da morte" (nas palavras de seu biógrafo) pôs um limite em suas conquistas e privou o mundo de um benefício maior de seus talentos, na idade em que a maioria dos outros homens começa a ser útil.
Rafael foi enterrado no Panteão de Roma, o mais honorável mausoléu na Itália, atendendo ao seu próprio pedido.
Na sua tumba foi colocada uma frase de Pietro Bembo em latim que diz: "Aqui jaz Rafael, que fez temer à Natureza por si fosse derrotada, em sua vida, e, uma vez morto, que morresse consigo".