terça-feira, janeiro 08, 2013
Música de um aniversariante...!
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segunda-feira, janeiro 07, 2013
El-Rei D. Dinis morreu há 687 anos
Dom Dinis - Amigo, queredes vos ir?
Amigo, queredes vos ir?
Si, mia senhor, ca nom poss'al
fazer, ca seria meu mal
e vosso; por end'a partir
mi convem d'aqueste logar;
mais que gram coita d'endurar
me será, pois m'é sem vós vir!
Amigu', e de mim que será?
Bem, senhor bõa e de prez;
e pois m'eu fôr daquesta vez,
o vosso mui bem se passará;
mais morte m'é de m'alongar
de vós e ir-m'alhur morar.
Mais pois é vós ũa vez ja!
Amigu', eu sem vós morrerei.
Nom o queirades esso, senhor,
mais pois u vós fôrdes, nom fôr
o que morrerá, eu serei;
mais quer'eu ant'o meu passar
ca assi do voss'aventurar,
ca eu sem vós de morrer hei!
Queredes-m', amigo, matar?
Nom, mia senhor, mais por guardar
vós, mato-mi que m'o busquei.
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Francis Poulenc nasceu há 113 anos
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Inês de Castro foi assassinada há 657 anos
"Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruto,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuto,
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.
121
"Do teu Príncipe ali te respondiam
As lembranças que na alma lhe moravam,
Que sempre ante seus olhos te traziam,
Quando dos teus fermosos se apartavam:
De noite em doces sonhos, que mentiam,
De dia em pensamentos, que voavam.
E quanto enfim cuidava, e quanto via,
Eram tudo memórias de alegria.
122
"De outras belas senhoras e Princesas
Os desejados tálamos enjeita,
Que tudo enfim, tu, puro amor, despreza,
Quando um gesto suave te sujeita.
Vendo estas namoradas estranhezas
O velho pai sesudo, que respeita
O murmurar do povo, e a fantasia
Do filho, que casar-se não queria,
123
"Tirar Inês ao mundo determina,
Por lhe tirar o filho que tem preso,
Crendo co'o sangue só da morte indina
Matar do firme amor o fogo aceso.
Que furor consentiu que a espada fina,
Que pôde sustentar o grande peso
Do furor Mauro, fosse alevantada
Contra uma fraca dama delicada?
124
"Traziam-na os horríficos algozes
Ante o Rei, já movido a piedade:
Mas o povo, com falsas e ferozes
Razões, à morte crua o persuade.
Ela com tristes o piedosas vozes,
Saídas só da mágoa, e saudade
Do seu Príncipe, e filhos que deixava,
Que mais que a própria morte a magoava,
125
"Para o Céu cristalino alevantando
Com lágrimas os olhos piedosos,
Os olhos, porque as mãos lhe estava atando
Um dos duros ministros rigorosos;
E depois nos meninos atentando,
Que tão queridos tinha, e tão mimosos,
Cuja orfandade como mãe temia,
Para o avô cruel assim dizia:
126
- "Se já nas brutas feras, cuja mente
Natura fez cruel de nascimento,
E nas aves agrestes, que somente
Nas rapinas aéreas têm o intento,
Com pequenas crianças viu a gente
Terem tão piedoso sentimento,
Como coa mãe de Nino já mostraram,
E colos irmãos que Roma edificaram;
127
- "Ó tu, que tens de humano o gesto e o peito
(Se de humano é matar uma donzela
Fraca e sem força, só por ter sujeito
O coração a quem soube vencê-la)
A estas criancinhas tem respeito,
Pois o não tens à morte escura dela;
Mova-te a piedade sua e minha,
Pois te não move a culpa que não tinha.
128
- "E se, vencendo a Maura resistência,
A morte sabes dar com fogo e ferro,
Sabe também dar vicia com clemência
A quem para perdê-la não fez erro.
Mas se to assim merece esta inocência,
Põe-me em perpétuo e mísero desterro,
Na Cítia f ria, ou lá na Líbia ardente,
Onde em lágrimas viva eternamente.
129
"Põe-me onde se use toda a feridade,
Entre leões e tigres, e verei
Se neles achar posso a piedade
Que entre peitos humanos não achei:
Ali com o amor intrínseco e vontade
Naquele por quem morro, criarei
Estas relíquias suas que aqui viste,
Que refrigério sejam da mãe triste." -
130
"Queria perdoar-lhe o Rei benino,
Movido das palavras que o magoam;
Mas o pertinaz povo, e seu destino
(Que desta sorte o quis) lhe não perdoam.
Arrancam das espadas de aço fino
Os que por bom tal feito ali apregoam.
Contra uma dama, ó peitos carniceiros,
Feros vos amostrais, e cavaleiros?
131
"Qual contra a linda moça Policena,
Consolação extrema da mãe velha,
Porque a sombra de Aquiles a condena,
Co'o ferro o duro Pirro se aparelha;
Mas ela os olhos com que o ar serena
(Bem como paciente e mansa ovelha)
Na mísera mãe postos, que endoudece,
Ao duro sacrifício se oferece:
132
"Tais contra Inês os brutos matadores
No colo de alabastro, que sustinha
As obras com que Amor matou de amores
Aquele que depois a fez Rainha;
As espadas banhando, e as brancas flores,
Que ela dos olhos seus regadas tinha,
Se encarniçavam, férvidos e irosos,
No futuro castigo não cuidosos.
133
"Bem puderas, ó Sol, da vista destes
Teus raios apartar aquele dia,
Como da seva mesa de Tiestes,
Quando os filhos por mão de Atreu comia.
Vós, ó côncavos vales, que pudestes
A voz extrema ouvir da boca fria,
O nome do seu Pedro, que lhe ouvistes,
Por muito grande espaço repetisses!
134
"Assim como a bonina, que cortada
Antes do tempo foi, cândida e bela,
Sendo das mãos lascivas maltratada
Da menina que a trouxe na capela,
O cheiro traz perdido e a cor murchada:
Tal está morta a pálida donzela,
Secas do rosto as rosas, e perdida
A branca e viva cor, coa doce vida.
135
"As filhas do Mondego a morte escura
Longo tempo chorando memoraram,
E, por memória eterna, em fonte pura
As lágrimas choradas transformaram;
O nome lhe puseram, que inda dura,
Dos amores de Inês que ali passaram.
Vede que fresca fonte rega as flores,
Que lágrimas são a água, e o nome amores.
in Os Lusíadas (Canto III) - Luís de Camões
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domingo, janeiro 06, 2013
Alex Turner, dos Arctic Monkeys, faz hoje 27 anos
Arctic Monkeys
A banda assinou contrato com a Domino Records, selo independente, após uma guerra entre empresas em 2005. O seu álbum de estreia, Whatever People Say I Am, That's What I'm Not, lançado no início de 2006, se tornou o álbum de estreia com mais vendas na história da música britânica. A banda já lançou mais três álbuns: Favourite Worst Nightmare (2007), Humbug (2009) e Suck It and See (2011), tendo todos chegados ao primeiro lugar nas paradas de álbuns do Reino Unido. Inicialmente a composição de Turner para os Arctic Monkeys foi baseado em torno de conceitos específicos (particularmente no seu álbum de estreia, Whatever People Say I Am, That's What I'm Not) que muitas vezes é considerado um álbum conceptual, centrada em torno da diversão nocturna no Reino Unido. Ele mais tarde optou por temas mais variados, especialmente visíveis em Humbug e Suck It and See.
Outros Projetos
Em agosto de 2007, foram anunciados planos de Turner para gravar um álbum com Miles Kane, James Ford e Owen Pallett. O projeto paralelo de Alex Turner e Miles Kane chama-se The Last Shadow Puppets e o seu primeiro álbum se chama The Age of the Understatement, sendo lançado em 21 de abril de 2008 e alcançando o primeiro lugar dos tops na sua primeira semana de vendas. No final de 2008 eles completaram uma pequena turnê, apoiada pela Orquestra Filarmónica de Londres, começando em Portsmouth Guildhall, a 19 de agosto de 2008.
Turner e Kane tornaram-se amigos durante uma turnê no Reino Unido, entre maio e junho de 2005. Miles Kane era integrante da banda The Little Flames, que acompanhava os Arctic Monkeys na sua turnê de 2007 no Reino Unido, em que Turner e Kane escreveram algumas músicas juntos para o seu projeto paralelo.
Essa colaboração foi alargada a tal ponto que Kane participou, tocando guitarra em "505", a canção que fecha o álbum Favourite Worst Nightmare.
Turner escreveu e cantou todas as seis faixas da banda sonora de Submarine, a longa-metragem de estreia de Richard Ayoade, amigo e diretor de vários clipes, como "Fluorescent Adolescent". A banda sonora foi lançada em 18 de março de 2011, no Reino Unido e Estados Unidos.
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Dizzy Gillespie morreu há 20 anos
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O líder dos AC/DC, Malcolm Young, faz hoje 60 anos!
Braille morreu há 161 anos
O compositor Max Bruch nasceu há 175 anos!
sábado, janeiro 05, 2013
O Rei de Espanha faz hoje 75 anos!
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Luiz Pacheco morreu há 5 anos
hoje há pachecos, amanhã não sabemos…
hoje há pachecos, amanhã não sabemos…
com vinte escudinhos
nem um copo de vinho
suspeito que os malmequeres um dia vão mudar de cor
por qué no te callas?,
lá para sexta deve vir o burrinho
há dias que nem o presépio nem os santinhos
por qué no te callas?,
há coisas fantásticas!
um avião por exemplo
uma espécie de presépio
melhorado por dentro
por qué no te callas?,
gosto mais do que tem palhinhas
hoje há pachecos, amanhã não sabemos
vai um café?
é melhor esquecer
sabe-se lá…
por qué no te callas?,
olha,
a televisão hipnotiza crianças
restinhos de família
a Júlia florista
só não hipnotiza o Pacheco
sabe-se lá porquê…
vai um joguinho?
por qué no te callas?,
a ginja não é proibida.
ginjinha pás veias!
as barragens fazem toda a diferença!
por qué no te callas?,
conheces o sócrates?
eh pá, não me lembro…
maria azenha - (na morte de Luiz Pacheco, a 5 de janeiro de 2008)
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Marcadores: literatura, Luiz Pacheco, Maria Azenha, poesia




