quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Sobre descontrolos e outras coisas com piada


Study case
- caso 1

Governo




Study case - caso 2


Humor político

BE acusa Governo de admirar «tiranos»
PS, na resposta, diz que recusa lições de um partido «inspirado» em regimes que provocaram sofrimento

O Bloco de Esquerda acusou esta quarta-feira Governo de admirar «tiranos» e de se remeter a «silêncios» em matéria de política externa, tendo o PS recusado lições de um partido «inspirado» em regimes que provocaram o sofrimento de muitas pessoas.

Numa declaração política no plenário da Assembleia da República, o deputado bloquista José Manuel Pureza começou por condenar as «exibições de barbárie» verificadas na Líbia e acusou a Europa de «desertar da luta pelos direitos humanos», referindo-se depois especificamente ao Governo português.

«Mas que os nossos governantes declarem a sua admiração pelos tiranos, que façam de figurantes nas suas operações de relações públicas, que enviem Forças Armadas para abrilhantarem o cerimonial do regime, que contribuam para ocultar a realidade da pobreza que é imposta a estas populações, isso é totalmente insuportável», afirmou o deputado, lembrando que José Sócrates qualificou o líder da Líbia, Khadafi, como um «líder carismático».

O líder parlamentar do Bloco criticou ainda o ministro dos Negócios Estrangeiros, por Luís Amado ter advertido primeiro «contra os riscos de extremismo islâmico por trás das manifestações populares que exigiam a democracia», antes de condenar os «massacres», afirmando depois que o Governo «coloca-se sempre do lado dos silêncios» e da «obediência a interesses particulares».

PS recusa lições de partido «inspirado» em regimes que provocaram sofrimento

Na resposta, o líder parlamentar do PS começou por concordar com a condenação da situação daquele país, mas acusou o Bloco de aproveitar a Líbia para «mais uma vez» atacar a Europa, o Governo, o PS e o primeiro-ministro «de uma forma totalmente inaceitável».

«Há uma coisa que nós não aceitamos, que é receber qualquer valorização dos direitos humanos, de respeito pelos princípios fundamentais da liberdade e da democracia vindos da bancada do Bloco de Esquerda. Por uma razão muito simples: Por respeito pelo nosso passado e por respeito pelo passado de muitos que sofreram por esse planeta fora o resultado de muitas políticas que também inspiraram o Bloco de Esquerda», afirmou Francisco Assis.

O líder da bancada socialista acusou Pureza de fazer uma «verdadeira declamação», «vazia e sem sentido», sem enunciar «um único princípio válido de politica externa aplicável» àquele país ou a qualquer outro.

«O que é que resultaria se dessa declamação resultassem consequências de ordem prática. Com quem manteríamos nós relações diplomáticas. Que tipo de relações diplomáticas manteríamos com a maior parte dos países do mundo, nomeadamente onde subsistem regimes que inspiraram muito tempo os partidos que estiveram na base da constituição do próprio Bloco de Esquerda», reiterou, acusando o deputado bloquista de ir «além da irreal politik».


NOTA: As fotos de Sócrates com Kadafi, Ben Ali, José Eduardo dos Santos, Chávez, Mugabe ou Teodoro Obiang, todos afamados democratas, parecem contrariar o texto do BE - aliás um grupo  político com conhecidos seguidores de Lenine, Stalin, Mao Tsé Tung ou Ever Hoxa não devia fazer tal acusação...

Acautelai-vos dos idos de Março, diz a Alemanha a Sócrates





NOTA: no dia em que Sócrates cair, este blog irá celebrar o facto de nos termos livrado do lixo e do peso morto e podermos finalmente ir à raiz dos nossos problemas, doa a quem doer.

Hoje até o Fernando Pessoa vem celebrar o Zeca

Ná...!

 (imagem daqui)



O que importa é calar Medida Carreira e outras vozes incómodas - quando a CENSURA se chama estratégia de renovação

(Imagem daqui)

Director do canal fala de "estratégia de renovação"
SIC Notícias suspende Plano Inclinado de Mário Crespo

Plano Inclinado era apresentado por Mário Crespo ao sábado à noite

A SIC Notícias decidiu suspender o programa Plano Inclinado em que Mário Crespo contava com o comentador da estação Medina Carreira para debater a situação económica do país. O canal não avança nada em concreto sobre o futuro do programa, que ia para o ar ao sábado à noite.

“Estamos a ponderar uma nova estratégia para o programa, como já aconteceu noutras situações. Estamos a pensar o que queremos para o programa no futuro”, disse ao PÚBLICO António José Teixeira, director do canal.

Para o responsável a suspensão do programa faz parte de "uma estratégia de renovação”. Teixeira não diz se o programa volta. “Mas não há nenhum programa novo para aquele lugar de grelha”, confirma.

Plano Inclinado estreou em Novembro de 2009.

O princípio da guerra civil no PS - em casa que não há pão todos ralham e ninguém tem razão

(imagem daqui)


Notícia sobre Paleontologia portuguesa no Público

Fóssil com 145 milhões de anos
É a tartaruga de água doce mais antiga da Europa. E é de Torres Vedras

Escudo ventral do fóssil de tartaruga com 145 milhões de anos

Vivia numa zona de pântanos e linhas de água sinuosas. O seu fóssil pertence a um género e a uma espécie novos para a ciência. Não muito longe do local onde nadava, o Atlântico Norte começava a formar-se e a separar a Europa da América do Norte.

Estavam a escavar os ossos de um dinossauro num morro junto à foz do rio Alcabrichel, perto de Torres Vedras, quando um deles, Bruno Teodoso, literalmente tropeçou numa tartaruga jurássica. Escorregou e, ao roçar com um braço por cima dos sedimentos, destapou acidentalmente o fóssil de uma tartaruga com 145 milhões de anos.

Nessa altura, em 2003, a Associação Leonel Trindade (ALT) - Sociedade de História Natural, de Torres Vedras, continuou por mais três anos a escavação do dinossauro que ficou encravado durante 145 milhões de anos na colina que agora dá para a praia de Santa Rita e para um Atlântico a perder de vista.

A equipa de escavação percebeu logo que tinha em mãos uma tartaruga, recorda Bruno Camilo Silva, director do Laboratório de Paleontologia e Paleoecologia da ALT. "Mas estava muito danificada e não dava para perceber que tipo de tartaruga seria. Só quando se fez o trabalho de preparação em laboratório e a colagem dos fragmentos e se analisou a sistemática filogenética [a relação evolutiva com outras tartarugas] é que percebemos que estávamos perante um animal novo."

Este mês, a revista norte-americana Journal of Vertebrate Paleontology trouxe a descrição da tartaruga de Torres Vedras num artigo de dois paleontólogos espanhóis, Adán Pérez Garcia e Francisco Ortega, ambos da ALT. Segundo o artigo, além de ser a tartaruga de água doce mais antiga da Europa, do Jurássico Superior, pertence a um género e espécie novos para a ciência. Selenemys lusitanica é o nome científico que lhe deram.

"Em Portugal, Espanha, Alemanha, França e Inglaterra, já se tinham encontrado placas soltas desta tartaruga, mas ninguém sabia que tartaruga era. Sabia-se que eram de tartaruga, mas não de que tipo", refere Bruno Camilo Silva. "Como esta é a mais completa e articulada, deu para estudá-la e definir que todas as placas que se apanharam na Europa pertencem a um novo género e espécie."

A descrição baseou-se nos restos da carapaça e do escudo ventral (plastrão) encontrados na colina. Mas na colecção da Sociedade de História Natural há mais quatro indivíduos deste animal até agora desconhecido dos cientistas.

Nascia o Atlântico

Ter uma tartaruga de água doce com esta idade ajuda a completar o puzzle geográfico dos continentes, neste caso no Jurássico Superior. Há 145 milhões de anos, a Europa e a América do Norte começavam a afastar-se uma da outra e, entre as duas, ia nascendo o Atlântico Norte. Não era um oceano a perder de vista, como agora. Com o início da sua abertura, formava-se na faixa oeste da Península Ibérica, em águas pouco profundas, a Bacia Lusitânica. Era a maior das bacias portuguesas interiores de então, que se estendeu desde o Triásico (235 milhões de anos) até ao Cretácico Inferior (que terminou há 99 milhões de anos), estando o Jurássico entre aqueles dois períodos geológicos.

Os fósseis encontrados nos sedimentos da Bacia Lusitânica permitem conhecer os grupos de animais que povoaram a Europa no momento em que ocorria a sua separação da América do Norte. "Temos apanhado em Torres Vedras espécies de dinossauros, e não só, que se pensava que só apareciam na América do Norte", diz Bruno Camilo Silva. Um dos exemplos de dinossauros partilhados pelos dois continentes é o Allosaurus, um carnívoro temível. Outras espécies de dinossauros só tinham uma distribuição europeia ou ibérica. "Um dos nossos objectivos na costa portuguesa é conhecer o processo de abertura do Atlântico Norte no final do Jurássico a partir da análise da semelhança da fauna entre os dois lados", acrescenta Francisco Ortega, também da Universidade Nacional de Educação à Distância, em Madrid. "Até ao momento, a maior parte das análises centrava-se nos dinossauros, porque a informação sobre outros vertebrados, embora existisse, era muito escassa."

Mas e o que se passava com grupos de répteis de menor tamanho? Será que também viviam em ambos continentes ou, estando separados, teriam dado origem a novas formas? "Temos grupos de répteis que parecem ser próprios da Península Ibérica, que é o caso desta tartaruga. Com o processo de abertura do Atlântico, podia haver uma ligação terrestre, mas as barreiras naturais impediam as formas mais pequenas de passar de um lado para o outro." Por isso, os fósseis de tartarugas dão pistas importantes para o estudo das descontinuidades geográficas. No caso da Selenemys lusitanica, ela pertence a um grupo de tartarugas que estava presente tanto na América do Norte como na Europa, um grupo que ainda hoje existe, chamado pleurosternídeo. Mas é mais aparentada com outras tartarugas europeias do que com formas da América do Norte suas contemporâneas. Esta evolução separada nos dois continentes, gerando espécies próprias em cada um, deveu-se provavelmente à capacidade de dispersão limitada das tartarugas. "Podemos concluir - remata Francisco Ortega - que existiam tartarugas deste grupo para as quais o Atlântico era uma barreira intransponível no final do Jurássico."

A Selenemys lusitanica era pequena, com cerca de 40 centímetros de comprimento. O local onde foi descoberta estava perto do mar da Bacia Lusitânica, mas, pelo tipo de sedimentos, sabemos que era ainda uma zona continental. Era um ambiente fluvial, com linhas de água sinuosas, em forma de meandros, e que seria muito propício à preservação e fossilização de restos de animais do Jurássico Superior.

Agora, a nova tartaruga é umas das preciosidades da colecção de referência da Sociedade de História Natural, criada em 1998. "Neste momento, temos uma das maiores colecções de referência de vertebrados do Jurássico do país", realça Bruno Camilo Silva. "É uma colecção de interesse internacional, com milhares de peças."

Além de dinossauros e tartarugas, tem fósseis de crocodilos, peixes ou plantas, resultantes quer dos trabalhos de campo da Sociedade de História Natural, quer da aquisição, pela Câmara Municipal de Torres Vedras, da colecção de José Joaquim dos Santos, paleontólogo amador que recolheu fósseis na orla costeira da Região Oeste ao longo de 25 anos.

Nos planos imediatos não está a abertura de um museu, mas as visitas à Sociedade de História Natural, que tem a coordenação científica de Francisco Ortega, são bem-vindas. "Costumamos ter visitantes no laboratório e na área de armazenamento, desde escolas, a empresas, associações ou outras pessoas que gostam de ver de perto como trabalhamos com os fósseis", conta Bruno Camilo Silva. "Não existindo um museu, no sentido convencional, o laboratório funciona como tal, onde os visitantes nos vêem trabalhar - em muitos casos, até participam - e onde lhes são explicados vários aspectos da vida e evolução dos dinossauros e de outros animais que pertencem ao nosso acervo."
 

Mais Zeca


PS - Com a curiosidade de um cantautor que eu tanto aprecio (o Fausto, meu conterrâneo, e cuja mãe foi professora de meu pai antes de irem viver para Angola, onde eram amigos de uma minha tia-avó...) tocar nesta música, do último espectáculo do Zeca. Note-se ainda o Júlio Pereira, que tive o prazer de rever este fim de semana, aparecer a tocar nas duas canções anteriores aqui colocadas...

Os mortos do sismo de ontem da Nova Zelândia

Números oficiais apontam ainda 75 mortos e 300 desaparecidos
Autoridades de Christchurch temem mais de cem mortos debaixo de edifício da TV local

As autoridades alertam para a pouca segurança que alguns edifícios oferecem para as buscas de sobreviventes

As autoridades de Christchurch continuam a avançar com o número oficial de 75 mortos provocados pelo sismo de terça-feira. Mas temem que o edifício da televisão local, totalmente destruído, esconda um cenário negro com uma centena de mortos por baixo dos escombros. “Impossível de sobreviver”, dizem sobre o edifício.

Na altura do terramoto, que atingiu 6.3 na escala de Richter estavam naquele edifício, para além da equipa de televisão local, um grupo de estudantes japoneses. Todos são dados entre os cerca de 300 desaparecidos relatados às equipas de socorro em toda a cidade. O estado do edifício levou a que as equipas de salvamento tivessem de parar as buscas por razões de segurança. Dave Lawry, inspector da polícia local disse ao New Zealand Herald que tem “cem por cento de certeza” que não há sobreviventes.

“Não vou arriscar a vida do meu pessoal onde eu acredito que não existem sobreviventes. Ocorreram durante as últimas horas vários incêndios no edifício e as câmaras e detectores de som instalados não encontraram qualquer sinal de vida, disse Lawry.

As autoridades também não acreditam já encontrar sobreviventes por baixo dos escombros da catedral de Christchurch, um monumento com 130 anos que desabou. Há informação de 22 pessoas que estavam dentro da catedral quando ocorreu o sismo.

Nas últimas horas foram salvas cerca de 120 pessoas dos escombros, num dos casos uma mulher esteve presa mais de 26 horas mas sobreviveu. Muitas das vítimas tiveram de ser amputadas nos resgates.

Francisco Caldeira Pires, um português a viver há seis anos em Christchurch contou esta manhã às rádios da Media Capital que as autoridades pedem às pessoas para não saírem de casa e que o grau de destruição é enorme: “Há bastantes danos nas casas e estradas, está tudo destruído, as saídas e entradas da cidade estão impossíveis”, diz o português que se voluntariou para ajudar na limpeza da cidade que só nas últimas horas recuperou a electricidade. Francisco Caldeira Pires fala ainda de filas para gasolina e uma escassez de alimentos nos supermercados.

Cerca de 80 por cento da cidade permanece sem água.

Os líderes mundiais têm oferecido ajuda. Barack Obama vai mandar uma equipa de busca e salvamento e o Reino Unido também vai enviar uma equipa de 62 especialistas de busca e resgate com mais de nove toneladas de equipamento.

Mais uma notícia sobre o sismo da Ilha do do Sul na Nova Zelândia

Glaciar Tasman
Sismo soltou 30 milhões de toneladas de gelo do maior glaciar neozelandês

O glaciar fica a 200 quilómetros de Christchurch

O sismo que atingiu hoje a segunda maior cidade neozelandesa, Christchurch, fez ruir 30 milhões de toneladas de gelo do glaciar Tasman, o maior do país.

A magnitude do sismo fez desprender um bloco de gelo que caiu no lago terminal do glaciar, a 200 quilómetros de Christchurch, formando pequenos icebergs. Segundo o jornal “The Guardian”, que cita a agência AP, a queda dos 30 milhões de toneladas de gelo provocou ondas de 3,5 metros de altura que varreram o lago durante cerca de meia hora.

Este glaciar, na ilha Sul, desce as encostas da montanha Cook e é o maior da Nova Zelândia, com uma extensão de 29 quilómetros e 2,5 quilómetros de largura.

Fazes-nos tanta falta, Zeca...

Recordar o Zeca - música do seu último concerto

Zeca Afonso morreu há duas dúzias de anos

(imagem daqui)
José Afonso morreu no dia 23 de Fevereiro de 1987, no Hospital de Setúbal, às 03.00 horas da madrugada, vítima de esclerose lateral amiotrófica, diagnosticada em 1982. O funeral realizou-se no dia seguinte, com mais de 30 mil pessoas, da Escola Secundária de S. Julião para o cemitério da Senhora da Piedade, em Setúbal, onde a urna foi depositada às 17h.30 horas na sepultura 1606 do quadro 19. O funeral demorou duas horas a percorrer 1.300 metros. 


Poema para geopedrados

A ESPERANÇA E OS DINOSSAUROS



Revolvíamos sem parar o pedregoso leito do rio


sem saber que os magarefes nos espiavam,


muito antes que as palavras doces


se convertessem em ameaças inflamadas. Cheios de impedernida glutonaria


satisfazíamos os nossos apetites, comíamos com bocas ávidas


o que estava destinado a ser a nossa Páscoa.


Estas serão as recordações que deixaremos à nossa passagem:


a maldição para os pacíficos, vidas destroçadas,


por mais que, de novo, era possível,


como ocorreu às extintas criaturas, aspirar a uma vida melhor.






Depois da carnificina, onde estão os verdes pastos


que nos prometeram na manhã em que, impacientes,


como cadáveres sedentos, corremos a entronizar o novo imperador,


que só pensava em dar rédea solta às suas vis ambições?






Mas, ainda assim, houve quem dissesse que um novo rei merece


virgens vestais, galos brancos e a flor das colheitas,


uma coroa na cabeça entrançada pelas nossas mãos


escolhendo as folhas mais preciosas e o vinho antigo


que se oferece a um Messias, mas isso só serviu


para que, uma vez derrotados os bárbaros,


nos enganasse com a falsidade do seu sorriso.






Poderíamos ter sido os escolhidos,


mas só temos uma história para contar, que tanto se refere à Atenas da África Ocidental


como se canta aos pobres da terra;


na fonte dos nossos segredos, ali onde trocámos


o nome de Cristo com as nossas vozes descrentes,


sempre em busca de um ridículo viático,


imaginemos agora a face de um novo Messias


e sobre a sua túnica as nossas mãos ensanguentadas.


in Autodafé - Syl Cheney-Coker

terça-feira, fevereiro 22, 2011

A guerra contra os professores, alunos e comunidades educativas continua, disse o ME aos sindicatos

Ministério vai criar novos mega-agrupamentos e encerrar mais escolas

O secretário-geral da Fenprof saiu hoje da reunião com a tutela "com as mesmas preocupações" com que entrou e com a certeza de que vão ser criados mais mega-agrupamentos e fechadas mais escolas com menos de 21 alunos.

A reunião de hoje foi pedida pela Federação Nacional de Professores (Fenprof) para pedir esclarecimentos ao secretário de Estado da Educação, João Trocado da Mata, sobre a rede escolar e sobre os mega-agrupamentos.

No final da reunião, em declarações à Agência Lusa, o secretário-geral da Fenprof disse ter saído "com as mesmas preocupações" com que entrou e revelou que da parte da tutela se mantém a intenção de criar novos mega-agrupamentos apesar de não existir um estudo de impacto em relação aos já criados.

"O Ministério da Educação o que nos disse foi que está a preparar esses estudos para no terreno ir então avançar com novos mega-agrupamentos e isto é preocupante porque, como se sabe, os movimentos de rede, nomeadamente encerramentos e mega-agrupamentos no ano passado, foram 84 e permitiram reduzir cinco mil docentes do sistema", adiantou Mário Nogueira.

O líder da Fenprof alertou que esta medida, juntamente com alterações curriculares ou novas regras para a organização das escolas, serviu para convencer a estrutura sindical de que vão ser eliminados 30 mil horários.

"Mesmo quando os governantes dizem que não, que é um número exagerado, também confessam que não contavam que os cinco mil deste ano tivessem sido conseguidos e se chegasse a um número tão elevado na redução de docentes e, por outro lado, não têm outro número como alternativa", apontou Nogueira.

No que diz respeito à rede escolar, o líder da Fenprof adiantou que o Ministério da Educação vai manter o encerramento das escolas com menos de 21 alunos.

"Havia 1.100 escolas (no ano letivo de 2009/2010), destas encerraram 700, podem não ter sobrado exatamente 400 porque podem algumas ter ultrapassado entretanto ou outras terem reduzido, mas as referências em termos de números estão aí e a intenção de continuar a encerrar está presente", garantiu o sindicalista.

Como consequência, Mário Nogueira aponta uma "redução brutal" de professores que vão ficar sem horário de trabalho.

"Mesmo onde os centros educativos vão ser construídos, em escolas com mais de 21 [alunos], em que os alunos são transferidos para os centros educativos, levam também à eliminação de horários de trabalho nessa concentração grande de alunos", alertou.

Juntamente com isto e contribuindo para a eliminação de horários de trabalho estão ainda, na opinião de Mário Nogueira, as alterações curriculares ou as novas regras para a organização do próximo ano escolar, que "praticamente acabam com as horas de redução para o exercício de cargos nas escolas".


NOTA: para mim está tudo dito, é altura de fazer greve por tempo indeterminado. E, para os Sindicatos, era tempo de pedirem desculpa aos professores pelos acordos que fizeram com esta gentinha mentirosa, pondo em causa a Escola Pública e as relações inter pares dentro dos estabelecimentos de ensino..

O sismo e sismograma da Nova Zelândia no IM

No dia 21 de Fevereiro de 2011, pelas 23.51 horas UTC (às 12.51 de 22 de Fevereiro, hora local da Nova Zelândia) ocorreu na Ilha do Sul da Nova Zelândia um sismo de magnitude 6.3. O sismo teve foco muito superficial e epicentro próximo da cidade de Christchurch, com uma população a rondar as 400 mil pessoas. Segundo as agências noticiosas, há a reportar 65 vítimas mortais e elevados danos materiais. O sismo ocorre num contexto tectónico dominado pela interacção entre as placas australiana e do pacífico. Este evento poderá estar associado ao sismo ocorrido a 2 de Setembro de 2010 com Magnitude 7.0. Este sismo foi detectado em todas as estações da rede sísmica nacional tendo as primeiras ondas do sismo sido registadas às 00.11 horas UTC. Até este momento ocorreram 6 réplicas com magnitude superior a 4, sendo 2 delas acima de 5.

Sismogramas registados do evento em Portugal:


(clicar para aumentar)

No money for...

(imagem daqui)


Epicentro do sismo neo-zelandês de ontem no GoogleMaps

Cortesia da USGS:

O Anel de Fogo do Pacífico inquieta-se na Nova Zelândia

Magnitude de 6,3 na escala de Richter
Sismo na Nova Zelândia faz pelo menos 65 mortos




Um sismo de magnitude 6,3 na escala de Richter abalou esta segunda-feira a cidade de Christchurch, no sul da Nova Zelândia, e já fez pelo menos 65 mortos. Centenas de pessoas estão soterradas debaixo dos escombros.

O sismo foi sentido às 12h51 locais (23h51 em Portugal) e o epicentro situou-se a cinco quilómetros de Christchurch, a apenas quatro quilómetros de profundidade, avançou o Instituto de Geofísica dos Estados Unidos. Foram já sentidas várias réplicas (a mais forte de 5,6 na escala de Richter).

O primeiro-ministro, John Key, citado pela AFP, confirmou pelo menos 65 mortos, não descartando que o número venha a aumentar. Este "poderá mesmo ser o dia mais negro da Nova Zelândia", considerou. O número de mortos já fez deste o segundo pior sismo do país, só ultrapassado por um tremor-de-terra de magnitude 7,9 em 1931 na Baía Hawke. Morreram 286 pessoas.

Bob Parker, mayor da cidade, citado pela Reuters, alertou que, pelo menos, 200 pessoas podem estar ainda debaixo dos escombros. Várias dezenas estarão soterradas debaixo do edifício Pyne Gould Guinness, de vários andares, que ruiu como um "baralho de cartas", avança o jornal "New Zealand Herald".

Mas as operações de resgate estão a ser dificultadas por causa da chuva que entretanto começou a cair na cidade, pelo anoitecer e pela descida acentuada das temperaturas.

A tutela assegura que o principal hospital de Christchurch está operacional, mas apela a que apenas os feridos mais graves acorram à unidade, já que também parte do edifício precisou de ser evacuado. Para facilitar as operações, foram montadas algumas zonas de triagem de campanha.

Há registos de estragos significativos em alguns edifícios da segunda maior cidade do país. Parker informou que 25 prédios de dimensão significativa já não terão recuperação possível. O sismo levou ainda ao corte de estradas e a quebras de energia e de telecomunicações em diversas áreas. Grande parte da cidade terá a situação eléctrica normalizada dentro de 24 a 36 horas mas nas áreas mais gravemente atingidas pelo sismo tal só deverá acontecer no espaço de uma ou duas semanas.

No seu site, a polícia neozelandesa informa que o centro da cidade está a ser evacuado para evitar mais danos que advenham dos efeitos do sismo nas infra-estruturas. A polícia refere “múltiplos incidentes foram reportados de várias localizações do centro da cidade, incluindo um acidente com dois autocarros na sequência de edifícios que ruíram”.

As autoridades garantem que estão a trabalhar no terreno e a tentar dar resposta a todas as emergências. A polícia apela a todos os que tiveram de sair das suas casas que informem o posto de defesa mais próximo. A maioria das pessoas abrigou-se num estádio da cidade.

A polícia local pediu já ajuda das forças de emergência nacionais para evacuar a cidade e procurarem mais vítimas e feridos. De acordo com informações avançadas pelo jornal local "Christchurch Press", 35 militares estão no local a prestar os primeiros socorros nas zonas mais afectadas e outros 250 deverão chegar dentro de horas.

O Ministério da Protecção Civil neozelandês, no seu site, aconselha as pessoas a utilizarem mensagens escritas para comunicar e diz estar a preparar instalações provisórias para albergar todos os que necessitarem.

O primeiro-ministro convocou já uma reunião do gabinete de emergência.

Segundo David Coetzee, da protecção civil da Nova Zelândia, citado pela rádio nacional, este sismo terá causado mais estrados que o de quatro de Setembro do ano passado, que foi de magnitude 7,1 e que não causou qualquer vítima mortal. O sismo de Setembro aconteceu durante a noite, pelo que quase não circulavam pessoas na rua, ao contrário deste.

A Nova Zelândia, situada entre as placas tectónicas do Pacífico e Indo-australiana, regista em média mais de 14 mil sismos por ano; apenas cerca de 20 ultrapassam a magnitude 5.

Christchurch, com pouco mais de 390 mil habitantes, é a maior cidade da ilha Sul da Nova Zelândia e a segunda maior área urbana do país, depois de Auckland (1.354.900), na ilha Norte. Wellington, também na ilha Norte, é a capital neozelandesa mas tem apenas cerca de 389 mil habitantes.Situada na costa Este, Christchurch foi elevada a cidade a 31 de Julho de 1856, tornando-a oficialmente a mais antiga cidade da Nova Zelândia.

in Público - Notícia em actualização