segunda-feira, fevereiro 01, 2010
Censura à moda de Sócrates
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Poema para um bonito dia de Sol de Inverno
Quem tem consciência para ter coragem
Quem tem a força de saber que existe
e no centro da própria engrenagem
inventa a contra-mola que resiste
Quem não vacila mesmo derrotado
Quem já perdido nunca desespera
E envolto em tempestade, decepado
entre os dentes segura a primavera
in Morse de Sangue (1955) - João Apolinário
PS - o filho luso-brasileiro do poeta João Apolinário, membro do grupo "Secos & Molhados", transformou o poema em música, com o nome de "Primavera nos dentes" - aqui fica ela:
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Música histórica para um triste dia
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Música para triste dia
Postado por Adelaide Martins às 00:34 0 bocas
Marcadores: Fado, João Ferreira Rosa, música, regicídio, Triste sorte
Um bonito poema para um triste dia
D. Dinis
Toma nos dedos reais a tua cítara
E canta, do fundo do tempo, para nós
Uma canção de amigo
Com a pálida flor da tua voz
E as flores do pinhal florido.
Na singeleza
Duma toada de jogral à amada
Em estrofes de lírica beleza,
Que alva rompe as cordas da tua lira
Brisa simples suspira
Nas ondas do mar de Vigo ou do Destino?
Por obra e graça da tua Poesia,
Tens ainda actual soberania,
Tens ainda vassalos.
Mas hás-de vir uni-los e ordená-los
Na linha portuguesa do teu verso
Feito de Amor, de Morte e de Magia.
................................................................
Faz-nos tanta falta uma canção de amigo!
in Verbo do Verbo - João Maia
domingo, janeiro 31, 2010
Conferência em Lisboa
Application of magnetic susceptibility
on different carbonate systems
por
Anne-Christine da Silva
(Université de Liège, Bélgica)
2 de Fevereiro de 2010 (3ª-feira)
14.00 horas
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Campo Grande, Cidade Universitária
Edifício C6, sala 6.2.53
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Os dias que a NASA gostava de retirar do calendário
Aventuras fatais no espaço
Por três vezes o azar bateu à porta da NASA e sempre em finais de Janeiro, custando a vida a 17 astronautas, entre os quais quatro mulheres. A euforia do início da conquista espacial, num caso, a rotina dos voos, nos outros dois, foram apontados como os grandes culpados. Muita coisa foi entretanto reequacionada e a exploração espacial tomou novos rumos após estas tragédias.
O primeiro grande acidente da história espacial norte-americana ocorreu a 27 de Janeiro de 1967, quando a tripulação da Apollo 1 – Virgil Grissom, Ed White e Roger Chaffee – morreu num acidente do módulo de comando durante os testes de pré-lançamento. O que ocorreu de facto foi um curto-circuito no interior da cabina e ainda que a roupa espacial os tenha protegido do fogo, a inalação excessiva de fumo foi fatal.
Como resultado, toda a programação do projecto Apollo foi atrasada em 21 meses e cerca de 1300 alterações foram feitas.
Dezanove anos depois, a tragédia repetia-se, agora com outro tipo de transportadores espaciais – os vaivéns. A 28 de Janeiro de 1986, e 76 segundos após a descolagem no Cabo Canaveral, o vaivém Challenger explodia: a cerca de 14 mil metros de altitude, começaram a sair chamas de um dos foguetes, que se soltou e bateu contra um dos tanques de combustível externos.
Morreram sete astronautas, entre eles Judith Resnick, segunda mulher norte-americana a ir ao espaço, e Christa McAuliffe, escolhida entre 11 400 professores. O relatório final concluiu que uma junta circular que devia selar duas secções do foguete tornou-se quebradiça com o frio e rompeu-se.
O acidente provocou a paralisação dos voos durante 32 meses para fazer revisões que garantissem a segurança, mas 17 anos depois, um segundo vaivém, o Columbia, já no fim da sua missão de 16 dias, na reentrada da atmosfera terrestre, desintegrou-se nos céus do estado norte-americano do Texas, a 1 de Fevereiro de 2003, 16 minutos antes da aterragem, matando mais sete astronautas.
A perda do Columbia foi o resultado de um dano ocorrido durante o lançamento, quando um pedaço da espuma, do tamanho de uma pequena mala, bateu na asa esquerda da aeronave danificando o escudo de protecção térmica, que protege do calor gerado pelo choque com a atmosfera na reentrada.
O estrago permitiu que o ar extremamente aquecido penetrasse no interior da asa, enfraquecendo a sua estrutura e causando a desintegração do Columbia.
Geo-humor...
HUMOR - CHÁVEZ E O TERRAMOTO
O David Marçal que se cuide. O Presidente da Venezuela Hugo Chávez pede meças aos mais imaginativos escritores de humor científico. Mas alguém que quisesse competir com Chávez sempre poderia dizer que foi a queda ao chão do computador Magalhães que ele estava a testar que provocou, ao retardador, o recente terramoto e, já agora, os próximos que houver...
Música para desanuviar
We´re caught in a trap, I can´t walk out,
Because I love you too much, baby.
Why can´t you see what you´re doin´ to me,
When you don´t believe a word I´m sayin´?
We can´t go on together with suspicious minds;
And we can´t build our dreams on suspicious minds.
I saw an old friend I know, I stop and say hello,
Would I still see suspicion in your eyes?
Here you go again, ask me where I´ve been,
You can´t see the tears I´ve cried - tears I - tears I´ve cried.
We can´t go on together with suspicious minds;
And we can´t build our dreams on suspicious minds.
Oh, let out love survive, I´ll dry the tears you cry.
Don´t let this good thing die, you know,
I have never lied to you, no, no, no!
We´re caught in a trap, I can´t walk out,
Because I love you too much, baby.
Why can´t you see what you´re doin´ to me,
When you don´t believe a word I´m sayin´?
We can´t go on together with suspicious minds;
And we can´t build our dreams on suspicious minds.
We´re caught in a trap, I can´t walk out,
Because I love you too much, baby.
Why can´t you see what you´re doin´ to me,
When you don´t believe a word I´m sayin´?
We´re caught in a trap, I can´t walk out,
Because I love you too much, baby.
Why can´t you see what you´re doin´ to me,
When you don´t believe a word I´m sayin´?
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sábado, janeiro 30, 2010
Poesia para preparar uma reunião
Convite para as trevas
Enchamos de vozes este túnel vazio
e sentemo-nos a uma mesa invisível
convidando os seres que nos falam, tímidos das trevas,
a tomarem lugar e a ganharem coragem.
Nós é que estamos sós nesta floresta de egoísmos,
nós é que estamos nas trevas, como espíritos,
crendo-nos, infantilmente, corpos palpáveis,
nós, balões garrados diluindo-se entre nuvens!...
Os outros, os que já pereceram, mas vivem algures,
não entre anjos ou diabos, ou anjos-diabos ou diabos-anjos,
mas entre a névoa criada pelo bafo da nossa respiração,
os outros é que conhecem o significado da palavra irmandade.
Esses é que fatigados do seu mundo se fazem adivinhar por vezes,
para que nós os chamemos e os convidemos, deste túnel de vazio,
a sentarem-se a uma mesa invisível,
e a ganharem coragem para estar entre os vivos.
in Novo Génesis - Alexandre Pinheiro Torres
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Pena de morte ou assassinato político?
Teerão executa dois opositores
28 Janeiro 2010
Dois iranianos foram executados durante a madrugada de hoje por terem participado nas manifestações contra os resultados eleitorais de Junho passado.
Mohammad Reza Ali-Zamani e Arash Rahmanipour foram enforcados na madrugada de hoje na prisão onde se encontravam, em Teerão.
Os dois iranianos tinham sido condenados à morte por serem "inimigos de Deus", afirmou a agência Isna. Na realidade, terão sido detidos, julgados e condenados por terem participado nos protestos contra os resultados das presidenciais de Junho de 2009 que deram, de novo, a vitória a Mahmud Ahmadinejad.
Advogados de Ali-Zamani afirmaram, porém, que este não teve qualquer relação com os protestos e consideraram que a sua "confissão" foi feita depois de os esbirros do regime terem ameaçado atacarem a família do detido.
Estas duas execuções são as primeiras de 2010 e com ligação aos protestos eleitorais. Analistas consideram que elas irão agudizar a tensão que se vive no país.
NOTA: Alguém que diga ao Irão que estamos no século XXI...
Postado por Fernando Martins às 14:07 0 bocas
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sexta-feira, janeiro 29, 2010
Poema para um amigo
Um dos pouco conhecidos e grandes poetas portugueses do século XX de que eu gosto morreu faz hoje 9 anos - Egito Gonçalves. Fiquemos com um poema seu, dedicando-o a um grupo de amigos de Leiria...
A Aventura é Ficar
Calafetado contra os sonhos, fico
Contigo, prisioneiro dos liames
Que te cercam e cercam o teu rosto,
A tua carne rasgada nos arames.
Extinguiu-se o apelo da partida…
As quilhas já não sofrem a espuma.
Fico contigo na luta pelo dia
No endurecido leito de caruma.
Tu estás sentada sobre a terra…
Pelas searas corre um vento rude.
Teu corpo é uma espiga amadurecida
Pela água aprisionada do açude.
Corsários acamaradam no mar largo…
Mas do teu caule fino, nasce e ondeia
À minha volta, uma canção serena
Que me prende docemente à sua teia.
in A Evasão Possível - Egito Gonçalves
Postado por Pedro Luna às 21:00 0 bocas
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Egito Gonçalves partiu há 9 anos
José Egito de Oliveira Gonçalves (Matosinhos, 8 de Abril de 1920 - Porto, 29 de Janeiro de 2001), mais conhecido por Egito Gonçalves, foi um poeta, editor e tradutor. Publicou os primeiros livros na década de 1950. Teve como actividade profissional a administração de uma editora. A sua intensa actividade de divulgação cultural e literária concretizou-se, a partir dos anos 50, na fundação e/ou direcção de diversas revistas literárias, como A Serpente (1951), Árvore (1952-54), Notícias do Bloqueio (1957-61), Plano (1965-68, publicada pelo Cineclube do Porto) e Limiar. Em 1977 foi-lhe atribuído o Prémio de Tradução Calouste Gulbenkian, da Academia das Ciências de Lisboa pela selecção de Poemas da Resistência Chilena e, em 1985, recebeu o Prémio Internacional Nicola Vaptzarov, da União de Escritores Búlgaros. Em 1995 obteve o Prémio de Poesia do Pen Clube, o Prémio Eça de Queirós e o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores com o livro E No Entanto Move-se. A sua obra encontra-se traduzida em francês, polaco, búlgaro, inglês, turco, romeno, catalão e castelhano.in Wikipédia
Notícias do bloqueio
Aproveito a tua neutralidade,
o teu rosto oval, a tua beleza clara,
para enviar notícias do bloqueio
aos que no continente esperam ansiosos.
Tu lhes dirás do coração o que sofremos
os dias que embranquecem os cabelos…
tu lhes dirás a comoção e as palavras
que prendemos – contrabando – aos teus cabelos.
Tu lhes dirás o nosso ódio construído,
sustentando a defesa à nossa volta
– único acolchoado para a noite
florescida de fome e de tristezas.
Tua neutralidade passará
por sobre a barreira alfandegária
e a tua mala levará fotografias,
um mapa, duas cartas, uma lágrima…
Dirás como trabalhamos em silêncio,
como comemos silêncio, bebemos
silêncio, nadamos e morremos
feridos de silêncio duro e violento.
Vai pois e noticia como um archote
aos que encontrares de fora das muralhas
o mundo em que nos vemos, poesia
massacrada e medos à ilharga.
Vai pois e conta nos jornais diários
ou escreve com ácido nas paredes
o que viste, o que sabes, o que eu disse
entre dois bombardeamentos já esperados.
Mas diz-lhes que se mantém indevassável
o segredo das torres que nos erguem,
e suspensa delas uma flor em lume
grita o seu nome incandescente e puro.
Diz-lhes que se resiste na cidade
desfigurada por feridas de granadas
e enquanto a água e os víveres escasseiam
aumenta a raiva
............................e a esperança reproduz-se.
in A Viagem com o teu Rosto - Egito Gonçalves
Postado por Fernando Martins às 19:54 0 bocas
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Encontrado sinapsídeo moçambicano
Expedição de dois cientistas portugueses à zona do lago Niassa
Ricardo Araújo e Rui Castanhinha partiram numa aventura a Moçambique, no Verão passado, com uma ideia fixa: encontrar o primeiro dinossauro daquele país. Saiu-lhes na rifa algo ainda mais antigo e raro, que agora revelaram: o fóssil de um antepassado comum a todos os mamíferos, com 250 milhões de anos, quando ainda faltavam 30 milhões de anos para aparecerem os primeiros dinossauros.
Tanto Ricardo Araújo (24 anos) como Rui Castanhinha (27 anos) estavam prestes a entrar numa nova fase da vida. O primeiro ia começar o mestrado em paleontologia na Universidade Metodista do Sul, no Texas (Estados Unidos); o segundo, o doutoramento no Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras. Estavam ambos a colaborar, tal como agora, com o paleontólogo Octávio Mateus, do Museu da Lourinhã, e antes da nova fase nada melhor do que uma expedição científica em África. “Eu e o Rui tínhamos decidido cometermos a loucura de partir para Moçambique para descobrir o primeiro dinossauro do país”, conta Ricardo Araújo.
Tal significava ir em prospecção num local com fósseis com mais de 65 milhões de anos, a altura em que os dinossauros se extinguiram. “Até agora, existe apenas um local em Moçambique com fósseis de vertebrados com mais de 65 milhões de anos: esse local é naquilo a que os geólogos chamam o Graben de Metangula [bacia que resultou da actividade tectónica], mesmo ao lado do lago Niassa.”
Rui Castanhinha teve de voltar a Portugal, mas o amigo continuou a viagem, só com um motorista e um guia local. “Tínhamos uma semana pela frente e os resultados até à data não eram animadores. Não tínhamos descoberto mais do que uns troncos [de árvores] fossilizados. Os dias foram-se passando e a minha frustração ia-se tornando mais palpável. Tinha de garantir o sucesso mínimo da expedição, nem que fosse um fragmento de osso convincente.”
E eis que os seus desejos se concretizaram. “Praticamente no último dia, depois de quase toda a região batida a pé, encontro finalmente no chão uma série de concreções [nódulos] calcárias, daquelas em que sabia que há fósseis”, lembra Ricardo Araújo. “Lá estava ele: um crânio completo de um ancestral comum a todos os mamíferos. Olhei primeiro para uma característica do crânio, sem me aperceber que tinha um esqueleto praticamente completo nas mãos.”
Ontem, a edição portuguesa da revista “National Geographic” assinalou a descoberta numa pequena notícia.
É um réptil mamaliano, com uns meros 15 centímetros de comprimento, que se encontrava enrolado sobre ele próprio e encarcerado na rocha esférica. “O esqueleto estar quase completo é relativamente único. Não há assim tantos fósseis de répteis mamalianos”, frisa Octávio Mateus. “Quando comparados com os dinossauros, os fósseis de répteis mamalianos são raros”, diz também Rui Castanhinha.
Tal como outros répteis mamalianos, este tem uma mistura de características anatómicas de réptil e mamífero. Deles surgiriam os mamíferos, que, até à extinção dos dinossauros, não passavam de animais do tamanho de ratinhos. Com o fim dos dinossauros, os mamíferos começaram a assumir uma variedade de formas e tamanhos.
Sem uma análise mais profunda do fóssil de Moçambique, ainda a ser limpo dos sedimentos nos EUA, a equipa apenas pode dizer pertence aos sinapsídeos, grupo de vertebrados terrestres de que fazem parte, entre outros, os mamíferos. Não quer dizer que o fóssil de Moçambique, em concreto, tenha dado origem aos mamíferos.
Mas o facto de ter sido encontrado o crânio com o resto do esqueleto pode ajudar a desvendar um pouco mais a história evolutiva dos mamíferos. “Ainda não sabemos se será uma espécie nova, será certamente um espécime importante”, diz Ricardo Araújo, que destaca ainda o seu tamanho diminuto: “O que poderá indicar que ou era uma espécie muito pequena, ou era um jovem sinapsídeo passeando pelo Niassa há 250 milhões de anos.”
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quinta-feira, janeiro 28, 2010
Museu da Ciência fora de portas com Simulador do Céu
ADENDA: faz hoje 210 anos que nasceu um grande poeta:
António Feliciano de Castilho, primeiro visconde de Castilho, (Lisboa, 28 de Janeiro de 1800 — Lisboa, 18 de Junho de 1875) foi um escritor romântico português, polemista e pedagogo, inventor do Método Castilho de leitura. Em consequência de sarampo perdeu a visão quase completamente aos 6 anos de idade. Licenciou-se em direito na Universidade de Coimbra. Viveu alguns anos em Ponta Delgada, Açores, onde exerceu uma grande influência entre a intelectualidade local. Contra ele se rebelou Antero de Quental (entre outros jovens estudantes coimbrões) na célebre polémica do Bom-Senso e Bom-Gosto, vulgarmente chamada de Questão Coimbrã, que opôs os jovens representantes do realismo e do naturalismo aos vetustos defensores do ultra-romantismo.
(Cantilena)
Já tenho treze anos,
que os fiz por Janeiro:
Madrinha, casai-me
com Pedro Gaiteiro.
Já sou mulherzinha,
já trago sombreiro,
já bailo ao Domingo
com as mais no terreiro.
Já não sou Anita,
como era primeiro;
sou a Senhora Ana,
que mora no outeiro.
Nos serões já canto,
nas feiras já feiro,
já não me dá beijos
qualquer passageiro.
Quando levo as patas,
e as deito ao ribeiro,
olho tudo à roda,
de cima do outeiro.
E só se não vejo
ninguém pelo arneiro,
me banho co’as patas
Ao pé do salgueiro.
Miro-me nas águas,
rostinho trigueiro,
que mata de amores
a muito vaqueiro.
Miro-me, olhos pretos
e um riso fagueiro,
que diz a cantiga
que são cativeiro.
Em tudo, madrinha,
já por derradeiro
me vejo mui outra
da que era primeiro.
O meu gibão largo,
de arminho e cordeiro,
já o dei à neta
do Brás cabaneiro,
dizendo-lhe: «Toma
gibão, domingueiro,
de ilhoses de prata,
de arminho e cordeiro.
A mim já me aperta,
e a ti te é laceiro;
tu brincas co’as outras
e eu danço em terreiro».
Já sou mulherzinha,
já trago sombreiro,
já tenho treze anos,
que os fiz por Janeiro.
Já não sou Anita,
sou a Ana do outeiro;
Madrinha, casai-me
com Pedro Gaiteiro.
Não quero o sargento,
que é muito guerreiro,
de barbas mui feras
e olhar sobranceiro.
O mineiro é velho,
não quero o mineiro:
Mais valem treze anos
que todo o dinheiro.
Tão-pouco me agrado
do pobre moleiro,
que vive na azenha
como um prisioneiro.
Marido pretendo
de humor galhofeiro,
que viva por festas,
que brilhe em terreiro.
Que em ele assomando
co’o tamborileiro,
logo se alvorote
o lugar inteiro.
Que todos acorram
por vê-lo primeiro,
e todas perguntem
se ainda é solteiro.
E eu sempre com ele,
romeira e romeiro,
vivendo de bodas,
bailando ao pandeiro.
Ai, vida de gostos!
Ai, céu verdadeiro!
Ai, Páscoa florida,
que dura ano inteiro!
Da parte, madrinha,
de Deus vos requeiro:
Casai-me hoje mesmo
com Pedro Gaiteiro.
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A vida de Charles Darwin em filme...!
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Mozart fez anos ontem...
Wolfgang Amadeus Mozart (27 de Janeiro de 1756 – 5 de Dezembro de 1791), foi um compositor prolífico e influente do período clássico, autor de mais de 600 obras - muitas tidas como referências da música sinfónica, concertante, operática, coral, pianística e de câmara - e um dos compositores de música clássica mais populares de todos os tempos.
Mozart mostrou uma habilidade prodigiosa desde sua infância em Salzburgo. Já competente nos instrumentos de teclado e no violino, começou a compor aos cinco anos de idade, e passou a se apresentar para a realeza da Europa; aos dezassete anos foi contratado como músico da corte em Salzburgo, porém sua inquietação o fez viajar em busca de um novo cargo, sempre compondo profusamente. Ao visitar Viena em 1781 foi afastado de seu cargo em Salzburgo, e optou por ficar na capital, onde, ao longo do resto de sua vida, conquistou fama, porém pouca estabilidade financeira. Seus últimos anos na cidade produziram algumas de suas sinfonias, concertos e óperas mais conhecidas, além de seu Requiem. As circunstâncias de sua morte prematura foram assunto de diversas histórias e lendas; deixou uma esposa, Constanze, e dois filhos.
Mozart sempre aprendeu vorazmente com outros compositores, e desenvolveu uma maturidade e brilho característicos em seu estilo, que variam do claro e gracioso ao obscuro e apaixonado - um conjunto moldado por uma visão da humanidade "redimida através da arte, perdoada e reconciliada com a natureza e com o absoluto". Sua influência em toda a música ocidental é profunda. Ludwig van Beethoven compôs suas primeiras obras seguindo os passos de Mozart, sobre quem Joseph Haydn escreveu que "a posteridade não verá um talento como esse em 100 anos".in Wikipédia
Dinossáurios - finalmente a cores
Cores identificadas pela primeira vez
O.K., os dinossauros tinham penas, pelo menos alguns deles, e eram mesmo aparentados com as aves. E de que cor eram as penas deles? Ninguém sabia de que cores se pintavam estes bichos, mas agora fósseis descobertos na China revelam pela primeira vez os padrões do casaco de penas de duas espécies.
O terópode "Sinosauropteryx", um pequeno dinossauro bípede que vivia há cerca de 125 milhões de anos, tinha anéis alternados de laranja e branco, até à cauda, e a ave primitiva "Confuciusornis" tinha manchas de branco, vermelho e castanho alaranjado ao longo do corpo. Os cientistas, que relatam esta descoberta na revista “Nature”, chegaram a estas conclusões estudando dois tipos de melanosomas, organelos de cor que estão no interior da estrutura das penas e do cabelo nas modernas aves e mamíferos, e são responsáveis pelos tons de negro, cinzento e as várias paletas de laranja e castanho.
Estas melanosomas foram descobertos em penas de numerosos fósseis de aves e dinossauros encontrados na China – onde se encontram jazidas preservadas em excelentes condições e se fizeram descobertas muito importantes para ajudar a compreender a história dos dinossauros.
Estas descobertas, dizem os cientistas (a equipa inclui chineses, britânicos e irlandeses) confirmam o já substancial corpo de provas de que as aves evoluíram a partir dos terópodes (dinossauros carnívoros). “Agora sabemos que as penas mais simples, em dinossauros como o "Sinosauropteryx" estavam apenas em zonas limitadas do seu corpo – por exemplo, numa espécie de coroa, ao longo da coluna, e à volta da cauda – pelo que ao nível da regulação térmica só poderiam ter uma função muito limitada”, comenta Michael Benton, da Universidade de Bristol, citado num comunicado de imprensa da instituição.
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Marcadores: China, Confuciusornis, Dinossáurios, Paleontologia, Sinosauropteryx
Poema alusivo à época
Bagatelas
3
Este mundo é um curro.
E nem um curro será.
É um beco sujo,
um velho quintal.
As vizinhas malcriadas despicam-se, espreitam-se.
Lá estão elas, de mãos na ilharga:
Tira, toma, é mentira, é falso...
Irene Lisboa, in Líricas Portuguesas, 1958
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quarta-feira, janeiro 27, 2010
V Congresso Nacional Cientistas em Acção
O quinto Congresso Nacional “Cientistas em Acção” decorre de 22 a 24 de Abril, na cidade alentejana de Estremoz, com o objectivo de atrair jovens para a Ciência e Tecnologia, anunciou hoje a organização.
A iniciativa, a cargo do Centro Ciência Viva de Estremoz, é destinada a atrair alunos do ensino básico e secundário de escolas públicas e privadas de todo o país, para a Ciência e Tecnologia, tanto nas vertentes de investigação como de desenvolvimento.
O director do Centro Ciência Viva de Estremoz, Rui Dias, adiantou hoje à agência Lusa que o congresso pretende ainda desenvolver o contacto e a partilha de ideias entre os jovens, no âmbito da cultura científica e tecnológica.
O responsável destacou a importância de desenvolver o espírito científico dos jovens, através da realização de pequenos projectos em que o ensino experimental das ciências constitui uma prioridade. Os trabalhos podem ser apresentados individualmente ou em grupo, com um limite máximo de quatro alunos por grupo.
De acordo com o Centro Ciência Viva de Estremoz, os projectos a elaborar devem estar sempre relacionados com a temática geral do funcionamento do planeta Terra. No entanto, os promotores garantem que, ao terem optado pela Terra como tema central, não pretendem restringir os projectos à disciplina Geologia.
As inscrições na iniciativa decorrem até 25 de Março e a entrega dos projectos até 1 de Abril. Os melhores trabalhos vão ser premiados por três níveis de ensino: Prémio Galopim de Carvalho (1º e 2º Ciclo do Ensino Básico), Prémio Deodat Dolomieu (3º Ciclo do Ensino Básico) e Prémio António Ribeiro (Ensino Secundário).
A avaliação dos trabalhos terá em conta o conteúdo científico, originalidade e apresentação teórica e experimental.
A iniciativa, que decorre no Centro Ciência Viva de Estremoz, conta com o apoio da Universidade de Évora e da Câmara Municipal de Estremoz.
NOTA: mais informações neste site:
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