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sábado, março 06, 2010

O jornal que não censura ataca outra vez

Brasileiro dotadão no Jornal de Notícias

Adivinha: destes dois anúncios, qual foi publicado no «Jornal de Notícias» e qual foi censurado?

Pois, pois, o JN é muito criterioso na escolha dos seus anúncios…


in Blog Aventar - post de Ricardo Santos Pinto (6 de Março de 2001)


ADENDA: para se perceber melhor esta deliciosa estória rosa, sugere-se as seguintes leituras:

sábado, setembro 05, 2009

Sócrates (versão 2.0)

Dr. Jekyll e Mr. Hyde
2009-09-03

Depois da entrevista do primeiro-ministro à RTP e das declarações à imprensa em que a ministra da Educação se tem desdobrado nos últimos (longe vá o agoiro) tempos, os professores ficaram a saber com o que podem contar num próximo eventual mandato de Maria de Lurdes Rodrigues: talvez um pouco mais de "delicadeza", provavelmente até preliminares, vaselina e outras boas práticas, mas a mesma virilidade por assim dizer reformista, ou "guerra", como a ministra diz.

Um fenómeno interessante das campanhas eleitorais é que elas facultam aos eleitores descobrir o afável e confiável Dr. Jekyll que se esconde afinal atrás de cada Mr. Hyde. No momento de prestarem contas ao chamado "país" e de tentarem reconquistar a sua confiança, os políticos fazem todos como aquele "mauvais sujet repenti" de Brassens, arrepiando caminho pela via dos melhores propósitos. É assim que a ministra parece agora mais uma vítima de erros seus, má fortuna, amor ardente do que o provável algoz de uma nova maioria de Sócrates. Como nos velhos filmes mudos, "à mercredi prochain" (que é como quem diz até que a campanha termine).

sábado, outubro 18, 2008

Os Robots

Tarefas do Magalhães saturam professores
Ministério quer que sejam os docentes a tratar das burocracias e inscrições
TIAGO RODRIGUES ALVES

Os professores dizem que não são delegados comerciais e que as tarefas exigidas pelo Ministério não fazem parte das suas funções de docentes. As acções de formação do Magalhães ainda não foram esquecidas.

O Ministério da Educação, através das Direcções Regionais está a enviar orientações, no âmbito do programa e.escolinhas, para que os professores dêem todas as informações do Magalhães aos encarregados de educação e que tratem de todo o processo de inscrição. As tarefas passam por facultar os documentos de adesão aos pais, receber e validar as fichas e termos de responsabilidade depois de preenchidos e efectuar a inscrição dos alunos no sítio da Internet do programa, obtendo do sistema o código de validação para cada um.

"Isto está a deixar os professores indignadíssimos", afirmou, ao JN, Manuel Micaelo, coordenador do primeiro ciclo do Sindicato de Professores da Grande Lisboa. "Obviamente, isto não é conteúdo funcional da profissão e esta vai ser mais uma burocracia que impede os professores de se dedicarem às suas verdadeiras funções de docentes", explicou o sindicalista, salientando que "somos professores, não somos delegados de uma empresa ou técnicos informáticos".

Este é apenas mais um acidente de percurso na curta mas atribulada viagem do Magalhães. Ainda fresca na memória está a polémica que provocaram os vídeos das cinco acções de formação promovidas pelo Ministério da Educação. Recorde-se que cerca de 800 coordenadores de Tecnologia de Informação e Comunicação foram requisitados para terem um primeiro contacto e receberem formação específica sobre o Magalhães para depois a transmitirem aos professores do primeiro ciclo dos respectivos agrupamentos. Durando dois dias, as acções de formação passariam pela utilização do Magalhães em ambiente de sala de aula, na utilização da Internet com segurança e a questão do controlo parental.

No entanto, segundo os relatos de um cordenador que esteve presente na acção de Cantanhede, o que se passou foi "uma coisa completamente surreal". Paulo Carvalho confessa, no seu blogue, que "como professor e coordenador TIC" se sentiu "vexado nestes dois dias". E não percebe como é possível que se gaste "um dia a obrigar-nos a produzir teatrinhos e cantigas para miúdos de 6 anos, outro meio dia gasto com russos a lerem powerpoints em pseudo inglês, escritos em Português, com tradução por senhoras contratadas."

O gabinete de comunicação do Plano Tecnológico da Educação, através de um comunicado, afirmou que "das opiniões recolhidas sobre a qualidade destas jornadas de trabalho, nomeadamente através de inquéritos de avaliação, o balanço geral é francamente positivo." Quanto ao custo das acções de formação, o gabinete revelou ao JN que a despesa das acções propriamente ditas recaiu nas empresas associadas: Intel, Microsoft e Caixa Mágica. No entanto, foi o Estado a suportar as despesas de deslocação e estadia dos formandos.

Outras "falhas de navegação" do Magalhães - "convites" do Estado às autarquias para que estas suportassem as despesas com a Internet dos alunos do seu município, o facto de a empresa que está a produzir os Magalhães estar com um processo por incumprimento fiscal e, ainda, o falso anúncio de que este seria um computador 100% português.

in JN on-line - ler notícia


NOTA: Os sublinhados (bold/negrito) são da nossa responsabilidade. Já agora, aqui fica uma canção alusiva ao tema, por sugestão do Paulo Guinote:

Kraftwerk - Die Roboter

quinta-feira, outubro 02, 2008

Pagamentos Por Conta?

Na sequência do post anterior, outro sobre o mesmo (a notícia está a espalhar-se...) do Blog A Educação do meu Umbigo:

(clicar para aumentar)

Anúncios geram polémica entre PSD e ministra

Anúncios ou notícias? O PSD acusou ontem o Ministério da Educação de fazer “publicidade enganosa” ao fazer publicar pelo menos 35 artigos na primeira página do caderno de anúncios do Jornal de Notícias (JN) sem qualquer indicação de que se tratava de publicidade paga nem referência à fonte da informação.
“Um escândalo”, acusou o deputado Agostinho Branquinho, ao confrontar a ministra Maria de Lurdes Rodrigues com a situação durante uma audição na Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, onde avaliou em 35 mil euros o custo destas publicações.
A questão já tinha motivado uma pergunta ao Governo pela bancada social-democrata, onde se alertava o ministério para o risco de confusão perante o leitor.
“A dúvida que se coloca perante o leitor é se os textos em questão, tantas vezes redigidas em tom apologético, acompanhadas de fotografias seleccionadas de forma a enaltecer as realizações do Governo, são textos informativos redigidos segundo critérios jornalísticos ou se são uma manifestação propagandística com recurso a recursos públicos”.
Na resposta, a chefe de gabinete da ministra classificava aqueles artigos como “imprensa/publicidade”, afirmava terem sido escritos pelo Gabinete de Comunicação do Ministério da Educação e indicava como custo unitário 728 euros, acrescidos de IVA.

“Não há qualquer publicidade enganosa”, refutou ontem a governante no Parlamento, para quem a publicação desses artigos no suplemento de anúncios é suficiente para afastar qualquer dúvida sobre o tipo de artigo em causa.
“Estamos a exercer o nosso dever de comunicar e informar e desafio os senhores deputados a provar que se trata de notícias falsas ou de promoção pessoal de qualquer membro da equipa ministerial”, argumentou Maria de Lurdes Rodrigues.
Horas depois, o ME fez chegar ao PÚBLICO a primeira página do jornal Notícias da Educação de Dezembro de 1993, da propriedade do Ministério da Educação da época (Governo Cavaco Silva), onde se noticia em manchete que “A nova equipa do ME já está a trabalhar”, acompanhada de uma grande fotografia da então ministra Manuela Ferreira Leite.
A talhe de foice, o assessor ministerial sublinha que Agostinho Branquinho integrava o conselho editorial desse órgão de propaganda.
(Leonete Botelho, Público, sem link permanente)

Pelo Norte, o JN passou a ser conhecido como a «folha governamental». Por alguma razão será. Já agora, seria interessante que se pudesse falar à vontade sobre as transferências para certas prateleiras de quem, em alguns órgãos de comunicação social escrita, se porta mal. Ou do que é preciso fazer para (sobre)viver às recomendações que surgem na secretária.

Porque o ridículo disto tudo é que nos tempos que correm são muitos os jornalistas a falar em off para fora, ao contrário do habitual.

E com ou sem regulação pela ERC, aqui pelos blogues respeita-se a privacidade e muito do que se sabe não se pode divulgar para evitar males maiores.

Note-se ainda a estratégia de contra-ataque do ME: antes de mais, procura justificar os seus pecadilhos com pecadilhos anteriores, dos seus actuais adversários. Em seguida, e não sei se de forma inconsciente, dá a entender que se em 2008 há quem ceda ao ME, já em 1993 o fazia, embora para outra cor.

Triste. Mas um retrato fiel da realidade.

Ministério da Propaganda

Recentemente, ao ler números antigos do Jornal de Notícias guardados pelo meu pai, apercebi-me de um duvidosos textos jornalísticos, tecendo formidáveis elogios aos fantásticos programas do Ministério da Educação, sempre a encabeçar a secção de Anúncios.

Jornalistas que comam e regurgitem o paleio feito pelas cabeças pensadoras dos Ministérios sempre os houve, até porque é mais fácil escrever o que já está escrito e o muitas vezes o chefe gosta, mas o facto de não serem assinados tais encómios deixou-me sempre de pulga atrás da orelha.

Finalmente um texto no Blog 31 da Armada fez-me entender a coisa: tais peças eram propaganda disfarçada (coisa que a lei proíbe...) e pagas à unidade pelo Ministério da Propaganda, perdão, da Educação. Não fosse a oportuna questão que um grupo de deputados colocou à Ministra da Educação e ainda agora estávamos a comer palha, perdão, propaganda, perdão, anúncios pagos, nesse jornal de grande circulação...

Onde está a ética jornalística, que encapota um anúncio pago como uma notícia? Onde está a ética republicana dos políticos (pressuponho que os responsáveis políticos de um Ministério o sejam...) que aldrabam e só assumem quando confrontados com uma questão, por escrito, dentro das imposições da nossa lei?

Aqui fica o post original, para memória futura:

Peça jornalística na primeira página da secção de "Anúncios" do Jornal de Notícias.

Fala-nos das maravilhas que o Governo faz às escolas através do Plano Tecnológico.

O generoso artigo de opinião, laudatório das medidas do Governo não está assinado e não diz quem paga.

Pedido o esclarecimento e dada a resposta, sabe-se que a simpatia custou aos contribuintes "728 euros, acrescidos de IVA".

A dividir por todos, não custa nada.



Adenda: O Blog 31 da Armada publicou mais dois posts (II e III) sobre o assunto.