domingo, outubro 12, 2008

Actividade no PNSAC de 20.10 - as fotos

Estrutura de recolha de água da cisterna colectiva de Serro Ventoso

Caminho das pedras...

Medronheiro

Planta curiosa...

Castelo de Porto de Mós

O grupo

À entrada dos túneis

Os túneis

ATENÇÃO - PERCURSO PEDESTRE...

Pic-nic

Pic-nic...?!?

Abyssus Abyssum...

Fórnea

Geopedrados - Téu e Nando (com dedicatória ao Ruizinho)

Amoras

As alegres espeleólogas...

No fim do poço artificial do Algar do Pena

Debruçados sobre o abismo - Algar do Pena

Estalactites truncadas - Algar do Pena

Restos de um grupo depois dos abandonos...

Disjunção prismática - Portela de Teira

Disjunção prismática (com Téu a servir de escala...)

Caracol - Serra da Lua

sábado, outubro 11, 2008

Mutatis mutandis

ATENÇÃO! Isto não está tão mal como o pintam - o Blog Bandeira ao Vento voltou! Vejam este post de José Bandeira, por nós ilustrado com um cartoon do mesmo autor publicado no DN:




Há dois mil e seiscentos anos (tanto assim? Como o tempo passa), também em Atenas havia problemas de endividamento. Flagelados por um sem-número de contrariedades – más colheitas, pragas, aumento de taxas de juro, etc. –, os cidadãos não conseguiam pagar os seus ecrãs plasma gigantes e a taxa da Sport TV (bem, era mais os cereais e coisas assim) e viam-se reduzidos pelos seus credores à condição de escravos.

Temendo os episódios sanguinolentos e as competições de lira que sempre acompanhavam os períodos de ruptura na Grécia antiga, os atenienses, pobres como ricos, concordaram em pedir ao seu compatriota Sólon – um dos “sete sábios” da Antiguidade – que reformasse as leis da cidade e restaurasse por meios pacíficos a paz social. Sólon aceitou, mas impôs uma condição: por um período de dez anos, nenhuma das suas leis poderia ser alterada sem que antes lhe fosse pedido um parecer. Os atenienses acolheram com prazer a aparentemente inócua cláusula, e pelas costas riam-se muito e chamavam ao sábio “Sólon Freitas do Amaral”.

O legislador pôs mãos à obra e substituiu a maior parte das leis de Draco, que condenavam um grego à morte por cortar uma unha (ou a duas mortes por unha e meia), por outras mais humanas. Criou novas classes de censo baseadas na capacidade de produção agrícola e já não no nascimento. Proibiu a escravidão por dívidas. E, last but not least, simplesmente anulou todas as dívidas existentes à data – quem devia alguma coisa ficou a dever nada.

Os cidadãos escravizados foram libertados e ficaram contentes. As grandes famílias nobres perderam privilégios e ficaram possessas. Os pobres queriam mais direitos políticos e ficaram chateados. Os ricos ficaram um pouco menos ricos – e furiosos.

Então Sólon viajou para parte incerta por um período de dez anos.

Actividade no PNSAC de 20.10 - um resumo

No passado dia 20 de Setembro realizei uma actividade com vinte amigos no PNSAC, conforme aqui indicámos previamente (aqui, aqui e aqui). Como o tempo de um professor não chega para tudo só hoje iremos colocar mais informações sobre como correu a coisa...

Como de costume partimos com bastante atraso, pois a malta ao sábado custa-lhe sair da cama e só às 10.15 horas demos início à caravana. Tendo deixado um carro na Corredoura (a localidade sobranceira a Porto de Mós, onde se inicia a Serra dos Candeeiros) lá fomos até à Bezerra, deixando os carros no campo de futebol (ou o que restou do mesmo) nas cercanias das Minas da Bezerra. Depois do primeiro troço alcatroado, entrámos na zona de pedra solta, vestígio da antiga linha de comboio, de que se queixaram os nossos participantes. Mas a paisagem (eu adoro ver a estrutura de recolha de água da Cisterna Colectiva de Serro Ventoso...), a fruta prometida (deu para comer figos, amoras, medronhos e até pinhões...!), as ervas aromáticas e o convívio valeram bem o esforço! Foi de tal maneira agradável que ficou a promessa de fazer novamente este percurso, desta vez na totalidade e partindo, ainda de noite, com saída de Leiria às 06.00 horas),num futuro próximo...

Depois, chegados à Corredoura, os condutores foram buscar os carros e os restantes esperaram num café (um pequenino, próximo da Escola Preparatória que herdou as instalações do antigo colégio...) enquanto que uma rara chuvada se abatia sobre a zona - o S. Pedro foi muito simpático connosco...

Depois fomos directos a Chão das Pias, comendo um valente pic-nic no início do percurso, junto à estrada, e indo de seguida ver a Fórnea, desta vez por cima. Como sempre, todos gostaram mas alguns, que conhecem o percurso pedestre a partir de Zambujal de Alcaria, disseram que por baixo é mais bonito o magnífico anfiteatro natural que é a Fórnea...

Em seguida fomos para o Algar da Pena, onde chegámos com os carros branquinhos (as dezenas de pedreiras de pedra-de-calçada e os camiões fazem muito pó e os últimos quilómetros são em terra batida...) mas valeu a pena. A apresentação inicial e a visita à gruta valeram o esforço (embora alguns de nós tivessem ficado cheios de inveja dos aprendizes de espeleólogos que tinham o privilégio de andar lá no fundo, enquanto nós ficámos parados na plataforma sobre o sobre o abismo a ouvir nos auriculares o Olímpio Martins a debitar a sua sabedoria...). Depois ainda merendámos e fizemos fotos no exterior.

Já sem 4 dos participantes, fomos para Portela de Teira ver a disjunção prismática no filão basáltico, que é magnifica - só na ilha de Santa Maria ou nas Flores se consegue ver algo melhor... Só espero que a pedreira já não funcione - seria uma pena que desaparecesse tal geomonumento!

Voltámos por Casal de Vale de Ventos e Arrimal para poder mostrar o Caracol na Serra da Lua e depois foi só acelerar até casa. A colega Téu acabou por jantar por cá e deu para pôr a conversa em dia e pensar em próximas actividades...!

O único ponto negativo foi algumas desistências de última hora, mas todas com justificação, e o cansaço que trazemos da Escola e que nos tira a vontade de tudo... Num próximo post iremos colocar as fotografias.

1.500 posts...!



Queremos comemorar assim o post n.º 1.500 deste Blog, num grito de socorro a que penso todos os Geopedrados (e Geólogos) se associarão... Este Blog é livre e democrático e enquanto o for defenderá causas e pensará nos mais fracos. Como professor só me posso congratular com o facto de em breve os professores voltarem a Lisboa para gritar a sua revolta: DEIXEM-NOS ENSINAR!

sexta-feira, outubro 10, 2008

quinta-feira, outubro 09, 2008

Dinossauros falsos e "Frankenstein"

Do Blog Lusodinos publicamos o seguinte post, com a devida vénia, do Doutor Octávio Mateus:


Sim, é verdade, até os dinossauros e outros fósseis são falsificados!


O crescente aumento do comércio de fósseis (com os leilões a venderem dinossauros a preços astronómicos), a raridade dos fósseis e pobreza económica associada a algumas áreas fossilíferas só podia dar num resultado: a falsificação de fósseis.

Em muitas lojas e feiras do país vemos crânios de mosassauros, ovos de dinossauros, trilobites e tantos outros fósseis de integridade duvidosa. Nalguns locais de venda, a falsificação atinge os 10 a 20% dos crânios expostos. Estas fraudes são muitas vezes compostas de ossos verdadeiros mas agrupados artificialmente para simular um crânio ou um esqueleto completo, a jeito do monstro de Frankenstein, no qual um só indivíduo era composto com partes de vários homens. As falsificações mais problemáticas são montagens artificiais de fósseis verdadeiros o que torna a detecção da fraude mais difícil.

Os artesãos que fazem estas fraudes, muitos deles de Marrocos e da China, são frequentemente de tal forma exímios que a falsificação engana os conhecedores e profissionais. O caso recente mais famoso é o do Microraptor publicado na revista Nature com cobertura e financiamento da National Geographic. Pensava-se que era um estádio evolutivo intermédio entre os dinossauros terópodes e as aves… pudera!… o esqueleto era composto pela junção de várias espécies.

Um meu novo artigo publicado no Journal of Paleontological Techniques (disponível em PDF) sugere várias técnicas na detecção destes embustes: exame visual pormenorizado e crítico, análise química, raios X e tomografia computorizada e observação sob luz ultravioleta.


A, Fotografia (à esquerda) e raios X (à direita) de um falso crânio de dinossauro Psittacosaurus. Os raios X mostram a pedra (a cinzento) que forma o núcleo no qual foram colados ossos de dinossauro para simular um crânio. B, Um fémur e C, um sacro e cintura pélvica, constituídos por partes de diferentes ossos.


Referência:
Mateus, O., Overbeeke, M., Rita, F., 2008. Dinosaur Frauds, Hoaxes and "Frankensteins": How to distinguish fake and genuine vertebrate fossils, Journal of Paleontological Techniques, 2: 1-5.

Geologia no Verão 2009

Como este Blog é mesmo muito avançado no tempo, iremos agora fazer futurologia: para o próximo ano haverá uma Geologia no Verão, dado pelo Doutor António Saraiva (DCT/UC) provavelmente na área de alteração de rochas em monumentos e feita em Viana do Castelo e/ou nas suas cercanias.

Já há imensos pré-inscritos (de Leiria já somos 3 e em Viana serão certamente mais de 1 dezena) e, depois de realizada, incluirá um roteiro turístico-gastronómico... Os três magníficos de Leiria e o Doutor Saraiva agradecem e aceitam, desde já, a oferta da dormida e da 2ª parte da actividade à Dr.ª M.ª João Ramos!

Lógicas imbatíveis

Do Blog A Educação do meu Umbigo publicamos o seguinte post:

O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, desvalorizou hoje as aposentações entre os professores, atribuindo o facto de quatro mil docentes terem pedido a aposentação nos últimos dez meses (o dobro do ano passado) às alterações na lei da reforma.

“A idade da reforma aumentou e, naturalmente, mais pessoas pediram a aposentação, mas isso aconteceu em todas as profissões”, declarou, falando aos jornalistas na Fundação de Serralves, no Porto, onde participou no Encontro Nacional de Professores.

Considerando que a notícia avançada pelo “Jornal de Notícias” é “uma manipulação dos números”, o representante do Governo qualificou como ilegítima qualquer associação entre a duplicação dos pedidos de aposentação e a desmotivação dos professores. “Não acho nada que os professores tenham falta de motivação, bem pelo contrário: os resultados escolares em Portugal melhoraram e muito e isso deve-se ao trabalho dos professores”, afirmou, insistindo que as aposentações também aumentaram entre “médicos, enfermeiros, juízes e advogados”. (Natália Faria)

Este secretário de Estado é um portento em matéria de lógica e argumentação. Um tipo não sabe mesmo se não será ele o verdadeiro Zé Carlos que faltou um pouco ao primeiro programa dos Gato Fedorento para a SIC.

Vejamos:

  • As pessoas reformam-se mais cedo porque a idade da aposentação aumenta. Tem toda a lógica. Aliás, quando um Governo aumenta a idade da aposentação é para que as pessoas se reformem mais cedo. Julgo que é óbvio, evidente e transparente. É que mesmo que se argumente que, do ponto de vista do ME, as aposentações são benéficas em termos orçamentais, do lado do pagamento das prestações sociais não é tanto assim. Mas…
  • Depois temos o facto da notícia ser, aparentemente, uma «manipulação dos números». Vindo de quem vem só podemos considerar isto um exercício sublime de amnésia ou auto-ironia. Quem costuma atirar números para o ar sem grande fundamento e de forma selectiva é exactamente o ME (caso da assiduidade dos docentes, da cobertura dos gastos pela ASE): Mas se o SE Lemos ainda demonstrasse onde se encontra a manipulação poderíamos compreende-lo. Como apenas a enuncia, de nada adianta. Eu posso dizer que os gatos com quatro patas são todos resultado de uma manipulação genética que, sem a devida demonstração, isso não se transforma numa verdade.
  • Mas o que é sempre interessante é que, apesar de ser uma manipulação, Valter Lemos dá por adquirido esse aumento das aposentações, apenas achando que também ocorre em outras profissões. Pena que, de novo, lhe tenha falhado a demonstração de aumento equivalente de aposentações entre médicos, juízes e advogados. Entre os enfermeiros, até acredito.
  • Por fim, embora achando que os dados são manipulados, Valter Lemos não associa o inexistente aumento de aposentações com a «desmotivação dos docentes». pelo contrário acha-os motivados, pois até os alunos têm vindo a ter melhores notas. Arre… que o senhor excelentíssimo secretário de estado realmente tem umas circunvoluções cerebrais que me deixam abismado. Qual cérebro de Lenine, qual cérebro de Darwin. Este cérebro é que merece ser estudado em detalhe quando essa oportunidade se apresentar. É que o génio, em modelo supra, mora aqui. Numa embalagem improvável. Mas é mesmo aqui.

Bem aventurados pobres de espírito...

Valter Lemos desvaloriza aposentações entre os professores
08.10.2008 - 13h25 Natália Faria

O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, desvalorizou hoje as aposentações entre os professores, atribuindo o facto de quatro mil docentes terem pedido a aposentação nos últimos dez meses (o dobro do ano passado) às alterações na lei da reforma.

“A idade da reforma aumentou e, naturalmente, mais pessoas pediram a aposentação, mas isso aconteceu em todas as profissões”, declarou, falando aos jornalistas na Fundação de Serralves, no Porto, onde participou no Encontro Nacional de Professores.

Considerando que a notícia avançada pelo "Jornal de Notícias" é "uma manipulação dos números”, o representante do Governo qualificou como ilegítima qualquer associação entre a duplicação dos pedidos de aposentação e a desmotivação dos professores. “Não acho nada que os professores tenham falta de motivação, bem pelo contrário: os resultados escolares em Portugal melhoraram e muito e isso deve-se ao trabalho dos professores”, afirmou, insistindo que as aposentações também aumentaram entre “médicos, enfermeiros, juízes e advogados”.


in Público - ler notícia

NOTA: É, no mínimo, triste ver um membro de um governo pôr em causa dados oficiais desse mesmo governo. Nos comentários a esta notícia estava este, de alguém nosso conhecido, que nos atrevemos a publicar aqui:

09.10.2008 - 11h20 - Mário Oliveira, Leiria
Caro Valter Lemos (deixemo-nos dessas coisas de Ex.mo Secretário de Estado, face ao que lhe proponho com a maior das humildades), sei que não lerá estas linhas. Mas aqui ficam, pois alguém do seu staff lhas pode dar a ler: Vá, de surpresa, a uma qualquer escola deste país. Liberte os professores da lei da rolha, e deixe-os falar em directo, frente da comunicação social, na sua presença. Ouça, de forma respeitosa os professores - algo que me parece ter faltado ao Ministério da Educação desde que os senhores lá chegaram, mas esta pode ser apenas uma sensação minha). Deixe que os jornalistas julguem da motivação dos docentes. Tenha coragem de responder a este tão simples desafio (todos sabemos que o seu Ministério tem uma certa dificuldade em aceitar opiniões contrárias, mesmo sendo as correctas, mas tenha essa frontalidade ao menos uma vez durante o seu mandato), provando ao país capacidade para ser confrontado com a realidade que criou, sem se refugiar no poder que lhe foi conferido. Manifeste simultaneamente respeito pelos funcionários que tutela, o que é um bom princípio de gestão dos "recursos humanos". Aceite os meus respeitosos cumprimentos, enquanto aguardo pela sua decisão.

quarta-feira, outubro 08, 2008

Avaliação de Docentes, delegação de competência e legalidade

O Decreto Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro, estabeleceu as normas legais que estão neste momento a dar início ao processo de avaliação de Docentes. Neste decreto era dito, num dos seus artigos que agora tem sido referido, o seguinte:

Artigo 12.º
Avaliadores
1 — Em cada agrupamento de escolas ou escola não agrupada, são avaliadores:
a) O coordenador do departamento curricular;
b) O presidente do conselho executivo ou o director.
2 — O coordenador do departamento curricular pode delegar as suas competências de avaliador noutros professores titulares, em termos a definir por despacho do membro do Governo responsável pela área da educação.
3 — A delegação prevista no número anterior é efectuada em professores titulares que pertençam, sempre que possível, ao mesmo grupo de recrutamento dos docentes a avaliar.
4 — O presidente do conselho executivo ou o director pode delegar noutros membros da direcção executiva a sua competência para a avaliação de docentes.
5 — Na ausência ou impedimento de qualquer dos avaliadores a que se refere o n.º 1, a avaliação é assegurada pela comissão de coordenação da avaliação do desempenho.
Esta delegação de competências foi regulamentada através do Despacho n.º 7465/2008, de 21 de Fevereiro de 2008, assinado pelo Secretário de Estado da Educação Valter Lemos. Nesta eram referidas as condições para se poder delegar competências na Avaliação de docentes, dizendo nesse documento isto:

I
Delegação de competências de avaliador
1- O coordenador de departamento curricular é o responsável pela avaliação de desempenho dos docentes do respectivo departamento nos seguintes parâmetros classificativos:
a) Preparação e organização das actividades lectivas;
b) Realização das actividades lectivas;
c) Relação pedagógica com os alunos;
d) Processo de avaliação das aprendizagens dos alunos.
2- O coordenador do departamento curricular pode delegar as suas competências de avaliador em professores titulares do respectivo departamento que pertençam, sempre que possível, ao mesmo grupo de recrutamento dos docentes a avaliar e tendo em conta a respectiva componente lectiva.
3- A delegação de competências respeita o princípio da equidade não podendo a sua utilização eximir o coordenador de departamento curricular da responsabilidade de avaliação.
4- A delegação de competências obedece ao disposto nos artigos 35º a 40º do Código do Procedimento Administrativo.
5- Sendo efectuada a delegação prevista no n.º 2, o professor titular assume todas as funções de avaliador nas fases do processo de avaliação.
Para quem não está familiarizado com o Código do Procedimento Administrativo, cite-se então esses mesmos artigos:

SECÇÃO IV
Da delegação de poderes e da substituição

Artigo 35º
Da delegação de poderes
1 - Os órgãos administrativos normalmente competentes para decidir em determinada matéria podem, sempre que para tal estejam habilitados por lei, permitir, através de um acto de delegação de poderes, que outro órgão ou agente pratique actos administrativos sobre a mesma matéria.
2 - Mediante um acto de delegação de poderes, os órgãos competentes para decidir em determinada matéria podem sempre permitir que o seu imediato inferior hierárquico, adjunto ou substituto pratiquem actos de administração ordinária nessa matéria.
3 - O disposto no número anterior vale igualmente para a delegação de poderes dos órgãos colegiais nos respectivos presidentes, salvo havendo lei de habilitação específica que estabeleça uma particular repartição de competências entre os diversos órgãos.

Artigo 36º
Da subdelegação de poderes
1 - Salvo disposição legal em contrário, o delegante pode autorizar o delegado a subdelegar.
2 - O subdelegado pode subdelegar as competências que lhe tenham sido subdelegadas, salvo disposição legal em contrário ou reserva expressa do delegante ou subdelegante.

Artigo 37º
Requisitos do acto de delegação
1 - No acto de delegação ou subdelegação, deve o órgão delegante ou subdelegante especificar os poderes que são delegados ou subdelegados ou quais os actos que o delegado ou subdelegado pode praticar.
2 - Os actos de delegação e subdelegação de poderes estão sujeitos a publicação no Diário da República, ou, tratando-se da administração local, no boletim da autarquia, e devem ser afixados nos lugares de estilo quando tal boletim não exista.

Artigo 38º
Menção da qualidade de delegado ou subdelegado
O órgão delegado ou subdelegado deve mencionar essa qualidade no uso da delegação ou subdelegação.

Artigo 39º
Poderes do delegante ou subdelegante
1 - O órgão delegante ou subdelegante pode emitir directivas ou instruções vinculativas para o delegado ou subdelegado sobre o modo como devem ser exercidos os poderes delegados ou subdelegados.
2 - O órgão delegante ou subdelegante tem o poder de avocar, bem como o poder de revogar os actos praticados pelo delegado ou subdelegado ao abrigo da delegação ou subdelegação.

Artigo 40º
Extinção da delegação ou subdelegação
A delegação e a subdelegação de poderes extinguem-se:
a) Por revogação do acto de delegação ou subdelegação;
b) Por caducidade, resultante de se terem esgotado os seus efeitos ou da mudança dos titulares dos órgãos delegante ou delegado, subdelegante ou subdelegado.

Penso que se torna claro (basta ler os meus sublinhados - o BOLD/NEGRITO - dentro da legislação) para perceber que qualquer acto feito no decorrer da Avaliação de Docentes, ao abrigo de alegada delegação de competências, só poderá ser feito e ter valor jurídico DEPOIS de ter sido oficializado através de publicação em Diário da República. Tudo o que for feito por estas pessoas, ANTES DA PUBLICAÇÃO, é nulo, ilegal e poderá ser passível de processo judicial.


E, de embrulhada em embrulhada, lá se vai fazendo a avaliação dos docentes portugueses. Se não for pedir muito, deixem-nos, de vez em quando, algum tempo para preparar aulas e dormir...

Espaço: a última fronteira

Informação recebida da Ciência Viva, via e-mail, sobre a exposição a inaugurar na sexta-feira dia 10 de Outubro:



A aventura no Espaço começou há meio século. A Terra está rodeada de satélites artificiais, caminhámos na Lua, estamos a construir uma Estação Espacial Internacional e exploramos com sondas e telescópios o Sistema Solar e o Universo.

Seja astronauta por um dia e venha descobrir os desafios que nos reserva a última fronteira. Das telecomunicações aos laboratórios espaciais, da navegação à microgravidade, embarque na procura do conhecimento e siga os pequenos passos para o Homem que se têm vindo a revelar saltos gigantes para a Humanidade.

O Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva convida-o para a inauguração da exposição Espaço - A Última Fronteira no dia 10 de Outubro, sexta-feira, às 15.00 horas.

Estará presente Sua Excelência o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.


Mais informações em www.pavconhecimento.pt

terça-feira, outubro 07, 2008

Geologia do Buçaco-Penacova em mapas da Google

Moinhos de Gavinhos


Ver mapa maior


Miradouro em Penacova


Ver mapa maior


Livraria do Mondego


Ver mapa maior


Serra da Atalhada


Ver mapa maior


Praia Fluvial de Vimieiro - Rio Alva


Ver mapa maior


Barragem da Aguieira


Ver mapa maior

Geologia de Penacova-Buçaco - as fotos

No início da subida do Botão - IP3

Observando a descontinuidade entre o Cristalofílico e o Grés de Silves

Conglomerado do Pérmico

Moinhos de Gavinhos

Carta Geológica do Buçaco de Nery Delgado

O meio de transporte, visto de cima...

Gastronomia no Verão - doces conventuais do Lorvão

Vista de miradouro de Penacova - Vila Nova

Ponte nova de Penacova vista do miradouro

No miradouro em Penacova

Kayaks no Mondego...

Penedo do Castro - mão marota...

Manuseando cartas militares...

Livraria do Mondego - margem direita

Biologia no Verão - aromáticas...

Moinhos da Serra da Atalhada

Mapa na Praia Fluvial de Vimieiro - S. Pedro de Alva

Açude da Praia Fluvial de Vimieiro - S. Pedro de Alva

Dobra - CXG (na margem da albufeira da Aguieira)

Barragem da Aguieira

Biologia no Verão - libelinha junto à Aguieira

Dobra no CXG na margem do Mondego, depois da Aguieira


Disjunção esferoidal in situ - estrada Espinheira/Luso

Disjunção esferoidal em amostra de mão...

NOTA: As fotos são do Fernando Martins, as legendas são minhas... Houve um lapso num período geológico, que foi já corrigido (os nossos agradecimentos ao Doutor Saraiva...).

Poesia alusiva à época



Outono

Tarde pintada
Por não sei que pintor.
Nunca vi tanta cor
Tão colorida!
Se é de morte ou de vida,
Não é comigo.
Eu, simplesmente, digo
Que há fantasia
Neste dia,
Que o mundo me parece
Vestido por ciganas adivinhas,
E que gosto de o ver,
E me apetece
Ter folhas, como as vinhas.

Miguel Torga, Diário X (1966)

Ciclo de Conferências DARWIN: No Caminho da Evolução


No site destas Conferências (associadas a uma exposição) diz assim:

Novos conceitos e poderosas ideias acompanharam o estabelecimento das sociedades modernas que hoje povoam a Europa, tais como o heliocentrismo (que Copérnico foi beber à Itália renascentista) implicando que o nosso planeta tenha uma origem comum – a poeira cósmica; o movimento uniforme como estado de equilíbrio no universo e não o do repouso (o princípio da relatividade de Galileu); a gravidade como explicação dos fenómenos nos céus e na Terra (a atracção universal de Newton); a origem comum das espécies vivas neste planeta (a teoria da evolução de Darwin); e a equivalência entre massa e energia que permitiu a Einstein unificar as causas e a dinâmica dos corpos em movimento.


Entre estes, aquele que provocou mais acesos e emocionados debates foi sem dúvida o da evolução dos seres vivos por selecção natural na luta pela sobrevivência. Perceberam as elites dirigentes, bem como os donos dos princípios éticos e morais da época, que a teoria de Charles Darwin vinha relegar para o infinito o último elo com o Além que ainda restava na natureza: o da origem divina dos seres humanos. Os conceitos de evolução, de transformação e de adaptação, mostram como a mudança é omnipresente em tudo o que se relaciona com a nossa realidade – nas suas três vertentes: a exterior, a social e a interior.


A investigação científica em biologia mostra igualmente como a evolução e a selecção dos seres vivos está a acontecer todos os dias, em todos os instantes. É, assim, fundamental que encaremos o mundo segundo uma perspectiva que acolha os ensinamentos da ciência. Só é possível mudar o mundo se mudarmos o modo como o olhamos – e tornarmos consequente essa mudança. É isso que fazem todos os povos que apostam no seu futuro.


A Fundação Calouste Gulbenkian vai por este motivo realizar uma exposição intitulada “A Evolução de Darwin” entre 12 de Fevereiro e 24 de Maio de 2009, para comemorar os 200 anos do nascimento de Charles Darwin e, simultaneamente, a passagem de 150 anos sobre a publicação da sua obra seminal “A Origem das Espécies”.


O presente ciclo de conferências pretende que todos se iniciem ou (se já iniciados) prossigam “No Caminho da Evolução”, criando continuamente imagens construtivas e positivas de si próprios e dos outros, na interacção com a sociedade e o meio ambiente, preparando o clima de saudável circulação de ideias e de aprendizagem que a Exposição de 2009 certamente proporcionará.



CONFERÊNCIAS


Darwin: entre a Terra e o Céu

Carlos Marques da Silva,
Universidade de Lisboa

15/10/ 2008
18h00
Auditório 2


Evolução e Desenvolvimento: variações a dois tempos e muitas cores

Patrícia Beldade

Universidade de Leiden e Instituto Gulbenkian de Ciência

5/11/ 2008
18h00
Auditório 2


Nuno Ferrand

Universidade do Porto



16/12/2008
18h00
Auditório 2


Universidade de Coimbra


21/01/2009
18h00
Auditório 2




Na rota dos miradouros na região Penacova-Buçaco


Foi este o título que o meu amigo Doutor António Saraiva, do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra, deu à ultima Geologia no Verão em que participei este ano, no dia 14 de Setembro de 2008. Como todas as outras, a procura excedeu em muito os lugares disponíveis, mas como me tinha inscrito ainda em Julho tive lugar assegurado (mais mulher e filho...). Foi excelente a todos os níveis: a companhia, as explicações, os locais observados, os miradouros, o local de almoço e os aspectos geológicos...!

Foi uma alegria para mim voltar aos Moinhos de Gavinhos, a Penacova, à Serra da Atalhada (locais a que já não ia há mais de 20 anos...) e conhecer finalmente (desta vez só por fora...) a barragem da Aguieira. Mas, acima de tudo, é sempre bom conviver com malta de Geologia (sobretudo encontrar um ex-funcionário do Departamento ainda tão interessado nestas coisas...) e ver como estas actividades são alvo de intensa procura - há que dar os parabéns à Ciência Viva, aos Doutores das Geologias da Universidade de Coimbra e ao organizador - o Doutor Saraiva está a ficar perito nisto de divulgar o nosso património geológico...

Antes de colocar as fotos, ficou alinhavada uma proposta de Geologia no Verão, no próximo ano, em Viana do Castelo - eu talvez arranje dormida para um pequeno grupo, o pessoal participante da zona (os autóctones...) e respectivo transporte para a coisa se fazer...!

domingo, outubro 05, 2008

Música alusiva à data - dia dos Professores (versão ME)

Pink Floyd - Another brick in the Wall (II)



NOTA: Como o Ministério da Educação se esqueceu de que hoje é o dia dos professores, recordemos uma canção de que, se calhar, as pessoas que mandam nos professores gostam muito...

Quem quiser formação tem de a pagar. Em Portugal é assim. A propósito, hoje é o dia Mundial do Professor

No Dia Mundial do Professor, o DN revela-lhe que há muitos profissionais desta área a recorrer a formação contínua paga, porque apesar de esta ser obrigatória na avaliação as ofertas gratuitas não cobre a procura.

A insuficiência de ofertas gratuitas de formação contínua, obrigatória para efeitos de avaliação de desempenho, está a levar muitos professores a recorrerem a acções pagas - por valores que rondam os 150 euros por cada curso de 25 horas -, por receio de virem a ser penalizados nas classificações no final do ano lectivo.

Contactado pelo DN, o assessor de imprensa do Ministério da Educação, Rui Nunes, admitiu que a formação de professores "está a ser reorganizada", nomeadamente com novas regras para os centros de for- mação das associações de escolas que "exigem precisamente a identificação exacta das necessidades". No entanto, garantiu que além de estarem a decorrer "imensas acções de formação, nomeadamente através dos serviços ministeriais, o processo não parou. Estamos em Outubro. Até ao fim do ano vão haver muitas formações".

O facto é que vários professores disseram ao DN que as ofertas estão a escassear precisamente numa altura em que a procura cresce. Isto porque, ao abrigo do Estatuto da Carreira Docente (ECD), todos os 140 mil professores terão de obter pelo menos 50 horas de formação, a cada dois anos, para evitarem penalizações na avaliação. E para passarem os 20 pontos, o que lhes permite alcançar a classificação de "excelente" neste item, têm de somar mais horas.

"É difícil encontrar as formações que procuramos. Sobretudo porque nos é exigido que dois terços sejam na nossa área", disse ao DN uma professora de Português e Francês, que não quis ser identificada. "Eu já fiz duas formações de 25 horas. A primeira foi assegurada pela minha escola, mas pela segunda já tive de pagar 150 euros", contou. "Apesar de tudo, estou num índice de vencimento mais alto. Há colegas mais novos para quem esta despesa pesa."

O DN já noticiou, esta semana, que até formações prioritárias para o Ministério - como a Matemática, o Português e o Ensino Experimental das Ciências - estão a ter problemas. Algumas escolas superiores de educação já ameaçaram congelar as novas formações até serem pagos cerca de 8,5 milhões de euros relativos ao passado ano lectivo, que têm de ser libertados pelo Programa Operacional do Potencial Humano (POPH).


Comentário

Tem piada ouvir o assessor de imprensa do ME afirmar que "estamos a reorganizar a formação contínua de professores". Estaria a falar verdade caso dissesse: "depois de termos destruído a formação contínua de professores, estamos agora a iniciar o processo da sua reconstrução".

A ministra da educação gosta de falar em racionalização de recursos e redução de despesas. Mas esquece o escândalo que se passa com os directores dos CFAEs. Estão há mais de um ano sem fazer nada porque os CFAEs estão à espera da reorganização da formação contínua. São algumas centenas de professores que nem dão aulas nem organizam formação contínua porque não há dinheiro para a formação de professores e mais de metade dos CFAEs estão em processo de extinção. Eu também quero uma licença sabática!

in Blog ProfAvaliação - post de Ramiro Marques