quarta-feira, outubro 14, 2020
Bing Crosby morreu há 43 anos
Usher faz hoje 42 anos
O presidente Dwight D. Eisenhower nasceu há cento e trinta anos!
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Marcadores: Eisenhower, II Grande Guerra, II Guerra Mundial, Ike, Presidente dos EUA
O poeta e. e. cummings nasceu há 126 anos
If freckles were lovely, and day was night,
And measles were nice and a lie warn’t a lie,
Life would be delight,—
But things couldn’t go right
For in such a sad plight
I wouldn’t be I.
If earth was heaven and now was hence,
And past was present, and false was true,
There might be some sense
But I’d be in suspense
For on such a pretense
You wouldn’t be you.
If fear was plucky, and globes were square,
And dirt was cleanly and tears were glee
Things would seem fair,—
Yet they’d all despair,
For if here was there
We wouldn’t be we.
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Marcadores: e. e. cummings, poesia
O poeta Sebastião Alba morreu há vinte anos...
- Poesias, Quelimane, Edição do Autor, 1965.
- O Ritmo do Presságio, Maputo, Livraria Académica, 1974.
- O Ritmo do Presságio, Lisboa, Edições 70, 1981.
- A Noite Dividida, Lisboa, Edições 70, 1982.
- A Noite Dividida (O Ritmo do Presságio / A Noite Dividida / O Limite Diáfano), Lisboa, Assírio e Alvim, 1996.
- Uma Pedra Ao Lado Da Evidência, (Antologia: O Ritmo do Presságio / A Noite Dividida / O Limite Diáfano + inédito), Porto, Campo das Letras, 2000.
- Albas, Quasi Edições, 2003
um anjo erra (o amor confuso)
Um anjo erra
nos teus olhos diurnos
humedecido do véu
(ao fundo, a íris entardece)
seguiu de cor a revoada das pombas
místico
um arroubo ascende a prumo
do plano em que me fitas
cisnes desaguam
do teu olhar em fio
e vogam ao redor, pelo estuário da sala
ao sol-poente
os vitrais das janelas
ardem na catedral assim erguida
colocamos um sonho
em cada nicho
e no círculo formado pelas nossas bocas
subentende-se com verve
a língua.
Sebastião Alba
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terça-feira, outubro 13, 2020
Hoje é dia de ouvir o som do silêncio...
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Margaret Thatcher, a Dama de Ferro, nasceu há 95 anos
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Yves Montand nasceu há 93 anos
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Paul Simon - 79 anos
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Porque os poetas Cristovam Pavia e Manuel Bandeira partiram há 52 anos...
In memoriam
Todos os anos são anos de morte
Os anos morrem por partes dia a dia
O poeta pode ser fraco ou ser forte
Por vezes vai dar uma volta e demora
A treze do mês de outubro foram-se embora
manuel bandeira e cristovam pavia
Todas as mortes nos matam um pouco
Seja a de um santo seja a de um louco
Na irmã morte vive a poesia:
Viva bandeira viva pavia
in Homem de Palavra(s) (1969) - Ruy Belo
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A Mulher (e Rainha) que nos ajudou a separar da Espanha dos Filipes nasceu há 407 anos
Em 1621, na subida ao trono de Filipe IV, o plano de incorporação de Portugal na Coroa de Espanha tinha já realizado duas fases: a fase da união pela monarquia dualista jurada em Tomar (1581) por Filipe II, prometendo o respeito pela autonomia do Governo de Portugal; e a fase da anexação, entretanto operada durante o reinado de Filipe III (1598-1621).
No início do reinado de Filipe IV faltava apenas consumar a absorção de Portugal. Na Instrucción sobre el gobierno de España, que o Conde-Duque de Olivares apresentou ao rei Filipe IV, em 1625, tratava-se do planeamento e da execução dessa fase final da absorção. O conde-duque indicava três caminhos:
- Realizar uma cuidadosa política de casamentos, para confundir e unificar os vassalos de Portugal e de Espanha;
- Ir o rei Filipe IV fazer corte temporária em Lisboa;
- Abandonar a letra e o espírito dos capítulos das Cortes de Tomar (1581), que colocava na dependência do Governo autónomo de Portugal os portugueses admitidos nos cargos militares e administrativos do Reino e do Ultramar (Oriente, África e Brasil), passando estes a ser vice-reis, embaixadores e oficiais palatinos de Espanha.
Rainha de Portugal
Após a aclamação, instalou-se em Lisboa com os filhos, vivendo para a sua educação. Não teve um papel apagado, pois, aquando da revolta de 1641, foi de parecer que os culpados não mereciam perdão, mesmo o inocente duque de Caminha. Exerceu governo sempre que o Rei acorria à fronteira do Alentejo, como, em julho de 1643, auxiliada nos negócios públicos por D. Manuel da Cunha, bispo capelão-mor, Sebastião César de Meneses e o marquês de Ferreira.
Desde muito cedo, as rainhas de Portugal contaram com os rendimentos de bens, adquiridos na sua grande maioria por doação. Às rainhas cabiam tenças sobre a receita das alfândegas, a vintena do ouro de certas minas, para além dos rendimentos das terras de que dispunham e a nomeação dos respectivos ofícios.
No entanto, e de acordo com o estipulado nas Ordenações Manuelinas, as doações feitas às rainhas, mesmo quando não reservavam para o monarca nenhuma parte da jurisdição cível e crime, deviam ser interpretadas com reserva da mais alta superioridade e senhorio para o Rei. Para além de estipularem as formas de exercício da jurisdição das rainhas, determinavam o regimento do ouvidor, que era desembargador na Casa da Suplicação.
Após o período de domínio filipino, durante o qual cessara o estado, dote e jurisdição das rainhas, D. João IV determinou que sua mulher, D. Luísa Gabriela de Gusmão, detivesse todas as terras que tinham pertencido à anterior rainha D. Catarina: (Silves, Faro, Alvor, Alenquer, Sintra, Aldeia Galega e Aldeia Gavinha, Óbidos, Caldas da Rainha e Salir do Porto), com as respectivas rendas, direitos reais, tributos e ofícios (vedor, juiz, ouvidor e mais desembargadores, oficiais dos feitos de sua fazenda e estado), padroados, e toda a jurisdição e alcaidarias mores, de acordo com a Ordenação manuelina.
Por Carta de 10 de janeiro de 1643 foram confirmadas as doações e jurisdição das rainhas. A 9 de fevereiro do mesmo ano, foram doadas a D. Luísa as terras da Chamusca e Ulme, mais bens pertencentes ao morgado Rui Gomes da Silva, e ainda o reguengo de Nespereira, Monção e Vila Nova de Foz Côa.
D. Luísa, por Decreto de 16 de julho de 1643, criou o Conselho ou Tribunal do Despacho da Fazenda e Estado da Casa das Senhoras Rainhas, constituído por um ouvidor presidente, dois deputados, um provedor, um escrivão e um porteiro. O Regimento do Conselho da Fazenda e Estado, outorgado em 11 de outubro de 1656, fixou a existência de um vedor da Fazenda, um ouvidor e dois deputados, um dos quais ouvidor geral das terras das rainhas, um procurador da Fazenda e respectivo escrivão, um chanceler e um escrivão da câmara. Esse regimento viria a ser confirmado por alvará de 11 de maio de 1786.
Regente do Reino
No testamento do esposo, D. Luísa foi nomeada regente durante a menoridade de D. Afonso VI, aclamado no Paço da Ribeira em 15 de novembro de 1656, aos 13 anos. Era voz corrente que D. Afonso sofria de grave doença, pelo que chegou-se a pensar no adiamento da cerimónia.
A regente procurou organizar o governo de modo a impor-se às facções palacianas em jogo. Nomeou D. Francisco de Faro e Noronha, conde de Odemira, para aio do monarca e manteve os ofícios da casa real nas mãos dos que os exerciam no tempo do marido. Os negócios públicos continuaram com os secretários de Estado e Mercês, Pedro Vieira da Silva e Gaspar de Faria Severim.
Mas a rivalidade entre o conde de Odemira e D. António Luís de Meneses, conde de Cantanhede, dificultou a sua acção. Viu-se assim coagida a nomear a chamada Junta Nocturna (por ter reuniões à noite) com vários conselheiros da sua confiança. Além dos dois nobres, havia ainda o marquês de Nisa, Pedro Fernandes Monteiro, o conde de São Lourenço e, o principal, Frei Domingos do Rosário, hábil diplomata. O sistema durou durante a regência, útil para a boa marcha dos negócios públicos.
Durante sua regência houve a grande vitória portuguesa das Linhas de Elvas, em 14 de janeiro de 1659, batalha decisiva porque a derrota implicaria a perda de Lisboa. Não foi uma vitória decisiva, pois o Tratado dos Pirinéus iria deixar a Espanha sem outros compromissos militares e Portugal voltaria a sentir ameaças mais graves.
O partido afecto a D. Afonso VI lançou-se abertamente na luta contra a regente, sob a orientação de D. Luís de Vasconcelos e Sousa, 3.º conde de Castelo Melhor. Em 1661, a rainha pretendia abandonar o governo, chegando a redigir um papel para justificar a sua atitude e a «monstruosidade que representava o reino com duas cabeças». Mas temendo a desastrosa administração de seu filho, resolveu manter-se regente.
A aliança com Inglaterra, assinada em 1662, foi em grande parte obra sua, bem como a organização das forças que, no ano seguinte, já no governo de D. Afonso VI, vieram a obter as vitórias da Guerra da Restauração. A viúva de D. João IV defendeu os princípios de liberdade e independência da restauração e manteve-se no governo, receosa de que o filho mais velho o comprometesse.
Jaz no Panteão dos Braganças, no Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa, para onde foi trasladada de Xabregas.
Postado por Fernando Martins às 04:07 0 bocas
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O Milagre do Sol foi há 103 anos
A treze de Outubro
Foi o seu adeus
E a Virgem Maria
Voltou para os céus.
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Há dias em que a Poesia está de luto...
Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
Manuel Bandeira
Cristovam Pavia, ou Cristóvam Pavia, pseudónimo de Francisco António Lahmeyer Flores Bugalho (Lisboa, 7 de outubro de 1933 - Lisboa, 13 de outubro de 1968) foi um poeta português, filho do também poeta Francisco Bugalho (da geração da revista Presença), oriundo de Castelo de Vide.
Além do pseudónimo Cristovam Pavia, António Flores Bugalho assinou composições com os pseudónimos Sisto Esfudo, Marcos Trigo e Dr. Geraldo Menezes da Cunha Ferreira.
Para José Bento, "A poesia de Cristovam Pavia é a revelação de si próprio, de uma personalidade em conflito com o mundo em que vive e que procura uma fuga pela recuperação da infância morta, pela aceitação do seu conhecer-se diferente e despojado do que lhe é mais caro (a infância, o amor, o espaço e o tempo em que ambos se situavam), a transformação do seu próprio ser pelo sofrimento, num movimento de ascese e de autodestruição, quando o poeta atinge a consciência de si próprio e da sua voz."
Frequenta o curso de Direito, que não conclui, e vem a licenciar-se em Filologia Germânica. A sua precoce maturidade poética antes de atingir os 20 anos fará com que logo no início dos anos 50 veja os seus poemas publicados pelas duas revistas mais importantes desse período, a Távola Redonda e a Árvore.
Na segunda metade dos anos 50, com Pedro Tamen, Nuno de Bragança, Alberto Vaz da Silva, João Benard da Costa e António Alçada Baptista faz parte do núcleo central da revista O Tempo e o Modo.
Em 1959 publica 35 poemas, o seu único livro publicado em vida e que o confirma como uma das vozes mais originais da poesia.
Com o agravamento da sua condição psíquica, procura ajuda num programa de psicoterapia na Alemanha, em Heidelberg, que seguiu até 1962. Suicidou-se, em 1968, na cidade de Lisboa.
A tarde declina com uma luz ténue.
Estou grave e calmo.
E não preciso de ninguém
Nem a luz da tarde me comove: entendo-a.
Até as imagens me são inúteis porque contemplo tudo.
Os ventos rodam, rodam, gemem e cantam
E voltam. São os mesmos.
Como os conheço desde a infância!
E a terra húmida das tapadas da quinta...
O estrume da égua morta quando eu tinha seis anos
Gira transparente nesta brisa fria...
(Na noite gotas de orvalho sumiam-se sob as folhas das ervas)
Oh, não há solidão, nas neblinas de inverno
Pela erma planície...
E foi engano julgar-te morto e tão só nas tapadas em silêncio...
Agora sei que vives mais
Porque começo a sentir a tua presença, grande como o silêncio...
Já me não vem a vaga tristeza do teu chamamento longínquo
Já me confundo contigo.
Cristovam Pavia
Postado por Fernando Martins às 00:52 0 bocas
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A cantora Ashanti faz hoje quarenta anos...!
Fez backing vocal para Jennifer Lopez em "I'm Real (Murder Remix)" e escreveu e fez backing vocal para a música "Ain't It Funny (Murder Remix)" música cantada por Jennifer Lopez, ambas alcançando número um na Billboard Hot 100, mais tarde naquele mesmo ano, ela foi nomeada como "Princesa do Hip-Hop e R&B" por causa do seu sucesso e por seus oito prémios Billboard Music Awards e dois American Music Awards.
Ashanti cita Mary J. Blige, Yolanda Adams, The Clark Sisters e Blue Magic como sua influência musical. Elogiada por ser uma talentosa compositora, Ashanti escreve a maioria das suas músicas.
segunda-feira, outubro 12, 2020
A propósito dos cinquenta anos do Parque Nacional da Peneda-Gerês
Opinião
Peneda-Gerês 50 anos depois: parque nacional é distinção ou maldição?
Este ano e de uma forma intolerável, voltou a consentir-se algo que deveria encher de vergonha quem com poder de decisão e não se cansando de abusar da marca «Parque Nacional» nada faz para lhe por cobro.
Faz hoje precisamente cinquenta anos que o presidente da república da altura inaugurou no Vidoeiro, Gerês, o primeiro e único parque nacional português. A efeméride estimula a elaboração de balanços, a evidenciação de conquistas, o lamento de perdas. Pensando no futuro, motiva que se proponham estratégias visando corrigir males de que o Parque Nacional (PNPG) nunca se livrou e que por isso continuam a penalizar o património justificador da sua criação. Para tal, não faltarão oportunidades no sugestivo período que agora se inicia neste 11 de outubro de 2020 e que culminará em 8 de maio de 2021, dia em que se completarão os cinquenta anos da promulgação do decreto que efectivamente criou esta área protegida.
Neste momento sopram fortes ventos de mudança. O progressivo apagamento da autoridade nacional para a conservação da natureza que há muito se vem revelando (também) na rede das áreas protegidas, confirma-se de uma forma avassaladora, agora que vão avançar as comissões de cogestão presididas por autarcas, a quem o Estado central decidiu entregar a direção dos nossos parques e reservas. Entre muitos outros argumentos inexplicáveis, defende quem a promoveu, que o ICNF, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, manterá as suas competências, que continuará a exercer a sua função. Se assim é, porque mudar? Porquê apoucar o seu papel em vez de reforçar os meios para o exercer? Porquê transferir para as autarquias, que têm as suas enormes e justificáveis atribuições nos respectivos territórios, uma missão para que não estão vocacionadas e que agora mais facilmente será subvertida quando se definirem planos de investimento e prioridades que não deixarão de confirmar a opção em apostar no turismo e nas formas de o incentivar em detrimento de medidas de proteção e recuperação dos valores naturais que a preservação da Peneda-Gerês tanto reclama.
Concretizo com uma situação, que mais do que muitas outras, suporta as preocupações até aqui manifestadas.
Este ano e de uma forma intolerável, voltou a consentir-se algo que deveria encher de vergonha quem com poder de decisão e não se cansando de abusar da marca «Parque Nacional» nada faz para lhe por cobro. A Mata de Albergaria e as encostas adjacentes, constituem um dos mais importantes redutos da natureza que exaustivamente se diz querer preservar no Gerês. As vias que a atravessam e que se justificam para permitir o acesso à fronteira da Portela do Homem - recentemente objecto de um recondicionamento que apenas visou privilegiar, mais ainda, o tráfego motorizado - são uma ferida que continua a sangrar no coração do PNPG, e que desde o início impõem uma fractura inconcebível na sua maior Área de Proteção Total. Pelo seu impacto, pelo que elas facilitam sem qualquer controlo eficaz, nomeadamente num troço particularmente sensível do rio Homem.
Se com o Parque Nacional gerido pela tutela foi sempre assim, o que pensar do que vem aí? Ecos das primeiras iniciativas da nova direção que se avizinha, referem a pretensão de instalar novas estruturas, passadiços ou algo similar, não para preservar a importante natureza que todos gabam, mas para minimizar o número de acidentes que se têm registado na procura cada vez maior que se quer, sem limitações, fomentar.
A usufruição humana de um espaço natural criado para a preservação dos seus valores naturais, faz sentido, tem que ter lugar, se assente num ordenamento do território que acautele valores que na maioria do território nacional já se perderam ou até nunca existiram. Mas que maior valia traz para a região, as avalanches de merendeiros que perigosamente se concentram na «piscinas naturais» e que não veem nada do que de importante está para além das poças em que mergulham? Nelas e por todos os percursos que a elas conduzem deixam um rasto de lixo que este ano foi exponenciado pela pandemia.
Há uma contradição gritante entre a forma como se exalta o «único parque nacional» e o que contra ele se permite, reflexo de um desconhecimento incompreensível das exigências que a sua conservação impõe, ou, pior ainda, de um oportunismo inaceitável de uma classificação que foi atribuída para o proteger e não para o ameaçar.
A salvaguarda da Mata de Albergaria e de todo o sensível espaço envolvente requer o encerramento definitivo da estrada da Geira Romana ao trânsito motorizado, a proibição da utilização do rio Homem junto à fronteira da Portela do Homem, como zona balnear. Neste arranque da Comissão de Cogestão da Peneda-Gerês, as câmaras municipais - nomeadamente a de Terras de Bouro - têm uma oportunidade de ouro de dar um sinal claro do seu empenho na salvaguarda do Parque Nacional, implementando algo que nunca foi feito no Gerês, mas que se tem multiplicado em áreas protegidas de outros países nomeadamente em Espanha. Pôr a funcionar, principalmente nos meses de verão, um sistema de transporte comunitário, baseado em «minibus» que levem e recolham visitantes nas várias entradas/saídas da área em causa, concretamente na Portela de Leonte e do Homem, na barragem de Vilarinho da Furna, ou mesmo a partir das Termas do Gerês. Transportes pagos no decurso dos quais se aproveitaria para informar os turistas do que podem apreciar, da forma como o devem fazer.
Será um dos presentes merecidos pela Peneda-Gerês neste seu quinquagésimo aniversário. E uma forma de contrariar o Estado que tendo-o inicialmente construído, discriminado positivamente, incompreensivelmente permitiu que se usasse e abusasse do seu singular estatuto, muitas vezes para o delapidar. E que agora envereda pela sua alienação.
in Público
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Marcadores: Parque Nacional da Peneda-Gerês
Luciano Pavarotti nasceu há 85 anos...
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O Homem a quem o Brasil chamou de Imperador e Portugal de Rei nasceu há 222 anos
Postado por Fernando Martins às 02:22 0 bocas
Marcadores: dinastia de Bragança, El-Rei, Imperador D. Pedro I, Monarquia Constitucional
Aleister Crowley, o ocultista amigo de Fernando Pessoa, nasceu há 145 anos
Postado por Fernando Martins às 01:45 0 bocas
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