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sexta-feira, novembro 24, 2017

Baruch de Espinoza nasceu há 385 anos

Baruch de Espinoza (Amesterdão, 24 de novembro de 1632 - Haia, 21 de fevereiro de 1677) foi um dos grandes racionalistas e filósofos do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Nasceu em Amesterdão, nos Países Baixos, no seio de uma família judaica portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno.

sexta-feira, novembro 13, 2015

Camille Pissarro morreu há 112 anos

Auto-retrato de Camille Pissarro

Jacob Abraham Camille Pissarro (Charlotte Amalie, na ilha de São Tomás nas Índias Ocidentais Dinamarquesas, hoje Ilhas Virgens Americanas, 10 de julho de 1830 - Paris, 13 de novembro de 1903) foi um pintor francês, co-fundador do impressionismo, e o único que participou nas oito exposições do grupo (1874-1886).

O seu pai, Abraham Frederic Gabriel Pissarro, era português criptojudeu de Bragança, que, no final do século XVIII, quando ainda pequeno, emigrara com a sua família para Bordéus, onde na altura existia uma comunidade significativa de judeus portugueses refugiados da Inquisição. A mãe dele era crioula e tinha o nome Rachel Manzano-Pomie.
Com 11 anos Camille Pissarro foi enviado a Paris para estudar num colégio interno. Voltou para a ilha São Tomás, a fim de tomar conta do negócio da família. Algum tempo depois, a sua paixão pela pintura fê-lo mudar de vida: fez em 1852 amizade com o pintor dinamarquês, Fritz Melbye e a oportunidade de concretizar o seu sonho surgiu com um convite para acompanhar uma expedição do Fritz Melbye, enviado pelo governo das Antilhas Dinamarquesas, para estudar a fauna e a flora da Venezuela, onde passou dois anos.
Pissarro conquistou a sua liberdade aos 23 anos. Em 1855, ele já estava em Paris com ajuda de Anton Melbye, tentando iniciar a sua carreira. O jovem antilhano fascinou-se com as telas de Camille Corot e travou amizade com Paul Cézanne, Claude Monet, Charles-François Daubigny, entre outros pintores impressionistas. Com Monet passou a sair para pintar ao ar livre, em Pontoise e Louvenciennes. Em 1861 casou com Julie Vellay, de quem teve oito filhos.
Faleceu em 13 de novembro de 1903. Encontra-se sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, Paris na França.
La Moisson, 1882

sexta-feira, julho 10, 2015

O pintor impressionista Camille Pissarro nasceu há 185 anos

Auto-retrato de Camille Pissarro

Jacob Abraham Camille Pissarro (Charlotte Amalie, na ilha de São Tomás nas Índias Ocidentais Dinamarquesas, hoje Ilhas Virgens Americanas, 10 de Julho de 1830 - Paris, 13 de Novembro de 1903) foi um pintor francês, co-fundador do impressionismo, e o único que participou nas oito exposições do grupo (1874-1886).
Seu pai, Abraham Frederic Gabriel Pissarro, era português criptojudeu de Bragança, que, no final do século XVIII, quando ainda pequeno, emigrara com a sua família para Bordéus, onde na altura existia uma comunidade significativa de judeus portugueses refugiados da Inquisição. A mãe dele era crioula e tinha o nome Rachel Manzano-Pomie.
Com 11 anos Camille Pissarro foi enviado a Paris para estudar num colégio interno. Voltou para a ilha São Tomás, a fim de tomar conta do negócio da família. Algum tempo depois, a sua paixão pela pintura fê-lo mudar de vida: fez em 1852 amizade com o pintor dinamarquês, Fritz Melbye e a oportunidade de concretizar seu sonho surgiu com um convite para acompanhar uma expedição do Fritz Melbye, enviado pelo governo das Antilhas Dinamarquesas, para estudar a fauna e a flora da Venezuela, onde passou dois anos.
Pissarro conquistou sua liberdade aos 23 anos. Em 1855, ele já estava em Paris com ajuda de Anton Melbye, tentando iniciar sua carreira. O jovem antilhano fascinou-se com as telas de Camille Corot e travou amizade com Paul Cézanne, Claude Monet, Charles-François Daubigny, entre outros pintores impressionistas. Com Monet passou a sair para pintar ao ar livre, em Pontoise e Louvenciennes. Em 1861 casou com Julie Vellay, com quem teve oito filhos.
Faleceu em 13 de novembro de 1903. Encontra-se sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, Paris na França.
Printemps, pruniers en fleurs, Pontoise (1877), Paris, Musée d'Orsay

quinta-feira, novembro 13, 2014

Camille Pissarro morreu há 111 anos

Auto-retrato

Jacob Abraham Camille Pissarro (Charlotte Amalie, na ilha de São Tomás, nas Índias Ocidentais Dinamarquesas, hoje Ilhas Virgens Americanas10 de julho de 1830 — Paris13 de novembro de 1903) foi um pintor francês, co-fundador do impressionismo, e o único que participou nas oito exposições do grupo (1874-1886).

O seu pai, Abraham Frederic Gabriel Pissarro, era português criptojudeu de Bragança, que, no final do século XVIII, quando ainda pequeno, emigrara com a sua família para Bordéus, onde na altura existia uma comunidade significativa de judeus portugueses refugiados da Inquisição. A mãe dele era crioula e tinha o nome Rachel Manzano-Pomie.
Com 11 anos Camille Pissarro foi enviado a Paris para estudar num colégio interno. Voltou para a ilha São Tomás, a fim de tomar conta do negócio da família. Algum tempo depois, a sua paixão pela pintura fê-lo mudar de vida: fez em1852 amizade com o pintor dinamarquêsFritz Melbye e a oportunidade de concretizar seu sonho surgiu com um convite para acompanhar uma expedição do Fritz Melbye, enviado pelo governo das Antilhas Dinamarquesas, para estudar a fauna e a flora da Venezuela, onde passou dois anos.
Pissarro conquistou sua liberdade aos 23 anos. Em 1855, ele já estava em Paris com ajuda de Anton Melbye, tentando iniciar a sua carreira. O jovem antilhano fascinou-se com as telas de Camille Corot e travou amizade com Paul CézanneClaude MonetCharles-François Daubigny, entre outros pintores impressionistas. Com Monet passou a sair para pintar ao ar livre, em Pontoise e Louvenciennes. Em 1861 casou com Julie Vellay, de quem teve oito filhos.
Faleceu a 13 de novembro de 1903. Encontra-se sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, em Paris.
Paisagem de Pontoise (1874), Museu Nacional - Estocolmo

domingo, outubro 19, 2014

O Judeu foi morto pela Inquisição, num auto-de-fé, há 275 anos

(imagem daqui)

António José da Silva (Rio de Janeiro, 8 de maio de 1705  - Lisboa, 19 de outubro de 1739) foi um escritor e dramaturgo luso-brasileiro, nascido no Brasil. Recebeu o epíteto de "O Judeu". A história deste autor inspirou Bernardo Santareno, também de origem judaica, a escrever a peça O Judeu (1966). A sua vida também é também retratada no filme luso-brasileiro O Judeu (1995). A Fundação Nacional de Artes - Funarte e o Instituto Camões  (da Cooperação e da Língua Portuguesa) instituíram o Prémio Luso-Brasileiro Antônio José da Silva, de estímulo à escrita de teatro, no ano de 2007.
O dramaturgo nasceu numa fazenda nos arredores do Rio de Janeiro e mudou-se para a Candelária com a família. Baptizado, mas de origem judaica, foi vítima da perseguição que dizimou a comunidade dos cristãos-novos do Rio de Janeiro em 1712. Em Lisboa, o dramaturgo e escritor, foi preso pela Inquisição portuguesa junto com a sua a mãe, a tia, o irmão (André) e a sua mulher, Leonor Maria de Carvalho, que se encontrava grávida. Viria a morrer na fogueira às mãos da Inquisição, num auto de fé.

Biografia
António José era filho do advogado e poeta João Mendes da Silva e pensa-se que terá conseguido manter a sua fé judaica secretamente. A sua mãe, Lourença Coutinho foi menos bem sucedida. Acusada de judaísmo, foi deportada para Portugal onde foi processada pela Inquisição. O pai de António decidiu então partir para Portugal, para estar próximo de sua mulher, levando o jovem António consigo.
António José da Silva estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde se inscreveu em 1725. Interessado pela dramaturgia, escreveu uma sátira, o que serviu de pretexto às autoridades para prendê-lo, acusado de práticas judaizantes. Foi torturado, tendo ficado parcialmente inválido durante algumas semanas, o que o impediu de assinar a sua "reconciliação" com a Igreja Católica, acabando por fazê-lo em auto-de-fé.
António José da Silva iniciou-se na advocacia mas acabaria por se dedicar à escrita, tendo-se tornado o mais famoso dramaturgo português do seu tempo.

Obra
Foi um escritor profícuo, tendo escrito sátiras criticando a sociedade portuguesa da época. As suas comédias ficaram conhecidas como a obra do "Judeu" e foram encenadas frequentemente em Portugal nos anos da década de 1730. Influenciado pelas ideias igualitárias do Iluminismo francês, o dramaturgo ligou-se a um grupo de “estrangeirados”, formado por eminentes figuras como o brasileiro Alexandre de Gusmão (1695-1753), o principal conselheiro do Rei D. João V.
A sua obra teatral inspirava-se no espírito e na linguagem do povo, rompendo com os modelos clássicos e incorporando o canto e a música como elemento do espetáculo. Uma delas foi "Vida do Grande Dom Quixote de La Mancha", representada em 1733.
Oito de suas óperas foram publicadas em 1744 em dois volumes, na série que ostenta o título Theatro comico portuguez, recuperadas em 1940, pelo pesquisador Luís Freitas Branco. Mais tarde o musicólogo Felipe de Souza confirmou a parceria de António José com o padre Antonio Teixeira, autor das músicas.
Escreveu também poemas, um deles publicado por Francisco Adolfo Varnhagen, em 1850, em seu Florilégio da poesia brasileira. Este usa de recursos da poesia barroca, tal como o maneirismo.

Inquisição
Em 1737, António foi preso pela Inquisição, juntamente com a mãe e a esposa (Leonor de Carvalho, com quem casara em 1728, que era sua prima e também judia). A mãe e a mulher seriam libertadas posteriormente.
António José da Silva foi novamente torturado. Descobriram que era circuncisado. Uma escrava negra testemunhou que ele observava o Shabbat. O processo decorreu com notória má-fé por parte do tribunal e António José da Silva foi condenado, apesar de a leitura da sentença deixar transparecer que ele não seria, de facto, judaizante.
Como era regra com os prisioneiros que, condenados, afirmavam desejar morrer na fé católica, António José da Silva foi garrotado antes de ser queimado num Auto-de-Fé em Lisboa em outubro de 1739. A sua mulher, que assistiu à sua morte, morreria pouco depois.

Sobre
A história deste autor inspirou Bernardo Santareno, ele próprio de origem judaica, a escrever a peça O Judeu, que, por sua vez, tem o mesmo titulo que a obra do romancista português Camilo Castelo Branco, que retrata a vida de varias gerações da família de Antônio José da Silva até à sua morte. Mais recentemente, a vida de António José da Silva foi encenada por Jom Tob Azulay no filme O Judeu, de 1995. No filme, António José foi interpretado pelo ator Felipe Pinheiro, que faleceu ainda durante as filmagens.


quarta-feira, novembro 13, 2013

Camille Pissarro morreu há 110 anos

Auto-retrato de Camille Pissarro
Jacob Abraham Camille Pissarro (Charlotte Amalie, na ilha de São Tomás nas Índias Ocidentais Dinamarquesas, hoje Ilhas Virgens Americanas, 10 de julho de 1830 - Paris, 13 de novembro de 1903) foi um pintor francês, co-fundador do impressionismo, e o único que participou nas oito exposições do grupo (1874-1886).

Seu pai, Abraham Frederic Gabriel Pissarro, era português criptojudeu de Bragança, que, no final do século XVIII, quando ainda pequeno, emigrara com a sua família para Bordéus, onde na altura existia uma comunidade significativa de judeus portugueses refugiados da Inquisição. A mãe dele era crioula e tinha o nome Rachel Manzano-Pomie.
Com 11 anos Camille Pissarro foi enviado a Paris, para estudar num colégio interno. Voltou para a ilha São Tomás, a fim de tomar conta do negócio da família. Algum tempo depois, a sua paixão pela pintura fê-lo mudar de vida: fez em 1852 amizade com o pintor dinamarquês, Fritz Melbye e a oportunidade de concretizar o seu sonho surgiu com um convite para acompanhar uma expedição do Fritz Melbye, enviado pelo governo das Antilhas Dinamarquesas, para estudar a fauna e a flora da Venezuela, onde passou dois anos.
Pissarro conquistou a sua liberdade aos 23 anos. Em 1855, ele já estava em Paris com ajuda de Melbye, tentando iniciar a sua carreira. O jovem antilhano fascinou-se com as telas de Camille Corot e travou amizade com Paul Cézanne, Claude Monet, Charles-François Daubigny, entre outros pintores impressionistas. Com Monet passou a sair para pintar ao ar livre, em Pontoise e Louvenciennes. Em 1861 casou com Julie Vellay, de quem teve oito filhos.
Faleceu a 13 de novembro de 1903. Encontra-se sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, Paris na França.

Entrée du village de Voisins - 1872

segunda-feira, setembro 16, 2013

Torquemada morreu há 515 anos

Tomás de Torquemada (Valladolid, 1420 - Ávila, 16 de setembro de 1498) ou O Grande Inquisidor foi o inquisidor-geral dos reinos de Castela e Aragão no século XV e confessor da rainha Isabel a Católica. Ele foi descrito pelo cronista espanhol Sebastián de Olmedo como "O martelo dos hereges, a luz de Espanha, o salvador do seu país, a honra do seu fim". Torquemada é conhecido por sua campanha contra os judeus e muçulmanos convertidos da Espanha. O número de autos-de-fé durante o mandato de Torquemada como inquisidor é muito controverso, mas o número mais aceite é normalmente de 2.200 vítimas.



Torquemada

Há sempre um nome triste
Na longa vida de cada nação.
Um nome que resiste
Ao esquecimento,
E que é um sinal de atenção
Ao pensamento
E ao sofrimento...


in Poemas Ibéricos (1965) - Miguel Torga

domingo, agosto 11, 2013

O grande matemático Pedro Nunes morreu há 435 anos

Pedro Nunes (Alcácer do Sal, 1502 - Coimbra, 11 de agosto de 1578), com o nome latinizado Petrus Nonius, foi um matemático português.
Foi um dos maiores vultos científicos do seu tempo. Contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da navegação teórica, tendo-se dedicado, entre outros, aos problemas matemáticos da cartografia. Foi ainda inventor de vários instrumentos de medida, incluindo o "anel náutico", o "instrumento de sombras", e o nónio (nonius, o seu sobrenome em latim, mas também, erradamente, conhecido como vernier).
Traduziu para a língua portuguesa o Tratado da Esfera de Johannes de Sacrobosco (1537), os capítulos iniciais das Novas Teóricas dos Planetas de Georg von Peuerbach (por vezes referido como Jorge Purbáquio) e o livro primeiro da Geografia de Ptolomeu.
Em 1544 foi-lhe confiada a cátedra de matemática da Universidade de Coimbra, a maior distinção que se podia conferir, no país, à época, a um matemático.
Subsistem ainda hoje dúvidas sobre a origem familiar de Pedro Nunes. Judeu ou não, o certo é que os seus netos Matias Pereira e Pedro Nunes Pereira foram detidos, interrogados e condenados pelo Santo Ofício, sob a acusação de judaísmo. O primeiro esteve detido de 31 de maio de 1623 a 4 de junho de 1631; o segundo, em Lisboa, de 6 de junho de 1623 a 1632.

Biografia
A infância de Pedro Nunes é pouco conhecida. Estudou na Universidade de Salamanca talvez de 1521 a 1522, e na Universidade de Coimbra (que então ainda estava em Lisboa) onde obteve a graduação em Medicina em 1525. No século XVI a Medicina recorria à Astrologia, vindo assim a dominar as disciplinas de Astronomia e Matemática. Posteriormente prosseguiu os seus estudos de Medicina, mas também lecionou várias disciplinas na Universidade de Coimbra, incluindo Moral, Filosofia, Lógica e Metafísica. Quando, em 1537, a universidade retornou para Coimbra, ele transferiu-se para lá, para lecionar matemática, cargo que manteve até 1562. À época, esta era uma disciplina nova naquela instituição, tendo sido criada com o intuito de fornecer as instruções técnicas necessárias para a navegação, que se tornara um tópico vital no país, à época. A matemática tornou-se uma disciplina independente em 1544.
Além de se dedicar ao ensino, foi nomeado Cosmógrafo Real em 1529 e tornou-se o primeiro Cosmógrafo-mor do Reino em 1547, cargo que exerceu até ao seu falecimento.
Em 1531, El-Rei D. João III de Portugal encarregou-o da educação dos seus irmãos mais novos, Luís e Henrique. Anos depois, foi também responsável pela educação do neto de Sua Majestade (e também futuro rei), D. Sebastião.
É possível que durante a sua estadia em Coimbra, Christopher Clavius tenha assistido às aulas de Pedro Nunes, sendo assim influenciado pelo seu trabalho.

Nónio original de Pedro Nunes

Contributos para a Ciência
Pedro Nunes viveu num período de transição, onde a ciência mudou de uma índole teórica (e onde o principal papel dos cientistas era comentar os trabalhos dos autores precedentes), para a provisão de dados experimentais, ambos como forma de informação e método de confirmar as teorias existentes. Nunes foi, acima de tudo, um dos últimos grandes comentadores, como mostra o seu primeiro trabalho publicado, mas também reconhecia a importância da experimentação.
Nunes acreditava que o conhecimento científico devia ser partilhado. Assim, o seu trabalho original foi impresso em três línguas diferentes: português, latim - para atingir a comunidade académica europeia -, e ainda um (Livro de algebra en arithmetica y geometria) em espanhol, o que foi considerado surpreendente por alguns historiadores, dado que a Espanha era então o principal adversário de Portugal no domínio dos mares.
Muito do seu trabalho está relacionado com a navegação. Foi ele o primeiro a perceber por que um navio que mantivesse uma rota fixa não conseguiria navegar através de uma circunferência, o caminho mais curto entre dois pontos na terra, mas deveria antes seguir a "linha de rumo" por um rota em espiral chamada loxodrómica. A posterior invenção dos logaritmos permitiram a Gottfried Leibniz estabelecer a equação algébrica para a loxodrómica.
No seu Tratado em Defensão da Carta de Marear, 300 anos antes de Mauritus Cornelius Escher, argumenta que uma carta náutica deveria ter circunferências paralelas e meridianos desenhados como linhas rectas. Ele também mostrava-se capaz de resolver todos os problemas que isto causava, uma situação que durou até Gerardo Mercator desenvolver a chamada "projecção de Mercator", sistema que é usado até hoje.
É no mesmo "Tratado de Defensão da Carta de Marear" que Pedro Nunes exalta as navegações portuguesas: "E fizeram o Mar tão chão, que não há hoje quem ouse dizer que achasse novamente alguma pequena Ilha, alguns Baixos ou sequer algum Penedo, que por nossas navegações não seja já descoberto".
Nunes debruçou-se sobre vários problemas práticos de navegação respeitantes à correcção da rota, ao mesmo tempo que tentava desenvolver métodos mais precisos para determinar a posição de um navio. Os seus métodos para determinar as latitudes e corrigir os desvios das agulhas magnéticas foram empregados com sucesso por D. João de Castro nas suas viagens a Goa e ao mar Vermelho.
Ele criou o nónio para melhorar a precisão dos instrumentos. A sua adaptação ao quadrante foi utilizada por Tycho Brahe que, contudo, o considerava demasiado complexo. Mais tarde foi aperfeiçoado por Pierre Vernier para a sua forma actual.
Pedro Nunes também trabalhou em diversos problemas mecânicos, de um ponto de vista matemático. Ele foi provavelmente o último grande matemático a fazer aperfeiçoamentos significativos ao sistema de Ptolomeu (um modelo geocêntrico), contudo isso perdeu importância devido ao novo modelo de Nicolau Copérnico, o heliocêntrico, que o substituiu.
Nunes conheceu o trabalho de Copérnico, mas só lhe fez uma pequena referência nos seus trabalhos publicados, afirmando que era um matematicamente correcto. Ao fazer isto, aparentemente estaria a evitar opinar sobre a questão se seria a Terra ou o Sol o centro do sistema.
Ele também resolveu o problema de encontrar o dia com o menor crepúsculo, para qualquer posição, bem como a sua duração. Este problema per se não teria grande importância, mas serve para demonstrar o génio de Nunes, usado mais de um século depois por Johann e Jakob Bernoulli com menos sucesso. Eles conseguiram encontrar a solução para o menor dia, mas não conseguiram determinar a sua duração, possivelmente porque perderam-se em detalhes de cálculo diferencial, que era um campo recente da matemática naquele tempo. Isto também mostra que Pedro Nunes era um pioneiro na resolução de problemas de máximos e mínimos, que só se popularizaram no século seguinte, com o uso do cálculo diferencial.
Em agosto de 2009, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Academia de Ciências de Lisboa (re)publicaram as obras completas de Pedro Nunes.


Traduções comentadas e expandidas
Trabalhos originais
  • Tratado em defensão da carta de marear (1539)
  • Tratado sobre certas dúvidas da navegação (1547)
  • De crepusculis (Sobre o Crepúsculo) (1542)
  • De erratis Orontii Finei (Sobre os erros de Orontii Finei) (1546)
  • Petri Nonii Salaciensis Opera, (1566) - expandido, corrigido e reeditado como De arte adqueratione navigandi (1573)
  • Livro de algebra en arithmetica y geometria
Homenagens
  • A efígie de Pedro Nunes aparecia nas antigas moedas de 100 escudos.
  • O asteróide 5313 Nunes foi batizado em sua honra.

quarta-feira, julho 10, 2013

Camille Pissarro nasceu há 183 anos

Auto-retrato de Camille Pissarro

Jacob Abraham Camille Pissarro (Charlotte Amalie, na ilha de São Tomás nas Índias Ocidentais Dinamarquesas, hoje Ilhas Virgens Americanas, 10 de julho de 1830 - Paris, 13 de novembro de 1903) foi um pintor francês, co-fundador do impressionismo, e o único que participou nas oito exposições do grupo (1874-1886).

O seu pai, Abraham Frederic Gabriel Pissarro, era português criptojudeu (marrano) de Bragança, que, no final do século XVIII, quando ainda pequeno, emigrara com a sua família para Bordéus, onde na altura existia uma comunidade significativa de judeus portugueses refugiados da Inquisição. A mãe dele era crioula e tinha o nome Rachel Manzano-Pomie.
Com 11 anos Camille Pissarro foi enviado a Paris para estudar num colégio interno. Voltou para a ilha São Tomás, a fim de tomar conta do negócio da família. Algum tempo depois, a sua paixão pela pintura fê-lo mudar de vida: fez em 1852 amizade com o pintor dinamarquês, Fritz Melbye e a oportunidade de concretizar seu sonho surgiu com um convite para acompanhar uma expedição do Fritz Melbye, enviado pelo governo das Antilhas Dinamarquesas, para estudar a fauna e a flora da Venezuela, onde passou dois anos.
Pissarro conquistou sua liberdade aos 23 anos. Em 1855, ele já estava em Paris com ajuda de Melbye, tentando iniciar sua carreira. O jovem antilhano fascinou-se com as telas de Camille Corot e travou amizade com Paul Cézanne, Claude Monet, Charles-François Daubigny, entre outros pintores impressionistas. Com Monet passou a sair para pintar ao ar livre, em Pontoise e Louvenciennes. Em 1861 casou com Julie Vellay, de quem teve oito filhos.
Faleceu em 13 de novembro de 1903. Encontra-se sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, Paris na França.

domingo, setembro 16, 2012

Torquemada, O Grande Inquisidor, morreu há 514 anos

Tomás de Torquemada (Valladolid, 1420 - Ávila, 16 de setembro de 1498) ou O Grande Inquisidor foi o inquisidor-geral dos reinos de Castela e Aragão no século XV e confessor da rainha Isabel a Católica. Ele foi descrito pelo cronista espanhol Sebastián de Olmedo como "O martelo dos hereges, a luz de Espanha, o salvador do seu país, a honra do seu fim". Torquemada é conhecido por sua campanha contra os judeus e muçulmanos convertidos da Espanha. O número de autos-de-fé durante o mandato de Torquemada como inquisidor é muito controverso, mas o número mais aceite é normalmente de 2.200 vítimas.


Torquemada

Há sempre um nome triste
Na longa vida de cada nação.
Um nome que resiste
Ao esquecimento,
E que é um sinal de atenção
Ao pensamento
E ao sofrimento...

in Poemas Ibéricos (1965) - Miguel Torga

quinta-feira, abril 19, 2012

Disraeli morreu há 131 anos

Benjamin Disraeli (21 de dezembro de 1804 - 19 de abril de 1881) foi um escritor e político britânico de origem judaica italiana e com raízes portuguesas (sefardita) e primeiro-ministro do Reino Unido, filho de Isaac D'Israeli.
Começou a sua carreira profissional no escritório de um procurador, em 1821, a fim de se preparar para um lugar na administração pública, aí se mantendo até 1831. Entretanto, em 1826, inicia a sua carreira de escritor com a publicação de Vivian Grey (1826).
O começo da sua carreira política dá-se em 1837, com a sua eleição para deputado por Wycombe. Em 1848 torna-se líder do partido proteccionista. Nesse mesmo ano foi nomeado ministro do Tesouro e, constatando que a nação desejava uma política de livre-câmbio, abandonou a sua orientação proteccionista.
Entre 1852 e 1874 a sua carreira política caracteriza-se por demissões e regressos ao poder. É precisamente a partir de 1874 que a sua figura política se destaca pelas diversas reformas levadas a cabo (reformas internas sobre fábricas e habitações, emendou a lei dos pobres, etc.), principalmente no campo externo. Aderindo a uma política expansionista e imperialista, contribuiu para a grandeza e poderio do império britânico. Apoderou-se do controle da Companhia do Canal do Suez, anexou o Transvaal na África do Sul e o Chipre. Em 1877, aclamou a rainha Vitória imperatriz das Índias. Dois anos mais tarde entrava na Câmara dos Lordes com o título de Lord Beaconsfield.

quarta-feira, dezembro 21, 2011

O político e escritor Benjamin Disraeli nasceu há 207 anos

Benjamin Disraeli (21 de dezembro de 1804 - 19 de abril de 1881) foi um escritor e político britânico de origem judaica italiana (sefardita) e primeiro-ministro do Reino Unido. Filho de Isaac D'Israeli.
Começou a sua carreira profissional no escritório de um procurador, em 1821, a fim de se preparar para um lugar na administração pública, aí se mantendo até 1831. Entretanto, em 1826, inicia a sua carreira de escritor com a publicação de Vivian Grey (1826).
O começo da sua carreira política dá-se em 1837, com a sua eleição para deputado por Wycombe. Em 1848 torna-se líder do partido proteccionista. Nesse mesmo ano foi nomeado ministro do Tesouro e, constatando que a nação desejava uma política de livre-câmbio, abandonou a sua orientação proteccionista.
Entre 1852 e 1874 a sua carreira política caracteriza-se por demissões e regressos ao poder. É precisamente a partir de 1874 que a sua figura política se destaca pelas diversas reformas levadas a cabo (reformas internas sobre fábricas e habitações, emendou a lei dos pobres, etc.), principalmente no campo externo. Aderindo a uma política expansionista e imperialista, contribuiu para a grandeza e poderio do império britânico. Apoderou-se do controle da Companhia do Canal do Suez, anexou o Transvaal na África do Sul e o Chipre. Em 1877, aclamou a rainha Vitória imperatriz das Índias. Dois anos mais tarde entrava na Câmara dos Lordes com o título de Lord Beaconsfield.


Benjamin Disraeli, 1st Earl of Beaconsfield, KG, PC, FRS, (21 December 1804 – 19 April 1881) was a British Prime Minister, parliamentarian, Conservative statesman and literary figure. Starting from comparatively humble origins, he served in government for three decades, twice as Prime Minister of the United Kingdom. Although his father had him baptised to Anglicanism at age 12, he was nonetheless Britain's first and thus far only Prime Minister who was born into a Jewish family—originally from Italy. He played an instrumental role in the creation of the modern Conservative Party after the Corn Laws schism of 1846.

Disraeli's biographers believe he was descended from Italian Sephardic Jews. He claimed Portuguese ancestry, possibly referring to an earlier origin of his family heritage in Iberia prior to the expulsion of Jews in 1492. After this event many Jews emigrated, in two waves; some fled to the Muslim lands of the Ottoman Empire, but many also went to Christian Europe, first to northern Italy, then to the Netherlands, and later to England. One modern historian has seen him as essentially a marrano.
He was the second child and eldest son of Isaac D'Israeli, a literary critic and historian, and Maria Basevi. Benjamin changed the spelling in the 1820s by dropping the apostrophe. His siblings included Sarah (1802–1859), Naphtali (1807), Ralph (1809–1898), and James (1813–1868). Benjamin at first attended a small school, the Reverend John Potticary's school at Blackheath. His father had Benjamin baptised in July 1817 following a dispute with their synagogue. The elder D'Israeli was content to remain outside organised religion. From 1817, Benjamin attended a school at Higham Hill, in Walthamstow, under Eliezer Cogan. His younger brothers, in contrast, attended the superior Winchester College.

(...)
Disraeli turned towards literature after his financial disaster, motivated in part by a desperate need for money, and brought out his first novel, Vivian Grey, in 1826. Disraeli's biographers agree that Vivian Grey was a thinly veiled re-telling of the affair of The Representative, and it proved very popular on its release, although it also caused much offence within the Tory literary world when Disraeli's authorship was discovered. The book, initially anonymous, was purportedly written by a "man of fashion", perhaps Ross M. Brown – someone who moved in high society. Disraeli, then just twenty-three, did not move in high society, and the numerous solecisms present in his otherwise brilliant and daring work made this painfully obvious. Reviewers were sharply critical on these grounds of both the author and the book. Furthermore, John Murray believed that Disraeli had caricatured him and abused his confidence–an accusation denied at the time, and by the official biography, although subsequent biographers (notably Blake) have sided with Murray.

(...)
Disraeli was elevated to the House of Lords in 1876 when Queen Victoria made him Earl of Beaconsfield and Viscount Hughenden.
In the general election of 1880 Disraeli's Conservatives were defeated by Gladstone's Liberals, in large part owing to the uneven course of the Second Anglo-Afghan War. The Irish Home Rule vote in England contributed to his party's defeat. Disraeli became ill soon after and died in April 1881.
He is buried in a vault beneath St Michael's Church in the grounds of his home Hughenden Manor, accessed from the churchyard. Against the outside wall of the church is a memorial erected in his honour by Queen Victoria. His literary executor, and for all intents and purposes his heir, was his private secretary, Lord Rowton. The Disraeli vault also contains the body of Sarah Brydges Willyams, the wife of James Brydges Willyams of St Mawgan in Cornwall. Her wish to be buried there was granted after she left an estate sworn at under £40,000, of which Disraeli received over £30,000.
Disraeli has a memorial in Westminster Abbey. He is also remembered with a large statue in the market town of Ormskirk where he graces the centre of famous student town.

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Although born of Jewish parents, Disraeli was baptised in the Christian faith at the age of twelve, and remained an observant Anglican for the rest of his life. Adam Kirsch, in his biography of Disraeli, states that his Jewishness was "both the greatest obstacle to his ambition and its greatest engine." Much of the criticism of his policies was couched in anti-Semitic terms. He was depicted in some antisemitic political cartoons with a big nose and curly black hair, called "Shylock" and "abominable Jew," and portrayed in the act of ritually murdering the infant Britannia. In response to a political taunt made by Daniel O'Connell in the British parliament, to which Disraeli replied with the statement, "Yes, I am a Jew, and when the ancestors of the Right Honourable Gentleman were brutal savages in an unknown island, mine were priests in the Temple of Solomon." One apocryphal story states that Disraeli reconverted to Judaism on his deathbed.