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sexta-feira, janeiro 01, 2021

Ceres foi descoberto há 220 anos

Imagem em cores naturais de Ceres, feita em maio de 2015, pela sonda Dawn

  
Ceres é um planeta anão que se encontra no cinturão de asteróides, entre Marte e Júpiter. Ceres tem um diâmetro de cerca de 950 km e é o corpo mais maciço dessa região do sistema solar, contendo cerca de um terço do total da massa do cinturão.
Apesar de ser um corpo celeste relativamente próximo da Terra, pouco se sabe sobre Ceres. A superfície ceriana é enigmática: em imagens de 1995, pareceu-se ver um grande ponto negro que seria uma enorme cratera; em 2003, novas imagens apontaram para a existência de um ponto branco com origem desconhecida, não se conseguindo assinalar a cratera inicial.
A própria classificação mudou mais de que uma vez: na altura em que foi descoberto foi considerado como um planeta, mas após a descoberta de corpos celestes semelhantes na mesma área do sistema solar, levou a que fosse reclassificado como um asteróide por mais de 150 anos.
No início do século XXI, novas observações mostraram que Ceres é um planeta embrionário com estrutura e composição muito diferentes das dos asteroides comuns e que permaneceu intacto provavelmente desde a sua formação, há mais de 4,6 bilhões de anos. Pouco tempo depois, foi reclassificado como planeta anão. Pensava-se, também, que Ceres fosse o corpo principal da "família Ceres de asteroides". Contudo, Ceres mostrou-se pouco aparentado com o seu próprio grupo, inclusive em termos físicos. A esse grupo é agora dado o nome de "família Gefion de asteróides".

Ceres a cores.jpg
Imagem de Ceres tirado pelo Telescópio espacial Hubble
Planeta anão
Características orbitais
Semieixo maior 2,7663 UA
Perélio 2,5468 UA
Afélio 2,9858 UA
Excentricidade 0,07934
Período orbital 1680,5 d (4,599 a)
Velocidade orbital média 17,882 km/s
Inclinação Com a eclíptica: 10,585°
Com o plano invariável: 9,20°
Argumento do periastro 72,825°
Longitude do nó ascendente 80.399°
Características físicas
Diâmetro equatorial 974,6 ± 3,6 km
Área da superfície 1 800 000 km²
Massa 9,5×1020 kg
Densidade média 2,08 g/cm³
Gravidade equatorial 0,028 g
Dia sideral 0,3781 d
Velocidade de escape 0,51 km/s
Albedo 0,113
Temperatura média: -106 ºC
S.D. ºC min -34 ºC max
Magnitude aparente 6,7 a 9,32
Magnitude absoluta 3,36 ± 0,02
Composição da Atmosfera
Pressão atmosférica vestígios
  
Mitologia e Nome
Originalmente, o novo planeta foi chamado de Ceres Ferdinandea em honra à figura mitológica Ceres e ao Rei Fernando IV de Nápoles e da Sicília. A parte Ferdinandea não foi bem recebida pelas outras nações e foi removida.
Na mitologia romana, Ceres é equivalente à deusa grega, Deméter, filha de Saturno, amante e irmã de Júpiter, irmã de Juno, Vesta, Neptuno e Plutão. Ceres era a deusa das colheitas e do amor maternal. A veneração de Ceres ficou associada às classes plebeias, que dominavam o comércio de cereais.
  
Ceres orbita entre Marte e Júpiter a par de vários pequenos asteróides - posições dos planetas e Ceres em 1 de Setembro de 2006 (o tamanho dos planetas não está em escala)

História da observação e exploração
A lei de Titius-Bode preconizava a existência de um planeta entre Marte e Júpiter a uma distância de 419 milhões de quilómetros (2,8 UA). A descoberta de Urano por William Herschel em 1781 a 19,18 UA confirmava a lei publicada apenas três anos antes. No congresso astronómico que teve lugar em Gota, na Alemanha em 1796, o astrónomo francês Jérôme Lalande recomendou a sua procura.
Os astrónomos iniciaram a procura pelo Zodíaco e Ceres foi descoberto acidentalmente no dia 1 de janeiro de 1801 por Giuseppe Piazzi, que não fazia parte dessa comissão, usando um telescópio situado no alto do Palácio Real de Palermo na Sicília. Piazzi procurava uma estrela listada por Francis Wollaston como Mayer 87, porque não estava na posição descrita no catálogo. No dia 24 de janeiro, Piazzi anunciou a sua descoberta em cartas a astrónomos, entre eles Barnaba Oriani de Milão. Ele catalogou Ceres como um cometa, mas "dado o seu movimento muito lento e algo uniforme, ocorreu-me várias vezes que pode ser algo melhor que um cometa". No ínicio de fevereiro, Ceres perdeu-se quando passou por detrás do Sol. Em abril, Piazzi enviou as suas observações completas para Oriani, Bode e Lalande. Estas foram publicadas na edição de setembro de 1801 do Monatliche Correspondenz.
Para recuperar Ceres, Carl Friedrich Gauss, na época com apenas 24 anos de idade, desenvolveu um método para a determinação da órbita a partir de três observações. Em poucas semanas, ele previu o brilho de Ceres pelo espaço, e enviou os seus resultados para o Barão von Zach, editor do Monatliche Correspondenz. No último dia de 1801, von Zach e Heinrich Olbers confirmaram a recuperação de Ceres.
Ceres foi considerado demasiado pequeno para ser um verdadeiro planeta e as primeiras medidas apresentavam um diâmetro de 480 km. Ceres permaneceu listado como um planeta em livros e tabelas de astronomia por mais de meio século, até que vários outros corpos celestes foram descobertos na mesma região do sistema solar. Ceres e esse grupo de corpos ficaram conhecidos como cintura de asteróides. Muitos cientistas começaram a imaginar que estes seriam o vestígio final de um velho planeta destruído. Contudo, hoje sabe-se que o cinturão é um planeta em construção e que nunca completou a sua formação.
Uma ocultação de uma estrela por Ceres foi observada no México, Flórida e nas Caraíbas no dia 13 de novembro de 1984: com esta ocultação foi possível estabelecer o tamanho máximo, mais de duas vezes a dimensão que se julgava, e a forma do planetóide, que se apresentava praticamente esférico. Em 2005, descobriu-se que Ceres era um corpo celeste mais complexo do que se tinha imaginado, mostrando-se como um planeta embrionário.Em agosto de 2006, foi classificado como planeta anão, pela proposta final da União Astronómica Internacional, dado que não tem dimensão suficiente para "limpar a vizinhança da sua órbita". A proposta original definiria um planeta apenas como sendo "um corpo celeste que (a) tem massa suficiente para que a própria gravidade supere forças de corpos rígidos levando a que assuma uma forma de equilíbrio hidrostático (aproximadamente redondo), e (b) em órbita em volta de uma estrela, e não é uma estrela nem um satélite de um planeta". Caso esta solução tivesse sido adoptada, Ceres tornar-se-ia no quinto planeta a partir do Sol.
À data, nenhuma sonda visitou Ceres. Contudo, a missão Dawn será a primeira nave espacial a estudar Ceres. Inicialmente, a sonda irá visitar Vesta, por aproximadamente seis meses em 2010, antes de sobrevoar Ceres em 2014 ou 2015.
Apesar de não ter um campo magnético e gozar de baixa gravidade, existem ideias para que Ceres seja um dos possíveis locais para a colonização humana futura no sistema solar interior, provavelmente depois de se estabelecer uma base humana permanente em Marte. Ceres tem recursos hídricos sob a forma de gelo com 1/10 de toda a água dos oceanos terrestres e luz solar suficiente para a produção de energia solar. Transformar-se-ia, assim, numa espécie de base para a obtenção de minérios de asteróides, e possibilitando que esses recursos minerais possam ser depois transportados para Marte, a Lua e a Terra.

Estrutura de Ceres
  
Geologia planetária
Ceres é o único planeta anão nas proximidades do Sol. Entretanto, nos confins do sistema solar, existem quatro planetas anões, todos maiores que Ceres, a saber: Plutão, Haumea, Makemake e Éris. Vários planetóides gelados destas regiões remotas e que aparentam ser maiores que Ceres aguardam a classificação como planetas anões, apesar de muitos deles serem menos massivos.
Os cientistas há muito que teorizaram que Ceres seria uma massa indiferenciada e homogénea, semelhante a muitos corpos carbonáceos que povoam a Cintura de Asteróides, tendo 0,113 de albedo, muito semelhante ao da Lua, levando a se supor que a sua superfície deverá ser análoga à do nosso satélite natural. No entanto, Peter Thomas e os seus colaboradores mostraram que isto não era verdade. O grupo observou e gravou rotações inteiras de Ceres usando o Telescópio espacial Hubble entre Dezembro de 2003 e Janeiro de 2004. Ao examinarem as imagens, verificaram que Ceres era quase perfeitamente esferóide, com uma pequena protuberância de 30 km no equador, ao contrário da grande maioria dos asteróides, tornando-o único entre os asteróides. Anteriormente, pensava-se que a protuberância fosse de 40 km, através das melhores medições da massa de Ceres anteriormente realizadas. A diferença, segundo Thomas e seus colegas, deve-se a que Ceres não é homogéneo, mas estruturado em camadas, com um núcleo denso de rocha coberto por um manto de gelo de água, por sua vez coberto por uma crosta leve.
O manto de Ceres deverá ser de gelo de água, porque a densidade de Ceres é menor que a da crosta da Terra e porque marcas espectrais da superfície evidenciam minerais moldados pela água. Assim, estimou-se que Ceres deverá ser composto por 25 por cento de água, mais que toda a água doce na Terra. Esta água encontra-se enterrada sobre uma fina camada de poeira.
Caso não fossem as perturbações gravitacionais de Júpiter há milhares de milhões de anos, Ceres seria, indiscutivelmente, um verdadeiro planeta. Com uma massa de 9,45±0,04×1020 kg, Ceres tem mais do que um terço do total de 2,3×1021 kg de massa de todos os asteróides do sistema solar (que ainda é apenas cerca de 4% da massa da Lua).
Existe alguma ambiguidade relativamente às características da superfície de Ceres. As imagens ultravioleta de baixa resolução tiradas pelo Telescópio espacial Hubble em 1995 mostram um ponto negro na sua superfície, ao qual foi dado o apelido "Piazzi", que teria 250 km de diâmetro, um quarto da dimensão de Ceres, e que teria resultado do impacto de um asteroide com 25 km de diâmetro.[8] Mais tarde, imagens de maior resolução tiradas durante uma rotação completa com o telescópio Keck, usando óptica adaptativa, não mostraram sinais da existência de "Piazzi". Contudo, duas características escuras foram vistas movendo-se ao longo de uma rotação do planeta anão, uma com uma região central brilhante e que se supõe serem crateras.
Imagens tiradas de uma rotação em 2003 e 2004 pelo Hubble mostraram um ponto branco enigmático, cuja natureza é desconhecida. As características escuras vistas pelo Keck não são, imediatamente, visíveis nestas imagens.
  
Atmosfera
Existem ainda algumas indicações que sua superfície seja quente e deva possuir uma fraca atmosfera e gelo. A temperatura máxima ao meio-dia foi estimada em cerca de -38 °C em 5 de maio de 1991. Tendo em conta a distância ao Sol, a temperatura máxima deverá atingir -34 °C no periélio. Um dia em Ceres é pouco mais de nove horas terrestres.
  

segunda-feira, novembro 09, 2020

Notícia interessante sobre astrogeologia...

Marte pode ter sequestrado o irmão gémeo da nossa Lua

  

 

Uma equipa de astrónomos observou minuciosamente um asteroide distante, atrás do Planeta Vermelho, e encontrou uma semelhança surpreendente que levanta algumas questões sobre o nosso satélite natural. 

Uma equipa de astrónomos do Observatório e Planetário Armagh (AOP), na Irlanda do norte, revelou recentemente que um asteroide que orbita Marte pode ser uma espécie de irmão gémeo da nossa Lua. O artigo científico foi publicado na Ícarus.

O asteroide (101429) 1998 VF31 faz parte de um grupo de outros corpos celestes deste tipo que partilham a órbita do Planeta Vermelho. Estes asteróides são conhecidos como troianos, porque caem em regiões gravitacionalmente equilibradas no espaço entre planetas.

De acordo com a recente investigação, (101429) 1998 VF31 é o único asteroide deste tipo a orbitar diretamente atrás de Marte, enquanto o Planeta Vermelho orbita o Sol.

O Science Alert escreve que foi possível alcançar esta descoberta graças ao reflexo do asteroide em relação ao Sol. Os cientistas utilizaram o espectrógrafo X-Shooter, no Very Large Telescope do European Southern Observatory (VLT), instalado no Chile.

Com as observações, foi possível concluir que “o espectro deste asteroide parece ser quase um sinal de morte para partes da Lua onde há leito rochoso exposto, como o interior de crateras e montanhas”, explicou Galin Borisov, astroquímico do AOP.

Apesar de os investigadores não terem certezas sobre este espectro, o cientista sublinha que é relevante pôr em cima da mesa a hipótese de as origens dos corpos celestes estarem num lugar distante de Marte, sendo que o 101429 representaria um “fragmento de relíquia da crosta sólida original da Lua“.

Se a teoria estiver correta, impõem-se uma grande questão: como é que o irmão gémeo perdido da Lua foi parar à órbita do Planeta Vermelho?

A verdade é que a origem deste asteróide também pode dizer muito sobre o nascimento do nosso Sistema Solar.

No início do Sistema Solar, “o espaço entre os planetas recém-formados estava cheio de destroços e as colisões eram comuns”. “Grandes asteróides [planetesimais] atingiam constantemente a Lua e os outros planetas. Um fragmento dessa colisão pode ter atingido a órbita de Marte quando o planeta estava ainda a formar-se”, disse o principal autor do estudo, Apostolos Christou.

Os cientistas explicam que também é possível que o asteroide represente algum fragmento de Marte cortado por algum tipo de incidente, que pode ter impactado o Planeta Vermelho. Este impacto pode ter ocorrido como consequência de um intemperismo de radiação solar, que o tornou parecido com a Lua.

 

in ZAP

domingo, outubro 11, 2020

Olbers, o astrónomo que perguntou porque a noite era escura, nasceu há 262 anos

 
Heinrich Wilhelm Matthäus Olbers (Arbergen, 11 de outubro de 1758 - Bremen, 2 de março de 1840) foi um astrónomo alemão.
O asteroide 1002 Olbersia foi assim batizado em sua homenagem.
O paradoxo de Olbers, descrito por ele em 1823 (e, em seguida, reformulado em 1826), afirma que a escuridão do céu noturno entra em conflito com a suposição de um universo estático eterno e infinito.

Asteroides descobertos - 2:
2 Pallas 28 de março de 1802
4 Vesta 29 de março de 1807

segunda-feira, setembro 14, 2020

Notícia interessante sobre impactes meteoríticos e origem da vida

A vida na Terra pode ter “nascido” nas crateras de meteorito
   
   
Os impactos de asteróides causaram alguns dos maiores eventos destrutivos da história da Terra. Agora, um novo estudo mostra que esses impactos também podem ter fornecido as condições certas para a vida começar no nosso planeta.
A maioria dos dinossauros foi extinta devido ao impacto de um asteroide gigante, quando um objeto atingiu a ponta norte da Península de Iucatão há cerca de 66 milhões de anos. Mas e se os impactos de asteroides também fossem responsáveis pelo desenvolvimento da vida na Terra?
“Se pedir a alguém que imagine o que acontece quando pedaços de rocha do tamanho de um quilómetro atingem a Terra, isso é tipicamente destrutivo. É um evento de extinção como aquele que matou os dinossauros”, disse Gordon Osinski, cientista planetário da Western University, citado pelo Western News.
“O que estamos a tentar fazer é transformar essa ideia. O impacto é inicialmente destrutivo, mas também fornece os blocos de construção para a vida e cria novos habitats para a vida. Essencialmente criam um oásis para a vida“, continuou.
As condições imediatamente após um impacto teriam sido um pesadelo para qualquer forma de vida que existia antes da queda. Toneladas de destroços teriam sido lançadas para a atmosfera. A rocha derretida no chão da cratera queimaria tudo em que tocasse e libertaria gases venenosos para o ar.
Depois de a rocha arrefecer e essas condições se estabilizarem, pode ter sido deixado para trás o ambiente ideal para a vida microbiana se desenvolver e prosperar.
De acordo com o estudo, conforme o lago da cratera se forma na bacia de impacto, a combinação de água, calor, minerais e produtos químicos formaria condições em que os micróbios teriam um ambiente seguro e uma fonte abundante de energia.
“Mostrámos que os impactos podem fornecer todos os blocos de construção necessários para a vida e criar habitats para a vida imediatamente após o impacto”, escreveu Osinski, num e-mail enviado ao The Weather Network.
Esses habitats incluem “sistemas hidrotérmicos transitórios”, semelhantes às fontes hidrotermais no fundo do oceano ao longo da dorsal mesoatlântica, e fontes termais e géiseres no Parque Nacional de Yosemite, mas de natureza mais temporária devido para o impacto
Outros incluem “habitats endolíticos”, onde a vida se pode desenvolver dentro dos poros e fissuras em rochas de impacto vítreas e dentro de ilhas flutuantes de pedra-pomes porosa, onde seriam protegidos da radiação ultravioleta prejudicial do Sol.
Além disso, as piscinas rochosas formadas nos fluxos vulcânicos de arrefecimento, onde a água se pode acumular, fornecem excelentes ambientes seguros.
A partir do seu estudo das crateras de meteoritos na Terra, Osinski e a sua equipa mostraram que os impactos podem produzir qualquer um ou todos estes ambientes. “O principal aqui é que estes habitats não existiam antes do impacto e não existiriam a menos que ocorresse um impacto”, disse Osinski.
Saber como a vida começou na Terra não só nos ajuda a rastrear as nossas próprias origens, mas também pode ajudar na nossa busca por vida noutro lugar. As missões a Marte, por exemplo, podem procurar oásis semelhantes na sua busca por vida passada ou presente.
Este estudo foi publicado este mês na revista científica Astrobiology.
    
in ZAP.pt

terça-feira, agosto 18, 2020

Fobos foi descoberto há 143 anos


Observando o planeta Marte, identificou dois satélites naturais (luas): Deimos, em 12 de agosto de 1877, e Fobos, em 18 de agosto de 1877, usando o telescópio refrator de 26" do U. S. Naval Observatory.

   
Fobos é uma das duas luas de Marte, sendo a maior e a mais próxima lua de Marte. Fobos foi descoberto por Asaph Hall em 18 de agosto de 1877, justamente seis dias após a descoberta de seu parceiro Deimos.
Fobos é, em todo o Sistema Solar, o satélite que orbita mais próximo do planeta-mãe: menos de seis mil quilómetros acima da superfície marciana. Encontra-se, por isso, abaixo da órbita síncrona para Marte. Por esse motivo, a sua órbita vai descendo a um ritmo de 1,8 m por século. Assim, dentro de 50 milhões de anos pode ocorrer uma de duas coisas: ou Fobos se despenha sobre Marte ou, o que é mais provável, antes que isso aconteça as forças gravitacionais destruirão o satélite criando um anel à volta de Marte.
Os astrónomos supõem que o satélite era provavelmente um asteroide que foi capturado pela força de gravidade do planeta. A outra lua Deimos e também algumas luas de Neptuno, acreditam-se também que eram asteroides que foram capturados.
As formações geológicas em Fobos recebem o nome de astrónomos que estudaram Fobos e pessoas e lugares fictícios da obra de Jonathan Swift - As Viagens de Gulliver. Apenas um regio recebeu nome, Laputa Regio, e apenas uma planitia, Lagado Planitia; ambos receberam nomes de lugares de As Viagens de Gulliver. O único tergo que recebeu nome em Fobos é Kepler Dorsum, em honra ao astrónomo Johannes Kepler. Várias crateras já possuem nome.
    
Cratera Referência Coordenadas
Clustril Personagem de As Viagens de Gulliver 60°N 91°W
D'Arrest Heinrich Louis d'Arrest, astrónomo 39°S 179°W
Drunlo Personagem de As Viagens de Gulliver 36.5°N 92°W
Flimnap Personagem de As Viagens de Gulliver 60°N 350°W
Grildrig Personagem de As Viagens de Gulliver 81°N 195°W
Gulliver Personagem principal de As Viagens de Gulliver 62°N 163°W
Hall Asaph Hall, descobridor de Fobos 80°S 210°W
Limtoc Personagem de As Viagens de Gulliver 11°S 54°W
Öpik Ernst J. Öpik, astrónomo 7°S 297°W
Reldresal Personagem de As Viagens de Gulliver 41°N 39°W
Roche Édouard Roche, astrónomo 53°N 183°W
Sharpless Bevan Sharpless, astrónomo 27.5°S 154°W
Shklovsky Iosif Shklovsky, astrónomo 24°N 248°W
Skyresh Personagem de As Viagens de Gulliver 52.5°N 320°W
Stickney Angeline Stickney, esposa de Asaph Hall 1°N 49°W
Todd David Peck Todd, astrónomo 9°S 153°W
Wendell Oliver Wendell, astrónomo 1°S 132°W
   

terça-feira, agosto 11, 2020

Notícia interessante sobre o planeta anão Ceres...

Sistema solar
O planeta-anão Ceres tem um mundo oceânico no seu interior
   
Cratera Occator, onde existem manchas brilhantes com sal
   
Ao analisarem dados da sonda Dawn, da NASA, equipas de cientistas perceberam que as manchas brilhantes na cratera Occator podem ser assim devido a água salgada vinda do interior de Ceres.

Investigações anteriores já tinham revelado que havia um oceano global no planeta-anão Ceres. Esta segunda-feira chegaram-nos novidades do actual estado desse oceano através de sete artigos científicos nas revistas Nature Astronomy, Nature Geoscience e Nature Communications

domingo, março 29, 2020

O asteroide Vesta foi descoberto há 213 anos

Vesta fotografado pela sonda Dawn, a 24 de julho de 2011, a uma distância de 5.200 km
   
Vesta (formalmente 4 Vesta) é o terceiro maior asteroide do Sistema Solar, com um diâmetro médio de 530 km. Foi descoberto por Heinrich Wilhelm Olbers a 29 de março de 1807. O nome provém da deusa romana Vesta, a deusa virgem da casa, correspondente à deusa da mitologia grega Héstia. Está localizado na cintura de asteroides, região entre as órbitas de Marte e Júpiter, a 2,36 UA do Sol. Vesta é um asteroide tipo V. O seu tamanho e o brilho pouco comum da superfície fazem de Vesta o mais brilhante asteroide (é o único asteroide que é, ocasionalmente, visível a olho nu).
Teoriza-se que nos primeiros tempos do sistema solar, Vesta era tão quente que o seu interior derreteu. Isto resultou numa diferenciação planetária do asteroide. Provavelmente tem uma estrutura em camadas: um núcleo metálico de níquel-ferro coberto por uma camada (manto) de olivina. A superfície é de rocha basáltica, originária a partir de antigas erupções vulcânicas. A atividade vulcânica não existe hoje.
Em 16 de julho de 2011 a sonda da NASA Dawn entrou em órbita de Vesta para uma exploração de um ano.
     

segunda-feira, janeiro 13, 2020

Notícia interessante de astronomia...

Júpiter está a atirar asteróides em direção à Terra
  
  
Alguns astrónomos acreditam que Júpiter, em vez de proteger a Terra de cometas e asteróides, está ativamente a atirá-los para dentro do Sistema Solar.
Uma teoria popular sugere que Júpiter, que tem uma massa enorme, age como um escudo gigante no Espaço, sugando ou desviando detritos perigosos que sobraram da formação do sistema solar. Porém, a teoria do “Escudo de Júpiter”, como é conhecida, caiu em desuso nas últimas duas décadas.
Um crítico importante dessa teoria, Kevin Grazier, já tenta desmascarar essa ideia há anos. O investigador publicou vários estudos sobre o assunto, incluindo um artigo de 2008 intitulado “Júpiter como um atirador de elite em vez de um escudo”. Grazier tem demonstrado cada vez mais formas pelas quais Júpiter, em vez de ser o nosso protetor, é na verdade – embora indiretamente – uma ameaça.
Em 2018, Grazier publicou um artigo na revista científica Astronomical Journal, no qual analisa as formas complexas pelas quais os objetos do sistema solar externo são afetado pelos planetas como Júpiter, Saturno, Neptuno e Urano.
Em 2019, num artigo publicado na revista científica Monthly Notices do Royal Astronomical Journal, analisa uma família específica de corpos gelados e a forma como são transformados por Júpiter em cometas potencialmente mortais.
“As nossas simulações mostram que Júpiter tem a mesma probabilidade de enviar cometas na Terra como de os desviar e vimos isso no sistema solar real”, disse Grazier, em declarações ao Gizmodo.
O portal relembra, porém, que isso era algo muito bom quando a Terra era jovem, porque cometas e asteróides forneciam os ingredientes essenciais necessários para a vida. Hoje, no entanto, os impactos não são bons, pois podem desencadear extinções em massa semelhantes à que extinguiu dinossauros não aviários há cerca de 66 milhões de anos.
Trabalhando com colaboradores do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA e da Universidade do Sul de Queensland, Grazier mostrou como objetos no disco disperso, um anel dentro do Cinturão de Kuiper que contém muitos planetesimais que se aproximam de Neptuno, são influenciados pelos planetas. Também mostram como Centauros, um grupo de corpos gelados em órbita além de Júpiter e Neptuno, são transformados por Júpiter em cometas potencialmente ameaçadores para a Terra.
Usando simulações, os investigadores descobriram que “os objetos Centauro, os Cometas da Família Júpiter e os objetos no Disco Disperso não são populações dinamicamente distintas – as órbitas dos objetos nessas famílias evoluem sob a influência gravitacional dos planetas jovianos,e os objetos podem mover-se entre as três classificações dinâmicas muitas vezes ao longo da vida”, disse Grazier.
Quanto a Júpiter ainda agindo como escudo, Grazier disse que isso permanece verdadeiro, mas os gigantes gasosos protegem a Terra principalmente de objetos presos entre eles. Quanto aos objetos encontrados no sistema solar externo, essa é uma história diferente.
Jonti Horner, co-autor dos dois estudos, disse que Júpiter desempenha um papel duplo. “Júpiter pega em coisas que ameaçam a Terra e arremessa-as, libertando espaço perto do nosso planeta. Portanto, nesse sentido, é uma espécie de escudo”, disse. “Por outro lado, pega em coisas que não estão perto da Terra e arremessa-as no nosso caminho, o que significa que também é uma ameaça”.
“Já sabemos que a Terra está na mira cósmica”, concluiu Grazier. “Existem centenas de objetos próximos à Terra que são potencialmente perigosos. Acho que agora precisamos de prestar mais atenção ao que está a acontecer um pouco mais longe, na vizinhança de Júpiter”.

in ZAP

sexta-feira, outubro 11, 2019

O homem que perguntou porque a noite era escura nasceu há 261 anos

Heinrich Wilhelm Matthäus Olbers (Arbergen, 11 de outubro de 1758 - Bremen, 2 de março de 1840) foi um astrónomo alemão.
O asteroide 1002 Olbersia foi assim batizado em sua homenagem.
O paradoxo de Olbers, descrito por ele em 1823 (e, em seguida, reformulado em 1826), afirma que a escuridão do céu noturno entra em conflito com a suposição de um universo estático eterno e infinito.
Asteroides descobertos - 2:
2 Pallas 28 de março de 1802
4 Vesta 29 de março de 1807
  

quarta-feira, janeiro 02, 2019

Há quinze anos a sonda Stardust aproximou-se do cometa Wild 2

A Stardust é uma sonda espacial da NASA, do Laboratório de Propulsão a Jato, (JPL) da NASA, na Califórnia. Foi lançada a 7 de fevereiro de 1999, pelo foguete Delta II, no Cabo Canaveral, estado da Flórida. A sua finalidade era a de investigar o cometa Wild 2 e o asteroide Annefrank, além de recolher poeira interestelar.
Stardust foi a primeira missão norte-americana, dedicada única e exclusivamente a explorar um cometa e com a finalidade de trazer material extraterrestre, fora da órbita da Lua.
A Stardust aproximou-se do cometa Wild 2 a 2 de janeiro de 2004, após uma viagem de quatro anos pelo espaço. Durante esta aproximação ele recolheu amostras de poeira do cometa e obteve fotos detalhadas do seu núcleo gelado.
Adicionalmente a sonda Stardust deveria trazer amostras de poeira interestelar.
A sonda Stardust chegou a 15 de janeiro de 2006 à Terra com as amostras do material proveniente do cometa dentro de uma cápsula. 

quinta-feira, outubro 11, 2018

O astrónomo que perguntou porque era escura a noite nasceu há 260 anos

Heinrich Wilhelm Matthäus Olbers (Arbergen, 11 de outubro de 1758 - Bremen, 2 de março de 1840) foi um astrónomo alemão.
O asteroide 1002 Olbersia foi assim batizado em sua homenagem.
O paradoxo de Olbers, descrito por ele em 1823 (e, em seguida, reformulado em 1826), afirma que a escuridão do céu noturno entra em conflito com a suposição de um universo estático eterno e infinito.
  
Asteroides descobertos
2 Pallas 28 de março de 1802
4 Vesta 29 de março de 1807

terça-feira, abril 10, 2018

Lagrange morreu há 205 anos

Joseph Louis Lagrange (Turim, 25 de janeiro de 1736 - Paris, 10 de abril de 1813) foi um matemático italiano. O pai de Lagrange havia sido tesoureiro de guerra da Sardenha, tendo se casado com Marie-Thérèse Gros, filha de um rico físico. Foi o único de dez irmãos que sobreviveu à infância. Napoleão Bonaparte fez dele senador, conde do império e grande oficial da Legião de Honra.
Aos dezasseis anos tornou-se professor de matemática na Escola Real de Artilharia de Turim. Desde o começo foi um analista, nunca um geómetra, o que pode ser observado em Méchanique Analytique (Mecânica Analítica), sua obra prima, projectada aos 19 anos, mas só publicada em Paris em 1788, quando Lagrange tinha cinquenta e dois anos. “Nenhum diagrama (desenho) será visto neste trabalho”, diz ele na abertura de seu livro, e acrescenta que “a ciência da mecânica pode ser considerada como a geometria de um espaço com quatro dimensões – três coordenadas cartesianas e um tempo-coordenada, suficientes para localizar uma partícula móvel tanto no espaço quanto no tempo”.
Organizou as pesquisas desenvolvidas pelos associados da Academia de Ciências de Turim. O primeiro volume das memórias da academia foi publicado em 1759, quando Lagrange tinha vinte e três anos.
Aos vinte e três anos aplicou o cálculo diferencial à teoria da probabilidade, indo além de Isaac Newton com um novo começo na teoria matemática do som, trazendo aquela teoria para o domínio da mecânica do sistema de partículas elásticas (ao invés da mecânica dos fluidos), sendo também eleito como membro estrangeiro da Academia de Ciências de Berlim (2 de outubro de 1759).
Entre os grandes problemas que Lagrange resolveu encontra-se aquele da oscilação da Lua. Por que a Lua apresenta sempre a mesma face para a Terra? O problema é um exemplo do famoso “Problema dos Três Corpos” – a Terra o Sol e a Lua – atraindo-se uns aos outros, de acordo com a lei do inverso do quadrado da distância entre os seus centros de gravidade. Pela solução deste problema recebeu o Grande Prémio da Academia Francesa de Ciências, aos vinte e oito anos.
Tais sucessos levaram o Rei da Sardenha a oferecer a Lagrange todas as despesas pagas de uma viagem a Paris e Londres.
Ficou em Berlim vinte anos, onde se casou e enviuvou, tendo exercido a função de diretor da divisão físico-matemática da Academia de Berlim, onde fazia e refazia seus trabalhos, nunca se satisfazendo com o resultado, o que significou um desespero para os seus sucessores.
Em carta escrita para D’Alembert, em 1777, diz: “eu tenho sempre olhado a matemática como um objecto de diversão, mais do que de ambição, e posso afirmar para você que tenho mais prazer nos trabalhos de outros do que nos meus próprios, com os quais estou sempre insatisfeito”. E, em outra carta histórica de 15 de setembro de 1782, diz ter quase terminado seu tratado de Mécanique Analytique, acrescentando que, como ainda não sabia quando nem como seria o livro impresso, não estava se apressando com os retoques finais.
Com a morte de Frederico o Grande, em 17 de agosto de 1786, solicitou sua dispensa. Foi permitida sob a condição de que continuasse a remeter trabalhos para a academia pelo período de alguns anos.
Voltou a seus trabalhos matemáticos como membro da Academia Francesa a convite de Luís. Foi recebido em Paris, em 1787, com grande respeito pela família real e pela academia. Viveu no Louvre até à Revolução, tendo-se tornado o favorito de Maria Antonieta.
Aos cinquenta e um anos, Lagrange sentia-se acabado. Era um caso claro de exaustão nervosa, pelo longo período de trabalho excessivo. Falava pouco, parecia estar sempre distraído e melancólico. Era a triste figura da indiferença, tendo perdido, inclusive, o gosto pela matemática.
A Tomada da Bastilha quebrou a sua apatia. Recusou-se a deixar Paris. Quando o terror republicano chegou, arrependeu-se de ter ficado. Era tarde para escapar. As crueldades destruíram a pouca fé que ainda tinha na natureza humana.
Terminada a revolução, foi tratado com muita tolerância. Um decreto especial garantiu-lhe uma pensão, e quando a inflação reduziu a sua pensão a quase nada, foi indicado para professor da Escola Normal, que teve vida efémera. Foi então indicado para professor da Escola Politécnica, fundada em 1797, tendo planeado o curso de Matemática, sendo o seu primeiro professor.
Em 1796, quando a França anexou o Piemonte a seu território, Taillerand foi enviado como emissário para dizer a seu pai, ainda vivendo em Turim: “seu filho, orgulho de Piemonte que o produziu, e da França que o possui, honra toda a humanidade por seu génio”.
Referindo-se a Isaac Newton, disse: “foi certamente o génio por excelência mas temos que concordar que ele foi também o que mais sorte teve: só se pode encontrar uma única vez o sistema solar para ser estabelecido. Ele teve sorte de ter chegado quando o sistema do mundo permanecia ignorado”.
Notando-lhe a enlevação alheada, durante uma sessão musical, alguém perguntou o que ele achava da música. E ele respondeu: “a música me isola; eu ouço os três primeiros compassos; no quarto eu já não distingo mais nada; entrego-me aos meus pensamentos; nada me interrompe; e é assim que eu tenho resolvido mais de um problema difícil.”
O seu último trabalho científico foi a revisão e complementação da Mécanique Analytique para a segunda edição, quando descobriu que seu corpo já não obedecia à sua mente. Morreu na manhã do dia 10 de abril de 1813, com setenta e seis anos.


NOTA: recordemos que este matemático e físico postulou a existência, nas órbitas dos planetas, de pontos de estabilidade (justamente chamados de pontos de Lagrange, a 60º a partir do Sol e do planeta, por exemplo, na órbita de Júpiter...) onde pode haver asteróides - que hoje chamamos de asteróides troianos e que já foram localizados na órbita de diversos planetas gasosos.

quarta-feira, março 29, 2017

O asteroide Vesta foi descoberto há 210 anos!

Vesta fotografado pela sonda Dawn, a 24 de julho de 2011, a uma distância de 5.200 km

Vesta (designado formalmente 4 Vesta) é o terceiro maior asteroide do Sistema Solar, com um diâmetro médio de 530 km. Foi descoberto por Heinrich Wilhelm Olbers a 29 de março de 1807. O nome provém da deusa romana Vesta, a deusa virgem da casa, correspondente à deusa da mitologia grega Héstia. Está localizado na cintura de asteroides, região entre as órbitas de Marte e Júpiter, a 2,36 UA do Sol. Vesta é um asteroide tipo V. O seu tamanho e o brilho pouco comum na superfície fazem de Vesta o mais brilhante asteroide (é o único asteroide que é ocasionalmente visível a olho nu).
Teoriza-se que nos primeiros tempos do sistema solar, Vesta era tão quente que o seu interior derreteu. Isto resultou numa diferenciação planetária do asteroide. Provavelmente tem uma estrutura em camadas: um núcleo metálico de níquel-ferro coberto por uma camada (manto) de olivina. A superfície é de rocha basáltica, originária a partir de antigas erupções vulcânicas. A atividade vulcânica não existe hoje.
Em 16 de julho de 2011 a sonda da NASA Dawn entrou em órbita de Vesta para uma exploração de um ano.
 

domingo, novembro 17, 2013

O estranho caso do asteroide que queria ser cometa

Descoberto um asteroide que parece um cometa com seis caudas

O aspecto do asteroide a 10 de setembro (à esquerda) e a 23 de setembro (à direita)

A estranha aparência do objecto deixou os especialistas a coçar a cabeça.

O telescópio Hubble acaba de descobrir, pela primeira vez, um asteroide que não parece um asteroide, anunciaram esta quinta-feira as agências espaciais europeia ESA e norte-americana NASA, as duas entidades responsáveis por aquele telescópio espacial, em simultâneo com a publicação online do inédito achado na revista Astrophysical Journal Letters.
Segundo os seus autores – uma equipa internacional liderada por David Jewitt, da Universidade da Califórnia  –, o estranho objecto parece “um regador automático da relva”, com seis “caudas” luminosas a sair do seu centro.
O asteroide, nome de código P/2013 P5, faz parte da cintura de asteroides situada entre Marte e Júpiter. Normalmente, os asteroides parecem apenas pontinhos de luz ao telescópio, mas a luz emitida pelo P/2013 P5, que foi avistado pela primeira vez por um telescópio terrestre no Havai e apresentado oficialmente em agosto deste ano, parecia invulgarmente difusa. Por isso, os cientistas apontaram o Hubble na sua direcção a 10 de setembro – e descobriram as suas múltiplas caudas. Mais: quando o Hubble voltou a olhar para o asteroide a 23 de setembro, o seu aspecto era totalmente diferente, como se toda a sua estrutura tivesse rodado.
"Ficámos completamente banzados”, diz Jewitt, citado pela NASA. “Mais surpreendente ainda foi o facto de a sua estrutura de caudas se alterar em apenas 13 dias (…). Isso também nos apanhou de surpresa. É difícil acreditar que estamos a olhar para um asteroide.”
Uma explicação possível do inédito fenómeno é que a velocidade de rotação do asteróide tenha aumentado ao ponto de a sua superfície começar a ser despedaçada, produzindo ejeções de poeiras em erupções episódicas que tiveram início na Primavera, explica um comunicado da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).
A equipa descarta que se possa tratar do resultado de uma colisão de asteróides, uma vez que isso teria causado a expulsão de uma enorme quantidade de poeiras de uma só vez. Ora, não parece ser o que terá acontecido: com base numa modelização, Jessica Agarwal, do Instituto Max Planck de Lindau (Alemanha) e co-autora dos resultados, calculou que, ao longo de cinco meses, terá havido uma série de ejeções de poeiras – a 15 de abril, 18 de julho, 24 de julho, 8 de agosto, 26 de agosto e 4 de setembro.
Segundo Jewitt, o fenómeno agora observado no P/2013 P5 é provavelmente algo de frequente na cintura de asteroides – e até poderá ser a forma como os asteroides costumam morrer. “Em astronomia, quando encontramos um [objecto de um dado tipo], acabamos sempre por encontrar mais um monte deles. Este é um objecto espantoso e quase de certeza o primeiro de muitos outros a vir.”
Diga-se já agora que Jewitt desempenhou um papel importante, em 1993, na descoberta da cintura de Kuiper, que de repente revelou a presença, para lá de Neptuno, de milhões de objectos num local onde se pensava não haver nada. Isso mudou radicalmente a visão que os astrónomos tinham do sistema solar, faz notar o comunicado da UCLA.
Até agora, apenas uma pequena fracção da massa principal do asteroide P/2013 P5 – talvez entre cem e mil toneladas de poeiras – foi ejectada, salienta Jewitt. O núcleo do asteroide, com mais de 400 metros de diâmetro, é milhares de vezes mais maciço.
Os astrónomos tencionam continuar a observar o bizarro objecto, não só para medir à velocidade com que gira sobre si próprio como para determinar se as poeiras são ejectadas no plano equatorial do asteróide. A se confirmar, isto sugeriria fortemente que o asteroide está de facto a sofrer uma ruptura provocada pela sua rotação.

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sexta-feira, outubro 11, 2013

O homem que perguntou porque a noite era escura nasceu há 255 anos

Heinrich Wilhelm Matthäus Olbers (Arbergen, 11 de outubro de 1758 - Bremen, 2 de março de 1840) foi um astrónomo alemão.
O asteroide 1002 Olbersia foi assim batizado em sua homenagem.
O paradoxo de Olbers, descrito por ele em 1823 (e, em seguida, reformulado em 1826), afirma que a escuridão do céu noturno entra em conflito com a suposição de um universo estático eterno e infinito.

Asteroides descobertos - 2:
2 Pallas 28 de março de 1802
4 Vesta 29 de março de 1807

segunda-feira, fevereiro 11, 2013

Notícia sobre um asteroide que vai passar perto da Terra no dia 15

Asteroide de 50 metros de diâmetro vai passar perto da Terra

Pode ser observado na Europa com telescópio ou binóculos. O asteroide 2012 DA14 vai passar “ao lado” da Terra, a 28 mil quilómetros, na próxima sexta-feira, dia 15.


De acordo com a NASA a passagem do asteroide está prevista para as 19.24 horas e de acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA) a hora marcada para este breve encontro é 19.40 horas. Assim, se está interessado em tentar acompanhar este fenómeno o melhor é colocar-se a postos por volta das 19.00 horas. De acordo com as previsões, o pedaço de rocha vai passar a apenas 28 mil quilómetros do nosso planeta a uma velocidade de 7,8 km por segundo.
“Não são conhecidos muitos detalhes do velho asteroide, 2012 DA14 – não estão disponíveis medidas directas das suas dimensões. Pelo seu brilho os cientistas estimam que tenha um diâmetro de 50-80 metros. A sua composição é desconhecida e pensa-se que a sua massa esteja na ordem das 130 mil toneladas”, avança o comunicado divulgado pela ESA, que esclarece que este asteroide foi descoberto no ano passado por um astrónomo amador, em Espanha.
O que os cientistas são capazes de garantir é que a rocha não vai colidir com a Terra... “nos próximos tempos”. “Os resultados computacionais mostram que uma colisão com a Terra pode ser excluída com segurança, pelo menos neste século”, diz Detlef Koschny, responsável por objectos próximos da Terra, no gabinete da ESA Space Situational Awareness, acrescentando que “a sua órbita pode ser muito bem calculada recorrendo à base de dados europeia de asteroides, NEODyS ”.
Assim, segundo os cálculos, o grande pedaço de rocha vai estar mais perto da terra do que estão os muitos satélites de telecomunicações (posicionados cerca de 800 km acima da rota desta rocha). “Não há perigo para estes satélites, como o asteroide ‘virá de baixo’ não irá intersetar o cinto geostacionário”, assegura Detlef. De acordo com o comunicado da ESA, este asteroide “embora pequeno, comparado com a vastidão do nosso Sistema Solar, deve ser visível na Europa para qualquer pessoa com um bom par de binóculos e uma ideia do local onde procurar”. Apesar de tudo, este será um dos encontros mais “íntimos” entre a Terra e um asteróide dos últimos 15 anos.
Os cientistas adiantam ainda que se esta rocha fosse de ferro atingisse o nosso planeta seria capaz de criar uma cratera de 1,5 quilómetros.

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quinta-feira, outubro 11, 2012

O astrónomo Olbers nasceu há 254 anos

Heinrich Wilhelm Matthäus Olbers (11 de outubro de 1758 - 2 de março de 1840) foi um astrónomo alemão.
O asteroide 1002 Olbersia (descoberto em 15 de agosto de 1923 por V. Albitzkij) foi assim batizado em sua homenagem.
O paradoxo de Olbers, descrito por ele em 1823 (e, em seguida, reformulado em 1826), afirma que a escuridão do céu noturno entra em conflito com a suposição de um universo estático eterno e infinito.

Asteróides descobertos: 2
2 Pallas 28 de março, 1802
4 Vesta 29 de março, 1807

sábado, setembro 01, 2012

Vamos finalmente conhecer um planeta anão (daqui a dois anos e picos...)

Sistema solar
A sonda Dawn está a despedir-se de Vesta e a olhar para Ceres 

Depois de sair de Vesta, a sonda Dawn vai demorar mais de dois anos até chegar a Ceres

A sonda Dawn já está a afastar-se de Vesta. Depois de cerca de um ano a observar um dos corpos mais importantes da cintura de asteroides entre Marte e Júpiter, a sonda já começou a sua longa viagem rumo a Ceres, o único planeta-anão na parte interior do sistema solar e da cintura de asteroides. 

A sonda da agência espacial norte-americana NASA está lentamente a afastar-se do asteroide, num movimento em espiral, com a ajuda do seu sistema especial de propulsão iónica – um método que consiste em usar electricidade para ionizar o gás raro xénon, que dá o impulso propulsor à sonda.

Segundo a NASA, a Dawn só vai libertar-se totalmente de Vesta a 4 de setembro. "Já estamos com os propulsores ligados. Neste momento estamos a afastar-nos de Vesta com ajuda de uma coluna verde-azulada de iões de xénon", disse Marc Rayman, director da missão do Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA, em Pasadena, na Califórnia. "Estamos algo melancólicos por estarmos a concluir a fantástica e produtiva exploração de Vesta, mas temos agora Ceres em vista", disse.

A Dawn já saiu da Terra há quase cinco anos (partiu a 27 de setembro de 2007) e chegou a Vesta a 15 de julho do ano passado. O objectivo da missão é olhar para dois corpos muito diferentes – Vesta e Ceres –, que estagnaram a sua evolução numa altura muito primordial do sistema solar.

Durante o último ano, a sonda tirou inúmeras fotografias ao asteroide de 572,6 quilómetros de comprimento. A acidentada superfície do asteróide, com as suas rugas, mostra duas enormes colisões sofridas nos últimos 2000 milhões de anos.

A missão revelou ainda que no início da sua formação, Vesta teve o seu material fundido e, por isso, tem hoje uma estrutura interna em camadas, que inclui um núcleo de ferro. "Podemos agora dizer com certeza que Vesta se parece mais com um pequeno planeta do que com um asteroide", explica Christopher Russel, o investigador principal do projecto, da Universidade de Los Angeles, na Califórnia.

Nos próximos tempos haverá menos notícias da Dawn. A sonda tem agora pela frente uma viagem de mais de dois anos até Ceres. A NASA espera que a nave aviste o planeta-anão no início de 2015. Ceres – o maior objecto da cintura, com 959 quilómetros de diâmetro – terá uma constituição mais parecida com os planetas gasosos, como Júpiter e Saturno. A Dawn vai perceber se o planeta-anão tem um processo hidrológico, que pode originar estações com camadas de gelo nos pólos. Além disso, poderá ter uma pequena atmosfera permanente. Se tudo correr bem, a missão termina em julho de 2015.

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NOTA: o ano de 2015 será importante para conhecer finalmente os planetas anões - para além da sonda Down começar a estudar Vesta, a sonda New Horizons chegará a Plutão em julho desse mesmo ano (embora a fase ativa da missão deva iniciar-se cerca de seis meses antes da máxima aproximação; desta forma poderá observar-se metade da rotação entre Plutão e Caronte, que permitirá obter imagens laterais de ambos os corpos celestes, devendo passar a cerca de 10.000 km de Plutão e cerca de 27.000 km de Caronte).