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terça-feira, dezembro 22, 2020

Ceausescu perdeu o poder há 31 anos

 
O regime de Ceauşescu veio por terra após o início de manifestações na cidade de Timişoara a 16 de dezembro de 1989. Os protestos começaram pacíficos, mas logo se tornaram mais intensos, fazendo com que o general Victor Stanculescu ordenasse que as forças militares normais e à Securitate disparassem contra os protestantes anticomunistas, matando centenas de cidadãos. Em 21 de dezembro Ceauşescu fez um comício na praça principal de Bucareste, conhecida então como Pieta Republica (hoje chamada de Pieta Revolutiei) para 80 mil pessoas, evento que foi televisionado para todo o país, e os presentes passaram a fazer perguntas difíceis, constrangendo o ditador em público. A rebelião alastrou-se pelo país inteiro, chegando a Bucareste, e a 22 de dezembro as forças armadas fraternizaram com os manifestantes. Nesse mesmo dia, Ceauşescu foge da capital de helicóptero com sua mulher, enquanto um ajudante apontava uma pistola à cabeça do piloto, que aterra ao simular uma falha mecânica e Ceauşescu é capturado pelas forças armadas num bloqueio de estrada e levado para uma base militar em Târgovişte (distante 15 km de Bucareste) junto de sua esposa. No Natal de 1989, Ceauşescu e sua mulher são julgados por um tribunal militar constituído por três civis, cinco juízes, dois promotores e dois advogados de defesa, e mais a presença de um cinegrafista. Foram condenados à morte por vários crimes, incluindo genocídio de mais de 60 mil cidadãos, e fuzilados num pátio localizado na mesma base militar. Está sepultado no Cemitério Ghencea. A Roménia foi o único país do Bloco do Leste europeu com um fim violento do regime comunista.

Após a queda de Nicolae Ceauşescu, Ion Iliescu ganha as eleições presidenciais em 1990

 

in Wikipédia

quinta-feira, novembro 26, 2020

O Massacre de Jilava foi há oitenta anos

Multidão acompanha o cortejo fúnebre de Corneliu Zelea Codreanu, em 30 de novembro de 1940
  
O Massacre de Jilava constituiu no assassinato de sessenta e quatro presos na prisão romena de Jilava, levado a cabo por membros da Guarda de Ferro em 26 de novembro de 1940 como retaliação pelo assassinato de seus dirigentes em 1938 e pela perseguição da organização por parte do regime real de Carlos II, do qual havia pertencido parte dos assassinados.
O massacre, junto de outros assassinatos e assaltos cometidos quase que simultaneamente, fazia parte de um plano que visava eliminar as figuras políticas do reinado anterior e provocou a ruptura da aliança de governo entre o general Ion Antonescu e a guarda, resultando no conflito armado entre as duas partes em janeiro de 1941.
   

segunda-feira, abril 20, 2020

O poeta Paul Celan morreu há cinquenta anos...

   
Paul Celan (Cernăuţi, 23 de novembro de 1920 - Paris, 20 de abril de 1970), pseudónimo de Paul Pessakh Antschel (em alemão) ou Paul Pessakh Ancel (em romeno) foi um poeta, tradutor e ensaísta romeno radicado na França
   
Biografia
Paul Pessakh Antschel nasceu em Cernăuţi (à época chamada Czernowitz), que fora a capital da província da Bucovina. Até o fim da Primeira Guerra Mundial, a região pertencera ao Império Austro-Húngaro, e, por isso, o alemão, ao lado do romeno, era a principal língua de comunicação da aristocracia cultural de origem judaica, à qual o poeta pertencia e que constituía quase metade da população da cidade. Entre 1918 a 1939, Czernowitz foi predominantemente uma cidade judia de língua alemã, com uma produção literária expressiva, que se encerrou no fim da Segunda Guerra. Todavia, mesmo algum tempo depois de 1945, predominava ainda a língua alemã. Celan traduziu mais de quarenta poetas, de diferentes línguas, inclusive Fernando Pessoa.
Sobrevivente do Holocausto, Celan é considerado um dos mais importantes poetas modernos de língua alemã.
Nos últimos anos de sua vida, apresentava tendências autodestrutivas, delírio persecutório e episódios de amnésia.
Suicidou-se, por afogamento, no rio Sena, em abril de 1970, aos 49 anos.
  


Elogio da Distância

Na fonte dos teus olhos
vivem os fios dos pescadores do lago da loucura.
Na fonte dos teus olhos
o mar cumpre a sua promessa.

Aqui, coração
que andou entre os homens, arranco
do corpo as vestes e o brilho de uma jura:

Mais negro no negro, estou mais nu.
Só quando sou falso sou fiel.
Sou tu quando sou eu.

Na fonte dos teus olhos
ando à deriva sonhando o rapto.

Um fio apanhou um fio:
separamo-nos enlaçados.

Na fonte dos teus olhos
um enforcado estrangula o baraço.

quarta-feira, dezembro 25, 2019

Ceausescu foi executado há trinta anos

Nicolae Ceauşescu (Scorniceşti, 26 de janeiro de 1918 - Târgovişte, 25 de dezembro de 1989) foi um líder comunista, presidente da Roménia de 1965 até à sua execução, em 1989.
 
(...)
  
O regime de Ceauşescu veio por terra após o início de manifestações na cidade de Timişoara, a 16 de dezembro de 1989. Os protestos começaram pacíficos, mas logo se tornaram mais intensos, fazendo com que o general Victor Stanculescu ordenasse que as forças militares normais e a Securitate disparassem contra os protestantes anticomunistas, matando centenas de cidadãos. Em 21 de dezembro Ceauşescu fez um comício na praça principal de Bucareste, conhecida então como Pieta Republica (hoje chamada de Pieta Revolutiei) para 80 mil pessoas, evento que foi televisionado para todo o país, e os presentes passaram a fazer perguntas difíceis, constrangendo o ditador em público. A rebelião alastrou pelo país inteiro, chegando a Bucareste, e a 22 de dezembro as forças armadas confraternizaram com os manifestantes. Nesse mesmo dia, Ceauşescu foge da capital de helicóptero com a sua mulher, enquanto um ajudante apontava uma pistola à cabeça do piloto, que aterra ao simular uma falha mecânica e Ceauşescu é capturado pelas forças armadas, num bloqueio de estrada e levado para uma base militar em Târgovişte (que dista 15 km de Bucareste) com a sua esposa. No dia de Natal de 1989, Ceauşescu e a sua mulher são julgados por um tribunal militar constituído por três civis, cinco juízes, dois promotores e dois advogados de defesa, e mais a presença de um cinegrafista. Foram condenados à morte por vários crimes, incluindo genocídio de mais de 60 mil cidadãos, e fuzilados num pátio localizado na mesma base militar. A Roménia foi o único país do Bloco do Leste europeu com um fim violento do regime comunista. 
  
     
in Wikipédia

segunda-feira, março 25, 2019

Bela Bartok nasceu há 138 anos

Béla Viktor János Bartók de Szuhafő (Nagyszentmiklós, 25 de março de 1881 - Nova Iorque, 26 de setembro de 1945) foi um compositor húngaro, pianista e investigador da música popular da Europa Central e do Leste.
Béla Bartók é considerado um dos maiores compositores do século XX. Foi um dos fundadores da etnomusicologia e do estudo da antropologia e etnografia da música. Juntamente com o seu amigo, o compositor Zoltán Kodály, percorreu cidades do interior da Hungria e Roménia, onde recolheu e anotou um grande número de canções de origem popular. Durante a Segunda Guerra Mundial, decidiu abandonar a Hungria e emigrou para os Estados Unidos. Morando em Nova Iorque, Bartók decepcionou-se com a vida americana, pois havia pouco interesse pela sua obra e as suas apresentações, onde a sua segunda esposa, Ditta Pásztory também participava, tinham pouco retorno financeiro. Ajudado financeiramente por amigos, prosseguiu a sua carreira de compositor, sendo o sexto quarteto uma de suas últimas composições. Em 1944 a sua saúde declina tanto que Bartók passa a viver no hospital, sob cuidados médicos. Apesar da sombria situação, compõe ainda o 3° Concerto para Piano e um Concerto para Viola, que fica incompleto, ao morrer, aos 64 anos, de leucemia. 
  
  

terça-feira, dezembro 25, 2018

O ditador Ceausescu foi executado há 29 anos

Bandeira romena sem o brasão comunista
A Revolução Romena de 1989 foi uma série de tumultos e protestos durante uma semana no final de dezembro de 1989 que derrubou o regime comunista de Nicolae Ceauşescu. Os tumultos progressivamente violentos culminaram em um julgamento apressado e na execução de Ceauşescu e de sua esposa Elena. A revolução ocorreu enquanto outras nações do leste europeu faziam uma transição pacífica para a democracia; a Roménia foi o único país do Bloco do Leste a derrubar violentamente o seu regime comunista.
(...)
(imagem daqui)
O mês de dezembro de 1989 marcou a queda de Ceauşescu e o fim do regime comunista na Roménia, uma mudança violenta, que provocou mais de mil mortes durante os eventos decisivos em Timişoara e Bucareste. Após uma semana de estado de intranquilidade na cidade Timişoara, Ceauşescu perdeu o controle sobre o governo do país, fugindo de Bucareste após convocar um comício de apoio que se voltou contra ele, em 21 de dezembro de 1989, sendo preso e executado a 25 de dezembro de 1989. A série de eventos conhecida como a Revolução Romena de 1989 permanece até hoje uma questão de debate, com muitas teorias conflitantes sobre as motivações e mesmo as ações de alguns dos personagens principais. Um antigo ativista marginalizado por Ceauşescu, Ion Iliescu conseguiu reconhecimento nacional como líder de uma coligação governamental improvisada, a Frente de Salvação Nacional (FSN), que proclamou a restauração da democracia e liberdade em 22 de dezembro de 1989. O Partido Comunista foi declarado ilegal e as medidas mais impopulares de Ceauşescu, tais como a proibição do aborto e a contracepção, foram revogadas.

sexta-feira, junho 29, 2018

A Segunda Guerra Balcânica, que antecedeu a I Grande Guerra, começou há um 105 anos

A Segunda Guerra Balcânica, também conhecida como Segunda Guerra dos Balcãs, ocorreu entre 29 de junho de 1913 e 10 de agosto de 1913 (no calendário gregoriano, mas de 16 de junho de 1913 a 18 de julho de 1913 no calendário juliano, que ainda vigorava nos países ortodoxos) e foi um conflito entre a Bulgária de um lado contra seus antigos aliados da Liga Balcânica - Sérvia, Grécia e Montenegro - somados à Roménia e ao Império Otomano de outro. O resultado desta guerra tornou a Sérvia, um importante aliado da Rússia, em uma potência regional dos Bálcãs, alarmando a Áustria-Hungria e indiretamente tornando-se mais uma causa para a Primeira Guerra Mundial.
Antecedentes
Durante a Primeira Guerra Balcânica, a Liga Balcânica (Sérvia, Montenegro, Grécia e Bulgária) atacaram e conquistaram as províncias europeias remanescentes do combalido Império Otomano (Albânia, Macedónia e Trácia) deixando-o com o comando apenas das penínsulas de Chataldja e Gallipoli. O Tratado de Londres, assinado em 30 de maio de 1913, que pôs fim à guerra, reconheceu os ganhos dos estados balcânicos a leste da linha Enos-Medea e criou uma Albânia independente, em parte devido às pressões austro-húngaras para que as pretensões sérvias de acesso ao mar fossem derrubadas.
Entretanto, o tratado acabou por não satisfazer ninguém. Os estados balcânicos haviam feito um acordo preliminar de partilha dos territórios conquistados, especialmente no que dizia respeito à Macedónia, e a Conferência de Londres acabou apenas por reconhecer o status quo, mesmo que alguns territórios tivessem migrado para as respectivas potências ocupantes. A Bulgária sentiu que seu ganhos territoriais concedidos depois da guerra, particularmente na Macedônia, eram insuficientes, e passou a reclamar a importante cidade de Salônica, onde um regimento búlgaro já estava estacionado.
Grécia e Sérvia já estavam desgostosas ao terem de evacuar a Albânia, e responderam a isto entrando ofensivamente na conferência com o objetivo de prevenir uma grande expansão búlgara. Os dois países resolveram suas diferenças mútuas e assinaram um acordo para uma aliança militar em 1 de maio de 1913, seguido por um tratado de "amizade e proteção mútuas" em 19 de maio/1 de junho de 1913. Mais ao norte, uma outra disputa da Bulgária era com a Roménia, principalmente com a decisão desta de reclamar pela fortaleza búlgara de Silistra no rio Danúbio, como o preço da neutralidade do país durante a Primeira Guerra Balcânica.
A arbitragem russa, dada para o Tratado Sérvio-Búlgaro de 1912, progrediu muito lentamente, já que a Rússia não desejava perder nenhum dos seus aliados eslavos nos Bálcãs. Durante as negociações, disputas continuaram a ocorrer na Macedónia, principalmente entre tropas sérvias e búlgaras. Em 29 de junho, o Alto Comando búlgaro, sem notificar o governo, ordenou que as tropas búlgaras atacassem posições sérvias e gregas, e a declaração de guerra estava feita.
O Reino da Bulgária esperava adquirir toda a região conhecida como "Macedónia búlgara" e assim dominar os Balcãs, como estava prescrito no Tratado de San Stefano, enquanto a Sérvia e a Grécia esperavam tomar largas porções da Macedónia para impedir que a hegemonia búlgara se consolidasse.
Forças militares
O exército do Reino da Bulgária tinha 500.000 combatentes divididos em cinco exércitos e que se concentravam entre quinhentos quilómetros abaixo do rio Danúbio ao norte até o mar Egeu ao sul.
O exército do Reino da Sérvia contava 230.000 combatentes divididos em três exércitos, com as principais forças concentradas na frente Macedónia que seguia ao longo do rio Vardar e de Skopje. O exército do Reino da Grécia era composto por 120.000 soldados, com sua maioria concentrada em Salónica. O Reino de Montenegro enviou uma divisão de 12.000 homens para a frente da Macedónia.
O Reino da Roménia mobilizou 500.000 combatentes, que foram alocados em cinco divisões. O Império Otomano entrou na guerra com um exército de 255.000 homens.
Fim da Guerra
Apesar de ter conseguido estabilizar a frente na Macedónia, o governo búlgaro aceitou um armistício ao ser levado por eventos que ocorriam bem logo do coração dos Balcãs. A Roménia invadiu a Bulgária entre 27 de junho e 10 de julho, datas do calendário juliano, ocupando o sul de Dobruja, que estava sem defesas, e marchou pelo norte da Bulgária, tendo em vista uma invasão da capital, Sofia. O Império Otomano também tomou vantagem da situação para recuperar algumas possessões da Trácia que havia perdido na Primeira Guerra Balcânica, e ordenou que os seus exércitos marchassem para Yambol e a Trácia Ocidental. Como os exércitos búlgaros estavam completamente ocupados com os exércitos sérvios e gregos, as armadas dos otomanos e romenos não sofreram nenhum dado de combate, apesar de uma epidemia de cólera ter se espalhado entre os soldados.
Um armistício geral foi planeado entre 18 e 31 de julho de 1913 (datas segundo o calendário juliano, então em vigor nos estados ortodoxos), e os territórios foram redivididos sob os termos dos Tratados de Bucareste e de Constantinopla. A Bulgária acabou por perder a maior parte do território conquistado na Primeira Guerra Balcânica, incluindo a Dobrudja do sul (para a Roménia), boa parte da Macedónia e da Trácia Oriental para os turcos-otomanos. Ainda assim, os búlgaros conseguiram manter a Trácia Ocidental, o porto de Dedeagach e partes do litoral do mar Egeu sob seu domínio. A Sérvia ganhou territórios no norte da Macedónia, enquanto a Grécia recebeu a parte sul do território.
As fronteiras definidas nos tratados de Bucareste e Constantinopla foram apenas temporárias; dez meses depois elas começaram a mudar novamente, e uma nova guerra foi iniciada nos Balcãs, levada pelo início da Primeira Guerra Mundial.

sexta-feira, janeiro 26, 2018

O ditador Ceausescu nasceu há 100 anos

Nicolae Ceauşescu (Scorniceşti, 26 de janeiro de 1918 - Târgovişte, 25 de dezembro de 1989) foi um líder comunista, presidente da Roménia de 1965 até à sua execução em 1989.

quarta-feira, novembro 25, 2015

O Massacre de Jilava foi há 75 anos

Multidão acompanha o cortejo fúnebre de Corneliu Zelea Codreanu, em 30 de novembro de 1940

O Massacre de Jilava constituiu no assassinato de sessenta e quatro presos na prisão romena de Jilava, levado a cabo por membros da Guarda de Ferro em 26 de novembro de 1940 como retaliação pelo assassinato de seus dirigentes em 1938 e pela perseguição da organização por parte do regime real de Carlos II, do qual havia pertencido parte dos assassinados.
O massacre, junto de outros assassinatos e assaltos cometidos quase que simultaneamente, fazia parte de um plano que visava eliminar as figuras políticas do reinado anterior e provocou a ruptura da aliança de governo entre o general Ion Antonescu e a guarda, resultando no conflito armado entre as duas partes em janeiro de 1941.
 

quinta-feira, dezembro 25, 2014

Ceausescu foi executado há 25 anos

Nicolae Ceauşescu (Scorniceşti, 26 de janeiro de 1918 - Târgovişte, 25 de dezembro de 1989) foi um líder comunista, presidente da Romênia socialista de 1965 até à sua execução, em 1989.

(...)

O regime de Ceauşescu veio por terra após o início de manifestações na cidade de Timişoara a 16 de dezembro de 1989. Os protestos começaram pacíficos, mas logo se tornaram mais intensos, fazendo com que o general Victor Stanculescu ordenasse que as forças militares normais e a Securitate disparassem contra os protestantes anticomunistas, matando centenas de cidadãos. Em 21 de dezembro Ceauşescu fez um comício na praça principal de Bucareste, conhecida então como Pieta Republica (hoje chamada de Pieta Revolutiei) para 80 mil pessoas, evento que foi televisionado para todo o país, e os presentes passaram a fazer perguntas difíceis, constrangendo o ditador em público. A rebelião alastrou pelo país inteiro, chegando a Bucareste, e a 22 de dezembro as forças armadas confraternizaram com os manifestantes. Nesse mesmo dia, Ceauşescu foge da capital de helicóptero com a sua mulher, enquanto um ajudante apontava uma pistola à cabeça do piloto, que aterra ao simular uma falha mecânica e Ceauşescu é capturado pelas forças armadas num bloqueio de estrada e levado para uma base militar em Târgovişte (que dista 15 km de Bucareste) com a sua esposa. No Natal de 1989, Ceauşescu e sua mulher são julgados por um tribunal militar constituído por três civis, cinco juízes, dois promotores e dois advogados de defesa, e mais a presença de um cinegrafista. Foram condenados à morte por vários crimes, incluindo genocídio de mais de 60 mil cidadãos, e fuzilados num pátio localizado na mesma base militar. A Roménia foi o único país do Bloco do Leste europeu com um fim violento do regime comunista.

terça-feira, março 25, 2014

Bela Bartok nasceu há 133 anos

Béla Viktor János Bartók de Szuhafő (Nagyszentmiklós, 25 de março de 1881 - Nova Iorque, 26 de setembro de 1945) foi um compositor húngaro, pianista e investigador da música popular da Europa Central e do Leste.
Béla Bartók é considerado um dos maiores compositores do século XX. Foi um dos fundadores da etnomusicologia e do estudo da antropologia e etnografia da música. Juntamente com o seu amigo, o compositor Zoltán Kodály, percorreu cidades do interior da Hungria e Roménia, onde recolheu e anotou um grande número de canções de origem popular. Durante a Segunda Guerra Mundial, decidiu abandonar a Hungria e emigrou para os Estados Unidos. Morando em Nova Iorque, Bartók decepcionou-se com a vida americana, pois havia pouco interesse pela sua obra e as suas apresentações, onde a sua segunda esposa, Ditta Pásztory também participava, tinham pouco retorno financeiro. Ajudado financeiramente por amigos, prosseguiu a sua carreira de compositor, sendo o sexto quarteto uma de suas últimas composições. Em 1944 a sua saúde declina tanto que Bartók passa a viver no hospital, sob cuidados médicos. Apesar da sombria situação, compõe ainda o 3° Concerto para Piano e um Concerto para Viola, que fica incompleto, ao morrer aos 64 anos, de leucemia. 

quinta-feira, dezembro 26, 2013

Há 24 anos o ditador Ceausescu e a esposa foram executados durante a Revolução Romena de 1989

Manifestantes exibem a bandeira romena sem o brasão comunista

A Revolução Romena de 1989 foi uma série de tumultos e protestos durante uma semana no final de dezembro de 1989 que derrubou o regime comunista de Nicolae Ceauşescu. Os tumultos progressivamente violentos culminaram em um julgamento apressado e na execução de Ceauşescu e de sua esposa Elena. A revolução ocorreu enquanto outras nações do leste europeu faziam uma transição pacífica para a democracia; a Roménia foi o único país do Bloco do Leste a derrubar violentamente o seu regime comunista.

(...)
(imagem daqui)

O mês de dezembro de 1989 marcou a queda de Ceauşescu e o fim do regime comunista na Roménia, uma mudança violenta, que provocou mais de mil mortes durante os eventos decisivos em Timişoara e Bucareste. Após uma semana de estado de intranquilidade na cidade Timişoara, Ceauşescu perdeu o controle sobre o governo do país, fugindo de Bucareste após convocar um comício de apoio que se voltou contra ele, em 21 de dezembro de 1989, sendo preso e executado a 25 de dezembro de 1989. A série de eventos conhecida como a Revolução Romena de 1989 permanece até hoje uma questão de debate, com muitas teorias conflitantes sobre as motivações e mesmo as ações de alguns dos personagens principais. Um antigo ativista marginalizado por Ceauşescu, Ion Iliescu conseguiu reconhecimento nacional como líder de uma coligação governamental improvisada, a Frente de Salvação Nacional (FSN), que proclamou a restauração da democracia e liberdade em 22 de dezembro de 1989. O Partido Comunista foi declarado ilegal e as medidas mais impopulares de Ceauşescu, tais como a proibição do aborto e a contracepção, foram revogadas.

quarta-feira, novembro 27, 2013

O Massacre de Jilava foi há 73 anos

O Massacre de Jilava ocorreu na noite de 26 para 27 de novembro de 1940, na penitenciária de Jilava, próximo de Bucareste, na Roménia.
Foram assassinados sesssenta e quatro presos políticos pela Guarda de Ferro, milícia fascista que se integraria no governo do Estado Nacional Legionário, liderado pelo conducător Ion Antonescu, a partir de janeiro de 1941.

Antecedentes
As medidas repressivas tomadas durante o governo do Rei Carlos II, no final dos anos 1930, contra a autodenominada Guarda de Ferro resultaram num ciclo de violências responsável pela morte de várias pessoas como o Primeiro-Ministro Armand Călinescu e Corneliu Zelea Codreanu, fundador e chefe do referido grupo ultra-direitista.
Após a abdicação de Carlos, em setembro de 1940, a Guarda ascendeu ao poder e os seus integrantes passaram a vingar-se, eliminando todos aqueles que participaram de ações legais e ilegais contra ela, durante o governo do rei.
Antonescu, chefe do novo governo, procurou apurar os desmandos do governo anterior através de processos judiciais, criando um tribunal especial para investigar os crimes cometidos pelas principais figuras do governo anterior, principalmente, o enriquecimento ilícito.
Esse tribunal ordenou a detenção dos que seriam investigados, sendo recolhidos na prisão de Jilava, sob a guarda de um grupo especial de legionários da Guarda de Ferro, uma imitação nacional das SS nazis.
Uma ordem de transferência de alguns desses presos para outra prisão despertou a suspeita de Stefan Zăvoianu, chefe de polícia de Bucareste e responsável pelo comando dos guardas, de que Antonescu tinha mudado de ideia sobre a punição dos assassinos de Codreanu e, assim, recusou-se a cumprir a ordem.
Como o governo pretendesse substituir os legionários da Guarda de Ferro por guardas prisionais comuns para facilitar o deslocamento desses presos, no dia 27 de novembro, precipitaram-se os acontecimentos e, sob as ordens de Dumitru Grozea, chefe dos legionários, foram assassinados políticos, militares de alta patente e polícias acusados de cumplicidade na detenção e execução de Codreanu.
Gheorghe Cretu, que matou 14 detidos, testemunhou em seu julgamento que Grozea deu a ordem para atirar em torno das 11.45 horas, ficando cada um dos carrascos encarregado de executar os presos de uma determinada cela, os quais foram mortos em suas camas, quando repousavam. Após os crimes, reuniram-se novamente, para prestar homenagem ao líder fascista Codreanu.
Mortos
  • Gheorghe Argeşanu - ex-primeiro-ministro
  • Iamandi Victor - ex-ministro da Justiça
  • Gabriel Marinescu - ex-prefeito de Bucareste e ex-ministro do Interior
  • Ion Bengliu – Inspetor Geral da Gendarmeria
  • Coronel Zeciu - que tinha organizado o assassínio de Codreanu e treze outros legionários
  • Majores Aristide Macoveanu e Iosif Dinulescu - que tinham preparado e realizado a execução
  • Sargento Sârbu - que tinha estrangulado Codreanu
  • Mihail Vârfureanu - antiga legionária que virou informante e foi responsável pelo assassinato de Nicoleta Nicolescu
  • Mihail Moruzov - ex-Chefe da polícia secreta, que não foi responsável por excessos contra a Guarda de Ferro, mas, no passado, utilizou muitos dos seus membros, incluindo Codreanu, como espiões. Assim, matando-o, procuravam encobrir esse passado desonroso.
Consequências  
Antonescu, informado do que havia ocorrido em 27 de novembro, convocou uma reunião especial do Conselho de Ministros, exigindo do governo e da Legião uma declaração pública conjunta condenando e desassociando-se dos recentes acontecimentos.
Quando perguntaram por que ministros e legionários não tentaram evitar o derramamento de sangue, todos negaram ter qualquer conhecimento e mostraram-se surpreendidos com os factos.
Ainda assim, todos eles tentaram explicar os assassinatos, alegando ser a impressão geral de que o tribunal não tinha qualquer intenção de punir os acusados, que acabariam por sair em liberdade.
Antonescu, fez uma declaração oficial nos seguintes termos: "o punhado de réprobos que cometeu este crime será punido de forma exemplar. Não vou permitir que o país e o futuro da nação sejam comprometidos pela ação de um bando de terroristas … eu estava reservando a pena dos detidos em Jilava para o sistema de justiça do país. Mas a rua decretou de outra forma, fazer justiça pelas próprias mãos".
Em julho de 1941, Zăvoianu, juntamente com os ex-legionários Gheorghe Cretu, Octavian Marcu, Constantin Savu, Tănăsescu e Dumitru Anghel, foram condenados à morte por participarem do massacre. Dumitru Grozea e treze dos seus cúmplices, pelo mesmo motivo, foram condenados à morte à revelia.
  

sexta-feira, agosto 23, 2013

Há 74 anos os nazis e os comunistas dividiram a Europa e prepararam-na para a II Guerra Mundial

Estaline e Ribbentrop na assinatura do Pacto

O Pacto Molotov-Ribbentrop foi um tratado de não-agressão firmado nas vésperas da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), entre a Alemanha Nazi e a União Soviética.Esse tratado definia:
  1. 5 anos de paz entre Alemanha e União Soviética;
  2. Invasão da Polónia (que seria dividida entre as 2 nações), dos Países Bálticos e da Finlândia.

Caricatura no jornal semanal "Mucha", de Varsóvia, em 8 de setembro de 1939, já com a invasão Nazi em andamento - Ribbentrop faz reverência a Estaline

Antecedentes
O resultado da Primeira Guerra Mundial foi desastroso tanto para o Reich alemão como para a União Soviética. Durante o conflito, os bolcheviques lutavam pela sobrevivência, e Lenine não teve alternativa a não ser reconhecer a independência da Finlândia, da Estónia, da Letónia, da Lituânia e da Polónia. Além disso, diante do avanço militar alemão, Lenine e Trotsky foram forçados assinar o Tratado de Brest-Litovsk, que retirava o país da guerra e cedia alguns territórios ocidentais da Rússia ao Império Alemão. Após o colapso da Alemanha, tropas da Grã-Bretanha, da França e do Império Japonês intervieram na Guerra Civil Russa.
Em 16 de abril de 1922, a Alemanha e a União Soviética participaram no Tratado de Rapallo, por cujos termos renunciavam às reivindicações territoriais e financeiras contra os demais. As partes se comprometeram ainda à neutralidade na eventualidade de um ataque de um contra um outro pelo Tratado de Berlim (1926).
No início da década de 1930, a ascensão do Partido Nazi ao poder na Alemanha, aumentou as tensões entre estes países, a União Soviética e outros países de etnia eslava, que foram considerados "Untermenschen" ("sub-humanos") de acordo com a ideologia racial nazi. Além disso, os nazis, antissemitas, associavam a etnia judia com o comunismo e com o capitalismo financeiro, aos quais se opunham. Por conseguinte, a liderança nazi declarou que os eslavos na União Soviética estavam a ser governados por "judeus bolcheviques".
Em 1939, a Alemanha nazi e a Itália fascista, apoiaram os nacionalistas espanhóis na Guerra Civil Espanhola, enquanto os soviéticos apoiaram a Segunda República Espanhola, sob a liderança do presidente Manuel Azaña. Naquele mesmo ano, a Alemanha e o Império Japonês entraram no "Pacto Anti-Comintern", e a que se juntou, um ano depois, a Itália.
A feroz retórica anti-soviética de Adolf Hitler foi uma das razões pelas quais a Grã-Bretanha e a França decidiram que a participação da União Soviética na Conferência de Munique, em 1938, sobre o destino da Checoslováquia, seria perigosa e inútil. O Acordo de Munique, então assinado, marcou uma anexação parcial da Checoslováquia pela Alemanha, no final de 1938, seguido da sua dissolução completa, em março de 1939, o que é visto como parte de um apaziguamento da Alemanha realizado pelos gabinetes de Neville Chamberlain e Édouard Daladier. Esta política levantou de imediato a questão de saber se a União Soviética poderia evitar ser o próximo passo na lista de Hitler.
Nesse contexto, a liderança soviética acreditava que o Ocidente poderia querer incentivar a agressão alemã a Oriente, e que a Grã-Bretanha e a França poderiam ficar neutras no conflito iniciado pela Alemanha Nazi. Pelo lado da Alemanha, devido a que uma aliança com a Grã-Bretanha era impossível, tornava-se necessário estreitar relações mais estreitas com a União Soviética para a obtenção de matérias-primas. Além disso, um bloqueio naval britânico era esperado em caso de guerra, o que iria provocar uma escassez crítica de matérias-primas para o esforço de guerra da Alemanha. Depois do acordo de Munique, aumentaram as necessidades alemãs em termos de abastecimento militar, ao passo que, devido à implementação do terceiro plano quinquenal na URSS, eram essenciais investimentos maciços em tecnologia e equipamentos industriais.
Em 31 de março de 1939, em resposta ao desafio da Alemanha nazi do Acordo de Munique e da ocupação da Checoslováquia, a Grã-Bretanha garantiu o apoio da própria França para garantir a independência da Polónia, da Bélgica, da Roménia, da Grécia e da Turquia. Em 6 de Abril, a Polónia e a Grã-Bretanha concordaram em formalizar a garantia de uma aliança militar. Em 28 de abril, Hitler denunciou o Pacto de Não-Agressão Polaco-Alemão de 1934 e o Acordo Naval Anglo-Germânico de 1935.

À esquerda as fronteiras conforme o Pacto Molotov-Ribbentrop; à direita, as fronteiras reais em 1939

O Pacto
Foi assinado em Moscovo na madrugada de 24 de agosto de 1939 (mas datada de 23 de agosto) pelo então ministro do exterior soviético Vyacheslav Molotov e pelo então ministro do exterior da Alemanha Joachim von Ribbentrop. Em linhas gerais estabelecia que ambas as nações se comprometiam a manter-se afastadas uma da outra em termos bélicos. Nenhuma nação favoreceria os inimigos da outra, nem tão pouco invadiriam os seus respectivos territórios, além do que, a União Soviética não reagiria a uma agressão alemã à Polónia, e que, em contrapartida, a Alemanha apoiaria uma invasão soviética à Finlândia, entre outras concessões. De facto à invasão nazi seguiu-se a Invasão Soviética da Polónia e também da Finlândia, ainda em 1939.
Em dois protocolos secretos, os dois governos organizaram a partilha dos territórios da Europa de Leste em zonas de influência, decidindo que a Polónia deveria deixar de existir (passando o seu território para a Alemanha e para a URSS), que a Lituânia ficaria sob alçada alemã (meses mais tarde a Alemanha trocou a Lituânia por outra zonas de influência, ficando a Lituânia sob alçada soviética), que a Estónia e a Letónia passariam para a URSS bem como grande parte da Finlândia e vastas zonas da Roménia e da Bulgária.
O pacto estabelecia também fortes relações comerciais, vitais para os dois países, nomeadamente petróleo soviético da zona do Cáucaso e trigo da Ucrânia, recebendo em contrapartida ajuda, equipamento militar alemão e ouro.
Este novo facto nas relações internacionais alarmou a comunidade das nações, não só porque os nazistas eram supostos inimigos dos comunistas, mas também porque, secretamente, objetivava a divisão dos estados da Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia e Roménia segundo as esferas de interesses de ambas as partes. O pacto era absolutamente vital para ambos os países: para os alemães assegurava que se poderiam concentrar apenas na sua frente ocidental para além de terem assegurado combustíveis que de outro modo impossibilitariam tais operações. Do lado soviético, a paz e a ajuda militar eram fundamentais, tanto mais que as forças militares não estavam preparadas para qualquer grande combate, como se comprovou na mal sucedida aventura finlandesa de novembro de 1939 - a chamada guerra de inverno.
O pacto durou até 22 de junho de 1941, quando a Alemanha nazi, sem prévio aviso, iniciou a invasão do território soviético na Operação Barbarossa.

sábado, junho 29, 2013

A Segunda Guerra Balcânica, que antecedeu a I Grande Guerra, começou há um século

A Segunda Guerra Balcânica, também conhecida como Segunda Guerra dos Balcãs, ocorreu entre 29 de junho de 1913 e 10 de agosto de 1913 (no calendário gregoriano, mas de 16 de junho de 1913 a 18 de julho de 1913 no calendário juliano, que ainda vigorava nos países ortodoxos) e foi um conflito entre a Bulgária de um lado contra seus antigos aliados da Liga Balcânica - Sérvia, Grécia e Montenegro - somados à Roménia e ao Império Otomano de outro. O resultado desta guerra tornou a Sérvia, um importante aliado da Rússia, em uma potência regional dos Bálcãs, alarmando a Áustria-Hungria e indiretamente tornando-se mais uma causa para a Primeira Guerra Mundial.

Antecedentes
Durante a Primeira Guerra Balcânica, a Liga Balcânica (Sérvia, Montenegro, Grécia e Bulgária) atacaram e conquistaram as províncias europeias remanescentes do combalido Império Otomano (Albânia, Macedónia e Trácia) deixando-o com o comando apenas das penínsulas de Chataldja e Gallipoli. O Tratado de Londres, assinado em 30 de maio de 1913, que pôs fim à guerra, reconheceu os ganhos dos estados balcânicos a leste da linha Enos-Medea e criou uma Albânia independente, em parte devido às pressões austro-húngaras para que as pretensões sérvias de acesso ao mar fossem derrubadas.
Entretanto, o tratado acabou por não satisfazer ninguém. Os estados balcânicos haviam feito um acordo preliminar de partilha dos territórios conquistados, especialmente no que dizia respeito à Macedónia, e a Conferência de Londres acabou apenas por reconhecer o status quo, mesmo que alguns territórios tivessem migrado para as respectivas potências ocupantes. A Bulgária sentiu que seu ganhos territoriais concedidos depois da guerra, particularmente na Macedônia, eram insuficientes, e passou a reclamar a importante cidade de Salônica, onde um regimento búlgaro já estava estacionado.
Grécia e Sérvia já estavam desgostosas ao terem de evacuar a Albânia, e responderam a isto entrando ofensivamente na conferência com o objetivo de prevenir uma grande expansão búlgara. Os dois países resolveram suas diferenças mútuas e assinaram um acordo para uma aliança militar em 1 de maio de 1913, seguido por um tratado de "amizade e proteção mútuas" em 19 de maio/1 de junho de 1913. Mais ao norte, uma outra disputa da Bulgária era com a Roménia, principalmente com a decisão desta de reclamar pela fortaleza búlgara de Silistra no rio Danúbio, como o preço da neutralidade do país durante a Primeira Guerra Balcânica.
A arbitragem russa, dada para o Tratado Sérvio-Búlgaro de 1912, progrediu muito lentamente, já que a Rússia não desejava perder nenhum dos seus aliados eslavos nos Bálcãs. Durante as negociações, disputas continuaram a ocorrer na Macedónia, principalmente entre tropas sérvias e búlgaras. Em 29 de junho, o Alto Comando búlgaro, sem notificar o governo, ordenou que as tropas búlgaras atacassem posições sérvias e gregas, e a declaração de guerra estava feita.
O Reino da Bulgária esperava adquirir toda a região conhecida como "Macedónia búlgara" e assim dominar os Balcãs, como estava prescrito no Tratado de San Stefano, enquanto a Sérvia e a Grécia esperavam tomar largas porções da Macedónia para impedir que a hegemonia búlgara se consolidasse.

Forças militares
O exército do Reino da Bulgária tinha 500.000 combatentes divididos em cinco exércitos e que se concentravam entre quinhentos quilómetros abaixo do rio Danúbio ao norte até o mar Egeu ao sul.
O exército do Reino da Sérvia contava 230.000 combatentes divididos em três exércitos, com as principais forças concentradas na frente Macedónia que seguia ao longo do rio Vardar e de Skopje. O exército do Reino da Grécia era composto por 120.000 soldados, com sua maioria concentrada em Salónica. O Reino de Montenegro enviou uma divisão de 12.000 homens para a frente da Macedónia.
O Reino da Roménia mobilizou 500.000 combatentes, que foram alocados em cinco divisões. O Império Otomano entrou na guerra com um exército de 255.000 homens.

Fim da Guerra
Apesar de ter conseguido estabilizar a frente na Macedónia, o governo búlgaro aceitou um armistício ao ser levado por eventos que ocorriam bem logo do coração dos Balcãs. A Roménia invadiu a Bulgária entre 27 de junho e 10 de julho, datas do calendário juliano, ocupando o sul de Dobruja, que estava sem defesas, e marchou pelo norte da Bulgária, tendo em vista uma invasão da capital, Sofia. O Império Otomano também tomou vantagem da situação para recuperar algumas possessões da Trácia que havia perdido na Primeira Guerra Balcânica, e ordenou que os seus exércitos marchassem para Yambol e a Trácia Ocidental. Como os exércitos búlgaros estavam completamente ocupados com os exércitos sérvios e gregos, as armadas dos otomanos e romenos não sofreram nenhum dado de combate, apesar de uma epidemia de cólera ter se espalhado entre os soldados.
Um armistício geral foi planeado entre 18 e 31 de julho de 1913 (datas segundo o calendário juliano, então em vigor nos estados ortodoxos), e os territórios foram redivididos sob os termos dos Tratados de Bucareste e de Constantinopla. A Bulgária acabou por perder a maior parte do território conquistado na Primeira Guerra Balcânica, incluindo a Dobrudja do sul (para a Roménia), boa parte da Macedónia e da Trácia Oriental para os turcos-otomanos. Ainda assim, os búlgaros conseguiram manter a Trácia Ocidental, o porto de Dedeagach e partes do litoral do mar Egeu sob seu domínio. A Sérvia ganhou territórios no norte da Macedónia, enquanto a Grécia recebeu a parte sul do território.
As fronteiras definidas nos tratados de Bucareste e Constantinopla foram apenas temporárias; dez meses depois elas começaram a mudar novamente, e uma nova guerra foi iniciada nos Balcãs, levada pelo início da Primeira Guerra Mundial.

sábado, janeiro 26, 2013

O ditador Ceausescu nasceu há 95 anos

Nicolae Ceauşescu (Scorniceşti, 26 de janeiro de 1918 - Târgovişte, 25 de dezembro de 1989) foi um líder comunista, presidente da Roménia de 1965 até sua execução em 1989.

quinta-feira, janeiro 26, 2012

O ditador Ceausescu nasceu há 94 anos

Nicolae Ceauşescu (Scorniceşti, 26 de janeiro de 1918Târgovişte, 25 de dezembro de 1989) foi um líder comunista, presidente da Roménia comunista de 1965 até sua execução em 1989.

Antes da II Guerra Mundial
Diz-se que o seu primeiro contacto com o Partido Comunista Romeno deu-se quando roubou uma mala que continha, por acaso, panfletos do partido. Ao ser apanhado pela polícia, foi enviado para uma prisão junto com outros presos comunistas.
Foi membro do Partido Comunista Romeno (PCR), na altura ilegal, antes da Segunda Guerra Mundial e foi preso em 1936 e 1940. Após a Segunda Guerra Mundial, quando a Roménia começou a cair na alçada soviética, Ceauşescu foi secretário da União de Juventudes Comunistas (1944-1945). Depois da tomada de poder por parte dos Comunistas em 1947, assumiu o cargo de ministro da Agricultura e serviu, em seguida, como ministro adjuvante das forças armadas no governo estalinista de Gheorghe Gheorghiu-Dej e chegou a ocupar a segunda posição na hierarquia do partido.

Chegada ao poder
Com a morte de Gheorghiu-Dej em março de 1965, Ceauşescu torna-se o líder do PCR e em 1967 chega à presidência do Conselho do Estado, convertendo-se rapidamente numa figura popular, graças à sua política independente, que desafiava a supremacia da União Soviética no país.
Na década de 1960, Ceauşescu acaba com a participação activa da Roménia na aliança militar do Pacto de Varsóvia, e chega mesmo a condenar a invasão da Checoslováquia em 1968. Em 1974, Ceauşescu passa a Presidente da Roménia, mantendo a sua posição independente em matéria de relações internacionais. A Roménia foi, por exemplo, um dos poucos países comunistas a participar nos Jogos Olímpicos de 1984, os quais tiveram lugar nos Estados Unidos. Além disso, foi o primeiro país do Bloco de Leste a cultivar relações oficiais com a Comunidade Europeia.

Líder
Em 1971 visita a República Popular da China e a Coreia do Norte. Manifesta um grande interesse na ideia da "transformação nacional total" desenvolvida no programa político do "partido dos trabalhadores coreanos" e posta em prática pela China durante a Revolução Cultural. Pouco tempo após o seu regresso à Roménia, Ceauşescu imita o governo norte-coreano, influenciado pela "filosofia do Juche" do ditador Kim Il-sung e encomenda a tradução e distribuição nacional de várias obras consagradas ao Juche.
Ceauşescu recusa-se a realizar reformas liberalistas. A evolução do seu regime segue o trilho estalinista imposto por Gheorghiu-Dej. A sua oposição ao controle soviético foi predominantemente determinado pela sua falta de força de vontade em mudar a política comunista seguida. A policia secreta (Securitate) manteve um controle firme sobre a liberdade de expressão e os meios de comunicação social e não tolera qualquer tipo de oposição. A situação agrava-se nos anos 80; para pagar a dívida externa acumulada devido ao processo acelerado de industrialização que havia tido lugar na década anterior, Ceauşescu ordena a exportação de grande parte da produção agrícola e industrial do país. O resultado foi a escassez de comida, energia e medicamentos, tornando a vida dos romenos uma luta diária pela sobrevivência. Ceauşescu institui ainda o culto da sua pessoa, ao estilo da Coreia do Norte, atribuindo a si próprio o título de título de "Conducator" (chefe) e chega mesmo a possuir um ceptro, em alusão à sua figura real. Do mesmo modo, vários elementos da sua família exerceram cargos políticos de peso, como é o caso da sua mulher, Elena Petrescu.
Em 1972, Ceauşescu dá início ao programa de sistematização, promulgado como uma forma de construir uma “sociedade socialista desenvolvida de forma multilateral”, veio implicar a demolição sistemática de múltiplas aldeias, o deslocamento da população para pequenas estruturas urbanas, muitas vezes mesmo sem esperar que os programas de construção estivessem concluídos. Bucareste sofreu enormes alterações com este programa, onde um quinto da parte velha da cidade é destruído para ser reconstruído segundo a perspectiva do autocrata. Muitas pessoas morrem durante a construção do Palácio do Parlamento (antes chamado de Casa Poporului, a Casa do Povo) em Bucareste, edifício onde se situa actualmente o parlamento e que constitui o segundo maior edifício do mundo, após o Pentágono.
Em 1978, Ion Mihai Pacepa, um experiente elemento do serviço secreto romeno (Securitate) deserta para os Estados Unidos, um duro golpe para o seu regime, que leva Ceauşescu a reestruturar a Securitate. O livro de Pacepa (1986) Horizontes vermelhos, crónicas de um espião comunista revela pormenores do regime de Ceauşescu tais como a sua colaboração com terroristas árabes e a espionagem contra a indústria de países ocidentais.

Morte
O regime de Ceauşescu veio por terra após ordenar a forças militares normais e à Securitate que disparasse contra protestantes anticomunistas na cidade de Timişoara a 17 de dezembro de 1989. A rebelião alastrou-se pelo país inteiro, chegando a Bucareste, e a 22 de dezembro as forças armadas fraternizaram com os manifestantes. Nesse mesmo dia, Ceauşescu foge da capital de helicóptero com sua mulher, enquanto um ajudante apontava uma pistola à cabeça do piloto. O piloto aterra ao simular uma falha mecânica e Ceauşescu é capturado pelas forças armadas num bloqueio de estrada. No Natal de 1989, Ceauşescu e sua mulher são condenados à morte por vários crimes, incluindo genocídio, e executados em Târgovişte. A Roménia foi o único país do Bloco do Leste europeu com um fim violento do regime comunista.