Nicolae Ceauşescu (Scorniceşti, 26 de janeiro de 1918 — Târgovişte, 25 de dezembro de 1989) foi um líder comunista, presidente da Roménia comunista de 1965 até sua execução em 1989.
Antes da II Guerra Mundial
Diz-se que o seu primeiro contacto com o Partido Comunista Romeno
deu-se quando roubou uma mala que continha, por acaso, panfletos do
partido. Ao ser apanhado pela polícia, foi enviado para uma prisão junto
com outros presos comunistas.
Foi membro do Partido Comunista Romeno (PCR), na altura ilegal, antes da Segunda Guerra Mundial e foi preso em 1936 e 1940. Após a Segunda Guerra Mundial, quando a Roménia começou a cair na alçada soviética, Ceauşescu foi secretário da União de Juventudes Comunistas (1944-1945). Depois da tomada de poder por parte dos Comunistas em 1947,
assumiu o cargo de ministro da Agricultura e serviu, em seguida, como
ministro adjuvante das forças armadas no governo estalinista de Gheorghe Gheorghiu-Dej e chegou a ocupar a segunda posição na hierarquia do partido.
Chegada ao poder
Com a morte de Gheorghiu-Dej em março de 1965, Ceauşescu torna-se o líder do PCR e em 1967
chega à presidência do Conselho do Estado, convertendo-se rapidamente
numa figura popular, graças à sua política independente, que desafiava a
supremacia da União Soviética no país.
Na década de 1960, Ceauşescu acaba com a participação activa da Roménia na aliança militar do Pacto de Varsóvia, e chega mesmo a condenar a invasão da Checoslováquia em 1968. Em 1974, Ceauşescu passa a Presidente da Roménia, mantendo a sua posição independente em matéria de relações internacionais. A Roménia foi, por exemplo, um dos poucos países comunistas a participar nos Jogos Olímpicos de 1984, os quais tiveram lugar nos Estados Unidos. Além disso, foi o primeiro país do Bloco de Leste a cultivar relações oficiais com a Comunidade Europeia.
Líder
Em 1971 visita a República Popular da China e a Coreia do Norte.
Manifesta um grande interesse na ideia da "transformação nacional
total" desenvolvida no programa político do "partido dos trabalhadores
coreanos" e posta em prática pela China durante a Revolução Cultural. Pouco tempo após o seu regresso à Roménia, Ceauşescu imita o governo norte-coreano, influenciado pela "filosofia do Juche" do ditador Kim Il-sung e encomenda a tradução e distribuição nacional de várias obras consagradas ao Juche.
Ceauşescu recusa-se a realizar reformas liberalistas. A evolução do
seu regime segue o trilho estalinista imposto por Gheorghiu-Dej. A sua
oposição ao controle soviético foi predominantemente determinado pela
sua falta de força de vontade em mudar a política comunista seguida. A
policia secreta (Securitate)
manteve um controle firme sobre a liberdade de expressão e os meios de
comunicação social e não tolera qualquer tipo de oposição. A situação
agrava-se nos anos 80; para pagar a dívida externa acumulada devido ao
processo acelerado de industrialização que havia tido lugar na década
anterior, Ceauşescu ordena a exportação de grande parte da produção
agrícola e industrial do país. O resultado foi a escassez de comida,
energia e medicamentos, tornando a vida dos romenos uma luta diária pela
sobrevivência. Ceauşescu institui ainda o culto da sua pessoa, ao
estilo da Coreia do Norte, atribuindo a si próprio o título de título de
"Conducator"
(chefe) e chega mesmo a possuir um ceptro, em alusão à sua figura real.
Do mesmo modo, vários elementos da sua família exerceram cargos
políticos de peso, como é o caso da sua mulher, Elena Petrescu.
Em 1972,
Ceauşescu dá início ao programa de sistematização, promulgado como uma
forma de construir uma “sociedade socialista desenvolvida de forma
multilateral”, veio implicar a demolição sistemática de múltiplas
aldeias, o deslocamento da população para pequenas estruturas urbanas,
muitas vezes mesmo sem esperar que os programas de construção estivessem
concluídos. Bucareste
sofreu enormes alterações com este programa, onde um quinto da parte
velha da cidade é destruído para ser reconstruído segundo a perspectiva
do autocrata. Muitas pessoas morrem durante a construção do Palácio do Parlamento (antes chamado de Casa Poporului, a Casa do Povo) em Bucareste, edifício onde se situa actualmente o parlamento e que constitui o segundo maior edifício do mundo, após o Pentágono.
Em 1978, Ion Mihai Pacepa,
um experiente elemento do serviço secreto romeno (Securitate) deserta
para os Estados Unidos, um duro golpe para o seu regime, que leva
Ceauşescu a reestruturar a Securitate. O livro de Pacepa (1986)
Horizontes vermelhos, crónicas de um espião comunista revela pormenores
do regime de Ceauşescu tais como a sua colaboração com terroristas
árabes e a espionagem contra a indústria de países ocidentais.
Morte
O regime de Ceauşescu veio por terra após ordenar a forças militares
normais e à Securitate que disparasse contra protestantes anticomunistas
na cidade de Timişoara a 17 de dezembro de 1989. A rebelião alastrou-se pelo país inteiro, chegando a Bucareste, e a 22 de dezembro
as forças armadas fraternizaram com os manifestantes. Nesse mesmo dia,
Ceauşescu foge da capital de helicóptero com sua mulher, enquanto um
ajudante apontava uma pistola à cabeça do piloto. O piloto aterra ao
simular uma falha mecânica e Ceauşescu é capturado pelas forças armadas
num bloqueio de estrada. No Natal de 1989, Ceauşescu e sua mulher são condenados à morte por vários crimes, incluindo genocídio, e executados em Târgovişte. A Roménia foi o único país do Bloco do Leste europeu com um fim violento do regime comunista.
in Wikipédia
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