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quinta-feira, abril 20, 2023

Paul Celan morreu há 53 anos...

      
Paul Celan (Cernăuţi, 23 de novembro de 1920 - Paris, 20 de abril de 1970), pseudónimo de Paul Pessakh Antschel (em alemão) ou Paul Pessakh Ancel (em romeno) foi um poeta, tradutor e ensaísta romeno radicado na França
    
Biografia
Paul Pessakh Antschel nasceu em Cernăuţi (na época chamada Czernowitz), que fora a capital da província da Bucovina. Até o fim da Primeira Guerra Mundial, a região pertencera ao Império Austro-Húngaro, e, por isso, o alemão, ao lado do romeno, era a principal língua de comunicação da aristocracia cultural de origem judaica, à qual o poeta pertencia e que constituía quase metade da população da cidade. Entre 1918 a 1939, Czernowitz foi predominantemente uma cidade judia de língua alemã, com uma produção literária expressiva, que terminou no fim da Segunda Guerra. Todavia, mesmo algum tempo depois de 1945, predominava ainda a língua alemã. Celan traduziu mais de quarenta poetas, de diferentes línguas, inclusive Fernando Pessoa.
Sobrevivente do holocausto, Celan é considerado um dos mais importantes poetas modernos de língua alemã.
Nos últimos anos de sua vida, apresentava tendências autodestrutivas, delírio persecutório e episódios de amnésia.
Suicidou-se, por afogamento, no rio Sena, em abril de 1970, aos 49 anos.
  

  

   

Fala também tu

    

 

Fala também tu,
fala em último lugar,
diz a tua sentença.

Fala -
Mas não separes o Não do Sim.
Dá à tua sentença igualmente o sentido:
dá-lhe a sombra.

Dá-lhe sombra bastante,
dá-lhe tanta
quanta exista à tua volta repartida entre
a meia-noite e o meio-dia e a meia-noite.

Olha em redor:
como tudo revive à tua volta! -
Pela morte! Revive!
Fala verdade quem diz sombra.

Mas agora reduz o lugar onde te encontras:
Para onde agora, oh despido de sombra, para onde?

Sobe. Tateia no ar.
Tornas-te cada vez mais delgado, irreconhecível, subtil!
Mais subtil: um fio,
por onde a estrela quer descer:
para em baixo nadar, em baixo,
onde pode ver-se a cintilar: na ondulação
das palavras errantes.

   
  

Paul Celan

quarta-feira, abril 20, 2022

O poeta Paul Celan suicidou-se há 52 anos

      
Paul Celan (Cernăuţi, 23 de novembro de 1920 - Paris, 20 de abril de 1970), pseudónimo de Paul Pessakh Antschel (em alemão) ou Paul Pessakh Ancel (em romeno) foi um poeta, tradutor e ensaísta romeno radicado na França
    
Biografia
Paul Pessakh Antschel nasceu em Cernăuţi (na época chamada Czernowitz), que fora a capital da província da Bucovina. Até o fim da Primeira Guerra Mundial, a região pertencera ao Império Austro-Húngaro, e, por isso, o alemão, ao lado do romeno, era a principal língua de comunicação da aristocracia cultural de origem judaica, à qual o poeta pertencia e que constituía quase metade da população da cidade. Entre 1918 a 1939, Czernowitz foi predominantemente uma cidade judia de língua alemã, com uma produção literária expressiva, que terminou no fim da Segunda Guerra. Todavia, mesmo algum tempo depois de 1945, predominava ainda a língua alemã. Celan traduziu mais de quarenta poetas, de diferentes línguas, inclusive Fernando Pessoa.
Sobrevivente do holocausto, Celan é considerado um dos mais importantes poetas modernos de língua alemã.
Nos últimos anos de sua vida, apresentava tendências autodestrutivas, delírio persecutório e episódios de amnésia.
Suicidou-se, por afogamento, no rio Sena, em abril de 1970, aos 49 anos.
  

  

   

Fala também tu

    

 

Fala também tu,
fala em último lugar,
diz a tua sentença.

Fala -
Mas não separes o Não do Sim.
Dá à tua sentença igualmente o sentido:
dá-lhe a sombra.

Dá-lhe sombra bastante,
dá-lhe tanta
quanta exista à tua volta repartida entre
a meia-noite e o meio-dia e a meia-noite.

Olha em redor:
como tudo revive à tua volta! -
Pela morte! Revive!
Fala verdade quem diz sombra.

Mas agora reduz o lugar onde te encontras:
Para onde agora, oh despido de sombra, para onde?

Sobe. Tateia no ar.
Tornas-te cada vez mais delgado, irreconhecível, subtil!
Mais subtil: um fio,
por onde a estrela quer descer:
para em baixo nadar, em baixo,
onde pode ver-se a cintilar: na ondulação
das palavras errantes.

   
  

Paul Celan

terça-feira, abril 20, 2021

O poeta Paul Celan morreu há 51 anos

    
Paul Celan (Cernăuţi, 23 de novembro de 1920 - Paris, 20 de abril de 1970), pseudónimo de Paul Pessakh Antschel (em alemão) ou Paul Pessakh Ancel (em romeno) foi um poeta, tradutor e ensaísta romeno radicado na França
    
Biografia
Paul Pessakh Antschel nasceu em Cernăuţi (na época chamada Czernowitz), que fora a capital da província da Bucovina. Até o fim da Primeira Guerra Mundial, a região pertencera ao Império Austro-Húngaro, e, por isso, o alemão, ao lado do romeno, era a principal língua de comunicação da aristocracia cultural de origem judaica, à qual o poeta pertencia e que constituía quase metade da população da cidade. Entre 1918 a 1939, Czernowitz foi predominantemente uma cidade judia de língua alemã, com uma produção literária expressiva, que terminou no fim da Segunda Guerra. Todavia, mesmo algum tempo depois de 1945, predominava ainda a língua alemã. Celan traduziu mais de quarenta poetas, de diferentes línguas, inclusive Fernando Pessoa.
Sobrevivente do Holocausto, Celan é considerado um dos mais importantes poetas modernos de língua alemã.
Nos últimos anos de sua vida, apresentava tendências autodestrutivas, delírio persecutório e episódios de amnésia.
Suicidou-se, por afogamento, no rio Sena, em abril de 1970, aos 49 anos.
  

  

   

Fala também tu

    

 

Fala também tu,
fala em último lugar,
diz a tua sentença.

Fala -
Mas não separes o Não do Sim.
Dá à tua sentença igualmente o sentido:
dá-lhe a sombra.

Dá-lhe sombra bastante,
dá-lhe tanta
quanta exista à tua volta repartida entre
a meia-noite e o meio-dia e a meia-noite.

Olha em redor:
como tudo revive à tua volta! -
Pela morte! Revive!
Fala verdade quem diz sombra.

Mas agora reduz o lugar onde te encontras:
Para onde agora, oh despido de sombra, para onde?

Sobe. Tacteia no ar.
Tornas-te cada vez mais delgado, irreconhecível, subtil!
Mais subtil: um fio,
por onde a estrela quer descer:
para em baixo nadar, em baixo,
onde pode ver-se a cintilar: na ondulação
das palavras errantes.

   
  

Paul Celan

segunda-feira, abril 20, 2020

O poeta Paul Celan morreu há cinquenta anos...

   
Paul Celan (Cernăuţi, 23 de novembro de 1920 - Paris, 20 de abril de 1970), pseudónimo de Paul Pessakh Antschel (em alemão) ou Paul Pessakh Ancel (em romeno) foi um poeta, tradutor e ensaísta romeno radicado na França
   
Biografia
Paul Pessakh Antschel nasceu em Cernăuţi (à época chamada Czernowitz), que fora a capital da província da Bucovina. Até o fim da Primeira Guerra Mundial, a região pertencera ao Império Austro-Húngaro, e, por isso, o alemão, ao lado do romeno, era a principal língua de comunicação da aristocracia cultural de origem judaica, à qual o poeta pertencia e que constituía quase metade da população da cidade. Entre 1918 a 1939, Czernowitz foi predominantemente uma cidade judia de língua alemã, com uma produção literária expressiva, que se encerrou no fim da Segunda Guerra. Todavia, mesmo algum tempo depois de 1945, predominava ainda a língua alemã. Celan traduziu mais de quarenta poetas, de diferentes línguas, inclusive Fernando Pessoa.
Sobrevivente do Holocausto, Celan é considerado um dos mais importantes poetas modernos de língua alemã.
Nos últimos anos de sua vida, apresentava tendências autodestrutivas, delírio persecutório e episódios de amnésia.
Suicidou-se, por afogamento, no rio Sena, em abril de 1970, aos 49 anos.
  


Elogio da Distância

Na fonte dos teus olhos
vivem os fios dos pescadores do lago da loucura.
Na fonte dos teus olhos
o mar cumpre a sua promessa.

Aqui, coração
que andou entre os homens, arranco
do corpo as vestes e o brilho de uma jura:

Mais negro no negro, estou mais nu.
Só quando sou falso sou fiel.
Sou tu quando sou eu.

Na fonte dos teus olhos
ando à deriva sonhando o rapto.

Um fio apanhou um fio:
separamo-nos enlaçados.

Na fonte dos teus olhos
um enforcado estrangula o baraço.