segunda-feira, novembro 14, 2022

O ator Josh Duhamel faz hoje cinquenta anos

   
Joshua David "Josh" Duhamel (Minot, 14 de novembro de 1972) é um ator e ex-modelo norte-americano, famoso pelos seus papeis como Danny McCoy em Las Vegas e Tenente-Coronel William Lennox em Transformers, Transformers: Revenge of the Fallen e Transformers: Dark of the Moon.

Os seus pais divorciaram-se quando ainda era criança, tendo este sido criado pela sua mãe e com as três irmãs: Ashley, Cassidy e Mckenzie. Duhamel frequentou o curso de Biologia na Universidade Estatal de Minot e fez parte da equipa de futebol americano da mesma.

Josh mudou-se para a Califórnia, onde começou a trabalhar como modelo para revistas de moda, ganhando o prémio de Modelo do Ano, em 1997. Em 1999 iniciou a sua carreira de ator, entrando em O Retrato de Dorian Gray como protagonista. A sua estreia em televisão deu-se na telenovela All My Children (da ABC) e, em 2003, entrou na série de sucesso Las Vegas, que era transmitida em horário nobre.

Em 2004 atingiu a notoriedade ao participar no filme Um encontro com seu ídolo e O retrato de Dorian Gray, em que contracenava com Kate Bosworth e Topher Grace.

Duhamel teve também uma participação no filme de terror Turistas (que estreou em dezembro de 2006), realizado por John Stockwell. Josh aparece no clipe "Genie in a Bottle" de 1999, da cantora Christina Aguilera.

Em 2007 atuou no filme Transformers de Michael Bay com Shia LaBeouf e Megan Fox, o filme teve mais duas continuações Transformers: Revenge of the Fallen e Transformers: Dark of the Moon (este sem Megan Fox no elenco) Transformers de Michael Bay tornou-se uma das franquias de maior sucesso e bilheteira mundial, com mais de US$ 2,6 mil milhões.

Em 2013, foi escalado para apresentar os maiores prémios infantis do mundo, o Kids Choice Awards, do canal infanto-juvenil Nick.

 
 
(...)
 
Josh vive atualmente em Brentwood, Los Angeles. Em 10 de janeiro de 2009 casou-se com a cantora Fergie na Church Estates Vineyard. Em Fevereiro de 2013, ele e Fergie anunciaram a espera de seu 1º filho. No dia 29 de agosto de 2013, nasceu em Los Angeles, Califórnia, Axl Jack Duhamel, primeiro filho de Josh com a sua então esposa, Fergie. No dia 14 de setembro de 2017 o casal Duhamel (Fergosh) anunciou a separação à revista People e disse: "Com absoluto amor e respeito, decidimos nos separar como um casal no começo desse ano".
   

Monet nasceu há 182 anos

     
Oscar-Claude Monet (Paris, 14 de novembro de 1840 - Giverny, 5 de dezembro de 1926) foi um pintor francês e o mais célebre entre os pintores impressionistas.
O termo impressionismo surgiu devido a um dos primeiros quadros de Monet, "Impressão, nascer do sol", de uma crítica feita ao quadro pelo pintor e escritor Louis Leroy: "Impressão, nascer do Sol” – eu bem o sabia! Pensava eu, justamente, se estou impressionado é porque há lá uma impressão. E que liberdade, que suavidade de pincel! Um papel de parede é mais elaborado que esta cena marinha. A expressão foi usada originalmente de forma pejorativa, mas Monet e seus colegas adotaram o título, tendo consciência da revolução que estavam a iniciar na pintura.
   
Barcos vermelhos - 1875
   

 

A ponte Japonesa
   

Amadeo de Souza-Cardoso nasceu há 135 anos

      
Pertencente à primeira geração de pintores modernistas portugueses, Amadeo de Souza-Cardoso destaca-se entre todos eles pela qualidade excecional da sua obra e pelo diálogo que estabeleceu com as vanguardas históricas do início do século XX. "O artista desenvolveu, entre Paris e Manhufe, a mais séria possibilidade de arte moderna em Portugal num diálogo internacional, intenso mas pouco conhecido, com os artistas do seu tempo". A sua pintura articula-se de modo aberto com movimentos como o cubismo o futurismo ou o expressionismo, atingindo em muitos momentos – e de modo sustentado na produção dos últimos anos –, um nível em tudo equiparável à produção de topo da arte internacional sua contemporânea.
A morte, aos 30 anos de idade, irá ditar o fim abrupto de uma obra pictórica em plena maturidade e de uma carreira internacional promissora mas ainda em fase de afirmação. Amadeo ficaria longamente esquecido, dentro e, sobretudo, fora de Portugal: "O silêncio que durante longos anos cobriu com um espesso manto a visibilidade interpretativa da sua obra […], e que foi também o silêncio de Portugal como país, não permitiu a atualização histórica internacional do artista"; e "só muito recentemente Amadeo de Souza-Cardoso começou o seu caminho de reconhecimento historiográfico".
    
 
Amadeo no seu ateliê, Rue Ernest Cresson, 20, Paris, 1912
   
Biografia
Filho de Emília Cândida Ferreira Cardoso e José Emygdio de Sousa Cardoso, Amadeo de Souza-Cardoso nasce em Manhufe, Amarante, "numa família de boa burguesia rural, poderosa e de muita religião, entre nove irmãos […]. Seu pai era uma espécie de «gentleman farmer», vinhateiro rico, de espírito prático, desejando educar eficientemente os filhos".
Estuda no Liceu Nacional de Amarante e mais tarde em Coimbra. Em 1905 ingressa no curso preparatório de desenho na Academia Real de Belas-Artes, em Lisboa; e em Novembro do ano seguinte (no dia em que celebra o seu 19º aniversário), parte para Paris, instalando-se no bairro de Montparnasse, famoso ponto de encontro de intelectuais e artistas, onde irá viver todos os anos de permanência nessa cidade (1907 – 1914). Ao longo desses oito anos regressará, no entanto, diversas vezes a Portugal, para estadias mais ou menos breves.
Estabelece contacto com outros artistas portugueses a residir em Paris, entre os quais Francisco Smith, Eduardo Viana e Emmerico Nunes. Frequenta os ateliês de Godefroy e Freynet com o intuito de preparar a admissão ao curso de arquitetura, projeto que abraça, em parte para responder às expectativas familiares, mas que acaba por abandonar. Publica caricaturas em periódicos portugueses como O Primeiro de Janeiro (1907) e a Ilustração Popular (1908 – 1909).
O início da sua atividade como pintor data provavelmente de 1907. No ano seguinte conhece Lucie Meynardi Pecetto, com quem viria a casar-se sete anos mais tarde. Em 1909 frequenta as aulas do pintor Anglada-Camarasa na Académie Vitti e mais tarde as Academias Livres.
Em 1910 estabelece uma forte e duradoura ralação de amizade com Amedeo Modigliani, Constantin Brancusi e Alexander Archipenko. Na correspondência para Portugal Amadeo refere-se à sua fascinação por aquilo que denomina por "pintores primitivos" (e pela escultura e arquitetura da cristandade); por outro lado, revela um sentimento artístico já amadurecido, manifestando a sua oposição ao naturalismo em favor de opções plásticas exigentes, distanciadas de pressupostos académicos.
No dia 5 de março de 1911 Modigliani e Amadeo inauguram uma exposição no ateliê do pintor português, perto do Quai d'Orsay, cujo livro de honra é assinado por Picasso, Apollinaire, Max Jacob e Derain; e no mês seguinte Amadeo participa pela primeira vez numa grande mostra internacional, o XXVII Salon des Independents, exposição determinante e que dá grande visibilidade ao cubismo. Nesse mesmo ano conhece Sonia e Robert Delaunay e, através deles, Apollinaire, Picabia, Chagall, Boccioni, Klee, Franz Marc e Auguste Macke.
Em 1912 publica o álbum XX Dessins, onde reúne desenhos desse ano e do anterior que terão grande divulgação na imprensa francesa e portuguesa; participa no X Salon d’Automne (Grand Palais), encerrando o seu curto ciclo expositivo em Paris. É um dos artistas representados no famoso Armory Show (International Exhibition of Modern Art), Nova Iorque, 1913, exposição que marca a grande viragem modernista no meio artístico norte-americano: atento ao panorama artístico alemão, expõe também em Berlim, no Erster Deutscher Herbstsalon (Primeiro Salão de Outono Alemão), organizado pela Galeria Der Sturm, em conjunto com artistas maioritariamente associados à "novíssima pintura", dos futuristas italianos ao grupo do Blaue Reiter e ao casal Delaunay. Em 1914 tem trabalhos expostos em Londres e nos Estados Unidos da América (Exhibition of Painting and Sculpture in the "Modern Spirit", Milwaukee Art Society). O seu espírito instável fá-lo passar por "momentos torturantes de ansiedade".
Durante uma viagem a Barcelona toma conhecimento do início da 1ª Guerra Mundial (1914-1918). Regressa a Portugal e a 26 de setembro casa-se com Lucie Pecetto, fixando residência na Casa do Ribeiro, em Manhufe, que o seu pai mandara construir. No ano seguinte reencontra Sonia e Robert Delaunay, que entretanto haviam fixado residência em Vila do Conde. Amadeo ocupa o seu tempo entre a pintura, a caça, os passeios a cavalo, mas o seu isolamento começa a tornar-se difícil de suportar e faz planos para regressar a Paris. 1916 fica marcado por várias tentativas falhadas de participação em exposições internacionais; nesse mesmo ano publica o álbum 12 Reproductions e realiza exposições individuais no Porto (Salão de Festas do Jardim Passos Manuel) e em Lisboa (Liga Naval, Palácio do Calhariz). O acolhimento crítico, "num país pouco acostumado a exposições deste género, em que o modelo dos salons ainda vigorava, foi sobretudo marcado pela surpresa"; a articulação da montagem, "as obras exibidas e a internacionalização do artista português causaram espanto generalizado". Durante a estadia em Lisboa convive com Almada Negreiros e com membros do grupo Orpheu.
Em 1917 envolve-se em projetos editoriais com Almada Negreiros, publica dois trabalhos na revista Portugal Futurista (Farol; Cabeça Negra), mas acima de tudo trabalha intensamente, aprofundando o seu universo pictórico, que expande em novas direções. Anseia no entanto pelo regresso a Paris, o que não viria a acontecer. No ano seguinte contrai uma doença de pele que lhe afeta o rosto e as mãos e o impede de trabalhar. Abandona Manhufe e refugia-se em Espinho, na tentativa vã de escapar à epidemia de Gripe Espanhola que se espalha rapidamente e à qual viria a sucumbir, em 25 de outubro desse mesmo ano.
De personalidade algo paradoxal, Amadeo era "convictamente monárquico" e poderá ter pertencido – este facto não é mencionado nas publicações mais importantes sobre Amadeo –, a um movimento conhecido por Grupo do Tavares, que incluiria, entre outros, Eduardo Viana, Almada Negreiros e Santa Rita.
 
Obra
O ano seguinte à sua partida para Paris "terá sido um ano de choque", um ano de revelação, marcando o início da sua atividade como pintor, embora as suas primeiras pinturas conhecidas datem dos anos imediatos; trata-se ainda de exercícios, de escala reduzida, "pequenas «pochades» de impressão, como toda a gente fazia", onde representa interiores de cafés ou paisagens de forma mais ou menos convencional. Se muitas destas obras revelam hesitação, a lição de Cézanne informa já algumas das paisagens mais bem-sucedidas.
  
Maturidade
Em 1910 Amadeo estuda com Anglada Camarasa, "pintor espanhol de colorido vibrante mas também de algum simbolismo estilizado", que impulsiona esse momento de crescimento; no ano seguinte a sua obra começa a revelar verdadeiros sinais de maturidade, num "estilo precioso e mundano […], algo decorativo no seu grafismo estilizado e no seu colorido espetacular, onde se revela a influência […] do orientalismo luxuoso dos Ballets Russes de Diaghilev", esse "verdadeiro fenómeno pluridisciplinar que, com as suas danças exóticas e exuberantes […] transfigurou a paisagem mental de todos os artistas".
Marcado por uma multiplicidade de referências – da longa tradição erudita da arte Europeia à intensidade hierática da arte primitiva Africana; da linearidade sofisticada das gravuras e aguarelas japonesas às ruturas formais e concetuais do cubismo e do futurismo –, para Amadeo, neste momento de consolidação de ideias é igualmente determinante a amizade e conivência de artistas como Modigliani ou Brancusi. É neste quadro de referências que surgem pinturas como Saut du Lapin (Salto do Coelho) ou Os galgos, 1911, e o álbum de 20 desenhos que irá publicar no ano seguinte, com o seu pendor marcadamente decorativo "em que assomam ainda ecos do Jugenstil muniquense", e onde procura afirmar a sua identidade, gráfica e pessoal, revendo-se em memórias ou fantasias e projetando a "construção de alguns cenários mais adequados à sua mitologia pessoal. […] Amadeo é um cavaleiro veloz, um caçador com galgos e falcões, que atravessa a galope as suas montanhas em Manhufe […] até chegar a sua casa, que se perspetiva como um castelo no cimo de uma hierarquia de colinas" (ver, por exemplo, Les Faucons, 1912).
Em 1912 participa no Salon de Independents e no Salon d’Automne com um "conjunto de obras, sedutoras no tempo pelo uso de uma moderada técnica cubista, temperada com os arabescos decorativos de um imaginário singular, visualmente muito apelativo" (e onde se sente uma vontade de representar o movimento que poderá talvez relacionar-se com os princípios do manifesto futurista). Em obras como Avant la Corrida, 1912 – exposto no Salon d’Automne e no Armory Show –, Amadeo procura um caminho singular através de aspetos temáticos menos comuns e de soluções formais algo híbridas que o associam a movimentos artísticos díspares, "aproximando-se deliberadamente das margens alternativas dos respetivos programas". A sua participação com trabalhos deste tipo no Armory Show, 1913, irá ser um sucesso do ponto de vista comercial. Das 8 pinturas expostas, são vendidas 7, três das quais – Saut du Lapin, 1911; Chateau Fort, c. 1912; Paysage, 1912 -, a Jerome Eddy, autor do primeiro livro em inglês sobre o cubismo. A opinião deste importante colecionador fixará, por muitos anos, a análise interpretativa da obra de Amadeo "nesse período, brilhante e sofisticado, mas ainda distante de futuros desenvolvimentos".
Paralelamente, vemo-lo trabalhar a paisagem em obras onde o sentido predominantemente linear cede o lugar a um outro tipo de plasticidade, numa reaproximação à sensibilidade impressionista que evolui rapidamente para obras totalmente abstratas: "Entre um jogo geométrico de relevos (de lembranças cézanianas) e um ritmo colorido de massas de arvoredo, Amadeo avança para soluções de progressiva indiferenciação, como se essas massas densas perdessem a sua referência à realidade, para se transformarem em exclusivas soluções formais". Irá radicalizar a sua abordagem, aproximando-se de forma mais explícita da decomposição cubista (como na famosa Cozinha da Casa de Manhufe, 1913), que noutras pinturas será tratada através de um cromatismo aberto mais próximo de Delaunay (veja-se, por exemplo, Título desconhecido – Les Cavaliers, c. 1913); e tematicamente oscila entre caminhos diversos, com as alusões figurativas – à figura humana, à natureza-morta ou à paisagem –, a alternar com obras estritamente abstratas como, por exemplo, Sem título, 1913.
Em 1914 expõe trabalhos em Londres e Berlim, o que indicia um desejo de encontrar novas vias de internacionalização. A participação no 1º Salão de Outono (Herbstsalon) organizado pela Galeria Der Sturm, é particularmente significativa da sua ligação ao polo de difusão berlinense. "O dramatismo e a intensa espiritualidade que forma a personalidade do artista, não podem ser excluídos do seu envolvimento com o movimento expressionista e com as sensibilidades estéticas que com ele se cruzaram […]. Coincidindo sensivelmente com a cronologia da sua passagem expositiva pela Alemanha, Amadeo desenvolveu várias séries de trabalhos […] de intenso diálogo com os conteúdos, formais e teóricos, dos expressionismos do seu tempo" (é o que acontece de forma explícita com um conjunto de cabeças, ou máscaras, datado de 1914, que remete, também, para as explorações pioneiras de Picasso em torno das máscaras africanas). E será esta, afinal, uma das principais linhas unificadoras da sua obra plurifacetada. Mesmo quando os caminhos formais apontam noutras direções, "a sua alma de expressionista, esquiva a classificações e a modelos rígidos, individualista, inquieta e dissonante […] sustenta o desenvolvimento do seu trabalho", atravessando todas as fases, desde as primeiras paisagens até ao seu modo final.
O diálogo com as vanguardas do início do Século XX será o grande motor por detrás da obra de Amadeo, mas há fatores determinantes de outra de outra ordem e que se prendem com um universo temático marcado por referentes pessoais. Numa carta dirigida à sua mãe, em 1908, o pintor lamentava a ausência de "um forte meio da arte" na sua terra natal, mas queixava-se igualmente da "atmosfera parda" ou o "sol anémico" de Paris, que contrapunha ao seu "Portugal prodigioso, país supremo para artistas". Segundo Helena Freitas, "o alimento espiritual de Amadeo é também a iconografia da sua terra e das suas tipologias". Na sua pintura encontramos alusões a essa luz diferente; ao sol, às montanhas, às azenhas e moinhos; aos alvos das barracas de feira; às canções, bonecos e figuras populares… (veja-se, por exemplo, Canção Popular - a Russa e o Figaro, c. 1916).
    
Obras finais
Regressa a Portugal após tomar conhecimento da eclosão da 1ª Guerra Mundial (1914-1918): "este virar de página vai transtornar definitivamente os seus projetos e fechar para sempre o seu livro de viagens". Isolado no norte do país, remetido para uma zona periférica de um país já de si periférico, esse isolamento é apenas mitigado pelo intercâmbio com Eduardo Viana, com Sonia e Robert Delaunay (então a residir em Portugal), e por brevíssimos contactos com elementos do chamado grupo futurista português. Vive esses últimos anos – o seu período de "maior energia e criatividade individual" –, num frenesim criativo, sonhando com a participação em mostras internacionais (que nunca se concretizam) e com o regresso, sempre adiado, a Paris. "Neste trabalho, sabiamente manipulador de uma memória seletiva, estão presentes os sinais de maturidade do artista na escolha do seu caminho. Mas é um caminho solitário e desamparado". E essas obras notáveis, onde desenvolve pesquisas consonantes com a de autores máximos das vanguardas da época – dos cubistas aos membros da vanguarda russa –, ficarão praticamente esquecidas da historiografia internacional da arte.
Os últimos trabalhos de Amadeo, datáveis de 1917, "são o núcleo mais consistente e poderoso da sua afirmação como artista". Nestas obras reforçam-se as associações inesperadas, alógicas, "ao mesmo tempo que se adensam e complexificam os processos técnicos, na espessura e materialidade das tintas misturadas com areias e outros agregantes, nas colagens, nos trompe-l’oeils e suas simulações". Partindo de um princípio gerador baseado na fragmentação cubista, irá integrar na pintura elementos iconográficos típicos desse movimento (dos instrumentos musicais à palavra escrita), fragmentos apropriados da vida real (madeira, espelhos, ganchos de cabelo, etc.), representações de partes do corpo ou de produtos contemporâneos produzidos industrialmente (como uma máquina registadora), e formas totalmente abstratas… Essa diversidade aparentemente incongruente é gerida de forma magistral, "num jogo combinatório poderoso e de uma energia plástica rara" que coloca essas obras a par das pinturas mais notáveis suas contemporâneas.
Embora a "notoriedade do seu percurso expositivo e […] integração no contexto internacional dos diálogos de vanguarda" o coloquem no centro da revolução que atravessou o mundo das artes nas primeiras décadas do século XX, a origem de Amadeo num país pequeno e periférico, a sua morte prematura e inconstância estilística, "camaleónica", criaram sérias dificuldades ao seu reconhecimento. Mesmo em Portugal, depois da sua morte, ocorreu um longo hiato até que a sua obra merecesse a devida atenção; e apenas em 1983, com a inauguração do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, se tornou finalmente possível um acesso real e permanente a obras de referência como Título desconhecido (Entrada), ou Título desconhecido (Coty), 1917.
   
Título desconhecido (Entrada), circa 1917
 
  
Avant la Corrida, 1912
     

Almir Sater - 66 anos...!

   
Almir Eduardo Melke Sater (Campo Grande, 14 de novembro de 1956) é um violeiro, compositor, cantor e instrumentista
   

 


domingo, novembro 13, 2022

Música adequada à data...

Hoje é dia de recordar o início da agonia de Omayra Sánchez...

Porque é dia de recordar um Infante...

 

O INFANTE

 

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.

Deus quis que a terra fosse toda uma,

Que o mar unisse, já não separasse.

Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.

 

E a orla branca foi de ilha em continente,

Clareou, correndo, até ao fim do mundo,

E viu-se a terra inteira, de repente,

Surgir, redonda, do azul profundo.

 

Quem te sagrou criou-te português.

Do mar e nós em ti nos deu sinal.

Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.

Senhor, falta cumprir-se Portugal!



in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

 

O Abade de Baçal morreu há 75 anos...

     
   
Francisco Manuel Alves, mais conhecido como Abade de Baçal, (Baçal, 9 de abril de 1865 - Baçal, 13 de novembro de 1947) foi um arqueólogo, historiador e genealogista português.
Nascido numa aldeia do concelho de Bragança, onde nasceram também os seus pais, Francisco Alves Barnabé, e sua mulher, Francisca Vicente, foi ordenado sacerdote em 13 de junho de 1889, desde então, até a sua morte, tornou-se pároco da sua aldeia natal.
Dedicou a sua vida a recolher testemunhos arqueológicos, etnológicos e históricos respeitantes à região de Trás-os-Montes e, especialmente, ao distrito de Bragança. Autodidata erudito, rústico e pitoresco, os críticos apontam-lhe, contudo, a sua falta de sistematização e poder interpretativo.
A sua obra principal são as Memórias arqueológicas-históricas do distrito de Bragança (1909-1947), em onze volumes.
Em 1925 foi nomeado diretor-conservador do Museu Regional de Bragança, que, desde 1935, é designado por Museu do Abade de Baçal, em sua homenagem.
No quinto volume da sua obra-prima, dedicado aos Judeus, constam os seus títulos:  
Reitor de Baçal, Antigo Vereador da Câmara Municipal de Bragança, Antigo Vogal à Junta Geral do Distrito do mesmo nome, Sócio da Associação dos Arqueólogos Portugueses, da Sociedade Portuguesa de Estudos Históricos, do Instituto de Coimbra, da Academia das Ciências de Lisboa, do Instituto Etnológico da Beira, do Instituto Histórico do Minho, Presidente Honorário do Instituto Científico-Literário de Trás os Montes, Comendador da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem de S. Tiago do Mérito Científico, Literário e Artístico, em atenção às suas qualidades de escritor reveladas na obra "Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança", distinguido pelo Clero Bragançano com a oferta dum cálix de valor artístico, com uma pena de ouro e um tinteiro no mesmo metal de alto valor artístico por oferta do Distrito de Bragança em reconhecimento dos seus trabalhos de investigação histórica em prol do mesmo, pedaço de asno se acredita que estas honrarias douram a sua muita ignorância, e ainda, ultimamente, Diretor-Conservador do Museu Regional de Bragança.
       

O ator Joe Mantegna faz hoje 75 anos...!

   
Joseph Anthony “Joe” Mantegna, Jr. (Chicago, 13 de novembro de 1947) é um ator, produtor, roteirista e diretor de cinema americano. É mais conhecido pelas suas atuações em diversos sucessos de bilheteira como Three Amigos!, de 1986, The Godfather Part III (O Padrinho: Parte III), de 1990, Airheads (Cabeças Ocas), de 1994, Forget Paris, de 1995, Up Close & Personal, de 1996, e The Simpsons Movie, de 2007.
Mantegna foi nomeado para o Emmy por participações em três produções televisivas diferentes, The Last Don (1997), The Rat Pack (1999) e The Starter Wife (2007). Trabalhou como produtor executivo de diversos filmes para o cinema e televisão, como Corduroy (1984), Hoods (1998) e Lakeboat (2000), que ele também dirigiu.
Na televisão participou de séries de curta duração, como First Monday (2002) e Joan of Arcadia (2003–2005). Desde o episódio "Bart the Murderer", de 1991, do desenho animado The Simpsons, Mantegna tem tido uma participação recorrente na comédia, no papel do chefe mafioso Fat Tony. Interpretou o detetive fictício "Spenser", de Robert B. Parker, em três filmes feitos para a televisão feitos entre 1999 e 2001. Em 2007 substituiu Mandy Patinkin como um dos principais atores da série de drama Criminal Minds (Mentes Criminosas).
Recebeu os prémios Tony e Joseph Jefferson pelo seu papel na peça vencedora do Prémio Pulitzer, Glengarry Glen Ross, de David Mamet. Mantegna trabalhou com Mamet em diversas outras produções, como o filme Things Change.
    

Hoje é dia de ouvir Ópera de Rossini...

Camille Pissarro morreu há 119 anos

Auto-retrato de Camille Pissarro
    
Jacob Abraham Camille Pissarro (Charlotte Amalie, ilha de São Tomás, Índias Ocidentais Dinamarquesas, hoje Ilhas Virgens Americanas, 10 de julho de 1830 - Paris, 13 de novembro de 1903) foi um pintor francês, co-fundador do impressionismo, e o único que participou nas oito exposições do grupo (1874-1886).
  
O seu pai, Abraham Frederic Gabriel Pissarro, era português cripto-judeu de Bragança, que, no final do século XVIII, quando ainda pequeno, emigrara com a sua família para Bordéus, onde na altura existia uma comunidade significativa de judeus portugueses, refugiados da Inquisição. A mãe dele era crioula e tinha o nome Rachel Manzano-Pomie.
Com 11 anos Camille Pissarro foi enviado a Paris para estudar num colégio interno. Voltou para a ilha São Tomás, a fim de tomar conta do negócio da família. Algum tempo depois, a sua paixão pela pintura fê-lo mudar de vida: fez em 1852 amizade com o pintor dinamarquês, Fritz Melbye e a oportunidade de concretizar o seu sonho surgiu com um convite para acompanhar uma expedição do Fritz Melbye, enviado pelo governo das Antilhas Dinamarquesas, para estudar a fauna e a flora da Venezuela, onde passou dois anos.
Pissarro conquistou a sua liberdade aos 23 anos. Em 1855, ele já estava em Paris com ajuda de Anton Melbye, tentando iniciar a sua carreira. O jovem antilhano fascinou-se com as telas de Camille Corot e travou amizade com Paul Cézanne, Claude Monet, Charles-François Daubigny, entre outros pintores impressionistas. Com Monet passou a sair para pintar ao ar livre, em Pontoise e Louvenciennes. Em 1861 casou com Julie Vellay, de quem teve oito filhos.
Faleceu em 13 de novembro de 1903. Encontra-se sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, Paris na França.
    

 

La Moisson, 1882  

Aldeia perto de Pontoise, Museu das Belas Artes - Basileia

Percival Lowell morreu há 106 anos

   
Percival Lowell (Boston, 13 de março de 1855 - Flagstaff, 13 de novembro de 1916) foi um matemático, autor, empresário e astrónomo amador dos Estados Unidos da América. Alimentou especulações de que existiam canais em Marte e fundou o Observatório Lowell em Flagstaff, Arizona, que deu início ao esforço que levou à descoberta de Plutão, 14 anos após a sua morte. A escolha do nome Plutão e o seu símbolo foram parcialmente influenciados pelas suas iniciais, PL.
  

A goleada record em jogos de competições europeias foi alcançada há 59 anos

(imagem daqui)
  
Faz hoje precisamente 50 anos que o Sporting bateu os cipriotas do Apoel, por 16-1, naquela que continua a ser a maior vitória de sempre em provas europeias.

Foi a 13 de novembro de 1963 que o Sporting viveu, no antigo Estádio José de Alvalade, uma das maiores noites de glória da história do clube, que ficaria até hoje no palmarés europeu.
Na 1ª mão dos oitavos de final da agora extinta Taça das Taças, os "leões", então comandados por Gentil Cardoso, 'massacraram' autenticamente os cipriotas do Apoel, num jogo que terminou com um resultado mais propício a hóquei em patins do que futebol: 16-1.
A estrela da partida foi o avançado Mascarenhas - hoje com 76 anos e a recuperar de um acidente vascular cerebral -, que conseguiu um hat trick... a dobrar, isto é, marcou seis golos. Os outros tentos foram da autoria de Mário Lino, Louro, José Pérides, Augusto, Figueiredo e Ferreira Pinto, jogadores que alinharam de início, tal como Carvalho, Pedro Gomes, Alfredo e Fernando Mendes.
Na segunda mão, o Sporting também venceu, mas por números mais modestos: 2-0. Curiosamente, ambas as mãos foram disputadas em Lisboa, por acordo entre os dois clubes, já que o Apoel não dispunha de recursos financeiros e teve de ser o Sporting a custear as deslocações.
A goleada recorde deu alento aos "leões" para a restante prova, uma vez que o Sporting acabaria por conquistar o troféu, ao bater os ingleses do Manchester United (1-4 e 5-0), os franceses do Lyon (0-0, 1-1 e 1-0) e os húngaros do MTK Budapeste (3-3 e 1-0), já depois de também terem eliminado os italianos da Atalanta (0-2, 3-1 e 3-1) na 1ª eliminatória.

 

 

O Infante de Sagres morreu há 562 anos

D. Henrique, o Infante de Sagres, e D. Fernando, o Infante Santo, no Padrão dos Descobrimentos
   
Henrique de Avis, 1.º duque de Viseu e 1.º senhor da Covilhã (Porto, 4 de março de 1394Sagres, 13 de novembro de 1460), foi um infante português e a mais importante figura do início da era das descobertas, popularmente conhecido como Infante de Sagres ou O Navegador.
     
  Talent de bien faire
 
Brasão e lema do Infante D. Henrique
        
O Infante D. Henrique nasceu numa quarta-feira de cinzas, dia então considerado pouco propício ao nascimento de uma criança. Era o quinto filho de João I de Portugal, fundador da Dinastia de Avis, e de Dona Filipa de Lencastre.
Foi batizado alguns dias depois do seu nascimento, tendo sido o seu padrinho o bispo de Viseu. Os seus pais deram-lhe o nome Henrique, possivelmente em honra do seu tio materno, o duque Henrique de Lencastre (futuro Henrique IV de Inglaterra).
Pouco se sabe sobre a vida do infante até aos seus catorze anos. Tanto ele como os seus irmãos (a chamada Ínclita geração) tiveram como aio um cavaleiro da Ordem de Avis.
Em 1414, convenceu o seu pai a montar a campanha para a conquista de Ceuta, na costa norte-africana junto ao estreito de Gibraltar. A cidade foi conquistada em agosto de 1415, assegurando ao reino de Portugal o controlo das rotas marítimas de comércio entre o Atlântico e o Levante. Na ocasião foi armado cavaleiro e recebeu os títulos de Senhor da Covilhã e duque de Viseu.
A 18 de fevereiro de 1416, foi encarregado do governo de Ceuta. Cabia-lhe organizar, no reino, a manutenção daquela praça-forte em Marrocos.
Em 1418, regressou a Ceuta na companhia de D. João, o seu irmão mais novo. Os infantes comandavam uma expedição de socorro à cidade, que sofreu nesse ano o primeiro grande cerco, imposto conjuntamente pelas forças dos reis de Fez e de Granada. O cerco foi levantado, e D. Henrique tentou de imediato atacar Gibraltar, mas o mau tempo impediu-o de desembarcar: manifestava-se assim uma vez mais a temeridade e fervor anti-muçulmano do Infante. Ao regressar a Ceuta recebeu ordens de seu pai para não prosseguir tal empreendimento, pelo que retornou para o reino nos primeiros meses de 1419. Aprestou por esta época uma armada de corso, que atuava no estreito de Gibraltar a partir de Ceuta. Dispunha assim de mais uma fonte de rendimentos e, desse modo, muitos dos seus homens habituaram-se à vida no mar. Mais tarde, alguns deles seriam utilizados nas viagens dos Descobrimentos.
Entre 1419 e 1420 alguns dos seus escudeiros, João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, desembarcaram nas ilhas do arquipélago da Madeira, que já eram conhecidas por navegadores portugueses desde o século anterior. As ilhas revelaram-se de grande importância, vindo a produzir grandes quantidades de cereais, minimizando a escassez que afligia Portugal. O arquipélago foi doado a D. Henrique pelo irmão, o Rei D. Duarte I de Portugal, sucessor de D. João I, falecido em 1433.
Em 25 de maio de 1420, D. Henrique foi nomeado Grão-Mestre da Ordem de Cristo (titular em Portugal do património da Ordem dos Templários), cargo que deteve até ao fim da vida. No que concerne ao seu interesse na exploração do oceano Atlântico, o cargo e os recursos da ordem foram decisivos ao longo da década de 1440.
Em 1427, os seus navegadores descobriram as primeiras ilhas dos Açores (possivelmente Gonçalo Velho). Também estas ilhas desabitadas foram depois povoadas pelos portugueses.
Até à época do Infante D. Henrique, o cabo Bojador era para os europeus o ponto conhecido mais meridional na costa de África. Gil Eanes, que comandou uma das expedições, foi o primeiro a ultrapassá-lo (1434), eliminando os medos então vigentes quanto ao desconhecido que para lá do cabo se encontraria.
Aquando da morte de D. João I, o seu filho mais velho (e irmão de D. Henrique), D. Duarte subiu ao trono, e entregou a este um quinto de todos os proveitos comerciais com as zonas descobertas bem como o direito de explorar além do cabo Bojador.
O reinado de D. Duarte durou apenas cinco anos, após o qual, D. Henrique apoiou o seu irmão D. Pedro na regência, durante a menoridade do sobrinho D. Afonso V, recebendo em troca a confirmação do seu privilégio. Procedeu também, durante a regência, ao povoamento dos Açores.
Com um novo tipo de embarcação, a caravela, as expedições adquiriram um grande impulso. O cabo Branco foi atingido em 1441 por Nuno Tristão e Antão Gonçalves. A Baía de Arguim em 1443, com consequente construção de uma feitoria em 1448.
Dinis Dias chegou ao rio Senegal e dobrou o Cabo Verde em 1444. A Guiné foi de seguida visitada. Assim, os limites a sul do grande deserto do Saara foram ultrapassados. A partir daí, D. Henrique cumpriu um dos seus objetivos: desviar as rotas do comércio do Saara e aceder às riquezas na África Meridional. Em 1452 a chegada de ouro era em suficiente quantidade para que se cunhassem os primeiros cruzados nesse metal.
Entre 1444 e 1446, cerca de quarenta embarcações partiram de Lagos. Na década de 1450 descobriu-se o arquipélago de Cabo Verde. Data dessa época a encomenda de um mapa-múndi do Velho Mundo a Fra Mauro, um monge veneziano.
Em 1460, a costa estava já explorada até o que é hoje a Serra Leoa.
Entretanto, D. Henrique estava também ocupado com assuntos internos do Reino. Julga-se ter patrocinado a criação, na Universidade de Coimbra, de uma cátedra de astronomia.
Foi também um dos principais organizadores da conquista de Tânger em 1437, que se revelou um grande fracasso, já que o seu irmão mais novo, D. Fernando (o Infante Santo) foi capturado e ali mantido prisioneiro durante 11 anos, até falecer. A sua reputação militar sofreu um revés e os seus últimos anos de vida foram dedicados à política e à exploração.
Deixou como seu principal herdeiro o seu sobrinho, em bens, cargos e títulos, o segundo filho do seu irmão, o rei D. Duarte, já falecido, o Infante D. Fernando, duque de Beja, e que a partir dessa altura passa a ser Duque de Viseu tal como ele e a dirigir os descobrimentos portugueses para o Reino de Portugal tal como o seu tio.
     
 

O Monumento dos Veteranos do Vietname foi inaugurado há quarenta anos...


  
O Monumento dos Veteranos do Vietname (em inglês: Vietnam Veterans Memorial) é um monumento dedicado aos veteranos da guerra do Vietname.
  
  
O monumento foi edificado em 1982 em Washington, D.C. e é constituído por três partes distintas:
- Three Soldiers Statue - escultura criada por Frederick Hart, representando três soldados: um branco, um negro e um hispânico.
- Vietnam Women's Memorial - monumento às mulheres falecidas na guerra.
- Vietnam Veterans Memorial Wall - muro-memorial aos veteranos da guerra.
O Muro do Memorial aos Veteranos do Vietname estende-se por 18 metros de comprimento de rocha magmática negra, no qual estão inscritos os nomes de todos os soldados norte-americanos mortos nesta guerra. Localiza-se no Constitution Gardens, próximo do Monumento a Washington, e foi projetado pela arquiteta Maya Lin.
Foi adicionado à lista do Registo Nacional de Lugares Históricos americano em 13 de novembro de 1982, no mesmo dia de sua inauguração.
  

O vulcão Nevado del Ruiz matou 23 mil pessoas em Armero há trinta e sete anos...

Lahars que cobrem a cidade de Armero
   
A Tragédia de Armero foi uma das maiores consequências da erupção do estratovulcão Nevado del Ruiz, em Tolima, Colômbia, a 13 de novembro de 1985. Depois de 69 anos de repouso, a erupção do vulcão apanhou as cidades próximas desprevenidas, mesmo tendo o governo recebido advertências de diversos Observatórios Vulcanológicos para evacuar a área, quando a atividade vulcânica foi detectada, em setembro de 1985.
   
Quando o fluxo piroclástico irrompeu da cratera vulcânica, derretendo os glaciares da montanha e enviando quatro enormes lahars (deslizamentos de terra vulcânica) montanha abaixo, a uma velocidade de 60 km/h. Os lahars aumentaram a sua velocidade nos barrancos, dirigindo-se para os seis principais rios na base do vulcão, envolvendo a cidade de Armero e matando mais de 20.000 pessoas, de um total de 29.000 habitantes. As perdas noutras cidades, em particular Chinchiná, trouxeram o número total de mortos para cerca de 23 mil. Filmagens e fotografias de Omayra Sánchez, uma jovem vítima da tragédia foram publicadas ao redor do mundo. Outras fotografias dos lahars e do impacto do desastre chamaram a atenção mundial, abrindo uma controvérsia sobre o grau de responsabilidade do governo colombiano pelo desastre. Um cartaz no funeral em massa, em Ibagué, dizia; O vulcão não matou 22.000 pessoas. Foi o governo que as matou.
Os esforços de socorro foram dificultados pela composição da lama, o que tornava quase impossível andar pela região sem ficar preso. quando os socorristas chegaram a Armero cerca de 12 horas depois da erupção, muitas das vítimas com ferimentos graves já estavam mortas. Os trabalhadores ficaram horrorizados com a paisagem de árvores caídas, corpos humanos desfigurados e pilhas de escombros de casas inteiras. Essa foi o segundo maior desastre vulcânico do século XX, atrás apenas da erupção do Monte Pelée, em 1902, o quarto evento vulcânico desde o século XVI em número de mortos. O evento foi uma catástrofe previsível, agravada pelo desconhecimento da população da história destrutiva do vulcão. Geólogos e outros especialistas tinham alertado as autoridades e meios de comunicação sobre o perigo ao longo das semanas e dias que antecederam a erupção e mapas de risco foram preparados para a zona, porém foram mal distribuídos. No dia da erupção, foram feitas várias tentativas de evacuação, mas uma forte tempestade restringiu as comunicações. Diversas vítimas ficaram em suas casas, como haviam sido instruídas, acreditando que a erupção tinha terminado. O barulho da tempestade pode ter impedido muitos de ouvir os sons do vulcão até que fosse tarde demais.
   
Armero, após a tragédia
 
O Nevado del Ruiz entrou em erupção diversas vezes desde o desastre e continua a ameaçar 500.000 pessoas que vivem próximas, em Combeima, Chinchina, Coello-Toche e nos vales do rio Guali. Um lahar (ou um conjunto de lahars) similares em tamanho aos do evento de 1985 poderiam atingir  até 100 km do vulcão e podem ser espoletados por uma erupção menor. Para conter essa ameaça, o governo colombiano estabeleceu um escritório especializado na monitorização das ameaças naturais. O Serviço Geológico dos Estados Unidos também criaram o Programa de Assistência aos Desastres de Vulcão e a Equipa de Assistência a Crises Vulcânicas evacuou cerca de 75.000 pessoas da área em redor do Monte Pinatubo antes da erupção de 1991. Em 1988, três anos após a erupção, o Dr. Stanley Williams da Universidade do Estado da Luisiana declarou que, "Com a possível exceção do Monte Santa Helena no estado de Washington, nenhum outro vulcão no Hemisfério Ocidental é vigiado de forma tão elaborada como o Nevado del Ruiz". Diversas das cidades colombianas possuem programas de monitorização de catástrofes naturais, desenvolvendo planos para salvar vidas em situações extremas. Próximo do Nevado del Ruiz em particular, os habitantes locais tornaram-se cautelosos com a atividade vulcânica: quando o vulcão entrou em erupção em 1989, mais de 2.300 pessoas que viviam ao redor foram evacuadas.
   
Nevado del Ruiz visto do espaço - a calota de gelo do cume e glaciares cercam a escura cratera Arenas
   
 
As zonas mais afetadas pela erupção do Nevado del Ruiz

Armero é o nome de uma antiga cidade da Colômbia, no departamento de Tolima, sepultada devido à erupção do vulcão Nevado del Ruiz, nos Andes, que deu origem a um lahar que transportou lama e rochas que, nalguns locais, chegou a formar uma camada com 104 metros de espessura. Isto sucedeu na manhã do dia 13 de novembro de 1985.
Provocou a morte da quase totalidade da população e os poucos sobreviventes fugiram antes do acidente, vivendo hoje em cidades próximas. O resto, cerca de 23.000 pessoas, jaz debaixo das ruínas, tal como sucedeu em Pompeia e Herculano. O mais triste é que a população da cidade podia ter sido avisada, na noite anterior, do perigo, mas o presidente da câmara, não querendo assustar as pessoas, não o fez e deu-se a tragédia.
   

Omaira Sanchez
Esta adolescente da cidade de Armero, de 13 anos, que caiu no meio das lamas e nos escombros, agonizou durante 60 horas e morreu vítima de gangrena gasosa, converteu-se no símbolo mundial de uma das piores tragédias ocasionada por um vulcão no século XX; durante o tempo que sobreviveu falou com jornalistas e enviou, constantemente, uma mensagem de fé e esperança. As suas fotos e filmes correram o mundo inteiro.