segunda-feira, outubro 24, 2022

Christian Dior morreu há 65 anos...

    

Christian Dior (Granville, 21 de janeiro de 1905 - Montecatini Val di Cecina, 24 de outubro de 1957) foi um importante estilista francês. É o fundador da empresa de vestuário Christian Dior S.A., uma das mais famosas da moda mundial.
Filho de um comerciante de fertilizantes da região do Canal da Mancha, desejou ser artista plástico, mas foi enviado para Paris a fim de estudar Relações Internacionais, uma vez que o seu pai queria que o filho seguisse a carreira diplomática.
Ainda jovem começou a frequentar ateliês de pintura e de desenho, chegando mesmo a pintar alguns quadros. Mas foi a sua habilidade para desenhar roupas que lhe proporcionou uma carreira internacional. O seu círculo de amigos expandiu-se e conheceu um importante empresário da indústria têxtil que lhe garantiu patrocínio para a produção de algumas peças. O investimento que foi bem sucedido: os seus traços e a visão que tinha do corpo feminino causaram fascínio e delírio e, em 1947 inaugurou a Mansão Dior de que o mundo pós-guerra necessitava. Além de causar fascínio pela sua elegância e luxo, o conceito do New Look vinha carregado de extravagância e exagero: vestidos tradicionalmente feitos com 5 metros de tecido, agora usavam até 40 metros. Isso também ajudou a repercussão do conceito, permitindo encerrar a mentalidade de racionamento no pós-guerra. Durante a guerra, Dior vestia desde as esposas dos generais nazis até às mulheres francesas.
Ao longo da sua carreira fez a própria tradução física dos sonhos e da fantasia humana através de seus vestidos. Morreu durante umas suas férias em Montecatini Val di Cecina, Itália, no dia 23 de outubro de 1957, vítima de ataque cardíaco.

 

Isabel de Portugal, imperatriz do Sacro Império, nasceu há 519 anos

Isabel de Portugal - Ticiano (Museu do Prado)

 

D. Isabel de Portugal (Lisboa, 24 de outubro de 1503 - Toledo, 1 de maio de 1539) foi filha do rei D. Manuel I e da rainha D. Maria de Aragão e Castela. Diziam-na belíssima, como prova o retrato pintado por Ticiano. Morreu, de complicações no parto, no Palácio de Fuensalida, em Toledo, estando sepultada no Panteão do Escorial.
Era irmã de El-Rei D. João III e do Cardeal-Rei D. Henrique, reis de Portugal. Inteligente e culta, criada no esplendor da mais rica corte europeia do seu tempo, em Lisboa, na educação da imperatriz participaram também, por influência de sua mãe, os castelhanos Beatriz Galindo, la Latina e o humanista Luís Vives. Foi longamente regente em nome de Carlos V, entre 1528 e 1533, primeiro, e de 1535 a 1538 novamente, enquanto o marido se ausentou, em guerra.
Além disso, teve muita importância em relação à educação do seu primogénito, que viria a ser Filipe II de Espanha, e I de Portugal, de língua materna portuguesa, criado e educado pelas damas lusitanas de sua mãe durante a infância.

Casamento
O casamento fora negociado por seu pai, D. Manuel I, que morrendo antes de o concluir o deixou recomendado em testamento ao seu sucessor no codicilo de 11.12.1521. Assim, a 06.10.1525 firmou-se em Torres Novas o contrato. A noiva levou por dote a exorbitante quantia de 900 mil cruzados portugueses, ou dobras castelhanas. Carlos V, seu noivo e seu primo direito, era então ainda apenas Carlos I, rei de Aragão e Castela, duque da Borgonha e vários outros feudos: só quatro anos depois será eleito imperador do Sacro Império, tornando-se hierarquicamente o mais alto soberano da Cristandade, com jurisdição sobre a Alemanha e vários reinos e senhorios da Espanha, Itália, França e Flandres, estendendo ao mundo a sua influência política e o poder das suas armas; porém, como todos os soberanos da Renascença, foi várias vezes obrigado a recorrer a grandes famílias de banqueiros, como os Fugger, não só para financiar a sua acessão à coroa imperial, como também os seus projetos político-militares. Por isso mesmo Carlos havia prometido, anteriormente, a Henrique VIII casar-se com sua filha, Maria, de quem igualmente era primo direito, em 1522 (quando esta tinha apenas seis anos) - mas preferiu aceitar a consorte lusitana, cuja aliança e cujo dote imediato eram bem mais significativos na Europa do tempo, e lhe traziam a liquidez necessária para a compra do trono imperial.
Assim, a princesa casou-se em Almeirim por procuração, em 1 de novembro de 1525, com o seu primo Carlos, representado pelo embaixador Carlos Popeto; e partiu em janeiro de 1526 rumo a Elvas com grande e rica comitiva, dai prosseguindo a viagem em liteira até a fronteira do Caia. Aí, montada em linda égua branca esplendorosamente ajaezada, e com luzido e fidalgo acompanhamento, foi ao encontro da embaixada castelhana que a vinha buscar, encabeçada pelos duques de Calábria e de Béjar e pelo arcebispo de Toledo. Passada a fronteira, seguiu para Sevilha aonde se encontrava o marido, ali se repetindo solenemente as bodas imperiais nos paços chamados de Reales Alcázares, em Março de 1526. Foi um casamento feliz, pois os noivos se apaixonaram apenas se conheceram, e se isolaram do mundo prolongando uma lua-de-mel que não parecia querer acabar, e apenas terminaria quatorze anos depois, de facto, pela morte da imperatriz.
Deslumbrado com a sua beleza, Carlos V deu-lhe ao casar por nova divisa as três graças, tendo a primeira delas a rosa, símbolo da formosura; a segunda o ramo de murta, símbolo do amor; e a terceira, a coroa de carvalho, símbolo da fecundidade, além do mote: Has habet et superat.
Na corte castelhana em Toledo, a imperatriz D. Isabel preferiu viver sem se ocupar com política, quase sempre no seu oratório ou convivendo com as numerosas damas portuguesas que a haviam acompanhado até Castela, vigiando as amas dos seus numerosos filhos. Ao morrer de parto, catorze anos depois de casada, Carlos V tanto se comoveu com a sua perda que, no convento de S. Justo, onde se recolheu durante o luto pesado da viuvez, passava horas a contemplar o seu retrato mais emblemático, pintado por Ticiano.
 
A morte a lenda
Tendo a imperatriz falecido em Toledo, e estando nessa época o soberano em Granada, encarregou este o futuro S. Francisco de Borja, um dos muitos apaixonados platónicos da bela imperatriz, de a conduzir até si a fim de a sepultar. Chegados lá, ao abrirem cerimonialmente o caixão de D. Isabel, a fim de verificarem a identidade do régio cadáver, a sua decomposição ia já avançada, destruindo a formosura da mais bela mulher daquele tempo, segundo rezavam os literatos de então. Segundo a lenda, perante a hedionda visão do seu cadáver descomposto o ainda Duque de Gândia, casado com a portuguesa D. Leonor de Castro, uma das suas damas, e que tanto e tão longamente amara a linda imperatriz à distância, jurou nunca mais servir a senhor humano algum, virando-se unicamente para o serviço divino; e ao enviuvar de D. Leonor, alguns anos depois, optará pela vida religiosa ingressando na Companhia de Jesus. O novo padre Francisco de Borja foi o terceiro Geral da Companhia, sendo depois canonizado como São Francisco de Borja. No entanto, sabemos agora que a famosa frase depois atribuída ao duque, e que deu o mote ao célebre poema de Sophia de Mello Breyner intitulado "Meditação do Duque de Gândia sobre a morte de Isabel de Portugal", sobre a sua alegada decisão de nunca mais servir a senhor mortal algum, foi sim pronunciada por São João de Ávila na oração fúnebre da imperatriz que proferiu durante as suas exéquias. É ainda no entanto possível que S. João de Ávila tenha utilizado nas exéquias imperiais a frase do humilde S. Francisco de Borja ao ser obrigado a contemplar decomposta a mulher que amara, e que a tradição oral o soubesse, ao atribuir a autoria desta a ele e não a S. João de Ávila.
 

Brasão da Imperatriz Isabel de Portugal
 




A conversão do duque de Gândía, por José Moreno Carbonero (1884), Museu do Prado
   
  
Meditação do Duque de Gândia sobre a morte de Isabel de Portugal
  
  
Nunca mais
A tua face será pura limpa e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.

Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
Do teu ser. Em breve a podridão
Beberá os teus olhos e os teus ossos
Tomando a tua mão na sua mão.

Nunca mais amarei quem não possa viver
Sempre,
Porque eu amei como se fossem eternos
A glória, a luz e o brilho do teu ser,
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência,
És um rosto de nojo e negação
E eu fecho os olhos para não te ver.

Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
  
  
in Mar Novo (1958) - Sophia de Mello Breyner Andresen

O astrónomo Tycho Brahe morreu há 421 anos

         
Tycho Brahe (Skåne, Dinamarca, 14 de dezembro de 1546 - Praga, 24 de outubro de 1601) nascido Tyge Ottesen Brahe, foi um astrónomo dinamarquês. Teve um observatório chamado Uranienborg na ilha de Ven, no Öresund, entre a Dinamarca e a Suécia.
Tycho esteve ao serviço de Frederico II da Dinamarca e, mais tarde, do imperador Rodolfo II da Germânia, tendo sido um dos representantes mais prestigiosos da ciência nova - a ciência renascentista, que abrira uma brecha no sólido edifício construído na Idade Média, baseado na síntese da tradição bíblica e da ciência de Aristóteles. Continuando o trabalho iniciado por Copérnico, foi acolhido pelos sábios ocidentais com alguma relutância. Estudou detalhadamente as fases da lua e compilou muitos dados que serviriam, mais tarde, para Johannes Kepler descobrir uma harmonia celestial existente no movimento dos planetas, padrão esse conhecido como leis de Kepler.
A adesão de Tycho à ciência nova levou-o a abandonar a tradição ptolomaica, a fim de chegar a novas conclusões pela observação direta. Baseando-se nesta, construiu um sistema no qual, sem pretender descobrir os mistérios do cosmos, chega a uma síntese eclética entre os sistemas que poderíamos chamar de tradicionais e o de Copérnico.
Tycho foi um astrónomo observacional da era que precedeu a invenção do telescópio, e as suas observações da posição das estrelas e dos planetas alcançaram uma precisão sem paralelo para a sua época. Após a sua morte, os seus registos dos movimentos de Marte permitiram a Johannes Kepler descobrir as leis dos movimentos dos planetas, que deram suporte à teoria heliocêntrica de Copérnico. Tycho não defendia o sistema de Copérnico mas propôs um sistema em que os planetas giram à volta do Sol e este orbitava em torno da Terra.
Em 1599, por discordar do novo rei do seu país, mudou-se para Praga e construiu um novo observatório, onde trabalhou, até morrer, em 1601.
        

Ferdinand Hiller nasceu há 211 anos

      

Ele nasceu em Frankfurt am Main. O seu primeiro professor foi Aloys Schmitt e, aos 14 anos, as suas composições e talento levaram o seu pai, um homem de sucesso, a mandá-lo para Johann Nepomuk Hummel, em Weimar. Lá ele se dedicou a compor. Entre suas obras estão Entractes, de Maria Stuart, considerando que ela já conhecia Goethe.

Com Hummel, Hiller viajou extensivamente como pianista, tanto que em 1827 fez uma turnê por Viena, onde conheceu Beethoven e compôs seu primeiro Quarteto. Após uma breve visita à sua casa, Hiller foi para Paris em 1829, onde viveu até 1836. Ele voltou a Frankfurt por um período devido à morte de seu pai, mas em 8 de janeiro de 1839 estreou sua ópera La Roinilda em Milão e começou a escrever seu oratório Die Zerstörung Jerusalems.

Em seguida, foi para Leipzig, onde morava seu amigo Mendelssohn, onde em 1843-1844 dirigiu vários concertos na Gewandhaus e terminou o seu primeiro oratório. Após uma breve visita à Itália para estudar música sacra, Hiller executou duas óperas, Ein Traum e Conradin, em Dresden em 1845 e 1847, respectivamente. Ele foi, como maestro, para Düsseldorf em 1847 e Colónia em 1850, e dirigiu a Ópera Italiana em Paris, entre 1851 e 1852. Em Colónia ganhou destaque como maestro dos concertos de Gürzenich e maestro do conservatório. Em 1884 ele se aposentou e morreu no ano seguinte.

Hiller costumava visitar a Inglaterra. Ele compôs uma peça, Nala, para a abertura do Royal Albert Hall, e Damayanti foi apresentada em Birmingham. Ele deu uma série de recitais de piano de suas próprias composições no Hanover Square Rooms em 1871. Ele tinha um domínio perfeito da técnica de composição e da forma, mas suas obras são geralmente secas. Ele era um pianista e professor, e ocasionalmente um escritor brilhante em assuntos musicais. Entre suas obras, cerca de duzentas, estão seis óperas, dois oratórios, seis ou sete cantatas, muita música de câmara e um concerto para piano até então popular.
   

 


A antepenúltima Rainha de Espanha, bisavó do Rei atual, nasceu há 135 anos

  
Vitória Eugénia Júlia Ena de Battenberg (24 de outubro de 1887 - 15 de abril de 1969) foi a rainha consorte de Afonso XIII da Espanha.

Nascida no Castelo de Balmoral, na Escócia, Vitória Eugénia era a única filha do príncipe Henrique de Battenberg e de sua esposa, a Princesa Beatriz, a última filha da rainha Vitória e do príncipe Alberto. Vitória recebeu o nome de suas avós e de sua madrinha, a imperatriz Eugénia, viúva de Napoleão III. Entre seus familiares, era conhecida como Ena.
Tinha dois irmãos mais velhos, Alexander e Leopold, e um irmão mais pequeno, Maurice.
A princesa Ena cresceu na corte da rainha Vitória, passando sua infância no Castelo de Windsor, Castelo de Balmoral e Osborne House, na Ilha de Wight. O seu pai, depois de contrair malária em Prahsu, no Gana, morreu em 1896, quando Vitória Eugénia tinha apenas oito anos de idade. Após a morte da rainha, em 1901, a família Battenberg estabeleceu residência no Palácio de Kensington, em Londres.
Em 1905, a princesa assistiu a uma festa organizada por seu tio, o rei Eduardo VII, dada em honra de Afonso XIII da Espanha. O monarca espanhol cortejou a jovem princesa, apesar da oposição materna a um possível matrimónio.
A rainha Maria Cristina, mãe de Afonso XIII, não era partidária da união entre o seu filho e Vitória Eugénia, por causa das origens do ramo Battenberg. Além disso, a princesa ostentava unicamente o tratamento de Alteza Sereníssima, o qual era considerado inferior por Maria Cristina.
  
Descendência
A tendência hemofílica desta família provém da Rainha Vitória, que já tinha o gene e que o espalhou, através dos seus filhos, pela maioria das casas reais europeias. Como Beatriz, a mãe de Vitória Eugénia, era filha da Rainha Vitória, alguns dos seus filhos e netos nasceram hemofílicos.
   
  
in Wikipédia

William James Herschel, o fundador da datiloscopia, morreu há 105 anos

   
Sir William James Herschel, 2° Baronete de Herschel (Slough, 9 de janeiro de 1833 - 24 de outubro de 1917) foi um funcionário público do governo da Índia Britânica. É reconhecido como o primeiro europeu a perceber a aplicação prática das impressões digitais, contribuindo assim para a implantação definitiva da datiloscopia.

William Herschel nasceu na Inglaterra, numa família bem conhecida de cientistas e artistas musicais. O seu avô, Sir William Herschel, foi um dos mais influentes astrónomos de todos os tempos. A sua tia-avó, Caroline Lucretia Herschel, também se destacou pelo seu trabalho relacionado com a astronomia, além de ser conhecida como cantora. O seu pai, John Frederick William Herschel, foi também um conhecido matemático e astrónomo. Um dos seus onze irmãos, Alexander Stewart Herschel, também se destacou como astrónomo.
   
   
William Herschel tornou-se conhecido por ser o primeiro europeu de que se tem registo que recolheu impressões digitais para a identificação de pessoas, especialmente com o objetivo de autenticar contratos e documentos legais. Visto que havia tido problemas no cumprimento de contratos efetuados anteriormente, em 28 de julho de 1858, William Herschel exigiu que Rajyadhar Konai, um homem de negócios nativo de Hooghly, Jungipoor, Bengala Ocidental, colocasse a inteira impressão da sua mão no verso do contrato. A ideia inicial era somente causar impacto no negociante. Isto acabou por resultar, uma vez que o contrato foi cumprido. Diante do resultado positivo, Herschel fez disso um hábito, requerendo a impressão da palma da mão e posteriormente apenas a impressão do dedo médio em todos os contratos daquela data em diante. Com o uso continuado desta prática, a coleção de impressões digitais foi crescendo e Herschel começou a notar que, comparando as impressões, podia realmente provar ou contestar a identidade das pessoas. Apesar das suas experiências serem limitadas, Herschel estava convencido, corretamente, que não existiam duas impressões iguais e que estas se manteriam inalteradas com o passar dos anos, o que o inspirou a ampliar o uso.
Em 1877, ao serviço dos Serviços Administrativos Ingleses, na Índia, recorreu extensamente ao uso de impressões digitais para se assegurar de que os pensionistas do Exército Britânico em Hooghly, não recebiam as suas pensões mais do que uma vez. Na altura dos pagamentos obrigou os homens a "assinarem" os recibos do dinheiro deixando as suas impressões digitais nos documentos. Também, o método passou a ser aplicado na prisão local para impedir que os condenados pagassem a substitutos para cumprirem as suas penas.
A técnica de Herschel foi mais tarde aperfeiçoada pelo cientista Sir Francis Galton e pelo polícia Edward Henry para a deteção e identificação de criminosos.
      
      

Charles Lecocq morreu há cento e quatro anos

       
Nascido numa família pobre, sofreu de uma enfermidade que o obrigou a usar muletas em toda a vida. Estudou no Conservatório de Paris, ao mesmo tempo que Georges Bizet. Começa a compor operetas graças a um concurso organizado, em 1856, por Offenbach, onde divide o primeiro prémio com Bizet. Isso determinará a sua carreira, sendo este o seu principal nicho de composições.
Obteve o seu grande sucesso em 1872 com La Fille de Madame Angot (A Filha da Senhora Angot) que é considerada, hoje em dia, como umas das melhoras obras que representam o seu reportório lírico.
  

 


Antonie van Leeuwenhoek nasceu há 390 anos

   
Antonie van Leeuwenhoek (Delft, 24 de outubro de 1632 - Delft, 26 de agosto de 1723) foi um comerciante de tecidos, cientista e construtor de microscópios neerlandês.
Antonie van Leeuwenhoek é conhecido pelas suas contribuições para o melhoramento do microscópio, além de ter contribuído com as suas observações para a biologia celular (descreveu a estrutura celular dos vegetais, chamando as células de "glóbulos"). Utilizando um microscópio feito por si mesmo (possuía a maior coleção de lentes do mundo, cerca de 250 microscópios), foi o primeiro a observar e descrever fibras musculares, bactérias, protozoários e o fluxo de sangue nos capilares sanguíneos de peixes.
O microscópio utilizado por Leeuwenhoek para as suas descobertas era constituído por uma lente biconvexa que tinha a capacidade de aumentar a imagem cerca de 200 vezes.
A ele é atribuída a descoberta dos microorganismos.
   

Alessandro Scarlatti morreu há 297 anos

     
Alessandro Scarlatti (Palermo, 2 de maio de 1660 - Nápoles, 24 de outubro de 1725), cujo nome verdadeiro era Pietro Alessandro Gaspari, foi um compositor italiano de grande importância para a música lírica do período barroco. O seu trabalho foi fundamental para o desenvolvimento da ópera séria e da ópera buffa (ópera cómica) do seu tempo. Ele é considerado o pai da escola napolitana de ópera, a qual contou, mais tarde, com membros como Leonardo Leo, Leonardo Vinci, Giovanni Pergolesi e Johann Adolfo Hasse, entre outros.
      

 


O último voo comercial de um Concorde foi há dezanove anos...

     
O Concorde era um avião comercial supersónico de passageiros, construído pelo consórcio formado pela britânica British Aircraft Corporation (BAC) e a francesa Aérospatiale. Foi operado apenas pelas companhias British Airways e Air France. A sua velocidade de cruzeiro era de Mach 2,04 (entre 2.346 e 2.652 km/h), e um teto operacional de 17.700 metros de altura (aproximadamente 58.070 pés). Os voos comerciais começaram a 21 de janeiro de 1976 e terminaram a 24 de outubro de 2003.
   
(...)
  
Em 21 de janeiro de 1976 o Concorde iniciou voos comerciais, ligando Paris ao Rio de Janeiro, com uma escala em Dakar. Voar no Concorde era uma experiência única. Tendo uma velocidade de cruzeiro em torno de 2,5 vezes a de qualquer aeronave de passageiros - 1.150 nós contra 450 nós, sendo 1.292 nós o recorde, em 19 de Dezembro de 1985 - ele foi capaz de um feito memorável: um Concorde e um Boeing 747 da Air France descolaram ao mesmo tempo, o Concorde de Boston e o Boeing 747 de Paris. O Concorde chegou a Paris, ficou uma hora no solo e retornou a Boston, pousando 11 minutos antes do Boeing 747.
Turbulência era uma coisa que raramente o Concorde enfrentava, devido à sua grande altitude de voo. Olhando pela janela podia-se ver claramente a curvatura do globo terrestre. O avião era mais rápida que a velocidade de rotação da Terra, e isso se fazia notar quando ele descolava após o pôr do sol de Londres e chegava a Nova Iorque ainda de dia. Porém, por se tratar de um avião supersónico, o Concorde emitia muito ruído e poluição, e assim, durante muito tempo, restrições ambientais impediram a sua operação nos Estados Unidos
O serviço de passageiros no Concorde permaneceu sem acidentes por cerca de vinte e quatro anos, atendendo regularmente, além de Nova Iorque e Washington, as cidades de Miami, Bridgetown (Barbados), Caracas, Ilha de Santa Maria, Dakar, Bahrain, Singapura, Cidade do México e Rio de Janeiro. Ao longo destes anos, o avião rodou o mundo nas duas direções, visitando todos os continentes, exceto a Antártica. Porém, a 25 de julho de 2000, uma das unidades da Air France (Voo Air France 4590) teve um acidente fatal, causado por uma peça de um DC-10 da Continental Airlines, que se soltara na pista minutos antes, o que causou a paralisação de toda a frota francesa e britânica. Este acidente foi o começo do fim para os voos comerciais do Concorde.
   

Ramalho Ortigão nasceu há 186 anos

   
José Duarte Ramalho Ortigão (Porto, 24 de outubro de 1836 - Lisboa, 27 de setembro de 1915) foi um escritor português.
  
Ramalho Ortigão nasceu no Porto, na Casa de Germalde, freguesia de Santo Ildefonso. Era o mais velho de nove irmãos, filhos do primeiro-tenente de artilharia Joaquim da Costa Ramalho Ortigão e de D. Antónia Alves Duarte Silva Ramalho Ortigão.
Viveu a sua infância numa quinta do Porto com a avó materna, com a educação a cargo de um tio-avô e padrinho Frei José do Sacramento. Em Coimbra, frequentou brevemente o curso de Direito, começando a trabalhar como professor de francês no colégio da Lapa, no Porto, de que seu pai era director, e onde ensinou, entre outros, Eça de Queirós e Ricardo Jorge. Por essa altura, iniciou-se no jornalismo colaborando no Jornal do Porto.
Em 24 de Outubro de 1859 casou com D. Emília Isaura Vilaça de Araújo Vieira, de quem veio a ter três filhos: Vasco, Berta e Maria Feliciana.
Ainda no Porto, envolveu-se na Questão Coimbrã com o folheto "Literatura de hoje", acabando por enfrentar Antero de Quental num duelo de espadas, a quem apodou de cobarde por ter insultado o velho António Feliciano de Castilho. Ramalho ficou fisicamente ferido no duelo travado, em 6 de fevereiro de 1866, no Jardim de Arca d'Água.
No ano seguinte, em 1867, visita a Exposição Universal em Paris, de que resulta o livro Em Paris, primeiro de uma série de livros de viagens. Insatisfeito com a sua situação no Porto, muda-se para Lisboa com a família, agarrando uma vaga para oficial da Academia das Ciências de Lisboa.
Reencontra em Lisboa o seu ex-aluno Eça de Queirós e com ele escreve um "romance execrável" (classificação dos autores no prefácio de 1884): O mistério da estrada de Sintra (1870). No mesmo ano, Ramalho Ortigão publica ainda Histórias cor-de-rosa e inicia a publicação de Correio de Hoje (1870-71). Em parceria com Eça de Queirós, surgem em 1871 os primeiros folhetos de As Farpas, de que vem a resultar a compilação em dois volumes sob o título Uma Campanha Alegre. Em finais de 1872, o seu amigo Eça de Queirós parte para Havana exercer o seu primeiro cargo consular no estrangeiro, continuando Ramalho Ortigão a redigir sozinho As Farpas.
Entretanto, Ramalho Ortigão tornara-se uma das principais figuras da chamada Geração de 70. Vai acontecer com ele o que aconteceu com quase todos os membros dessa geração. Numa primeira fase, pretendiam aproximar Portugal das sociedades modernas europeias, cosmopolitas e anticlericais. Desiludidos com as Luzes europeias do progresso material, porém, numa segunda fase voltaram-se para as raízes de Portugal e para o programa de um "reaportuguesamento de Portugal". É dessa segunda fase a constituição do grupo "Os Vencidos da Vida", do qual fizeram parte, além de Ramalho Ortigão, o Conde de Sabugosa, o Conde de Ficalho, Marquês de Soveral, Conde de Arnoso, Antero de Quental, Oliveira Martins, Guerra Junqueiro, Carlos Lobo de Ávila, Carlos de Lima Mayer e António Cândido. À intelectualidade proeminente da época juntava-se agora a nobreza, num último esforço para restaurar o prestígio da Monarquia, tendo o Rei D. Carlos I sido significativamente eleito por unanimidade "confrade suplente do grupo".
Na sequência do assassínio do Rei, em 1908, escreve D. Carlos o Martirizado. Com a implantação da República, em 1910, pede imediatamente a Teófilo Braga a demissão do cargo de bibliotecário da Real Biblioteca da Ajuda, escrevendo-lhe que se recusava a aderir à República "engrossando assim o abjecto número de percevejos que de um buraco estou vendo nojosamente cobrir o leito da governação". Saiu em seguida para um exílio voluntário em Paris, onde vai começar a escrever as Últimas Farpas (1911-1914) contra o regime republicano. O conjunto de As Farpas, mais tarde reunidas em quinze volumes, a que há que acrescentar os dois volumes das Farpas Esquecidas, e o referido volume das Últimas Farpas, foi a obra que mais o notabilizou por estar escrita num português muito rico, com intuitos pedagógicos, sempre muito crítico e revelando fina capacidade de observação. Eça de Queirós escreveu que Ramalho Ortigão, em As Farpas, "estudou e pintou o seu país na alma e no corpo".
Regressa a Portugal em 1912 e, em 1914 dirige a célebre Carta de um velho a um novo, a João do Amaral, onde saúda o lançamento do movimento de ideias políticas denominado Integralismo Lusitano:
"A orientação mental da mocidade contemporânea comparada à orientação dos rapazes do meu tempo estabelece entre as nossas respetivas cerebrações uma diferença de nível que desloca o eixo do respeito na sociedade em que vivemos obrigando a elite dos velhos a inclinar-se rendidamente à elite dos novos".
Vítima de um cancro, recolheu-se na casa de saúde do Dr. Henrique de Barros, na então Praça do Rio de Janeiro, em Lisboa, vindo a falecer em 27 de setembro de 1915, na sua casa da Calçada dos Caetanos, freguesia da Lapa.
Foi Comendador da Ordem de Cristo e Comendador da Ordem da Rosa, no Brasil. Além de bibliotecário na Real Biblioteca da Ajuda, foi Secretário e Oficial da Academia Nacional de Ciências, Vogal do Conselho dos Monumentos Nacionais, Membro da Sociedade Portuguesa de Geografia, da Academia das Belas-Artes de Lisboa, do Grémio Literário, do Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro, e da Sociedade de Concertos Clássicos do Rio de Janeiro. Em Espanha, foi Grã-Cruz da Ordem de Isabel a Católica, membro da Academia de História de Madrid, da Sociedade Geográfica de Madrid, da Real Academia de Bellas Artes de San Fernando, da Unión Iberoamericana e da Real Academia Sevillana de Buenas Letras.


NOTA: um grande português e um grande escritor, um homem digno e de palavra, com ideais e que sobrepunha os seus ideais ao seu bolso. Para entenderem o que eu digo, aqui fica citada, na íntegra, a carta de demissão do cargo de bibliotecário da Real Biblioteca da Ajuda, dirigida ao Presidente da República:

Quinta de S. José, em Linda-a Pastora, 16 de outubro de 1910


Meu caro Teófilo Braga:




O carácter inalteràvelmente afectuoso das nossas relações, através de uma íntima convivência de mais de quarenta anos, me anima a dirigir esta carta ao chefe do actual governo da Nação. Sabe muito bem V., conhecendo a minha orientação mental, que, indiferente às formas de governo, nada em política me é mais profundamente antipático do que o votismo e o parlamentarismo, que eu considero os mais destrutivos agentes da capacidade administrativa em democracias insuficientemente educadas para a liberdade. O governo a que V. preside provém da intervenção fortuita de uma élite que distribuiu o exercício das funções pela especialização das capacidades. Esta génese torna para mim particularmente interessante e atraente o seu governo. Não vá porém julgar, meu caro Teófilo, que por meio desta sincera confissão eu venho formular a minha adesão à República, engrossando assim o abjecto número de percevejos que de um buraco estou vendo nojosamente cobrir o leito da governação. Não; pela minha parte eu não presto esse tributo à República. Nunca também o prestei aos políticos monárquicos, de cujos partidos nunca fiz parte, a cujo funcionalismo nunca pertenci, aos quais nunca absolutamente pedinchei o que quer que fosse.


Sabe V. que o meu tão modesto lugar na Academia foi Tomás de Carvalho quem numa noite, no Grémio, há 42 anos, mo ofereceu, indo eu três dias depois ocupá-lo sem nenhuma outra espécie de intrometimento da minha parte. AS minhas relações com a família real datam da minha entrada na Academia. Latino Coelho, secretário, não querendo pessoalmente levar à assinatura do Rei D. Fernando e mais tarde do Rei D. Luís os diplomas académicos, delegou em mim, chefe da secretaria, esse serviço, e assim tiveram princípios os contactos de recíproco afecto que certamente determinaram o Rei D. Carlos a nomear-me seu bibliotecário. Seria monstruoso que a essa família, à qual na prosperidade eu devi as mais expressivas demonstrações de estima, eu regateasse na desgraça o preito da minha mais saudosa e mais profunda gratidão.


Pode pois V., Teófilo, continuar a olhar direito para mim, porque eu continuo orgulhosamente a ser tão coerente com os meus princípios como V. o tem sido sempre com os seus. O fim desta minha carta é simplesmente felicitá-lo primeiro que tudo, e dar-lhe em seguida daquilo que me diz respeito algumas notícias e informações que — julgo eu — o interessarão talvez.


Domingo passado — faz hoje oito dias — encontrando-me eu e a minha mulher nesta quinta de uma das minhas filhas, a força pública invadiu a nossa casa, que V. conhece, nos Caetanos. As nossas vizinhas de prédio, vendo sentinelas na escada e dizendo-lhe os agentes da autoridade que iam arrombar a minha porta, deram-lhes a chave de que eram depositárias, o que obstou ao arrombamento. Depois de rebuscados todos os apartamentos e telhados do meu domicílio esses senhores fizeram-me o favor de constatar que eu nem tinha padres escondidos nem munições de guerra depositadas entre os móveis, livros e objectos de arte que no meu lar representam a economia de 50 anos da mais correcta existência e do mais imaculado trabalho. Parece que essa busca tivera por causa a denúncia de que de cima do meu telhado se haviam disparado tiros sobre as tropas da República! Note, meu querido Teófilo, que eu nem peço explicações da caluniosa delação de que fui objecto nem requeiro satisfação do agravo que se me fez. Desejo apenas informá-lo deste episódio familiar.


Passarei agora a um ponto de mais importância. Refiro-me à Biblioteca de que fui director no Paço da Ajuda. É claro que, bibliotecário do Rei, pelo seu bolso remunerado como o haviam sido os meus antecessores Alexandre Herculano e Magalhães Coutinho, eu nenhum compromisso tenho com o governo, qualquer que ele seja, sendo à administração da Fazenda da Casa Real que legalmente cabe intervir na negociação das bibliotecas encorporadas nos bens da Coroa. Eu nem sequer tenho a quem entregar a demissão do meu cargo, o qual de facto cessou de existir desde que não há Rei.


A consideração que todavia me merecem os interesses da civilização e o enternecido amor de velho que me prendia ao tesouro de que fui guarda levam-me a prestar-lhe a V., chefe do governo vigente, toda a informação que possa esclarecê-lo acerca da história, do estado e do destino daquela livraria. Ao ministro do Interior foram já entregues pelos meus empregados as chaves da casa. Em meu poder ficou a chave de meu uso assim como das gavetas da minha secretária, que entregarei a quem me for indicado mediante as formalidades que se considerem oportunas. Regressei da Suiça, onde passei mês e meio de férias, no dia 2 do corrente mês; no dia 3 fui convidado a almoçar em Belém com o presidente eleito da República do Brasil; a seguir rebentou a revolução, interceptando-me a entrada na Ajuda. De modo que nunca mais ali voltei depois do meu regresso. A colecção da Ajuda acha-se porém ordenada de maneira que dispensa preparos de exposição para qualquer efeito que seja. Todas as estantes, todas as prateleiras e todos os volumes estão integralmente etiquetados. Há em cada estante, na divisória mais ao alcance da mão, ao lado direito, um cartão in-fólio, de debrum verde, contendo a relação numérica dos livros dispostos em cada estante. O catálogo, quase completo, e todo ele feito sob a minha direcção, distingue os livros que pertencem à Coroa e os que são propriedade individual do Rei por virem das livrarias particulares dos Reis D. Luís e D. Pedro V e haverem sido adquiridos pelo Rei D. Carlos por meio de tornas aos co-herdeiros por ocasião do inventário feito por morte de D. Luís.


O catálogo dos manuscritos não está ainda completamente redigido, mas todos eles se encontram inventariados, correspondendo a cada peça um correlativo verbete. O inventário, assaz desenvolvido, dos incunábulos acha-se igualmente redigido e em via de impressão na tipografia da Academia. Está igualmente impresso (à minha custa) o catálogo dos manuscritos que figuraram na Exposição da Guerra Peninsular. Nos quartos de El- Rei D Manuel deve achar-se uma cópia da correspondência de Junot feita em grande parte por minha própria mão. A aplicação da modesta receita da Biblioteca — 10$00 rs. mensais — consta de um livro de caixa, encontrando-se numa das gavetas de que tenho a chave o saldo do último balanço feito no mês de agosto passado, e na mão do oficial Jordão de Freitas a importância e o saldo das duas últimas mensalidades recebidas, agosto e setembro. Situada em lugar tão distante dos centros de estudo, parece naturalmente destinada esta biblioteca a vir a ser encorporada, como de fundo especial, na Biblioteca Nacional, enquanto se não proceda à indispensável e urgente reforma das bibliotecas e dos arquivos da Nação, com especialização dos depósitos e sistematização geral por um regime comum de catalogação e de compras. Como quer porém que seja permita-me, caro amigo, que muito vivamente eu recomende à sua protecção os meus empregados. Jordão é seu conhecido. O praticante Guilherme de Almeida é mais do que simples praticante, é um excelente amanuense. O contínuo Ferreira tem preciosas habilitações para empregado de qualquer grande livraria: é cumulativamente um tanto tipógrafo um tanto encadernador e um tanto desenhador e calígrafo. A reprodução linear das filigranas do papel dos nossos manuscritos, que o incumbi de fazer, é de grande valor, está executada com muito esmero e constitui uma colecção única na bibliografia portuguesa. Encarecidamente Ihe rogo que patrocine o destino destes meus antigos colaboradores, todos eles com família e sem outros recursos além dos provenientes do seu emprego na Biblioteca Real. Pela parte que pessoalmente me toca nada solicito e nada aceitaria se alguma coisa me oferecesse. Emigro sem armas e quase que sem bagagens para o interior da minha velhice, sendo minha única ambição acabar recolhidamente no meu canto sem empachar o caminho nem estorvar ninguém. Afectuoso abraço do seu velho camarada e amigo,
  
Ramalho Ortigão

Rosa Parks morreu há dezassete anos...

Rosa Parks em 1955, com Martin Luther King, Jr. ao fundo
     
Rosa Louise McCauley, mais conhecida por Rosa Parks (Tuskegee, 4 de fevereiro de 1913 - Detroit, 24 de outubro de 2005), foi uma costureira negra norte-americana, símbolo do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. Ficou famosa, em 1 de dezembro de 1955, por ter-se recusado frontalmente a ceder o seu lugar no autocarro a um branco, tornando-se a desencadeadora do movimento que foi denominado Boicote aos Autocarros de Montgomery e posteriormente viria a marcar o início da luta antissegregacionista.
   
O Autocarro de Montgomery em que Rosa Parks se negou a ceder o seu lugar a uma pessoa branca
    
Nascida em Tuskegee, no estado do Alabama, no Sul dos EUA, Rosa era filha de James e Leona McCauley, e cresceu numa quinta. Devido a problemas de saúde na família, foi obrigada a interromper os seus estudos e começou a trabalhar como costureira.
Em 1932 casou-se com Raymond Parks, membro da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP), uma organização que luta pelos direitos civis dos negros, na qual Rosa se tornou militante.
Foi através dessa atitude que o então jovem pastor negro Martin Luther King, Jr., concordando com a atitude de Rosa Parks, incentivava em seus sermões os negros fiéis a fazerem o mesmo.
Este movimento teve grande repercussão na década de 50 nos Estados Unidos, pois o honroso pastor pregava pelos direitos civis do negros americanos através da teoria "say at less… I'm black, I'm proud", que mudou completamente a história dos Direitos Civis para os negros americanos e influenciou gerações de negros no mundo inteiro. A atitude solitária de Rosa Parks, ao ser acolhida por Martin Luther King, Jr., nunca mais foi uma atitude solitária. Depois de se aposentar, escreveu a sua auto-biografia. Os anos finais de sua vida foram marcados pela doença de Alzheimer, e no ano de 2005 morre, de causas naturais.
    
Medalha de ouro do Congresso, com a inscrição "Mãe do Movimento dos Direitos Civis dos dias atuais"
          
Medalhas e condecorações
        

Ziraldo faz hoje noventa anos...!

  
Ziraldo Alves Pinto (Caratinga, 24 de outubro de 1932) é um cartunista, pintor, dramaturgo, caricaturista, escritor, cronista, desenhista, humorista, colunista e jornalista brasileiro. É o criador de personagens famosos, como o Menino Maluquinho, e é, atualmente, um dos mais conhecidos e aclamados escritores infantis do Brasil. Ziraldo é pai da cineasta Daniela Thomas e do compositor Antonio Pinto
Ziraldo Alves Pinto passou toda a infância em Caratinga. É irmão do também desenhista, cartunista, jornalista e escritor Zélio Alves Pinto e também de Ziralzi Alves Pinto. Estudou dois anos no Rio de Janeiro e voltou a Caratinga, tendo concluído o módulo científico (atual ensino médio). Formou-se em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1957. O seu talento no desenho já se manifestava desde essa época, tendo publicado um desenho no jornal Folha de Minas com apenas 6 anos de idade. Ziraldo começou a falar com 3 a 4 anos.
 
 
Carreira

Começou a trabalhar no jornal Folha da Manhã (atual Folha de S.Paulo), em 1954, com uma coluna dedicada ao humor. Ganhou notoriedade nacional ao se estabelecer na revista O Cruzeiro em 1957 e posteriormente no Jornal do Brasil, em 1963. Os seus personagens (entre eles Jeremias, o Bom; a Supermãe e o Mirinho) conquistaram os leitores.

Em 1960 lançou a primeira revista em quadradinhos brasileira feita por um só autor, Turma do Pererê, que também foi a primeira história em quadradinhos a cores totalmente produzida no Brasil. Embora tenha alcançado uma das maiores tiragens da época, Turma do Pererê foi cancelada em 1964, logo após o início do regime militar no Brasil. Nos anos 70, a Editora Abril relançou a revista, desta vez, porém, sem o sucesso inicial. A revista da Turma do Pererê, teve outras passagens pelas bancas, numa edição encadernada pela Editora Primor no ano de 1986 e em formato de almanaque pela Editora Abril na década de 90.

Em 1960 recebeu o "Nobel" Internacional de Humor no 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e também o prémio Merghantealler, principal prémio da imprensa livre da América Latina.

Foi fundador e posteriormente diretor do periódico O Pasquim, tabloide de oposição ao regime militar, uma das prováveis razões de sua prisão, ocorrida um dia após a promulgação do AI-5.

Em 1980, lançou o livro "O Menino Maluquinho", o seu maior sucesso editorial, o qual foi mais tarde adaptado na televisão e no cinema. Para televisão, foi adaptado em 2006 pela TV Brasil, chamada Um Menino muito Maluquinho, que durou uma temporada com vinte e seis episódios sob a direção de Anna Muylaert e Cao Hamburger. No cinema, foi adaptado três vezes, a primeira em Menino Maluquinho - O Filme em 1995 e uma sequência em 1998 dirigida por Fernando Meirelles, Menino Maluquinho 2 - A Aventura. A adaptação mais recente da série é Uma Professora Muito Maluquinha de 2010, estrelado por Paolla Oliveira.

Incansável, Ziraldo ainda hoje colabora em diversas publicações, e está sempre envolvido em novas iniciativas. Uma das mais recentes foi a "Revista Bundas", uma publicação de humor sobre o quotidiano que faz uma brincadeira com a revista "Caras", esta, voltada para o dia a dia de festas e ostentação da elite brasileira. Ziraldo foi também o fundador da revista "A Palavra" em 1999.

Ilustrações de Ziraldo já figuraram em publicações internacionais como as revistas "Private Eye" da Inglaterra, "Plexus" da França e "Mad", dos Estados Unidos.

Desde o ano de 2000 participa da "Oficina do Texto", maior iniciativa de coautoria de livros do Mundo, Criada por Samuel Ferrari Lago então diretor do Portal Educacional, onde já ilustrou histórias que ganharam textos de alunos de escolas do Brasil todo, totalizando aproximadamente um milhão de diferentes obras editadas em coautoria com igual número de crianças.

No dia 3 de outubro de 2016 recebeu a Medalha de Honra da Universidade Federal de Minas Gerais em cerimónia presidia pelo reitor Jaime Arturo Ramírez no auditório da reitoria da universidade.