quinta-feira, janeiro 02, 2020

Isaac Asimov nasceu, provavelmente, há cem anos!

   
Isaac Asimov (Petrovichi, circa 2 de janeiro de 1920 - Nova Iorque, 6 de abril de 1992), foi um escritor e bioquímico americano, nascido na Rússia, autor de obras de ficção científica e divulgação científica.
Asimov é considerado um dos mestres da Ficção Científica e, junto com Robert A. Heinlein e Arthur C. Clarke, foi considerado um dos "três grandes" da ficção científica. A obra mais famosa de Asimov é a série da Fundação, também conhecida como Trilogia da Fundação, que faz parte da série do Império Galáctico e que logo combinou com sua outra grande série dos Robots. Também escreveu obras de mistério e fantasia, assim como uma grande quantidade de não-ficção. No total, escreveu ou editou mais de 500 volumes, aproximadamente 90.000 cartas ou postais, e tem obras em cada categoria importante do sistema de classificação bibliográfica de Dewey, exceto em filosofia.
A maioria de seus livros mais populares sobre ciência, explicam conceitos científicos  de uma forma histórica, voltando no tempo o mais longe possível, quando a ciência em questão estava nos primeiros estágios. Ele providencia, muitas vezes, datas de nascimento e falecimento dos cientistas que menciona, também etimologias e guias de pronunciação para termos técnicos. Alguns exemplos incluem, "Guide to Science", os três volumes de "Understanding Physics" e a "Chronology of Science and Discovery", e trabalhos sobre Astronomia, Matemática, a Bíblia, textos sobre William Shakespeare e Química.
Asimov foi membro e vice-presidente por muito tempo da Mensa, ainda que faltasse frequentemente: ele os descrevia como "intelectualmente combalidos". Exercia, com mais frequência e assiduidade, a presidência da American Humanist Association (Associação Humanista Americana).
Em 1981, um asteroide recebeu o seu nome em sua homenagem, o 5020 Asimov. O robô humanóide "ASIMO" da Honda, também pode ser considerada uma homenagem indireta a Asimov, pois o nome do robô significa, em inglês, Advanced Step in Innovative Mobility, além de também significar, em japonês, "também com pernas" (ashi mo), em um trocadilho linguístico em relação à propriedade inovadora de movimentação deste robô.
   
Biografia
Isaac Asimov nasceu em Petrovichi, no Oblast de Smolensk, República Soviética Russa (hoje província de Mahilou, Bielorrússia), filho de Anna Rachel Berman Asimov e Judah Asimov, um moleiro de uma família de judeus. Em virtude das diferenças entre o calendário hebraico e o calendário juliano (à época ainda em uso na região pela Igreja Ortodoxa), bem como pela falta de registos, a sua data de nascimento não pode ser precisada, situando-se entre 4 de outubro de 1919 e 2 de janeiro de 1920, sendo esta última considerada como a correta por Asimov, que sempre celebrou o seu aniversário a 2 de janeiro. A família deve o seu nome a uma palavra da língua russa que significa um cereal de inverno, que o seu bisavô negociava, ao qual o sufixo paterno foi adicionado. A família emigrou para os Estados Unidos quando ele tinha só três anos de idade. Como os seus pais falavam sempre iídiche e inglês com ele, ele nunca aprendeu russo. Enquanto crescia em Brooklyn, Nova Iorque, Asimov aprendeu a ler, por si próprio, quando tinha cinco anos e permaneceu fluente em iídiche, bem como em inglês. Os seus pais tinham uma loja de doces, e toda a gente da família tinha de lá trabalhar. Revistas baratas de papel de fraca qualidade, chamadas pulp, sobre ficção científica eram vendidas em lojas, e ele começou a lê-las. Por volta dos onze anos, começou a escrever histórias próprias e, por volta dos dezanove anos, tendo-se tornado fã de ficção científica, começou a vender as suas histórias a revistas. John W. Campbell, o editor de Astounding Science Fiction,, a quem ele vendeu as suas primeiras histórias, foi uma forte influência formativa e tornou-se um amigo seu.
Asimov foi aluno das New York City Public Schools (escolas públicas de Nova Iorque), inclusive a Boys' High School, de Brooklyn. A partir daí, ele foi para a Universidade de Columbia, onde se graduou em 1939, depois tirando um Ph.D. em bioquímica, em 1948. Entretanto, passou três anos, durante a Segunda Guerra Mundial, a trabalhar como civil na Naval Air Experimental Station, do porto da Marinha em Filadélfia. Quando a guerra acabou foi destacado para o Exército Americano, tendo só servido nove meses antes de ser honrosamente dispensado. Durante a sua breve carreira militar ascendeu ao posto de cabo, baseado na sua habilidade para escrever à máquina, e escapou por pouco à participação nos testes da bomba atómica em 1946, no atol de Bikini.
Depois de completar o seu doutoramento, Asimov entrou para a Faculdade de Medicina da Universidade de Boston, à qual permaneceu associado a partir daí. Depois de 1958, isto foi sem ensinar, já que se virou para a escrita em tempo integral (os seus rendimentos da escrita já excediam os do salário académico). Pertencer ao quadro permanente significou que ele manteve o título de professor associado e, em 1979, a universidade honrou a sua escrita promovendo-o a professor catedrático de bioquímica. Os arquivos pessoais de Asimov, a partir de 1965, estão arquivados na Mugar Memorial Library da universidade, doados por ele a pedido do curador, Howard Gottlieb. A colecção preenche 464 caixas em 71 metros de prateleira.
Asimov casou-se com Gertrude Blugerman (Canadá, 1917 - Boston, 1990), em 26 de julho de 1942. Tiveram duas crianças, David (nascido em 1951) e Robyn Joan (nascida em 1955). Depois da separação, em 1970, ele e Gertrude divorciaram-se em 1973, e Asimov casou-se com Janet Jeppson mais tarde, no mesmo ano.
Asimov e a segunda esposa

Asimov era um claustrofilo; gostava de espaços pequenos fechados. No primeiro volume da sua autobiografia, ele conta um desejo infantil de possuir uma banca de jornais numa estação de metrô de Nova Iorque, dentro da qual ele se fecharia e escutaria o ruído dos carros enquanto lia.
Asimov tinha medo de voar, só o tendo feito duas vezes na vida inteira (uma vez, durante seu trabalho na Naval Air Experimental Station, e outra, na volta para casa da base militar de Oahu, em 1946). Raramente viajava grandes distâncias, em parte por causa de sua aversão a voar, adicionada às dificuldades logísticas de viajar longas distâncias. Esta fobia influenciou várias das suas obras de ficção, como as histórias de mistério de Wendell Urth e as novelas sobre robôs de Elijah Baley. Nos seus últimos anos, ele gostava de viajar em navios de cruzeiro e, em várias ocasiões, ele fez parte do "entretenimento" no cruzeiro, dando palestras baseadas em ciência, em navios, como os RMS Queen Elizabeth 2. Asimov sabia entreter muitíssimo bem, era prolífico e procurado como discursador. Seu sentido de tempo era fantástico; ele nunca olhava para um relógio, mas invariavelmente falava precisamente o tempo combinado.
Asimov era um participante habitual em convenções de ficção científica, onde ficava amável e disponível para conversa. Ele respondia pacientemente a dezenas de milhares de perguntas e outro tipo de correio com postais, e gostava de dar autógrafos. Embora gostasse de mostrar o seu talento, raramente parecia levar-se a si próprio demasiadamente a sério.
Ele era de altura mediana, forte, com bigode e um óbvio sotaque de judeus do Brooklyn. A sua motricidade física era bastante limitada. Ele nunca aprendeu a nadar ou andar de bicicleta; no entanto, aprendeu a conduzir um carro, depois de se mudar para Boston. No seu livro de humor, Asimov Laughs Again, ele descreve a condução em Boston como "anarquia sobre rodas".
Ele demonstrou o seu amor por conduzir no seu conto de ficção científica, Sally, sobre carros-robôs. Um leitor atento reparará que ele faz uma descrição detalhada de um dos carros a que chama 'Giuseppe', de Milão - o que significa que Giuseppe era um Alfa Romeo. Asimov não especificou nenhum outro tipo de veículo em nenhuma das suas histórias, o que levou muitos fãs a considerarem que ele foi pago por aquela marca de automóvel.
Os interesses variados de Asimov incluíram, nos seus anos tardios, sua participação em organizações devotadas à opereta de Gilbert and Sullivan e em The Wolfe Pack, um grupo de seguidores dos mistérios de Nero Wolfe, escritos por Rex Stout. Ele era um membro proeminente da Baker Street Irregulars, a mais importante sociedade sobre Sherlock Holmes. De 1985 até sua morte em 1992, ele foi presidente da American Humanist Association; seu sucessor foi o amigo e congénere escritor, Kurt Vonnegut. Ele também era um amigo próximo do criador de Star Trek, Gene Roddenberry, e foram-lhe dados créditos em Star Trek: The Motion Picture, pelos conselhos que deu durante a produção.
Asimov morreu em 6 de abril de 1992 em Nova Iorque. Foi cremado e as suas cinzas foram espalhadas. Ele deixou tudo à sua segunda mulher, Janet, e às crianças do primeiro casamento. Dez anos depois da sua morte, a edição da autobiografia de Asimov, It's Been a Good Life, revelou que sua morte foi causada por SIDA; ele contraiu o vírus HIV através de uma transfusão de sangue recebida durante a operação de bypass, em dezembro de 1983. A causa específica da morte foi falha cardíaca e renal, como complicações da infecção com o vírus da SIDA.
Janet Asimov escreveu no epílogo de It's Been a Good Life que Asimov o teria querido tornar público, mas seus médicos convenceram-no a permanecer em silêncio, avisando que o preconceito Anti-SIDA estender-se-ia a seus familiares. A família de Asimov considerou divulgar sua doença antes de ele morrer, mas a controvérsia que ocorreu, quando Arthur Ashe divulgou que ele tinha SIDA, convenceu-os do contrário. Dez anos mais tarde, depois da morte dos médicos de Asimov, Janet e Robyn concordaram que a situação em relação à SIDA podia ser levada a público.
   
Asimov e a Wikipédia
No livro Escolha a Catástrofe, Asimov disserta sobre os futuros problemas que poderiam levar a humanidade à extinção e como a tecnologia poderia salvá-la. Em certa parte do livro, ele fala sobre a educação e como ela poderia funcionar no futuro.
Cquote1.svg Haverá uma tendência para centralizar informações, de modo que uma requisição de determinados itens pode usufruir dos recursos de todas as bibliotecas de uma região, ou de uma nação e, quem sabe, do mundo. Finalmente, haverá o equivalente de uma Biblioteca Computada Global, na qual todo o conhecimento da humanidade será armazenado e de onde qualquer item desse total poderá ser retirado por requisição. Cquote2.svg
Cquote1.svg …Certamente, cada vez mais pessoas seguiriam esse caminho fácil e natural de satisfazer suas curiosidades e necessidades de saber. E cada pessoa, à medida que fosse educada segundo seus próprios interesses, poderia então começar a fazer suas contribuições. Aquele que tivesse um novo pensamento ou observação de qualquer tipo sobre qualquer campo, poderia apresentá-lo, e se ele ainda não constasse na biblioteca, seria mantido à espera de confirmação e, possivelmente, acabaria sendo incorporado. Cada pessoa seria, simultaneamente, um professor e um aprendiz. Cquote2.svg
Isaac Asimov - 1979

Asimov e o Futuro
Asimov não se mostrou visionário apenas em relação à existência de uma Biblioteca Global, como visto acima. Em 1964, aceitou uma proposta do jornal The New York Times e fez uma série de previsões acerca do mundo do futuro, projetando-o como seria dali a 50 anos, isto é, em 2014.
Embora não utilizasse, à época, os termos de hoje, por seus escritos podemos notar que previu a existência dos micro-ondas nas nossas cozinhas, da fibra ótica, da internet, dos microchips, das TVs de tela plana e até de pessoas acometidas de depressão. Mas também errou, como ao prever carros voadores e centrais nucleares de fusão atómica.
  
Leis da Robótica
Apresentadas no livro Eu, Robô, as 3 Leis da Robótica foram criadas, como condição de coexistência dos robôs com os seres humanos, como prevenção de qualquer perigo que a inteligência artificial pudesse representar à humanidade. São elas:
  • 1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal;
  • 2ª Lei: Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem a Primeira Lei;
  • 3ª Lei: Um robô deve proteger a sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e Segunda Leis.
Mais tarde, no livro Os Robôs do Amanhecer, o robô Daneel viria a instituir uma quarta lei: a 'Lei Zero':
  • 'Lei Zero': Um robô não pode fazer mal à humanidade e nem, por inação, permitir que ela sofra algum mal.
   

quarta-feira, janeiro 01, 2020

Hoje é dia da recordar Lhasa... (III)



Hoje foi o Dia da Paz e da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus


1 ou 1.º de janeiro é o 1.º dia do ano no calendário gregoriano. Faltam 364 para acabar o ano (365 em anos bissextos).
Esta data é o Dia Mundial da Paz, além de Dia da Fraternidade Universal, sendo assim, um feriado internacional, adotado por quase todas as nações do planeta.
  
in Wikipédia
  
  
   
O Dia Mundial da Paz, inicialmente chamado simplesmente de Dia da Paz, é comemorado em 1 de janeiro, tendo sido criado pelo papa Paulo VI em 1967.
Em 8 de dezembro de 1967, o papa Paulo VI escreveu uma mensagem propondo a criação do Dia Mundial da Paz, a ser festejado no dia 1 de janeiro de cada ano. Mas o papa não queria que a comemoração se restringisse apenas aos católicos – para ele, a verdadeira celebração da paz só estaria completa se envolvesse todos os homens, não importando a religião. “A proposta de dedicar à paz o primeiro dia do novo ano não tem a pretensão de ser qualificada como exclusivamente nossa, religiosa ou católica. Antes, seria para desejar que ela encontrasse a adesão de todos os verdadeiros amigos da paz”, dizia, em sua mensagem. No texto, expressava seu desejo de que esta iniciativa ganhasse adesão ao redor do mundo com “caráter sincero e forte de uma humanidade consciente e liberta dos seus tristes e fatais conflitos bélicos, que quer dar à história do mundo um devir mais feliz, ordenado e civil”. Portanto, O Dia da Paz Mundial é um dia a ser celebrado pelos "verdadeiros amigos da Paz", independente de credo, etnia, posição social ou económica.
Dizia o Papa Paulo VI em sua primeira mensagem para este dia: "Dirigimo-nos a todos os homens de boa vontade, para os exortar a celebrar o Dia da Paz, em todo o mundo, no primeiro dia do ano civil, 1 de Janeiro de 1968. Desejaríamos que depois, cada ano, esta celebração se viesse a repetir, como augúrio e promessa, no início do calendário que mede e traça o caminho da vida humana no tempo que seja a Paz, com o seu justo e benéfico equilíbrio, a dominar o processar-se da história no futuro".
A proposta de dedicar à Paz o primeiro dia do novo ano não tem a pretensão de ser qualificada como exclusivamente religiosa ou católica. Antes, seria para desejar que ela encontrasse a adesão de todos os verdadeiros amigos da Paz, como se se tratasse de uma iniciativa sua própria; que ela se exprimisse livremente, por todos aqueles modos que mais estivessem a caráter e mais de acordo com a índole particular de quantos avaliam bem, como é bela e importante ao mesmo tempo, a consonância de todas as vozes do mundo, consonância na harmonia, feita da variedade da humanidade moderna, no exaltar este bem primário que é a Paz.
Completava ainda o Papa Paulo VI: "A Igreja católica, com intenção de servir e de dar exemplo, pretende simplesmente lançar a ideia, com a esperança de que ela venha não só a receber o mais amplo consenso no mundo civil, mas que também encontre por toda a parte muitos promotores, a um tempo avisados e audazes, para poderem imprimir ao Dia da Paz, a celebrar-se nas calendas de cada novo ano, caráter sincero e forte, de uma humanidade consciente e liberta dos seus tristes e fatais conflitos bélicos, que quer dar à história do mundo um devir mais feliz, ordenado e civil".
   
in Wikipédia
   

Hoje é dia da recordar Lhasa... (II)

 
  
Following a 21-month-long battle with breast cancer, Lhasa died, age 37, on the evening of January 1, 2010, at her home in Montreal. She was survived by her partner Ryan Morey, by her parents, and by nine siblings. Lhasa was cremated, in accordance with her wishes. On January 9, a funeral ceremony was held for family and friends at the Ukrainian National Federation Hall in Montreal. A cemetery plot and stone for Lhasa are at Notre-Dame-des-Neiges Cemetery, Montreal.
Following her death, it snowed in Montreal for four days. Lhasa collaborator Patrick Watson said that some of her friends felt it was a last message from her, and with experimental group Esmerine he co-wrote a song dedicated to Lhasa: "Snow Day for Lhasa".
A sold-out memorial concert called "La Route chante: A Community Show for Lhasa" was held on January 6, 2012, at the Rialto Theatre in Montreal, honoring the life of Lhasa. Musicians who collaborated with Lhasa performed, along with other artists such as Katie Moore, Thomas Hellman, and Plants and Animals. Lhasa's manager, David-Étienne Savoie, and her collaborator Watson originated the concept of a memorial concert, and the musicians met in Watson's studio to rehearse. To open the concert, The Barr Brothers played together with Sarah Pagé, Miles Perkin and Joe Grass, interpreting Lhasa's "Small Song". Other performers included Ariane Moffatt, Esmerine, Watson, Mario Légaré, Arthur H, Jérôme Minière and Brazilian-born singer Bïa. A second show was added the following night to accommodate demand for tickets.
On January 16, Jim Corcoran devoted an episode of his CBC Radio One program À Propos, a weekly show about Quebec music, to a Lhasa tribute show.
On the summer solstice, June 21, 2010, another memorial ceremony took place in Bourgogne, France. Some of Lhasa's ashes were dispersed in a small river that flows into the Mediterranean Sea.
Madonna Hamel's audio documentary She Moves Between Worlds: Remembering Lhasa de Sela combined a previously unpublished conversation between Hamel and Lhasa with interviews and responses to the conversation by band members and friends. The documentary was aired January 1, 2013, on CBC's Inside The Music.
  
 

Faz hoje 95 anos que descobrimos o Universo...

Hoje é dia de recordar Lhasa...

(imagem daqui)
   
Lhasa de Sela (September 27, 1972 – January 1, 2010), also known by the mononym Lhasa, was an American-born singer-songwriter who was raised in Mexico and the United States, and divided her adult life between Canada and France. Her first album, La Llorona, went platinum in Canada and brought Lhasa a Félix Award and a Juno Award.
Following this success, Lhasa toured with Lilith Fair, then joined her sisters in a French circus troupe, contributing her husky voice to the musical backdrop. She lived in Marseille and began to write more songs, then moved back to Montreal and produced a second album, The Living Road. Once again, she toured in support of her album, and she collaborated with other musicians on their projects. During this time, BBC Radio 3 honored her as the best world music artist of the Americas in 2005. She published a book about her impressions of life on the road.
Lhasa recorded a third album, titled Lhasa, but she was diagnosed with cancer in 2009 around the time it was released. She endured severe treatments but these did not halt the illness. She died on New Year's Day 2010. A memorial program of her music was put together in January 2012, performed in Montreal by artists who had worked with her.
  
  

Saudades de Lhasa...



John Edgar Hoover nasceu há 125 anos

John Edgar Hoover (Washington, D.C., 1 de janeiro de 1895 - Washington, D.C., 2 de maio de 1972), foi um polícia norte-americano; foi o chefe do FBI durante 48 anos, a mais importante organização policial do mundo, sendo considerado o seu patrono.
É considerado por muitos como a autoridade mais poderosa dos Estados Unidos pelo maior periodo de tempo.
   
Biografia
Trabalhou na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos e, de educação luterana, formou-se em Direito aos 22 anos. Empregou-se logo em seguida no Departamento de Justiça dos Estados Unidos, onde a sua carreira foi rápida. No ano de 1919 foi indicado para investigar estrangeiros suspeitos de subversão. A sua missão resultou na expulsão do país de um grande número de pessoas. Com o sucesso do seu trabalho, foi nomeado para trabalhar como assistente do diretor do FBI. Poucos anos depois, em 1924, Hoover tornou-se o chefe do Departamento.
   
FBI
Durante o tempo em que ficou na chefia do departamento (até sua morte), serviu a oito presidentes e 18 secretários de Justiça. Mudou a história do FBI: a antiga e ineficiente organização de 657 agentes (muitas vezes corruptos), tornou-se a maior organização policial do planeta, com mais de 16 mil funcionários, além de modernos métodos de investigação criminal. No ano de sua morte, os arquivos do FBI possuíam mais de 200 milhões de impressões digitais.
Nos anos 30, a sua fama começou a crescer quando combatia gangsters famosos, como John Dillinger, Pretty Boy Floyd e Baby Face. Na mesma década, também participou da captura do raptor do filho do aviador Charles Lindberg, facto que havia provocado enorme interesse na imprensa em todo o mundo.
Durante a Segunda Guerra Mundial, participou na caça de espiões e comunistas.
Hoover e Clyde Tolson em 1939
   
Relacionamento
Tem sido afirmado que J. Edgar Hoover afirmava Clyde Tolson como sendo o seu alter-ego. Eles trabalhavam juntos durante o dia, faziam as suas refeições em conjunto, socializavam juntos à noite e passavam as suas férias juntos. Rumores circularam durante anos de que os dois tiveram um relacionamento romântico. Alguns autores têm rejeitado os rumores sobre sua orientação sexual e uma possível relação íntima com Tolson, enquanto outros os descreveram como muito provável ou mesmo "confirmaram", e outros ainda relataram os rumores sem indicar uma opinião.
Assim que Hoover morreu, Tolson herdou os seus bens, no valor de 550.000 dólares, e mudou-se para a sua casa, e colocou a bandeira dos EUA envolta no caixão de Hoover. A sepultura de Hoover fica a poucos metros do túmulo de Tolson, no cemitério do Congresso.
Apesar de todos os rumores, contudo, não há provas disso, já que todos os arquivos pessoais que Hoover guardava a seu respeito na época simplesmente desapareceram com a morte deste.
   
COINTELPRO
Em 1956 Hoover ficou extremamente frustrado com empecilhos criados pela Justiça dos Estados Unidos em condenar pessoas por razões políticas, ativismo ou atividades que ele via como ameaça. Foi então que Hoover criou formalmente um programa clandestino de "jogos sujos", chamados "dirty tricks", o Programa COINTELPRO.
O programa clandestino era realizado pelo próprio FBI e os seus agentes e era um programa de sabotagem, intimidação e perseguição de indivíduos e grupos, escolhidos por Hoover como alvo das atividades destrutivas do programa. Este programa permaneceu secreto até 1971, tendo sido exposto apenas depois do roubo de documentos secretos sobre o programa.
COINTELPRO foi usado para inciar investigações intimidadoras e perseguir pessoas notórias como John Lennon, por seu protesto contra a Guerra do Vietname, Martin Luther King, Charlie Chaplin e inúmeros outros.
Os métodos incluíam, infiltração de movimentos pacifistas, roubos, escutas telefónicas, invasão domiciliar, e uma série de operações clandestinas ofensivas e ilegais, e historiadores e pesquisadores afirmam que o programa incluía a incitação de violência e assassinatos.
Em 1975 as atividades do COINTELPRO foram investigadas pelo Church Committee e as suas atividades foram consideradas ilegais.
  
Críticas
Praticamente intocável durante a sua longa carreira, no final de sua vida passou a ser alvo de críticas da sociedade. Na década de 1960, passou mais tempo censurando o telefone de congressistas e perseguindo líderes do movimento negro do que combatendo criminosos comuns de facto.
Muitos escritores o citaram em suas obras, entre eles Robert Ludlum, no romance O Arquivo de Chancellor, onde a sua morte é detalhadamente descrita como um assassinato. Em 2011, foi feito um filme baseado na sua história, intitulado "J. Edgar (filme)". No filme, o ator Leonardo DiCaprio interpreta John Edgar Hoover.
Em 19 de janeiro de 2014, o historiador norte-americano Alfred W. McCoy publicou um resumo de seu trabalho de pesquisa sobre a História e os precedentes da espionagem nos Estados Unidos e os seus propósitos e objetivos ao longo dos anos, analisando as revelações de Vigilância Global iniciadas em junho de 2013, com base nos documentos fornecidos por Edward Snowden.
Faz um estudo comparativo da vigilância global, à luz das táticas de Edgar Hoover para se manter no poder no FBI, e aborda o que vê como os reais objetivos do sistema de vigilância da NSA, analisando a perda da hegemonia económica norte-americana e os meios que os Estados Unidos utilizam para se manter como a nação mais poderosa do mundo.
O seu artigo relaciona os vários programas de vigilância, objetivos e consequências. O estudo foi publicado sob o titulo:"A Vigilância não é sobre Segurança Nacional mas sim sobre chantagem."
   

Xavier Cugat nasceu há cento e vinte anos

   
Francesc d'Asís Xavier Cugat Mingall de Bru i Deulofe (Girona, 1 de janeiro de 1900 - Barcelona, 27 de outubro de 1990) foi um maestro espanhol catalão-cubano, um dos pioneiros na popularização da música latina nos Estados Unidos.
Cugat nasceu na Catalunha e, quando tinha três anos, a sua família mudou-se para Havana, capital de Cuba. Sempre propenso à música, foi morar em Los Angeles, nos Estados Unidos, onde trabalhou como cartunista no jornal Los Angeles Times durante o dia e como maestro à noite. Depois de alguns anos apresentando-se em pequenos clubes na área de Los Angeles, Cugat finalmente teve a sua oportunidade quando ele e a sua orquestra obtiveram lugar permanente na prestigiosa discoteca Coconut Grove em 1928.
O seu estilo musical popularizou-se e Cugat contribuiu para trazer a música latina para a atenção do público norte-americano. Nos anos 30 e 40 foi apelidado de O Rei da Rumba, devido à popularização dessa dança. Nas suas aparições em filmes, Cugat interpretava-se a si próprio, mesmo se o personagem tivesse outro nome que não o dele, e, em conjunto com a sua orquestra, apareceu em vários musicais memoráveis da MGM nos anos 40. Foi casado com a cantora espanhola Charo.
Após sofrer um derrame cerebral, em 1971, Xavier aposentou-se e morreu em Barcelona, em 1990.
    
   

Um sismo matou 71 pessoas nos Açores há quarenta anos

(imagem daqui)

O sismo da Terceira de 1980, também referido como terramoto de 1980 nos Açores, foi uma catástrofe natural, um sismo de grande intensidade, ocorrido a 1 de janeiro de 1980 no Grupo Central do arquipélago dos Açores.
Mapa de epicentros dos sismos mais importantes no Grupo Central dos Açores (daqui)
  
O evento
O sismo ocorreu pelas 15.42 (hora local) do dia 1 de janeiro de 1980, e teve magnitude 7,2 na escala de Richter e intensidades máximas de IX na escala de Mercalli, na Terceira, e VIII, no Topo e em Santo Antão, em S. Jorge. A profundidade hipocentral estimada foi de 10 km e o epicentro situou-se no mar, cerca de 35 km a SSW de Angra do Heroísmo.
  
 
Rua da Rocha

Igreja da Misericórdia
 
Sé Catedral

(imagens daqui)

   
Os danos
Em consequência, na ilha Terceira causou a destruição de 80% dos edifícios na cidade de Angra do Heroísmo, assim como extensos danos na vila de São Sebastião e nas freguesias do Oeste e Noroeste da ilha (em especial nas Doze Ribeiras); na Graciosa, danos nas freguesias do Carapacho e na Luz; e na ilha de São Jorge, danos nas freguesias de Vila do Topo e de Santo Antão.
Foram registadas 71 vítimas fatais (51 na Terceira e 20 em São Jorge) e mais de 400 feridos. No total, ficaram danificados mais de 15.500 edifícios, causando cerca de 15.000 desalojados. O então presidente da República Portuguesa, António Ramalho Eanes anunciou três dias de luto nacional.
  

Lhasa de Sela deixou-nos há dez anos...

Lhasa de Sela (Big Indian, New York, 27 de setembro de 1972 - Montreal, 1 de janeiro de 2010) foi uma cantora dos Estados Unidos da América, radicada no Canadá.
A sua ascendência era, de um lado, mexicana, e do outro, americano-judaico-libanesa. Filha de um professor não convencional, que percorria os EUA e o México, difundindo o conhecimento, e de uma fotógrafa, assim passou a sua infância de maneira nómada, juntamente com os seus pais e as suas três irmãs.
A sua obra musical mescla a tradição mexicana, klezmer e rock e foi cantada em três idiomas: espanhol, francês e inglês.
Faleceu a 1 de janeiro de 2010, em Montreal, Canadá, vítima de cancro da mama.
 
    

terça-feira, dezembro 31, 2019

Adeus 2019...

 
Travessia do Deserto - José Mário Branco
Letra e música - José Mário Branco
 
 
Que caminho tão longo!
Que viagem tão comprida!
Que deserto tão grande
Sem fronteira nem medida!
.....Águas do pensamento
....Vinde regar o sustento
....Da minha vida

Este peso calado
Queima o sol por trás do monte
Queima o tempo parado
Queima o rio com a ponte
....Águas dos meus cansaços
....Semeai os meus passos
....Como uma fonte

Ai que sede tão funda!
Ai que fome tão antiga!
Quantas noites se perdem
No amor de cada espiga!
....Ventre calmo da terra
....Leva-me na tua guerra
....Se és minha amiga

Que caminho tão longo!
Que viagem tão comprida!
Que deserto tão grande
Sem fronteira nem medida!
.....Águas do pensamento
....Vinde regar o sustento
....Da minha vida

Este peso calado
Queima o sol por trás do monte
Queima o tempo parado
Queima o rio com a ponte
....Águas dos meus cansaços
....Semeai os meus passos
....Como uma fonte

John Wycliffe morreu há 635 anos

John Wycliffe (Hipswell, circa 1328 - Lutterworth, 31 de dezembro de 1384) foi professor da Universidade de Oxford, teólogo e reformador religioso inglês, considerado precursor das reformas religiosas que sacudiram a Europa nos séculos XV e XVI. Trabalhou na primeira tradução da Bíblia para o idioma inglês, que ficou conhecida como a Bíblia de Wycliffe.
   
Família e Infância
A sua família era da região de Yorkshire, sendo que, à época do seu nascimento as propriedades familiares cobriam amplo território nas redondezas de Ipreswell (hoje Hipswell), o seu local de nascimento. Não há certeza sobre o ano de seu nascimento, um dos anos mais citados é 1320, mas há variações de 1320 a 1328.
Não se sabe, ainda, o ano em que ele foi enviado pela família para estudar na Universidade de Oxford, mas há certeza de que estava lá desde pelo menos em 1345.

Em Oxford
Na Universidade, aplicou-se nos estudos de teologia, filosofia e legislação canónica. Tornou-se sacerdote e depois serviu como professor no Balliol College, ainda em Oxford. Por volta de 1365 tornou-se bacharel em teologia e, em 1372, doutor em teologia.
Como teólogo, logo destacou-se pela firme defesa dos interesses nacionais contra as demandas do papado, ganhando reputação de patriota e reformista. Wycliffe afirmava que havia um grande contraste entre o que a Igreja era e o que deveria ser, por isso defendia reformas. As suas ideias apontavam a incompatibilidade entre várias normas do clero e os ensinos de Jesus e seus apóstolos.
Uma destas incompatibilidades era a questão das propriedades e da riqueza do clero. Wycliffe queria o retorno da Igreja à primitiva pobreza dos tempos dos evangelistas, algo que, na sua visão, era incompatível com o poder temporal do papa e dos cardeais. Para ele o Estado deveria tomar posse de todas as propriedades da Igreja e encarregar-se diretamente do sustento do clero. Logo, a cátedra deixou de ser o único meio de propagação de suas ideias, ao iniciar a escrita de seu trabalho mais importante, a Summa theologiae. Entre as ideias mais revolucionárias desta obra, está a afirmação de que, nos assuntos de ordem material, o rei está acima do papa e que a Igreja deveria renunciar a qualquer tipo de poder temporal. A sua obra seguinte, De civili dominio, aprofunda as críticas ao Papado de Avinhão (onde esteve a sede provisória da Igreja de 1309 até 1377), com seu sistema de venda de indulgências e a vida perdulária e luxuosa de muitos padres, bispos e religiosos sustentados com dinheiro do povo. Wycliffe defendia que era tarefa do Estado lutar contra o que considerava abusos do papado. A obra contém 18 teses, que vieram a público em Oxford em 1376.
As suas ideias espalharam-se com grande rapidez, em parte pelos interesses da nobreza em confiscar os bens então em poder da igreja. Wycliffe pregava nas igrejas em Londres e sua mensagem era bem recebida.
   
A oposição da Igreja
Apesar de sua crescente popularidade, a Igreja apressou-se em censurar Wycliffe. Em 19 de fevereiro de 1377, Wycliffe é intimado a apresentar-se diante do Bispo de Londres para explanar-lhe os seus ensinamentos. Compareceu acompanhado de vários amigos influentes e quatro monges foram seus advogados. Uma multidão aglomerou-se na igreja para apoiar Wycliffe e houve animosidades com o bispo. Isto irritou ainda mais o clero e os ataques contra Wycliffe intensificaram-se, acusando-o de blasfémia, orgulho e heresia. Enquanto isso, os partidos no Parlamento inglês pareciam convictos de que os monges poderiam ser melhor controlados se fossem aliviados das suas obrigações seculares.
É importante lembrar que, neste período, desenrolava-se a Guerra dos Cem Anos entre a França e a Inglaterra. Na Inglaterra daquele tempo, tudo que era identificado como francês era visto como inimigo e nessa visão se incluiu a Igreja, pois havia transferido sua sede de Roma para Avinhão, na França. A elite inglesa (realeza, parlamento e nobreza) reagia à ideia de enviar dinheiro aos papas, esta era uma atitude vista como ajuda ao sustento do próprio inimigo. Neste ambiente hostil à França e à Igreja, um teólogo como Wycliffe desfrutou quase imediatamente de grande apoio, não apenas político, como também popular, despertando o nacionalismo inglês.
Em 22 de maio de 1377, o Papa Gregório XI, que em janeiro havia abandonado Avinhão para retornar a sede da Igreja a Roma, expediu uma bula contra Wycliffe, declarando que as suas 18 teses eram erróneas e perigosas para a Igreja e o Estado. O apoio de que Wycliffe desfrutava na corte e no parlamento tiraram à bula algum efeito prático, pois era geral a opinião de que a Igreja estava exaurindo os cofres ingleses.
   
Poder Real versus Poder Eclesiástico
Ao mesmo tempo em que defendia que a Igreja deveria retornar à primitiva pobreza dos tempos apostólicos, Wycliffe também entendia que o poder da Igreja devia ser limitado às questões espirituais, sendo o poder temporal exercido pelo Estado, representado pelo rei. O seu livro De officio regis defendia que o poder real também era originário de Deus, encontrava testemunho nas Escrituras Sagradas, quando Cristo aconselhou "dar a César o que é de César". Era pecado, em sua opinião, opor-se ao poder do rei e todas as pessoas, inclusive o clero, deveriam pagar-lhe tributos. O rei deve aplicar seu poder com sabedoria e suas leis devem estar de acordo com as de Deus. Das leis de Deus se deriva a autoridade das leis reais, inclusive daquelas em que o rei atua contra o clero, porque se o clero negligencia seu ofício, o rei deve chama-lo a responder diante de si. Ou seja, o rei deve possuir um "controle evangélico" e quem serve à Igreja deve submeter-se às leis do Estado. Os arcebispos ingleses deveriam receber sua autoridade do rei (não do papa).
Este livro teve grande influência na reforma da Igreja, não apenas na Inglaterra, que sob Henrique VIII passaria a ter a igreja subordinada ao Estado e o rei como chefe da Igreja, mas também na Boémia e na Alemanha. Especialmente interessantes são também os ensinamentos que Wycliffe endereça aos reis, para que protejam os seus teólogos. Ele sustentava que, já que as leis do rei devem estar de acordo com as Escrituras, o conhecimento da Bíblia é necessário para fortalecer o exercício do poder real. O rei deveria cercar-se de teólogos para aconselha-lo na tarefa de proclamar as leis reais.

Wycliffe e o papado
Os escritos de Wycliffe nos seus últimos seis anos incluem contínuos ataques ao papado e à hierarquia eclesiástica da época. Nem sempre foi assim, entretanto. Os seus primeiros escritos eram muito mais moderados e, à medida que as relações de Wycliffe com a Igreja foram se deteriorando, os ataques cresceram em intensidade.
Na questão relacionada ao cisma da Igreja, com papas reivindicando em Roma e Avinhão a liderança da Igreja, Wycliffe entendia que o cristão não precisa de Roma ou Avinhão, pois Deus está em toda parte. "O nosso papa é Cristo", sustentava. Em sua opinião, a Igreja poderia continuar existindo mesmo sem a existência de um líder visível, por outro lado os líderes poderiam surgir naturalmente, desde que vivessem e exemplificassem os ensinamentos de Jesus.
 
Contra as ordens monásticas
A batalha de Wycliffe contra as ordens monásticas (que ele chamava de "seitas") iniciou-se por volta de 1377 e alongou-se até à sua morte. Wycliffe afirmou que o papado imperialista era suportado por estas "seitas", que serviam ao domínio do papa sobre as nações daquele tempo. Em vários de seus escritos, como Trialogus, Dialogus, Opus evangelicum e alguns sermões, Wycliffe dizia que a Igreja não necessitava de novas "seitas" e que eram suficientes os ensinos dos três primeiros séculos de existência da Igreja. Defendia que as ordens monásticas não eram suportadas pela Bíblia e deveriam ser abolidas, junto com suas propriedades. O povo então se insurgiu contra os monges e podemos observar os maiores efeitos dessa insurreição na Boémia, anos mais tarde, com a revolução hussita. Na Inglaterra, entretanto, o resultado não foi o esperado por Wycliffe: as propriedades acabaram nas mãos dos grandes barões feudais.
    
Página da tradução de Wycliffe do evangelho de João
      
A Bíblia Inglesa
Wycliffe organizou um projeto de tradução das Escrituras, defendendo que a Bíblia deveria ser a base de toda a doutrina da Igreja e a única norma da fé cristã. Sustentava que o papa ou os cardeais não possuíam autoridade para condenar suas 18 teses, pois Cristo é a cabeça da Igreja e não os papas.
"A verdadeira autoridade emana da Biblia, que contém o suficiente para governar o mundo", cita Wycliffe em seu livro De sufficientia legis Christi. Wycliffe afirmava que na Bíblia se encontra a verdade, a fonte fundamental do Cristianismo e que, por isso, sem o conhecimento da Bíblia não haveria paz na Igreja e na sociedade. Com isso, contrapunha a autoridade das escrituras à autoridade papal: "Enquanto temos muitos papas e centenas de cardeais, suas palavras só podem ser consideradas se estiverem de acordo com a Bíblia". Idêntico princípio seguiria Lutero mais de 100 anos depois, ao liderar a Reforma Protestante.
Wycliffe acreditava que a Bíblia deveria ser um bem comum de todos os cristãos e precisaria estar disponível para uso quotidiano, na língua nativa das populações. A honra nacional requeria isto, desde quando os membros da nobreza passaram a possuir exemplares da Bíblia em língua francesa. Partes da Bíblia já haviam sido traduzidas para o inglês, mas não havia uma tradução completa. Wycliffe atribuiu a si mesmo esta tarefa. Embora não se possa definir exatamente a sua parte na tradução (que foi baseada na Vulgata), não há dúvidas de que foi sua a iniciativa e que o sucesso do projeto foi devido à sua liderança. A ele devemos a tradução clara e uniforme do Novo Testamento, enquanto seu amigo Nicholas de Hereford traduziu o Antigo Testamento. Ambas as traduções foram revistas por John Purvey em 1388, quando então a população em massa teve acesso à Bíblia em idioma inglês, ao mesmo tempo que se ouvia dos críticos: "a jóia do clero tornou-se o brinquedo dos leigos".
Mas, cabe fazer algumas ressalvas. Durante a Idade Média os livros eram raros e caros por serem feitos à mão, a Bíblia não era exceção. O uso exclusivo do Latim era comum a todos os livros dado a universalidade da língua e o seu reconhecimento erudito e intelectual na Europa Ocidental, regra válida também para a Bíblia. A tradução de Wycliffe da Bíblia para o inglês pode ser entendida como mais movida pelo nacionalismo inglês e menos por uma inclinação popular de democratização de acesso. Os pobres continuaram sem ter acesso a mesma por dois motivos: o primeiro é que era cara pela sua confecção ainda manual e, segundo, porque o povo continuava analfabeto. A grande difusão da Bíblia só foi de facto possível com a invenção da imprensa no século XV e a universalização da educação a partir do século XIX. Então, somente após o século XIX reuniram-se as condições para a Bíblia se tornar um livro popular.
Apesar do empenho da hierarquia eclesiástica em destruir as traduções em razão do que consideravam como erros de tradução e comentários equivocados, ainda existem ao redor de 150 manuscritos, parciais ou completos, contendo a tradução na sua forma revista. Disso podemos inferir o quão difundida essa tradução foi no século XV, razão pela qual os partidários de Wycliffe eram chamados de "homens da Bíblia" pelos seus críticos. Assim como a versão de Lutero teve grande influência sobre a língua alemã, também a versão de Wycliffe influenciou o idioma inglês, pela sua clareza, força e beleza.
A Bíblia de Wycliffe, como passou a ser conhecida, foi amplamente distribuída por toda a Inglaterra. A Igreja denunciou-a como uma tradução não autorizada.
   
Wycliffe e os lolardos
Contrário à rígida hierarquia eclesiástica, Wycliffe defendia a pobreza dos padres e os organizou em grupos para divulgar os ensinos de Cristo. Estes padres (mais tarde chamados de "lolardos") não faziam votos nem recebiam consagração formal, mas dedicavam sua vida a ensinar o Evangelho ao povo. Estes pregadores itinerantes espalharam os ensinos de Wycliffe pelo interior da Inglaterra, agrupados dois a dois, de pés descalços, usando longas túnicas e carregando cajados nas mãos.
Em meados de 1381 uma insurreição social amedrontou os grandes proprietários ingleses e o rei Ricardo II foi levado a crer que os lolardos haviam contribuído com ela. Ele ordenou à Universidade de Oxford (que havia sido reduto de líderes insurretos) que expulsasse Wycliffe e seus seguidores, apesar destes não haverem apoiado qualquer movimento rebelde. O rei proibiu a citação dos ensinos de Wycliffe em sermões e mesmo em discussões académicas, sob pena de prisão para os infratores.
  
O legado de Wycliffe
Wycliffe então retirou-se para sua casa em Lutterworth, onde reuniu sábios que o auxiliaram na tarefa de traduzir a Bíblia do latim para o inglês. Enquanto assistia à missa em Lutterworth, no dia 28 de dezembro de 1384, foi acometido por um ataque de apoplexia, falecendo 3 dias depois, no último dia do ano.
A influência dos escritos de Wycliffe foi muito grande em outros movimentos reformistas, em particular sobre o da Boémia, liderado por Jan Huss e Jerónimo de Praga. Para parar tais movimentos, a Igreja convocou o Concílio de Constança (14141418). Um decreto deste Concílio (expedido em 4 de maio de 1415) declarou Wycliffe como herético, recomendou que todos os seus escritos fossem queimados e ordenou que os seus restos mortais fossem exumados e queimados, o que foi cumprido 12 anos mais tarde, pelo Papa Martinho V. As suas cinzas foram deitadas no rio Swift, que banha Lutterworth.
     

A cantora Virgínia Rodrigues faz hoje 55 anos!

(imagem daqui)

Virgínia Rodrigues (Salvador, 31 de dezembro de 1964) é uma cantora brasileira.


Biografia

Virgínia Rodrigues é uma cantora brasileira, descoberta por Caetano Veloso durante um ensaio do Bando de Teatro Olodum, em Salvador, em 1997. A sua música tem influência de música clássica, samba e jazz, ao mesmo tempo que as suas letras têm referências a entes do candomblé e umbanda. A sua voz, prolixa e grave, atinge desde notas agudas até tons mais graves e é mais um típico caso brasileiro, de um artista talentoso e bastante reconhecido no cenário internacional, mas ignorado no seu país natal.
Depois de anos cantando em coros de igrejas católicas e protestantes, ela havia sido convidada pelo diretor Márcio Meireles para participar da peça Bye Bye Pelô, onde Caetano a viu pela primeira vez. De origem humilde, Virgínia traz referências populares e líricas do que ouviu na infância e juventude. O resultado é que seu canto vagueia entre o erudito e o popular. O primeiro disco foi produzido por Celso Fonseca e teve arranjos de Eduardo Souto Neto. As músicas foram escolhidas por Virgínia, Caetano e Celso Fonseca, e inclui canções como Noite de Temporal, de Dorival Caymmi, além das participações de Djavan, Gilberto Gil e Milton Nascimento.
O seu primeiro álbum "Sol Negro" foi bem recebido nos Estados Unidos e na Europa, rendendo à cantora raras críticas. O jornal The Times, de Londres, escreveu: “...A nova diva da música brasileira, a cantora baiana de 33 anos, comoveu todo o Brasil com seu álbum de estreia Sol Negro; uma rica mistura de influências africanas e portuguesas e de samba de raiz”, sendo também elogiado também pelo jornal francês Le Monde e pela revista americana Rolling Stone.
A história da cantora baiana Virgínia Rodrigues ficou tão conhecida internacionalmente que os jornalistas americanos a apelidaram de Cinderela brasileira. Ex-manicure, saída de uma favela de Salvador realizou, num ano, duas turnês pelos Estados Unidos, shows na Europa e foi entrevistada por David Byrne, ao vivo, na televisão americana. Nos Estados Unidos, Europa e Japão, o primeiro disco de Virgínia saiu lançado pela gravadora Rykodisc, de propriedade de Cris Blackwell, o mesmo que popularizou nomes como Bob Marley, Peter Tosh e U2.
No seu segundo álbum, "Nós", Virgínia homenageia o canto de raiz africana de Salvador. O seu canto primoroso e sofisticado entoa músicas do Ilê Aiyê, Olodum, Timbalada, Ara Ketu e Afreketê. O The New York Times definiu-a então como “uma das mais impressionantes cantoras que surgiu do Brasil nos últimos anos”. “Um dos lançamentos internacionais mais impressionantes dos últimos anos.”, escreveu Stephan Cook da “All Music Guide”.
Virgínia chega ao seu terceiro CD, "Mares Profundos", coroada pelo sucesso no exterior – embora ainda seja desconhecida na sua terra natal - santos da casa não fazem milagres. Lançado em janeiro de 2004 nos Estados Unidos, "Mares Profundos" chegou ao Brasil com edição simultânea na Europa. O selo do álbum é o prestigioso Edge, da gravadora alemã Deutsche Grammophon, a mais tradicional da música erudita. A produção, claro, é de Caetano. O reportório é poderoso: 11 afro-sambas compostos entre 1962 e 1966 pelo violonista Baden Powell (1937-2000) e pelo poeta Vinícius de Moraes (1913-1980). O programa fecha com o samba ‘Lapinha’ (Baden-Paulo César Pinheiro).
Quatro anos após lançar o seu último disco, Virgínia Rodrigues volta ao cenário musical com o disco "Recomeço", que versa sobre o amor dual, assunto imemorial e omnipresente no cancioneiro, e muito discutido na composição. Como intérprete talhada que é, dá um novo sentido a clássicos recorrentes da música brasileira. O seu canto de câmara, aliado à compreensão da canção popular conferem um novo sentido a poesias de Chico Buarque, como as oníricas “Todo Sentimento” (com Cristóvão Bastos) e “Beatriz” (com Edu Lobo); de Vinicius de Moraes, seja com Francis Hime - na pouco conhecida “Eu te Amo Amor”, ou com Tom, o parceiro ancestral, em pérolas como “Por Toda a Minha Vida” e “Estrada Branca”; ou ainda ao grande hino de Dolores Duran, “A Noite do Meu Bem”.
Hoje, é cantora das mais respeitadas no circuito dos mais importantes festivais de jazz e world music pelo mundo fora, participando de diversas turnês mundiais. Entre os seus fãs está o ex-presidente americano Bill Clinton, que ficou encantado ao assistir à apresentação dela em São Paulo. Em entrevista, Clinton uma vez afirmou que ela era a cantora de quem ele mais gostava no mundo. Ele dedicou a Virginia uma passagem no seu livro de memórias "Minha Vida". O jornal The New York Times classificou sua voz como "celestial".
Teve uma participação especial no filme Wally Salomão, de Ana Carolina Teixeira Soares.
  
Discografia
  • Sol Negro (1997)
  • Nós (2000)
  • Mares Profundos (2004)
  • Recomeço (2008)
  • Mama Kalunga (2015)
      
  

Matisse nasceu há 150 anos

Henri-Émile-Benoît Matisse (Le Cateau-Cambrésis, 31 de dezembro de 1869 - Nice, 3 de novembro de 1954) foi um artista francês, conhecido por seu uso da cor e sua arte de desenhar, fluída e original. Foi um desenhista, gravurista e escultor, mas é principalmente conhecido como um pintor. Matisse é considerado, juntamente com Picasso e Marcel Duchamp, como um dos três artistas seminais do século XX, responsável por uma evolução significativa na pintura e na escultura. Embora fosse inicialmente rotulado de fauvista (besta selvagem), na década de 1920, ele foi cada vez mais aclamado como um defensor da tradição clássica na pintura francesa. O seu domínio da linguagem expressiva da cor e do desenho, exibido em um conjunto de obras ao longo de mais de meio século, valeram-lhe o reconhecimento como uma figura de liderança na arte moderna.
Jarra com girassóis (1898)