terça-feira, junho 14, 2011

O revolucionário mais famoso do século XX nasceu há 83 anos

Che Guevara (fotografia de Alberto Korda)

Ernesto "Che" Guevara (Rosário, 14 de Junho de 1928 - La Higuera, 9 de Outubro de 1967) foi um político, jornalista, escritor e médico argentino-cubano.Guevara foi um dos ideólogos e comandantes que lideraram a Revolução Cubana (1953-1959) que levou a um novo regime político em Cuba.Guevara participou desde então até 1965 na organização do Estado cubano desempenhando vários altos cargos da sua administração e de seu governo, principalmente na área económica, como presidente do Banco Nacional e Ministro da Indústria, e também na área diplomática, encarregado de várias missões internacionais.
Convencidos da necessidade de estender a luta armada no Terceiro Mundo, Che Guevara impulsionou a instalação de grupos guerrilheiros em vários países da América Latina. Entre 1965 e 1967, lutou no Congo e na Bolívia. Neste último país foi capturado e executado de maneira clandestina e sumária pelo exército boliviano em colaboração com a CIA em 9 de Outubro de 1967.
A figura desperta grandes paixões na opinião pública a favor e contra, convertendo-se em um símbolo de importância mundial, para muitos dos seus partidários, representa a luta contra a injustiça social ou rebeldia e espírito incorruptível, enquanto ele é visto por muitos dos seus detractores como um criminoso responsável pelo assassinato em massa, acusando-o de má gestão como ministro da Indústria.
Seu retrato fotográfico, obra de Alberto Korda, é uma das imagens mais reproduzidas do mundo, tanto no seu original como em suas variantes que reproduzem os contornos de seu rosto, para uso simbólico, artístico ou publicitário, sendo um dos ícones do movimento contracultural.
Che Guevara foi considerado pela revista norte-americana Time uma das cem personalidades mais importantes do século XX.


To give

Hoje é dia de recordar os Silence 4

Observação do Eclipse da Lua de 15.06.2011 em Leiria

Post roubado ao Blog AstroLeiria:

 
O Blog AstroLeiria, o Núcleo de Astronomia Galileu Galileu (Escola Correia Mateus) e a Ad Astra (Associação para a Divulgação da Astronomia de Amadores) vão fazer mais uma acção pública de observação, com entrada livre, no dia 15 de Junho, com início pelas 21.00 horas, junto da Igreja de Nossa Senhora da Encarnação, em Leiria.

Diversos telescópios e outros meios de observação serão colocados à disposição do público para observação do Eclipse Total da Lua, ao mesmo tempo que os Astrónomos explicarão as condições em que os eclipses ocorrem.

O Eclipse total da Lua é um fenómeno astronómico em que a Lua mergulha completamente na sombra da Terra, o que sucede quando a Lua Cheia passa nos nodos da sua órbita ou na proximidade destes.

Convidamos os participantes a trazer os seus binóculos ou mesmo pequenos telescópios, caso queiram ser ajudados no seu funcionamento, bem como mapas do céu, livros, agasalhos e comida/bebidas para partilhar.

Salientamos que estas actividades dependem de bom tempo atmosférico, pelo que serão canceladas em caso de ocorrência de chuva, mau tempo ou céu totalmente nublado.

Note-se que a Lua nasce já completamente eclipsada - dados do eclipse para Lisboa (fonte OAL) que são quase iguais para Leiria:
A Lua entra na penumbra às …………………… 18.23
A Lua entra na sombra às ……………………….19.23
O eclipse total começa às ……………………… 20.22
Nascimento da Lua em Lisboa …………………. 20.58
Ocaso do Sol em Lisboa ………………………..21.03
Meio do eclipse às ……………………………...21.13
O eclipse total termina às ……………………… 22.03
A Lua sai da sombra às …………………………23.03
A Lua sai da penumbra às ………………………00.02

Ficheiro de Apoio: Cartaz do Eclipse de 15-06-2011

Local da Observação:

Boy George - 50 anos!



George Alan O’Dowd (Londres, 14 de Junho de 1961), conhecido pelo nome artístico de Boy George, é um cantor, compositor e DJ britânico, foi um dos cantores homossexuais mais famosos e excêntricos da década de 1980, à frente do grupo Culture Club, grupo do movimento new wave fundado em 1982. Envolvidos em escândalos e drogas,a banda se desfez em 1987, quando Boy George iniciou a sua carreira a solo.
 

Gianna Nannini - 55 anos!


Gianna Nannini (Siena, 14 de Junho de 1956) é uma cantora e compositora italiana de música rock.
Nasceu em Siena e é irmã mais velha do ex-piloto de Fórmula 1 Alessandro Nannini. Estudou piano em Lucca e composição em Milão.
O seu primeiro sucesso foi em 1979, com o single America e o álbum California que foi um sucesso em vários países europeus. O auge do sucesso foi alcançado em 1984, com a publicação do sexto álbum Puzzle. Este álbum atingiu o top 10 na Itália, Alemanha, Áustria e Suíça. Ela cantou para o videoclip Fotoromanza (realizado por Michelangelo Antonioni), venceu vários prémios e iniciou uma tournée pela Europa, incluindo uma participação no Festival de Jazz de Montreux. Em 1986, o seu sucesso Bello e impossible foi um enorme sucesso e venceu vários prémios em Itália, Alemanha, Áustria e Suíça. A sua compilação Maschi e altri vendeu mais de um milhão de cópias.
Em 1990 ela cantou Un'estate italiana, a canção oficial da Copa do Mundo de 1990, com Edoardo Bennato.
Nannini licenciou-se em Filosofia pela Universidade de Siena em 1994. No ano seguinte participou num protesto do Greenpeace junto à embaixada francesa contra a decisão do governo francês de prosseguir com as experiências nucleares no Atol de Moruroa.
Em 2004, publicou uma compilação com os seus sucessos, mas as suas canções foram regravadas na ocasião. O CD Perle contém um número de antigos êxitos com novos arranjos..
Em Fevereiro de 2006, foi publicado o álbum Grazie que alcançou o número um no top italiano com o single Sei nell'anima. Durante o verão de 2006, Nannini fez uma digressão por toda a Itália. O single IO uma das faixas daquele CD foi um enorme sucesso.
Em Setembro de 2006, gravou em dueto com Andrea Bocelli Ama Credi E Vai foi gravado como cd-single. Nannini participou também num álbum de Alexander Hacke (membro da banda Einstürzende Neubauten) Sanctuary na faixa Per Sempre Butterfly.
Em 2007, gravou o álbum Pia come la canto io, uma coleção de canções cantadas em estilo ópera pop que seria interpretado em 2008. Este trabalho levou 11 anos a ser concebido e baseou-se na personagem medieval toscana Pia de'Tolomei (mencionada em Dante). Este álbum foi produzido por Wil Malone que também produzira Grazie.


David Fonseca - 38 anos


David Fonseca (Leiria, 14 de Junho de 1973) é um músico português.

(...)
Natural da cidade de Leiria, filho de uma professora e de um bancário, viveu em Marrazes até aos dezoito anos. Bacharelou-se em Cinema, variante de Imagem, na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, e chegou a frequentar a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Iniciou a sua vida profissional como fotógrafo de moda, colaborando com diversos catálogos de moda, entre eles o da Tom Of Finland. Participou igualmente, em exposições colectivas e individuais.
Casado com Susana Fonseca, tem dois filhos (um rapaz e uma rapariga).

(...)
A carreira musical de David Fonseca começou com os Silence 4, em conjunto com alguns amigos da sua terra natal. O álbum de estreia saiu em 1998 - Silence Becomes It; para grande surpresa de todos, o disco teve um enorme sucesso à escala nacional, vendendo quase 250.000 cópias (seis discos de platina). Dois anos depois, em 2000, foi lançado o segundo álbum, Only Pain Is Real, vendendo aproximadamente 100.000 cópias. Em 2002, a banda terminou.

(...)
Em 2003, David Fonseca lançou o seu primeiro álbum a solo, Sing Me Something New (disco de ouro). O primeiro single deste disco foi Someone That Cannot Love que foi tocado em simultâneo em 150 estações de rádio portuguesas, à meia noite de 10 de Março desse mesmo ano. Dois anos após o primeiro álbum , em 2005, saiu o álbum Our Hearts Will Beat As One. Na primeira semana de vendas ganhou de imediato o estatuto de disco de ouro, e foi considerado melhor álbum Pop de 2005, em Portugal, mesmo antes do ano acabar. Em Outubro de 2007 com o álbum "Dreams In Colour" voltou a dar cartas na música nacional. Para além do single Superstars, inclui também uma versão de "Rocket man" de Elton John. Essa versão teve direito a um videoclipe gravado em take único e passado de trás para a frente. Foi editada uma edição especial e limitada, em digipack, com um "booklet" de 24 páginas com a reprodução de polaroids exclusivas da autoria de David Fonseca e um DVD extra David Fonseca Dreams In Loop Live, um registo ao vivo de algumas canções deste disco. Em Abril de 2008 encheu o Coliseu dos Recreios, em Lisboa, para dar um concerto repleto de animação, cor e luz que será lançado em DVD brevemente.
Em Janeiro de 2008, David Fonseca é eleito artista do mês na MTV.
Em Setembro de 2009, David Fonseca é nomeado para "Best Portuguese Act" nos Europe Music Awards. Contudo, perde para Xutos & Pontapés.
Em 2 de Novembro de 2009, David Fonseca lança o seu 4 álbum de originais "Between Waves", e em que este David toca na integra todos os instrumentos.
Em 2004 colabora no projecto Humanos, juntamente com Manuela Azevedo dos Clã e Camané, onde cantaram temas inéditos de António Variações. A banda fez uma breve apresentação pelos palcos, chegando a participar no cartaz do Sudoeste do mesmo ano. Em 2006 o último CD da banda antes formada, é publicado. Um CD e DVD, ao vivo no Coliseu dos Recreios, com o nome Humanos ao Vivo.


Jorge Luis Borges morreu há 25 anos


Jorge Francisco Isidoro Luis Borges Acevedo (Buenos Aires, 24 de Agosto de 1899 - Genebra, 14 de Junho de 1986) foi um escritor, poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta argentino.
Em 1914 sua família se mudou para Suíça, onde ele estudou e viajou para a Espanha. Em seu retorno à Argentina em 1921, Borges começou a publicar seus poemas e ensaios em revistas literárias surrealistas. Também trabalhou como bibliotecário e professor universitário público. Em 1955 foi nomeado director da Biblioteca Nacional da República Argentina e professor de literatura na Universidade de Buenos Aires. Em 1961, destacou-se no cenário internacional quando recebeu o primeiro prémio internacional de editores, o Prémio Formentor.
Seu trabalho foi traduzido e publicado extensamente no Estados Unidos e Europa. Borges era fluente em várias línguas. Morreu em Genebra, na Suíça, em 1986.
Sua obra abrange o "caos que governa o mundo e o carácter de irrealidade em toda a literatura". Seus livros mais famosos, Ficciones (1944) e O Aleph (1949), são colectâneas de histórias curtas interligadas por temas comuns: sonhos, labirintos, bibliotecas, escritores fictícios e livros fictícios, religião, Deus. Seus trabalhos têm contribuído significativamente para o género da literatura fantástica. Estudiosos notaram que a progressiva cegueira de Borges ajudou-o a criar novos símbolos literários através da imaginação, já que "os poetas, como os cegos, podem ver no escuro". Os poemas de seu último período dialogam com vultos culturais como Spinoza, Luís de Camões e Virgílio.
Sua fama internacional foi consolidada na década de 1960, ajudado pelo "boom latino-americano" e o sucesso de Cem Anos de Solidão de Gabriel García Márquez. O escritor e ensaísta John Maxwell Coetzee disse sobre ele: "Ele, mais do que ninguém, renovou a linguagem de ficção e, assim, abriu o caminho para uma geração notável de romancistas hispano-americanos".

A LUIS DE CAMÕENS


Sin lástima y sin ira el tiempo mella
las heroicas espadas. Pobre y triste
a tu patria nostálgica volviste,
oh capitán, para morir en ella


y con ella. En el mágico desierto
la flor de Portugal se había perdido
y el áspero español, antes vencido,
amenazaba su costado abierto.


Quiero saber si aquende la ribera
última comprendiste humildemente
que todo lo perdido, el Occidente


y el Oriente, el acero y la bandera,
perduraría (ajeno a toda humana
mutación) en tu Eneida lusitana.

Parabéns Professor Doutor Gama Pereira!

Faz hoje anos o professor dos geopedrados Luís Carlos Gama Pereira - mais exactamente 70, o limite legal para se continuar a dar aulas nas universidades. Passa assim a catedrático jubilado, um título bonito e merecido.

Saudamos deste modo o excelente professor, o amigo, o pedagogo, que tanto nos deu e deu à Universidade de Coimbra e à Geologia, cientes de que assim continuará a fazer, mesmo depois da merecida reforma...!

Parabéns!

segunda-feira, junho 13, 2011

Mais sismos na capital da Ilha do Sul da Nova Zelândia

Nova Zelândia
Christchurch voltou a tremer depois de terramoto devastador em Fevereiro

Carro afunda em buraco depois dos sismos em Chirstchurch

Uma série de tremores de terra atingiram nas últimas horas, de novo, a cidade de Chistchurch, na Nova Zelândia, depois de um terramoto de 7.0 ter destruído a cidade em Fevereiro. Desta vez há só registo de 10 feridos. Mas mais 50 edifícios ficaram agora em risco de colapso.

As autoridades avançam que não há mortos provocados pelos abalos – o mais forte de 6.0 na escala de Richter. Mas já alertaram as pessoas para o facto de terem de voltar a ficar sem água ou luz durante as próximas horas. E estão a fazerr o levantamento dos danos materiais, sendo que muitos edifícios ainda fragilizados pelo terramoto de Fevereiro ameaçam agora colapsar.

“Temos agora mais edifícios danificados por estes abalos. Talvez mais 50 tenham de ser demolidos”, confirmou ao New Zealand Herald Roger Sutton, responsável pela autoridade para a recuperação, entidade criada depois do sismo de Fevereiro.

E Bob Parker disse que a zona vermelha da cidade, a mais afectada em Fevereiro, voltou a ficar “um caos”. E espera que as coisas piorem, devido à frágil estabilidade dos edifícios que ali ainda se mantinham de pé.

Cerca de 50 mil habitantes ficaram sem energia e estão a ser aconselhados a moderar o consumo de água.

À medida que a noite cai em Christchurch (são 12 horas de diferença em relação a Lisboa), as autoridades vão reforçar a segurança nas ruas e o apoio à população, visto as redes móveis e fixas de telefone terem também ficado danificadas. Estas equipas são, em muitas situações, o único apoio dos moradores.

in Público - ler notícia

Hoje é dia de ouvir o Vasquinho da Anatomia cantar

Um poema de Al Berto no dia em que passam 14 anos sobre a sua morte

(imagem daqui)

Cromo 

andamos pelo mundo
experimentando a morte
dos brancos cabelos das palavras
atravessamos a vida com o nome do medo
e o consolo dalgum vinho que nos sustém
a urgência de escrever
não se sabe para quem

o fogo a seiva das plantas eivada de astros
a vida policopiada e distribuída assim
através da língua... gratuitamente
o amargo sabor deste país contaminado
as manchas de tinta na boca ferida dos tigres de papel

enquanto durmo à velocidade dos pipelines
esboço cromos para uma colecção de sonhos lunares
e ao acordar... a incoerente cidade odeia
quem deveria amar

o tempo escoa-se na música silente deste mar
ah meu amigo... como invejo essa tarde de fogo
em que apetecia morrer e voltar

in Salsugem - Al Berto

O Mostrengo

Recordar António Variações

Hoje é dia de Poesia

Google Doodle de 13.06.2011

Vaga, no Azul Amplo Solta

Vaga, no azul amplo solta,
Vai uma nuvem errando.
O meu passado não volta.
Não é o que estou chorando.

O que choro é diferente.
Entra mais na alma da alma.
Mas como, no céu sem gente,
A nuvem flutua calma.

E isto lembra uma tristeza
E a lembrança é que entristece,
Dou à saudade a riqueza
De emoção que a hora tece.

Mas, em verdade, o que chora
Na minha amarga ansiedade
Mais alto que a nuvem mora,
Está para além da saudade.

Não sei o que é nem consinto
À alma que o saiba bem.
Visto da dor com que minto
Dor que a minha alma tem.

in Cancioneiro - Fernando Pessoa

Um fado de Hermínia Silva

Al Berto morreu há 14 anos

(imagem daqui)

Al Berto, pseudónimo de Alberto Raposo Pidwell Tavares, GCSE (Coimbra, 11 de Janeiro de 1948 - Lisboa, 13 de Junho de 1997), poeta, pintor, editor e animador cultural português.
Nascido no seio de uma família da alta burguesia (origem inglesa por parte da avó paterna). Um ano depois foi para o Alentejo, é em Sines onde passa toda a infância e adolescência até que a família decide enviá-lo para o estabelecimento de ensino artístico Escola António Arroio, em Lisboa.
A 14 de Abril de 1967 foi estudar pintura para a Bélgica, na École Nationale Supérieure d’Architecture et des Arts Visuels (La Cambre), em Bruxelas.
Após concluir o curso, decide abandonar a pintura em 1971 e dedicar-se exclusivamente à escrita. Regressa a Portugal a 17 de Novembro de 1974 e aí escreve o primeiro livro inteiramente na língua portuguesa, À Procura do Vento num Jardim d'Agosto.
O Medo, uma antologia do seu trabalho desde 1974 a 1986, é editado pela primeira vez em 1987. Este veio a tornar-se no trabalho mais importante da sua obra e o seu definitivo testemunho artístico, sendo adicionados em posteriores edições novos escritos do autor, mesmo após a sua morte. Deixou ainda textos incompletos para uma ópera, para um livro de fotografia sobre Portugal e uma «falsa autobiografia», como o próprio autor a intitulava.
Morreu de linfoma.

Poema para a cidade de Lisboa

(imagem daqui)

Quinta canção

Chamar-te a ti, Lisboa, camarada
e depois, eu sei lá, enlouquecer.
Que a loucura é quase um grão de nada
e tu tens um nome de mulher.

Ou dizer que és a minha namorada.
Devagar. Não vá alguém saber
que fizemos amor de madrugada
e tu trazes um filho por nascer.

Se eu inventar de noite a liberdade
de poder beijar-te os olhos e morrer,
no teu ventre não há fado nem saudade
mas apenas os filhos que eu fizer.

E pode ser que eu guarde a tempestade
de ter que aqui ficar. E então dizer
que sobre a minha boca ninguém há-de
pôr rosas de silêncio, se eu quiser.

in Canções de Ex-Cravo e Malviver - Joaquim Pessoa

A grande fadista Hermínia Silva morreu há 18 anos

(imagem daqui)

Hermínia Silva (Lisboa, 2 de Outubro de 1907 - 13 de Junho de 1993) foi uma fadista portuguesa.

Hermínia Silva nasceu em 1907, cinco anos depois de Ercília Costa, a primeira fadista que saiu das fronteiras de Portugal. Cedo se tornou presença notada nos retiros de Lisboa, que não hesitaram em contratá-la, pela originalidade com que cantava o Fado. A Canção dos Bairros de Lisboa estava-lhe nas veias, não fora ela nascida, ali mesmo junto ao Castelo de São Jorge. As "histórias" dos amores da Severa com o Conde de Vimioso estavam ainda frescas na memória do povo.
Rapidamente, a sua presença foi notada nos retiros, e passados poucos anos, em 1929, Hermínia Silva estreava-se numa Revista do Parque Mayer. Era a primeira vez que o Fado vendia bilhetes na Revista. Alguns jornais da época, referiam-se a ela, como a grande vedeta nacional, chegando a afirmar-se, que a fadista tinha "uma multidão de admiradores fanáticos". A sua melismática criativa, a inclusão no Fado, de letras menos tristes, por vezes com um forte cunho de crítica social, e o seu empenho em trazer para o Fado e para a guitarra portuguesa, fados não tradicionais, compostos por maestros como Jaime Mendes, compositores como Raul Ferrão, criando assim o chamado "fado musicado", aquele fado cuja música corresponde unicamente a uma letra, se bem que composto segundo a base do Fado, e em especial, tendo em atenção as potencialidades da guitarra portuguesa.
Hermínia Silva torna-se assim, sem o haver planeado, num dos vértices do Fado, tal qual ele existe, enquanto estilo musical: Alfredo Marceneiro foi o primeiro vértice, o da exploração estilística do Fado Tradicional, tendo em Ercília Costa o seu maior ícone; Hermínia viria a trazer o Fado para as grandes salas do Teatro de Revista, e viria a "inaugurar" a futura Canção Nacional, com acompanhamentos de grandes orquestras, dirigidas por maestros, que também eram compositores. A sua fama atingiu um tal ponto que o Cinema, quis aproveitar o seu sucesso como figura de grande plano.
Efectivamente, nove anos depois de se ter estreado na Revista, Hermínia integra o elenco do filme de Chianca de Garcia, Aldeia da Roupa Branca (1938), num papel que lhe permite cantar no filme. Nascera assim, a que viria a ser considerada, a segunda artista mais popular do século XX português, depois de Amália Rodrigues, o terceiro vértice do Fado, ainda por nascer.
Depois de várias presenças no estrangeiro, com especial incidência no Brasil e em Espanha, Hermínia aposta numa carreira mais concentrada em Portugal. O seu conhecido e parodiado receio em andar de avião, inviabilizou-lhe muitos contratos que surgiam em catadupa. Mas, Hermínia estava no Céu, na sua Lisboa das sete colinas.
Em 1943 é chamada para mais um filme, o Costa do Castelo, em 1946 roda o Homem do Ribatejo, passando regularmente pelos palcos do Parque Mayer, fazendo sucesso com os seus fados e as suas rábulas de Revista. Efectivamente, Hermínia consegue alcançar tal êxito no Teatro, que o SNI, atribui-lhe o "Prémio Nacional do Teatro", um galardão muito cobiçado na época. Até 1969, em "O Diabo era Outro", a popularidade da fadista encheu os écrans dos cinemas de todo o país. Vieram mais Revistas, mais recitais, muitos discos de sucesso.
Mas, para quem quisesse conhecer a grande Hermínia bem mais de perto, ainda tinha a oportunidade de ouro, de vê-la ao vivo e a cores, sem microfone, na sua Casa - o Solar da Hermínia, restaurante que manteve quase até ao fim da sua vida artística.
Felizmente, o Estado Português, o Antigo e o Contemporâneo, reconheceu Hermínia Silva. São vários os Prémios e Condecorações, as distinções e as nomeações, justíssimas para uma artista, que fez escola, e que hoje, constitui um dos três maiores nomes da Canção Nacional, ao lado de Marceneiro e de Amália, que por razões diferentes, pelos "apports" de forma e conteúdo distintos que trouxeram à Canção de Lisboa, fizeram dela, o Fado, tal qual hoje é entendido, cantado, tocado e formatado.
A fadista cantou quase até falecer, em 13 de Junho de 1993. Morria assim, uma das maiores vedetas do Fado e do Teatro de Revista Português.

António Variações morreu há 27 anos

 (imagem daqui)
António Joaquim Rodrigues Ribeiro, conhecido por António Variações (Lugar de Pilar, Amares, 3 de Dezembro de 1944 - Lisboa, 13 de Junho de 1984), foi um cantor e compositor português do início dos anos 1980. A sua curta discografia continuou a influenciar a música portuguesa nas décadas posteriores ao seu precoce desaparecimento, com 39 anos.