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Joaquim Maria Pessoa (Barreiro, 22 de fevereiro de 1948 – 17 de abril de 2023), conhecido por Joaquim Pessoa, foi um poeta, artista plástico, publicitário e estudioso de arte pré-histórica português.
Com formação na área do "marketing" e da publicidade, foi diretor
criativo e diretor-geral de várias agências de publicidade e autor ou
coautor de diversos programas de televisão ("1000 Imagens", "Rua
Sésamo", "45 Anos de Publicidade em Portugal", etc.).
Foi diretor pedagógico e professor da cadeira de Publicidade no
Instituto de Marketing e Publicidade, em Lisboa, e professor no
Instituto Dom Afonso III, em Loulé.
Desempenhou durante seis anos (1988-1994) o cargo de diretor da Sociedade Portuguesa de Autores.
Em colaboração com Luís Machado, organizou em 1983 o I Encontro
Peninsular de Poesia, que reuniu prestigiados nomes da poesia ibérica.
Conta com mais de 600 recitais da sua poesia, realizados em Portugal e
no estrangeiro.
Foi diretor literário da Litexa Editora, diretor do jornal "Poetas
& Trovadores", colaborador das revistas "Sílex" e "Vértice" e do
jornal "A Bola".
Foi um dos fundadores da cooperativa artística Toma Lá Disco, com Ary dos Santos, Fernando Tordo, Carlos Mendes, Paulo de Carvalho e Luiz Villas-Boas, entre outros.
Viu o seu nome ser atribuído a arruamentos na Baixa da Banheira (concelho da Moita) e no Poceirão (concelho de Palmela).
Morreu a 17 de abril de 2023, aos 75 anos, depois de um internamento na sequência de doença prolongada.
Nenhuma Morte Apagará os Beijos
Nenhuma morte apagará os beijos
e por dentro das casas onde nos amámos ou pelas ruas
[clandestinas da grande cidade livre
estarão para sempre vivos os sinais de um grande amor,
esses densos sinais do amor e da morte
com que se vive a vida.
Aí estarão de novo as nossas mãos.
E nenhuma dor será possível onde nos beijámos.
Eternamente apaixonados, meu amor. Eternamente livres.
Prolongaremos em todos os dedos os nossos gestos e,
profundamente, no peito dos amantes, a nossa alma líquida
[e atormentada
desvenderá em cada minuto o seu segredo
para que este amor se prolongue e noutras bocas
ardam violentos de paixão os nossos beijos
e os corpos se abracem mais e se confundam
mutuamente violando-se, violentando a noite
para que outro dia, afinal, seja possível.
in Os Olhos de Isa (1980) - Joaquim Pessoa