sábado, dezembro 26, 2009
A música do meu filho
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sexta-feira, dezembro 25, 2009
O filme de Natal do Blog Geopedrados
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Os Magalhães desmascarados
Visão, 23 de Dezembro de 2009
Um esclarecimento cabal sobre o processo financeiro através do qual o Magalhães se tornou uma arma de propaganda ao serviço do Governo mais do que uma ferramenta pedagógica.
Conhecido o financiamento através das verbas da Acção Social Escolar percebem-se duas coisas: os investimento não foi feito por verbas específicas para o efeito, mas sim cortando nos outros apoios aos alunos carenciados, pelo que o anúncio do reforço de verbas na ASE para os últimos anos apenas servia para encobrir o financiamento da JP Sá Couto, desculpem, da aquisição e distribuição dos Magalhães.
Claro que numa perspectiva isaltina ou valentina, ou mesmo avelino ou felgueirista da coisa, os fins justificam os meios. Só que neste caso os fiuns foram a propaganda eleitoralista do PS e os meios foram o dinheiro para o apoio aos alunos carenciados que, por causa disso, ficaram muitas vezes sujeitos a escrutínios às finanças familiares (sendo mais prejudicados aqueles que menos sabem como fazer cosmética com as finanças) e a atrasos imensos na distribuição de materiais de trabalho diários, como os manuais escolares.
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O meu Natal de antigamente
Um poema "temperado com música" enviado por quem tem a mestria de combinar as duas artes. Obrigada Paulo Rato.
O poema: O meu Natal de Antigamente, de Teresa Rita Lopes
O MEU NATAL DE ANTIGAMENTE
Quando era menina
não havia Pai Natal nem Árvore de Natal.
Armava-se o presépio com chão de musgo
rochas de cortiça virgem ervas a valer
pedrinhas de verdade
e searinhas que se semeavam em pires e latas vazias
no dia 8 de Dezembro
e eram o pequeno milagre o primeiro
a despontar dos grãos de trigo e a crescer todos os dias.
As criaturas do presépio eram de compra
mas também moldei algumas em barro fresco.
Uma vez uma das minhas tias fez casas e igrejinhas de papel
e acendemos velas lá dentro.
Foi um deslumbramento a luz a sair pelas janelinhas!
Mas ardeu tudo de repente.
Desde então só a lamparina de azeite continuou a alumiar
esse parco mundo pobre.
No meu Natal de antigamente havia menos presentes.
Os meninos não exigiam esses brinquedos extrabíblicos:
computadores, jogos de computadores, cêdêroms, sei lá.
Nem o Menino Jesus podia com tanto peso!
Sim, porque no meu Natal de antigamente era o Menino Jesus
quem dava as prendas.
Púnhamos, na véspera, o sapatinho na chaminé
mas tínhamos que ir para a cama esperar pela manhã
porque Ele só descia pela calada da noite
se ninguém estivesse à espreita
(hoje o Pai Natal não tem esses pudores).
Eu imaginava-O a saltar das palhinhas
nuzinho em pêlo
e a Nossa Senhora a agasalhá-Lo logo com a sua capa.
E lá ia Ele
Como um menino pobre enrolado no casaco do pai
a contentar todas as crianças do mundo.
O Pai Natal, esse, foi encarregado (não sei por quem)
de dar presentes a pequenos e grandes.
Com o Menino Jesus tudo ficava entre meninos.
e se a prenda não agradava
a gente fazia-lhe uma careta
e até, à socapa, chamava-lhe um nome feio.
O Pai Natal é um palhaço cheio de postiços:
barba bigode cabeleira
até a barriga é uma almofadinha.
E vai à televisão convencer-nos a comprar coisas.
Agora o Natal antecipa o Carnaval.
O Menino Jesus, esse não! nunca ia à televisão
(que para dizer a verdade não existia ainda.)
Mas que menino de hoje trocaria o seu Pai Natal
(gerente de um supermercado de prendas)
pelo meu Menino Jesus
a tiritar nas palhas?Teresa Rita Lopes
A música: Um pastor vindo de longe, de Fernando Valente, sobre uma melodia tradicional portuguesa, numa interpretação de: Sílvia Correia Mateus, soprano; Coro da Sé Catedral do Porto; Octeto de Flautas de Bisel; Orquestra Sinfónica da Póvoa De Varzim; direcção de Osvaldo Ferreira.
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Quando as empresas dos aeroportos fazem isto...
Ontem, a TAP Portugal e a ANA desejaram as Boas Festas aos passageiros no Aeroporto de Lisboa de uma forma muito original.
Eu assustava-me. Pensava que era ameaça de bomba!
E agora um filme com anjas...
Natal dos Simples
Vamos cantar as janeiras
Vamos cantar as janeiras
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas solteiras
Vamos cantar orvalhadas
Vamos cantar orvalhadas
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas casadas
Vira o vento e muda a sorte
Vira o vento e muda a sorte
Por aqueles olivais perdidos
Foi-se embora o vento norte
Muita neve cai na serra
Muita neve cai na serra
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem tem saudades da terra
Quem tem a candeia acesa
Quem tem a candeia acesa
Rabanadas pão e vinho novo
Matava a fome à pobreza
Já nos cansa esta lonjura
Já nos cansa esta lonjura
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem anda à noite à ventura
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O nosso Poema de Natal
Nossa Senhora dos Caminhos
Tenho que confessar o meu pecado:
- Roubei a mãe ao Menino Jesus!...
(Ele já nem pequenino é,
e fica muito bem com S. José.)
....Fugi com Ela debaixo do braço
....e, a arfar de cansaço,
....pu-lA num pedestal de granito
...........bem bonito,
....à beira da avenida,
....presa com pedra e cal,
....p'ra ninguém ma roubar...
...Mas {há sempre um mas...}
o Natal aproximou-se,
o Menino volta ser pequenino
......e faz beicinho,
a chamar pela Mãe,
e a dizer que não tem ninguém...
....S. José bem O consola:
....- Deixa lá, meu Amor...
....porém Ele
....chora...chora...chora...
Então Deus-Pai,
que tudo vê
e tudo pode,
prestes acode
e desce, na Sua Majestade!
....- Ouve, Meu Filho,
....não chores mais.
....Ora vê: aqui tens A do Céu,
....a verdadeira,
....a Tua Mãe,
....a de Belém.
O Menino já não chora...
......ri...ri...ri...
numa gargalhada feliz e doirada,
e dorme descansadinho,
abraçado a Ela,
uma soneca abençoada!
....{Se Deus Pai
....não viesse do Céu,
....que remédio tinha eu
....se não dar-Lhe a minha,
....a tal que eu furtei.}
... E foi assim que eu levantei do chão
mais um sonho de menina;
e ganhei
a minha Nossa Senhora dos Caminhos.
........E é Ela
........que, neste Natal,
........vem comigo,
........num abraço sentido,
........trazer-vos muito Amor
........e Carinho
.....................da
........................MariAlice
.....................e do
........................Agostinho
quinta-feira, dezembro 24, 2009
Canção de Natal
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Poema alusivo à época natalícia - VIII
Em a noite de Natal
Alegram-se os pequenitos;
Pois sabem que o bom Jesus
Costuma dar-lhes bonitos.
Vão se deitar os lindinhos
Mas nem dormem de contentes
E somente às dez horas
Adormecem inocentes.
Perguntam logo à criada
Quando acorde de manhã
Se Jesus lhes não deu nada.
– Deu-lhes sim, muitos bonitos.
– Queremo-nos já levantar
Respondem os pequenitos.
Mário de Sá Carneiro
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quarta-feira, dezembro 23, 2009
Poema alusivo à época natalícia - VII
OS PASTORES
Guardavam certos pastores
seus rebanhos, ao relento,
sobre os céus consoladores
pondo a vista e o pensamento.
Quando viram que descia,
cheio de glória fulgente,
um anjo do céu do Oriente,
que era mais claro que o dia.
Jamais os cegara assim
luz do meio-dia ou manhã.
Dir-se-ia o audaz Serafim,
que um dia venceu Satã.
Cheios de assombro e terror,
rolaram na erva rasteira.
– Mas ele, com voz fagueira,
lhes diz, com suave amor:
«Erguei-vos, simples, daí,
humildes peitos da aldeia!
Nasceu o vosso Rabi,
que é Cristo – na Galileia!
Num berço, o filho real,
não o vereis reclinado.
Vê-lo-eis pobre e enfaixado,
sobre as palhas de um curral!
Segui dos astros a esteira.
Levai pombas, ramos, palmas,
ao que traz uma joeira
das estrelas e das almas!»
Foi-se o anjo: e nas neblinas,
então celestes legiões
soltam místicas canções,
sobre violas divinas.
Erguem-se, enfim, os pastores
e vão caminhos dalém,
com palmas, rolas, e flores,
cordeiros, até Belém.
E exclamavam indo a andar:
– «Vamos ver o vinhateiro!
Ver o que sabe lavrar
nas nuvens, ver o Ceifeiro!
Vamos beijar os pés nus
do que semeia nos céus.
Ver esse pastor que é Deus
– e traz cajado de luz!»
Chegando ao presépio, enfim,
caem, de rojo, os pastores,
vendo o herdeiro d’Eloim
que veste os lírios e as flores.
Dão-lhe pombas gloriosas,
meigos, tenros animais.
– Mas, vendo coisas radiosas,
casos vindouros, fatais…
Abria o deus das crianças
uns olhos profundos, graves,
no meio das pombas mansas
– nas palpitações das aves.
Gomes Leal
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Filme apropriado à época natalícia - XVII
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terça-feira, dezembro 22, 2009
Hoje é dia de recordar José Régio
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A aldrabice chamada Magalhães
Do Blog De Rerum Natura publicamos o seguinte post, de autoria do Professor Doutor Carlos Fiolhais, iminente físico da Universidade de Coimbra e um dos melhores divulgadores científicos nacionais da actualidade:
VACUIDADES SOBRE O MAGALHÃES
Há cerca de um ano e porque me foi perguntado respondi, num encontro de inspectores de ensino, que o computador Magalhães não passava de uma manobra de propaganda e de um grande negócio. Todas as revelações feitas nos últimos tempos sobre o negócio têm-me, infelizmente, dado razão.
O ex-ministro Mário Lino, no programa "Quadratura do Círculo" da SIC bem tentou fazer a indefensável defesa do Magalhães para consumo interno, mas agora é a União Europeia que está a esmiuçar o caso por terem sido violadas normas comunitárias.
Foi, por isso, com natural curiosidade que, alertado pelo título "O Magalhães não é apenas um concurso", comecei a ler um artigo de Francisco Jaime Quesado, Gestor do Programa Operacional Sociedade do Conhecimento, publicado no jornal "Público" de 19-12-2009. A minha desilusão foi enorme. O artigo era um emaranhado de lugares comuns, disfarçados em "economês" que, tal como o "eduquês", é declarado inimigo do pensamento claro.
Diz o articulista: "O Magalhães constituiu um passo marcante na afirmação por parte do Governo português de uma aposta estratégica na Educação como o grande driver de mudança colectiva da sociedade e recentragem no valor e competitividade como factores de distinção na economia global. Não tenhamos dúvidas." Eu, se me é permitido, tenho sérias dúvidas; lamento, mas não me convencem nem o "driver" nem a "recentragem"...
E continua: "Na "escola nova" de que o país precisa, [a Educação] tem que se ser capaz de dotar as "novas gerações" com os instrumentos de qualificação estratégica do futuro. Aliar ao domínio por excelência da tecnologia e das línguas a capacidade de, com criatividade e qualificação, conseguir continuar a manter uma "linha comportamental de justiça social e ética moral", como bem expressou recentemente Ralph Darhendorf em Oxford." Ainda se me é permitido, esta ideia da "escola nova" é muito velha e a "qualificação estratégica" é uma expressão não só gasta como vazia. E "conseguir continuar a manter" não passa de um comboio de verbos que, apesar da citação erudita, não leva a frase a estação nenhuma.
O autor, em vez de clarificar, consegue ser ainda mais confuso quando acrescenta: "Na economia global das nações, os "actores do conhecimento" têm que internalizar e desenvolver de forma efectiva práticas de articulação operativa permanente, sob pena de verem desagregada qualquer possibilidade concreta e efectiva de inserção nas redes onde se desenrolam os projectos de cariz estratégico estruturante." Registo a duplicação do "efectiva". E a insistência no "estratégico". Mas pergunto: que dicionário será preciso para perceber a frase toda?
Conclui o autor: "Por isso, a oportunidade e a importância do Magalhães. Que, para além dos efeitos ao nível da revolução na utilização das TIC como um instrumento de qualificação pedagógica, teve também o mérito de elevar na escala produtiva empresas portuguesas do sector, aumentando as exportações, consolidando dinâmicas de inovação e reforçando o emprego". Quanto à dita "qualificação pedagógica" nada está provado, pois nada foi até agora adiantado em seu abono. O que parece, outrossim, estar a ser provado é o favorecimento escandaloso de uma certa empresa com prejuízo da concorrência e, pior, dos dinheiros públicos e de todos nós.
Após uma defesa tão confusa do Magalhães, em nome de uma entusiástica fé em "amanhãs que cantam" graças a "novas tecnologias" que tornarão excelente o nosso depauperado ensino, continuo à espera de argumentos pedagógico-científicos que sustentem a distribuição a esmo e a pataco de computadores pelos infantes do 1.º ciclo, em detrimento de outros projectos como, por exemplo, o ensino experimental das ciências no ensino básico. Fala-se muito em avaliação. Não haverá ninguém que avalie a sério o Magalhães?
PS) "Darhendorf" deve ser "Dahrendorf" se é quem eu estou a pensar, mas esse erro é o menos...
Postado por Adelaide Martins às 13:45 0 bocas
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José Régio partiu há 40 anos
Testamento do Poeta
Todo esse vosso esforço é vão, amigos:
Não sou dos que se aceita... a não ser mortos.
Demais, já desisti de quaisquer portos;
Não peço a vossa esmola de mendigos.
O mesmo vos direi, sonhos antigos
De amor! olhos nos meus outrora absortos!
Corpos já hoje inchados, velhos, tortos,
Que fostes o melhor dos meus pascigos!
E o mesmo digo a tudo e a todos, - hoje
Que tudo e todos vejo reduzidos,
E ao meu próprio Deus nego, e o ar me foge.
Para reaver, porém, todo o Universo,
E amar! e crer! e achar meus mil sentidos!....
Basta-me o gesto de contar um verso.
José Régio
Postado por Pedro Luna às 13:20 0 bocas
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Poema alusivo à época natalícia - VI
Leonardo Da Vinci, A Anunciação, circa 1474
LITANIA DO NATAL
A noite fora longa, escura, fria.
Ai noites de Natal que dáveis luz,
Que sombra dessa luz nos alumia?
Vim a mim dum mau sono, e disse: «Meu Jesus…»
Sem bem saber, sequer, porque o dizia.
E o Anjo do Senhor: «Ave, Maria!»
Na cama em que jazia,
De joelhos me pus
E as mãos erguia.
Comigo repetia: «Meu Jesus…»
Que então me recordei do santo dia.
E o Anjo do Senhor: «Ave, Maria!»
Ai dias de Natal a transbordar de luz,
Onde a vossa alegria?
Todo o dia eu gemia: «Meu Jesus…»
E a tarde descaiu, lenta e sombria.
E o Anjo do Senhor: «Ave, Maria!»
De novo a noite, longa, escura, fria,
Sobre a terra caiu, como um capuz
Que a engolia.
Deitando-me de novo, eu disse: «Meu Jesus…»
E assim, mais uma vez, Jesus nascia.
José Régio
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Filme apropriado à época natalícia - XVI
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segunda-feira, dezembro 21, 2009
Solstício - começa hoje o Inverno
Postado por Pedro Luna às 17:47 0 bocas
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Uma estranha estrutura geológica açoriana
A história desta descoberta leva-nos a um cruzeiro científico, no ano passado, realizado pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC). Nos trabalhos para reivindicar que a plataforma continental portuguesa se estende para lá das 200 milhas náuticas, dando direito ao país de explorar os recursos no solo e subsolo marinhos, uma das coisas que este grupo técnico-científico fez foram levantamentos da morfologia do fundo do mar (através de uma sonda com múltiplos feixes sonoros).
Com esses dados, construíram-se depois mapas de grande resolução do relevo marinho. Mas só em meados deste ano, depois de Portugal ter entregado em Maio a sua proposta de extensão da plataforma nas Nações Unidas, é que os investigadores da EMEPC foram olhar com outros fins científicos para os dados que recolheram nas campanhas oceanográficas. Foi então que se depararam com o "ovo estrelado", dois quilómetros abaixo da superfície do mar.
As imagens revelavam uma estrutura relativamente circular com seis quilómetros de diâmetro e, no centro, surgia uma elevação, como se fosse a gema, com três quilómetros de diâmetro. A parte da "clara" deste ovo geológico encontra-se 110 metros abaixo do fundo do mar circundante. Já da base da clara até ao topo da gema são cerca de 300 metros.
A hipótese do meteorito...
No início de Outubro último, a equipa da EMEPC regressou ao local para confirmar a descoberta e, se as condições do mar deixassem, mergulhar no local com o robô submarino português, o Luso. O mar não deixou, pelo que o mergulho com este veículo tripulado à distância, a partir do navio, ficou adiado até 2010. Nessa altura, ideia é que o robô traga do "ovo estrelado" pedaços de rochas e amostras de sedimentos, para que possam desvendar-se todos os seus mistérios. E eles são muitos, a começar pela origem.
Existem três possibilidades para a sua formação, diz o engenheiro hidrógrafo e oceanógrafo físico Manuel Pinto de Abreu, o responsável pela EMEPC, que se encontra em São Francisco. Ou é uma cratera formada pelo impacto de um meteorito. Ou um vulcão de lama, formações que, em vez de lava, expelem sedimentos finos carregados de metano, como as que existem no golfo de Cádis. "Ou é uma coisa completamente diferente", resume Pinto de Abreu.
Em relação à hipótese do meteorito, a estrutura apresenta algumas características que se coadunam com a colisão de um corpo cósmico com a Terra: por exemplo, é comum a existência de um empolamento no centro das crateras de impacto. A confirmar-se mesmo como cratera - por exemplo, através da presença de vidros devido a um violento impacto na crosta terrestre -, não deverá ter mais de 17 milhões de anos, uma vez que essa é a idade atribuída ao fundo do mar naquela zona. A camada de sedimentos em cima do cume poderá também dar uma ideia de há quanto tempo ocorreu o impacto.
Encontrar vestígios, em sedimentos na costa, de um tsunami que a queda de um objecto destes no mar teria de causar é outra forma de ajudar a deslindar o mistério.
Para já, a equipa portuguesa está a fazer simulações matemáticas para testar a ideia do impacto. Que tamanho teria de ter o meteorito para causar a cratera e o empolamento central é uma das questões para que procuram resposta.
... e a do vulcão de lama
No entanto, não só as dimensões da gema geológica são muito grandes, como ela tem uma forma muito suave para ter resultado da colisão de um meteorito, por isso há quem não se incline para esta possibilidade e fale de um vulcão de lama.
O problema é que os vulcões de lama encontrados até agora não se formaram em regiões com o contexto geológico em que se localiza o"ovo estrelado". Primeiro, explica Pinto de Abreu, porque a camada de sedimentos dessa área é pouco espessa para fazer a retenção dos fluidos vindos do interior da Terra, como é o caso do gás metano dos vulcões de lama. Segundo, porque naquela região não se conhece a existência de compressão entre placas tectónicas. No golfo de Cádis, é precisamente essa compressão (entre a placa africana com a euroasiática) que força o metano em profundidade a ser expelido para a superfície.
Os vulcões de lama têm despertado muito interesse, pois, por causa do metano, são vistos como uma possível fonte energética alternativa. Se for um vulcão de lama, então o "ovo estrelado" representará uma nova classe destas formações geológicas.
Para adensar mais o enigma, descobriu-se uma outra estrutura geológica, semelhante mas mais pequena, a uns três ou quatro quilómetros de distância: esse ovinho geológico é a elevação que, na imagem aqui publicada, se encontra do lado direito.
A apresentação da descoberta, num poster na maior reunião mundial de investigadores das ciências da Terra, abriu o debate à comunidade científica internacional. Os cientistas portugueses puderam trocar impressões com colegas estrangeiros, e as opiniões dividiram-se entre a cratera de impacto e o vulcão de lama. "Não há nada semelhante conhecido", sublinha Pinto de Abreu.
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Notícia sobre filmagem de erupção subaquática
Um vídeo filmado por um submarino-robô no fundo do Oceano Pacífico mostra a mais profunda erupção de um vulcão submarino já registada.
As imagens mostram lava explodindo na água no vulcão submarino de West Mata, que fica a uma profundidade de cerca 1.200 metros, localizado cerca de 200 quilómetros ao sudoeste do arquipélago de Samoa.
O robô submarino Jason desceu 1.100 metros para conseguir filmar o vídeo de alta definição.
O submarino ainda encontrou micróbios e uma espécie de camarão vivendo nas águas quentes e ácidas em torno do vulcão.
“É um ambiente extraordinário”, disse Joseph Resing, um oceanógrafo químico da Universidade de Washington e do Joint Institute for the Study of the Atmosphere and Ocean em Seattle, nos Estados Unidos.
“Você tem lava derretendo a 1.400º C produzindo fluidos acetosos – o dióxido de enxofre deixa esses fluidos com o ph1.4, extremamente ácido, e ainda assim os micróbios e camarões estão florescendo”, disse ele à BBC.
“Os gases magmáticos sustentam e fornecem energia para a vida microbial, e os micróbios fornecem energia para os camarões.”
“A gente vê os animais muito perto do vulcão – a metros.”
Placas tectónicas
Resing descreveu o comportamento do vulcão na Reunião de Outono da União Geofísica Americana em San Francisco, Estados Unidos, a maior reunião anual de cientistas especializados em geofísica.
O vulcão submarino de West Mata fica localizado bem perto da fossa de Tonga-Kermadec, com 10 mil metros de profundidade. O local é onde a placa tectónica do Pacífico – que inclui a maior parte do solo central deste oceano – entra por baixo da placa tectónica australiana.
É um local chave para a reciclagem de rochas de volta para o centro da Terra e é onde o material derretido pode forçar seu caminho de volta à superfície.
A possível existência da erupção foi identificada pela primeira vez em Novembro de 2008 através de amostras de água colectadas no oceano, que continham níveis anormais de hidrogénio e detritos vulcânicos.
Mas os cientistas só tiveram a noção real da descoberta quando o submarino Jason foi enviado para investigar West Mata.
Jason, que é operado pela Woods Hole Oceonagraphic Institution (WHOI), chegou a três metros de distância do vulcão em erupção.
A câmara de alta definição do submarino capturou bolhas de lava derretida a um metro de distância estourando na água do mar e filmou o vulcão ejectando lava para o mar.
Acredita-se que tenha sido a primeira vez que se observou de tão perto um vulcão expelindo lava no fundo do oceano.
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Poema alusivo à época natalícia - V
NATAL
Se considero o triste abatimento
Em que me faz jazer minha desgraça,
A desesperação me despedaça,
No mesmo instante, o frágil sofrimento.
Mas súbito me diz o pensamento,
Para aplacar-me a dor que me traspassa,
Que Este que trouxe ao mundo a Lei da Graça,
Teve num vil presepe o nascimento.
Vejo na palha o Redentor chorando,
Ao lado a Mãe, prostrados os pastores,
A milagrosa estrela os reis guiando.
Vejo-O morrer depois, ó pecadores,
Por nós, e fecho os olhos, adorando
Os castigos do Céu como favores.
Manuel Maria Barbosa du Bocage
Filme apropriado à época natalícia - XV
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domingo, dezembro 20, 2009
Música de Natal para o novo tipo de famílias que José Sócrates quer consagrar
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Sugestões de Prendas de Natal - VII
Vamos desistir de sugerir prendas de Natal depois desta notícia:
E Deus nos ajude...
Poema alusivo à época natalícia - IV
HINO DE AMOR
Andava um dia
Em pequenino
Nos arredores
De Nazaré,
Em companhia
De São José,
O bom Jesus,
O Deus Menino.
Eis senão quando
Vê num silvado
Andar piando
Arrepiado
E esvoaçando
Um rouxinol,
Que uma serpente
De olhar de luz
Resplandecente
Como a do Sol,
E penetrante
Como diamante,
Tinha atraído,
Tinha encantado.
Jesus, doído
Do desgraçado
Do passarinho,
Sai do caminho,
Corre apressado,
Quebra o encanto,
Foge a serpente,
E de repente
O pobrezinho,
Salvo e contente,
Rompe num canto
Tão requebrado,
Ou antes pranto
Tão soluçado,
Tão repassado
De gratidão,
De uma alegria,
Uma expansão,
Uma veemência,
Uma expressão,
Uma cadência,
Que comovia
O coração!
Jesus caminha
No seu passeio,
E a avezinha
Continuando
No seu gorjeio
Enquanto o via;
De vez em quando
Lá lhe passava
A dianteira
E mal poisava,
Não afroixava
Nem repetia,
Que redobrava
De melodia!
Assim foi indo
E foi seguindo.
De tal maneira,
Que noite e dia
Numa palmeira,
Que havia perto
Donde morava
Nosso Senhor
Em pequenino
(Era já certo)
Ela lá estava
A pobre ave
Cantando o hino
Terno e suave
Do seu amor
Ao Salvador!
João de Deus
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Filme apropriado à época natalícia - XIV
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sábado, dezembro 19, 2009
Poema alusivo à época natalícia - III
A abstracção não precisa de mãe nem pai
A abstracção não precisa de mãe nem pai
nem tão pouco de tão tolo infante
mas o natal de minha mãe é ainda o meu natal
com restos de Beira Alta
ano após ano via surgir figura nova nesse
presépio de vaca burro banda de música
ribeiro com patos farrapos de algodão muito
musgo percorrido por ovelhas e pastores
multidão de gente judaizante estremenha pela
mão de meu pai descendo de montes contando
moedas azenhas movendo água levada pela estrela
de Belém
um galo bate as asas um frade está de acordo
com a nossa circuncisão galinhas debicam milho
de mistura com um porco a que minha avó juntava
sempre um gato para dar sorte era preto
assim íamos todos naquela figuração animada
até ao dia de Reis aí estão
um de joelhos outro em pé
e o rei preto vinha sentado no
camelo. Era o mais bonito.
depois eram filhoses o acordar de prenda no
sapato tudo tão real como o abrir das lojas no dia de feira
e eu ia ao Sanguinhal visitar a minha prima que
tinha um cavalo debaixo do quarto
subindo de vales descendo de montes
acompanhando a banda do carvalhal com ferrinhos
e roucas trompas o meu Natal é ainda o Natal de
minha mãe com uns restos de canela e Beira Alta.
in Actus Tragicus - João Miguel Fernandes Jorge
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Vitorino Nemésio nasceu há 108 anos
Vitorino Nemésio Mendes Pinheiro da Silva (Praia da Vitória, 19 de Dezembro de 1901 — Lisboa, 20 de Fevereiro de 1978) foi um poeta, escritor e intelectual de origem açoriana que se destacou como romancista, autor de Mau Tempo no Canal, e professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.in Wikipédia
Uma Poesia sua para celebrar a data:
Quando Toda és Terra a Terra
Marga, teu busto tufa,
Dois gomos e véus de ilhal
Palpitam palmo de gente
Nesse tefe-tefe igual
E há qualquer coisa de ardente
Que se endireita e que rufa
Nem tambor a general.
Marga, teu peitinho estringes,
Toca a quebrados na praça
De armas que empunham rapazes
De guarda a uma egípcia esfinge,
E um vento de guerra passa
E o pau da bandeira ringe
Antes de fazer as pazes.
Marga, que deusa de guerra,
A Miosótis se interpôs
Quando toda és terra a terra
Cálice de rododendro
Zango nunca em ti se pôs
Em estames senão tremendo...
Vitorino Nemésio, in "Caderno de Caligraphia e outros Poemas a Marga"
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Marcadores: poesia, Vitorino Nemésio
O pintor José Dias Coelho morreu há 48 anos
A Morte saiu à Rua
Naquele lugar sem nome p'ra qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o pintor morreu
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação.
Zeca Afonso (Letra e Música), Eu Vou Ser Como a Toupeira, 1972
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Filme apropriado à época natalícia - XIII
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sexta-feira, dezembro 18, 2009
Actividade ambiental para crianças em Leiria
O Centro de Interpretação Ambiental de Leiria irá realizar, nos dias 28, 29 e 30 de Dezembro de 2009, das 09.30 às 12.00 e das 14.30 às 17.00 horas uma actividade intitulada: Lixo Velho/Brinquedo Novo, em que os participantes, com idades compreendidas entre os 8 e os poderão, nesta actividade, fazer os seus próprios brinquedos utilizando para isso objectos usados.
As actividades que as crianças poderão fazer serão:
- Lixo Velho/Brinquedo Novo
- Pequenos artistas…..grandes reutilizadores
- Origami e teabag folding
Os objectivos desta actividade são:
- Reconhecer materiais e objectos que possam ser reutilizados, em forma de brinquedo;
- Estimular a criatividade e a procura de soluções alternativas, de forma a desincentivar o consumo excessivos de bens não essenciais;
- Fomentar o gosto pelas diversas artes, em especial pela pintura;
- Introduzir os participantes na arte milenar das dobragens de papel.
Associando-se ao evento, este Blog disponibiliza os seguintes documentos:
Divisão de Ambiente e Serviços Urbanos
Câmara Municipal de Leiria
Telefone: 244 845 651 - Extensão: 694
Fax: 244 839 556
tfontes@cm-leiria.pt
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Inquérito sobre o Sismo de 17.12.2009
http://www.surveymonkey.com/s/C86YJKC
Eu já respondi, bastam 2 minutos e é até bastante curioso e divertido...
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Hoje foi a Festa de Natal do meu filhote...
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Filme apropriado à época natalícia - XII
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Poema alusivo à época natalícia - II
NATAL À BEIRA-RIO
É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
A trazer-me da água a infância ressurrecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
Que ficava, no cais, à noite iluminado...
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
À beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?
in Obra Poética 1948-1988 - David Mourão-Ferreira
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Exposição em Verride - Montemor-o-Velho
Colecção privada de Igor Morais
- Sábado - 19 (15:00h – 18:00h / 21:00h - 22:30h):
15:00h - Exposição "pedrinhas Curiosas e outros Minerais" (Abertura)
21:30h - “Poesia e Musicalidades” - Espaço Garrett (Clube de Teatro e Leitura) - "O Cancioneiro das pedras" de Afonso Duarte
- Domingo – 20 (10:00h – 12:00h / 14:00h - 15:00h)
Acerca de “pedrinhas Curiosas e outros Minerais”
Esta exposição pretende, estimular a sensibilidade de todos os visitantes, mas sobretudo de crianças e jovens, para questões de extrema importância, acerca da natureza. A formação dos solos, a sua erosão através dos tempos, os vestígios do passado, a sua beleza, os recursos naturais e, a sua importância para o futuro.Por se tratar duma "herança geológica" que nos permite conhecer as potencialidades dos nossos recursos naturais e a melhor forma de agir em função deles, temos o exemplo da água que bebemos.Da nascente mais remota, dos percursos subterrâneos, a água por lençois freáticos chega até nós, através das fontes.
«...Assim, bocas de rocha pedregudas
São partituras de palavras mudas.
Falam por sentimento.
De escarpas fugidias os seus dedos,
Seus olhos fontes de água em balada,
São límpida toada
A sublinhar proféticos segredos...»
“EVOCAÇÃO DUM ROCHEDO” - Afonso Duarte
quinta-feira, dezembro 17, 2009
O sismo de 17.12.2009 nas notícias televisivas
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O sismo de 17.12.2009 na imprensa escrita diária
Público:
Jornal de Notícias:
Sismo: do Minho ao Algarve, mas mais intenso no Sul do país
Leitores do Jornal de Notícias contam como sentiram o sismo
ADENDA: este foi o post n.º 2.500 deste nosso Blog...!
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Poema alusivo à época natalícia
Dia de Natal
"Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
É dia de pensar nos outros – coitadinhos – nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.
Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.
De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso anti magnético.)
Torna se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeus enluvados aos bons amigos que passam mais distante.
Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilowatts,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.
Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.
A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha se uma roupagem diáfana a desembrulhar se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra – louvado seja o Senhor – o que nunca tinha pensado comprar.
Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.
Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.
Ah!!!!!!!!!!
Na branda macieza
da matutina luz
aguarda o a surpresa
Do Menino Jesus.
Jesus,
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.
Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
Tá tá tá tá tá tá tá tá tá tá tá tá tá.
Já está!
E fazia as erguer para de novo matá las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.
Dia de Confraternização Universal,
dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas."
António Gedeão, in Máquina de Fogo (1961)
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Mais imagens do sismo de 17.12.2009
Sismogramas de Geofones (de Manteigas, Évora e Melilla):
Mapa do epicentro (do Programa Geofones):
Sismogramas do Instituto Geofísico do Infante D. Luís - Universidade de Lisboa:
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O sismo de hoje no Público
Com epicentro no Oceano Atlântico
Sismo de magnitude 6.0 sentido em todo o paísUm abalo de magnitude 6.0, com epicentro no Oceano Atlântico, a 185 km de Faro e a Oeste de Gibraltar, foi sentido esta madrugada, à 01h37, um pouco por todo o país.
O site do US Geological Survey foi um dos primeiros a fazer referência ao abalo, reportando um sismo de magnitude 5.7, abaixo do valor que consta do site do Instituto de Meteorologia português: magnitude 6.0. Já o site do Instituto Geográfico Nacional de Espanha refere que o abalo teve magnitude 6.2.
O sismo teve a duração de alguns minutos, mas apenas foi sentido pelas pessoas durante cinco a oito segundos.
Até ao momento não são conhecidos quaisquer danos materiais ou pessoais resultantes do abalo.
Durante a madrugada a Autoridade Nacional de Protecção Civil registou pelo menos oito réplicas do sismo, todas de magnitude inferior e que não provocaram danos.
Os utilizadores da rede social Twitter começaram a publicar testemunhos sobre o abalo, que foi sentido do norte ao sul do país, com referências a localidades como Braga, Porto, Matosinhos, Covilhã, Lisboa, Almada, Beja e Loulé, entre muitas outras.
O Algarve foi, porém, a região onde o sismo foi mais sentido, apesar de não ter chegado a provocar nenhum dano material nem humano. A Protecção Civil da região recebeu dezenas de chamadas telefónicas e muitas pessoas recearam réplicas do sismo e foram para a rua, de acordo com relatos recolhidos pela Lusa.
A agência contactou o Hotel da Baleeira em Sagres, o mais Oeste de Portugal Continental e, segundo a recepcionista Maria João Marcelo, o sismo foi sentido naquela unidade hoteleira e alguns clientes saíram dos quartos de pijama para saber informações.
O comandante da Zona Marítima do Sul, Marques Ferreira disse à Lusa que na área de jurisdição da Polícia Marítima não há relato de nenhum incidente em nenhum porto marítimo, nem com nenhuma embarcação.
O responsável pela GNR no Algarve também adiantou à Lusa que não registou pedidos de socorro. “Não houve danos nem humanos, nem materiais mesmo com um sismo desta intensidade e magnitude”, afirmou Vítor Calado, major da GNR.
Moradores em Faro contactados pela Lusa relataram que sentiram o sismo, que chegaram a recear réplicas e que viram muitas pessoas nas ruas de pijama a comentarem o incidente.
“Foi o maior tremor de terra da minha vida. Estava a dormir e dei um salto quando senti o sismo e foi horrível, tive medo que houvesse réplica”, recordou Marta Filipa, moradora na avenida principal da capital algarvia.(Notícia actualizada às 09h25)
NOTA: esta notícia tem, na sua barra lateral esquerda, diversos links úteis...
Postado por Fernando Martins às 09:50 0 bocas
Marcadores: Portugal, sismo, sismologia
Sismo sentido em Portugal continental
Com uma magnitude de 6,0 na Escala de Richter, segundo o Instituto de Meteorologia (IM - Portugal) instituição que informa no seu site que o seu epicentro foi a SW do Cabo S. Vicente, que teve intensidade V (Escala de Mercalli) na zona de Lagos.
No mesmo site estão referidas diversas réplicas, todas com magnitude inferior a 3,0 na antes citada Escala de Richter.
Postado por Fernando Martins às 09:30 0 bocas
Marcadores: Portugal, sismo, sismologia
Sugestões de Prendas de Natal - VI
Este ano a coisa não se alterou - há uma carrada de propostas, de excelente preço e óptima qualidade, que os interessados poderão adquirir a partir de 21.12.2009, a saber:
Microscópio Escolar
- 3 objectivas rotativas de elevada qualidade (4x, 10x e 40x);
- Lente de Barlow e 2 oculares de ângulo de visão largo (5x/16x);
- Iluminação LED de luz incidente e transmitida, ambas através de corrente eléctrica;
- Ampliação: 20-1280x;
- Ocular para ligação ao PC através de USB e software;
- Inclui mala e uma vasta gama de preparados e instrumentos;
- 59 euros (-14% - valor anterior 69 euros);
- Disponível em todo o país a partir de 21.12.2009.
Binóculo Rocktrail
- Objectiva 50 mm;
- Regulação dióptrica;
- Inclui: rosca de ligação a 1 tripé (não incluido);
- Reprodução de imagem clara e de grande contraste através dos prismas Bak 4;
- Mecanismo central anti-derrapante para uma focagem simples e precisa;
- Oculares LE com borrachas de protecção, ideal para utilizadores de óculos;
- 10 x ampliação;
- 50 x zoom óptico;
- Acessórios:
- mala de transporte com alça e presilha para cinto,
- fita para uso ao pescoço,
- pano de limpeza.
- 19,99 euros;
- Disponível em todo o país a partir de 21.12.2009.
Binóculo Bresser
- Objectivas de 60 mm;
- Campo de visão de 52 m/ 1000 m;
- Ampliação 10-30x;
- Reprodução de imagem clara e de grande contraste;
- 19,99 euros;
- Disponível em todo o país a partir de 21.12.2009.
NOTA: há ainda outros artigos que recomendamos, mas que não estão disponíveis em todo o país, tais como:
Filme apropriado à época natalícia - XI
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Marcadores: Eu Hei-de ir ao Presépio, música, Natal
quarta-feira, dezembro 16, 2009
Filme apropriado à época natalícia - X
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