Mostrar mensagens com a etiqueta Galiza. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Galiza. Mostrar todas as mensagens

sábado, fevereiro 05, 2022

Música adequada à data...

  

En Lixboa, sobre lo mar

En Lixboa, sobre lo mar
barcas novas mandei lavrar,
ai mia senhor velida!


En Lixboa, sobre lo ler,
barcas novas mandei fazer,
ai mia senhor velida!


Barcas novas mandei lavrar
e no mar as mandei deitar,
ai mia senhor velida!


Barcas novas mandei fazer
e no mar as mandei meter,
ai mia senhor velida!


Joán Zorro

Hoje é dia ouvir Amancio Prada cantar na sua língua mãe...!

 

Adiós, ríos; adiós, fontes

 

Adiós, ríos; adiós, fontes;
adiós, regatos pequenos;
adiós, vista dos meus ollos:
non sei cando nos veremos.
Miña terra, miña terra,
terra donde me eu criei,
hortiña que quero tanto,
figueiriñas que prantei,
prados, ríos, arboredas,
pinares que move o vento,
paxariños piadores,
casiña do meu contento,
muíño dos castañares,
noites craras de luar,
campaniñas trimbadoras,
da igrexiña do lugar,
amoriñas das silveiras
que eu lle daba ó meu amor,
camiñiños antre o millo,
¡adiós, para sempre adiós!
¡Adiós groria! ¡Adios contento!
¡Deixo a casa onde nacín,
deixo a aldea que conozo
por un mundo que non vin!
Deixo amigos por estraños,
deixo a veiga polo mar,
deixo, en fin, canto ben quero...
¡Quen pudera non deixar!...
.........................................
Mais son probe e, ¡mal pecado!,
a miña terra n'é miña,
que hastra lle dan de prestado
a beira por que camiña
ó que naceu desdichado.
Téñovos, pois, que deixar,
hortiña que tanto amei,
fogueiriña do meu lar,
arboriños que prantei,
fontiña do cabañar.
Adiós, adiós, que me vou,
herbiñas do camposanto,
donde meu pai se enterrou,
herbiñas que biquei tanto,
terriña que nos criou.
Adiós Virxe da Asunción,
branca como un serafín;
lévovos no corazón:
Pedídelle a Dios por min,
miña Virxe da Asunción.
Xa se oien lonxe, moi lonxe,
as campanas do Pomar;
para min, ¡ai!, coitadiño,
nunca máis han de tocar.
Xa se oien lonxe, máis lonxe
Cada balada é un dolor;
voume soio, sin arrimo...
¡Miña terra, ¡adiós!, ¡adiós!
¡Adiós tamén, queridiña!...
¡Adiós por sempre quizais!...
Dígoche este adiós chorando
desde a beiriña do mar.
Non me olvides, queridiña,
si morro de soidás...
tantas légoas mar adentro...
¡Miña casiña!,¡meu lar!
 

   

Rosalia de Castro

Amancio Prada - 73 anos!

    
Amancio Prada
(Devesas, Castela e Leão, 5 de fevereiro de 1949), nascido no Bierzo, na zona de língua galega, filho de camponeses, é um dos mais destacados cantautores espanhóis.
Estudou Sociologia na Universidade da Sorbonne (Paris). Ali mesmo, na França, já se deu a conhecer aparecendo na televisão e nas rádios francesas, e mesmo gravou o seu primeiro disco Vida e morte. A partir de aqui começou uma longa etapa de produção de discos, junto com numerosas actuações por todo o mundo, pois participou em concertos por todo o território espanhol e internacional (Roma, Estocolmo, Genebra, Buenos Aires, Nova York, Lisboa, Caracas, Porto, Chicago, México, Rabat, Colónia, Utrecht, Ravenna, Atenas, Bruxelas, Medellín, Brasil...)
Amancio Prada pode-se considerar como um dos melhores embaixadores da lírica galega e portuguesa no mundo (Rosalia de Castro, Álvaro Cunqueiro, diversos trovadores galaico-portugueses, canções populares galegas, etc), motivo que o júri deu para que ganhasse o XXI Prémio Celanova - Casa dos Poetas - em 2005 ou o Premio Xarmenta em 2006.

 


 

Gazela do amor desesperado

A noite não quer vir
para que tu não venhas
nem eu não possa ir.

Mas eu irei
embora um sol de lacraus me coma as têmporas.


Mas tu virás
com a língua queimada por uma chuva de sal.


E o dia não quer vir
para que tu não venhas
nem não possa ir.


Mas eu irei
entregando aos sapos o meu mordido cravo.


Mas tu virás
pelas turvas cloacas da obscuridade.


Nem a noite nem o dia querem vir
para que por ti morra
e tu morras por mim.

    

Federico García Lorca - tradução de Pedro Luna 

quarta-feira, fevereiro 02, 2022

Manuel Murguía, pioneiro do rexurdimento galego, morreu há 99 anos

   
Manuel Murguía (Froxel, 17 de maio de 1833 - Corunha, 2 de fevereiro de 1923) foi um historiador galego que impulsionou o Ressurgimento e criou a Real Academia Galega.
  
Biografia
Manuel Murguia nasceu no lugar do Froxel, em San Tirso de Oseiro, filho de Concepción Murguía Egaña e Juan Martínez de Castro, farmacêutico na Corunha, estabelecendo-se depois em Santiago de Compostela. Será neste lugar que o menino Manuel Murguia presenciará os acontecimentos de 23 de abril de 1846, que narrará mais tarde num artigo no jornal "La Voz de Galicia", de forma sentimental.
Em 1845 começou a estudar filosofia, de que se formará como bacharel, e, ao mesmo tempo, estudará farmácia, que cursou por desejo do pai. Mas Murguia, mais interessado pela literatura e pela história, abandonará o curso para se dedicar exclusivamente ao seu trabalho de escritor e investigador. Nestes anos a vida cultural de Santiago gira em torno do "Liceu da Juventude", onde viviam estudantes e intelectuais como Pondal, Aurelio Aguirre e Rosalia.
Em 1854 Murguia publicou o seu primeiro texto em galego, no álbum de Elena Avendaño com seguidilhas intituladas "Nena das Soidades". Murguia também colaborava em jornais e revistas da época como La Iberia e Las Novedades, - o que lhe permitiu publicar folhetins com obras como "Desde el Cielo", "Mientras Duerme", "Mi madre Antonia", "El Ángel de la Muerte" e "Los Lirios Blancos", que o fazem aparecer como uma das promessas literárias do momento.
Murguía manteve contactos, em Madrid, com escritores como os irmãos Valeriano e Gustavo Adolfo Bécquer, bem como com Rosalía de Castro; a relação entre ambos levará mesmo ao noivado, e a 10 de outubro de 1858 casam na igreja madrilenha de São Idefonso. Murguía foi um apoio intelectual e social para Rosalía desde o início, e animou-a na sua carreira literária e na publicação de obras como Cantares Galegos, considerada o início do Renascimento literário galego.
Murguía abandonou o seu trabalho de criação literária, no qual teve êxito, para se dedicar por completo à investigação histórica e à sua divulgação, o que o levou a difundir o ideário político decorrente das suas investigações, começando assim o Rexurdimento.
Motivado pelo nascimento da sua primeira filha, publica La Primera Luz, um livro de leituras escolares estruturado em vinte temas de história e Geografia, que o Ministério de Fomento recomendou para o ensino na Galiza. Em 1862 Murguia termina o seu Dicionário de Escritores Galegos e em 1865 foi viver para Lugo, onde editou a História de Galiza. Em 1870 foi nomeado diretor do Arquivo Geral da Galiza e, mais tarde, em 1885, Cronista Geral do Reino. Em 1886 publica Los precursores, obra em que faz uma descrição de vários personagens da vida cultural galega. Em 1890, Murguía dirigiu em conjunto com Alfredo Brañas La Patria Galega, boletim precursor do que viria a ser, com o tempo, o pensamento regionalista galego. Neste mesmo ano Murguia publicou, durante uns Jogos Florais, um discurso muito aplaudido e que levou à sua nomeação como "Mestre en Gay Saber". Neste discurso fala do sentimento histórico e cultural diferenciador da Galiza.
Com 72 anos, Murguía tem a ideia de criar uma Academia Galega da Língua, o que comunica a outros escritores que frequentavam uma livraria da Corunha conhecida pelo nome d´A Cova Céltica. Murguía insistiu também na criação de um dicionário da língua galega. Crê-se que a inexistência deste dicionário foi determinante para que a sua obra em galego fosse tão escassa. A 25 de agosto de 1906 aprovou-se a criação da Real Academia Galega.
Manuel Murguía morreu a 2 de fevereiro de 1923, na sua casa, na rua de Santo Agostinho, na Corunha.
   

domingo, janeiro 30, 2022

Castelao nasceu há 136 anos

 
Alfonso Daniel Manuel Rodríguez Castelao (Rianxo, 30 de janeiro de 1886 - Buenos Aires, 7 de janeiro de 1950) foi um escritor, político e artista galego, um dos fundadores do nacionalismo galego.
Estudou Medicina, mas confessava: "Fiz-me médico por amor a meu pai; não exerço a profissão por amor à humanidade".

Biografia
Filho de Manuel Rodríguez Dios, marinheiro, e de Joaquina Castelao Genme. Castelao emigrou para a Argentina com três meses de idade e, em 1895, foi com a sua mãe juntar-se ao pai em Bernasconi, na Pampa, onde residiu até 1900. Segundo ele contava, descobriu o valor da caricatura lendo Caras y Caretas. Durante os anos em que estudou Medicina na Universidade de Santiago de Compostela também desenvolveu o seu interesse pelo desenho e pela pintura, em especial pela caricatura. Em 1908 expôs os seus desenhos em Madrid e começou a colaborar com a revista Vida Galega.
Entre 1909 e 1910 fez um curso de doutoramento em Madrid, participou da III Exposição Nacional de Humoristas e colaborou como ilustrador com El Cuento Semanal. Em 1910 especializou-se em Santiago em obstetrícia e, ao acabar, instalou-se em Rianxo. Durante este período colaborou na fundação do semanário El Barbero Municipal (1910-1914), no qual escreveu atacando o caciquismo galego, e inseriu-se na vida política local dentro do Partido Conservador, numa linha maurista. Deu a sua primeira conferência em março de 1911, em Vigo, falando sobre a caricatura e, ao longo dos anos seguintes, realizou exposições das suas caricaturas em diversas cidades galegas. Em 1912 aderiu ao movimento Acción Galega e casou com Virginia Pereira. Durante esta época colaborou com El Liberal, El Gran Bufón,La Ilustración Gallega y Asturiana, Mi Tierra , Suevia, La Voz de Galiza de Buenos Aires, que ajudaram a popularizar as suas caricaturas.
Um desprendimento de retina deixou-o cego em 1914, mas uma operação devolveu-lhe a vista. Em 1915 participou na Exposição de Belas Artes de Madrid, em que obteve grandes elogios da crítica. Em 1916 conseguiu por concurso um lugar na delegação de Pontevedra do Instituto Geográfico Estatístico e foi um dos fundadores do núcleo local das Irmandades da Fala. Com Vicente Risco, Otero Pedraio e outros fundou a revista Nós, em torno da qual germinou a vida política e cultural da Galiza entre 1920 e 1936. Em 1926 foi nomeado académico de número da Real Academia Galega. Em 1931 foi eleito deputado pela Organização Republicana Galega Autónoma (ORGA) para as Cortes Constituintes da Segunda República Espanhola e participou na constituição do Partido Galeguista.
Foi desterrado para Badajoz em 1934. Durante a sua estadia na Estremadura escreveu para A Nosa Terra uma série de artigos sob o título de Verbas de chumbo que posteriormente integraria em Sempre em Galiza. Em 1936 foi novamente eleito deputado na lista da Frente Popular. Protagonizou a campanha pelo sim ao Estatuto de Autonomia da Galiza, que foi aprovado em plebiscito em 1936. O golpe de estado franquista apanhou-o em Madrid. Exilou-se no México, Nova Iorque e, finalmente, Buenos Aires. Foi membro do governo republicano no exílio presidido por Giral (1946).
Polifacetado novelista, desenhador, caricaturista, pintor, teórico da arte e político, refletiu na sua obra o seu compromisso com o galeguismo e com o mundo. Durante o exílio durante o franquismo, em 1944, publicou Sempre em Galiza, obra capital do nacionalismo galego, e converteu-se no primeiro presidente do Conselho da Galiza, o governo do país no exílio. Os seus restos mortais foram repatriados e levados para o Panteón de Galegos Ilustres em 1984 no meio de manifestações nacionalistas que acusavam as autoridades de que "os que o exilaram fazem-lhe agora honras".
Os seus desenhos, complementados com agudos textos, mostram a Galiza rural, o caciquismo, os pobres, os cegos, os desamparados, o povo que sofre, de um ponto de vista realista, crítico, mas humorístico. No álbum Nós (1931) recolheu desenhos feitos entre 1916 e 1918 e nos últimos álbuns habitam os horrores da Guerra Civil Espanhola.
Iniciou-se na narrativa com a coleção de relatos curtos Um olho de vidro em 1922. Em Cousas, Retrincos e Os dous de sempre, estabelece um conjunto único na narrativa galega que culmina com a coleção de ensaios Sempre em Galiza, ligando literatura, política e teoria do galeguismo. A sua visão literária tenta desmitificar os tópicos costumistas com um humor sarcástico e, de quando em vez, "esperpéntico" (grotesco e absurdo).
Encontra-se colaboração artística da sua autoria na revista Atlântida (1915-1920).
Foi-lhe dedicado o segundo Dia das Letras Galegas, em 1964.
  

segunda-feira, janeiro 17, 2022

Camilo José Cela, o galego prémio Nobel da Literatura, morreu há vinte anos

  
Camilo José Cela Trulock, 1º. Marquês de Iria Flavia (Padrón, 11 de maio de 1916 - Madrid, 17 de janeiro de 2002) foi um escritor espanhol, galego de nascimento, mas que sempre escreveu em língua castelhana.
Ele ofereceu os seus serviços, como informador, ao regime de Franco (galego como ele) e mudou-se, voluntariamente, de Madrid para a Galiza, durante a Guerra Civil Espanhola, a fim de se juntar às forças franquistas.
Foi membro da Real Academia Espanhola desde 1957 até à sua morte. Recebeu o Prémio Nobel de Literatura em 1989.
   
Brasão do Marquês de Iria Flavia
         


  
Poema en forma de mujer que dicen temeroso, matutino, inútil
 

 
Ese amor que cada mañana canta
y silba, temeroso, matutino, inútil
(también silba)
bajo las húmedas tejas de los más solitarios corazones
-¡Ave María Purísima!-
  
y rosas son, o escudos, o pajaritas recién paridas,
te aseguro que escupe, amoroso
(también escupe)
en ese pozo en el que la mirada se sobresalta.
Sabes por donde voy:
  
tan temeroso
tan tarde ya
(también tan sin objeto).
Y amargas o semiamargas voces que todos oyen
llenos de sentimiento,
  
no han de ser suficientes para convertirme en ese dichoso,
caracol al que renuncio
(también atentamente).
Un ojo por insignia,
un torpe labio,
  
y ese pez que navega nuestra sangre.
Los signos de oprobio nacen dulces
(también llenos de luz)
y gentiles.
Eran
-me horroriza decirlo-
muchos los años que volqué en la mar
(también como las venas de tu garganta, teñida de un tímido color).
  
Eran
-¿por qué me lo preguntas?-
  
dos las delgadas piernas que devoré.
Quisiera peinar fecundos ríos en la barba
(también acariciarlos)
e inmensas cataratas de lágrimas
sin sosiego,
 
desearía, lleno de ardor, acunar allí mismo donde nadie se atreve a
levantar la vista.
Un muerto es un concreto
(también se ríe)
pensamiento que hace señas al aire.
La mariposa,
  
aquella mariposa ruin que se nutría de las más privadas
sensaciones,
vuela y revuela sobre los altos campanarios
(también hollados campanarios)
aún sin saber,
como no sabe nadie,
  
que ese amor que cada día grita
y gime, temeroso, matutino, inútil
(también gime)
bajo las tibias tejas de los corazones,
es un amor digno de toda lástima.

   
  
Camilo José Cela

sexta-feira, novembro 19, 2021

O Prestige afundou há dezanove anos...

    
O Prestige foi um navio petroleiro monocasco, que afundou na costa galega, produzindo uma imensa maré negra, que afetou uma ampla zona compreendida entre o norte de Portugal e as Landas ou Vendée em França, tendo especial incidência na Galiza. O petroleiro, construído em 1976, com um deslocamento de 42 mil toneladas, transportava 77 mil toneladas de fuel oil, óleo combustível pesado.
Apesar de ter o navio identificado, as investigações judiciais não chegaram a um responsável direto deste acidente.
   
A 13 de novembro de 2002 começou a maior catástrofe ambiental que até o momento havia sacudido a costa galega: o afundamento e posterior derramamento de milhares de toneladas de fuel-oil por parte do petroleiro "Prestige". Enquanto transportava cerca de 77 mil toneladas de fuel oil, um dos seus 12 tanques rebentou durante uma tormenta nas costas da Galiza. A partir daquele momento e até ao seu afundamento, estima-se que foram derramadas cerca de 5 000 toneladas de fuel-oil.
Cerca das 8 da manhã de 19 de novembro, o barco partiu-se em dois, a cerca de 250 km da costa da Galiza, tendo-se afundado, o que provocou um incremento no volume da mancha negra.
Após o afundamento, o Prestige continuou a libertar cerca de 125 toneladas de fuel oil por dia, contaminando o fundo do mar e a linha de costa, especialmente ao longo da Galiza.
Em 1 de dezembro, 200.000 pessoas manifestaram-se em Santiago de Compostela com o lema "Nunca mais".
A 2 de dezembro chegou o batiscafo ou mini-submarino especializado em mergulho à grande profundidade, chamado de "Nautile", à zona do afundamento. Foram efectuadas diversas tarefas de avaliação e controle da situação, pois os destroços da embarcação continuavam a libertar petróleo.
A extensa zona de costa que foi atingida, não só tem uma grande importância ecológica (como no caso das Rías Baixas), mas também uma notável indústria pesqueira.
O Presidente da Junta de Galiza, Manuel Fraga, assegurou que o afundamento não teria efeitos sobre o meio ambiente. Em 10 de dezembro o Presidente do Governo, José María Aznar, disse que o executivo cometera "erros de apreciação", pois teria sido mais aconselhável (como tinha solicitado inicialmente o comandante) que se tivesse rebocado o petroleiro para uma zona costeira abrigada, de modo a ser possível a remoção do petróleo a bordo.
Em 2 de janeiro de 2003, as manchas de óleo estavam a 50 km da costa francesa. O Primeiro Ministro francês prometeu 50 milhões de euros para a limpeza.
O capitão grego do Prestige, Apostolos Mangouras, foi detido durante 85 dias (até 7 de fevereiro de 2003) e acusado de não cooperar com as equipas de salvamento durante o naufrágio e de causar danos ao meio ambiente.
Em 2004, no âmbito da campanha da Repsol YPF "Prestige Recovery Project" que ocorreu de junho a outubro, recolheu-se aproximadamente 95% do petróleo que restava a uma profundidade de cerca de 4.000 metros. Foram utilizados ROVs modificados, e grandes tanques cilíndricos submersíveis, funcionando como um vai-vem, fabricados especialmente para esse fim.
   
Óleo vertido do Prestige que chegou à costa galega
      

segunda-feira, agosto 30, 2021

Música adequada à data...

Miro Casabella nasceu há 75 anos!

 

(imagem daqui)
    
Ramiro Cecilio Domingo Casabella López, mais conhecido como Miro Casabella, nasceu em Ferreira do Valadouro, a 30 de agosto de 1946. É um músico galego, que integrou no inicio da sua carreira o colectivo “Voces ceibes” e, posteriormente, o grupo de folclore DOA.
Depois de estudar em Ferreira do Valadouro e em Lugo, em 1964 Miro foi  para Barcelona, concluindo aí o bacharelato na Escola de Arquitectos Técnicos. O seu interesse na música era recente, mas a sua experiência catalã pô-lo em contacto com o movimento da “Nova Cançó”, marcando-o profundamente. O início da sua carreira acontece em 1967, acompanhando musicalmente os cantores da Nova Cançó Catalá. Foi também na Catalunha que gravou os seus primeiros discos: Miro canta as súas cancións e Miro canta Cantigas de Escarnho e Mal Dizer. Ambos os trabalhos são EP de quatro músicas cada um. O seu contacto com o grupo “Voces Ceibes” teve lugar em 1968, quando Benedicto e Xerardo Moscoso foram à capital catalã com o objectivo de gravarem os seus primeiros trabalhos. Miro entrou para o colectivo e chegou a participar no seu primeiro concerto, em dezembro desse mesmo ano. No entanto, o facto de continuar a viver em Barcelona afastou-o da maior parte das suas actividades. Em 1969, conheceu em Barcelona Paco Ibañez, com quem travou uma longa amizade, acompanhando-o em diversas tournées por França. Em Paris conhece o cantor português Luís Cília, com quem nos anos seguintes, tocando com ele na Galiza e no resto do estado espanhol.
No ano de 1970 participou no I Festival da Canção Ibérica, juntamente com Paco Ibáñez, Luís Cília, Xavier Ribalta e José Afonso. Ainda nesse mesmo ano toca em Paris na Festa da Humanidade (festa do Partido Comunista de França), onde actuaram importantes figuras como Georges Moustaki, Paco Ibáñez ou Joan Baez.
Em fins de 1974, o grupo “Voces Ceibes” decidiu finalizar o seu projecto e iniciar o Movimento Popular da Canção Galega onde, numa ampla perspetiva, deu lugar a múltiplos artistas e a diversos estilos.
Nos anos seguintes Miro participou em diversos concertos e festivais na Galiza, bem como em toda a Península Ibérica, alem de musicar peças de teatro em galego e discos infantis. A partir de 1976, com o desaparecimento da censura franquista, ficam criadas as condições para a edição dos seus primeiros álbuns de longa duração.
Em 1977 vê a luz do dia o disco “Ti, Galiza”, contendo (com letra de Xosé Manuel Casado), “O meu país”, uma das suas canções mais populares. Um ano mais tarde edita “Treboada”, com arranjos de José Mário Branco e a colaboração de Pi de la Serra. A música que dá título a este segundo trabalho é inspirada no Cerimonial da Treboada de Tomiño. Ambos os trabalhos mostram uma peculiar mistura entre a canção de intervenção social e a música tradicional, marca característica do autor, bem como a sua inspiração em formas musicais populares e em cantigas medievais, e ainda o emprego de outros instrumentos além da guitarra, como a sanfona ou a harpa.
Nos fins dos anos 70, Miro entrou em contacto com o grupo de folclore DOA, que lhe propôs colaborar naquele que iria ser o seu primeiro trabalho. O cantor entrou no grupo, colaborando em arranjos, produção, cantando nalguns dos seus temas, embora a orientação musical dos DOA fosse eminentemente instrumental. A sua colaboração não foi além do primeiro álbum (O son da estrela escura, 1979), terminando nos inícios dos anos 80.
O último trabalho individual do cantor foi o disco “Orballo”, em 2004, onde além de revisitar alguns temas antigos, volta novamente a tratar da problemática social do povo galego, numa perspectiva contemporânea, com uma canção dedicada ao caso Prestige. Este disco e a participação em diversos concertos, convertem-no no último representante das “Voces Ceibes” no ativo, depois da morte de Suso Vaamonde, e o abandono da carreira musical dos restantes membros.

 


terça-feira, julho 27, 2021

Manuel Vázquez Montalbán nasceu há 82 anos

(imagem daqui)
  
Manuel Vázquez Montalbán (Barcelona, España, 27 de julio de 1939 - Bangkok, Tailandia, 18 de octubre de 2003) fue un escritor español conocido sobre todo por sus novelas protagonizadas por el detective Pepe Carvalho.
Personalidad casi inabarcable, se definió a sí mismo como "periodista, novelista, poeta, ensayista, antólogo, prologuista, humorista, crítico, gastrónomo, culé y prolífico en general", campos todos en los que destacó.
 
  
  
Si se supiera

Si se supiera
lo que se presiente y no se dice
desde que Hiroshima
nos dejó sin habla
que la tercera guerra mundial
se ha declarado
que se muere
en los cuatro puntos cardinados
que crucifican la tierra en cruz gamada
lejos del parking amortizable
del supermercado de leches descremadas
de los lugares de vacaciones invernales
de las familias de hijos únicos
desplegables
lejos del Louvre y de la poesía tónica
lejos
muy lejos de la Plaza Roja y de la Casa Blanca
si se supiera
que a los vietnamitas del Líbano les abren en canal en Guatemala
más no se inventó el napalm para Le Bois de Boulogne
ni la violada de El Salvador será Miss Play Boy
en abril
aunque abril siga siendo el mes más cruel
en ésta guerra sólo se mata en los arrabales
el centro es ciudad abierta por mutuo acuerdo
entre el Bien y el Mal, mientras la ciencia
del alma calcula como calcular lo incalculable
por ejemplo
cuántos deben morir cada día en Etiopía
para que nos salga social
de pronto
la poesía.
 
  
in
Una educación sentimental(1967)- Manuel Vázquez Montalbán

domingo, julho 25, 2021

Música para celebrar um Povo e uma Língua...

 

Adios, rios; adios, fontes

Adios, ríos; adios, fontes;
adios, regatos pequenos;
adios, vista dos meus ollos:
non sei cando nos veremos.

Miña terra, miña terra,
terra donde me eu criei,
hortiña que quero tanto,
figueiriñas que prantei,

prados, ríos, arboredas,
pinares que move o vento,
paxariños piadores,
casiña do meu contento,

muíño dos castañares,
noites craras de luar,
campaniñas trimbadoras
da igrexiña do lugar,

amoriñas das silveiras
que eu lle daba ó meu amor,
camiñiños antre o millo,
¡adios, para sempre adios!

¡Adios gloria! ¡Adios contento!
¡Deixo a casa onde nacín,
deixo a aldea que conozo
por un mundo que non vin!

Deixo amigos por estraños,
deixo a veiga polo mar,
deixo, enfin, canto ben quero...
¡Quen pudera non deixar!...

Mais son probe e, ¡mal pecado!,
a miña terra n'é miña,
que hastra lle dan de prestado
a beira por que camiña
ó que naceu desdichado.

Téñovos, pois, que deixar,
hortiña que tanto amei,
fogueiriña do meu lar,
arboriños que prantei,
fontiña do cabañar.

Adios, adios, que me vou,
herbiñas do camposanto,
donde meu pai se enterrou,
herbiñas que biquei tanto,
terriña que nos criou.

Adios Virxe da Asunción,
branca como un serafín;
lévovos no corazón:
Pedídelle a Dios por min,
miña Virxe da Asunción.

Xa se oien lonxe, moi lonxe,
as campanas do Pomar;
para min, ¡ai!, coitadiño,
nunca máis han de tocar.

Xa se oien lonxe, máis lonxe
Cada balada é un dolor;
voume soio, sin arrimo...
Miña terra, ¡adios!, ¡adios!

¡Adios tamén, queridiña!...
¡Adios por sempre quizais!...
Dígoche este adios chorando
desde a beiriña do mar.

Non me olvides, queridiña,
si morro de soidás...
tantas légoas mar adentro...
¡Miña casiña!,¡meu lar!
 

in Cantares Gallegos (1863) - Rosalía de Castro

Hoje é dia de ouvir cantar em galego...

 


Os Pinos

Que din os rumorosos
na costa verdecente,
ao raio transparente
do prácido luar?
Que din as altas copas
de escuro arume arpado
co seu ben compasado
monótono fungar?



Do teu verdor cinguido
e de benignos astros,
confín dos verdes castros
e valeroso chan,
non des a esquecemento
da inxuria o rudo encono;
desperta do teu sono
Fogar de Breogán.



Os bos e xenerosos
a nosa voz entenden
e con arroubo atenden
o noso ronco son,
mais só os iñorantes
e féridos e duros,
imbéciles e escuros
non nos entenden, non.



Os tempos son chegados
dos bardos das idades
que as vosas vaguedades
cumprido fin terán;
pois, onde quer, xigante
a nosa voz pregoa
a redenzón da boa
Nazón de Breogán.

 

Hoje é o Dia da Galiza!

  
O Dia Nacional da Galiza (conhecido popularmente como Dia da Galiza, ou também como Dia da Pátria ou Dia da Pátria Galega), é a festa oficial da Galiza (Espanha), segundo decreto da Junta da Galiza de 1979. Celebra-se a 25 de Julho.
As origens desta celebração remontam a 1919, data na que se juntou em Santiago de Compostela a Assembleia das Irmandades da Fala, que acordam celebrar o Día Nacional de Galicia a 25 de julho do ano seguinte.
Durante a ditadura franquista, as sociedades galegas da emigração continuam esta convocatória, e na Galiza o galeguismo concentra-se ao redor da tradicional missa por Rosalía de Castro na igreja de São Domingos de Bonaval. Além durante esta época o dia institucionaliza-se como festa oficial em toda Espanha, sob o nome de Dia do Padroeiro da Espanha, com um marcado caráter religioso, embora após a transição parasse de ser oficial em todo o país.
Em 1968 voltou-se celebrar de novo, com uma manifestação na Alameda de Compostela. Serão o Partido Socialista Galego (PSG) e a União do Povo Galego (UPG) os que se manifestem de forma clandestina para comemorar o "Dia Nacional da Galiza" que terminavam com confrontos com a polícia franquista, e com a entrada na democracia seguiram a proibir as manifestações da AN-PG (Assembleia Nacional-Popular Galega) e BN-PG, germes do atual Bloco Nacionalista Galego. Até meados dos anos oitenta não foi permitida a manifestação do Dia da Pátria com normalidade democrática, sendo hoje o ato mais multitudinário de todas as celebrações que têm lugar a 25 de julho na capital galega. Atualmente os diferentes partidos nacionalistas da Galiza seguem a convocar manifestações para esse dia, sob a denominação de Dia da Pátria, nas quais fazem reflexões a respeito da situação política galega.
  
   

segunda-feira, junho 21, 2021

Me Gustas Tu...

Manu Chao faz hoje sessenta anos...!

  
Manu Chao (Paris, 21 de junho de 1961), cujo nome completo é Jose-Manuel Thomas Arthur Chao é um músico francês que algumas vezes usou o pseudónimo Oscar Tramor. O seu pai é um conhecido escritor galego, Ramón Chao. Manu cresceu bilíngue, influenciado pela crescente cenário punk que se desenvolvia na França. Na adolescência, chegou a tocar em algumas formações, incluindo o grupo rockabilly Hot Pants, que foi bem recebido pela crítica, mas não teve muita repercussão.
Após desistir do Hot Pants, Manu montou o Mano Negra, uma banda eclética com influências de música francesa, espanhola, além da forte presença do punk via The Clash. O nome é uma homenagem a uma organização anarquista que operava na Espanha na época. O primeiro single do Mano Negra foi Mala Vida, e o seu grande sucesso na França rendeu ao grupo um contrato com a gravadora Virgin.
Em 1992, o Mano Negra fez uma turnê pela América Latina. Mas não foi uma turnê comum: os integrantes da banda viajavam de barco, ao lado de atores e de um circo, tocando em cidades portuárias ao longo de toda a costa do continente. Um dos momentos mais marcantes aconteceu no Rio de Janeiro, durante a convenção mundial Eco 92: na Praça dos Arcos da Lapa, os Mano Negra fizeram um show que contou com a participação de Jello Biafra, da banda dos Estados Unidos Dead Kennedys.
Em 1995, os Mano Negra mudaram-se para a Espanha, onde Manu montou um projeto paralelo, o Radio Bemba Sound System, em conjunto com outros integrantes. Essa mistura causou atritos internos, o que levou ao fim do Mano Negra.
Sem banda, Manu voltou para a América do Sul e passou os anos que se seguiram viajando com seu viola e gravando apenas ocasionalmente, sem compromisso. O resultado musical de suas viagens, o disco Clandestino, foi lançado em 1998. A repercussão inicial foi tímida, mas Clandestino acabou sendo um grande sucesso na França e na América Latina (em especial no Brasil), apesar de suas letras serem uma mistura de inglês, francês, espanhol, galego e português. Músicas como "Desaparecido" e a faixa-título tocaram nas rádios e tiveram ótima repercussão.
Em 2000, Manu Chao participou do Free Jazz Festival, fazendo shows bem-sucedidos e presenciados, no Rio de Janeiro, por Caetano Veloso e vários artistas brasileiros. Em junho de 2001, o cantor lançou o seu segundo disco, Proxima Estacion: Esperanza, com mais influências de música caribenha. Em 2005, gravou a música Soledad Cidadão, numa participação especial para Os Paralamas do Sucesso. Também em 2005, Manu Chao se apresentou em Porto Alegre, no Fórum Social Mundial.
Para além disso, Chao gravou o tema Me Llaman Calle, tema esse que é a música principal do filme Princesas. Manu Chao participou em 2010 da Virada Cultural paulista se apresentando nas cidades de Araraquara e Santos. A sua visita ao Brasil também passou por Belém.
Em 13 de fevereiro de 2011 Manu Chao apresentou-se no CCJ no bairro da Vila Nova Cachoerinha, zona norte de São Paulo, gratuitamente. No mês de novembro do mesmo ano, também se apresentou em um dos shows dos Jogos Universitários InterUNESP na cidade de Marília, São Paulo.
Ainda em 2011, participou do XIII FICA (Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental), na Cidade de Goiás.
Em 2 de fevereiro de 2013, apresentou-se gratuitamente em Fortaleza, Ceará, numa apresentação intimista no fim de tarde do Titanzinho.
No Brasil, o seu maior sucesso é "Me Gustas Tu".
Manu participou do CD Tropa de Elite da banda Tihuana numa música chamada clandestino, inspirada numa de suas músicas.
    

     

 


terça-feira, maio 25, 2021

E viva o Dia da Toalha e do do Orgulho Lusista...!


O Dia da Toalha é celebrado no dia 25 de maio como uma homenagem dos fãs ao autor da série The Hitchhiker's Guide to the Galaxy (no Brasil O Guia do Mochileiro das Galáxias, em Portugal À Boleia Pela Galáxia), Douglas Adams.

   
(imagem daqui)
   
O Dia do Orgulho Lusista e Reintegrata celebra-se a 25 de maio e é um festejo lúdico criado em 2007 na Galiza por pessoas que seguem a linha reintegracionista para a língua galega, isto é, que defendem que o galego e o português são uma só língua.
A data foi escolhida em homenagem à série À Boleia pela Galáxia, de Douglas Adams, que assinalava a toalha como um dos utensílios imprescindíveis. É precisamente a toalha o motivo pelo qual muitos galegos travaram o seu primeiro contacto com as localidades do norte de Portugal. Por estas razões, o Dia do Orgulho Lusista e Reintegrata coincide propositadamente com o Dia da Toalha, reafirmando o caráter lúdico do evento.
   
  
  
Towel Day 2005, Innsbruck, Austria, where, by his own account, Adams got the inspiration to write the Guide
   
Towel Day is celebrated every year on 25 May as a tribute to the author Douglas Adams by his fans. On this day, fans carry a towel with them to demonstrate their appreciation for the books and the author, as referred to in Adams' The Hitchhiker's Guide to the Galaxy. The commemoration was first held in 2001, two weeks after Adams' death on 11 May 2001.
  
The original quotation that explained the importance of towels is found in Chapter 3 of Adams' work The Hitchhiker's Guide to the Galaxy.
A towel, it says, is about the most massively useful thing an interstellar hitchhiker can have. Partly it has great practical value. You can wrap it around you for warmth as you bound across the cold moons of Jaglan Beta; you can lie on it on the brilliant marble-sanded beaches of Santraginus V, inhaling the heady sea vapours; you can sleep under it beneath the stars which shine so redly on the desert world of Kakrafoon; use it to sail a miniraft down the slow heavy River Moth; wet it for use in hand-to-hand-combat; wrap it round your head to ward off noxious fumes or avoid the gaze of the Ravenous Bugblatter Beast of Traal (such a mind-bogglingly stupid animal, it assumes that if you can't see it, it can't see you); you can wave your towel in emergencies as a distress signal, and of course dry yourself off with it if it still seems to be clean enough. More importantly, a towel has immense psychological value. For some reason, if a strag (strag: non-hitch hiker) discovers that a hitchhiker has his towel with him, he will automatically assume that he is also in possession of a toothbrush, face flannel, soap, tin of biscuits, flask, compass, map, ball of string, gnat spray, wet weather gear, space suit etc., etc. Furthermore, the strag will then happily lend the hitch hiker any of these or a dozen other items that the hitch hiker might accidentally have "lost." What the strag will think is that any man who can hitch the length and breadth of the galaxy, rough it, slum it, struggle against terrible odds, win through, and still knows where his towel is, is clearly a man to be reckoned with.
Hence a phrase that has passed into hitchhiking slang, as in "Hey, you sass that hoopy Ford Prefect? There's a frood who really knows where his towel is." (Sass: know, be aware of, meet, have sex with; hoopy: really together guy; frood: really amazingly together guy.)
Douglas Adams, The Hitchhiker's Guide to the Galaxy
  
The emphasis on towels is a reference to Hitch-hiker's Guide to Europe by Ken Welsh, which inspired Adams' fictional guidebook and also stresses the importance of towels.
The original article that began Towel Day was posted at "Binary Freedom", a short-lived open source forum.
   

segunda-feira, maio 17, 2021

Hoje é o Día das Letras Galegas...!


O Día das Letras Galegas é un día de exaltación da lingua de Galiza a través da súa manifestación literaria. Comezou a celebrarse o 17 de maio do 1963, coincidindo co centenario da primeira edición de Cantares gallegos, de Rosalía de Castro.
   
Historia
O 20 de marzo de 1963, tres membros da Real Academia Galega (Manuel Gómez Román, Xesús Ferro Couselo e Francisco Fernández del Riego) presentaron nesta institución a proposta de celebrar o 17 de maio para recoller o "latexo material da actividade intelectual galega". Estimaban que o poemario de Rosalía era a primeira obra mestra da literatura galega contemporánea, é dicir, considerábana a primeira obra do Rexurdimento. Realmente, descoñécese a data real de publicación do libro, pero tomouse ese día pola dedicatoria autógrafa de Rosalía á tamén poetisa Cecilia Böhl de Faber (Fernán Caballero).
Para conmemorar o primeiro día das letras publicouse unha edición crítica de Cantares gallegos, realizada por Fermín Bouza Brey. A festividade tivo un alcance e unha significación extraordinarios, e foi moi ben acollida non só a nivel literario senón tamén nos ambientes populares. Dende aquela dedícaselle o día de cada ano a unha figura significativa da literatura galega, coa única condición de que no ano da súa conmemoración teña pasado un mínimo de dez dende a data de falecemento da persoa homenaxeada.
Oficialmente, trátase dun día de carácter festivo en toda Galiza.
   

 


Adios, rios; adios, fontes

Adios, ríos; adios, fontes;
adios, regatos pequenos;
adios, vista dos meus ollos:
non sei cando nos veremos.

Miña terra, miña terra,
terra donde me eu criei,
hortiña que quero tanto,
figueiriñas que prantei,

prados, ríos, arboredas,
pinares que move o vento,
paxariños piadores,
casiña do meu contento,

muíño dos castañares,
noites craras de luar,
campaniñas trimbadoras
da igrexiña do lugar,

amoriñas das silveiras
que eu lle daba ó meu amor,
camiñiños antre o millo,
¡adios, para sempre adios!

¡Adios gloria! ¡Adios contento!
¡Deixo a casa onde nacín,
deixo a aldea que conozo
por un mundo que non vin!

Deixo amigos por estraños,
deixo a veiga polo mar,
deixo, enfin, canto ben quero...
¡Quen pudera non deixar!...

Mais son probe e, ¡mal pecado!,
a miña terra n'é miña,
que hastra lle dan de prestado
a beira por que camiña
ó que naceu desdichado.

Téñovos, pois, que deixar,
hortiña que tanto amei,
fogueiriña do meu lar,
arboriños que prantei,
fontiña do cabañar.

Adios, adios, que me vou,
herbiñas do camposanto,
donde meu pai se enterrou,
herbiñas que biquei tanto,
terriña que nos criou.

Adios Virxe da Asunción,
branca como un serafín;
lévovos no corazón:
Pedídelle a Dios por min,
miña Virxe da Asunción.

Xa se oien lonxe, moi lonxe,
as campanas do Pomar;
para min, ¡ai!, coitadiño,
nunca máis han de tocar.

Xa se oien lonxe, máis lonxe
Cada balada é un dolor;
voume soio, sin arrimo...
Miña terra, ¡adios!, ¡adios!

¡Adios tamén, queridiña!...
¡Adios por sempre quizais!...
Dígoche este adios chorando
desde a beiriña do mar.

Non me olvides, queridiña,
si morro de soidás...
tantas légoas mar adentro...
¡Miña casiña!,¡meu lar!

in Cantares Gallegos (1863) - Rosalía de Castro

quarta-feira, março 17, 2021

E viva a Irlanda - e os povos celtas...!

  
Bandeiras dos povos celtas - Galiza, Irlanda, Escócia, Cornualha, Ilha de Man, País de Gales e Bretanha (Pub Baiuca - Allariz)

 


quarta-feira, fevereiro 24, 2021

Rosalia de Castro nasceu há 184 anos


Considerada como a fundadora da literatura galega moderna, o dia 17 de maio, Dia das Letras Galegas é feriado por causa de ser a data de edição da sua primeira obra em língua galega, Cantares Galegos.

 


Cando era tempo de inverno


Cando era tempo de inverno
pensaba en donde estarías,
cando era tempo de sol
pensaba en donde andarías.
¡Agora... tan soio penso,
meu ben, si me olvidarías!

sexta-feira, fevereiro 05, 2021

Hoje é dia ouvir Amancio Prada cantar em galego...!

 

Romaxe de Nosa Señora da Barca

¡Ay ruada, ruada, ruada
da Virxen pequena
e a súa barca!

A Virxen era pequena
e a súa coroa de prata.
Marelos os catro bois
que no seu carro a levaban.

Pombas de vidro traguían
a choiva pol-a montana.
Mortos e mortos de néboa
pol-as congostroas chegaban.

¡Virxen, deixa a túa cariña
nos doces ollos das vacas
e leva sobr’o teu manto
as foles da amortallada!

Pol-a testa de Galicia
xa ven salaiando a i-alba.
A Virxen mira pra o mar
dend’a porta da súa casa.

¡Ay ruada, ruada, ruada
da Virxen pequena
e a súa barca!

 

Federico García Lorca