(imagem daqui)
Ramiro Cecilio Domingo Casabella López, mais conhecido como Miro Casabella,
nasceu em Ferreira do Valadouro, a 30 de agosto de 1946. É um músico
galego, que integrou no inicio da sua carreira o colectivo “Voces
ceibes” e, posteriormente, o grupo de folclore DOA.
Depois de estudar em Ferreira do Valadouro e em Lugo, em 1964 Miro foi
para Barcelona, concluindo aí o bacharelato na Escola de Arquitectos
Técnicos. O seu interesse na música era recente, mas a sua experiência
catalã pô-lo em contacto com o movimento da “Nova Cançó”, marcando-o
profundamente. O início da sua carreira acontece em 1967, acompanhando
musicalmente os cantores da Nova Cançó Catalá. Foi também na Catalunha que gravou os seus primeiros discos: Miro canta as súas cancións e Miro canta Cantigas de Escarnho e Mal Dizer.
Ambos os trabalhos são EP de quatro músicas cada um. O seu contacto
com o grupo “Voces Ceibes” teve lugar em 1968, quando Benedicto e
Xerardo Moscoso foram à capital catalã com o objectivo de gravarem os
seus primeiros trabalhos. Miro entrou para o colectivo e chegou a
participar no seu primeiro concerto, em dezembro desse mesmo ano. No
entanto, o facto de continuar a viver em Barcelona afastou-o da maior
parte das suas actividades. Em 1969, conheceu em Barcelona Paco Ibañez,
com quem travou uma longa amizade, acompanhando-o em diversas tournées por França. Em Paris conhece o cantor português Luís Cília, com quem nos anos seguintes, tocando com ele na Galiza e no resto do estado espanhol.
No ano de 1970 participou no I Festival da Canção Ibérica, juntamente com Paco Ibáñez, Luís Cília, Xavier Ribalta e José Afonso.
Ainda nesse mesmo ano toca em Paris na Festa da Humanidade (festa do
Partido Comunista de França), onde actuaram importantes figuras como Georges Moustaki, Paco Ibáñez ou Joan Baez.
Em fins de 1974, o grupo “Voces Ceibes” decidiu finalizar o seu
projecto e iniciar o Movimento Popular da Canção Galega onde, numa
ampla perspetiva, deu lugar a múltiplos artistas e a diversos estilos.
Nos anos seguintes Miro participou em diversos concertos e festivais na
Galiza, bem como em toda a Península Ibérica, alem de musicar peças de
teatro em galego e discos infantis. A partir de 1976, com o
desaparecimento da censura franquista, ficam criadas as condições para a
edição dos seus primeiros álbuns de longa duração.
Em 1977 vê a luz do dia o disco “Ti, Galiza”, contendo (com letra de
Xosé Manuel Casado), “O meu país”, uma das suas canções mais populares.
Um ano mais tarde edita “Treboada”, com arranjos de José Mário Branco e
a colaboração de Pi de la Serra. A música que dá título a este segundo
trabalho é inspirada no Cerimonial da Treboada de Tomiño. Ambos
os trabalhos mostram uma peculiar mistura entre a canção de
intervenção social e a música tradicional, marca característica do
autor, bem como a sua inspiração em formas musicais populares e em
cantigas medievais, e ainda o emprego de outros instrumentos além da
guitarra, como a sanfona ou a harpa.
Nos fins dos anos 70, Miro entrou em contacto com o grupo de folclore
DOA, que lhe propôs colaborar naquele que iria ser o seu primeiro
trabalho. O cantor entrou no grupo, colaborando em arranjos, produção,
cantando nalguns dos seus temas, embora a orientação musical dos DOA
fosse eminentemente instrumental. A sua colaboração não foi além do
primeiro álbum (O son da estrela escura, 1979), terminando nos inícios dos anos 80.
O último trabalho individual do cantor foi o disco “Orballo”, em 2004,
onde além de revisitar alguns temas antigos, volta novamente a tratar
da problemática social do povo galego, numa perspectiva contemporânea,
com uma canção dedicada ao caso Prestige.
Este disco e a participação em diversos concertos, convertem-no no
último representante das “Voces Ceibes” no ativo, depois da morte de
Suso Vaamonde, e o abandono da carreira musical dos restantes membros.
in Wikipédia
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