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sexta-feira, setembro 06, 2024

Na África, há cem milhões de anos...

Encontrado o lugar mais perigoso da história da Terra

 

  

Ilustração artística mostra um enorme dinossauro Carcharodontosaurus com um grupo de predadores Elosuchus, semelhantes a crocodilos, perto de uma carcaça

 

Um paleontólogo identificou o lugar mais perigoso da história da Terra - uma região de África repleta de predadores, há 100 milhões de anos, onde um humano que viajasse no tempo não teria uma vida muito longa.

Uma equipa internacional de paleontólogos diz ter descoberto a época e o local mais perigosos da História do nosso planeta.

Com base num estudo recentemente publicado na revista ZooKeys, o único sítio do mundo que não gostaríamos de visitar era o Sahara – há 100 milhões de anos.

“Um viajante do tempo humano não duraria muito tempo nesta região”, explica Nizar Ibrahim, investigador da Universidade de Detroit Mercy e primeiro autor do estudo, em comunicado da Universidade de Portsmouth.

Efetivamente, com répteis colossais a voar pelos céus e gigantescas bestas semelhantes a crocodilos a vaguear pela paisagem local, não é difícil aceitar o argumento dos investigadores.

A investigação, que a equipa diz ser o “trabalho mais completo sobre vertebrados fósseis do Sahara em quase um século, incluiu décadas de registos fósseis de museus de todo o mundo e notas de expedição sobre a Formação Kem Kem, conjunto de formações rochosas do Cretácico, no leste de Marrocos.

As informações extraídas destas formações foram descritas pela Universidade de Portsmouth como “o primeiro relato detalhado e totalmente ilustrado da escarpa rica em fósseis” desta formação.

Segundo os autores do estudo, um viajante do tempo seria confrontado com três dos maiores dinossauros predadores de que há registo. O Carcharodontossauro, com dentes de sabre, tinha dentes de até 20 centímetros de comprimento e media cerca de 1,5 metros. O Deltadromeus – um membro da família dos velociraptores – tinha o mesmo comprimento.

Naturalmente, outro obstáculo seria sobreviver aos enormes pterossauros, répteis que sobrevoavam as terras, aos caçadores semelhantes a crocodilos que se movimentavam e às terríveis ameaças aquáticas que espreitavam nos vastos sistemas fluviais.

“Este lugar estava cheio de peixes absolutamente enormes, incluindo uma grande abundância de celacantos gigantes e peixes-pulmonados”, explica David Martill, professor da Universidade de Portsmouth e co-autor do estudo.

“O celacanto, por exemplo, é provavelmente quatro ou mesmo cinco vezes maior do que o celacanto atual. Há um enorme tubarão-serra de água doce chamado Onchopristis com os mais temíveis dentes rostrais, que são como punhais farpados, mas lindamente brilhantes”.

A Formação Kem Kem contém uma quantidade invulgarmente elevada de fósseis de grandes carnívoros e dá uma imagem mais clara da diversidade de África em comparação com qualquer outro local do continente.

“Desde as ameaças aquáticas e aéreas descritas acima, até tartarugas, peixes e mesmo plantas, a Formação Kem Kem é uma mina de ouro virtual“, diz Nizar Ibrahim.

 

in ZAP

sábado, abril 06, 2024

As poeiras do Saara que cairam em março captadas por satélite da NASA...

Satélite da NASA capta Portugal e Espanha engolidos por poeira do Saara

  

 

Foto da Península Ibérica captada pelo MODIS a 22 de março

  

A massa de ar com poeiras provenientes do norte de África que a semana passada envolveu a Península Ibérica e está a afetar a qualidade do ar em todo o país foi captada por um satélite meteorológico da NASA.

Nos últimos dias, ventos quentes conhecidos como “calima” trouxeram uma intrusão de poeira do Deserto do Saara para Portugal e Espanha.

O fenómeno atmosférico, que chegou à península no dia 21 de março, é caracterizado por uma alta concentração de poeiras em suspensão, que coloriu os céus de laranja, dificultando a visibilidade e degradando a qualidade do ar.

No dia 22, o instrumento MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer) a bordo do satélite Terra (EOS AM-1) da NASA captou uma imagem onde é possível ver a dimensão da massa de poeira que envolveu a Península Ibérica.

Nessa data, as encostas nevadas de uma estância de esqui próximo de Granada, no Sul de Espanha, ficaram tingidas de castanho devido à deposição de poeira. Outras regiões da península assistiram à queda de chuva “lamacenta”.

Durante o inverno e a primavera, a poeira proveniente do Norte da África tende a ser transportada pelos ventos alísios do nordeste em direção ao Reino Unido e Europa ocidental, explica o Earth Observatory da NASA.

Em contrapartida, do fim da primavera até ao início do outono, a camada de rr do Saara transporta poeira para oeste, através do Oceano Atlântico, a uma altitude superior.

Num estudo recente, uma equipa de investigadores da Agência Meteorológica estatal espanhola AEMET identificou um aumento na frequência e intensidade das intrusões de poeira do Saara na Europa nos invernos de 2020 a 2022, comparadas com as registadas entre 2003 e 2019.

Os resultados foram baseados em medições de aerossóis do MODIS e no modelo de reanálise meteorológica MERRA-2 mantido pelo Escritório de Modelagem e Assimilação Global (GMAO) da NASA.

Embora o inverno de 2023 tenha sido comparativamente calmo em termos de poeira, este tipo de eventos extremos parece estar de volta em 2024, adianta Sara Basart, investigadora da Organização Meteorológica Mundial, citada pela New Scientist.

vários fatores que podem estar a contribuir para a intensidade destes eventos. Além do período de seca que se manifesta neste momento no noroeste da África, que aumenta a quantidade de poeira que pode ser transportada pelo vento, também os  “padrões climáticos de bloqueio” que desviam as correntes podem resultar em ventos que sopram mais frequentemente a partir do norte do Saara.

A poeira destas tempestades pode também ter um impacto significativo na camada de neve de regiões montanhosas.

Segundo um estudo conduzido por investigadores do Laboratório de Geofísica e Ciências Ambientais dos Emirados Árabes Unidos, uma intrusão de poeira em 2021 escureceu a neve nos Alpes, diminuindo o seu albedo em 40% e aquecendo a superfície, o que reduziu a profundidade da neve nos Alpes para metade em menos de um mês.

 

in ZAP

quinta-feira, março 14, 2024

Mais um mistério do deserto do Sahara resolvido...

O mistério da enorme “duna estelar” do Sahara foi resolvido. A resposta é surpreendente

 

 

   

A duna formou-se há menos de um século, o que contradiz as previsões dos cientistas sobre dunas desta magnitude.

Um estudo recente publicado na Scientific Reports resolveu o mistério sobre uma das maiores dunas do mundo, localizada no deserto do Sahara.

A pesquisa detalha a análise de uma duna em forma de estrela no campo de dunas de Erg Chebbi, em Marrocos, conhecida localmente como Lala Lallia. Com aproximadamente 100 metros de altura, esta duna desafia as expectativas anteriores sobre a antiguidade de tais formações.

As dunas em forma de estrela, assim nomeadas devido às suas múltiplas pontas que se formam em condições de ventos variáveis ao longo do ano, são raras no registo rochoso, com apenas uma confirmada anteriormente, datando de há cerca de 250 milhões de anos na Escócia.

A dificuldade em estudar estas dunas reside não apenas na sua localização remota mas também na complexidade de identificar as suas características distintas no registo geológico, aponta o Live Science.

Para investigar a duna de Lala Lallia, a equipa de pesquisa liderada por Charles Bristow, professor emérito de sedimentologia no University College London, e Geoff Duller da Aberystwyth University, empregou radares de penetração no solo e análise de quartzo, determinando que a duna começou a formar-se há apenas 900 anos. Esse achado contradiz a noção de que dunas de tamanha magnitude exigiriam milhares, se não dezenas de milhares de anos para se desenvolver.

O estudo também revela que as areias na base da duna datam de entre há aproximadamente 12 mil e 13 mil anos, pertencentes a dunas antigas da região. Seguiu-se um período de 8000 anos sem acumulação significativa de areia, coincidindo com uma era mais húmida que transformou o Saara num ambiente verdejante há cerca de 11.700 anos, no início do Holoceno.

A transformação do Saara de um ecossistema húmido para o seu estado árido atual começou há cerca de 4000 anos, mas a duna de Lala Lallia só começou a acumular areia ativamente nos últimos 900 anos. A movimentação anual da duna é de aproximadamente 0,5 metros.

   

in ZAP

terça-feira, setembro 19, 2023

Notícia interessante sobre a geologia dos desertos

O que há debaixo da areia do deserto?

 

 

De florestas a mega-lagos pré-históricos, as possibilidades são mais vastas que o areal.

Provavelmente já passeou pela praia e questionou-se: “O que é que acontece se continuar a escavar?”

Felizmente, já respondemos a essa pergunta mas, surpreendentemente, o que encontramos sob a superfície das areias da praia contrasta (e muito) com o que está debaixo da areia do deserto.

A areia, seja em dunas ou junto ao mar, tem origem em rochas. Ao longo de milhares ou até milhões de anos, os processos de erosão desgastam as rochas até se transformarem nos grãos que comummente chamamos de areia.

Na praia, o movimento constante do mar contribui para este ciclo de desgaste das rochas. Se cavar o suficiente, poderá encontrar arenito, uma rocha sedimentar formada quando a areia é submetida a uma pressão imensa. E se for ainda mais fundo? Chegará ao leito rochoso, a camada base da crosta terrestre.

Mas os desertos são um caso à parte, como denota o IFL Science. Ao contrário do que se pensa, maioria dos desertos não é uma vasta extensão de areia, mas sim de leito rochoso exposto. Qualquer areia presente é resultado da erosão deste leito rochoso, sujeito a flutuações extremas de temperatura que o fazem expandir e rachar. Estas rochas são então desgastadas até se transformarem em areia ao longo de um demorado período, normalmente pela ação de ventos fortes.

Na verdade, as dunas de areia, especialmente as móveis, podem cobrir florestas inteiras e atuar como conservantes para o que enterram, como as árvores espinho-de-camelo encontradas na Namíbia.

Uma das descobertas mais fascinantes neste contexto ocorreu em 2010: um mega-lago pré-histórico sob as areias do deserto do Sara foi desvendado pelos cientistas. Acredita-se que se tenha formado há cerca de 250 mil anos devido ao transbordo do rio Nilo para a região, desafiando a hipótese de que os desertos são paisagens monolíticas e desérticas.

Agora, lembre-se: caso se perca no deserto, cavar por uma saída não é a solução, a não ser que queira apreciar as suas últimas camadas de história geológica.

 

in ZAP

quinta-feira, março 04, 2010

Actividade no Pavilhão do Conhecimento

Passe o próximo Sábado no deserto


Os desertos são um dos locais mais inóspitos do planeta. Porém, cobrem cerca de 20% da superfície terrestre e têm uma importância fundamental para muitas espécies de animais e plantas e para a regulação do clima mundial.

No próximo sábado, 6 de Março, às 16.30, horas Pedro Miranda, do Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa, e a piloto Elisabete Jacinto, presença habitual nos Ralis Paris-Dakar no Sahara, discutem com o público do Pavilhão do Conhecimento-Ciência Viva as adaptações e experiências vividas numa travessia pelo deserto.

Este colóquio insere-se no ciclo Expedições Extremas, que tem como ponto de partida a nova exposição interactiva EXTREMOS Viver no Limite. A entrada é gratuita.

Para as famílias também haverá "actividades extremas". Das 14.00 às 18.00 horas, pequenos e grandes vão poder ver em primeira-mão dois jipes equipados para uma travessia no deserto e descobrir, experimentando, alguns dos segredos que definem as areias.

Programa completo em:
www.pavconhecimento.pt