terça-feira, junho 24, 2014

Hoje é Dia de São João...!

Nascimento de São João Batista (por Tintoretto, atualmente no Museu Hermitage, em São Petersburgo)

O Nascimento de João Batista (ou Dia de São João ou Nascimento do Precursor ) é uma festa cristã que celebra o nascimento de João Batista, um profeta que previu o advento do Messias, na pessoa de Jesus Cristo, e que o batizou. Esta festa é amplamente comemorada no mundo cristão no dia 24 de junho e é uma das festas juninas, no Brasil. É também o único santo cujo nascimento e martírio, este último em 29 de agosto, são evocados em duas solenidades pelo povo cristão.

O cristãos há muito interpretam a vida de João Batista como uma preparação para o advento de Jesus e as circunstâncias de seu nascimento, relatados no Novo Testamento, são também milagrosos. O único relato bíblico sobre o nascimento do profeta está no Evangelho de Lucas. Os pais de João, Zacarias - um sacerdote judeu - e Isabel não tinham filhos e já haviam passado da idade de tê-los. Durante uma jornada de trabalho servindo no Templo de Jerusalém, ele foi escolhido por sorteio para oferecer incenso no Altar Dourado no Santo dos Santos. O Arcanjo Gabriel apareceu-lhe e anunciou-lhe que ele e a sua esposa iriam ter um filho e que ele deveria chamá-lo de João. Porém, por não ter acreditado na mensagem de Gabriel, ele ficou mudo até o nascimento de seu filho. Os seus parentes quiseram então dar-lhe o nome do pai e Zacarias, sem poder falar, escreveu: "Seu nome é João" e sua voz voltou. A importância do nome advém do seu significado que é "Deus é propício". Depois de ter obedecido o comando de Deus, ele recebeu o dom da profecia e previu o futuro de João. O cântico que Zacarias profere em seguida, chamado Benedictus, é utilizado até hoje nos serviços litúrgicos de diversas denominações cristãs.
Na Anunciação, quando o Arcanjo Gabriel apareceu para a Virgem Maria para informá-la que ela iria conceber seu filho Jesus através do Espírito Santo, ele também a informou de que Isabel, a sua idosa prima, já estava grávida de seis meses. Maria então viajou para visitar Isabel. O Evangelho de Lucas relata que o bebé deu sinal no ventre de Isabel quando ela cumprimentou Maria.


O Benedictus (também conhecido como Canção de Zacarias ou Cântico de Zacarias) é um dos três cânticos - juntamente com o Magnificat e o Nunc dimittis - que aparecem no capítulo inicial do Evangelho de Lucas (Lucas 1:68-79). É uma canção de agradecimento a Deus proferida por Zacarias por ocasião do nascimento de seu filho, João Batista.




Benedíctus Dóminus, Deus Ísrael, quia visitávit et fecit redemptiónem plebi suæ, et eréxit cornu salútis nobis in domo David púeri sui, sieut locútus est per os sanctórum, qui a sæculo sunt, prophetárum eius, salútem ex inimícis nostris et de manu ómnium, qui odérunt nos; ad faciéndam misericórdiam eum pátribus nostris et memorári testaménti sui sancti, iusiurándum, quod iurávit ad Ábraham patrem nostrum, datúrum se nobis, ut sine timóre, de manu inimicórum liberáti, serviámus illi in sanetitáte et iustítia coram ipso omnibus diébus nostris. Et tu, puer, prophéta Altíssimi vocáberis: præíbis enim ante fáciem Dómini paráre vias eius, ad dandam sciéntiam salútis plebi eius in remissiònem peccatòrum eòrum, per víscera misericòrdiæ Dei nostri, in quibus visitábit nos óriens ex alto, illumináre his, qui in ténebris et in umbra mortis sedent, ad dirigéndos pedes nostros in viam pacis. Glória Patri et Fílio et Spirítui Sancto. Sicut erat in princípio, et nunc et semper, et in sǽcula sæculòrum. Amen. 
Bendito o Senhor Deus de Israel que visitou e redimiu o seu povo, e nos deu um Salvador poderoso na casa de David, seu servo, conforme prometeu pela boca dos seus santos, os profetas dos tempos antigos, para nos libertar dos nossos inimigos, e das mãos daqueles que nos odeiam. Para mostrar a sua misericórdia a favor dos nossos pais, recordando a sua sagrada aliança, e o juramento que fizera a Abraão, nosso pai, que nos havia de conceder esta graça: de O servirmos um dia, sem temor, livres das mãos dos nossos inimigos, em santidade e justiça, na sua presença, todos os dias da nossa vida. E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás à sua frente a preparar os seus caminhos, para dar a conhecer ao seu povo a salvação pela remissão dos seus pecados, graças ao coração misericordioso do nosso Deus, que das alturas nos visita como sol nascente, para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte e dirigir os nossos passos no caminho da paz. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Ámen. 
Retirado daqui

Nota: para além de Fernando, sou filho e pai de um João - hoje foi um dia muito especial, até porque o meu pai, que nasceu no Dia de São João, faz hoje um lindo número de anos e aniversário...!

Curt Smith - 53 anos

Curt Smith (Bath, Somerset, 24 de junho de 1961) é um músico inglês.
É um dos principais integrantes da banda Tears for Fears, juntamente com Roland Orzabal. Toca baixo e sintetizador. Tem um disco solo, Soul on Board, de 1993. É também empresário, dono da gravadora Zerodisc. Ele fez participações especiais, interpretando-se a ele mesmo, na série Psych's (2011 e 2014).


Há 886 anos nasceu um país chamado Portugal..!

(imagem daqui)

A Batalha de São Mamede foi uma batalha travada a 24 de junho de 1128, entre D. Afonso Henriques e as tropas dos barões portucalenses contra as tropas do Conde galego Fernão Peres de Trava, que se tentava apoderar do governo do Condado Portucalense. As duas fações confrontaram-se no campo de São Mamede, perto de Guimarães.

Antecedentes
Quando o conde D. Henrique morreu, em 1 de novembro de 1112, fica D. Teresa a governar o condado, pois achava que este lhe pertencia por direito, mais do que a outrem, porque o seu pai lhe teria dado o território na altura do casamento. Associou ao governo o conde galego Bermudo Peres de Trava e o seu irmão Fernão Peres de Trava. A crescente influência dos condes galegos no governo do condado Portucalense levou à revolta verificada em 1128. Os revoltosos escolheram para seu líder D. Afonso Henriques, filho de D. Henrique e de D. Teresa.

Resultado 
Com a derrota, D. Teresa e Fernão Peres abandonaram o governo condal, que ficou então nas mãos do infante e dos seus partidários, o que desagradou ao Bispo de Santiago de Compostela, Diogo Gelmires, que cobiçava o domínio das terras. D. Teresa desistia assim da ambição de ser senhora de Portugal.

Carlos Gardel morreu há 79 anos

Carlos Gardel (Tacuarembó ou Toulouse, 11 de dezembro de 1890 - Medellín, 24 de junho de 1935) foi o mais famoso dos cantores de tango argentino, país ao qual chegou aos dois anos de idade.


Nuno Álvares Pereira, hoje São Nuno de Santa Maria, o Santo Condestável, nasceu há 654 anos

Estátua de Nuno Álvares Pereira, do escultor Leopoldo de Almeida, junto ao Mosteiro da Batalha

D. Nuno Álvares Pereira (Ordem do Carmo), também conhecido como o Santo Condestável e antigamente como Beato Nuno de Santa Maria, hoje São Nuno de Santa Maria, ou simplesmente Nun' Álvares (Paço do Bonjardim ou Flor da Rosa, 24 de junho de 1360Lisboa, 1 de novembro de 1431) foi um nobre e guerreiro português do século XIV que desempenhou um papel fundamental na crise de 1383-1385, onde Portugal jogou a sua independência contra Castela. Nuno Álvares Pereira foi também 2.º Condestável de Portugal, 38.º Mordomo-Mor do Reino, 7.º conde de Barcelos, 3.º conde de Ourém e 2.º conde de Arraiolos.
Considerado como o maior guerreiro português de sempre e um génio militar. Comandou forças em número inferior ao inimigo e venceu todas as batalhas que travou. É o patrono da infantaria portuguesa.
Camões, em sentido literal ou alegórico, explícito ou implícito, faz referência ao Condestável nada menos que 14 vezes em «Os Lusíadas», chamando-lhe o "forte Nuno" e logo no primeiro canto (12ª estrofe) é evocada a figura de São Nuno, ao dizer "por estes vos darei um Nuno fero, que fez ao Rei e ao Reino um tal serviço" e no canto oitavo, estrofe 32, 5.º verso: "Ditosa Pátria que tal filho teve".
Uma escultura sua encontra-se no Arco da Rua Augusta, na Praça do Comércio, em Lisboa, outra no castelo de Ourém e uma, equestre, no exterior do Mosteiro da Batalha. Tem também uma estátua em Flor da Rosa, um dos dois locais apontados como sua terra natal.
São Nuno foi canonizado pelo Papa Bento XVI, em 26 de abril de 2009, e a sua festa é a 6 de novembro.
(...)
Em 1401 dá-se o casamento entre o futuro duque de Bragança D. Afonso com a filha de D. Nuno, D. Beatriz.
Participou na conquista de Ceuta em 1415 e foi convidado pelo rei a comandar a guarnição que lá ia ficar. O condestável recusou, pois desejava abandonar a vida militar e abraçar a religiosa.
Antes de entrar no convento, distribuiu os bens pelos netos. A sua neta D. Isabel, casou-se com o infante D. João, futuro Condestável.
O convento do Carmo deu aos frades carmelitas, assim como os bens que lhe restavam. Ao tornar-se frei Nuno, abdicou do título de conde e de Condestável e pretendeu ir pelas ruas pedir esmola, o que assustou o rei e este pediu ao infante D. Duarte que tinha muita admiração por Nuno, convencê-lo a não fazer tal coisa. O infante convenceu frei Nuno a apenas aceitar esmola do rei, o que foi aceite.
Do seu casamento com Leonor de Alvim, o Condestável teve três filhos, dois rapazes que morreram jovens, mas apenas uma filha chegou à idade adulta e teve descendência, Beatriz Pereira de Alvim, que se tornou mulher de D. Afonso, o 1.º Duque de Bragança, dando origem à Casa de Bragança, que viria a reinar em Portugal três séculos mais tarde. Não obstante, a primogenitura, a descendência direta e a representação genealógica do Condestável pertence aos Marqueses de Valença, por o 1.º Marquês de Valença e 4.º Conde de Ourém (por doação direta de seu avô materno), Afonso de Bragança, ser o filho primogénito de sua mãe, Beatriz Pereira de Alvim, primeira esposa do 1.º Duque de Bragança, D. Afonso.

(...)

Após a morte da sua mulher, tornou-se carmelita (entrou na Ordem em 1423, no Convento do Carmo, que mandara construir como cumprimento de um voto). Toma o nome de Irmão Nuno de Santa Maria. Aí permanece até à morte, ocorrida em 1 de Novembro de 1431, com 71 anos, rodeado pelo rei e os infantes.
Percorria as ruas de Lisboa e distribuía esmolas a quem precisava. No convento tinha um grande caldeirão usado pelos seus homens nas campanhas militares, onde se faziam refeições para os pobres. Estas acções levaram o povo a chamá-lo de Santo Condestável.
Durante o seu último ano de vida, o Rei D. João I fez-lhe uma visita no Carmo. D. João sempre considerou que fora Nuno Álvares Pereira o seu mais próximo amigo, que o colocara no trono e salvara a independência de Portugal.
O túmulo de Nuno Álvares Pereira foi destruído no Terramoto de 1755. O seu epitáfio era:  
Aqui jaz aquele famoso Nuno, o Condestável, fundador da Sereníssima Casa de Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra tão ardentemente desejou o Reino dos Céus depois da morte, e mereceu a eterna companhia dos Santos. As suas honras terrenas foram incontáveis, mas voltou-lhes as costas. Foi um grande Príncipe, mas fez-se humilde monge. Fundou, construiu e dedicou esta igreja onde descansa o seu corpo.
Há uma história apócrifa, em que o embaixador castelhano teria ido ao Convento do Carmo encontrar-se com Nun'Álvares, e ter-lhe-á perguntado qual seria a sua posição se Castela novamente invadisse Portugal. Nuno terá levantado o seu hábito, e mostrado, por baixo deste, a sua cota de malha, indicando a sua disponibilidade para servir o seu país sempre que necessário e declarando que "se el-rei de Castela outra vez movesse guerra a Portugal, serviria ao mesmo tempo a religião que professava e a terra que lhe dera o ser".
Conta-se também que no inicio da sua vida monástica, em 1425 correra em Lisboa o boato de que Ceuta estaria em risco de ser apresada pelos Mouros. De imediato Frei Nuno manifesta a sua vontade em fazer parte da expedição que iria acudir a Ceuta. Quando o tentaram dissuadir, apontando a sua figura alquebrada pelos anos e por tantas canseiras, pegou numa lança e disse: "Em África a poderei meter, se tanto for mister!" (daqui nasceu a expressão "meter uma lança em África", no sentido de se vencer uma grande dificuldade). Atirou a lança do varandim do convento, que atravessou todo o Vale da Baixa de Lisboa, indo cravar-se numa porta do outro lado do Rossio.

in Wikipédia

Lucrécia Bórgia morreu há 495 anos

Retrato de uma Mulher por Bartolomeo Veneto, tradicionalmente considerado como de Lucrezia Borgia

Lucrécia Bórgia (Subiaco, 18 de abril de 1480 - Ferrara, 24 de junho de 1519) foi a filha ilegítima de Rodrigo Bórgia, importante personagem italiano do Renascimento, que viria a se tornar o papa Alexandre VI. O irmão de Lucrécia foi o conhecido déspota César Bórgia. Esta foi tia-avó do jesuíta São Francisco de Borja, neto do seu irmão Giovanni Bórgia, duque de Gandía, nascido em 1474, e o 3º Superior Geral da Companhia de Jesus.

(...)

oltando a Lucrécia, ela engravidou em 1503. Mas acabou por contrair malária, e seu médico teve de abortar a criança para não pôr a vida de Lucrécia em perigo. Com a morte do sogro em 1505, ela e marido foram nomeados duques de Ferrara. No mesmo ano, deu à luz o primeiro rebento do casal, Afonso. A criança morreu semanas depois, mas três anos depois o casal ducal foi presenteado com outro menino, Hércules. Depois deste, vieram outros filhos: Hipólito (1509), Francesco (1516), Alexandre (1514), Eleanora (1515), e Isabel Maria (1519). Ela foi boa mãe para todos os seus filhos, inclusive para os que estavam longe dela, como Rodrigo e o misterioso Giovanni, "O Infante Romano". Sabe-se que Rodrigo morreu em 1512, aos treze anos de idade, fazendo Lucrécia Bórgia sofrer e se recolher em um convento por algum tempo; mas quanto ao "Infante Romano", apenas se sabe que ele morreu em 1548, tornou-se duque de Espoleto, mas morreu relativamente esquecido e com pouco status de neto de papa, ou filho de Lucrécia Bórgia. Sua linhagem é totalmente desconhecida.
A primeira vez que Lucrécia ficou como regente em Ferrara foi um ano após sua nomeação como duquesa. Ela aproveitou a oportunidade para mostrar outra simpatia comum de sua família: a vontade de ajudar o povo judeu, ao criar um édito proibindo terminantemente qualquer tipo de discriminação contra eles. Lucrécia em Ferrara formou a chamada "Corte das Letras": incluía escritores como Ludovico Ariosto (que dedicou-lhe "Orlando Furioso"), Pedro Bembo (que definiu o seu amor por Lucrécia Bórgia como ´platônico´) e Hércules Strozzi, da poderosa família Strozzi, assassinado por Afonso d´Este pelo ciúme que ele sentia do literato com Lucrécia. Sua corte também reunia pintores como Ticiano e Venetto, entre outros. Em 1508, Lucrécia recebe o humanista Erasmo de Roterdã em sua corte. Em 1506, ficou como regente de Ferrara durante a ausência do marido, embora estivesse sob a vigilância de seu cunhado, o cardeal Hipólito. Apesar das constantes infidelidades do marido, - ele, após a morte de Lucrecia Bórgia, juntou-se a Laura Dianti, uma de suas amantes, que viveu como Duquesa de Ferrara apesar de nunca terem se casado formalmente - Lucrécia foi feliz com Afonso d`Este.
Como uma Bórgia, Lucrécia guardava algum rancor ao Papa Júlio II (Giuliano della Rovere). Afinal, ele havia sido inimigo ferrenho de seu pai e traído o seu irmão. Então, ela rejubilou-se quando Ferrara entrou em guerra contra o papa em 1511, e mais ainda quando a venceu. Comemorou mais ainda quando o papa Júlio morreu, e quem assumiu o trono papal foi Giovanni de Médici, que adotou o nome de Leão X. Afinal, a Médici sempre foi aliada dos Bórgias. Inclusive o novo papa havia sido muito amigo de seu irmão César nos tempos em que ambos estudavam na Universidade de Pisa.

Aos 39 anos de idade, Lucrécia estava prestes a enfrentar outro parto. Prevendo a sua morte, ela enviou uma carta ao papa Leão X pedindo uma bênção especial. Em 24 de junho de 1519, morreu Lucrécia Bórgia em Ferrara, devido a complicações, após dar à luz o seu oitavo filho, depois de ter tido uma história ao longo da vida de gestações e de abortos complicados. A bênção papal não veio a tempo, mas Leão X escreveu ao viúvo a dizer que lamentava muito a morte da "boa duquesa", de quem o "inesquecível amigo César falava com tanto carinho". Foi sepultada no convento de Corpus Domini (do qual ela foi protetora em vida), em Ferrara, num hábito de freira.

João da Cruz, poeta e santo, nasceu há 472 anos

São João da Cruz
Fundador; Doutor da Igreja (Doctor Mysticus)
Nascimento 24 de junho de 1542  em Fontiveros, Ávila, Espanha
Morte 14 de dezembro de 1591 (49 anos) em Úbeda, Jaén, Espanha
Veneração por Igreja Católica, Igreja Anglicana e Igreja Luterana
Beatificação 25 de janeiro de 1675 por Papa Clemente X
Canonização 27 de dezembro de 1726 por Papa Bento XIII
Festa litúrgica 14 de dezembro
Padroeiro Vida contemplativa; consagrados; místicos; poetas espanhóis

João da Cruz (em espanhol: Juan de la Cruz) foi uma das mais importantes personalidades da Contra-Reforma, um místico espanhol, um santo católico, um frade carmelita e um sacerdote nascido em Fontiveros, em Castela.
Ele foi um grande reformador da Ordem Carmelita e é considerado, juntamente com Santa Teresa de Ávila, o fundador da ordem dos Carmelitas Descalços. Ele também é conhecido por suas obras literárias. Tanto sua poesia quanto suas investigações sobre o crescimento da alma são consideradas como o ápice da literatura mística espanhola e uma das grandes obras da literatura espanhola. João da Cruz foi canonizado em 1726 por Bento XIII e é um dos Doutores da Igreja.










Cántico espiritual

Canciones entre el alma y el esposo


Esposa:

¿Adónde te escondiste,
amado, y me dejaste con gemido?
Como el ciervo huiste,
habiéndome herido;
salí tras ti, clamando, y eras ido.

Pastores, los que fuerdes
allá, por las majadas, al otero,
si por ventura vierdes
aquél que yo más quiero,
decidle que adolezco, peno y muero.

Buscando mis amores,
iré por esos montes y riberas;
ni cogeré las flores,
ni temeré las fieras,
y pasaré los fuertes y fronteras.

(Pregunta a las Criaturas)

¡Oh bosques y espesuras,
plantadas por la mano del amado!
¡Oh prado de verduras,
de flores esmaltado,
decid si por vosotros ha pasado!

(Respuesta de las Criaturas)

Mil gracias derramando,
pasó por estos sotos con presura,
y yéndolos mirando,
con sola su figura
vestidos los dejó de hermosura.

Esposa:

¡Ay, quién podrá sanarme!
Acaba de entregarte ya de vero;
no quieras enviarme
de hoy más ya mensajero,
que no saben decirme lo que quiero.

Y todos cantos vagan,
de ti me van mil gracias refiriendo.
Y todos más me llagan,
y déjame muriendo
un no sé qué que quedan balbuciendo.

Mas ¿cómo perseveras,
oh vida, no viviendo donde vives,
y haciendo, porque mueras,
las flechas que recibes,
de lo que del amado en ti concibes?

¿Por qué, pues has llagado
aqueste corazón, no le sanaste?
Y pues me le has robado,
¿por qué así le dejaste,
y no tomas el robo que robaste?

Apaga mis enojos,
pues que ninguno basta a deshacellos,
y véante mis ojos,
pues eres lumbre dellos,
y sólo para ti quiero tenellos.

¡Oh cristalina fuente,
si en esos tus semblantes plateados,
formases de repente
los ojos deseados,
que tengo en mis entrañas dibujados!

¡Apártalos, amado,
que voy de vuelo!

Esposo:

Vuélvete, paloma,
que el ciervo vulnerado
por el otero asoma,
al aire de tu vuelo, y fresco toma.

Esposa:

¡Mi amado, las montañas,
los valles solitarios nemorosos,
las ínsulas extrañas,
los ríos sonorosos,
el silbo de los aires amorosos;

la noche sosegada,
en par de los levantes de la aurora,
la música callada,
la soledad sonora,
la cena que recrea y enamora;

nuestro lecho florido,
de cuevas de leones enlazado,
en púrpura tendido,
de paz edificado,
de mil escudos de oro coronado!

A zaga de tu huella,
las jóvenes discurran al camino;
al toque de centella,
al adobado vino,
emisiones de bálsamo divino.

En la interior bodega
de mi amado bebí, y cuando salía,
por toda aquesta vega,
ya cosa no sabía
y el ganado perdí que antes seguía.

Allí me dio su pecho,
allí me enseñó ciencia muy sabrosa,
y yo le di de hecho
a mí, sin dejar cosa;
allí le prometí de ser su esposa.

Mi alma se ha empleado,
y todo mi caudal, en su servicio;
ya no guardo ganado,
ni ya tengo otro oficio,
que ya sólo en amar es mi ejercicio.

Pues ya si en el ejido
de hoy más no fuere vista ni hallada,
diréis que me he perdido;
que andando enamorada,
me hice perdidiza, y fui ganada.

De flores y esmeraldas,
en las frescas mañanas escogidas,
haremos las guirnaldas
en tu amor florecidas,
y en un cabello mío entretejidas:

en sólo aquel cabello
que en mi cuello volar consideraste;
mirástele en mi cuello,
y en él preso quedaste,
y en uno de mis ojos te llagaste.

Cuando tú me mirabas,
tu gracia en mí tus ojos imprimían;
por eso me adamabas,
y en eso merecían
los míos adorar lo que en ti vían.

No quieras despreciarme,
que si color moreno en mí hallaste,
ya bien puedes mirarme,
después que me miraste,
que gracia y hermosura en mí dejaste.

Cogednos las raposas,
que está ya florecida nuestra viña,
en tanto que de rosas
hacemos una piña,
y no parezca nadie en la montiña.

Deténte, cierzo muerto;
ven, austro, que recuerdas los amores,
aspira por mi huerto,
y corran sus olores,
y pacerá el amado entre las flores.

Esposo:

Entrado se ha la esposa
en el ameno huerto deseado,
y a su sabor reposa,
el cuello reclinado
sobres los dulces brazos del amado.

Debajo del manzano,
allí conmigo fuiste desposada,
allí te di al mano,
y fuiste reparada
donde tu madre fuera violada.

O vos, aves ligeras,
leones, ciervos, gamos saltadores,
montes, valles, riberas,
aguas, aires, ardores
y miedos de las noches veladores,

por las amenas liras
y canto de serenas os conjuro
que cesen vuestras iras
y no toquéis al muro,
porque la esposa duerma más seguro.

Esposa:

Oh ninfas de Judea,
en tanto que en las flores y rosales
el ámbar perfumea,
morá en los arrabales,
y no queráis tocar nuestros umbrales.

Escóndete, carillo,
y mira con tu haz a las montañas,
y no quieras decillo;
mas mira las compañas
de la que va por ínsulas extrañas.

Esposo:

La blanca palomica
al arca con el ramo se ha tornado,
y ya la tortolica
al socio deseado
en las riberas verdes ha hallado.

En soledad vivía,
y en soledad he puesto ya su nido,
y en soledad la guía
a solas su querido,
también en soledad de amor herido.

Esposa:

Gocémonos, amado,
y vámonos a ver en tu hermosura
al monte o al collado
do mana el agua pura;
entremos más adentro en la espesura.

Y luego a las subidas
cavernas de la piedra nos iremos,
que están bien escondidas,
y allí nos entraremos,
y el mosto de granadas gustaremos.

Allí me mostrarías
aquello que mi alma pretendía,
y luego me darías
allí tú, vida mía,
aquello que me diste el otro día:

el aspirar del aire,
el canto de la dulce filomena,
el soto y su donaire,
en la noche serena
con llama que consume y no da pena;

que nadie lo miraba,
Aminadab tampoco parecía,
y el cerco sosegaba,
y la caballería
a vista de las aguas descendía.


San Juan de la Cruz

segunda-feira, junho 23, 2014

Jason Mraz - 37 anos

Jason Thomas Mraz (Mechanicsville, 23 de junho de 1977) é um compositor e cantor dos Estados Unidos.

Biografia
Jason Thomas Mraz (nascido a 23 de junho de 1977) é um cantor, violonista e compositor nascido e criado em Mechanicsville, Virginia. Nas suas influências encontram-se o reggae, pop, rock, folk, jazz, e hip hop. Estudou na Universidade de Longwood por pouco tempo, tendo depois uma curta passagem pela Academia Dramática Americana (para estudar Teatro Musical) em Nova York, mudando-se para San Diego. O seu primeiro projecto musical foi "A Jason Mraz Demonstration", em 1999, gravado de forma independente e contendo 8 faixas da sua própria autoria. Depois deste viriam mais quatro EPs. Apenas em 2002, Mraz assinou pela Elektra Records, voltando a Virginia para trabalhar com o produtor John Alagía no seu álbum de lançamento, Waiting for My Rocket to Come, que seria disco de platina em julho de 2004 e alcançaria o #2 do Billboard's Chart. O seu primeiro single, "The Remedy (I Won't Worry)" , foi co-escrito pela equipe de produção musical The Matrix (que já escreveu músicas desde Avril Lavigne até Korn, passando por Britney Spears e Christina Aguilera). Também em 2004 o cantor lança um CD/DVD do concerto gravado um ano antes, em Milwaukee, no estado norte-americano de Winsconsin. O álbum, intitulado de Tonight, not again: Jason Mraz live at the Eagles Ballroom, ficou entre os 50 melhores álbuns da Billboard 200.
Em junho e julho de 2005, Mraz abriu todos os espectáculos de Alanis Morissette durante a sua tour Jagged Little Pill Acoustic. Em 2005 ele lança o seu 2º alguns de originais, Mr. A-Z, pela Atlantic Records, que ficaria em #55 na Billboard 200 Albums Chart. Em dezembro, o álbum receberia ainda uma nomeação para um Grammy Awards para Melhor Álbum Não Clássico Projetado, ao passo que o seu produtor era nomeado para Produtor do Ano. Mraz começou o seu tour para o álbum “Mr. A-Z” a 12 de setembro nos San Diego Music Awards. Esse mesmo tour teria a colaboração de vários artistas como Bushwalla e Tristan Prettyman, com quem Mraz tinha co-escrito o dueto "Shy That Way" em 2002 e “All I Want for Christmas Is You”. Mraz e Prettyman andaram, acabando a relação em 2006. Em novembro de 2005, Mraz abriu alguns dos concertos dos Rolling Stones na sua World Tour. Também em 2005, Mraz foi um dos vários cantores (estando também incluídos artistas como: Tristan Prettyman, Joss Stone, Keith Urban, Alanis Morissette e Michelle Williams) a figurarem no anúncio da Gap intitulada “Favorites” ". Em dezembro de 2005, Mraz lança a primeira parte do seu podcast. Em maio de 2006, Mraz faz um tour pelos EUA actuando sobretudo em festivais de música pelos EUA e alguns espectáculos na Irlanda e Reino Unido.
Em dezembro de 2006 foi lançado Selections for Friends, um álbum de actuações ao vivo disponível apenas na internet, gravado durante o tour Songs for Friends. Jason Mraz em 2007 começou a desenvolver o seu novo single "The Beauty in Ugly", - um remake do seu antigo single "Plain Jane" que ele reescreveu para o programa Betty Feia (Ugly Betty na versão original). Em 2007, o concorrente a American Idol Chris Richardson canta "Geek in the Pink", ganhando assim o conhecimento e interesse dos Media e aumentando o nº de downloads no iTunes.

We Sing. We Dance. We Steal Things.
Em 2008, mais exactamente em 13 de maio de 2008, Jason lança mais um disco, We Sing. We Dance. We Steal Things., cujo nome se deve a uma citação de David Shrigley (que captou a atenção de Mraz numa viagem à Escócia) e conta com a participação de Colbie Caillat (Bubbly; Realize) na canção "Lucky" e James Morrison (cantor) (You Give Me Something) na faixa "Details in the Fabric". Entre 2 de junho de 2008 e 16 de janeiro de 2009 a Rede Globo exibiu a telenovela brasileira A Favorita, que contou com a música "I'm Yours" de Jason Mraz, banda sonora dedicada ao personagem Cassiano, interpretado pelo ator Thiago Rodrigues. No ano de 2009, a sua música Lucky foi tema do casal Bianca e Felipe na novela Caras e Bocas. O curioso acerca desta obra é que esta foi lançada primeiramente como EP em três partes "We sing.", "We dance." e "We steal things.", cada uma delas contendo quatro músicas. Em 2013, a música "93 million miles" faz sucesso na novela Salve Jorge, como tema do casal Ayla e Zyah.

Pausa na carreira e Love Is a Four Letter Word 
Depois do grande sucesso de I'm Yours Mraz resolveu fazer uma pausa na carreira, Em 19 de setembro de 2011, Jason Mraz anunciou através de sua página do Facebook o lançamento de um novo single promocional intitulado "The World As I See It", tema do filme "Em Busca da Liberdade", acompanhado pela música sendo liberada no YouTube. O quarto álbum de estúdio de Mraz, Love Is a Four Letter Word, foi lançado em 17 de abril de 2012. A canção "93 Million Miles", segundo single deste último álbum, foi incluída na banda sonora da telenovela Salve Jorge da Rede Globo no final do mesmo ano.


O poeta Nicolau Tolentino de Almeida morreu há 203 anos

Frontispício de uma peça de teatro "de cordel" de Tolentino

Nicolau Tolentino de Almeida (Lisboa, 10 de setembro de 1740 - Lisboa, 23 de junho de 1811) foi um poeta português que pertenceu ao movimento da Nova Arcádia (1790-1794).

Aos vinte anos ingressou em Leis na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, mas ao invés dos estudos tinha vida boémia e de poeta. No ano de 1765 tornou-se professor de retórica, numa das cátedras criadas pelo Marquês de Pombal, após a expulsão dos jesuítas.
Os seus versos continham muitas vezes pedidos, pleiteando um cargo na secretaria de estado, até que este foi satisfeito, com a nomeação como oficial de secretaria.
Foi um professor durante quinze anos, mas esta vida desagradava-lhe, pois era inadaptado e descontente até conseguir o posto na Secretaria dos Negócios do Reino. Obteve tudo quanto pretendeu, o que não o fez deixar de deplorar uma suposta miséria.
Bom metrificador, compôs sátiras descritivas e caricaturais, sonetos e odes, que reuniu em 1801 num volume chamado Obras Poéticas. Ficou pela superfície, mas apreendeu bem os erros e ridículos da época. O seu cómico consistia no agravamento das proporções, hipertrofiando o exagero que encontrava.


A Dois Velhos Jogando o Gamão

Em escura botica encantoados,
Ao som de grossa chuva que caía,
Passavam de Janeiro um triste dia
Dois gingas no gamão encarniçados.

Corra, vizinho, corra-me esses dados,
Gritava um deles, que nem bóia via;
De sangue frio o outro lhe dizia
Mil anexins naquele jogo usados.

Dez vezes falha o mísero antiquário,
E ardendo em fúria o trémulo velhinho,
Atira c'uma tábula ao contrário:

O mal seguro golpe erra o caminho,
Quebra a melhor garrafa ao boticário
Que foi só quem perdeu no tal joguinho.



Nicolau Tolentino

Carl Reinecke nasceu há 190 anos

Carl Heinrich Carsten Reinecke (Altona, Hamburgo, 23 de junho de 1824Leipzig, 10 de março de 1910) foi um compositor, professor e pianista alemão.

Biografia
Reinecke nasceu em Altona, na época parte do ducado de Holstein e governada em união pessoal pelo rei da Dinamarca, hoje um distrito de Hamburgo, filho de Johann Peter Rudolph Reinecke, um professor de música. Carl começa a compor aos sete anos, vindo a apresentar-se como pianista a partir dos seus doze anos de idade.
Realizou  sua primeira excursão musical em 1843, facto que o conduziu, em 1846, à sua nomeação como pianista oficial da Corte de Cristiano VIII em Copenhaga, onde permaneceu até 1848. Durante o período escreveu quatro concertos para o piano e várias cadenzas para outras obras, inclusive um grande grupo publicado como seu Opus 87. Escreveu também concertos para violino, violoncelo, harpa e flauta.
Em 1851 torna-se professor no Conservatório de Colónia. Nos anos seguintes foi apontado como diretor musical em Barmen, também tornou-se diretor musical e académico e maestro da Singakademie de Wrocław (Breslau).
Em 1860, Reinecke é nomeado diretor da Orquestra Gewandhaus em Leipzig, onde permanece até 1895, e professor de composição e piano no conservatório da cidade. Em 1865 o Quarteto Gewandhaus apresenta pela primeira vez o seu quinteto para piano e em 1892 seu quarteto de cordas em ré maior.
A obra mais conhecida de Reinecke é a sonata para flauta Ondina, mas ele é também lembrado como um dos mais influentes e versáteis músicos do seu tempo. Como professor, deu aulas a grandes nomes da música.
Após sua reforma dedicou o seu tempo à composição, inclusive de diversas óperas. Carl Reinecke morreu em Leipzig, aos 85 anos.


Duffy - 30 anos!

Aimée Ann Duffy (Bangor, 23 de junho de 1984), conhecida como Duffy, é uma cantora, compositora e ocasional atriz galesa. O seu álbum de estreia, Rockferry, lançado em 2008, entrou na UK Albums Chart em #1. Foi o álbum mais vendido na Grã-Bretanha naquele ano, com 1,68 milhões de cópias vendidas. O álbum foi certificado diversas vezes como Disco de Platina e vendeu mais de 7 milhões de cópias em todo o mundo, estabelecendo "Mercy" e "Warwick Avenue" como hits. Com "Mercy", Duffy se tornou a primeira mulher galesa a alcançar o número um na UK Singles Chart desde Bonnie Tyler com "Total Eclipse of the Heart", em 1983.
Em 2009, Duffy recebeu o Grammy de Melhor Álbum Pop Vocal por Rockferry, e também foi indicada para outras duas categorias. Também em 2009, ganhou três Brit Awards: Melhor Novo Artista Britânico, Melhor Artista Feminina Solo e Melhor Álbum Britânico.
Em 2010, Duffy completou as gravações de seu segundo álbum, Endlessly, lançado em 29 de novembro, e também estreou em sua carreira como atriz, no filme Patagonia.
Em fevereiro de 2011 foi anunciado que Duffy faria uma longa pausa na indústria musical antes de trabalhar no seu terceiro álbum.


Alfred Kinsey, o pai da Sexologia, nasceu há 120 anos

Alfred Charles Kinsey (Hoboken, 23 de junho de 1894 - Bloomington, 25 de agosto de 1956) foi um entomologista e zoólogo norte-americano. Em 1947, na Universidade de Indiana, fundou o Instituto de Pesquisa sobre Sexo, hoje chamado de Instituto Kinsey para Pesquisa sobre Sexo, Género e Reprodução. As suas pesquisas sobre a sexualidade humana influenciaram profundamente os valores sociais e culturais dos Estados Unidos, principalmente na década de 1960, com o início da chamada "revolução sexual". Ainda hoje, suas obras são consideradas fundamentais para o entendimento da diversidade sexual humana. A sua história foi retratada num filme de 2004 intitulado Kinsey - Vamos falar de sexo.

Primeiros momentos
Foi o mais velho de três filhos, a sua mãe tinha poucos estudos e o seu pai, apesar de professor no Instituto de Tecnologia de Stevens, era um conservador rigoroso. Ambos eram devotos da Igreja Metodista. Como eram muito pobres, Alfred Kinsey e os seus irmãos cresceram em condições inadequadas, expostos a inúmeras doenças e tratamentos inadequados. Alfred passou por muitas doenças, como raquitismo, febre tifóide e febre reumática. O raquitismo deixou como herança uma curvatura na espinha, o que levou à sua dispensa para servir nas forças armadas.

Formação
Quando jovem, Kinsey já mostrava um grande interesse pelas atividades ao ar livre e pelo estudo da natureza. Na escola, era um rapaz tímido, com pouco interesse para os desportos, mas com grande interesse para os estudos académicos e de piano. Contra a sua vontade, ingressou no Instituto de Tecnologia de Stevens, onde o seu pai, que queria um filho engenheiro, lecionava. Não se adaptando à engenharia e contrariando o pai, Kinsey ingressou no Bowdoin College em 1914, onde se graduou em Biologia e Psicologia. Continuou os seus estudos no Instituto Bossey, da Universidade de Harvard, onde estudou biologia aplicada com William Morton Wheeler, um reconhecido entomologista. Continuando seus estudos em Harvard, defendeu a sua tese de doutoramento em 1919, estudando a diversidade biológica de uma espécie de vespa.

Atuação como professor
Após completar o seu doutoramento, Kinsey ingressou como professor assistente do departamento de zoologia da Universidade Bloomington de Indiana, em 1920. Era chamado pelos alunos de Prok, um diminutivo de Professor Kinsey. Lá, conheceu Clara Bracken McMillen, a quem passou a chamar carinhosamente de Mac. Kinsey casou com Clara em 1921, com quem teve quatro filhos. Na Universidade de Indiana, continuou os seus estudos de entomologia durante mais de 16 anos. Para isso, coletou mais de um milhão de exemplares de vespas, posteriormente doadas ao Museu Nacional de História Natural, em Nova York. O seu principal interesse era a história evolutiva das vespas.

Pai da Sexologia
Kinsey iniciou os seus estudos sobre práticas sexuais humanas após uma discussão com o colega Robert Krog, na Universidade de Indiana. Após ter concluído, nos seus estudos de entomologia, que nenhuma vespa era igual à outra, e que as práticas de acasalamento das vespas eram extremamente variadas, Kinsey percebeu que, apesar da falta de estudos sobre a sexualidade humana, essa característica de diversidade sexual era comum entre os animais e, dentre estes, os humanos. Kinsey queria que a educação sexual fosse abordada em uma disciplina exclusiva, algo inexistente na época. Ao fazer isto, Kinsey conseguiu criar a disciplina académica de Sexologia, ciência da qual é considerado o criador. Após muita persistência, em 1935 Kinsey conseguiu recursos financeiros da Fundação Rockefeller e pode, então, iniciar a sua pesquisa sobre a sexualidade humana. Para isso, Kinsey montou e treinou uma equipe que entrevistaria, nos anos seguintes, milhares de pessoas em todo o território dos Estados Unidos.

O Relatório Kinsey
A publicação do primeiro volume do famoso relatório sobre a sexualidade masculina (Sexual Behavior in the Human Male), em 1948, deu origem a uma enorme polémica nos Estados Unidos. O livro foi um dos mais vendidos naquele ano. Rapidamente, Kinsey se transformou numa celebridade, considerado até hoje como uma das personalidades mais polémicas do século XX. Foi capa dos principais jornais e revistas do país. O segundo volume, abordando a sexualidade das mulheres (Sexual Behavior in the Human Female) foi publicado em 1953.
A controvérsia que daí resultou foi inevitável, pois certos dados chocavam a estrutura clássica da família americana no final da década de 1940 e início da década de 1950. A América acabava de descobrir que, segundo os estudos de Kinsey, 92% dos seus homens e 62% das suas mulheres se masturbava. E que 37% dos homens e 13% das mulheres já tinham tido uma relação homossexual que lhes tinha proporcionado um orgasmo. Neste caso, os factos foram noticiados pela imprensa sensacionalista como uma verdadeira bomba.
Os seus relatórios foram vistos por muitos como o início da revolução sexual da década de 1960. Apesar de ainda hoje encontrarmos dados resultantes do Relatório Kinsey, há que ter em conta que esses mesmos dados têm cerca de 50 anos e que, certamente, muitas das práticas e percentuais da época podem certamente ter se modificado.

A classificação de Kinsey
Para Kinsey, os seres humanos não se classificam quanto à sexualidade em apenas duas categorias (exclusivamente heterossexual e exclusivamente homossexual), mas apresentam diferentes graus de uma ou outra característica extrema. Em resumo, seriam divididos nas seguintes categorias:
  • heterossexual exclusivo;
  • heterossexual ocasionalmente homossexual;
  • heterossexual mais do que ocasionalmente homossexual;
  • igualmente heterossexual e homossexual, também chamado de bissexual;
  • homossexual mais do que ocasionalmente heterossexual;
  • homossexual ocasionalmente heterossexual;
  • homossexual exclusivo;
  • indiferente sexualmente (assexual).
Críticas e pedofilia
O trabalho de Kinsey tem sofrido, ao longo das décadas, vários questionamentos e refutações de ordem científica. Além disso, grupos conservadores, especialmente cristãos, atacaram Kinsey devido aos dados de seus estudos, considerados por eles imorais e perigosos.
Kinsey já foi acusado de ser um praticante de inúmeras práticas sexuais consideradas "anormais". Na biografia realizada por James H. Jones, ele é referido como bissexual, sádico e masoquista. Supostamente, teria seduzido estudantes e colegas. Segundo afirmam alguns biógrafos, teria ainda feito uma circuncisão em si próprio, sem anestesia. Outros afirmam que ele teria instigado o sexo grupal entre colegas, e coagido sua mulher e amigos a praticarem sexo, sendo filmados. Kinsey e seu grupo realizaram inúmeros filmes sobre práticas sexuais com fins científicos.
Uma matéria na Super Interessante exibe um Kinsey masoquista e debilitado por práticas sexuais extremadas que o levaram a morte, além de mostrá-lo como condescendente com a pedofilia. Kinsey teria entrevistado um certo Sr. X, que teria mantido relações sexuais com mais de 600 pré-adolescentes. Além disso, Kinsey acreditava que a diversidade sexual não poderia excluir determinadas parafilias, como a pedofilia. Noutro artigo há uma enorme polémica entre conservadores e religiosos sobre a estreia de um filme sobre Kinsey, estrelado por Liam Neeson
Jones acrescentou que a esposa de Kinsey manteve relações sexuais com outros homens, mas que o casal manteve-se unido durante 35 anos, numa relação sexualmente ativa até o ponto em que Kinsey ficou gravemente doente, falecendo pouco depois. Outro biógrafo, Jonathan Gathorne-Hardy, considera que os filmes realizados por Kinsey em sua segunda etapa de estudos não são científicos, mas simplesmente pornográficos. Entretanto, todas as críticas sobre o comportamento sexual de Kinsey são consideradas especulações, pois não são confirmadas pelo Instituto Kinsey.
Uma das mais conhecidas críticas de Kinsey é a Dra. Judith A. Reisman, chefe da RSVPAmerica (Restore Sexual Virtue and Purity to America). Segundo ela, Kinsey e sua equipe teriam abusado de crianças para chegar a certos dados do relatório Kinsey. No entanto, o coordenador do Instituto Kinsey, John Bancroft, alega que essa temática não é verdadeira, e que teria sido escolhida como apelo emocional para desacreditar os estudos de Kinsey.
Outra organização bastante cética aos trabalhos de Kinsey é o FRC (Family Research Council). O FRC é uma organização religiosa que conta com a participação de políticos conservadores influentes nos Estados Unidos. Além de reforçar as denúncias de Judith Reisman, o FRC procura associar os trabalhos de Kinsey especificamente às questões de orientação sexual e à homossexualidade, consideradas por eles como uma tentativa de afirmação da homossexualidade.
Estatisticamente, há os que também consideram o relatório não representativo. Segundo esses críticos, as parcelas da população americana envolvidas nos questionários não seriam cientificamente representativas à época, já que a maioria dos entrevistados era de cor branca, de classe média, com menos de 35 anos e com formação universitária. Bem distante do que seria uma representação fiel dos Estados Unidos na década de 1940.

Conquistas do movimento gay
Mesmo com eventuais erros estatísticos, alguns deles até admitidos por Kinsey, e as acusações de indução a pedofilia e práticas de parafilia, nunca antes, houve um estudo sobre sexualidade humana envolvendo tantas pessoas. É por isso que, até hoje, estes dados ainda são considerados como um dos maiores estudos mundiais de comportamento sexual humano, embora vários estudos posteriores tenham apresentado resultados diferentes dos propostos por Kinsey.
Como um resultado prático dos estudos de Kinsey, em 1973, a Associação Americana de Psiquiatria removeu a homossexualidade da lista de desordens mentais, recusando-se a continuar considerando os homossexuais como diferentes ou passíveis de correção. O mesmo aconteceu com a Organização Mundial de Saúde (OMS), que também passou a não considerar a homossexualidade como uma doença, a partir de 1986.