quinta-feira, outubro 24, 2019

Ramalho Ortigão nasceu há 183 anos

Estátua de Ramalho Ortigão no Porto

José Duarte Ramalho Ortigão (Porto, 24 de outubro de 1836 - Lisboa, 27 de setembro de 1915) foi um escritor português.

Nasceu no Porto, na Casa de Germalde, freguesia de Santo Ildefonso, e era o mais velho de nove irmãos, filhos do primeiro-tenente de artilharia Joaquim da Costa Ramalho Ortigão e de D. Antónia Alves Duarte Silva Ramalho Ortigão.
Viveu a sua infância numa quinta do Porto com a avó materna, com a educação a cargo de um tio-avô e padrinho Frei José do Sacramento. Em Coimbra, frequentou brevemente o curso de Direito, começando a trabalhar como professor de francês no colégio da Lapa, no Porto, de que seu pai era director, e onde ensinou, entre outros, Eça de Queirós e Ricardo Jorge. Por essa altura, iniciou-se no jornalismo colaborando no Jornal do Porto . Foi colaborador em diversas publicações periódicas, nomeadamente: Acção realista (1924-1926); O António Maria (1879-1899); Branco e Negro: semanario illustrado (1896-1898); Brasil-Portugal: revista quinzenal illustrada(1899-1914); Contemporânea (1915-1926); Galeria republicana (1882-1883); A imprensa: revista científica, literária e artística (1885-1891); O occidente: revista illustrada de Portugal e do estrangeiro (1877-1915); A semana de Lisboa: supplemento do Jornal do Commercio (1893-1895); Serões: revista semanal ilustrada (1901-1911); O Thalassa: semanario humoristico e de caricaturas (1913-1915).
Em 24 de outubro de 1859 casou com D. Emília Isaura Vilaça de Araújo Vieira, de quem veio a ter três filhos: Vasco, Berta e Maria Feliciana.
Ainda no Porto, envolveu-se na Questão Coimbrã com o folheto "Literatura de hoje", acabando por enfrentar Antero de Quental num duelo de espadas, a quem apodou de cobarde por ter insultado o cego e velhinho António Feliciano de Castilho. Ramalho ficou fisicamente ferido no duelo travado, em 6 de fevereiro de 1866, no Jardim de Arca d'Água.
No ano seguinte, em 1867, visita a Exposição Universal em Paris, de que resulta o livro Em Paris, primeiro de uma série de livros de viagens. Insatisfeito com a sua situação no Porto, muda-se para Lisboa com a família, obtendo uma vaga para oficial da Academia das Ciências de Lisboa.
Reencontra em Lisboa o seu ex-aluno Eça de Queirós e com ele escreve um "romance execrável" (classificação dos autores no prefácio de 1884): O Mistério da Estrada de Sintra (1870), que marca o aparecimento do romance policial em Portugal. No mesmo ano, Ramalho Ortigão publica ainda Histórias cor-de-rosa e inicia a publicação de Correio de Hoje (1870-71). Em parceria com Eça de Queirós, surgem em 1871 os primeiros folhetos de As Farpas, de que vem a resultar a compilação em dois volumes sob o título Uma Campanha Alegre. Em finais de 1872, o seu amigo Eça de Queirós parte para Havana exercer o seu primeiro cargo consular no estrangeiro, continuando Ramalho Ortigão a redigir sozinho As Farpas.
Entretanto, Ramalho Ortigão tornara-se uma das principais figuras da chamada Geração de 70. Vai acontecer com ele o que aconteceu com quase todos os membros dessa geração. Numa primeira fase, pretendiam aproximar Portugal das sociedades modernas europeias, cosmopolitas e anticlericais. Desiludidos com as luzes europeias do progresso material, porém, numa segunda fase voltaram-se para as raízes de Portugal e para o programa de um "reaportuguesamento de Portugal". É dessa segunda fase a constituição do grupo "Os Vencidos da Vida", do qual fizeram parte, além de Ramalho Ortigão, o Conde de Sabugosa, o Conde de Ficalho, o Marquês de Soveral, o Conde de Arnoso, Antero de Quental, Oliveira Martins, Guerra Junqueiro, Carlos Lobo de Ávila, Carlos de Lima Mayer e António Cândido. À intelectualidade proeminente da época juntava-se agora a nobreza, num último esforço para restaurar o prestígio da Monarquia, tendo o Rei D. Carlos I sido, significativamente, eleito por unanimidade "confrade suplente do grupo".
Na sequência do assassínio do Rei, em 1908, escreve D. Carlos o Martirizado. Com a implantação da República, em 1910, pede imediatamente a Teófilo Braga a demissão do cargo de bibliotecário da Real Biblioteca da Ajuda, escrevendo-lhe que se recusava a aderir à República "engrossando assim o abjecto número de percevejos que de um buraco estou vendo nojosamente cobrir o leito da governação". Saiu em seguida para um exílio voluntário em Paris, onde vai começar a escrever as Últimas Farpas (1911-1914), contra o regime republicano. O conjunto de As Farpas, mais tarde reunidas em quinze volumes, a que há que acrescentar os dois volumes das Farpas Esquecidas, e o referido volume das Últimas Farpas, foi a obra que mais o notabilizou por estar escrita num português muito rico, com intuitos pedagógicos, sempre muito crítico e revelando fina capacidade de observação. Eça de Queirós escreveu que Ramalho Ortigão, em As Farpas, "estudou e pintou o seu país na alma e no corpo".
Regressa a Portugal em 1912 e, em 1914 dirige a célebre Carta de um velho a um novo, a João do Amaral, onde saúda o lançamento do movimento de ideias políticas denominado Integralismo Lusitano:
"A orientação mental da mocidade contemporânea comparada à orientação dos rapazes do meu tempo estabelece entre as nossas respectivas cerebrações uma diferença de nível que desloca o eixo do respeito na sociedade em que vivemos obrigando a elite dos velhos a inclinar-se rendidamente à elite dos novos."
Vítima de cancro, recolheu-se na casa de saúde do Dr. Henrique de Barros, na então Praça do Rio de Janeiro, em Lisboa, vindo a falecer, a 27 de setembro de 1915, na sua casa da Calçada dos Caetanos, na Freguesia da Lapa.
Foi Comendador da Ordem de Cristo e Comendador da Ordem da Rosa, no Brasil. Além de bibliotecário na Real Biblioteca da Ajuda, foi Secretário e Oficial da Academia Nacional de Ciências, Vogal do Conselho dos Monumentos Nacionais, Membro da Sociedade Portuguesa de Geografia, da Academia das Belas-Artes de Lisboa, do Grémio Literário, do Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro, e da Sociedade de Concertos Clássicos do Rio de Janeiro. Em Espanha, foi-lhe atribuída a Grã-Cruz da Ordem de Isabel a Católica e foi membro da Academia de História de Madrid, da Sociedade Geográfica de Madrid, da Real Academia de Bellas Artes de San Fernando, da Unión Iberoamericana e da Real Academia Sevillana de Buenas Letras.
  

O último voo comercial de um Concorde foi há dezasseis anos...

O Concorde era um avião comercial supersónico de passageiros, construído pelo consórcio formado pela britânica British Aircraft Corporation (BAC) e a francesa Aérospatiale. Foi operado apenas pelas companhias British Airways e Air France. A sua velocidade de cruzeiro era de Mach 2,04 (entre 2.346 e 2.652 km/h), e um teto operacional de 17.700 metros de altura (aproximadamente 58.070 pés). Os voos comerciais começaram a 21 de janeiro de 1976 e terminaram a 24 de outubro de 2003.
   
(...)
  
Em 21 de janeiro de 1976 o Concorde iniciou voos comerciais, ligando Paris ao Rio de Janeiro, com uma escala em Dakar. Voar no Concorde era uma experiência única. Tendo uma velocidade de cruzeiro em torno de 2,5 vezes a de qualquer aeronave de passageiros - 1.150 nós contra 450 nós, sendo 1.292 nós o recorde em 19 de Dezembro de 1985 - ele foi capaz de um feito memorável: um Concorde e um Boeing 747 da Air France descolaram ao mesmo tempo, o Concorde de Boston e o Boeing 747 de Paris. O Concorde chegou em Paris, ficou uma hora no solo e retornou a Boston, pousando 11 minutos antes do Boeing 747.
Turbulência era uma coisa que raramente o Concorde enfrentava, devido à sua grande altitude de voo. Olhando pela janela podia-se ver claramente a curvatura do globo terrestre. O avião era mais rápida que a velocidade de rotação da Terra, e isso se fazia notar quando ele descolava após o pôr do sol de Londres e chegava a Nova Iorque ainda de dia. Porém, por se tratar de um avião supersónico, o Concorde emitia muito ruído e poluição, e assim, durante muito tempo, restrições ambientais impediram a sua operação nos Estados Unidos
O serviço de passageiros no Concorde permaneceu sem acidentes por cerca de 24 anos, atendendo regularmente, além de Nova Iorque e Washington, as cidades de Miami, Bridgetown (Barbados), Caracas, Ilha de Santa Maria, Dakar, Bahrain, Singapura, Cidade do México e Rio de Janeiro. Ao longo destes anos, o avião rodou o mundo nas duas direções, visitando todos os continentes, exceto a Antártica. Porém, a 25 de julho de 2000, uma das unidades da Air France (Voo Air France 4590) teve um acidente fatal, causado por uma peça de um DC-10 da Continental Airlines, que se soltara na pista minutos antes, o que causou a paralisação de toda a frota francesa e britânica. Este acidente foi o começo do fim para o os voos do Concorde.
   

A Grande Depressão começou há noventa anos

A fotografia Migrant Mother, uma das fotos americanas mais famosas da década de 30, mostrando Florence Owens Thompson, mãe de sete crianças, de 32 anos de idade, em Nipono, Califórnia, em março de 36, em busca de um emprego ou de ajuda social para sustentar a sua família (cujo marido perdera o emprego em 31 e morrera nesse ano)
A Grande Depressão, também chamada por vezes de Crise de 1929, foi uma grande depressão económica que teve início em 1929, e que persistiu ao longo da década de 30, terminando apenas com a Segunda Guerra Mundial. A Grande Depressão é considerada o pior e o mais longo período de recessão económica do século XX. Este período de depressão económica causou altas taxas de desemprego, quedas drásticas do produto interno bruto de diversos países, bem como quedas drásticas na produção industrial, preços de ações, e em praticamente todo medidor de atividade económica, em diversos países no mundo.
O dia 24 de outubro de 1929 é considerado popularmente o início da Grande Depressão, mas a produção industrial americana já havia começado a cair a partir de julho do mesmo ano, causando um período de leve recessão econômica que se estendeu até 24 de outubro, quando os valores das ações na bolsa de valores de Nova Iorque, a New York Stock Exchange, caíram drasticamente, desencadeando a Quinta-Feira Negra. Assim, milhares de acionistas perderam, literalmente da noite para o dia, grandes somas em dinheiro. Muitos perderam tudo o que tinham. Essa quebra na bolsa de valores de Nova Iorque piorou drasticamente os efeitos da recessão já existente, causando grande deflação e queda nas taxas de venda de produtos, que por sua vez obrigaram o fechamento de inúmeras empresas comerciais e industriais, elevando assim drasticamente as taxas de desemprego. O colapso continuou na segunda-feira negra (o dia 28 de outubro) e terça-feira negra (o dia 29).
Os efeitos da Grande Depressão foram sentidos no mundo inteiro. Estes efeitos, bem como sua intensidade, variaram de país a país. Outros países, além dos Estados Unidos, que foram duramente atingidos pela Grande Depressão foram a Alemanha, Países Baixos, Austrália, França, Itália, o Reino Unido e, especialmente, o Canadá. Porém, em certos países pouco industrializados naquela época, como a Argentina e o Brasil (que não conseguiu vender o café que tinha para outros países), a Grande Depressão acelerou o processo de industrialização. Praticamente não houve nenhum abalo na União Soviética, que tratando-se de uma economia socialista, estava económica e politicamente fechada para o mundo capitalista.
Os efeitos negativos da Grande Depressão atingiram seu ápice nos Estados Unidos em 1933. Neste ano, o Presidente americano Franklin Delano Roosevelt aprovou uma série de medidas conhecidas como New Deal.
Essas políticas económicas, adotadas quase simultaneamente por Roosevelt nos Estados Unidos e por Hjalmar Schacht na Alemanha foram, três anos mais tarde, racionalizadas por Keynes na sua obra clássica.
O New Deal, juntamente com programas de ajuda social realizados por todos os estados americanos, ajudou a minimizar os efeitos da Depressão a partir de 1933. A maioria dos países atingidos pela Grande Depressão passaram a recuperar-se economicamente a partir de então. Em alguns países, a Grande Depressão foi um dos fatores primários que ajudaram a ascensão de regimes ditatoriais, como os nazis comandados por Adolf Hitler na Alemanha. O início da Segunda Guerra Mundial terminou com qualquer efeito remanescente da Grande Depressão nos principais países atingidos.
  

Ziraldo - 87 anos!

Ziraldo Alves Pinto (Caratinga, 24 de outubro de 1932) é um cartunista, pintor, dramaturgo, caricaturista, escritor, cronista, desenhista, humorista, colunista e jornalista brasileiro. É o criador de personagens famosos, como o Menino Maluquinho, e é, atualmente, um dos mais conhecidos e aclamados escritores infantis do Brasil.
  
  

Madalena Iglésias nasceu há oitenta anos

Madalena Iglésias, de nome completo Madalena Lucília Iglésias do Vale de Oliveira Portugal (Lisboa, 24 de outubro de 1939Barcelona, 16 de janeiro de 2018), foi uma cantora portuguesa.
Venceu o Festival RTP da Canção de 1966 com "Ele e Ela". A par de Simone de Oliveira, tornou-se numa das vozes mais importantes do chamado nacional-cançonetismo que dominou na década de 60.

Biografia
Madalena Iglésias nasceu em Lisboa, no bairro de Santa Catarina, em 24 de outubro de 1939.
Estudou no Conservatório e na Escola do Canto e, com apenas 15 anos, entrou para o Centro de Preparação de Artistas da Rádio da Emissora Nacional, sob a direcção de Motta Pereira.
No ano de 1954 estreia-se em simultâneo na televisão e na Emissora Nacional.
A sua carreira internacional começa em 1959, com uma actuação na televisão espanhola.
Em 1960 recebe os títulos de Rainha da Rádio e da Televisão.
Por intermédio da Emissora Nacional representou Portugal, em 1962, no Festival de Benidorm.
Em 1964 participa no I Grande Prémio TV da Canção Portuguesa com "Balada das Palavras Perdidas" (5º) e "Na Tua Carta" (10º). Nesse ano vence o Festival Hispano-Português de Aranda del Duero.
Nesse ano estreia-se no cinema, ao lado de António Calvário, em "Uma Hora de Amor", de Augusto Fraga. Participa também no filme "Canção da Saudade", de Henrique Campos.
Com "Silêncio Entre Nós" fica em 3º lugar no Grande Prémio da TV da Canção. Grava também uma versão de "Sol de Inverno". 1965 é também o ano de "Poema de Nós Dois", tema do filme "Passagem de Nível" de Américo Leite Rosa. A banda sonora deste filme é de Manuel Paião e Eduardo Damas.
Vence o Festival RTP da Canção de 1966 com Ele e Ela, um tema da autoria de Carlos Canelhas em estilo "surf". "Rebeldia" fica em 3º e "Caminhos Perdidos" obtém o 6º lugar. Em todos os temas foi acompanhada pela Orquestra de Jorge Costa Pinto. No Festival Eurovisão da Canção (1966) obtém grande sucesso e "Él Y Ella", a versão em espanhol, é editada em Espanha, França e Holanda.
Ainda em 1966 obtém o segundo lugar no Festival do Mediterrâneo, com a canção "Setembro". Vence também o Prémio da Hispanidade com "Vuelo 502". O filme "Sarilho de Fraldas", de Constantino Esteves, onde volta a contracenar com Calvário, é um enorme sucesso e são editados dois EP com temas desse filme.
Em 1967 vence o prémio da Casa da Imprensa respeitante ao ano de 1966.
São editados vários EP da cantora na editora Tecla de Jorge Costa Pinto. O primeiro inclui os temas "Eu Vou Cantando", "Não Sou de Ninguém", "Maus Caminhos" e "Romance da Solidão". O segundo disco tem os temas "Fado da Madragoa", "Gostei de Ti", "Adeus Mouraria" e "Noite Acordada". "Que Mal Te Fiz", "Gente Que Passa Na Rua", "Cuando Salí De Cuba" e "Miguel e Isabel" são os temas do disco seguinte.
Edita ainda outro EP com os temas "Amor Vê Lá" (de Manuel Paião e Eduardo Damas), "Saudade Vai-te Embora" (de Júlio de Sousa) e dois temas de Jerónimo Bragança e Nóbrega e Sousa: "Mãos Vazias" e "De Degrau Em Degrau".
São editados vários temas, orquestrados por Adolfo Ventas, em 1968, através da editora Belter, para promoção internacional da cantora. Nesse ano fica em 4º lugar nas Olimpíadas da Canção com "Tu Vais Voltar" e vai ao Festival do Rio de Janeiro onde interpreta "Poema da Vida".
É editado um EP com os temas "Poema da Vida", "Tu Vais Voltar", "Amar É Vencer" e "Tu És Quem És".
Participa no Festival RTP da Canção de 1969 com "Canção Para um Poeta". A Belter edita um EP com os temas "Canção Que Alguém Me Cantou", "É Você, "Oração Na Neve" e "De Longe, Longe, Longe…".
Casou em 1972, abandonou a carreira artística e foi viver para a Venezuela. Grávida de oito meses, ainda fez um programa no Canal 4 da televisão venezuelana mas deixou de actuar até os seus filhos terem cinco anos de idade. Depois, voltou a actuar esporadicamente na televisão venezuelana para fazer ocasionalmente um programa.
Em 1987, mudou-se para Barcelona. As comemorações do centenário do Coliseu de Lisboa abriram em 8 de junho de 1990 e terminaram em 9 de junho de 1991 com a Grande Noite do Fado de Lisboa. Nessa noite, recebeu o prémio prestígio e com a amiga Simone de Oliveira improvisou "Ele e Ela". Mais ainda, entre o muito que houve: Rita Ribeiro e António Cruz numa cena de "What Happened to Madalena Iglésias?", um grande êxito da época, criado por Filipe La Féria.
Em 1994, a editora Movieplay editou uma compilação da cantora na série "O Melhor dos Melhores". A Strauss editou "Saudades de Lisboa", em 1996, e "É Já Sol Pôr", em 1997, com temas gravados para a editora espanhola Belter. Em 2008 é lançada uma fotobiografia.
Morreu a 16 de janeiro de 2018, numa clínica em Barcelona, Espanha, aos 78 anos de idade.
    
   

O astrónomo Tycho Brahe morreu há 418 anos

Tycho Brahe (Skåne, Dinamarca, 14 de dezembro de 1546 - Praga, 24 de outubro de 1601) nascido Tyge Ottesen Brahe, foi um astrónomo dinamarquês. Teve um observatório chamado Uranienborg na ilha de Ven, no Öresund, entre a Dinamarca e a Suécia.
Tycho esteve ao serviço de Frederico II da Dinamarca e, mais tarde, do imperador Rodolfo II da Germânia, tendo sido um dos representantes mais prestigiosos da ciência nova - a ciência renascentista, que abrira uma brecha no sólido edifício construído na Idade Média, baseado na síntese da tradição bíblica e da ciência de Aristóteles. Continuando o trabalho iniciado por Copérnico, foi acolhido pelos sábios ocidentais com alguma relutância. Estudou detalhadamente as fases da lua e compilou muitos dados que serviriam, mais tarde, para Johannes Kepler descobrir uma harmonia celestial existente no movimento dos planetas, padrão esse conhecido como leis de Kepler.
A adesão de Tycho à ciência nova levou-o a abandonar a tradição ptolomaica, a fim de chegar a novas conclusões pela observação directa. Baseando-se nesta, construiu um sistema no qual, sem pretender descobrir os mistérios do cosmos, chega a uma síntese eclética entre os sistemas que poderíamos chamar de tradicionais e o de Copérnico.
Tycho foi um astrónomo observacional da era que precedeu a invenção do telescópio, e as suas observações da posição das estrelas e dos planetas alcançaram uma precisão sem paralelo para a sua época. Após a sua morte, os seus registos dos movimentos de Marte permitiram a Johannes Kepler descobrir as leis dos movimentos dos planetas, que deram suporte à teoria heliocêntrica de Copérnico. Tycho não defendia o sistema de Copérnico mas propôs um sistema em que os planetas giram à volta do Sol e este orbitava em torno da Terra.
Em 1599, por discordar do novo rei do seu país, mudou-se para Praga e construiu um novo observatório, onde trabalhou, até morrer, em 1601.
  

Charles Lecocq morreu há 101 anos

Nascido numa família pobre, sofreu de uma enfermidade que o obrigou a usar muletas em toda a vida. Estudou no Conservatório de Paris, ao mesmo tempo que Georges Bizet. Começa a compor operetas graças a um concurso organizado, em 1856, por Offenbach, onde divide o primeiro prémio com Bizet. Isso determinará a sua carreira, sendo este o seu principal nicho de composições.
Obteve o seu grande sucesso em 1872 com La Fille de Madame Angot (A Filha da Senhora Angot) que é considerada, hoje em dia, como umas das melhoras obras que representam o reportório lírico.

  


quarta-feira, outubro 23, 2019

Poesia com geohumor adequada à data...

(imagem daqui)
 
Génesis
  
No princípio o Universo era muito quente e  denso muito denso e quente
e começou a expandir-se e a arrefecer a arrefecer e a expandir-se
  
Consoante ia arrefecendo o Universo que era violeta passou a amarelo
e de amarelo passou a laranja e de laranja passou a vermelho
  
  
Cada vez menos quente e denso cada vez menos denso e quente
o universo que era opaco tornou-se transparente
  
E os raios de luz puderam caminhar livremente
porque o universo que era opaco tornara-se transparente
  
E continuou a arrefecer e a expandir-se e a arrefecer
e a condensar-se para formar galáxias estrelas planetas nebulosas
  
e este ramo de rosas
  
  
in O Novíssimo Testamento e outros poemas (2012) - Jorge Sousa Braga

Há 75 anos, a Batalha do Golfo de Leyte foi a estocada final na Marinha Imperial Japonesa


Batalha do Golfo de Leyte
Guerra do Pacífico
USS Princeton (CVL-23) burning on 24 October 1944 (80-G-287970).jpg
O porta-aviões USS Princeton em chamas
durante a Batalha do Golfo de Leyte.
Data 23-26 de outubro de 1944
Local Golfo de Leyte, Filipinas
Desfecho Vitória dos Aliados
Beligerantes
Flag of the United States (1912-1959).svg Estados Unidos
Flag of Australia.svg Austrália
Flag of Japan (1870–1999).svg Japão
Comandantes
Flag of the United States (1912-1959).svg William Halsey, Jr.
Flag of the United States (1912-1959).svg Thomas C. Kinkaid
Flag of the United States (1912-1959).svg Clifton Sprague
Flag of the United States (1912-1959).svg Jesse B. Oldendorf
Flag of Australia.svg John Collins
Flag of Japan (1870–1999).svg Takeo Kurita
Flag of Japan (1870–1999).svg Shōji Nishimura
Flag of Japan (1870–1999).svg Kiyohide Shima
Flag of Japan (1870–1999).svg Jisaburō Ozawa
Flag of Japan (1870–1999).svg Yukio Seki
Forças
+ 300 navios
8 porta-aviões grandes
8 porta-aviões leves
18 porta-aviões de escolta
12 couraçados
24 cruzadores
166 contratorpedeiros
Dezenas de barcos PT, submarinos e navios de apoio
Cerca de 1 500 aeronaves
68 navios
1 porta-avião grande
3 porta-aviões leves
9 couraçados
20 cruzadores
+ 35 contratorpedeiros
300 aeronaves
Baixas
~ 3 000 mortos ou feridos
1 porta-avião leve afundado
2 porta-aviões de escolta afundados
3 contratorpedeiros afundados
+ 200 aviões perdidos
~ 12 500 mortos ou desaparecidos
1 porta-avião grande afundado
3 porta-aviões leves afundados
3 couraçados afundados
10 cruzadores afundados
11 contratorpedeiros afundados
+ 300 aviões perdidos
 
A Batalha do Golfo de Leyte foi a maior batalha naval da história contemporânea, ocorrida entre 23 a 26 de outubro de 1944 nas águas em torno da ilha de Leyte, nas Filipinas, entre o Japão e os Aliados, durante a II Guerra Mundial.
Esta batalha na verdade foi uma campanha naval dividida em quatro batalhas correlacionadas: Batalha do Mar de Sulu, Batalha do Estreito de Surigao, Batalha do Cabo Engaño e Batalha de Samar.
Os Aliados invadiram a ilha de Leyte para cortar a ligação e a linhas de suprimento entre o Japão e o resto de suas colónias do Sudeste Asiático, principalmente o fornecimento de petróleo para a marinha imperial japonesa. Os japoneses então reuniram todas suas principais forças navais ainda em operação na guerra para reprimir o desembarque das tropas aliadas, mas falharam em seu objetivo, sendo derrotados e sofrendo pesadas baixas.
A batalha foi o último grande confronto naval da II Guerra Mundial, porque após a sua derrota, a Marinha Imperial Japonesa não mais teve condições de colocar em combate uma força naval significativa, e sem combustível para os seus navios restantes, aguardou pelo fim da guerra ancorada nas suas águas territoriais. Foi em Leyte que aconteceram, pela primeira vez na guerra, os ataques suicidas dos aviões kamikazes japoneses contra a frota norte-americana no teatro da Guerra do Pacífico.
  
Estratégias
Em 1943, a campanha aliada no Pacifico havia expulsado os japoneses de diversas posições nas Ilhas Salomão e em 1944 desembarques ousados dos norte-americanos apoiados por grandes frotas de porta-aviões na região central do Pacífico, culminaram com a retomada das Ilhas Marianas, com o subsequente estabelecimento de bases que propiciaram voos de ida e volta de seus bombardeiros B-17 ao Japão, que começou a sentir os efeitos dos pesados ataques aéreos a seu território.
Os japoneses contra atacaram na Batalha do Mar das Filipinas, na qual os aliados destruíram três porta-aviões e derrubaram cerca de 600 aviões, estabelecendo a partir dali e pelo resto da guerra, uma superioridade aérea e naval sobre o Japão.
O plano do estado-maior americano após estas vitórias era o de fazer um bloqueio marítimo às Filipinas e atacar a Formosa, para dar aos Aliados o controle das rotas marítimas entre o Sudeste Asiático e o Japão. Entretanto, o general Douglas MacArthur defendia a invasão das Filipinas, por motivos estratégicos, políticos e sentimentais, argumentando que deixar o país em mãos japonesas acarretaria uma grande perda de prestígio na região e seria uma afronta a ele, MacArthur, que para lá prometera retornar após ter sido obrigado a fugir do país em 1942, durante a invasão japonesa. Além disso, o formidável poder aéreo que os japoneses ainda tinham nas Filipinas era considerado perigoso demais para ser ignorado e ultrapassado pelos Aliados numa campanha contra Formosa, que geograficamente colocaria as Filipinas às suas costas.
MacArthur e o Almirante Chester Nimitz tinham divergências sobre os próximos planos de ataque, com Nimitz defendendo a opção da invasão de Formosa, acreditando que isso daria acesso ao território chinês, considerado desnecessário por MacArthur. Foi preciso uma reunião com o Presidente Franklin Roosevelt para que se chegasse a um consenso, que estabeleceu a prioridade pelas Filipinas, com Nimitz finalmente aceitando a opção.
Os japoneses, por seu lado, também tinham seus planos, divididos em quatro “planos de vitória”: os planos Sho-Go . Sho-Go 1 era o planeamento de uma grande operação naval em defesa das Filipinas. Sho-Go 2, 3 e 4 seriam uma resposta a um ataque aliado à Formosa, às Ilhas Riukyu e Ilhas Kurilas respectivamente. Esses planos eram operações complexas e ousadas, que comprometiam todas as forças navais e aéreas japonesas ainda disponíveis para uma batalha decisiva, mas que não levavam conta a escassez de petróleo sofrida pelo Japão.
Em 12 de outubro de 1944, quando o Almirante Nimitz lançou um ataque aéreo contra a Formosa, para impedir que os aviões ali baseados interviessem no desembarque aliado em Leyte, os japoneses puseram o Sho-Go 2 em ação, lançando levas e levas de ataques aéreos contra os porta-aviões de onde saíam as aeronaves que os atacavam, perdendo cerca de 600 deles em três dias, quase a totalidade da sua força aérea na região. Com o desembarque no Golfo de Leyte, os japoneses fizeram a transição para Sho-Go 1.
O plano consistia basicamente na utilização de três forças navais com objetivos diferentes. A frota do Almirante Jisaburo Ozawa, denominada Força Norte, avançaria para as Filipinas vindo do norte com uma força de porta-aviões quase sem aeronaves, com o intuito de iludir o comando da frota americana e obrigá-los a se desviarem do objetivo principal e sair a seu encontro ao norte. Sem a cobertura aérea propiciada pelos aviões aliados, desviados para a perseguição à frota de Osawa, a frota de desembarque americana seria então atacada pelo oeste, por três frotas de navios de batalha de superfície, respectivamente comandadas pelos almirantes Takeo Kurita, a Força Centro vinda de Brunei, Shoji Nishimura e Kiyohide Shima, os dois últimos formando a Força Sul.
   
A Batalha de Leyte
Na noite de 23 de outubro de 1944, dois submarinos norte-americanos avistaram os encouraçados de batalha de Kurita se dirigindo a Leyte pelo oeste da ilha e lançaram um ataque de torpedos contra a frota, afundando dois cruzadores e avariando um terceiro. Um destes cruzadores carregava o almirante, que foi obrigado a ficar na água por várias horas, estabelecendo o caos entre os comandantes da Força Centro até ser finalmente resgatado e transferido com sua bandeira de comando para o couraçado Yamato.
A esquadra continuou então em direção ao Golfo de Leyte, entrando no Mar de Sulu onde teve lugar a Batalha do Mar de Sulu, quando sofreram o ataque de aviões norte-americanos lançados de porta-aviões nas proximidades de Leyte e onde o couraçado Musashi foi afundado. Com o ataque, a frota de Kurita, duramente atingida – apesar do afundamento do porta-aviões americano USS Princeton pela aviação japonesa baseada em terra - deu a volta saindo da região, o que fez o comando aliado imaginar que ele recuava, mas durante a madrugada ele retornou e atravessou em velocidade o Estreito de San Bernardino para aparecer de surpresa pela manhã no Mar de Samar, em frente à frota aliada.
Na mesma madrugada em que os navios de Kurita atravessavam San Bernardino, a frota do almirante Nishimura surgia ao sul, no Estreito de Surigao, avançando diretamente para a frota americana de guarda na região. Na Batalha do Estreito de Surigao os japoneses perderam dois couraçados, Fuso e Yamashiro, e Nishimura foi morto, com os sobreviventes da frota se retirando para oeste. Surgindo logo em seguida à devastação da frota de Nishimura, os navios do almirante Shima pouco podiam fazer contra o poderio de fogo Aliado e após recolherem os sobreviventes do Fuso bateram em retirada, na qual dois de seus cruzadores colidiram e ficaram fora de operação.
Com a fuga das duas frotas e o desaparecimento dos navios de Kurita, que o comando aliado acreditava ter se retirado da região, os Aliados já comemoravam a vitória na batalha quando aviões de reconhecimento enviaram a notícia da descoberta da frota de porta-aviões do Almirante Osawa se aproximando pelo norte, o que pegou de surpresa o Almirante William 'Bull' Halsey, comandante da Força Tarefa aliada, que imediatamente deslocou sua força em direção à inesperada e muito mais poderosa ameaça.
Ogawa chegava para cumprir seu papel de alvo flutuante (tiro-ao-pato), desviando o foco das atenções das outras três esquadras de couraçados e cruzadores, cuja missão era destruir os navios e porta-aviões americanos sem escolta aérea, com a ação dos seus potentes canhões de longo alcance enquanto ele era atacado pela aviação inimiga.
Entretanto, o destino o havia colocado sob a mira dos aviões americanos quando duas das outras frotas japonesas já batiam em retirada, quase aniquiladas, e a terceira havia desaparecido, tornando o seu sacrifício completamente vão. O encontro de Osawa e Halsey deu-se a 25 de outubro na Batalha do Cabo Engaño, sendo quatro dos cinco porta-aviões japoneses afundados por ataques aéreos, entre eles o Zuikaku, último sobrevivente do ataque a Pearl Harbor - obrigando os navios sobreviventes a fugirem de volta ao Japão.
Faltava o desaparecido Kurita. A ainda poderosa esquadra do almirante, que os aliados acreditavam ter fugido da área de combate após as perdas que sofreu no ataque do dia anterior, navegou toda a madrugada em velocidade de batalha pelo Estreito de San Bernardino e as seis horas da manhã de 25 de outubro, irrompeu pelo Mar de Samar, onde se encontrava a parte da frota americana que não havia partido para o combate contra o Almirante Osawa. Composta de porta-aviões de bolso e de navios menores, principalmente destróieres, era a frota que protegia os desembarques de soldados em Leyte e foi completamente surpreendida pela aparição dos navios japoneses e seus mastros em forma de pagode.
Com os porta-aviões inimigos na alça de mira de seus poderosos canhões – o Yamato era então o mais potente encouraçado do mundo e seu poder de fogo era igual ao de toda esta parte da frota americana junta – a 32 km de distância, Kurita abriu fogo contra os surpreendidos americanos. Escondidos numa cortina de fumaça, a frota americana respondeu ao ataque, mas era uma luta desigual, entre os mais potentes e modernos couraçados do mundo contra destróieres e porta-aviões com poucos aviões, na maioria armados apenas com cargas de profundidade e metralhadoras e não com torpedos, e a marinha japonesa começou um massacre contra os navios aliados.
Mesmo batendo em retirada protegidos por uma cortina de fumaça, os Aliados perderam dois porta-aviões e diversos navios menores. Entretanto, num determinado momento, liderados pelo destróier de escolta USS Johnston, os barcos de apoio da frota avançaram em linha num ataque quase suicida concentrado contra as forças japonesas, destróieres contra cruzadores e couraçados, apoiados pelos aviões dos pequenos porta-aviões que foram lançados ao ar com os armamentos que dispunham para tentar impedir o bombardeio dos porta aviões pelos navios de superfície inimigos. Na batalha que se seguiu diversos navios japoneses foram atingidos e três destróieres (incluindo o Johnston) foram afundados, além do porta-aviões Gambier.
As armas japonesas, entretanto falavam mais alto e a perseguição continuava, com os gigantes japoneses sendo atacados pelos pequenos destróieres e pelos aviões tentando interceptá-los, mas os lentos navios da frota que fugia na fumaça se encontravam cada vez mais dentro do círculo de fogo e de impactos diretos dos japoneses. Outro porta-aviões de escolta, o St. Lo, também foi afundado a tiros de canhão.
Porém, quando parecia que o fim estava próximo para os Aliados, as 09.45 horas da manhã o almirante Kurita inexplicavelmente parou o ataque e deu ordem a todos os navios da frota para cessar o fogo e retirarem para o norte, em velocidade de batalha. Apesar da maioria de seus navios estarem ainda intactos, os ataques aéreos e das formações de destróieres haviam quebrado a linha de ataque da frota japonesa e tinha-lhes feito perder o controle tático da batalha. Três cruzadores pesados foram afundados e a ferocidade determinada dos aliados o fizeram avaliar que a continuação da perseguição causaria apenas mais perdas. Além disso, recebendo sinais da frota de Ozawa de que se encontrava sob ataque, Kurita calculou que o que ele atacava não era a principal frota americana, que esta se encontrava em combate contra Osawa e fatalmente o seu devastador poder aéreo se viraria contra seus navios.
Segundo depoimento do oficial Fukai (foi um vice-oficial de artilharia a bordo de Yamato) Kurita recebeu uma mensagem em um papel vermelho às 09.00 horas da manhã para atacar inimigos, que estariam a 90 milhas do local de onde estava, os oficiais que estavam dispostos a continuar com o plano original de aniquilar as tropas aliadas que se encontravam no Golfo de Leyte acataram as ordens e retornaram ao Estreito de San Bernardino, não encontrando nenhum inimigo na região determinada e regressaram ao Japão. Até hoje ninguém sabe de onde saiu a mensagem para redirecionar a esquadra de Kurita a um local onde não existia nenhum inimigo, pois ninguém confirmou a origem da mensagem.
Assim, Kurita retirou-se para o norte, atravessando novamente o Estreito de San Bernardino, rumando de volta para o Japão. De seus cinco encouraçados que tinham começado a batalha, apenas o grande Yamato se encontrava em condições de combate, não tendo participado efetivamente da maior parte dos eventos da Batalha de Samar.
Ao custo da vida de mais de mil marinheiros e aviadores norte-americanos, o resultado da Batalha do Golfo de Leyte deixou seguros contra um ataque vindo do mar todo o 6º Exército americano espalhado em combates nas cabeças de praia da ilha de Leyte, permitindo o avanço das tropas pela ilha dentro, cuja ocupação, entretanto, ainda custaria milhares de vida até ser completada, em dezembro de 1944.
Foi lá também que pela primeira vez na guerra os Aliados viram aparecer e sentiram os primeiros efeitos dos kamikazes (os ventos de Deus) inimigos, depois que o contra-almirante Arima se lançou com o seu avião sobre um navio australiano, sendo seguido por outros pilotos, numa flotilha suicida de aviadores que aumentaria e se sofisticaria pelo restante da guerra, chegando ao seu apogeu em número de voluntários da morte na Batalha de Okinawa.
A frota japonesa não foi destruída em Leyte. Porém, o seu fracasso em conseguir o domínio dos mares das Filipinas e impedir o desembarque e o avanço dos soldados americanos no país, colocou o Japão longe de dos recursos petrolíferos para seus navios e ao alcance dos bombardeiros americanos de longa distância, abrindo caminho para a invasão do território metropolitano que se seguiria em Iwo Jima e Okinawa. A frota retornou ao Japão onde permaneceu inativa até o final da guerra.
   

A Revolução Húngara começou há 63 anos

A Revolução Húngara de 1956 (em húngaro: 1956-os forradalom) ou Contra-Revolução foi uma revolta popular espontânea contra as políticas impostas pelo governo da República Popular da Hungria e pela União Soviética. O movimento durou de 23 de outubro até 10 de novembro de 1956.
A revolta começou como uma manifestação estudantil que atraiu milhares que marcharam pelo centro de Budapeste até ao parlamento. Uma delegação de estudantes entrou no prédio da rádio, numa tentativa de transmitir as suas demandas, foi detida. Quando a libertação da delegação foi exigida pelo manifestantes do lado de fora, ele foram alvejados pela Autoridade de Proteção de Estado (ÁVH) de dentro do prédio. As notícias espalharam-se rapidamente e a desordem e violência irromperam por toda a capital.
A revolta espalhou-se rapidamente pela Hungria, e o governo caiu. Milhares organizaram-se em milícias, combatendo a Polícia de Segurança do Estado (ÁVH) e as tropas soviéticas. Comunistas pro-soviéticos e membros da ÁVH eram frequentemente executados ou aprisionados, enquanto os antigos prisioneiros eram libertados e armados. Conselhos improvisados tiraram o controle municipal do Partido dos Trabalhadores Húngaros e exigiram mudanças políticas. O novo governo formalmente dissolveu a ÁVH, declarou a sua intenção de se retirar do Pacto de Varsóvia e prometeu livres eleições restabelecidas. No final de outubro, as lutas tinham quase parado e um senso de normalidade começava a retornar.
Depois de anunciar a boa vontade para negociar uma retirada das forças soviéticas, o Politburo mudou de ideia e decidiu suprimir a revolução. A 4 de novembro, um grande exército soviético invadiu Budapeste e outras regiões do país. A resistência húngara continuou até 10 de novembro. Mais de 2.500 soldados húngaros e cerca de 700 soldados soviéticos foram mortos no conflito, tendo 200.000 húngaros fugido, passando a ser refugiados. Prisões em massa e denúncias continuaram durante meses. Em janeiro de 1957, o novo governo soviético instalado suprimiu toda a oposição pública. Essas ações soviéticas fizeram duvidar das suas convicções muitos marxistas ocidentais, ainda mais pelo brutal reforço do controle soviético na Europa Central.
Discussões públicas sobre essa revolução foram reprimidas na Hungria por trinta anos, mas desde os anos 1980 ela tem sido objeto de intenso estudo e debate. Na inauguração da Terceira República da Hungria, em 1989, o dia 23 de outubro foi declarado feriado nacional.
  
(...)
  
O levantamento húngaro começou a 23 de outubro de 1956, com uma manifestação pacífica de estudantes em Budapeste. Exigiam o fim da ocupação soviética e a implantação do "socialismo verdadeiro". Quando os estudantes tentaram resgatar alguns colegas que haviam sido presos pela polícia política, esta abriu fogo contra a multidão.
No dia seguinte, oficiais e soldados juntaram-se aos estudantes nas ruas da capital. A estátua de Estaline foi derrubada por manifestantes que entoavam, "russos, voltem para casa", "abaixo Gerő" e "viva Nagy". Em resposta, o comité central do Partido Comunista Húngaro recomendou o nome de Imre Nagy para a chefia de governo.
Em 25 de outubro, tanques soviéticos dispararam contra manifestantes na Praça do Parlamento. Chocado com tais acontecimentos, o comité central do partido forçou a renúncia de Gerő e substituiu-o por Imre Nagy.
Nagy foi à Rádio Kossuth e anunciou a futura restauração das liberdades, como seja o multipartidarismo, a extinção da polícia política, a melhoria radical das condições de vida do trabalhador e a busca do socialismo condizente com as características nacionais da Hungria.
Em 28 de outubro, o primeiro-ministro Nagy vê as suas opções serem aceites por todos os órgãos do Partido Comunista. Os populares desarmam a polícia política.
Em 30 de outubro, Nagy comunicou a libertação do cardeal Mindszenty e de outros prisioneiros políticos. Reconstituíram-se os Partidos dos Pequenos Proprietários, Social-Democrata e Camponês Petőfi. O Politburo Soviético decide, numa primeira fase (30 de outubro) mandar as tropas sair de Budapeste, e mesmo da Hungria se viesse essa a ser a vontade do novo governo. Mas no dia seguinte volta a trás e decide-se pela intervenção militar e instauração de um novo governo. A 1 de novembro, o governo húngaro, ao tomar conhecimento das movimentações militares em direcção a Budapeste, comunica a intenção húngara de se retirar do Pacto de Varsóvia e pede a protecção das Nações Unidas.
A 3 de novembro, Budapeste estava cercada por mais de mil tanques. Em 4 de novembro, o Exército Vermelho invade Budapeste, com o apoio de ataques aéreos e bombardeamentos de artilharia, derrotando rapidamente as forças húngaras. Calcula-se que 20.000 pessoas foram mortas durante a intervenção soviética. Nagy foi preso (e posteriormente executado) e substituído no poder pelo simpatizante soviético János Kádár. Mais de 2 mil processos políticos foram abertos, resultando em 350 enforcamentos. Dezenas de milhares de húngaros fugiram do país e cerca de 13 mil foram presos. As tropas soviéticas apenas saíram da Hungria em 1991.
  

Weird Al Yankovic - 60 anos!

Alfred Matthew Yankovic (Downey, Califórnia, 23 de outubro de 1959), mais conhecido como "Weird Al" Yankovic, é um músico com diversos prémios Grammy, humorista, parodiante, acordeonista e produtor de televisão. Ele é particularmente conhecido pelas suas músicas satirizando a cultura popular e paródias de músicas contemporâneas. Os seus trabalhos renderam-lhe três discos de ouro e cinco de platina nos Estados Unidos.


Segundo James Ussher hoje é o aniversário da Terra...

James Ussher ou simplesmente Usher (Dublin, 4 de janeiro de 1581 - 21 de março de 1656) foi um Arcebispo Anglicano de Armagh. Baseando-se na Bíblia, escreveu o livro The Annals of the World em 1658. Neste livro, Ussher fez uma cronologia da vida na Terra baseada em estudos bíblicos e de outras fontes, de tal maneira concluiu que a criação do mundo ocorreu no dia 23 de outubro do ano 4004 antes de Cristo (a. C.) pelo calendário juliano. Na época, a afirmação foi amplamente aceite.
  
 

Robert Trujillo - 55 anos!

Robert Trujillo (nome artístico de Roberto Agustin Miguel Santiago Samuel Trujillo Veracruz; Santa Mónica, Califórnia, 23 de outubro de 1964) é um baixista dos Estados Unidos.
Anteriormente tocou com os Suicidal Tendencies, Infectious Grooves, Mass Mental, Jerry Cantrell, Black Label Society, Ozzy Osbourne e entrou para os Metallica em 2003. A audição que o fez entrar para a banda pode ser vista no DVD Some Kind of Monster. Os integrantes do Metallica mostraram-se impressionados com a sua apresentação e habilidade, e foi contratado antes da turnê do disco St. Anger ser iniciada.

Biografia
A carreira de Trujillo começou quando ele conheceu Mike Muir e Rocky George da banda Suicidal Tendencies. Ele mostrou que sabe dançar tal como tem um bom domínio do contrabaixo e tocou com o grupo por um período considerável. O seu estilo e talento foram apreciados pela banda que o levou como baixista. Na década de 90 Muir e Trujillo começaram o funk rock, com a banda ''Infectious Grooves''. Robert foi baixista do grupo durante vários anos até que ele deixou a banda, e se juntou com Ozzy Osbourne. Lá ele permaneceu até 2003, quando foi convidado para participar da grande e famosa banda de thrash metal americana, Metallica. A banda não era desconhecida para Trujillo. Ele a conheceu antes, quando a sua banda estava abrindo um show dos Metallica, em 1994 no Summer Shad Tour.
Para gravar o último álbum de estúdio do Metallica, St. Anger, foi oferecido a Robert US$ 1.000.000 Este valor foi, segundo Lars Ulrich, porque ele queria mostrar quão bom e sério era. Entre a saída de Jason Newsted e a chegada de Robert Trujillo foi Bob Rock (ex-produtor, de 1991 a 2006), o baixista temporário da banda.
Robert Trujillo trabalhou no álbum Death Magnetic, dos Metallica. Trujillo faz coros ao vivo de músicas dos Metallica como em "Broken, Beat & Scarred", "Through the never ", "Blackened" e outras.