sábado, março 30, 2013

Vincent van Gogh nasceu há 160 anos

Auto-Retrato com chapéu de feltro, 1887

Vincent Willem van Gogh (Zundert, 30 de março de 1853Auvers-sur-Oise, 29 de julho de 1890) foi um pintor pós-impressionista neerlandês, frequentemente considerado um dos maiores de todos os tempos.
A sua vida foi marcada por fracassos. Ele falhou em todos os aspectos importantes para o seu mundo, na sua época. Foi incapaz de constituir família, custear a própria subsistência ou até mesmo manter contactos sociais. Aos 37 anos, sucumbiu a uma doença mental, cometendo suicídio.
A sua fama póstuma cresceu especialmente após a exibição das suas telas em Paris, a 17 de março de 1901.
Van Gogh é considerado um dos pioneiros na ligação das tendências impressionistas com as aspirações modernistas, sendo a sua influência reconhecida em variadas frentes da arte do século XIX, como por exemplo o expressionismo, o fauvismo e o abstraccionismo.
O Museu Van Gogh em Amesterdão é dedicado aos seus trabalhos e aos dos seus contemporâneos.

A Rainha Mãe do Reino Unido faleceu há 11 anos

Retrato, feito por Richard Stone, em 1986

Elizabeth Angela Marguerite Bowes-Lyon (4 de agosto de 190030 de março de 2002) foi a rainha consorte do Rei George VI de 1936 até a morte deste em 1952, depois da qual passou a ser conhecida como Sua Majestade Rainha Elizabeth A Rainha Mãe, para evitar confusão com sua filha, a Rainha Elizabeth II. Foi a última rainha consorte da Irlanda e imperatriz consorte da Índia.
Nascida em uma família da nobreza escocesa como A Honorável Elizabeth Bowes-Lyon, tornou-se Lady Elizabeth Bowes-Lyon quando o seu pai herdou o título de Conde de Strathmore e Kinghorne em 1904. Ganhou destaque quando, em 1923, se casou com Albert, Duque de Iorque, o segundo filho do Rei George V e da Rainha Mary. Como Duquesa de Iorque, junto do seu marido e das duas filhas do casal, Elizabeth e Margaret, ela incorporou as ideias tradicionais de família e serviço público. Realizou uma série de compromissos públicos, e ficou conhecida como a "Duquesa Sorridente" por sua expressão pública consistente.
Em 1936, o seu marido inesperadamente tornou-se Rei, quando o seu irmão, o Rei Edward VIII, abdicou ao trono para poder casar-se com a divorciada norte-americana Wallis Simpson. A então Rainha Elizabeth acompanhou então o seu marido, o novo Rei, em viagens diplomáticas à França e à América do Norte antes do início da Segunda Guerra Mundial. Durante a guerra, o seu espírito aparentemente indomável deu apoio moral ao povo britânico. Em reconhecimento do seu papel como fortalecedora da moral britânica, Adolf Hitler a descreveu como "a mulher mais perigosa da Europa". Após a guerra, a saúde do seu marido piorou, até que ficou viúva com apenas 51 anos.
Já viúva, com a morte da sua sogra, Rainha Mary, em 1953, com o seu cunhado no exterior e a sua filha mais velha com 25 anos, Elizabeth tornou-se o membro mais velho da Família Real Britânica a viver no país e passou a assumiu uma posição de matriarca da família. Nos seus últimos anos de vida, era o membro mais popular da família real, enquanto outros membros sofriam com baixos índices de popularidade. Continuou com uma vida pública ativa até poucos meses antes de sua morte, aos 101 anos, sete semanas após a morte de sua filha mais nova, a Princesa Margaret.

Brasão de armas inglês da Rainha Elizabeth Bowes-Lyon, Rainha Consorte, e Rainha Mãe

Goya nasceu há 267 anos

Autorretrato, circa 1800

Francisco José de Goya y Lucientes, nascido em Fuendetodos, próximo de Saragoça, no dia 30 de março de 1746 e falecido em Bordéus, França, em 15 de abril ou 16 de abril de 1828, foi um pintor e gravador espanhol.

Início
Goya nasceu em Fuendetodos, Aragão, Espanha, em 1746, filho de José Benito de Goya y Franque e de Gracia y Lucientes Salvador. Passou a sua infância em Fuendetodos, onde a sua família morava em uma casa com o brasão da família de sua mãe. O pai ganhava a vida como dourador. Em 1749, a família comprou uma casa na cidade de Zaragoza e alguns anos mais tarde mudou-se para lá. Goya frequentou a Escuelas Pias, onde fez uma estreita amizade com Martin Zapater, sendo sua correspondência ao longo dos anos considerada uma valiosa fonte para as biografias de Goya. Aos 14 anos, entrou para a aprendizagem com o pintor Don José Luzan y Martinez. Como era costume na época, começou fazendo cópias de pinturas de vários mestres.
Aos dezassete anos, transferiu-se para Madrid, onde estudou com Anton Raphael Mengs, um pintor que era popular na realeza espanhola. Entrou em choque com seu mestre e seus exames foram insatisfatórios. Tentou por duas vezes, uma em 1763 e outra em 1766, entrar para a Academia de Belas Artes, sendo rejeitado em ambas as tentativas. Os biógrafos atribuem a Goya todo o tipo de aventuras nos anos que se seguiram, como a de ter-se tornado toureiro em Roma e ter-se envolvido em inúmeras aventuras amorosas.
No final de 1771, inscreveu-se em concurso da Academia de Belas Artes de Parma, recebendo uma menção honrosa e sua primeira encomenda: o afresco na Igreja Nossa Senhora do Pilar, em Saragoça. A partir daí, seguiram-se encomendas para o Palácio de Sobradiel e o Mosteiro Aula Dei. Entre os anos de 1773 e 1774 foram executadas, provavelmente, as últimas pinturas desse período em que esteve em Saragoça.
Goya casou com Josefa Bayeu, irmã dos artistas Francisco e Ramon Bayeu. Enquanto esteve em Madrid, trabalhou para várias fábricas, fazendo desenhos para tapeçarias. São desse período os desenhos que ganharam fama, com reprodução de cenas folclóricas e de paisagens. Contudo, ele não era um artista interessado em paisagens e o fundo de suas obras mostra o pouco interesse que ele tinha por elas.

Reconhecimento
Depois de se estabelecer em Madrid, começou a pintar retratos. O mais antigo que se conhece data de 1774, sendo que no ano de 1778 fez nada menos do que catorze retratos.
No ano de 1780, entrou para a Academia de San Fernando e apresentou a obra "La Crucificada". Nessa pintura, Goya seguiu as regras académicas, provando que era um mestre do estilo convencional. Em 1785, começou a receber encomendas da aristocracia. A primeira encomenda foi para o "Festival Folclórico" do dia de Santo Isidoro. No mesmo ano, executou o primeiro retrato de um membro da nobreza, a Duquesa de Osuna. Em 25 de abril de 1785, depois da morte de Carlos III e da coroação de Carlos IV, foi nomeado "Primeiro Pintor da Câmara do Rei", tornando-se o pintor oficial do monarca e sua família.
Muitas de suas gravuras, em referência à moral, ao estranho e ao bizarro da alma humana, encontraram grande aceitação.
Em 1790, pintou um de seus auto-retratos.

Doença
Em 1792, numa viagem a Andaluzia, contraiu uma doença séria e desconhecida, transmitida pelo seu amigo Sebastián Martínez, ficando temporariamente paralítico, parcialmente cego e totalmente surdo. Com a doença, perdeu a sua vivacidade, dinamismo e autoconfiança. A alegria desapareceu lentamente de suas pinturas, as cores das pinturas tornaram-se mais escuras e o seu modo de pintar ficou mais livre e expressivo. Parcialmente recuperado, retornou a Madrid no verão de 1793 e continuou a trabalhar como artista da Corte, porém buscou outras inspirações para expressar as suas fantasias e invenção sem limites, o que as obras sob encomenda não lhe permitiam.
Devido à doença, Goya passou a não ter mais muito respeito pela aristocracia, expondo nas suas pinturas as verdadeiras identidades e as fraquezas dos modelos. Um exemplo é o retrato do rei Fernando VII da Espanha. Os seus retratos deste período mostram, todavia, a sua fascinação pelas mulheres e pelas crianças, não igualada por nenhum outro artista, com a possível exceção de Renoir. Dois retratos de mulheres, executados nessa época, mostram claramente essa qualidade: "Doña Antonia Zarate", orgulhosa, ereta, coquete e algo triste; e a "Condesa de Chinchón", o mais terno de seus retratos de mulheres, no qual o rosto infantil e a postura frágil dos ombros contrastam com o traje elegantemente pintado. Estes retratos foram como um último adeus às alegrias da vida, porque pouco depois Goya exilou-se na sua Quinta del Sordo, em Madrid. As guerras napoleónicas vieram e foram, e os horrores sofridos pelos espanhóis deixaram um Goya amargo, transformando a sua arte em um ataque contra a conduta insana dos seres humanos, passando a retratar a falta de sentido do sofrimento humano, tanto injusto como não merecido.
Entre os anos de 1810 e 1814, produziu sua famosa série de pinturas "Los Desastres de la Guerra" e suas duas obras primas "El Segundo de Mayo 1808" e "El Tercero de Mayo 1808" (também conhecido como "Los fusilamientos en la montaña del Príncipe Pío" ou "Los fusilamientos del tres de mayo" ). Estas pinturas demonstram um uso de cores extremamente poderoso e expressivo. Pela primeira vez, a guerra foi descrita como fútil e sem glória, e pela primeira vez não havia heróis, somente assassinos e mortos.
Em 1821, a Inquisição abriu um processo contra Goya por considerar obscenas as suas "Majas", mas o pintor conseguiu livrar-se, sendo-lhe restituída a função de "Primeiro Pintor da Câmara".

A Maja Vestida - Museo del Prado

Final
Durante a última parte de sua vida, Goya cobriu as paredes de sua Quinta del Sordo com as famosas "pinturas negras", as últimas e mais misteriosas do seu génio atormentado, como "Saturno devorando a un hijo" (1819-1823) que se encontra atualmente no Museu do Prado. Esta pintura constitui uma referência aos conflitos internos de Espanha, durante o reinado absolutista de Fernando VII, mas será também um reflexo da degradação da sua saúde física e mental.
Em 1824, Goya exilou-se em Bordéus, França, vindo a morrer quatro anos depois, naquela cidade. Encontra-se sepultado em San Antonio del la Florida, Madrid na Espanha.

sexta-feira, março 29, 2013

Vinícius Cantuária - 62 anos

(imagem daqui)

Vinícius Cantuária (Manaus, 29 de abril de 1951) é um cantor e compositor brasileiro.
Na década de 1970, integrou a banda de rock progressivo O Terço. Entre suas composições, a mais famosa é "Só Você", da primeira metade dos anos 1980 e que depois foi gravada por vários artistas, como Fábio Júnior e Fagner. Outro sucesso seu é do início da mesma década: "Lua e Estrela", gravada na voz de Caetano Veloso, de cuja banda de turnê, a Outra Banda da Terra, fez parte. Essa música também foi gravada por Gilberto Gil em inglês em um disco seu para o mercado norte-americano.
Aos sete anos de idade, a sua família deixou Manaus, rumo ao Rio de Janeiro. Adquiriu o costume de andar sempre de pés no chão, que não perdeu com a cidade grande. Como compositor, cantor, guitarrista e percussionista, a sua carreira liga várias frentes da música popular brasileira. Para se ter uma ideia melhor do mundo sonoro de Cantuária, o álbum Sol na Cara é uma excelente mostra. Tornou-se um artista internacional requisitado, onde passa metade de seu tempo pelos palcos do mundo, e tem residência fixa em Nova York. Torcedor fanático por futebol, o seu clube de coração é o Botafogo de Futebol e Regatas. Casou-se com a inglesa Claire Bower.


Fernando Tordo - 65 anos!

Fernando Travassos Tordo (Lisboa, 29 de março de 1948) é um cantor e compositor português.

Fernando Tordo começou a cantar aos 16 anos, passou pelos Deltons e pelos Sheiks, em 1968, na sua parte final, onde substituiu Carlos Mendes.
Participou no Festival RTP da Canção de 1969 onde interpretou o tema "Cantiga". Nesse mesmo festival conheceu o poeta Ary dos Santos. Foi um dos vencedores do Prémio Casa da Imprensa como cançonetista e compositor ("pela riqueza harmónica, melódica e rítmica dos trabalhos gravados em disco").
Regressa ao Festival RTP da Canção em 1970, com "Escrevo às Cidades", e em 1971 com "Cavalo à Solta", uma das suas primeiras composições com o poeta José Carlos Ary dos Santos. Ainda em 1971 é editado o disco "Festival de Camaradagem" com Paulo de Carvalho, Fernando Tordo, Duo Orfeu e José Carlos Ary dos Santos.
Regressa ao Festival RTP da Canção, em 1972, com "Dentro da Manhã" da autoria de Yvette Centeno e José Luis Tinoco. Nesse ano é editado o seu primeiro álbum, "Tocata", com arranjos e direcção de Orquestra de Dennis Farnon. Inclui os temas "Tocata", "Dentro da Manhã", "Canto No Deserto", "Virgens Que Passais", "Canto Franciscano", "Cavalo À Solta", "Amor Vivo", "Aconteceu Na Primavera", "Vou Inventar Uma Flor", "Sangue Das Palavras" e "Tocata".
Passa a gravar para a editora Tecla. Lança o single "Eu Não Vou Nisso"/"Invenção do Amor". Em 1973 vence o Festival RTP da Canção com a canção "Tourada".
"Portugal Ressuscitado", de Ary dos Santos e Fernando Tordo, (o célebre "Agora/ o povo unido/ nunca mais será vencido") é gravado logo a seguir ao 25 de Abril.
Vence o Prémio Casa da Imprensa de 1974 por "O Emprego"/"A Língua Portuguesa", com música e interpretação de Fernando Tordo, textos de José Carlos Ary dos Santos, orquestração de Pedro Osório e José Calvário: «O Melhor Disco Simples», pela popularidade e «as canções oriundas de um contexto especificamente português - o teatro de revista ("Uma No Cravo Outra Na Ditadura" de Sérgio de Azevedo)
Em 1975 é um dos fundadores, juntamente com outros autores, entre os quais Paulo de Carvalho e Carlos Mendes, a primeira editora discográfica independente, "Toma Lá Disco". O primeiro disco é o álbum "Feito Cá Para Nós".
Vence novamente o Festival RTP da Canção, em 1977, desta vez com "Portugal no Coração", na interpretação do grupo Os Amigos, com Paulo de Carvalho, Luísa Basto, Ana Bola, Edmundo Silva e Fernanda Piçarra. Editou nesse ano o álbum "Estamos Vivos". Em 1977 ganha novamente o "Prémio Casa da Imprensa".
Em 1980 lança o disco "Cantigas Cruzadas", o último disco com Ary dos Santos. O afastamento de Ary dos Santos, marca uma nova etapa na sua carreira, passando também a ser autor dos poemas.
Concorre ao primeiro Festival da Canção da Rádio Comercial, realizado em 1981, onde vence com "Conversa Nova". Arrecada ainda os 2º e 4º prémios do certame.
Em 1983 editou o disco "Adeus Tristeza". É distinguido com o prémio para o melhor LP de música ligeira.
Em 1984 participa novamente no Festival RTP da Canção, desta vez com "Canto de Passagem".
Reside nos Açores entre os anos 1982 e 1986. Em 1984 lança o disco "Anticiclone" com orquestrações de François Rauber (antigo colaborador de Jacques Brel) que volta a colaborar no disco "A Ilha do Canto" de 1986.
Em 1988 foi um dos vencedores do Prémio Figueira da Foz, instituídos no âmbito do Prémio Nacional da Música, destinado a financiar diversos projectos discográficos. O prémio permitiu pagar a edição de "Menino Ary dos Santos", um disco com 9 dos 27 poemas do livro "Asas" escrito por José Carlos Ary dos Santos com 15 anos de idade, numa pequena edição de 1000 exemplares, e que Fernando Tordo só conheceu, já no Faial, em 1984.
Fernando Tordo, Carlos Mendes e Paulo de Carvalho, sob a direcção de Pedro Osório, prepararam uma série de quatro espectáculos para serem apresentados no Casino do Estoril. O espectáculo apresentava uma mistura de meia centena de sucessos antigos, temas mais recentes e algumas canções inéditas. O espectáculo foi gravado num duplo álbum que, em 1990, chegou a disco de platina.
Em 1991 volta a contar com a participação de François Rauber.
Cria, escreve e apresenta em 1993 na SIC o programa “Falas tu ou falo eu”. No ano seguinte grava o CD “Só Ficou o Amor Por Ti”, nos famosos estúdios de Abbey Road (Londres).
Em 1995 lança o disco "Lisboa de Feira", também gravado em Londres.
Entre maio e junho de 1997 grava, em Barcelona, o disco "Peninsular" com direcção e arranjos do pianista Josep Mas "Kitflus".
Produz e apresenta durante 27 dias consecutivos, no Teatro Nacional D. Maria II, o espectáculo "O calendário". O disco "Calendário" é distribuído com o Diário de Notícias. Cada mês do calendário é acompanhado por pinturas de José Manuel Castanheira. Venceu o Prémio Casa da Imprensa em 1997.
Em 1999 apresenta o programa "Clube Tordo" na CNL. Desloca-se a Timor-Leste em novembro de 1999 com Jorge Palma e Rui Pinto de Almeida. Desta parceria, resultou uma série documental de três episódios, intitulada "Timor-Leste, a Paz e a Língua Portuguesa". Foi exibida no CNL e posteriormente na RTPi.
A convite do Instituto Camões, o artista apresentou este trabalho em Timor, em 2002, acompanhado pelo maestro João Balula Cid e seus músicos, com quem trabalha desde 2000.
Em março de 2002 é editado "E No Entanto Ela Move-se", gravado em Barcelona, que inclui temas dedicados aos filmes "Cinema Paraiso" e "O carteiro de Pablo Neruda" e ainda homenagens a George Harrison ("Preciso De Ti") e ao povo de Timor-Leste ("O Timorense"). O disco teve distribuição da editora Universal. As letras datam quase todas do ano 2000 (com excepção de «O Timorense», escrita em Timor em dezembro de 1999). As músicas foram todas compostas em 2001, entre Janeiro e Novembro.
O seu livro "Fantásticas, Fingidas e Mentirosas", cujo título é retirado de uma estrofe d’Os Lusíadas, é editado em Novembro de 2003. O seu primeiro romance foi editado pela editora Sporpress.
"Tributo a los laureados Nobel", um disco em que música alguns dos poemas dos escritores laureados com o máximo galardão das artes e ciências, é editado em 2006 pela Factoria Autor.
Em 2008 lança o livro "Se Não Souberes Copia" e realiza uma digressão nacional com a Stardust Orchestra.


Há 15 anos, um país rico inaugurou a maior ponte da Europa

A Ponte Vasco da Gama é uma ponte sobre o rio Tejo, na área da Grande Lisboa, ligando Montijo e Alcochete a Lisboa e Sacavém, muito próximo do Parque das Nações, onde se realizou a Expo 98. Inaugurada a 29 de março de 1998, a ponte é a mais longa da Europa e é actualmente a nona mais extensa de todo o mundo, com os seus 17,3 km de comprimento, dos quais 12 estão sobre as águas do estuário do Tejo. Na sua inauguração foi servida uma feijoada que teve direito a inscrição no Guinness World Records.
O vão (comprimento do tabuleiro) do viaduto central é de 420 m. Foi construída a fim de constituir uma alternativa à ponte 25 de Abril para o trânsito que circula entre o norte e o sul do país na zona da capital portuguesa.
Aquando da sua construção foi necessário tomar especiais cuidados com o impacto ambiental, visto que atravessa o Parque Natural do Estuário do Tejo, uma importante área à escala europeia de alimentação e nidificação de aves aquáticas. Foi também necessário proceder-se ao realojamento de 300 famílias.
O nome da ponte comemora os 500 anos da chegada de Vasco da Gama à Índia, em 1498.
É uma das mais altas construções de Portugal, com 155 m de altura.

Charles-Valentin Alkan morreu há 125 anos

Charles-Valentin Alkan (Paris, 30 de novembro de 181329 de março de 1888) foi um compositor francês judeu do período romântico e um dos maiores pianistas de seu tempo. As suas composições para o instrumento são algumas das mais difíceis já escritas, desafiando virtuosi até os dias de hoje.


Carl Orff morreu há 31 anos

Carl Orff (Munique, 10 de julho de 1895 - Munique, 29 de março de 1982) foi um compositor alemão, um dos mais destacados do século XX, famoso sobretudo por sua cantata Carmina Burana.
Contudo, a sua maior contribuição se situa na área da pedagogia musical, com o Método Orff de ensino musical, baseado na percussão e no canto. Orff criou um centro de educação musical para crianças e leigos em 1925, no qual trabalhou até a data do seu falecimento.


quinta-feira, março 28, 2013

Alain Oulman morreu há 23 anos

(imagem daqui)

Alain Oulman (Cruz Quebrada, 15 de junho de 1928 - Paris, 28 de março de 1990) foi o grande responsável por alguns dos maiores sucessos de Amália. Foi também o editor do livro "Le Portugal Baillonné - témoignage" ("Portugal Amordaçado") de Mário Soares.

Alain Oulman nasceu a 15 de junho de 1928, na Cruz Quebrada, distrito de Lisboa, no seio de uma família judaica tradicional. Era um apaixonado pelos livros, pela música e por Amália. Foi apresentado a Amália, em 1962, por Luís de Macedo, diplomata em Paris, durante umas férias na Praia do Lisandro, perto da Ericeira. Oulman mostrou a Amália uma música que tinha composto ao piano, sobre o poema Vagamundo de Luís de Macedo.
O álbum Busto, editado em 1962, marcou o início de colaboração de Alain Oulman com Amália. Foi ele quem levou os poetas portugueses, como Luís de Camões, David Mourão-Ferreira, Alexandre O'Neill ou Manuel Alegre, para dentro de casa de Amália. Alain Oulman é também considerado o principal responsável por uma profunda alteração na música que a acompanhava.
Foi também ele que compôs a música do conhecido fado A Minha terra é Viana do poeta Pedro Homem de Mello, do álbum Cantigas numa língua Antiga.
Oulman, pessoa de esquerda, é perseguido e preso pela PIDE. Amália tudo fez para o apoiar aquando da sua prisão. É deportado para França. "A sua activa solidariedade com a luta antifascista portuguesa levou-o a ser preso pela PIDE, sendo expulso de Portugal e fixando-se definitivamente em Paris", lê-se no 'site' oficial do Partido Comunista Português.
Oulman escreveu a música para Meu Amor é Marinheiro, com base em A Trova do Amor Lusíada, que Manuel Alegre escreveu quando esteve preso em Caxias.
No disco Com Que Voz, gravado em 1969 mas editado apenas no ano seguinte, Amália canta nomes como Cecília Meireles, Alexandre O'Neill, David Mourão-Ferreira, Manuel Alegre, Camões, Ary dos Santos e Pedro Homem de Mello. O disco receberá o IX Prémio da Crítica Discográfica Italiana (1971), o Grande Prémio da Cidade de Paris e o Grande Prémio do Disco de Paris (1975).
Após o 25 de Abril de 1974, Alain Oulman fez parte da minoria que defendeu Amália, quando esta foi acusada de estar ligada ao anterior regime, escrevendo cartas para os jornais "República" e "O Século".
Alain Oulman morreu, na cidade de Paris, a 29 de março de 1990, quando contava apenas 61 anos de idade.
A 9 de junho de 1993 foi feito Comendador da Ordem do Infante D. Henrique a título póstumo.

Cantei porque para mim era fado. A nobreza que está lá dentro é que conta. Se não tem fado para os outros, para mim tem.

Alain Oulman, que em sucessivos discos publicados nos anos 50 e 60 soube transformar a fadista Amália Rodrigues - cuja popularidade era incontestada desde o final da Segunda Guerra - na «Amalia», sem acento, que se tornou diva internacional. Oulman divulgou a voz, mas soube renovar-lhe a cada passo os atributos com desafios ousados: primeiro, já não apenas a guitarra e a viola, mas também os acompanhamentos orquestrais, depois as variações sobre estes, conduzindo-a ao extremo de um «jazz combo».

Eu tenho uma proximidade muito maior com a Amália dos anos 60, do período do Oulman. Cabe tudo ali - e é isso que lhe dá dimensão. Nós não podemos reduzi-la - como ela nunca se quis reduzir - a um qualquer sub-género do seu repertório.
Rui Vieira Nery, DN, 2002



Naufrágio - Amália Rodrigues
Poema de Cecília Meireles e música de Alain Oulman

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.

Chagall morreu há 28 anos

 Em Paris, 1921


Nascido Mojša Zacharavič Šahałaŭ', no seio de uma família judaica, na sua juventude entrou para o ateliê de um retratista famoso da sua cidade natal. Lá aprendeu não só as técnicas de pintura, como a gostar e a exprimir-se nessa arte. Ingressou, posteriormente, na Academia de Arte de São Petersburgo, de onde rumou para a próspera cidade-luz, Paris.
Ali entrou em contacto com as vanguardas modernistas que enchiam de cor, alegria e vivacidade a capital francesa. Conheceu também artistas como Amedeo Modigliani e La Fresnay. Todavia, quem mais o marcou, deste próspero e pródigo período, foi o modernista Guillaume Apollinaire, de quem se tornou grande amigo.
É também neste período que Chagall pinta dois dos seus mais conhecidos quadros: Eu e a aldeia e O Soldado bebé, pintados em 1911 e 1912, respectivamente.
Os títulos dos quadros foram dados por Blaise Cendrars. Coube a Guillaume Apollinaire selecionar as obras que seriam posteriormente expostas em Berlim, no ano em que a Primeira Guerra Mundial rebentou, em 1914.
Neste ano, após a explosão da guerra, Marc Chagall volta ao seu país natal, sendo, portanto, mobilizado para as trincheiras. Todavia, permaneceu em São Petersburgo, onde casou um ano mais tarde com Bella, uma mulher que conheceu na sua aldeia.
Depois da grande revolução socialista na Rússia, que pôs fim ao regime autoritário czarista, foi nomeado comissário para as belas-artes, tendo inaugurado uma escola de arte, aberta a quaisquer tendências modernistas. Foi neste período que entrou em confronto com Kasimir Malevich, acabando por se demitir do cargo.
Retornou então a Paris, onde iniciou mais um pródigo período de produção artística, tendo mesmo ilustrado uma Bíblia. Em 1927, ilustrou também as Fábulas de La Fontaine, tendo feito cem gravuras, somente publicadas em 1952. São também deste ano conhecidas as suas primeiras paisagens.
Visitou em 1931 a Palestina e, depois, a Síria, tendo publicado, em memória destas duas viagens o livro de carácter autobiográfico Ma vie (em português: "Minha vida").
Desde 1935, com a perseguição dos judeus e com a Alemanha prestes a entrar em mais uma guerra, Chagall começa a retratar as tensões e depressões sociais e religiosas que sentia na pele, já que também era judeu convicto.
Anos mais tarde, parte para os Estados Unidos, onde se refugia dos alemães. Lá, em 1944, com o fim da guerra a emergir, Bella, a sua mulher, falece, facto que lhe causa uma enorme depressão, mergulhando novamente no mundo das evocações, dos chamamentos, dos sonhos. Conclui este período com um quadro que já havia iniciado em 1931: Em torno dela.
Dois anos depois do fim da guerra, regressa definitivamente à França, onde pintou os vitrais da Universidade Hebraica de Jerusalém.
Na França e nos Estados Unidos pintou, para além de diversos quadros, vitrais e mosaicos. Explorou também os campos da cerâmica, tema pelo qual teve especial interesse.
Em sua homenagem, em 1973 foi inaugurado o Museu da Mensagem Bíblica de Marc Chagall, na famosa cidade do sul da França, Nice. Em 1977 o governo francês condecorou-o com a Grã-Cruz da Legião de Honra.
Tendo sido um dos melhores pintores do século XX, Marc Chagall faleceu em Saint-Paul-de-Vence, no sul da França, em 1985.

O Violinista (1912)

Zizi Possi - 57 anos

(imagem daqui)

Maria Izildinha Possi (São Paulo, 28 de março de 1956), mais conhecida como Zizi Possi, é uma cantora de música popular brasileira.

Batizada Maria Izildinha, em homenagem à Santa Menina Izildinha, descende de italianos de Nápoles, é paulistana do bairro do Brás, típico reduto de imigrantes italianos. De formação musical erudita, dos 5 aos 17 anos de idade, estudou piano e canto; em 1973 mudou-se para a Salvador (Bahia) com o irmão, José Possi Neto, prestou vestibular para a Faculdade de composição e regência (UFBA). Após dois anos de curso, abandonou a faculdade e iniciou-se num curso de teatro, na mesma época em que participou da montagem do musical Marilyn Miranda. Em um projeto para a prefeitura soteropolitana, trabalhou como professora de música para crianças - filhos de prostitutas no Pelourinho - gravou jingles comerciais e participou de especiais da televisão local. O irmão deixou o Brasil quando ganhou uma bolsa de trabalho para Nova York, e Zizi agora sozinha na Bahia, rumava para o Rio de Janeiro: "Quando vi o avião sumindo no ar, entendi que minha vida estava por minha conta. Me deu uma solidão… E percebi que a Bahia já não fazia mais esse sentido todo para mim. Meu irmão já não estava mais lá e, profissionalmente, eu já tinha feito tudo que podia”.

Em 1978, já morando no Rio de Janeiro, sobrevivia fazendo tradução do italiano para o português; até que Roberto Menescal (então produtor da gravadora Philips) deixou um recado debaixo da porta, onde morava com mais sete meninas: “Olhei o bilhete e pensei: ‘Esse cara não é da bossa nova? Será que ele quer que eu também faça coros para ele? Quando atenderam o telefone era "da Phillips"....e eu pensei: ué, será que o R. Menescal trabalha numa loja de Departamentos?". Zizi assinou contrato com a gravadora Philips, mais tarde Polygram (atualmente Universal Music), que lançaria quase todos os discos. Aos 22 anos, gravou o primeiro LP, Flor do Mal (1978), e o primeiro grande sucesso foi a canção Pedaço de Mim, faixa de um disco de Chico Buarque, autor da canção interpretada num dueto, que também daria título ao segundo álbum da carreira, datado de 1979, no qual outras duas canções se destacariam: "Nunca" e "Luz e mistério".

Paralelamente ao lançamento do disco e espetáculo Um Minuto Além (1981), ganhou o primeiro prémio, de cantora-revelação pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), Dê um Rolê (1984) e Amor e Música (1987). Os discos nesta época tinham uma linha comercial e as canções para bandas sonoras de telenovelas atendiam a tendências de mercado, o que caracterizava de uma maneira geral a produção musical dos anos 80.

Em 1982 gravou a canção que seria um dos maiores sucessos da carreira, Asa Morena, do disco homónimo. O grande sucesso de Asa Morena trouxe-lhe o primeiro disco de ouro. Do disco homónimo lançado em 1982, foi um sucesso radiofónico e comercial e considerada uma das 100 canções mais populares do século XX. O cantor e compositor Gonzaguinha compôs especialmente para a sua voz a canção "Viver, amar, valeu", gravada no mesmo disco.
Originalmente idealizado para a montagem do ballet teatro do Balé Teatro Guaíra (Curitiba, 1982), o espetáculo O Grande Circo Místico foi lançado em 1983. Zizi integrou o grupo seleto de intérpretes que viajaram o país apresentando a peça, um dos maiores e mais completos espetáculos teatrais já apresentados, para uma plateia de mais de duzentas mil pessoas. Zizi interpretou a canção-tema O Grande Circo Místico, composta pela dupla Chico Buarque e Edu Lobo. O espetáculo conta a história de amor entre um aristocrata e uma acrobata e a saga da família austríaca proprietária do Grande Circo Knie, que vagava pelo mundo nas primeiras décadas do século. Edu Lobo é um dos compositores com quem Zizi tem grande afinidade, com uma presença frequente nas obras, a exemplo das trilhas dos musicais Ópera do Malandro e Cambaio e dos balés A dança da meia lua e O grande circo Místico: "Ela faz disparar o coração das pessoas. Qualquer ideia que a Zizi tiver na vida eu vou sempre querer fazer com ela" (Edu Lobo).
Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura e feminismo, cantou no coro da versão brasileira de We Are the World, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África com o projeto USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de mágoa e Seca d´água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.
A época foi marcada também por larga exposição da vida pessoal ao lado da cantora e compositora Ângela Ro Ro; os media sensacionalistas exploraram o seu relacionamento até à exaustão e a canção "Escândalo" (Caetano Veloso) foi gravada por Ro Ro sobre o episódio e lançada como faixa-título do disco (1981).
Em 1986 lançou aquele que foi um dos grandes sucessos, Perigo, que integrou a banda sonora da novela Selva de Pedra (Rede Globo), que a torna extremamente popular em todo o país. Em 1989 lançou aquele que é considerado por muitos, inclusive pela própria cantora, um dos melhores discos: Estrebucha Baby - trabalho que marcou o afastamento do padrão comercial radiofónico da época, recebido com frieza e que foi um fracasso comercial. A época também definiu a saída da gravadora, o fim do casamento de 6 anos com o produtor musical Líber Gadelha (fundador, em 1997, da gravadora independente Indie Records) e pai da filha, Luíza Possi, e o retorno à cidade natal, São Paulo.

O espetáculo temático Sobre Todas as Coisas permaneceu em cartaz por dois anos e o reportório deste reunia canções consagradas entre outras do repertório do disco anterior. O grande sucesso deste acabou por originar o álbum homónimo, lançado em 1991 pela pequena gravadora Eldorado, em formato acústico; os músicos que a acompanham são Marcos Suzano (percussão), o multi-instrumentista Lui Coimbra (violoncelo, alternando-se com violão e charango), Jether Garotti Júnior e as participações especiais de Alex Meireles e Pier Francesco Maestrini (piano). Esta ideia soou como inusitada, surpreendente e inovadora à época.
O CD, relançado em 2006, com uma tiragem limitada de mil cópias, foi um sucesso instantâneo - apesar de não veiculado pela imprensa, pois representou, esteticamente, uma mudança radical e vendeu mais que os discos até então. Concorrendo com Marisa Monte e Leny Andrade, por esse álbum ganhou dois prémios: o extinto Prémio Sharp (atual Prémio Tim de Música) e pela APCA, de melhor cantora e melhor CD de MPB em 1991. Sobre Todas as Coisas foi reconhecido posteriormente como um divisor de águas na carreira. Devido ao afastamento da linha comercial e a transferência para essa gravadora independente onde conquistou maior liberdade na escolha do repertório, os trabalhos estavam desacreditados e com baixa expectativa de venda, mas a vendagem surpreendeu e o disco foi muito elogiado pela crítica especializada, onde explorou influências mais densas e teatrais, enquanto o subsequente era mais leve e jazzístico.

O segundo trabalho nesse caminho foi Valsa Brasileira (1993), lançado desta vez pela independente Velas, fundada por Ivan Lins e o parceiro Vítor Martins. O reportório trouxe regravações de canções pouco conhecidas de compositores consagrados, com destaque para a faixa-título, de autoria da dupla Chico Buarque e Edu Lobo, tal como fizera com a faixa-título do trabalho anterior, também da dupla de compositores. A partir de então, ambas as canções seriam regravadas em voga por toda a MPB. Com este álbum, que simulou uma incursão pelos arranjos eletrónicos, conquistou novamente o Prémio Sharp de melhor disco de MPB, entrando no rol das grandes cantoras deste género. Valsa Brasileira também foi muito elogiado pela crítica especializada, devido ao repertório seletivo, cuidados técnicos e arranjos apurados. O espetáculo originado deste disco também obteve relevante sucesso, com uma marca personalista e desviando-se do padrão do mercado vigente.

A última obra da trilogia acústica intitula-se Mais Simples (1996), que marca o retorno à mesma gravadora multinacional da qual havia saído sete anos antes e o reportório apresentava canções consagradas e pouco conhecidas da MPB e do samba entre outras canções inéditas de compositores novatos e pouco conhecidos. O sucesso de vendagem voltaria quando do lançamento da primeira produção feita totalmente numa língua estrangeira, Per Amore (1997), no qual interpretou clássicos da música italiana e garantiu à cantora um disco de ouro, um de platina e um duplo de platina. O maior sucesso do disco foi a faixa-título, originalmente gravada pelo tenor italiano Andrea Bocelli, que fez parte da trilha sonora da novela Por Amor, de Manoel Carlos (Rede Globo), impulsionando o repertório e as vendas, composto basicamente de canções napolitanas pouco comerciais. A ideia da gravação surgiu da comemoração das bodas de ouro dos pais, naquele mesmo ano - e também por ser neta de italianos.
Nessa época, apostou numa maior diversificação de presenças nos espetáculos, percorrendo gerações variadas - e conquistou o Troféu Imprensa de melhor cantora do ano. Devido ao sucesso do primeiro álbum, lançou o segundo álbum em italiano, Passione (1998), considerado a continuação do anterior, cuja vendagem garantiu novamente um disco de ouro e de platina. A retomada do reportório brasileiro ocorre no álbum seguinte: Puro Prazer (1999), no qual concretizou um antigo projeto de gravar voz e piano. Tendo como destaque a gravação de Disparada e concorrendo pelo prémio Grammy Latino com a cantora argentina Mercedes Sosa, uma das cantoras que maior influência exerceu na carreira; no entanto, a colombiana Shakira venceu nas três categorias. O repertório apresentou regravações dos antigos sucessos entre outras canções consagradas e outras inéditas na voz, comemorando os dez anos de parceria entre a cantora e o pianista e maestro Jetther Garotti Júnior.
Encerrava a década de 90 conquistando o Troféu Imprensa de melhor cantora (1999).

A pedido de Marcelo Castelo Branco, presidente da Universal Music, lançou Bossa, no qual regravou canções nacionais e internacionais, de outros géneros neste estilo. O disco, na contramão do que a gravadora havia proposto, não teve nenhum lançamento oficial nem qualquer trabalho por parte da empresa para divulgação ou distribuição. As apresentações de lançamento, em São Paulo e Rio de Janeiro, foram financiadas pela própria cantora. Isso causou uma crise com a gravadora Universal e a cantora solicitou veementemente a saída da empresa, o que ocorreu ao final da temporada na casa de espetáculos Canecão (RJ, 2002). Esta crise de credibilidade da palavra entre a empresa e a cantora a levou a desistir definitivamente de longos contratos com gravadoras. Por causa de problemas familiares e de um processo de depressão, afasta-se dos palcos, durante aproximadamente três anos.
Em 2000 a Universal Music lançou a caixa tripla Três vezes Zizi, dos discos em italiano e ainda Puro Prazer, devido ao total de um milhão de cópias que os três venderam em conjunto. Nesse mesmo ano, a gravadora relançou os discos gravados na primeira fase, pela série Tudo e foi premiada na Itália em 2003 no Prêmio Carosone Internazionale. O retorno aos palcos ocorreu com o lançamento: Para Inglês ver e Ouvir (2005) com clássicos da música internacional, norte-americana e inglesa. O projeto, surgido com o repertório selecionado pela cantora para atender ao convite da casa paulistana de espetáculos noturnos Bourbon Street, foi gravado no Teatro Frei Caneca (São Paulo). Entre os méritos este conta ser o primeiro disco ao vivo lançado em 27 anos de carreira, o primeiro em inglês e o segundo DVD lançado, após Per Amore (originalmente lançado em VHS em 1998).
Em 2007 cantou na abertura dos Jogos Mundiais Militares, ao lado de Toquinho, Jorge Aragão, Alcione e a banda Paralamas do Sucesso.

Em 2008 lançou Cantos e Contos na casa paulista Tom Jazz, comemorando os 30 anos de carreira. As apresentações foram realizadas ao lado de colegas com quem mantém afinidade musical: Alcione, Alceu Valença, João Bosco, Eduardo Dusek, entre outros; da nova geração a cantora Luíza Possi e Ana Carolina. Dois anos depois, em 2010 foram lançados pela gravadora Biscoito Fino, dois DVDs de forma avulsa, que apresentam os 39 números captados em 12 apresentações entre março e maio de 2008.
Participou do álbum Elas Cantam Roberto Carlos; gravado ao vivo, lançado em CD e DVD em 2009, no qual vinte cantoras brasileiras homenageiam os 50 anos de carreira do cantor Roberto Carlos.
Em 2011 a Parada Gay do Rio de Janeiro teve como canção-tema um dos sucessos da carreira, "A Paz".

Carreira - sucessos e influências
Ao longo da carreira consagrou-se como cantora popular com sucessos como: Pedação de mim (Chico Buarque), Nunca, Luz e mistério, Meu amigo meu herói (Gilberto Gil), Caminhos do sol (Herman Torres/Salgado Maranhão), Engraçadinha, Eu velejava em você, O amor vem pra cada um (George Harrison/versão Beto Fae), Dê um rolê, Per amor, Perigo (Nico Rezende/Paulinho Lima), Esquece e vem, Noite, A paz, Toda uma história (Zizi Possi/Luiz Avelar) e principalmente Asa morena (Zé Caradípia).
Entre as vozes que mais admira cantando pode referir-se Ella Fitzgerald, e Caetano Veloso; apreciadora da música erudita, ouve as sopranos Renée Fleming, Angela Gheorghiu, música instrumental clássica e moderna, Luiza Possi, Paulinho Moska, Rolando Boldrin, Jethro Tull e Eric Clapton.