sexta-feira, julho 31, 2009

Notícia no Diário de Coimbra - as imagens




Notícia no Diário de Coimbra

Aventura geológica pelas “catacumbas” da cidade

De impermeável vestido, galochas calçadas e capacete na cabeça, um grupo de aficionados pela geologia e hidrogeologia desceu às “catacumbas” da cidade à descoberta de túneis e canais que contam parte da história do abastecimento de água em Coimbra

A festa do 11.º aniversário está marcada para as 16h00. Mas, as comemorações começam bem cedo, com uma manhã de aventura e descobertas pela Coimbra subterrânea. Francisco mora na Rua Pedro Monteiro, mesmo ao lado da mina de água que abastece o Jardim Botânico. Diariamente, passa pelo pequeno portão com as iniciais “J.B.”, no entanto, nunca lhe tinha passado pela cabeça o que existe do lado de lá.

Ontem o dia foi de festa e a mãe fez-lhe a surpresa, oferecendo-lhe este presente especial. Capacete na cabeça e com a lanterna em punho, o portão abre-se para o Francisco e os restantes elementos do grupo.

Em fila indiana, todos se organizam, porque afinal de contas, tudo começa num túnel estreito e com cerca de 60 centímetros de altura. Portanto, mesmo para o Francisco, com os seus 11 anos, a ordem é para agachar.
De cócoras, começa a descoberta da mina, construída nos finais do século XVIII. «Cuidado. Quando forem andando, deixem espaço em relação à pessoa da frente», aconselha Lídia Catarino, um dos elementos desta organização conjunta do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra e do Gabinete de Candidatura à Unesco, integrada no programa “Geologia no Verão 2009” da Ciência Viva.

Lá dentro, à medida que se caminha para o interior da mina, mais fácil se torna a circulação. Sempre com a água a correr debaixo dos pés, ali dispensa-se o uso de galochas de borracha, ao contrário da missão no túnel da Ribela, que se seguiria minutos mais tarde.

«Toca. É rijo», diz alguém, enquanto explora a mina do Jardim Botânico, que também deixou encantado o Bruno, igualmente de 11 anos, que vive em Inglaterra e está a passar férias em Coimbra.

Percorridos os primeiros metros, surge o primeiro poço, que, do exterior, se situa na Avenida Afonso Henriques. Aí, o grupo faz uma pausa e fica a saber que um dos buracos existente nas paredes se destinava a acolher uma figura “obrigatória” nestas zonas de espeleologia, a imagem de Santa Bárbara, padroeira dos mineiros.

Aliás, noutros tempos, um barbeiro, com casa aberta junto à Pousada da Juventude, tantas vezes beneficiou da abundância de águas por baixo do chão. Bastava-lhe descer o balde, para conseguir litros e litros que tanta falta lhe faziam para o ofício.

Mais à frente, os pés que ainda se mantinham mais ou menos secos, estão literalmente na água, que atinge os 30 centímetros no segundo poço do percurso. Pelo meio, um ou outro insecto dão “as boas-vindas” aos visitantes. Terminado o percurso, é tempo de voltar para trás e enfrentar novamente o estreito túnel até à saída.

“Toupeiras humanas”

Durante cerca de meia hora, ninguém vê o sol que brilha lá fora. Os túneis e canais encantam miúdos e graúdos, para quem a claustrofobia não é um problema.

Margarida Viegas trabalha na Faculdade de Economia e todos os dias o seu percurso inclui a passagem pelo pequeno portão com as iniciais “J.B.”. Durante muitos anos, ouvia o barulho da água sem perceber o que afinal estava do lado de lá. Só há pouco tempo percebeu que se tratava de uma mina e só ontem teve a oportunidade de a explorar.

Enquanto, uns percorrem a mina do Jardim do Botânico, outros aventuram-se pelo túnel da Ribela, que serviu para abastecimento de água às propriedades agrícolas dos frades crúzios. Depois, invertem-se os papéis.

Entretanto, os dois grupos encontram-se no Jardim da Sereia e aproveitam para trocar algumas impressões. Como autênticas «toupeiras humanas», quem chega da Ribela acusa um maior cansaço. Afinal, a vários metros abaixo do solo, os canais subterrâneos exigem destreza.

«É muito agradável. Extraordinário, mas um bocadinho exigente. Dá para suar», conta ao Diário de Coimbra Pinto Monteiro, que viajou directamente de Aveiro para participar nesta aventura geológica. As galochas ajudam, mas as calças encharcadas são impossíveis de evitar.

A entrada faz-se pela tampa de saneamento junto às instalações da Polícia Municipal, na Avenida Sá da Bandeira. O desafio é descer 10 metros e depois percorrer os 500 metros das galerias e canais subterrâneos, que terminam no Jardim da Sereia.

Para o pequeno João, de sete anos e residente em Leiria, a Geologia faz parte do seu dia-a-dia. O pai é especialista na matéria, como tal, os tempos livres são passados a descobrir os mistérios das pedras e das águas. Se bem que às vezes preferisse que os pais o levassem a um parque de diversões, o João segue as “pisadas” da família, mas garante, que, quando crescer, não quer ser nada ligado à espeleologia. Antes dos passeios, o grupo junta-se na cisterna do Colégio de S. Jerónimo, onde são prestados alguns esclarecimentos aos participantes. «E as centopeias, onde estão?», pergunta de imediato o João.

Identificado há três anos, aquele espaço funcionou como reservatório de águas, mas acabou por se transformar numa espécie de «lixeira» dos Hospitais da Universidade de Coimbra, explica o geólogo Paulo Morgado, lembrando que a cisterna mais antiga conhecida na Universidade é a que foi descoberta no Pátio das Escolas, junto à estátua de D. João III, que datará da época romana, mas que se encontra «em perfeito estado de conservação».

Com capacidade para 115 metros cúbicos de água, a cisterna do Colégio de S. Jerónimo serviu de ponto de partida para uma aventura pela cidade desconhecida, com centenas de anos, e com potencialidades turísticas que, de futuro, poderão ser atractivo regular de quem visita ou vive em Coimbra.

quinta-feira, julho 30, 2009

O pai do rock em português faz 52 anos



O Rui Veloso está de parabéns!

São, apenas, 52 anos - mas vale a pena recordar!


terça-feira, julho 28, 2009

A Astrofesta de Lisboa



Informação recebida da organização do Ano Internacional da Astronomia (via Blog De Rerum Natura):

André Roque, 7 anos, vai juntar-se a investigadores portugueses para falar de Astronomia. Sessões de planetário, passeios pela Lua, Júpiter e Saturno e uma feira de materiais científicos são outras das atracções da Astrofesta de Lisboa

Chama-se André Roque, tem apenas 7 anos e frequenta a Escola de Lamaçães, em Braga. E no dia 1 de Agosto vai estar em Lisboa para orientar uma palestra sobre "O Nascimento do Universo", num palco a que subirão investigadores portugueses da área da Astronomia. Sessões de planetário, passeios pelo céu estrelado, com paragem obrigatória na Lua, Júpiter e Saturno, e uma feira de livros, vídeos e instrumentos científicos são outras das atracções da Astrofesta de Lisboa. A iniciativa decorre de 29 de Julho a 2 de Agosto no Museu da Ciência da Universidade de Lisboa (UL). As entradas são gratuitas.

No Ano Internacional da Astronomia e depois de ter corrido Portugal de Norte a Sul nos últimos 15 anos, a Astrofesta realiza-se pela primeira vez em casa, no Museu da Ciência da UL, na Rua da Escola Politécnica. O objectivo é envolver a população numa comemoração científica que tem mobilizado milhares de pessoas, ano após ano, por todo o país.

Nos dias 29 e 30 de Julho (quarta e quinta-feira), a Astrofesta arranca às 18.00 horas com palestras sobre o Universo. Às 19.30 horas, no planetário, pequenos e graúdos poderão desfrutar de viagens guiadas pelo céu de Portugal, orientadas por Máximo Ferreira, do Museu da Ciência da UL, seguidas de um passeio telescópico pelo céu nocturno, com paragens na Lua, Júpiter e Saturno, no terraço do Museu da Ciência.

No dia 29, "Galileu - imaginação, espanto, incompreensão" é o tema da palestra de abertura da Astrofesta, com o professor catedrático António Manuel Nunes dos Santos, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. No dia 30, o investigador Paulo Crawford, do Observatório Astronómico de Lisboa, vai contar ao público a história do astrofísico que provou, em solo então português, a teoria da relatividade geral de Albert Einstein, na palestra "Eddington e o Eclipse de 1919".

Na sexta-feira, 31 de Julho, às 18.00 horas, terá lugar a sessão oficial de abertura da Astrofesta, com intervenções da directora do Museu da Ciência da UL, Ana Maria Eiró, e do presidente da Sociedade Portuguesa de Astronomia, Miguel Avillez. Às 19h30, Rui Agostinho (Faculdade de Ciências da UL) vai explorar os mistérios do Big-Bang, numa viagem pela formação do Universo e pela evolução das Galáxias. Quando a noite cair, os curiosos poderão embarcar em mais sessões de planetário e de observação do céu por telescópios.

No dia 1 de Agosto, o pequeno André Roque é o primeiro orador de serviço na Astrofesta, às 11 horas, com uma palestra sobre "O Nascimento do Universo". Logo a seguir, os curiosos entram no planetário para uma sessão sobre a Astronomia escondida n' "Os Lusíadas", de Luís de Camões, e na viagem de Vasco da Gama à Índia.

Às 15.00 horas, Miguel Pinto (Clube Celta) vai apresentar filmes astronómicos realizados por astrónomos amadores. Às 16.00 horas terá lugar o lançamento do livro "O Detective do Cosmos", do físico americano Mani Bhaumik.

Máximo Ferreira (Museu da Ciência), Bruno Henriques (Instituto de Cosmologia e Gravitação de Portsmouth), Guilherme de Almeida e Miguel Claro (Associação Portuguesa de Astrónomos Amadores), José Matos (FISUA - Associação de Física da Universidade de Aveiro), Jorge Fontes (Astrotaipas) e João Paulo Vieira (ORION - Sociedade Científica de Astronomia do Minho) são alguns dos oradores que preencherão a tarde e a noite do terceiro dia da Astrofesta, que terá ainda sessões de planetário e observações astronómicas. O Big-Bang, os mitos que continuamos a perpetuar sobre a Lua, a história de Galileu e truques sobre telescópios serão alguns dos temas abordados.

O final da Astrofesta faz-se com um convidado vindo directamente da Universidade de Oxford. No dia 2 de Agosto às 11.00 horas, o investigador Pedro Gil Ferreira fecha os quatro dias de comemorações com uma sessão sobre "O legado de Eddington e Einstein nos dias de hoje".

A Astrofesta é uma iniciativa promovida pelo Museu da Ciência da Universidade de Lisboa e está integrada nas comemorações do Ano Internacional da Astronomia (AIA 2009).

O AIA 2009 é organizado em Portugal pela Sociedade Portuguesa de Astronomia, com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), da Fundação Calouste Gulbenkian, do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, da Agência Ciência Viva e da European Astronomical Society (EAS).

segunda-feira, julho 27, 2009

Fim-de-semana em Coimbra


Com início na tarde de 6ª, foi mais fantástico fim-de-semana como há muito já fazia... Começou com uma ida ao Centro Comercial Dolce Vita, para jantar e comprar uns livros. Depois uma ida ao Museu da Ciência, onde havia uma actividade Ciência Viva no Verão que era, simultaneamente, Geologia no Verão e Astronomia no Verão: Um pezinho na Lua, por nós aqui já duplamente anunciada. Com a presença das minhas antigas professoras, as Doutoras Elsa Gomes e Celeste Gomes, foi excelente...! Os lançamentos de foguetes, os filmes das missões Apollo, a Exposição sobre Darwin, a exposição permanente, o modelo interactivos, vulgo bola gigante, dos planetas principais do Sistema Solar (mai-la Lua e Sol...), o microscópio petrográfico, as amostras de mão de rochas vulcânicas e a simpatia de todos, tudo valeu a pena.

Depois, uma noite bem dormida, na antiga casa onde vive durante 10 anos em Coimbra e estava pronto para outra Geologia no Verão: Os percursos da água na Coimbra subterrânea. A presença da Doutora Lídia Catarino e dos Doutores Fernando Figueiredo e José Manuel Azevedo (isto para além de um engenheiro geólogo que trabalha na Reitoria e do qual não sei o nome...) foi fantástica. Depois a visita a uma Cisterna no antigo edifício dos Hospitais da Universidade, a ida à Mina que abastece o Jardim Botânico, na zona da Escola Secundária José Falcão e ainda o túnel de Ribela, na zona da Praça da República e Jardim da Sereia, acompanhadas de excelentes explicações e animado convívio, valeram bem a pena! O meu garoto adorou aparecer na notícia do Calinas...!

À tarde, ida ao Fórum Coimbra (depois do banho em casa, um almoço no centro comercial, com aquelas porcarias que só fazem mal mas sabem tão bem...), mais umas compras, seguidas de um frugal jantar chez moi. A seguir, para o puto ficar contente, uma ida à ponte pedonal de Pedro e Inês (que tristeza estar tão vandalizada...), uma visita à zona circundante (a movida chegou a Coimbra...!) e mais uma dormida na antiga casa.

No dia a seguir, uma ida ao Convento de Santa Clara-a-Velha (que, ao domingo de manhã, é de graça....!) , com a curiosidade de lá estar a mulher e o filho de um geopedrado, colega e amigo (o Luís Costa - que ficou, de castigo, em casa, a fazer o almoço) e em seguida o regresso a Leiria.

O Fernando, a Adelaide e o João Martins, mais a tia Céu Machado, agradecem a todos os que lhe proporcionaram três dias tão perfeitos...

Em breve colocaremos mais material (fotos, textos de jornais, etc.) sobre este assunto...


ADENDA: o engenheiro geólogo referido no texto chama-se Paulo Morgado (os nossos agradecimentos à Doutora Lídia pela informação...) e, sendo nosso leitor, há que lhe agradecer aqui as suas simpáticas palavras e dar os parabéns pelo trabalho e por tudo o que fez nesta Acção...

sábado, julho 25, 2009

Dia de Santiago - e viva a Galiza!



Chove en Santiago
meu doce amor
camelia branca do ar
brila entebrecida ao sol.

Chove en Santiago
na noite escura.
Herbas de prata e sono
cobren a valeira lúa.

Olla a choiva pola rúa
laio de pedra e cristal.
Olla no vento esvaido
soma e cinza do teu mar.

Soma e cinza do teu mar
Santiago, lonxe do sol;
agoa da mañan anterga
trema no meu corazón.


PS - hoje que é o Dia da Galiza e de Sant'Iago, recordemos um belo poema (Madrigal á cibdá de Santiago) do gitano Lorca, que amou tanto a Galiza e a sua língua que lhe escreveu este poema, aqui tão bem cantado pelos Luar Na Lubre...

Amada Galiza



Madrigal

Minha Galiza de perfil bonito
Órfã de pátria num asilo austero:
Só por seres portuguesa é que te quero,
E por seres castelhana é que te acredito.

Miguel Torga - Diário VI (Pontevedra, 5 de Setembro de 1951)



¿Que din os rumorosos
na costa verdecente,
ao raio transparente
do prácido luar?
¿Que din as altas copas
de escuro arume arpado
co seu ben compasado
monótono fungar?

Do teu verdor cinguido
e de benignos astros,
confín dos verdes castros
e valeroso chan,
non des a esquecemento
da inxuria o rudo encono;
desperta do teu sono
fogar de
Breogán.

Os bos e xenerosos
a nosa voz entenden
e con arroubo atenden
o noso ronco son,
mais sóo os iñorantes
e féridos e duros,
imbéciles e escuros
non nos entenden, non.

Os tempos son chegados
dos bardos das edades
que as vosas vaguedades
cumprido fin terán;
pois, donde quer, xigante
a nosa voz pregoa
a rendezón da boa
nazón de Breogán.



NOTA: a versão completa dos versos do Hino da Galiza (que, a seguir, colocamos em outra versão) tinha mais esta parte:

Teus fillos vagorosos
en que honor soo late,
a intrépido combate
dispondo o peito van;
se, por ti mesma, libre
de indigna servidume
e de oprobioso alcume,
rexión de Breogán

Á nobre Lusitania
os brazos tende amigos,
ós eidos ben antigos
con un punxente afán;
e cumpre as vaguedades
dos teus soantes pinos
duns máxicos destinos,
¡oh, grei de Breogán!

Amor da terra verde,
da verde terra nosa,
acende a raza briosa
de Ousinde e de Froxán;
que aló nos seus garridos
xustillos, mal constreitos,
os doces e albos peitos
das fillas de Breogán;

que á nobre prole insinen
fortísimos acentos,
non mólidos concentos
que ás virxes só ben están;
mais os robustos ecos
que, ¡oh, patria!, ben recordas
das sonorosas cordas
das arpas de Breogán.

Estima non se alcanza
cun vil xemido brando;
calquer requer rogando
con voz que esquecerán;
mais cun rumor xigante,
subrime e parecido
ao intrépido sonido
das armas de Breogán.

Galegos, sede fortes,
prontos a grandes feitos;
aparellade os peitos
a glorioso afán;
fillos dos nobres celtas,
fortes e peregrinos,
luitade plos destinos
dos eidos de Breogán.



sexta-feira, julho 24, 2009

A tripulação da Apollo XI aterrou na Terra há 40 anos

Há exactamente quarenta anos, às 17.50.35 horas (portuguesas), regressava à Terra a nave espacial (ou o que restou dela - o módulo de comando...) com os três astronautas que partiram rumo à Lua: Neil Armstrong (comandante), Edwin Aldrin (piloto do módulo lunar) e Michael Collins (piloto do módulo de comando e o único da tripulação a não pisar a Lua).



Actividade nocturna no Museu da Ciência de Coimbra


A Pedra da Lua, recolhida pelo astronauta James Irwin (naquela que a NASA considerou a missão tripulada mais bem sucedida de sempre) está quase a deixar o Museu da Ciência e a regressar à NASA. Em Portugal desde Maio, esta pedra da Lua, recolhida pela missão Apollo 15, vai deixar o Museu da Ciência no dia 24 de Julho de 2009 (sexta-feira), pelas 21.00 horas, precisamente na data em que se comemoram os 40 anos do regresso dos primeiros homens a pisarem a superfície lunar (missão Apollo 11). Na despedida, o Museu da Ciência convida o público a fazer das suas pedras de estimação estrelas por uma noite. A ideia é que todos descubram no Laboratorio Chimico, com a ajuda de duas doutoras geólogas da Universidade de Coimbra, as verdadeiras origens das pedras de que tanto gostam. No anfiteatro do Museu, serão exibidos vídeos das missões Apollo e iremos reviver a ida do Homem à Lua. Esta iniciativa integra o programa Ciência Viva de Verão (Astronomia no Verão e Geologia no Verão).



PROGRAMA

ROCHAS DA TERRA E DA LUA

A rocha da Lua em exposição no Museu é um basalto lunar. Mas há tantos basaltos na Terra! Que diferenças podemos encontrar entre os basaltos da Terra e o basalto da Lua em exposição?
Alguns basaltos da Terra estarão à disposição dos visitantes para que possam ser comparados com a rocha lunar em exposição. Responderão a questões as Doutoras Elsa Gomes e Celeste Gomes do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra.


PERGUNTA AO GEÓLOGO

Vais ter a oportunidade de colocar todas as tuas dúvidas sobre geologia! Podes por exemplo trazer aquela pedra de que tanto gostas e saber mais um bocadinho sobre a sua origem, perguntando às referidas professoras.


VÍDEOS DAS MISSÕES APOLLO

Durante a noite, serão apresentados vídeos das diversas missões lunares. Poderás ver a primeira vez que um ser humano (Neil Armstrong) pisou a Lua, mas também verás saltos divertidos pelos diversos astronautas, corridas com carros lunares, e poderás mesmo assistir a uma experiência possível na Lua e que confirma a teoria de Galileu acerca da queda dos graves: sem o efeito da atmosfera, uma pena e um martelo largados em simultâneo atingem o solo ao mesmo tempo.


LANÇAMENTO DE FOGUETÕES

... E vais poder onstruir e lançar o teu próprio foguetão miniatura!


A Lua de Lorca

NOCHE

Estrellas amaestradas.
Circo azul.
Doña luna sonríe
(Salomé centenaria)
Venus tiene un penacho
de plumas.

Arena de niebla,
Lámparas de sueños,
Caballitos luceros
van y vienen
salpicando rocío
y luz de amanecer.

¡Oh corazón mío,
corazón con alas,
da tu salto mortal
Sobre el arco de la noche!

Federico García Lorca

quinta-feira, julho 23, 2009

Recordar o adeus de Manuel Alegre ao parlamento

Hoje o parlamento nacional ficou mais pobre - o poeta Manuel Alegre deixou-o, após 34 anos...

Para recordar a data, nada melhor do que a voz do próprio, acompanhada pela Guitarra de Coimbra do seu amigo Carlos Paredes, que nos deixou há 5 anos também nesta data:


Et tu, Brute?

Morte de César - Vincenzo Camuccini
Jaime Gama faz reparos à bancada do PS

Na sessão da tarde, no período destinado a declarações políticas, o social-democrata Miguel Frasquilho voltou a desafiar os socialistas a aceitarem que a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), que funciona junto da comissão parlamentar de Economia, "avalie o verdadeiro estado das contas públicas".

Na resposta, Vítor Baptista, do PS, acusou o PSD de "levar a demagogia ao limite" e desvalorizou a competência técnica da UTAO, por "só ter um economista e uma licenciada em gestão" e por "estar sob avaliação da comissão

Terminada a discussão, Jaime Gama anunciou que deu orientação para que todos "os pareceres e relatórios da UTAO sejam publicitados". Porque, disse, "representam um reforço da capacitação técnica da Assembleia da República". Os socialistas ficaram em silêncio.

A seguir, a bloquista Helena Pinto levou a plenário, como o apoio de toda a Oposição "o escândalo nacional, que é o negócio do Governo com a Liscont/Mota Engil para o parque de contentores do porto de Lisboa". O PS nada disse, mas Gama voltou a deixar um recado ao seu partido, ao fazer questão de dizer que já fez seguir para a Procuradoria Geral da República os relatórios da comissão parlamentar de Obras Públicas, que dão conta das dúvidas sobre a transparência e a bondade do negócio para o Estado. O silêncio socialista permaneceu.
in JN - ler notícia


PS - para puristas, a versão culta do título do post é "Tu quoque, Brute, fili mi" (Também tu, meu filho Brutus) e a explicação do mesmo, para engenheiros e em português técnico: já nas vascas da morte, o ditador Júlio César recrimina o filho por estar entre os seus assassinos...

O Maioral - música para um parvo...

... e em dose dupla, porque o moço merece...







Sou Bom


Eu cá sou bom
Sou muito bom
Eu cá sou bom, Sou muito bom
Sou sempre a abrir !
Eu cá sou bom
Sou muito bom
Eu cá sou bom, Sou muito bom
Sou um partir!

E sou tão bom
E sou tão belo
E sou tão alto
E sou tão forte
E tão gentil
Eu cá sou bom
Sou muito bom
Sou do baril
Vocês são tam...
Não valem ná...
Eu cá sou bom
Sou bom bom bom

Eu cá sou bom
Sou muito bom
Eu cá sou bom, Sou muito bom
Paranormal
Eu cá sou bom
Sou muito bom
Eu cá sou bom, Sou muito bom
Sou o maioral

E sou tão bom
E sou tão belo
Esou tão alto
E sou tão forte
E tão gentil
Eu cá sou bom
Sou muito bom
Vim do Brasil

Vocês são tam...
Não valem ná...
Eu cá sou bom

Como consegues ser tão bom?
És sem dúvida o maior !


Vocês são tam...
Não valem ná...
Eu cá sou bom.

Como consegues ser tão bom ?
És sem dúvida o maior!

Recordar o génio da Guitarra de Coimbra


Porque eu sou bom, sou munta bom, sou sempr'ábrir...

Sócrates diz que não há melhor primeiro-ministro

“Ainda está para nascer um primeiro-ministro que faça melhor do que eu”, afirmou ontem à noite, no Porto, o secretário-geral do PS, José Sócrates. O primeiro-ministro falava perante 150 empresários.

SocrasAlinhar ao centro

In your face, Aníbal!!!

in A Educação do meu Umbigo

PS: como o Paulo Guinote se esqueceu, há mais uma coisa a dizer sobre este assunto:

Os tiranos não são loucos: enlouquecem (Alçada Baptista em Tia Suzana, Meu Amor)

Carlos Paredes partiu há 5 anos

No dia em passam 5 anos que nos deixou o génio da Guitarra de Coimbra, recordemos o Homem e, sobretudo, a sua guitarra...

Da Wikipédia, um pequeno resumo da sua vida:

Carlos Paredes (Coimbra, 16 de Fevereiro de 1925Lisboa, 23 de Julho de 2004) foi um compositor e guitarrista português.

Foi um dos grandes guitarristas e é um símbolo ímpar da cultura portuguesa. É um dos principais responsáveis pela divulgação e popularidade da guitarra portuguesa e grande compositor. Carlos Paredes é um guitarrista que para além das influências dos seus antepassados - pais, avós, tios, todos eles exímios guitarristas de Coimbra - mantém um estilo Coimbrão, a sua guitarra é de Coimbra, e própria afinação. A sua vida em Lisboa marcou-o e inspirou-lhe muitos dos seus temas e composições.

Filho, neto e bisneto dos famosos guitarristas Artur, Gonçalo Paredes e José Paredes, começou a estudar guitarra portuguesa aos quatro anos com o seu pai, embora a mãe preferisse que o filho se dedicasse ao piano; frequenta o Liceu Passos Manuel, começando também a ter aulas de violino na Academia de Amadores de Música. Na sua última entrevista, recorda: "Em pequeno, a minha mãe, coitadita, arranjou-me duas professoras de violino e piano. Eram senhoras muito cultas a quem devo a cultura musical que tenho".

Em 1934, muda-se para Lisboa com a família, e abandona o violino para se dedicar, sob a orientação do pai, completamente à guitarra. Carlos Paredes fala com saudades desses tempos: "Neste anos, creio que inventei muita coisa. Criei uma forma de tocar muito própria que é diferente da do meu pai, do meu avô, bisavô e tetratavô".

Carlos Paredes inicia em 1939 uma colaboração regular num programa de Artur Paredes na Emissora Nacional e termina os estudos secundários num colégio particular. Em 1943 faz exame de admissão ao Curso Industrial do Instituto Superior Técnico, que não chegou a concluir e inscreve-se nas aulas de canto da Juventude Musical Portuguesa, tornando-se em 1949 funcionário administrativo do Hospital de São José.

Em 1957 grava o seu primeiro disco, a que chamou simplesmente "Carlos Paredes".

Em 1958, é preso pela PIDE por fazer oposição a Salazar, é acusado de pertencer ao Partido Comunista Português, de que era de facto militante, sendo libertado no final de 1959 e expulso da função pública na sequência de julgamento. Durante este tempo andava de um lado para o outro da cela fingindo tocar música, o que levou os companheiros de prisão a pensar que estaria louco - de facto, o que ele estava a fazer, era compor músicas na sua cabeça. Quando voltou para o local onde trabalhava no Hospital, uma das ex-colegas, Rosa Semião, recorda-se da mágoa do guitarrista devido à denúncia de que foi alvo: «Para ele foi uma traição, ter sido denunciado por um colega de trabalho do hospital. E contudo, mais tarde, ao cruzar-se com um dos homens que o denunciou, não deixou de o cumprimentar, revelando uma enorme capacidade de perdoar!»

Em 1962, é convidado pelo realizador Paulo Rocha, para compor a banda sonora do filme Os Verdes Anos: «Muitos jovens vinham de outras terras para tentarem a sorte em Lisboa. Isso tinha para mim um grande interesse humano e serviu de inspiração a muitas das minhas músicas. Eram jovens completamente marginalizados, empregadas domésticas, de lojas - Eram precisamente essas pessoas com que eu simpatizava profundamente, pela sua simplicidade». Recebeu um reconhecimento especial por “Os Verdes anos”.

Tocou com muitos artistas, incluindo Charlie Haden, Adriano Correia de Oliveira e Carlos do Carmo. Escreveu muitas músicas para filmes e em 1967 gravou o seu primeiro LP "Guitarra Portuguesa".

Quando os presos políticos foram libertados depois do 25 de Abril de 1974, eram vistos como heróis. No entanto, Carlos Paredes sempre recusou esse estatuto, dado pelo povo. Sobre o tempo que foi preso nunca gostou muito de comentar. Dizia «que havia pessoas, que sofreram mais do que eu!». Ele é reintegrado no quadro do Hospital de São José e percorre o país, actuando em sessões culturais, musicais e políticas em simultâneo, mantendo sempre uma vida simples, e por incrível que possa parecer, a sua profissão de arquivista de radiografias. Várias compilações de gravações de Carlos Paredes são editadas, estando desde 2003 a sua obra completa reunida numa caixa de oito CDs.

A sua paixão pela guitarra era tanta que, conta que certa vez, a sua guitarra se perdeu numa viagem de avião e ele confessou a um amigo que «pensou em se suicidar».

Uma doença do sistema nervoso central (mielopatia), impediu-o de tocar durante os últimos 11 anos da sua vida. Morreu em 23 de Julho de 2004 na Fundação Lar Nossa Senhora da Saúde em Lisboa, sendo decretado Luto Nacional.

quarta-feira, julho 22, 2009

Mike Oldfield - Moonlight Shadow



The last that ever she saw him
The last that ever she saw him
Carried away by a moonlight shadow
He passed on worried and warning
Carried away by a moonlight shadow.
Lost in a riddle that saturday night
Far away on the other side.
He was caught in the middle of a desperate fight
And she couldn't find how to push through

The trees that whisper in the evening
Carried away by a moonlight shadow
Sing a song of sorrow and grieving
Carried away by a moonlight shadow
All she saw was a silhouette of a gun
Far away on the other side.
He was shot six times by a man on the run
And she couldn't find how to push through

I stay
I pray
I see you in heaven far away

I stay
I pray
I see you in heaven far away

Four AM in the morning
Carried away by a moonlight shadow
I watched your vision forming
Carried away by a moonlight shadow
Star was light in a silvery night
Far away on the other side
Will you come to talk to me this night
But she couldn't find how to push through


I stay, I pray, I see you in heaven far away.
I stay, I pray, I see you in heaven one day.
Four AM in the morning...
I stay, I pray, I see you in heaven far away.
I stay, I pray, I see you in heaven one day

Far away on the other side.

Caught in the middle of a hundred and five
The night was heavy but the air was alive
She couldn't find how to push through

Carried away by a moonlight shadow
Carried away by a moonlight shadow
Far away on the other side.

NOTA: para iconoclastas outra versão:

O eclipse em directo

Para os noctívagos ainda acordados, outro local da Internet para verem o eclipse em directo:

A Lua de Torga

À Lua

Lua passada de moda,
Velha roda
Da fortuna dos poetas!
Dessa fortuna inconstante
Que tem o quarto minguante
No caixilho das selectas.

A vida já te não olha,
A terra já te não quer!
Desce luz a cada folha,
Mas é do sol, se ta der...

Musa fria!
Solidão de menopausa...
Poesia
Com rima e com melodia,
Mas sem causa!

Que importa o charco a brilhar,
Se é mentira?
Se a razão há-de acordar
O menestrel a sonhar
E a corda tonta da lira?

Velha lua...
Prostituta podre e nua
À porta de um bordel...
Muda as rugas da face,
Mas a velhice renasce
Do musgo da tua pele!

Bem sei que na fase nova
Podes ter um namorado...
Uma ilusão que te prova
Como a um fruto da renova
De um pomar que foi podado...

Remendos de mocidade.
Lume que acende e não dura.
Não regressa a virgindade
A quem, corrupto, a procura.

Mas tens ainda maneira
De te salvar, velha amiga:
É morrer numa fogueira
De ironia verdadeira
Que algum Poeta te diga...

in Odes (1946) - Miguel Torga