sexta-feira, junho 14, 2024

Salvatore Quasimodo morreu há 56 anos...

     
Salvatore Quasimodo (Módica, 20 de agosto de 1901 - Amalfi, 14 de junho de 1968) foi um poeta italiano que recebeu o Nobel de Literatura de 1959.
Nascido na província de Ragusa, sua família transferiu-se, em 1908, para Messina, no dia seguinte ao grande terramoto de 1908, cuja destruição lhe causou uma permanente impressão. Foi em Messina que concluiu os estudos secundários e, já na década de 20, foi para Roma iniciar o estudo de grego e de latim, dedicando-se aos clássicos que mais tarde seriam a sua maior inspiração.
Em 1926, por motivos de trabalho, estabelece-se em Reggio Calabria, onde retoma a atividade poética. Em 1929, vai para Florença com a sua irmã, casada com Elio Vittorini. Graças a estas relações, entra em contacto com Eugenio Montale e com o ambiente da revista literária Solaria. A partir de 1931, foi durante dez anos funcionário do departamento de obras de vários municípios italianos.
Chega a Milão em 1934, onde entra num rico ambiente cultural, estabelecendo relações de amizade com pintores e escritores. Dois anos depois, deixa a sua profissão, para se dedicar integralmente à literatura e à poesia.
Foi também tradutor de obras clássicas e contemporâneas, vertendo para o italiano Shakespeare a Neruda.
A sua sepultura está localizada no Cemitério Monumental de Milão.
     

 

    

NO SENTIMENTO DE MORTE


Cerúleas árvores
onde se escuta o som mais suave
e onde nasce o prazer com as chuvas novas.

Numa rama, dócil
a luz oscila
em bodas com o vento;

no sentimento de morte,
eis-me, assustado de amor.


  
   

in Poesias (1999) - Salvatore Quasimodo

David Fonseca nasceu há cinquenta e um anos

 

David Fonseca (Marrazes, Leiria, 14 de junho de 1973) é um músico, cantor e compositor português que toca vários instrumentos, incluindo viola e órgão. Reconhecido pela sua bem sucedida carreira musical, como membro da Silence 4 e, desde 2003, como artista a solo. Além de escrever a maioria das suas obras, também é responsável pelo design gráfico das capas dos seus álbuns e direção de arte dos seus videoclips. Entre 2004 e 2006, fez parte do projeto-tributo Humanos.
    

 


A Guerra das Malvinas terminou há 42 anos...


Guerra das Malvinas

Data 2 de abril a 14 de junho de 1982
(2 meses e 5 dias)
Local Ilhas Malvinas e Sandwich do Sul
Resultado O Reino Unido manteve a posse das ilhas.
Combatentes
Argentina Argentina Reino Unido Reino Unido
Ilhas Malvinas Ilhas Malvinas
Comandantes
Mario Benjamín Menéndez Jeremy Moore
Forças
Proximidade geográfica Superioridade tecnológica
Baixas
649 soldados mortos
1.068 feridos
11.313 prisioneiros
---------
1 cruzador
1 submarino
4 cargueiros
2 barcos patrulha
1 traineira para espionagem
---------
25 helicópteros
35 caças
2 bombardeiros
4 aviões de carga
25 aviões de ataque ligeiro
9 traineiras armadas
255 soldados mortos e 3 civis mortos
777 feridos
115 prisioneiros
---------
2 destróieres
2 fragatas
2 navios logísticos de desembarque
1 navio porta-contentores ---------
24 helicópteros
10 caças

 

A Guerra das Malvinas (em inglês: Falklands War; em espanhol: Guerra de las Malvinas) ou Guerra do Atlântico Sul foi um conflito armado entre a Argentina e o Reino Unido ocorrido nas Ilhas Malvinas (em inglês Falklands), Geórgia do Sul e Sandwich do Sul entre os dias 2 de abril e 14 de junho de 1982, pela soberania sobre estes arquipélagos austrais reivindicados em 1833 e dominados a partir de então pelo Reino Unido. Porém, a Argentina reclamou como parte integral e indivisível de seu território, considerando que elas encontram "ocupadas ilegalmente por uma potência invasora" e as incluem como partes da província da Terra do Fogo, Antártica e Ilhas do Atlântico Sul.
O saldo final da guerra foi a recuperação do arquipélago pelo Reino Unido e a morte de 649 soldados argentinos, 255 britânicos e 3 civis das ilhas. Na Argentina, a derrota no conflito fortaleceu a queda da Junta Militar que governava o país e que havia sucedido as outras juntas militares instaladas através do golpe de Estado de 1976 e a restauração da democracia como forma de governo. Por outro lado, a vitória no confronto permitiu ao governo conservador de Margaret Thatcher obter a vitória nas eleições de 1983.
   
As ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul são três arquipélagos situados no Oceano Atlântico, perto da costa argentina, que constituem um domínio colonial britânico desde 1833. Não obstante, desde a sua ocupação em 1690, foram motivos de conflito entre o Reino Unido, França e Espanha, e depois entre o Reino Unido e a Argentina, que se considera herdeira dos direitos espanhóis sobre estas ilhas. Neste período, surgiram diversas discussões para estabelecer uma ou outra soberania, que terminaram com a ocupação britânica de 1833.
Só um destes arquipélagos, as ilhas Malvinas, tem uma população civil nativa permanente (chamados em inglês de kelpers). Geralmente de origem escocesa, esta população se considera a si mesma britânica e apoia o estado atual de soberania sobre estas ilhas. As outras duas estão ocupadas, essencialmente, por cientistas. Em 1965 a Argentina conseguiu que a ONU aprovasse a resolução 2065, qualificando a disputa como um problema colonial e convocando as partes para negociar uma solução; não obstante, as negociações ficaram infrutíferas durante os dezassete anos seguintes. De todas as formas, as relações entre a Argentina, o Reino Unido e os habitantes das Ilhas até os finais da década de 60 e o início da década de 70 foram excelentes. Tanto assim, que durante grande parte dos anos anteriores à guerra, semanalmente operava uma ponte aérea entre a Argentina e Puerto Argentino/Port Stanley, da qual os insulares dependiam para provisão e assistência médica. Sendo que a pista de aterragem original de Puerto Argentino/Port Stanley (feita em alumínio) foi construída pela Força Aérea Argentina.
  
(...)
 
Porém quando os britânicos decidem avançar ante o contra-ataque argentino, não encontram mais resistência. É o resultado de quatro dias de operações psicológicas executadas pelo coronel Mike Rose, do SAS, e o capitão Rod Bell, tradutor. Estavam desde o dia 10 falando com Menéndez pelo rádio, ganhando a sua confiança e insistindo a rendição «com dignidade e honra». O 2 PARA entra nos arredores de Puerto Argentino com suas boinas em vez dos casacos de combate e tremulando bandeiras britânicas. No dia 23, o comandante das forças britânicas Jeremy Moore chega no helicóptero a Puerto Argentino e conversa com Menéndez. Quando o primeiro mostra ao segundo os documentos de rendição, Menéndez declara de imediato que não aceitava a palavra «incondicional». Não era isso o combinado durante as conversações secretas de rádio dos dias anteriores.
Faz uma breve continência e abaixa a mão, o general Mario Benjamín Menéndez rende-se nas ilhas Malvinas ao general Jeremy J. Moore às 23.59 horas do dia 14 de junho de 1982, sendo testemunha o coronel Pennicott. Os 8.000 soldados argentinos são desarmados e concentrados no aeroporto na qualidade de prisioneiros de guerra. O inverno austral é a sério. Faz muito frio.
Quando as notícias chegam a Buenos Aires, produzem-se importantes manifestações populares que são reprimidas pela Junta, perdendo assim o pouco apoio que ainda tinha entre a população sensível ao seu discurso nacionalista e patriótico. Durante o dia 15, o resto das unidades argentinas presentes no arquipélago entregam as suas armas. No dia 20, cinco navios britânicos fazem ato de presença nas ilhas Sandwich do Sul e a guarnição de Thule rende-se sem luta. Todos os prisioneiros são repatriados durante o mês seguinte.
 

Jorge Luis Borges morreu há 38 anos...

  

Jorge Francisco Isidoro Luis Borges Acevedo (Buenos Aires, 24 de agosto de 1899 - Genebra, 14 de junho de 1986) foi um escritor, poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta argentino.
Em 1914 a sua família mudou-se para a Suíça, onde estudou e de onde viajou para a Espanha. No seu regresso à Argentina, em 1921, Borges começou a publicar os seus poemas e ensaios em revistas literárias surrealistas. Também trabalhou como bibliotecário e professor universitário público. Em 1955 foi nomeado diretor da Biblioteca Nacional da República Argentina e professor de literatura na Universidade de Buenos Aires. Em 1961, destacou-se no cenário internacional quando recebeu o primeiro prémio internacional de editores, o Prémio Formentor.
O seu trabalho foi traduzido e publicado extensamente no Estados Unidos e Europa. Borges era fluente em várias línguas.
A sua obra abrange o "caos que governa o mundo e o caráter de irrealidade em toda a literatura". Os seus livros mais famosos, Ficciones (1944) e O Aleph (1949), são coletâneas de histórias curtas interligadas por temas comuns: sonhos, labirintos, bibliotecas, escritores fictícios e livros fictícios, religião, Deus. Os seus trabalhos contribuíram significativamente para o género da literatura fantástica. Estudiosos notaram que a progressiva cegueira de Borges ajudou-o a criar novos símbolos literários através da imaginação, já que "os poetas, como os cegos, podem ver no escuro". Os poemas do seu último período dialogam com vultos culturais como Spinoza, Luís de Camões e Virgílio.
A sua fama internacional foi consolidada na década de 1960, ajudado pelo "boom latino-americano" e o sucesso de Cem Anos de Solidão de Gabriel García Márquez. Para homenagear Borges, em O Nome da Rosa um romance de Umberto Eco, há o personagem Jorge de Burgos, que além da semelhança no nome é cego e, assim como Borges, foi ficando neste estado ao longo da vida. Além da personagem, a biblioteca que serve como plano de fundo do livro é inspirada no conto de Borges A Biblioteca de Babel (uma biblioteca universal e infinita que abrange todos os livros do mundo).
O escritor e ensaísta John Maxwell Coetzee disse sobre ele: "Ele, mais do que ninguém, renovou a linguagem de ficção e, assim, abriu o caminho para uma geração notável de romancistas hispano-americanos".
Jorge Luis Borges nasceu numa família de classe média com boa educação. A mãe de Borges, Leonor Acevedo Suárez, veio de uma tradicional família uruguaia. No seu livro de 1929, Cuaderno San Martín incluiu um poema, "Isidoro Acevedo", em homenagem ao seu avô materno, Isidoro de Acevedo Laprida, um soldado do exército de Buenos Aires que era contra o ditador Juan Manuel de Rosas. Um descendente do advogado e político argentino Francisco Narciso de Laprida, Acevedo lutou nas batalhas de Cepeda, em 1859, Pavón, em 1861 e Los Corrales, em 1880. Isidoro de Acevedo Laprida morreu de congestão pulmonar na casa onde o seu neto Jorge Luis Borges nasceu.
Segundo um estudo de Antonio Andrade, Jorge Luis Borges tinha ascendência portuguesa: o bisavô de Borges, Francisco, teria nascido em Portugal, em 1770 e vivido na vila de Torre de Moncorvo, no norte de Portugal, antes de emigrar para a Argentina, onde teria casado com Cármen Lafinur.
Aos sete anos de idade, Borges já teria revelado ao pai que seria escritor. Aos nove, escreve o seu primeiro conto, "La visera fatal", inspirado em um episódio de Dom Quixote. Em 1914, muda-se, com os pais, para a Europa, morando inicialmente em Genebra, na Suíça, onde conclui os seus estudos, e depois na Espanha. Em 1921, retorna a Buenos Aires, onde participa ativamente da efervescente vida cultural da cidade. Em 1923, publica o seu primeiro livro de poemas, "Fervor de Buenos Aires". Iniciava-se, assim, uma das mais brilhantes carreiras literárias do século XX. Borges morreu em Genebra, de cancro de fígado e enfisema, terra onde foi sepultado, por opção pessoal.
   

  
Ajedrez

I

En su grave rincón, los jugadores
rigen las lentas piezas. El tablero
los demora hasta el alba en su severo
ámbito en que se odian dos colores.

Adentro irradian mágicos rigores
las formas: torre homérica, ligero
caballo, armada reina, rey postrero,
oblicuo alfil y peones agresores.

Cuando los jugadores se hayan ido,
cuando el tiempo los haya consumido,
ciertamente no habrá cesado el rito.

En el Oriente se encendió esta guerra
cuyo anfiteatro es hoy toda la Tierra.
Como el otro, este juego es infinito.


II

Tenue rey, sesgo alfil, encarnizada
reina, torre directa y peón ladino
sobre lo negro y blanco del camino
buscan y libran su batalla armada.

No saben que la mano señalada
del jugador gobierna su destino,
no saben que un rigor adamantino
sujeta su albedrío y su jornada.

También el jugador es prisionero
(la sentencia es de Omar) de otro tablero
de negras noches y de blancos días.

Dios mueve al jugador, y éste, la pieza.
¿Qué Dios detrás de Dios la trama empieza
de polvo y tiempo y sueño y agonía?
   
  
  
Jorge Luis Borges

Rory Gallagher morreu há 29 anos...

 

    
Rory Gallagher (Ballyshannon, 2 de março de 1948Londres, 14 de junho de 1995) foi um multi-instrumentista e compositor irlandês. Foi considerado o 57º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone.
Nascido em Ballyshannon, County Donegal e criado em Cork, Gallagher gravou álbuns a solo nos anos 70 e 80, depois de formar a banda Taste, no final dos anos 60. Os seus álbuns venderam mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo. Gallagher recebeu um transplante de fígado em 1995, mas morreu de complicações decorrentes do mesmo, nesse ano, em Londres, aos 47 anos de idade.   
    

 


O psiquiatra Aloysius Alzheimer nasceu há 160 anos

   
Aloysius Alzheimer (Marktbreit, 14 de junho de 1864 - Wroclaw, 19 de dezembro de 1915) foi um psiquiatra alemão conhecido sobretudo por ter sido o primeiro autor a reconhecer como entidade patognomónica distinta a doença neurodegenerativa que hoje tem o seu nome (doença de Alzheimer ou mal de Alzheimer). Alzheimer trabalhou também com Emil Kraepelin, autor da primeira classificação moderna dos vários tipos de doenças psicóticas.

Vida e obra
Aloysius Alzheimer nasceu em 1864, na cidade alemã de Markbreit, Baviera, filho de Eduard Alzheimer e sua segunda esposa, Theresia. Estudou em Berlim, Tübingen e Würzburg.
Casou-se, em 1894, com a viúva Cecilie Simonette Nathalie Geisenheimer, de quem teve três filhos.
O primeiro caso da doença que levou o seu nome foi da paciente Auguste D., internada no hospital de Frankfurt, a 25 de novembro de 1901, e que, aos cinquenta e um anos de idade, apresentava sintomas de demência.
Em 1906 apresentou, durante um congresso científico na Alemanha, a doença do córtex cerebral (Mal de Alzheimer).
Alois morreu, em 1915, de uma grave infeção cardíaca.

quinta-feira, junho 13, 2024

O poeta Joaquim Manuel Magalhães faz hoje 79 anos

(imagem daqui)

 

Joaquim Manuel Correia de Magalhães (Peso da Régua, 13 de junho de 1945) é um poeta, ensaísta e professor catedrático na Faculdade de Letras de Lisboa.

Doutorou-se em 1979 com uma tese principal sobre "A Consequência da Literatura e do Real na Poesia de Dylan Thomas" e uma segunda tese sobre Frank O'Hara. A sua prova de Agregação consistiu numa proposta de estudo sobre a poesia inglesa posterior a 1945 e sobre «The Waste Land» de T. S. Eliot. (A sua tese de licenciatura foi sobre E. E. Cummings). Co-dirigiu a revista "As Escadas Não Têm Degraus" (1989), organizou a edição da "Obra Poética" de Ruy Belo, da "Antologia Poética" de Ruy Cinatti e de uma antologia de João Miguel Fernandes Jorge. Tem publicadas traduções de Anna Akhmatova (1992), Yorgos Seferis (1993) e Konstandinos Kavafis (2005), bem como vários volumes de poetas espanhóis contemporâneos, tanto traduzidos como, maioritariamente, anotados.

Autor de obras (iniciadas em 1974) de poesia, reuniu essa obra poética em 2010 no volume «Um Toldo Vermelho». Em 2014 seguiu-se uma 2ª edição, com novas alterações, intitulada com o mesmo nome. Um volume de «derivas», sobretudo em prosa, «Do Corvo a Santa Maria», foi publicado em 1993. Acerca de poesia, publicou os seguintes volumes: «Os dois crepúsculos» (1981); «Dylan Thomas» (1982); «Um pouco da morte» (1989); «Rima Pobre» (1999).

Extraordinariamente versátil e límpida, a poesia de Joaquim Manuel Magalhães impõe-se, segundo David Mourão Ferreira, "de livro para livro, pela convocação de inúmeros aspectos do mundo natural e do mundo social, através de um discurso que estabelece, entre ambos, os mais inesperados nexos de cumplicidade ou recíprocos processos de rejeição, em que "figuras" como a lítotes, a antífrase, a alusão e a catacrese desempenham papéis preponderantes, em contextos só talvez aparentemente regidos pelos princípios de uma livre associação de imagens ou de um suposto automatismo verbal (…)"

 

in Wikipédia

 

Era como estar só

 

Era como estar só. Mas
estar só e feliz.
A varanda envidraçada,
o cheiro do café, um ramo
chamado pelo sono.
Sombras de sol batiam
no chão de madeira velha.
Restos de água da noite
brilhavam nos vidros
os primeiros insectos.
A maresia das aves costeiras
lanceoladas de luz.
Os olhos pousavam à espera
de te voltar a ter.



Joaquim Manuel Magalhães 

Vasco Santana morreu há 66 anos...

     
Vasco António Rodrigues Santana (Lisboa, 28 de janeiro de 1898 - Lisboa, 13 de junho de 1958), mais conhecido como Vasco Santana, foi um dos maiores actores portugueses.
   

William Butler Yeats nasceu há 159 anos

   
William Butler Yeats, muitas vezes apenas designado por W.B. Yeats, (Dublin, 13 de junho de 1865 - Menton, França, 28 de janeiro de 1939) foi um poeta, dramaturgo e místico irlandês. Atuou ativamente no Renascimento Literário Irlandês e foi co-fundador do Abbey Theatre.
As suas obras iniciais eram caracterizadas por uma tendência romântica, exuberante e fantasiosa, que transparece no título da sua coletânea de 1893, The Celtic Twilight ("O Crepúsculo Celta"). Posteriormente, por volta dos seus 40 anos, e como resultado da sua relação com poetas modernistas, como Ezra Pound, e também do seu envolvimento ativo no nacionalismo irlandês, o seu estilo torna-se mais austero e moderno.
Foi também senador irlandês, cargo que exerceu com dedicação e seriedade. Foi galardoado com o Prémio Nobel de Literatura de 1923. O Comité de entrega do Prémio justificou a sua decisão pela "sua poesia sempre inspirada, que através de uma forma de elevado nível artístico dá expressão ao espírito de toda uma nação." Em 1934 compartilhou o Prémio Gothenburg para poesia com Rudyard Kipling.

  

  
Two Songs of a Fool
 
 
I

A speckled cat and a tame hare
Eat at my hearthstone
And sleep there;
And both look up to me alone
For learning and defence
As I look up to Providence.

I start out of my sleep to think
Some day I may forget
Their food and drink;
Or, the house door left unshut,
The hare may run till it’s found
The horn’s sweet note and the tooth of the hound.

I bear a burden that might well try
Men that do all by rule,
And what can I
That am a wandering witted fool
But pray to God that He ease
My great responsibilities?
 
 
II
  
I slept on my three-legged stool by the fire,
The speckled cat slept on my knee;
We never thought to enquire
Where the brown hare might be,
And whether the door were shut.
Who knows how she drank the wind
Stretched up on two legs from the mat,
Before she had settled her mind
To drum with her heel and to leap:
Had I but awakened from sleep
And called her name she had heard,
It may be, and had not stirred,
That now, it may be, has found
The horn’s sweet note and the tooth of the hound.
 
   
 
William Butler Yeats

Aurélia de Sousa nasceu há 158 anos

Auto-retrato de Aurélia de Sousa (circa 1900)
                                                 
Maria Aurélia Martins de Sousa (Valparaíso, 13 de junho de 1866 - Porto, 26 de maio de 1922) foi uma pintora portuguesa.
 
Vida
Filha de emigrantes portugueses no Brasil e no Chile, Aurélia de Sousa nasceu em Valparaíso, filha de António Martins de Sousa e de Olinda Peres. Era a quarta de sete filhos do casal. Mudou-se para Portugal, juntamente com os pais, com apenas três anos. Passou a habitar a Quinta da China, junto ao rio Douro, no Porto, comprada por seu pai, que veio a falecer em 1874, quando Aurélia tinha apenas oito anos.
Aos dezasseis anos começou a ter lições de desenho e pintura com António da Costa Lima e pintou o seu primeiro auto-retrato. Em 1893, entrou para a Academia de Belas-Artes do Porto, onde foi aluna de João Marques de Oliveira, o qual muito influenciou a sua obra. Em 1898, Aurélia mudou-se para Paris onde frequentou, na Academia Julian, os cursos de Jean-Paul Laurens e de Jean-Joseph Benjamin-Constant.
Realizou as primeiras exposições e, durante os três anos seguintes, viajou e visitou os museus de Bruxelas, Antuérpia, Berlim, Roma, Florença, Veneza, Madrid e Sevilha. Tendo regressado a Portugal em 1901, desenvolveu intensa atividade como ilustradora e participou regularmente na vida artística portuense, expondo na Sociedade de Belas-Artes do Porto, na Galeria da Misericórdia e, anualmente, na Sociedade Nacional de Belas-Artes, em Lisboa.
Passou a última fase de sua vida residindo na Quinta da China, onde faleceu em 1922 com cinquenta e cinco anos.
 

"Santo António" (1902), pintura a óleo de Aurélia de Sousa, Casa-Museu Marta Ortigão Sampaio, Porto
  
Obra
A sua obra denota influência dos estilos de pintura mais inovadores do seu tempo. Pintou num estilo naturalista muito pessoal, às vezes com influências realistas, impressionistas e pós-impressionistas.
Nas palavras da biógrafa Raquel Henriques da Silva, a obra de Aurélia de Sousa "regista a silenciosa narrativa da casa: a presença da velha mãe, os afazeres das mulheres e das crianças, os cantos escuros da cozinha e do atelier, as tardes em que a luz se confunde com os fatos de verão, os caminhos campestres ou as vistas do rio. Pratica uma pintura vigorosa, raramente volumétrica, detida na análise das sombras para nelas captar a luz".
Entre as suas principais obras, caracterizadas pela força da expressão técnica e artística, encontram-se "Santo António", "Cabeça de italiano", "Cena familiar", "Moinho-Granja", "Porcelanas antigas", "Cristo ressuscitando e a filha de Jairo", "Rio Douro-Areinho" e o seu "Auto-retrato" (c. 1900), uma das obras-primas da pintura portuguesa de todos os tempos.
Parte da sua obra encontra-se hoje no Museu Nacional de Soares dos Reis e na Casa-Museu Marta Ortigão Sampaio, ambos no Porto.

Cena familiar (1911) - Aurélia de Sousa
       

Fernando Pessoa nasceu há 136 anos...

   
Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de junho de 1888 - Lisboa, 30 de novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta, filósofo e escritor português.
Fernando Pessoa é o mais universal poeta português. Por ter sido educado na África do Sul, numa escola católica irlandesa, chegou a ter maior familiaridade com o idioma inglês do que com o português ao escrever seus primeiros poemas nesse idioma. O crítico literário Harold Bloom considerou Pessoa como "Whitman renascido", e o incluiu no seu cânone entre os 26 melhores escritores da civilização ocidental, não apenas da literatura portuguesa mas também da inglesa.
Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa traduziu várias obras em inglês (v.g. de Shakespeare e Edgar Poe) para o português, e obras portuguesas (nomeadamente de António Botto e Almada Negreiros) para o inglês.
Enquanto poeta, escreveu sob múltiplas personalidades – heterónimos, como Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro –, sendo estes últimos objeto da maior parte dos estudos sobre a sua vida e obra. Robert Hass, poeta americano, diz: "outros modernistas como Yeats, Pound, Elliot inventaram máscaras pelas quais falavam ocasionalmente... Pessoa inventava poetas inteiros."
   

  

(imagem daqui)

 

O Guardador de Rebanhos

I

Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr de sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.
 
Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.
 
Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
 
Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.
 
Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho.
 
E se desejo às vezes
Por imaginar, ser cordeirinho
(Ou ser o rebanho todo
Para andar espalhado por toda a encosta
A ser muita coisa feliz ao mesmo tempo),
É só porque sinto o que escrevo ao pôr do sol,
Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
E corre um silêncio pela erva fora.
 
Quando me sento a escrever versos
Ou, passeando pelos caminhos ou pelos atalhos,
Escrevo versos num papel que está no meu pensamento,
Sinto um cajado nas mãos
E vejo um recorte de mim
No cimo dum outeiro,
Olhando para o meu rebanho e vendo as minhas ideias,
Ou olhando para as minhas ideias e vendo o meu rebanho,
E sorrindo vagamente como quem não compreende o que se diz
E quer fingir que compreende.
 
Saúdo todos os que me lerem,
Tirando-lhes o chapéu largo
Quando me vêem à minha porta
Mal a diligência levanta no cimo do outeiro.
Saúdo-os e desejo-lhes sol,
E chuva, quando a chuva é precisa,
E que as suas casas tenham
Ao pé duma janela aberta
Uma cadeira predileta
Onde se sentem, lendo os meus versos.
E ao lerem os meus versos pensem
Que sou qualquer cousa natural -
Por exemplo, a árvore antiga
À sombra da qual quando crianças
Se sentavam com um baque, cansados de brincar,
E limpavam o suor da testa quente
Com a manga do bibe riscado.

  


Alberto Caeiro

Vieira da Silva nasceu há 116 anos...

 

 Autorretrato (1942)

 

Maria Helena Vieira da Silva (Lisboa, 13 de junho de 1908 - Paris, 6 de março de 1992) foi uma pintora portuguesa, naturalizada francesa em 1956.

Era filha do embaixador Marcos Vieira da Silva, e neta de José Joaquim da Silva Graça, fundador do jornal O Século, tendo vivido na casa do avô, em Lisboa.
Despertou cedo para a pintura. Aos onze anos ingressou na Academia de Belas-Artes, em Lisboa, onde estudou desenho e pintura. Motivada também pela escultura, estudou Anatomia na Faculdade de Medicina de Lisboa.
Em 1928 foi residir para Paris, onde estudou com Fernand Léger, e trabalhou com Henri de Waroquier (1881-1970) e Charles Dufresne. Em Paris conheceu o seu futuro marido, o também pintor Árpád Szenes, húngaro, com quem se casou em 1930.
Realizou inúmeras viagens à América Latina para participar de exposições, como em 1946 no Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).
Devido ao facto de o seu marido ser judeu e de ela ter perdido a nacionalidade portuguesa, eram oficialmente apátridas. Então, o casal decidiu residir por um longo tempo no Brasil, durante a Segunda Guerra Mundial e no período pós-guerra. No Brasil, entraram em contacto com importantes artistas locais, como Carlos Scliar e Djanira. Ambos exerceram grande influência na arte brasileira, especialmente entre os modernistas.
Vieira da Silva foi autora de uma série de ilustrações para crianças que constituem uma surpresa no conjunto da sua obra. Kô et Kô, les deux esquimaux, é o título de uma história para crianças inventada por ela em 1933. Não se sentindo capaz de a escrever, a pintora entregou essa tarefa ao seu amigo Pierre Guéguen e assumiu o papel de ilustradora, executando uma série de guaches.
Mais tarde a artista viveu e trabalhou em Paris, no número 34 da Rue Abbé Carton, no XIV Bairro da cidade.
A partir de 1948 o estado francês começa a adquirir as suas pinturas e, em 1956, tanto ela como o marido obtêm a nacionalidade francesa. Em 1960 o Governo Francês atribui-lhe uma primeira condecoração, em 1966 é a primeira mulher a receber o Grand Prix National des Arts e, em 1979, torna-se cavaleiro da Legião de Honra francesa.
Participou na Europália, em 1992, e veio a morrer nesse ano.
Para honrar a memória do casal de pintores, foi fundada em Portugal a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, sediada em Lisboa e a Escola Vieira da Silva, em Carnaxide.
    

 

 

Painel azulejar, na estação Cidade Universitária do Metro de Lisboa - Vieira da Silva
   
Vitral da Igreja de Saint-Jacques de Reims

Rivers Cuomo nasceu há 54 anos


Rivers Cuomo (New York City, June 13, 1970) is an American singer, songwriter, and musician. He is the lead vocalist, guitarist, pianist, songwriter, and frontman of the rock band Weezer

 

in Wikipédia

 


António Variações morreu há quarenta anos...

Mural a António Variações, na Escola de Palmeira, Braga
    
António Joaquim Rodrigues Ribeiro, conhecido por António Variações (Lugar de Pilar, Amares, 3 de dezembro de 1944 - Lisboa, 13 de junho de 1984), foi um cantor e compositor português do início dos anos 80. A sua curta discografia continuou a influenciar a música portuguesa nas décadas posteriores ao seu precoce desaparecimento, com 39 anos.
 
Busto de António Variações em Fiscal, Amares
     

Em 1984 lançou o seu segundo trabalho, intitulado Dar e Receber. Era fevereiro e, dois meses depois, a 22 de abril, Variações daria um concerto, na aldeia de Viatodos, concelho de Barcelos, durante as festas da "Isabelinha". Depois disso, aparece pela última vez em público no programa televisivo "A Festa Continua" de Júlio Isidro. Será a única interpretação no pequeno ecrã das faixas do novo disco, usando o mesmo pijama com ursinhos e coelhinhos que usou na sua primeira aparição televisiva. Variações cantou em Coimbra, na Queima das Fitas de 1984, no dia 17 de maio, na Noite da Psicologia, já gravemente doente, sendo que os seus amigos e familiares deixaram de receber notícias do cantor, que ficou hospedado por alguns dias em casa de um amigo até ter sido levado para o Hospital Pulido Valente no dia 18 de maio, devido a um problema brônquico-asmático.

Quando Canção de Engate invadiu as rádios, já António Variações se encontrava internado no hospital. Transferido para a Clínica da Cruz Vermelha, morreu a 13 de junho, vítima de uma broncopneumonia, especula-se que provavelmente foi causada pelo VIH, mas por causa do estigma que essa doença envolvia, o mistério permanece até hoje. Foi sepultado no cemitério da terra natal, em Fiscal, Amares

  

   in Wikipédia

 


Hermínia Silva morreu há trinta e um anos...

(imagem daqui)
  
Hermínia Silva (Lisboa, 23 de outubro de 1907 - Lisboa, 13 de junho de 1993) foi uma fadista portuguesa.
  
Hermínia Silva nasceu em 1907. Cedo se tornou presença notada nos retiros de Lisboa, que não hesitaram em contratá-la, pela originalidade com que cantava o Fado. A Canção dos Bairros de Lisboa estava-lhe nas veias, não fora ela nascida, ali mesmo junto ao Castelo de São Jorge. As "histórias" dos amores da Severa com o Conde de Vimioso estavam ainda frescas na memória do povo.
Rapidamente, a sua presença foi notada nos retiros, e passados poucos anos, em 1929, Hermínia Silva estreava-se numa Revista do Parque Mayer. Era a primeira vez que o Fado vendia bilhetes na Revista. Alguns jornais da época, referiam-se a ela, como a grande vedeta nacional, chegando a afirmar-se, que a fadista tinha "uma multidão de admiradores fanáticos". A sua melismática criativa, a inclusão no Fado, de letras menos tristes, por vezes com um forte cunho de crítica social, e o seu empenho em trazer para o Fado e para a guitarra portuguesa, fados não tradicionais, compostos por maestros como Jaime Mendes, compositores como Raul Ferrão, criando assim o chamado "fado musicado", aquele fado cuja música corresponde unicamente a uma letra, se bem que composto segundo a base do Fado, e em especial, tendo em atenção as potencialidades da guitarra portuguesa.
Hermínia Silva torna-se assim, sem o haver planeado, num dos vértices do Fado, tal qual ele existe, enquanto estilo musical: Alfredo Marceneiro foi o primeiro vértice, o da exploração estilística do Fado Tradicional; Hermínia viria a trazer o Fado para as grandes salas do Teatro de Revista, e viria a "inaugurar" a futura Canção Nacional, com acompanhamentos de grandes orquestras, dirigidas por maestros, que também eram compositores. A sua fama atingiu um tal ponto que o Cinema, quis aproveitar o seu sucesso como figura de grande plano.
Efetivamente, nove anos depois de se ter estreado na Revista, Hermínia integra o elenco do filme de Chianca de Garcia, Aldeia da Roupa Branca (1938), num papel que lhe permite cantar no filme. Nascera assim, a que viria a ser considerada, a segunda artista mais popular do século XX português, depois de Amália Rodrigues, o terceiro vértice do Fado, ainda por nascer.
Depois de várias presenças no estrangeiro, com especial incidência no Brasil e em Espanha, Hermínia aposta numa carreira mais concentrada em Portugal. O seu conhecido e parodiado receio em andar de avião, inviabilizou-lhe muitos contratos que surgiam em catadupa. Mas, Hermínia estava no céu, na sua Lisboa das sete colinas.
Em 1943 é chamada para mais um filme, o Costa do Castelo, em 1946 roda o Homem do Ribatejo, passando regularmente pelos palcos do Parque Mayer, fazendo sucesso com os seus fados e as suas rábulas de Revista. Efetivamente, Hermínia consegue alcançar tal êxito no Teatro, que o SNI, atribui-lhe o "Prémio Nacional do Teatro", um galardão muito cobiçado na época. Até 1969, em "O Diabo era Outro", a popularidade da fadista encheu os écrans dos cinemas de todo o país. Vieram mais Revistas, mais recitais, muitos discos de sucesso.
Mas, para quem quisesse conhecer a grande Hermínia bem mais de perto, ainda tinha a oportunidade de ouro, de vê-la ao vivo e a cores, sem microfone, na sua Casa - o Solar da Hermínia, restaurante que manteve quase até ao fim da sua vida artística.
Felizmente, o estado português, o antigo e o contemporâneo, reconheceu Hermínia Silva. São vários os prémios e condecorações, as distinções e as nomeações, justíssimas para uma artista, que fez escola, e que hoje, constitui um dos três maiores nomes da Canção Nacional, ao lado de Marceneiro e de Amália, que por razões diferentes, pelas novidades de forma e conteúdo distintos que trouxeram à Canção de Lisboa, fizeram dela, o Fado, tal qual hoje é entendido, cantado, tocado e formatado.
A fadista cantou quase até falecer, em 13 de junho de 1993. Morria assim uma das maiores vedetas do Fado e do Teatro de Revista Português. O seu corpo foi sepultado no cemitério dos Prazeres.