Nascido no
Condado de Kildare, na
Irlanda, Shackleton e a sua família anglo-irlandesa mudaram-se para
Sydenham, uma zona dos subúrbios de
Londres, quando ele tinha dez anos de idade. A sua primeira experiência nas regiões polares foi como terceiro-oficial na
Expedição Discovery liderada pelo capitão
Robert Falcon Scott, em 1901-04, durante a qual foi enviado para casa mais cedo devido a problemas com
escorbuto. Determinado a dar a volta a este insucesso pessoal, regressou à Antártida em 1907 à frente da
Expedição Nimrod. Em janeiro de 1909, ele e mais três companheiros efectuaram uma marcha para sul que estabeleceria uma nova marca
Farthest South - latitude 88° 23′ S, a 180 km do
Polo Sul. Por esta conquista, Shackleton recebeu o título de
cavaleiro do rei
Eduardo VII quando regressou a casa.
Depois da corrida ao Polo Sul ter terminado em dezembro de 1911, com a
conquista de Roald Amundsen, Shackleton virou a sua atenção para aquele que ele considerava ser o restante grande objectivo da exploração antárctica: atravessar o continente de mar a mar, passando pelo polo. Para prosseguir com este projecto, Shackleton preparou a
Expedição Transantártica Imperial (1914-17). A expedição não correu bem, com o navio,
Endurance a ficar preso no gelo e, posteriormente, a ser lentamente esmagado mesmo antes da tripulação conseguir desembarcar. Seguiu-se uma série de explorações, e um salvamento
in-extremis sem, no entanto, perdas humanas, que daria o estatuto de herói a Shackleton, embora não tivesse sido imediatamente claro. Em 1921, regressou à Antártida, na
Expedição Shackleton–Rowett, com a intenção de levar a cabo um programa científico. Antes mesmo de a expedição ter começado os seus trabalhos de pesquisa, Shackleton morreria de ataque cardíaco enquanto o seu navio,
Quest, estava ancorado na
Geórgia do Sul. A pedido da sua esposa, foi ali enterrado.
Fora das expedições, a vida de Shackleton era, geralmente, agitada e unfulfilled. Na sua busca por soluções para o seu bem-estar e segurança, ele criou vários negócios, mas nenhum teve sucesso. Os seus assuntos financeiros eram habitualmente confusos; quando morreu, estava significativamente endividado. Após a sua morte, foi elogiado pela imprensa, acabou por ser, em larga medida, esquecido, enquanto a reputação do seu rival, Scott, manteve-se durante muitas décadas. No século XX, Shackleton foi "redescoberto", tonando-se uma figura de culto, um modelo de liderança que, em circunstâncias extremas, mantinha a coesão na sua equipa, numa história de sobrevivência, descrita pela historiadora polar, Stephanie Barczewski, como "incrível".
As suas qualidades de liderança chamaram a atenção no início do século XXI, principalmente devido ao sucesso obtido nas operações de salvamento da Expedição
Transantáctica Imperial. O seu carácter é resumido na última frase do livro
Shackleton's Boat Journey de F A Worsley, capitão do
Endurance como "As suas características mais marcantes são o seu cuidado e atenção para com o bem-estar de todos os seus homens."