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quinta-feira, setembro 26, 2024

Há um ano houve um mega-tsunami na Gronelândia que quase passava despercebido

Mega tsunami provocou onda que durou mais de uma semana na Gronelândia

 

 

Fenómeno inédito, acompanhado de ondas de mais de 200 metros de altura, foi desencadeado por uma queda de rochas. Onda estacionária oscilou para a frente e para trás durante mais de uma semana.

Um tsunami catastrófico, desencadeado por um enorme deslizamento de terras no desabitado fiorde de Dickson, na Gronelândia, gerou uma queda de rochas que, por sua vez, levou à formação de uma onda gigante que deixou marcas de inundação até 200 metros de altura em certas zonas.

Os dados sísmicos, registados pelo Centro Alemão de Investigação em Geociências (GFZ), revelaram que o fenómeno da costa leste da Gronelândia, que teve lugar a 16 de setembro de 2023, durou mais de uma semana.

O deslizamento de terras, que ocorreu numa região remota, criou uma onda colossal que atravessou o fiorde, afetando regiões até 50 quilómetros de distância. Perto da origem do deslizamento de terras, as alturas das ondas excederam os 200 metros, com alturas médias de ondas costeiras de 60 metros.

Estações sísmicas localizadas a até 5.000 quilómetros de distância detetaram os tremores iniciais da queda de rochas, indicando a escala do evento. No entanto, o que surpreendeu os investigadores foi um sinal sísmico de período muito longo (VLP) invulgarmente persistente que continuou durante mais de sete dias, uma duração altamente invulgar neste tipo de eventos.

O sinal VLP foi gerado por uma onda estacionária, com aproximadamente um metro de altura, que oscilou para a frente e para trás no fiorde durante mais de uma semana. As ondas estacionárias e os seus correspondentes sinais de longo período são conhecidos dos sismólogos, tipicamente associados a grandes eventos em glaciares. No entanto, a duração alargada do sinal neste caso não tem precedentes.

“O simples facto de o sinal VLP de uma onda que se desloca para trás e para a frente, desencadeada por um deslizamento de terras numa zona remota da Gronelândia, poder ser observado em todo o mundo e durante mais de uma semana é empolgante”, observou Angela Carrillo Ponce, estudante de doutoramento no GFZ e principal autora do estudo, citada pelo Science Blog.

A equipa de investigação corroborou as suas descobertas com imagens de satélite, confirmando que os sinais sísmicos iniciais correspondiam à força e à direção da queda de rochas.

O estudo sublinha a importância de compreender estes fenómenos à medida que as alterações climáticas aceleram o recuo dos glaciares e o degelo do permafrost, aumentando potencialmente o risco de deslizamentos de terras e megatsunamis semelhantes.

 

in ZAP

segunda-feira, julho 15, 2024

A crosta continental primitiva pode ser mais antiga do que se pensava...

Descobertos vestígios de uma parte antiga da crosta terrestre com 3,75 mil milhões de anos

 

 

A pesquisa também desafia as crenças científicas atuais e aponta que a crosta continental pode ter-se formado mais de mil milhões de anos depois da formação da própria Terra.

Uma descoberta pioneira da Universidade de Copenhaga revela que o mais antigo leito rochoso escandinavo tem origem na Gronelândia, lançando luz sobre a formação dos continentes e a vida na Terra.

Este estudo, publicado por cientistas do Departamento de Geociências e Gestão de Recursos Naturais na Geology, baseia-se em análises químicas de minerais de zircão encontrados em afloramentos finlandeses, apontando para uma origem comum com rochas da Gronelândia de há cerca de 3,75 mil milhões de anos.

Estas análises, incluindo três testes isotópicos independentes, sugerem que o leito rochoso da Escandinávia é significativamente mais antigo do que se pensava anteriormente, remontando a sua origem a um “fragmento” da Gronelândia.

Este fragmento, ao longo de centenas de milhões de anos, deslocou-se e eventualmente “enraizou-se” onde hoje se encontra a Finlândia.

O período em questão, quando a crosta da Terra se separou da Gronelândia, apresentava um planeta muito diferente, possivelmente coberto por água, mas sem oxigénio na atmosfera.

Esta fase primitiva da Terra é crucial para entendermos a singularidade do nosso planeta, especialmente no que diz respeito à presença de água líquida e crosta continental de granito, fatores considerados essenciais na busca por exoplanetas habitáveis e vida fora da Terra.

Os continentes, segundo os investigadores, desempenham um papel fundamental na sustentação da vida, influenciando as correntes oceânicas e o clima.

Além disso, este estudo desafia os modelos frequentemente utilizados para calcular o crescimento dos continentes, sugerindo que a crosta continental pode ter começado a formar-se cerca mil milhões de anos após a formação do planeta, e não simultaneamente, como previamente assumido, aponta o SciTech Daily.

Este trabalho também abre caminho para futuras investigações sobre se os “fragmentos” antigos da crosta encontrados noutras partes do mundo, como Austrália, África do Sul e Índia, partilham uma origem comum ou se se formaram independentemente.

 

in ZAP

domingo, abril 28, 2024

Notícia interessante sobre o magnetismo terrestre...

El cielo protector de la Tierra tiene al menos 3.700 millones de años

Un grupo de científicos halla en rocas de Groenlandia la señal más antigua del campo magnético terrestre

 


La coautora de la investigación, Athena Eyster, junto a una porción del cinturón de rocas verdes de Isua en el que se aprecian vetas alternativas de cuarzo (las blancas) y magnetita que conserva la señal magnética

 

En el suroeste de Groenlandia, rodeado de hielo milenario, se encuentra el cinturón de rocas verdes de Isua. Es la formación litológica más antigua y mejor conservada del planeta. En estas piedras, según algunos estudios cuestionados, quedaron grabadas las primeras muestras de vida hace 3.700 millones de años. Ahora, un grupo de científicos asegura haber encontrado en el mismo lugar y de la misma época, la señal más primitiva del campo magnético terrestre, una especie de cúpula que protege la Tierra y toda la vida que alberga de la radiación exterior.

Aunque la ciencia va algo a tientas en esto, se ha teorizado que la dinámica de la parte exterior del núcleo terrestre, compuesto esencialmente de hierro y níquel fundidos, girando en torno a una bola férrica más interna genera campos eléctricos que en su giro sostienen un campo magnético como si el planeta fuera la dinamo de una bicicleta. Su alcance se extiende centenares de kilómetros más allá de la atmósfera. Esta magnetosfera sale al encuentro de la radiación cósmica y, en particular, del viento solar, una lluvia de partículas que, de llegar a la superficie terrestre, podría romper las cadenas de ADN que sostienen a todos los seres vivos, por ejemplo. Pero este cielo protector no siempre estuvo ahí, y datar su aparición es relevante para terminar de escribir los primeros capítulos de la vida en la Tierra. También para entender su ausencia en otros planetas sin magnetismo, como Venus.

Por eso el descubrimiento recién anunciado por una decena de científicos de otras tantas universidades es tan significativo. Después de años de búsqueda han encontrado en aquel cinturón de rocas verdes de Isua un mineral de hierro, magnetita, que conserva la señal de un evento producido hace unos 3.700 millones de años que les permite detectar el campo magnético existente entonces. De confirmarse por nuevos análisis, se trataría el primer rastro del magnetismo terrestre.

En aquel entonces, un proceso geológico - probablemente tectónico - con temperatura superior a los 580º modificó la forma y composición de las rocas. En una de esas modificaciones, las partículas de hierro de la magnetita, el mineral con mayor magnetismo que se conoce, se reorientaron y capturaron la intensidad del campo magnético. “Las rocas se magnetizaron durante un evento metamórfico temprano de alta temperatura que provocó que se formara la magnetita, adquiriendo un registro del campo magnético hace 3.700 millones de años”, dice la profesora de Ciencias de la Tierra de la Universidad de Oxford (Reino Unido) y primera autora del trabajo, Claire Nichols. Esta datación supone adelantar la presencia de este campo en varios centenares de años. Hasta ahora, la marcas de paleomagnetismo más antiguas se habían encontrado en formaciones rocosas de Sudáfrica y Australia.

Según los resultados de esta investigación, publicada en la revista científica Journal of Geophysical Research, la intensidad del campo magnético entonces era de 15 microteslas. En la actualidad, aunque variable, tiene un valor medio aproximado de 30 microteslas. El viento solar ha sido significativamente más fuerte en el pasado, lo que sugiere que la protección de la superficie de la Tierra contra la radiación exterior ha aumentado con el tiempo. Esto invita a fantasear sobre la conexión entre la protección del campo con la evolución de la vida sobre el planeta, primero permitiéndola y, después, facilitando el paso desde el ambiente marino al terrestre. Pero Nichols recuerda que su trabajo “no ofrece pruebas ni a favor ni en contra de la presencia de vida hace, o antes, de los 3.700 millones, años, solo las condiciones que experimentaría cualquier vida presente”.

 


Muestras de las rocas extraídas en Groenlandia que conservan la señal de cómo era el campo magnético terrestre hace 3.700 millones de años

 

Las fechas no concuerdan: ya antes de la formación de estas rocas de Groenlandia, la vida bacteriana marina ya existía. Habría que esperar varios cientos de millones de años para que se produjera la llamada Gran Oxidación. Y deberían pasar muchísimos años más para que la vida saliera del agua y conquistara la tierra seca. Pero nada de esto podría haber pasado sin el campo magnético terrestre y la magnetosfera.

El campo magnético de la Tierra se genera mediante la mezcla del hierro fundido en el núcleo externo fluido, impulsado por fuerzas de convección a medida que el núcleo interno se solidifica. Durante la fase inicial de la formación planeta, la parte sólida aún no se había formado, lo que deja abiertas preguntas sobre cómo se sostenía entonces el campo magnético. La investigadora británica cree muy probable que la Tierra “siempre ha generado un campo magnético, particularmente en su historia más temprana, cuando el planeta estaba muy caliente y la convección térmica en el núcleo habría sido vigorosa”.

Para las autoras, comprender cómo la intensidad del campo magnético de la Tierra ha variado con el tiempo también es clave para determinar cuándo comenzó a formarse el núcleo sólido interno del planeta. Esto ayudaría a comprender la rapidez con la que el calor se escapa del interior profundo de la Tierra, esencial para comprender procesos como la tectónica de placas. Y clave para el futuro. Aún queda mucho para que el núcleo terrestre se enfríe y solidifique del todo, pero este proceso debió suceder (o está sucediendo) en otros planetas que tuvieron y ya no tienen campo magnético y que tuvieron y ya no tienen atmósfera.

 

sexta-feira, abril 26, 2024

Foi descoberto mais um fóssil interessante câmbrico...

“Besta do terror” com 500 milhões de anos descoberta na Gronelândia

 

 

Ilustração do predador gigante que viveu há cerca de 518 milhões de anos no que é hoje a Gronelândia

 

A criatura só tinha até 30 centímetros, mas era um dos maiores predadores da sua época, sendo comparável a tubarões e focas modernas na cadeia alimentar marinha. 

Há cerca de 518 milhões de anos, um longo, um artrópode assombrou as águas do Câmbrico.

Conhecido como a “besta do terror” (Timorebestia koprii), o fóssil do animal marinho pré-histórico foi descoberto no norte da Gronelândia, mais especificamente na formação Sirius Passet. Foi encontrado excecionalmente bem preservado, o que permitiu uma análise detalhada da sua anatomia e dieta.

O predador, dominante no seu ecossistema, media até 30 centímetros de comprimento. Parece pouco, mas na época, lembra o Live Science, estas dimensões fariam da “besta” um dos maiores animais nadadores do mundo pré-histórico. Aliás, era comparável a tubarões e focas modernas na cadeia alimentar marinha, sublinha o estudo publicado na Science Advances.

“Eram gigantes do seu tempo e estariam perto do topo da cadeia alimentar”, disse Jakob Vinther, paleontólogo da Universidade de Bristol, em comunicado. “Isso torna-os equivalentes em importância a alguns dos principais carnívoros dos oceanos modernos, como tubarões e focas, no período Câmbrico.”

Com uma fileira de barbatanas e antenas longas, adaptava-se facilmente ao estilo de vida predatório. A sua dieta consistia principalmente em Isoxys, artrópode marinho já extinto, mas muito comum nos mares do período Câmbrico.

A descoberta de um espécime de Isoxys ainda alojado na região da mandíbula de um fóssil deu as provas necessárias aos investigadores dos hábitos alimentares da Timorebestia. Apesar das espinhas defensivas destes pequenos organismos, eram uma presa comum para os antigos vermes dominantes.

Outro aspeto notável da “besta de terror” é o seu gânglio ventral, um centro nervoso revelado através da análise por feixe de eletrões realizada pela equipa. Este gânglio sugere uma relação evolutiva próxima com os quetognatas modernos (ou vermes-flecha), pequenos animais marinhos, conhecidos pelos seus dois “pentes” de espinhos quitinosos e retráteis na cabeça, que usam para capturar as suas presas.

Mas o que distingue, sem margem para dúvidas, a velha besta é a localização das suas mandíbulas: eram internas, ao contrário das cerdas externas vistas nos quetognatas atuais.

“Hoje em dia, os vermes-flecha têm cerdas ameaçadoras no exterior das suas cabeças para capturar presas, enquanto a Timorebestia tinha mandíbulas dentro da cabeça”, explica o coautor do estudo, Luke Parry, paleobiólogo da Universidade de Oxford.

A descoberta, fascinante por si só, pode também vir a oferecer novos conhecimentos e perspetivas sobre as conexões evolutivas entre organismos marinhos antigos - especialmente aqueles que remetem ao período Câmbrico - e modernos.

“A Timorebestia e outros fósseis semelhantes fornecem ligações entre organismos estreitamente relacionados que hoje parecem muito diferentes”, sublinha Parry.

 

in ZAP

domingo, janeiro 21, 2024

Há 56 anos ocorreu na Gronelândia um grave acidente nuclear

Boeing B-52G similar ao avião destruído
    
O Acidente da Base Aérea de Thule de 1968 ocorreu no dia 21 de janeiro de 1968, envolvendo um B-52 Stratofortress da Força Aérea dos Estados Unidos. Nessa data, o avião caiu no gelo a alguns quilómetros da Base Aérea de Thule e os investigadores só conseguiram recuperar três das quatro bombas nucleares.
Segundo documentos que eram confidenciais, obtidos graças à Freedom of Information Act (lei americana que permite que as agências federais revelem os seus documentos), os americanos nunca conseguiram localizar a bomba, apesar das buscas realizadas perto da base aérea de Thule, onde em 1968 um caça estratégico B-52 caiu com quatro bombas nucleares a bordo.
A base de Thule, a mais setentrional da Força Aérea dos Estados Unidos e de grande importância estratégica, foi construída em plena guerra fria, no início da década de 50. Era um elo importante na cadeia de radares do Norad (sistema de vigilância do espaço aéreo americano), previsto para detetar qualquer lançamento de mísseis soviéticos.
  

sábado, janeiro 21, 2023

Um grave acidente nuclear ocorreu há 55 anos na Gronelândia

Boeing B-52G similar ao avião destruído
    
O Acidente da Base Aérea de Thule de 1968 ocorreu no dia 21 de janeiro de 1968, envolvendo um B-52 Stratofortress da Força Aérea dos Estados Unidos. Nessa data, o avião caiu no gelo a alguns quilómetros da Base Aérea de Thule e os investigadores só conseguiram recuperar três das quatro bombas nucleares.
Segundo documentos que eram confidenciais, obtidos graças à Freedom of Information Act (lei americana que permite que as agências federais revelem os seus documentos), os americanos nunca conseguiram localizar a bomba, apesar das buscas realizadas perto da base aérea de Thule, onde em 1968 um caça estratégico B-52 caiu com quatro bombas nucleares a bordo.
A base de Thule, a mais setentrional da Força Aérea dos Estados Unidos e de grande importância estratégica, foi construída em plena guerra fria, no início da década de 50. Era um elo importante na cadeia de radares do Norad (sistema de vigilância do espaço aéreo americano), previsto para detetar qualquer lançamento de mísseis soviéticos.
  

sexta-feira, janeiro 21, 2022

Há 54 anos ocorreu um grave acidente nuclear na Base Aérea de Thule, na Gronelândia

Boeing B-52G similar ao avião destruído
    
O Acidente da Base Aérea de Thule de 1968 ocorreu no dia 21 de janeiro de 1968, envolvendo um B-52 Stratofortress da Força Aérea dos Estados Unidos. Nessa data, o avião caiu no gelo a alguns quilómetros da Base Aérea de Thule e os investigadores só conseguiram recuperar três das quatro bombas nucleares.
Segundo documentos que eram confidenciais, obtidos graças à Freedom of Information Act (lei americana que permite que as agências federais revelem os seus documentos), os americanos nunca conseguiram localizar a bomba, apesar das buscas realizadas perto da base aérea de Thule, onde em 1968 um caça estratégico B-52 caiu com quatro bombas nucleares a bordo.
A base de Thule, a mais setentrional da Força Aérea dos Estados Unidos e de grande importância estratégica, foi construída em plena guerra fria, no início da década de 50. Era um elo importante na cadeia de radares do Norad (sistema de vigilância do espaço aéreo americano), previsto para detetar qualquer lançamento de mísseis soviéticos.
  

quinta-feira, janeiro 21, 2021

O acidente nuclear na Base Aérea de Thule, na Gronelândia, foi há 53 anos

Boeing B-52G similar ao avião destruído
  
O Acidente da Base Aérea de Thule de 1968 ocorreu no dia 21 de janeiro de 1968, envolvendo um B-52 Stratofortress da Força Aérea dos Estados Unidos. Nessa data, o avião caiu no gelo a alguns quilómetros da Base Aérea de Thule e os investigadores só conseguiram recuperar três das quatro bombas nucleares.
Segundo documentos que eram confidenciais, obtidos graças à 'Freedom of Information Act' (lei americana que permite que as agências federais revelem os seus documentos), os americanos nunca conseguiram localizar a bomba, apesar das buscas realizadas perto da base aérea de Thule, onde em 1968 um caça estratégico B-52 caiu com quatro bombas nucleares a bordo.
A base de Thule, a mais setentrional da Força Aérea dos Estados Unidos e de grande importância estratégica, foi construída em plena guerra fria, no início da década de 1950. Era um elo importante na cadeia de radares do Norad (sistema de vigilância do espaço aéreo americano), previsto para detetar qualquer lançamento de mísseis soviéticos.
  

domingo, janeiro 21, 2018

Há cinquenta anos ocorreu um acidente nuclear na Base Aérea de Thule

Boeing B-52G similar ao avião destruído

O Acidente da Base Aérea de Thule de 1968 ocorreu no dia 21 de janeiro de 1968, envolvendo um B-52 Stratofortress da Força Aérea dos Estados Unidos. Nessa data, o avião caiu no gelo a alguns quilómetros da Base Aérea de Thule e os investigadores só conseguiram recuperar três das quatro bombas nucleares.
Segundo documentos que eram confidenciais, obtidos graças à 'Freedom of Information Act' (lei americana que permite que as agências federais revelem os seus documentos), os americanos nunca conseguiram localizar a bomba, apesar das buscas realizadas perto da base aérea de Thule, onde em 1968 um caça estratégico B-52 caiu com quatro bombas nucleares a bordo.
A base de Thule, a mais setentrional da Força Aérea dos Estados Unidos e de grande importância estratégica, foi construída em plena guerra fria, no início da década de 1950. Era um elo importante na cadeia de radares do Norad (sistema de vigilância do espaço aéreo americano), previsto para detetar qualquer lançamento de mísseis soviéticos.
 

segunda-feira, janeiro 02, 2017

Notícia sobre paleontologia no Público

Português descobre na Gronelândia um dos primeiros animais do Atlântico primitivo

Foram encontrados ossos de um plesiossauro, um animal marinho com cerca de 200 milhões de anos.

Imagem que recria um plesiossauro

O paleontólogo Octávio Mateus, único português em expedições paleontológicas à Gronelândia, anunciou neste sábado a descoberta de fósseis de plesiossauro, um réptil marinho que testemunha a primeira incursão no mar durante abertura do Atlântico há 200 milhões de anos.

O anúncio este mês num congresso científico pelos investigadores Jesper Milan, Octávio Mateus, Lars Clemmensen e Marco Marzola, validou a descoberta do "plesiossauro mais antigo da Gronelândia, com cerca de 200 milhões de anos, e dos primeiros animais marinhos a explorar aquela zona" no início da separação dos continentes europeu e norte-americano, que resultou na abertura do Oceano Atlântico, afirmou à agência Lusa o português.

O professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e investigador do Museu da Lourinhã, que em 2012 e já este ano integrou expedições internacionais à Gronelândia, explicou que os cientistas tinham escavado apenas animais de "ambientes terrestres" do Triásico, com 220 milhões de anos, como anfíbios, dinossauros e fitossauros, répteis semelhantes a crocodilos.

"Em camadas um pouco mais acima, portanto mais recentes, do Jurássico Inferior, encontrámos três ossinhos [vértebras e costelas] que são de um plesiossauro, que é um animal marinho, logo é um dos primeiros vertebrados marinhos ligados à abertura do Atlântico e testemunha uma mudança ligada à abertura do Atlântico", descreveu.

Pela escassez do material fóssil, os cientistas não conseguem identificar o género e a espécie de plesiossauro.

No último Verão, os quatro investigadores escavaram vestígios de fitossauros na Gronelândia de uma espécie ainda por determinar.

Além disso, poderá trazer novas explicações para a paleogeografia. "Se for mais aparentado a uma espécie europeia, quer dizer que do ponto de vista paleogeográfico aquela zona da Gronelândia tinha conexões terrestres com a Europa. Se for mais aparentado a espécies norte-americanas, mostra o contrário", apontou o especialista, esclarecendo que "a maioria da fauna daquela região tem uma afinidade europeia maior, o que é estranho, porque do ponto de vista geológico a Gronelândia pertence ao continente americano".

"Todo aquele território está por explorar. É uma oportunidade para os paleontólogos descobrirem material novo", disse Octávio Mateus.

Sendo um local inóspito e polar, os paleontólogos são transportados de helicóptero para as expedições e têm de levar tendas para pernoitar, mantimentos alimentares e foram ensinados a manusear armas para lidar com possíveis encontros com ursos polares.

Os achados escavados na última expedição científica acabam de chegar ao laboratório do Museu da Lourinhã para serem preparados e estudados e seguirem depois para exposição num museu dinamarquês, o Geocenter Moensklint.

"É uma forma de dar continuidade a um trabalho de relacionamento com instituições de vários países com projetos e materiais que vieram de outras parte do globo, desde Moçambique, Angola e Estados Unidos da América", afirmou Lubélia Gonçalves, presidente da direcção do Grupo de Etnografia e Arqueologia da Lourinhã, associação que gere o museu.

Trata-se da maior colecção estrangeira recebida pelo Museu da Lourinhã.

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