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segunda-feira, outubro 16, 2023

O ditador comunista Enver Hoxha nasceu há 115 anos...

   
Enver Halil Hoxha (Gjirokastër, 16 de outubro de 1908  - Tirana, 11 de abril de 1985) foi o líder da Albânia do fim da Segunda Guerra Mundial até à sua morte, em 1985, na função de primeiro secretário do Partido Trabalhista da Albânia (Partido Comunista). Ele também atuou como primeiro-ministro da Albânia de 1944 a 1954, ministro da Defesa de 1944 a 1953, ministro das Relações Exteriores de 1946 a 1953, líder da Frente Democrática de 1945 até sua morte e comandante-em-chefe das Forças Armadas albanesas de 1944 até sua morte.
A liderança de Hoxha foi caracterizada pelo isolacionismo e sua aderência firme e manifesta ao Marxismo-Leninismo antirrevisionista da metade da década de 1970 em diante. Após a sua rutura com o maoísmo no fim da década de 70 e início da década de 80, inúmeros partidos maoístas declararam-se hoxhaístas. A Conferência Internacional dos Partidos e Organizações Marxistas-Leninistas (Unidade e Luta) é a mais conhecida coligação de tais partidos hoje em dia.
   
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Partido Trabalhista da Albânia - Partia e Punës e Shqipërisë
    
Religião
A Albânia, sendo o estado mais predominantemente muçulmano na Europa devido à influência turca, identificava, assim como o Império Otomano, religiões com etnias. No Império Otomano muçulmanos eram vistos como “turcos”, ortodoxos orientais eram vistos como “gregos” e católicos como “latinos.” Hoxha via isto como um sério problema, achando que isto inflamava tanto aos separatistas gregos no Épiro Setentrional e quanto também dividia a nação de um modo geral. A Lei de Reforma Agrária de 1945 confiscou grande parte da propriedade da igreja no país. Os católicos foram a primeira comunidade religiosa a ser alvo, já que o Vaticano foi visto como um agente do Fascismo e do anticomunismo. Em 1946, a Ordem Jesuíta, e, em 1947, os franciscanos foram banidos. O Decreto Nº. 743 (Sobre as Religiões) afetou uma igreja nacional e proibiu líderes religiosos de se associarem com potências estrangeiras.
O Partido focou-se na educação ateísta nas escolas. Esta tática foi eficaz, principalmente devido à política de aumento da taxa de natalidade encorajada após a guerra. Durante períodos sagrados como o Ramadão ou a Quaresma, muitos alimentos proibidos (laticínios, carne, etc.) foram distribuídos em escolas e fábricas e as pessoas que recusavam a comer tais comidas eram denunciadas. A partir de 6 de fevereiro de 1967, o Partido começou uma nova ofensiva contra as religiões. Hoxha, que havia declarado uma “Revolução Cultural e Ideológica” após ter sido parcialmente inspirado pela Revolução Cultural chinesa, encorajou estudantes e trabalhadores comunistas a usarem táticas mais enérgicas para promover o ateísmo, apesar do uso de violência ter sido inicialmente condenado.
De acordo com Hoxha, o surgimento de atividade antirreligiosa começou com a juventude. O resultado deste “movimento espontâneo, não provocado” foi o encerramento de 2.169 igrejas e mesquitas na Albânia. O ateísmo de estado tornou-se a política oficial e a Albânia foi declarada o primeiro estado ateu do mundo. Nomes de vilas e cidades de inspiração religiosa foram mudados, tal como nomes pessoais. Durante este período, nomes de inspiração religiosa também foram declarados ilegais. O “Dicionário de Nomes do Povo”, publicado em 1982, continha 3.000 nomes seculares que eram permitidos. Em 1992, Monsenhor Ivan Dias, o Núncio Papal para a Albânia, nomeado pelo Papa João Paulo II, disse que, dos trezentos padres católicos presentes na Albânia antes dos comunistas chegarem ao poder, apenas trinta sobreviveram. Toda prática religiosa e clerical foi banida e aquelas figuras religiosas que se recusassem a abrir mão das suas posições eram presas ou forçadas a esconderem-se.
     
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O país
A Albânia era muito pobre e atrasada para os padrões europeus e possuía o padrão de vida mais baixo da Europa. Como resultado da auto-suficiência, a Albânia tinha uma dívida externa minúscula. Em 1983, a Albânia importou bens no valor de US$ 280 milhões, mas exportou bens no valor de US$ 290 milhões, produzindo um superavit comercial de US$ 10 milhões.
Em 1981 Hoxha ordenou a execução de muitos oficiais do Partido e do governo, numa nova purga. Foi comunicado que o primeiro-ministro, Mehmet Shehu, havia cometido suicídio em dezembro de 1981 e foi, subsequentemente, condenado como um “traidor” da Albânia e acusado de estar ao serviço de várias agências secretas estrangeiras. Acredita-se que ele foi assassinado ou atirou contra si mesmo , durante uma luta pelo poder ou devido a diferenças a respeito de política externa com Hoxha. Hoxha também escreveu uma grande quantidade de livros durante este período, resultando em mais de 65 volumes de obras completas, concentrados em seis volumes de obras selecionadas.
Posteriormente, Hoxha retirou-se parcialmente, devido à sua saúde debilitada, após ter sofrido um ataque cardíaco em 1973 do qual nunca recuperou completamente. Ele passou a maior parte das funções de estado para Ramiz Alia. Nos seus dias finais ele estava confinado a uma cadeira de rodas e sofria de diabetes - doença da qual sofria desde 1948 - e de isquemia cerebral - da qual sofria desde 1983. A morte de Hoxha, no dia 11 de abril de 1985, deixou para a Albânia um legado de isolamento e medo do mundo externo. Apesar de alguns progressos económicos alcançados por Hoxha, a economia do país estava em estagnação, a Albânia era o país mais pobre da Europa durante grande parte do período da Guerra Fria. No começo do século XXI, muito pouco do legado de Hoxha continua em curso na Albânia de hoje, desde a transição para o capitalismo, em 1992.
      

sábado, outubro 14, 2023

O ditador Mobutu nasceu há 93 anos...

    
Mobutu Sese Seko Nkuku Ngbendu wa Za Banga (Lisala, Congo Belga, 14 de outubro de 1930 - Rabat, Marrocos, 7 de setembro de 1997). O seu nome significava em português: O Todo Poderoso Guerreiro que, Por Sua Força e Inabalável Vontade de Vencer, Vai de Conquista em Conquista, Deixando Fogo no Seu Rasto. O seu nome de batismo era Joseph-Desiré Mobutu. Foi o presidente do Zaire (atual República Democrática do Congo) entre 1965 e 1997. Com uma imagem marcada pelo uso de um barrete de pele de leopardo e uma bengala, fica para a história contemporânea de África como um dos mais poderosos governantes do continente.
Mobutu alistou-se em 1949 no exército, como sargento da Força Pública congolesa. Envolveu-se na luta pela independência, que foi conseguida em 1960, exercendo então o cargo de secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
Afastou-se depois da política, mas não da atividade militar, esfera em que foi consolidando a sua influência até que ela se tornou um incontornável poder, de facto, no país. Decidiu-se por uma iniciativa militar, em 1965, que afastou o presidente e o primeiro-ministro, declarando-se Mobutu o seu herdeiro espiritual. Dissolveu a Assembleia Nacional e assumiu a titularidade de todos os poderes (Legislativo, Executivo e Judicial), em regime de partido único, de tal forma que o seu nome veio a confundir-se com o próprio Estado.
Perante a comunidade internacional, alegou ser o único garante da unidade de um país multiétnico e, apesar da sua política ditatorial, foi apoiado pelos países ocidentais, que não queriam ver instalado um regime comunista em tão importante região africana. Em 1971, Mobutu mudou o nome do país e do importante rio internacional, ambos Congo, para Zaire.
Mobutu governava um dos países mais ricos do continente (entre outras potencialidades económicas, merece destaque a exploração de metais e pedras preciosas), mas o seu povo vivia cada vez mais abaixo do limiar da pobreza. A dívida externa chegava a atingir os 12 mil milhões de dólares. Em simultâneo, a fortuna pessoal de Mobutu, quase toda no estrangeiro, subia para índices estimados hoje em cerca de 7 mil milhões de dólares. O presidente concentrava nas suas mãos uma grande parte do Produto Interno Bruto do país.
Em 12 de dezembro de 1984 foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique.
Em 1997 o regime de Mobutu chegou ao fim. Após 32 anos no poder, O Grande Leopardo (como era por vezes apelidado) viu-se obrigado a abandonar o país, deixando o poder a Laurent-Désiré Kabila, que durante muitos anos lhe vinha movendo uma luta de guerrilha. Morreu, de cancro da próstata, no exílio, em Rabat, Marrocos, em setembro de 1997.
   

quinta-feira, outubro 05, 2023

O Chile disse NÃO ao ditador Pinochet há trinta e cinco anos...!


El plebiscito nacional de Chile de 1988 fue un referéndum realizado en Chile el miércoles 5 de octubre de 1988, durante el Régimen Militar. Este plebiscito se llevó a cabo en aplicación de las disposiciones transitorias (27 a 29) de la Constitución Política de 1980, para decidir si Augusto Pinochet seguiría en el poder hasta el 11 de marzo de 1997.
El universo electoral habilitado para votar entonces ascendió a 7.435.913 personas. Del total de votos válidos, el resultado fue de 44,01% por el «Sí» y de 55,99% por el «No» - del total de votos escrutados, el «Sí» obtuvo el 43,01% y el «No», el 54,71%. Conforme a las disposiciones transitorias de la Constitución, el triunfo del «No» implicó la convocatoria de elecciones democráticas conjuntas de presidente y parlamentarios al año siguiente, que conducirían tanto al fin de la dictadura como al comienzo del periodo llamado transición a la democracia.
     

segunda-feira, setembro 11, 2023

O ditador filipino Ferdinando Marcos nasceu há 106 anos...


 

Ferdinand Emmanuel Edralín Marcos (Sarrat, 11 de setembro de 1917 - Honolulu, Havaí, 28 de setembro de 1989) foi um político e advogado filipino, presidente de seu país de 1965 a 1986. Casado com Imelda Marcos, ex-vencedora de um concurso de beleza nas Filipinas, que também ficou conhecida pela sua grande coleção de sapatos.
Foi eleito para a Câmara dos Representantes, em 1949, e para o Senado em 1959. Depois de ter perdido as eleições presidenciais como candidato do Partido Liberal em 1964, veio a ser eleito presidente como candidato do Partido Nacionalista ainda em 1964, sendo reeleito em 1969 e ainda em 1981.
Durante o seu governo realizaram-se reformas económicas e sociais, assim como elaborou uma nova Constituição que atribuía mais poderes à Presidência. A forte oposição levou-o a prender os seus líderes opositores e a instaurar a lei marcial, iniciando uma guerra de guerrilha pelos maoistas e separatistas muçulmanos. Levantou a lei marcial em 1981, mas, no entanto, a corrupção do Governo aumentou, bem como a pobreza e a guerrilha.
Em 1986, foi declarado oficialmente vencedor das eleições, mas suspeitou-se a nível nacional e internacional de fraude eleitoral maciça, tendo-se o exército então dividido e Marcos fugido para o Havai (já no curso da chamada Revolução de Edsa ou Revolução do Poder Popular) subindo ao poder Corazón Aquino, a viúva de Benigno Aquino, um dos seus grandes opositores, assassinado em 1983, a quando do seu regresso às Filipinas.
Em novembro de 2016 foi enterrado no Cemitério dos Heróis Filipinos.
     

A ditadura de Pinochet no Chile começou há 50 anos...

 


Em 11 de setembro de 1973, o presidente democraticamente eleito em 1970, Salvador Allende, sofreu um golpe de estado e o general Augusto Pinochet assumiu o governo, instaurando uma ditadura que iria perdurar por dezassete anos.
   

quinta-feira, setembro 07, 2023

O ditador Mobutu morreu há vinte e seis anos

   
Mobutu Sese Seko Nkuku Ngbendu wa Za Banga (Lisala, Congo Belga, 14 de outubro de 1930 - Rabat, Marrocos, 7 de setembro de 1997), cujo nome significa em português: O Todo Poderoso Guerreiro que, Por Sua Força e Inabalável Vontade de Vencer, Vai de Conquista em Conquista, Deixando Fogo em Seu Rasto (e o nome de batismo Joseph-Desiré Mobutu), foi o presidente do Zaire (atual República Democrática do Congo) entre 1965 e 1997. Com uma imagem marcada pelo uso de um barrete de pele de leopardo e uma bengala, fica para a história contemporânea de África como um dos mais poderosos governantes do continente.
Mobutu alistou-se em 1949 no exército, como sargento da Força Pública congolesa. Envolveu-se na luta pela independência, que foi conseguida em 1960, exercendo então o cargo de secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
Afastou-se depois da política, mas não da atividade militar, esfera em que foi consolidando a sua influência até que ela se tornou um incontornável poder de facto no país. Decidiu-se por uma iniciativa militar, em 1965, que afastou o presidente e o primeiro-ministro, declarando-se Mobutu seu herdeiro espiritual. Dissolveu a Assembleia Nacional e assumiu a titularidade de todos os poderes (Legislativo, Executivo e Judicial), em regime de partido único, de tal forma que o seu nome se veio a confundir com o próprio Estado.
Perante a comunidade internacional, alegou ser o único garante da unidade de um país multiétnico e, apesar da sua política ditatorial, foi apoiado pelos países ocidentais, que não queriam ver instalado um regime comunista em tão importante região africana. Em 1971, Mobutu mudou o nome do país e do importante rio internacional, ambos apelidados de Congo, para Zaire.
Mobutu governava um dos países mais ricos do continente (entre outras potencialidades económicas, merece destaque a exploração de metais e pedras preciosas), mas o seu povo vivia cada vez mais abaixo do limiar da pobreza. A dívida externa chegava a atingir os 12 mil milhões de dólares. Em simultâneo, a fortuna pessoal de Mobutu, quase toda no estrangeiro, subia para índices estimados hoje em cerca de 7 mil milhões de dólares. O presidente concentrava nas suas mãos uma grande parte do Produto Nacional Bruto do país.
Em 12 de dezembro de 1984 foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique.
Em 16 de maio de 1997 o regime de Mobutu chegou ao fim. Após 32 anos no poder, o "Grande Leopardo" (como era por vezes apelidado) viu-se obrigado a abandonar o país, deixando o poder a Laurent-Désiré Kabila, que durante muitos anos, lhe vinha movendo luta através de guerrilha. Morreu, de cancro da próstata, no exílio, em Rabat, Marrocos, a 7 de setembro de 1997.
   

quarta-feira, agosto 30, 2023

A marionete bielorussa do ditador genocida russo faz hoje 69 anos

   
Aleksandr Grigorievitch Lukashenko ou Łukašenka (Kopys, 30 de agosto de 1954) é o atual presidente da Bielorrússia. Eleito pela primeira vez a 20 de julho de 1994 e com mandato até 2001, foi sendo várias vezes reeleito. O seu governo é muito controverso: os seus apoiantes afirmam que a sua política económica salvou o país das piores consequências do capitalismo pós-soviético. Já seus opositores acusam-no de ser um ditador, sendo conhecido inclusive como "o último tirano da Europa". Os Estados Unidos e a União Europeia proibiram a entrega de vistos para si e a sua família. 
   
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Covid-19

O presidente bielorrusso, negacionista da pandemia de COVID-19, deu um discurso no qual disse que a doença não é nada grave, que poderia ser curada com vodka, sauna e trabalho no campo.

Grandes eventos como futebol e hóquei no gelo continuaram com sua agenda regularmente no país e Lukashenko chegou a dizer que jogar hóquei protege contra o vírus. "É melhor morrer de pé do que viver de joelhos! Não há vírus no gelo. Isto é um frigorífico. Eu vivo a mesma vida que sempre vivi, ainda ontem tive uma sessão de treino com a minha equipe. Encontrámo-nos, apertámos as mãos, abraçámo-nos, batemos uns nos outros".

Em 28 de julho de 2020, Lukashenko anunciou que testou positivo para a COVID-19 mas que já estava recuperado.

   
Nas eleições presidenciais

Logo após a sua reeleição em 2020, depois de 26 anos no poder, os bielorrussos começaram a protestar, dizendo que as eleições haviam sido fraudulentas. Segundo a Euronews em 11 de agosto, "Lukashenko diz que não passam de 'carneiros ao serviço das potências estrangeiras' e 'querem armar confusão no nosso país. Avisei que não iriam fazer o mesmo que na Ucrânia, por muito que queiram fazer isso. As pessoas têm de se acalmar'.

A sua opositora Svetlana Tikhanovskaya pediu a recontagem dos votos, mas teve que deixar o país logo após o pleito, refugiando-se na Lituânia. Antes, o marido de Svetlana, Sergei Tikhanovsky, um blogger popular, havia sido impedido de concorrer e enviado para a prisão.

Enquanto isto, Maria Vasilevich, escreveu no seu Instagram que os protestos deveriam parar. "Aqueles que causam desordem, parem com a agressão!", escreveu em seu Instagram.

 
Ligações com a Rússia e a China

Enquanto a União Europeia condenava a repressão aos protestos após as eleições de 2020, Lukashenko recebeu apoio da República Popular da China e da Rússia, de quem é aliado.

Em 3 de setembro de 2020, após o governo alemão ter noticiado no dia anterior que o opositor de Putin, Alexei Navalny, havia sido envenenado, Lukashenko disse que "não houve envenenamento de Navalny".

  
 
(imagem daqui)

segunda-feira, agosto 28, 2023

O ditador corrupto José Eduardo dos Santos nasceu há 81 anos

 

José Eduardo Van-Dúnem dos Santos (Luanda, 28 de agosto de 1942 – Barcelona, 8 de julho de 2022) foi um engenheiro, militar e político angolano que serviu como Presidente de Angola de 1979 a 2017. Como presidente, José Eduardo dos Santos também foi comandante-em-chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA) e presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), o partido que governou Angola desde que obteve independência em 1975.

Em 11 de março de 2016, ele anunciou que deixava a carreira política em 2018, ano em que completaria 76 anos. Porém acabou deixando o cargo em setembro de 2017, sendo sucedido por João Lourenço.

Faleceu em 8 de julho de 2022, de doença prolongada, internado nos cuidados intensivos de um centro médico da cidade de Barcelona, Espanha, aos 79 anos de idade. 
   
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José Eduardo dos Santos foi frequentemente associado à grande corrupção e ao desvio de recursos do petróleo, em grande parte proveniente da província de Cabinda. A sua família é detentora de imenso património, que inclui casas nas principais capitais europeias, participações em grandes empresas, sociedades controladoras em paraísos fiscais e contas bancárias na Suíça — um património acumulado ao longo de décadas de exercício do poder. Os seus oponentes acusam-no de ignorar as necessidades sociais e económicas de Angola, concentrando seus esforços em acumular riqueza na sua família, ao mesmo tempo em que silenciava a oposição ao seu governo.

Em 2012 cerca de 70% da população angolana vivia com menos de 2 dólares por dia, enquanto Santos e sua família acumularam uma imensa fortuna, que inclui participações nas principais empresas do país, bem como em grandes empresas estrangeiras.

Santos enriqueceu desde que assumiu o poder, mas acumulou uma enorme quantidade de bens sobretudo depois da abertura de mercado. A partir do cessar-fogo de 1989/1992, quando grande parte da economia do país foi parcialmente privatizada, ele assumiu o controlo de diversas empresas emergentes e apoiou ofertas públicas de aquisição de várias outras companhias de exploração de recursos naturais.

Eventualmente o Parlamento de Angola considerou ilegal que o presidente, pessoalmente, tivesse participação financeira em empresas. Na sequência, a fortuna de sua filha, Isabel dos Santos, baseada na participação acionista em várias empresas angolanas e estrangeiras, passou a crescer exponencialmente. Paralelamente, o governo passou a assumir o controle acionista em empresas que o presidente indiretamente controlava.

Ao mesmo tempo, o orçamento governamental chegou a 69 mil milhões de dólares em 2012, graças aos rendimentos proporcionados pelo petróleo, os quais saltaram de 3 mil milhões de dólares, em 2002, para 60 mil milhões, em 2008. No entanto, segundo o Fundo Monetário Internacional, 32 mil milhões de dólares das receitas de petróleo desapareceram dos registos do governo. 

José Eduardo dos Santos e o regime que representava tornaram-se alvo de protestos políticos por parte dos jovens angolanos, desde fevereiro de 2011. Uma grande manifestação pública realizada em Luanda, no início de setembro de 2011, foi duramente reprimida pela polícia, com dezenas de pessoas detidas e vários manifestantes feridos. A contestação ocorre sob outras formas, inclusive pelo "kuduro", rap e através de redes sociais da Internet.

Em junho de 2016, José Eduardo dos Santos nomeou a filha Isabel dos Santos para as funções de presidente do conselho de administração da petrolífera estatal Sonangol. Um grupo de 12 juristas angolanos apresentou uma providência cautelar para suspender a eficácia da posse da empresária.
   

domingo, agosto 20, 2023

O ditador genocida Slobodan Milosevic nasceu há 82 anos...

   
Slobodan Milošević (Požarevac, 20 de agosto de 1941 - Haia, 11 de março de 2006) foi presidente da Sérvia de 1989 a 1997 e da República Federal da Jugoslávia de 1997 a 2000. Também foi o principal líder do Partido Socialista da Sérvia desde a sua fundação, em 1990.
Milošević renunciou à presidência jugoslava entre manifestações que se seguiram à concorrida eleição presidencial de 24 de setembro de 2000. Foi preso pelas autoridades federais jugoslavas em 31 de março do ano seguinte, sob suspeita de corrupção, abuso de poder e apropriação indevida. Foi também preso pelo Tribunal Penal Internacional para a antiga Jugoslávia (TPII), um comité das Nações Unidas, sob a acusação de crimes contra a humanidade, de violar as leis e costumes de guerra, violações graves às Convenções de Genebra e genocídio, por seu papel durante as guerras na Croácia, Bósnia e Kosovo. A investigação inicial a respeito de Milošević não foi adiante, por falta de evidências concretas, o que motivou o primeiro-ministro sérvio, Zoran Đinđić, a enviá-lo para Haia, Países Baixos, sede do Tribunal Penal Internacional, para ser julgado pelos crimes de guerra.
Milošević foi responsável pela sua própria defesa; o julgamento terminou, no entanto, sem qualquer veredicto, já que ele acabou morrendo durante o seu decorrer, depois de quase cinco anos encarcerado na Prisão de Criminosos de Guerra, em Haia. Milošević sofria de doenças cardíacas e tinha hipertensão arterial, e morreu de um enfarte do miocárdio. O Tribunal negou qualquer responsabilidade sobre a morte de Milošević, alegando que ele se recusara a tomar os medicamentos que lhe foram receitados, e preferiu medicar-se por conta própria.
 

quarta-feira, agosto 16, 2023

O ditador Idi Amin morreu há vinte anos

Uma caricatura de Idi Amin em 1977 - Edmund S. Valtman
   
Idi Amin Dada (circa 1920Jeddah, Arábia Saudita, 16 de agosto de 2003) foi um ditador militar e o terceiro presidente de Uganda, entre 1971 e 1979. Amin alistou-se nos King's African Rifles, um regimento colonial britânico, em 1946, servindo na Somália e no Quénia. Eventualmente, ele chegou à patente de Major-General no exército do Uganda, e tornou-se Comandante antes de liderar um golpe de estado em 1971, depondo o então presidente Milton Obote. Mais tarde, como chefe de estado, ele auto-promoveu-se a Marechal de Campo.
O governo de Amin ficou caracterizado por violações dos direitos humanos, repressão política, perseguição étnica, assassinatos, nepotismo, corrupção e má gestão económica. O número de mortos durante seu regime ditatorial é estimado por observadores internacionais e grupos de direitos humanos como estando entre cem mil e quinhentos mil. Durante os seus anos no poder, Amin deixou de ser um anticomunista, com considerável apoio de Israel, e passou a ser apoiado por Muammar al-Gaddafi, a União Soviética e a Alemanha Oriental. Entre 1975 e 1976, ele foi o presidente da Organização da Unidade Africana, um grupo criado para promover a solidariedade entre as nações no continente. Entre 1977 e 1979, Uganda foi membro da Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Em 1977, quando o Reino Unido rompeu relações diplomáticas com o país, Amin declarou que havia derrotado os britânicos, adicionando "CBE", de "Conquistador do Império Britânico", aos seus títulos. O seu pomposo título completo era "Sua Excelência  o Presidente Vitalício, Marechal de Campo Alhaji Dr. Idi Amin Dada, VC, DSO, MC, CBE".
Após a Guerra Uganda-Tanzânia em 1978, onde Amin tentou anexar a região de Kagera, dissidentes conseguiram terminar com o seu regime de oito anos, forçando o seu exílio. Primeiro ele foi para a Líbia, depois para a Arábia Saudita, onde viveu até à sua morte, em 16 de agosto de 2003.
    
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Alistado no Exército britânico, foi inicialmente ajudante de cozinha do regimento britânico King's African Rifles. Impressionou com os seus 1,90 metros de altura e os seus 110 quilos, bem como a sua habilidade pugilística, que o converteram num campeão de boxe na categoria de pesos-pesados do seu país, de 1951 a 1960. Após a independência do país, em 1962, tornou-se chefe do Exército do presidente Milton Obote. Pouco tempo após assumir este cargo, Amin e Obote começaram a ter desavenças. A popularidade de Amin entre os militares e o atentado contra a vida de Obote em 1969 fizeram que ambos se tornassem rivais. Sabendo que o então presidente planeava prendê-lo por supostamente desviar fundos das forças armadas, Idi Amin patrocinou um golpe de estado com a ajuda do exército ugandês, em 25 de janeiro de 1971. Numa transmissão de rádio ao povo ugandês, Amin falou que era um soldado e não um político, e que libertaria todos os prisioneiros políticos e colocaria a economia do país em ordem novamente. Em 2 de fevereiro, ele declarou-se Comandante-em-chefe das forças armadas e presidente vitalício, impondo disciplina militar ao seu gabinete e colocou seus apoiantes em cargos proeminentes do seu governo. Obote e outros 20 mil soldados desertores e simpatizantes da oposição fugiram do país para o exílio em países vizinhos, como a Tanzânia. Em retaliação, Idi Amin começou a expurgar oficiais de lealdade duvidosa do Exército, o que terminou com a morte de mais de 5 mil militares. Muitos intelectuais, artistas e políticos também começaram a ser presos sob suspeita de fazer oposição ao governo.
Após o golpe, depois de alguns meses de moderação, iniciou rapidamente a arbitrariedade como estilo de seu governo, que durou oito anos, sendo um regime brutal que deixou um país arruinado e 400 mil ugandeses mortos. As perseguições, as mortes e os desaparecimentos tinham natureza étnica, política e financeira começaram pouco após sua chegada ao poder.
Demonstrando um temperamento megalómano, vingativo e violento, expulsou, em 1972, cerca de 40 mil asiáticos, descendentes de imigrantes do império britânico na Índia, dizendo que Deus lhe havia dito para transformar Uganda num país de homens negros. Uma figura grande e imponente, o seu comportamento excêntrico criou a imagem de um homem dado a explosões irregulares e foi chamado de "Big Daddy". Uma vez declarou-se "rei da Escócia", proibiu os hippies e as minissaias, e chegou a um funeral da realeza saudita usando um kilt. Certa vez (1999) disse a um jornal ugandês que gostava de tocar acordeão e de recitar o Alcorão. Ficou conhecido também por gozar com vários líderes internacionais: afirmava dar conselhos ao presidente americano Richard Nixon, criou o "Fundo Ugandês para a Salvação da Inglaterra" e cogitou propor a transferência da sede da ONU de Nova York para a capital de Uganda. Depois de assumir o poder (1971), tornou-se um ditador que violava os direitos humanos fundamentais durante um "reinado de horror", segundo a Comissão Internacional de Juristas.
Foi um dos déspotas mais sanguinários da África, tendo sido denunciado dentro e fora do continente por matar dezenas de milhares de pessoas durante seu governo. Algumas estimativas dizem que o número ultrapassa as cem mil pessoas. Muitos ugandeses acusavam o ex-campeão de boxe de manter cabeças decepadas no frigorífico, de alimentar crocodilos com cadáveres e de ter desmembrado uma das suas esposas. Alguns diziam que praticava canibalismo.
Rompeu relações diplomáticas com Israel, ordenou a expulsão de 90 mil asiáticos, a maioria comerciantes indianos e paquistaneses, e de vários judeus. Foi recebido, em 1975, pelo Papa Paulo VI como chefe em exercício da Organização da Unidade Africana. Foi notícia internacional em 1976 quando, depois do sequestro de um avião da Air France por terroristas palestinianos e da intervenção das Forças de Defesa de Israel (FDI) na operação militar conhecida como Operação Entebbe (ocorrida no aeroporto de Entebbe - nome do aeroporto onde se sucederam os factos, que fica nos arredores de Kampala, a 37 km do centro da cidade), foram libertados todos os reféns. O ataque deixou 31 mortos, entre eles 20 ugandeses, uma intervenção que foi encarada como uma humilhação pessoal, pois Idi Amin na ocasião declarava-se neutro para a imprensa internacional, quando na verdade apoiava os sequestradores palestinianos.
Rompeu em 1976 relações diplomáticas com o Reino Unido e, dois anos depois, fracassa um atentado contra ele nos subúrbios de Kampala. Após os assassinatos do bispo Luwum e dos ministros Oryema e Oboth Ofumbi em 1977, vários ministros e integrantes do governo de Amin desertaram ou fugiram do país. Em 1978, o apoio ao general Amin, dentro e fora de Uganda, havia declinado e com a economia e as infrestruturas da nação a entrar em colapso devido a má gestão, fez com que o número de inimigos do seu regime aumentasse. Em novembro de 1978, o vice do presidente Amin, o general Mustafa Adrisi, foi gravemente ferido num suspeito acidente de carro. As tropas que lhe eram leais decidiram amotinar-se. Idi Amin enviou forças do exército para enfrentar os amotinados, mas muitos já haviam fugido para a Tanzânia. Amin acusou o presidente daquele país, Julius Nyerere, de agressão contra Uganda, e ordenou a invasão de partes do território da Tanzânia e formalmente anexou uma secção da região de Kagera.
Em janeiro de 1979, o presidente tanzaniano Nyerere mobilizou o exército de seu país e contra atacou, com o apoio de grupos dissidentes ugandeses, como a Frente de Libertação Nacional de Uganda (UNLA). As forças de Amin recuaram frente à contra-ofensiva e, apesar do apoio militar vindo do ditador líbio, Muammar al-Gaddafi, ele foi obrigado a fugir do país, em 11 de abril de 1979, após a queda da capital, Kampala. Ele fugiu então para a Líbia, mas teve de procurar um novo refúgio quando Gaddafi o expulsou do país. Recebeu então asilo da Arábia Saudita em nome da caridade islâmica, onde passou a viver até o fim de sua vida, acompanhado pelas suas quatro esposas e seus mais de 50 filhos. Quando o seu estado de saúde se agravou, em julho, uma de suas quatro mulheres pediu para voltar a Uganda para morrer, mas o atual governo negou o pedido, sob o argumento que se retornasse ao país seria julgado pelas suas atrocidades.
Gravemente doente foi internado na Unidade de Tratamentos Intensivos e morreu no Hospital Especialista Rei Faisal, em Jeddah, Arábia Saudita, de complicações devido à falência múltipla de órgãos. Foi enterrado na cidade saudita de Jeddah, onde viveu a maior parte do tempo desde que foi deposto (1979), num pequeno funeral horas depois de sua morte no sábado, a 16 de agosto de 2003. Os ugandeses reagiram com uma mistura de alívio com a morte de um tirano sanguinário e de nostalgia por um líder que muitos aplaudiram por expulsar asiáticos que dominavam a vida económica local. Em 2007, foi lançado o filme "The Last King of Scotland" ("O Último Rei da Escócia"), que retrata as atrocidades de Idi Amin. O ator Forest Whitaker fez o filme, encarnando o ditador ugandês, papel pelo qual conquistou o Óscar da Academia como melhor ator.
    

domingo, agosto 13, 2023

Um ditador chamado Fidel Castro nasceu há 97 anos

     
Fidel Alejandro Castro Ruz (Birán, 13 de agosto de 1926 - Havana, 25 de novembro de 2016) foi um político e revolucionário cubano que governou a República de Cuba como primeiro-ministro de 1959 a 1976 e depois como presidente de 1976 a 2008. Politicamente, era nacionalista e marxista-leninista. Ele também foi o primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba de 1961 até 2011. Sob a sua administração, Cuba tornou-se um estado socialista autoritário unipartidário, a indústria e os negócios foram nacionalizados e reformas socialistas foram implementadas em toda a sociedade. Castro morreu em Havana, na noite de 25 de novembro de 2016, aos 90 anos.
     

sábado, agosto 12, 2023

Zia-ul-Haq nasceu há 99 anos

   
Muhammad Zia-ul-Haq (Jullundur, 12 de agosto de 1924 - Bahawalpur, 17 de agosto de 1988) foi um político e militar paquistanês, presidente de seu país entre 1978 e 1988.
    
Golpe militar
Após as eleições legislativos ganhadas pelo Partido Popular do Paquistão, em meio a acusações de fraude pela oposição, o general Zia encabeçou um golpe de Estado no dia 5 de julho de 1977, que suspendeu os partidos políticos e proclamou lei marcial.
Apesar de afirmar inicialmente que sua permanência no poder seria temporária, até que o Paquistão recuperasse a estabilidade interna, Zia adiou indefinidamente eleições e, contra apelos internacionais, não impediu a execução de Ali Bhutto em 1979, condenado por suposta cumplicidade no assassinato de um rival político.
Convertido em ditador (formalmente assumiu a presidência paquistanesa em setembro de 1978), Zia reprimiu com severidade protestos da oposição civil e empreendeu uma paulatina islamização da sociedade paquistanesa, no que foi apoiado pelos partidos tradicionais e opositores do laicismo implementado por Bhutto. Embora este caminho desagradasse os Estados Unidos, a Casa Branca continuou a apoiar economicamente o regime de Zia, que dava suporte aos guerrilheiros mujahidins afegãos na luta contra o regime pró-soviético em Cabul.
Em 19 de dezembro de 1984, Zia submeteu a referendo a sua política islamizante, com resultado favorável de 97,7% de votos, sobre uma participação de 62,1%. Em 25 de fevereiro de 1985, ocorreram as primeiras eleições legislativas no país desde 1977 e, no final desse ano, Zia suspendeu a lei marcial.
   
Morte
Em 29 de maio de 1988, endureceu o regime novamente, com a dissolução da Assembleia Nacional e a destituição do primeiro-ministro Muhammad Khan Junejo, tendo o próprio Zia assumido o posto. Em 15 de junho, o ditador decretou que a sharia (lei islâmica) passava a ser a ter valor de lei oficial no Paquistão. Em 17 de agosto, o avião em que viajavam Zia, o embaixador dos Estados Unidos e outras 28 pessoas, foi sabotado e caiu, minutos depois de descolar do aeroporto de Bahawalpur. Com a morte de Zia, Ghulam Ishaq Khan assumiu a presidência provisória do Paquistão.
   

quinta-feira, agosto 03, 2023

O anterior ditador da Guiné Equatorial foi derrubado pelo sobrinho há 44 anos

 
Referéndum de Autonomía de Guinea Ecuatorial en 1963
   
El 15 de diciembre de 1963, el Gobierno español sometió a referéndum entre la población de estas dos provincias un proyecto de Bases sobre Autonomía, que fue aprobado por abrumadora mayoría. En consecuencia, estos territorios fueron dotados de autonomía, adoptando oficialmente el nombre de Guinea Ecuatorial, con órganos comunes a todo el territorio (Asamblea General, Consejo de Gobierno y Comisario General) y organismos propios de cada provincia. Aunque el comisionado general nombrado por el gobierno español tenía amplios poderes, la Asamblea General de Guinea Ecuatorial tenía considerable iniciativa para formular leyes y regulaciones. Su primer y único presidente fue Bonifacio Ondó Edu.
En noviembre de 1965, la IV Comisión de la Asamblea de la ONU, aprobó un proyecto de resolución en el que se pedía a España que fijase lo antes posible la fecha para la independencia de Guinea Ecuatorial. En diciembre de 1966 el Consejo de Ministros del Gobierno español acordó preparar la Conferencia Constitucional. En octubre de 1967 se inauguró dicha Conferencia, presidida por Fernando María Castiella, ministro español de Asuntos Exteriores; al frente de la delegación guineana figuraba Federico Ngomo.
   
Proclamación de la independencia (1968)
En marzo de 1968, bajo la presión de los nacionalistas ecuatoguineanos y de las Naciones Unidas, España anunció que concedería la independencia. Se formó una Convención Constituyente que produjo una ley electoral y un borrador de constitución. Terminada la segunda fase de la Conferencia Constitucional (17 de abril - 22 de junio de 1968) se llevó a cabo la consulta. El referéndum sobre la constitución se produjo el 11 de agosto de 1968, bajo la supervisión de un equipo de observadores de las Naciones Unidas. Un 63% del electorado votó a favor de la nueva constitución, que preveía un gobierno con una Asamblea General y un Tribunal Supremo con jueces nombrados por el presidente.
El 22 de septiembre se celebraron las primeras elecciones presidenciales y ninguno de los cuatro candidatos obtuvo mayoría absoluta. Una semana después fue elegido presidente de Guinea Ecuatorial Francisco Macías Nguema; su inmediato seguidor en la elección fue Bonifacio Ondó Edu.
En septiembre de 1968, Francisco Macías Nguema fue elegido primer presidente de Guinea Ecuatorial con el apoyo de movimientos nacionalistas como el IPGE (Idea Popular de la Guinea Ecuatorial), parte del MONALIGE (Movimiento Nacionalista de Liberación de Guinea Ecuatorial) y la Unión Bubi. La independencia de Guinea Ecuatorial se proclamó el 12 de octubre de 1968. El país adoptó el nombre de República de Guinea Ecuatorial. Fue admitida en la ONU como miembro 126 de la Organización.
    
Crisis de 1969
En enero de 1969, el líder de la oposición a Macías, Bonifacio Ondó Edu, que estaba sometido a arresto domiciliario, fue asesinado. Aumentó la inestabilidad en el país.
En marzo de 1969, Macías anunció que había dominado un intento de golpe de estado encabezado por el opositor Atanasio Ndongo (las versiones varían: aunque algunos autores aseguran que nunca había existido, otros afirman que el intento se produjo). El presidente ecuatoguineano aprovechó este pretexto para acabar con toda la oposición e instaurar una siniestra dictadura. Los seguidores de Atanasio Ndongo fueron arrestados o asesinados. El fallido golpe o falso golpe generó una ola de indignación popular antiespañola (estimulada por el gobierno), por lo que la comunidad española se sintió amenazada. Toda esta situación se tradujo en una crisis diplomática entre España y Guinea Ecuatorial.
El 28 de marzo de 1969 se reembarcaron las tropas españolas estacionadas en Río Muni. Ocurrirá lo mismo el 5 de abril abandonando la isla de Fernando Poo. La presencia española en Guinea Ecuatorial había terminado.
   
La dictadura de Macías (1970 - 1979)
Macías no tardó mucho en concentrar en su persona todos los poderes del Estado y en julio de 1970 creó un régimen de partido único, el PUNT (Partido Único Nacional de los Trabajadores); la República Popular China envió al país a 400 expertos (médicos, ingenieros y constructores), y asistencia económica. La Unión Soviética envió material armamentístico y consejeros militares, recibiendo a cambio derechos de pesca y derechos de uso del puerto de San Carlos de Luba. En mayo de 1971 partes cruciales de la Constitución fueron abrogadas. Con Cuba se firmó un Acuerdo de cooperación educativa a finales de 1971, y Corea del Norte empezó a enviar instructores militares para las milicias creadas por Macías y para la Guardia Nacional. El uniforme de las Milicias y las Juventudes del PUNT pasó a ser semejante al de los Guardias rojos maoístas y el presidente mandó quemar todos los libros editados en occidente, así como las bibliotecas que databan de la época colonial en un remedo de la Revolución Cultural china (1966-1976); y en julio de 1972 se autoproclamó presidente vitalicio.
A principios de 1973, todos los sacerdotes católicos y protestantes, extranjeros o no, fueron puestos bajo arresto domiciliario, iniciándose igualmente una persecución de los creyentes en esas religiones, bajo la forma de delito de subversión, castigado con una multa de 1.000 pesetas guineanas y la obligación de hacer una declaración afirmando que “Dios no existe”.
      
   
El "Golpe de la Libertad" y el Consejo Militar Supremo
El 3 de agosto de 1979, Macías fue derrocado por un golpe de estado dirigido por un grupo de oficiales salidos de la Academia Militar de Zaragoza, entre los que se encontraba Eulogio Oyó Riqueza, y liderado por el sobrino de Macías, el teniente general Teodoro Obiang, el cual había sido alcaide de la prisión de Black Beach. Este grupo se constituyó en un Consejo Militar Revolucionario presidido por el propio Obiang.
Las islas fueron renombradas como Bioko (antes "Isla de Macías Nguema Biyogo") y Annobón (antes "Isla de Pagalú"). El nuevo régimen tenía ante sí una labor ingente: las arcas del estado estaban vacías y la población era apenas un tercio de la que había en el momento de la independencia.
El 25 de agosto se disolvió el PUNT y el Consejo Militar Revolucionario pasó a llamarse Consejo Militar Supremo. Macías fue juzgado, condenado a pena de muerte y ejecutado el 29 de septiembre de 1979. También la Constitución de Guinea Ecuatorial de 1973 fue abolida.
El 12 de octubre de 1979 Teodoro Obiang se autoproclamó presidente del país. España y el país africano firmaron un Tratado de Amistad y Cooperación en octubre de 1980.
   

quinta-feira, julho 27, 2023

Salazar morreu há cinquenta e três anos

    
António de Oliveira Salazar, Oliveira Salazar ou simplesmente Salazar (Vimieiro, Santa Comba Dão, 28 de abril de 1889 - Lisboa, 27 de julho de 1970) foi um estadista nacionalista português que, além de chefiar diversos ministérios, foi presidente do Conselho de Ministros e professor catedrático de Economia Política, Ciência das Finanças e Economia Social da Universidade de Coimbra.
O seu percurso no Estado português iniciou-se quando foi escolhido pelos militares para Ministro das Finanças durante um curto período de duas semanas, na sequência da Revolução de 28 de maio de 1926. Foi substituído pelo comandante Filomeno da Câmara de Melo Cabral após o golpe do general Gomes da Costa. Posteriormente, foi também Ministro das Finanças entre 1928 e 1932, procedendo ao saneamento das finanças públicas portuguesas.
Figura de destaque e promotor do Estado Novo (1933–1974) e da sua organização política, a União Nacional, Salazar dirigiu os destinos de Portugal como presidente do Ministério de forma ditatorial entre 1932 e 1933 e, como Presidente do Conselho de Ministros entre 1933 e 1968. Os autoritarismos e nacionalismos que surgiam na Europa foram uma fonte de inspiração para Salazar em duas frentes complementares: a da propaganda e a da repressão. Com a criação da Censura, da organização de tempos livres dos trabalhadores FNAT e da Mocidade Portuguesa, o Estado Novo procurava assegurar a doutrinação de largas massas da população portuguesa ao estilo do fascismo, enquanto que a sua polícia política (PVDE, posteriormente PIDE), em conjunto com a Legião Portuguesa, combatiam os opositores do regime que, eram julgados em tribunais especiais (Tribunais Militares Especiais e, posteriormente, Tribunais Plenários).
Inspirado no fascismo e apoiando-se na doutrina social da Igreja Católica, Salazar orientou-se para um corporativismo de Estado, com uma linha de ação económica nacionalista assente no ideal da autarcia. Esse seu nacionalismo económico levou-o a tomar medidas de protecionismo e isolacionismo de natureza fiscal, tarifária, alfandegária, para Portugal e suas colónias, que tiveram grandes impactos positivos e negativos durante todo o período em que exerceu funções.
  
(...)
  
No programa da RTP Os Grandes Portugueses, realizado em março de 2007, Salazar foi a mais votada das personalidades em jogo, com 42% dos votos expressos, estranhamente seguido de Álvaro Cunhal, com 19%, e de Aristides de Sousa Mendes, com 13%.
Foi Jaime Nogueira Pinto, professor universitário, que fez a sua apresentação.
O concurso é desvalorizado por alguns historiadores como José Mattoso, António Reis, António Manuel Hespanha e Fernando Rosas, que acusaram a RTP de desinformação e manipulação num texto publicado no jornal Expresso. Em declarações ao Diário de Notícias, Nuno Santos, ex-diretor de programas da RTP, considera que a acusação é de mau gosto e revela má-fé.
  
Biografia cronológica
  • 1889: Nasce em Vimieiro, Santa Comba Dão.
  • 1914: Em Coimbra, conclui o curso de Direito.
  • 1918: Professor de Ciência Económica.
  • 1926: Após o golpe de 28 de maio é convidado para Ministro das Finanças; ao fim de 13 dias renuncia ao cargo.
  • 1928: É novamente convidado para Ministro das Finanças; nunca mais abandonará o poder.
  • 1930: Nasce a União Nacional.
  • 1932: Presidente do Ministério.
  • 1933: É plebiscitada uma nova constituição que dá início ao Estado Novo. Fim da ditadura militar. É posto um fim ao nome "presidente do Ministério", passando-se a suar "presidente do Conselho de Ministros".
  • 1936: Na Guerra Civil de Espanha apoia Franco; cria a Legião Portuguesa e a Mocidade Portuguesa; abre as colónias penais do Tarrafal e de Peniche.
  • 1937: Escapa a um atentado dos anarquistas.
  • 1939: Iniciada a Segunda Guerra Mundial, Salazar conseguirá manter a neutralidade do país.
  • 1940: Exposição do Mundo Português.
  • 1943: Cede aos Aliados uma base militar nos Açores.
  • 1945: A PIDE substitui a PVDE.
  • 1949: Contra Norton de Matos, Carmona é reeleito Presidente da República; Portugal é admitido como membro da NATO.
  • 1951: Contra Quintão Meireles, Craveiro Lopes é eleito Presidente da República.
  • 1958: Contra Humberto Delgado, Américo Tomás é eleito Presidente da República; o Bispo do Porto, António Ferreira Gomes critica a política salazarista.
  • 1960: Portugal celebra a adesão ao Fundo Monetário Internacional.
  • 1961: 22/01, ataque ao navio Santa Maria por anti-salazaristas, que se asilam no Brasil logo após a posse de Janio Quadros; 04/02, assalto às prisões de Luanda; 11/03, tentativa de golpe de Botelho Moniz; 21.04, resolução da ONU condenando a política africana de Portugal; 19/12, a União Indiana invade Goa, Damão e Diu; 31 de dezembro de 1961 para 1 de janeiro de 1962, revolta de Beja.
  • 1963: O PAIGC abre nova frente de batalha na Guiné.
  • 1964: A FRELIMO inicia a luta pela independência, em Moçambique.
  • 1965: Crise académica; a PIDE assassina Humberto Delgado.
  • 1966: Salazar inaugura a ponte sobre o Tejo.
  • 1968: Na sequência de um acidente (queda de uma cadeira), Salazar fica fisicamente incapacitado para governar.
  • 1970: Morte de Salazar.