sábado, janeiro 06, 2018

Rudolph Nureyev morreu há 25 anos...

Rudolf Khametovich Nureyev ou Rudolf Xämät uğlı Nuriev (Irkutsk, 17 de março de 1938 - Paris, 6 de janeiro de 1993) foi um bailarino soviético. Nasceu na Rússia Soviética, transformando-se num dos mais celebrados bailarinos do século XX e a primeira vedeta masculina do mundo da dança desde Vaslav Nijinsky.
Em 17 de junho de 1961, quando estava em turnê com o Kirov em Paris, furou a barreira da segurança soviética e pediu asilo político no Aeroporto de Le Bourget.
Em 1989 dançou na União Soviética pela primeira vez desde que a abandonara. Nureyev fez a sua última aparição pública em outubro de 1992, como diretor na estreia parisiense de uma nova produção de La Bayadère.
Nureyev morreu em 1993, em Paris, França, por complicações decorrentes de SIDA.

Primeiro romance
Teja Kremke era um belo e jovem estudante de dança da República Democrática Alemã, três anos mais novo que Nureyev. Antes da fuga de Nureyev para o Ocidente, Kremke e Nureyev tornaram-se amigos inseparáveis em São Petersburgo, durante cerca de seis meses, no que teria sido o primeiro romance homossexual de Nureyev. Apesar da sua juventude, Kremke soube perceber as restrições e constrangimentos a que Nureyev estaria sujeito na rígida União Soviética comunista e encorajou-o a fugir para o Ocidente. Nureyev, apesar de fortemente vigiado pela KGB, e após uma turnê em Paris que lhe rendeu a alcunha de "melhor bailarino do mundo", assim fez e, logo depois, telefonou para Kremke, então já em Berlim Oriental, a pedir-lhe para que se lhe juntasse em Paris. Kremke, pressionado pela sua mãe, que queria que ele terminasse o curso de dança, hesitou. Num espaço de dias o Muro de Berlim foi erguido, isolando Berlim Oriental do resto da Europa Ocidental e isolando Nureyev do seu primeiro amor.
 

Dizzy Gillespie morreu há 25 anos...

John Birks Gillespie, conhecido como Dizzy Gillespie, (Cheraw, 21 de outubro de 1917Englewood, 6 de janeiro de 1993) foi um trompetista, líder de orquestra, cantor e compositor de jazz, sendo, a par de Charlie Parker, uma das maiores figuras no desenvolvimento do movimento bebop no jazz moderno.
Nascido na Carolina do Sul, Dizzy era um instrumentista virtuoso e um improvisador dotado. A juntar às suas capacidades instrumentais, os seus óculos, a sua forma de cantar e tocar (com as bochechas extremamente inchadas), o seu trompete recurvo e a sua personalidade alegre faziam dele uma pessoa especial, dando um aspecto humano àquilo que muitos, incluindo alguns dos seus criadores, classificavam como música assustadora.
Em relação à forma de tocar, Gillespie construiu a sua interpretação a partir do estilo "saxofónico" de Roy Eldridge, indo depois muito além deste. As suas marcas pessoais eram o seu trompete (com a campânula inclinada 45º em vez de ser a direito) e as suas bochechas inchadas (tradicionalmente os trompetistas são ensinados a não fazer “bochechas”).
Para além do seu trabalho com Parker, Dizzy Gillespie conduziu pequenos agrupamentos e big bands e aparecia frequentemente como solista com a Norman Granz's Jazz at the Philharmonic. No início da sua carreira tocou com Cab Calloway, que o despediu por tocar “música chinesa”, a lendária big band de Billy Eckstine deu a estas harmonias atípicas uma melhor cobertura.
Nos anos 1940, Gillespie liderou o movimento da música afro-cubana, trazendo elementos latinos e africanos para o jazz, e até para a música pop, em particular a salsa. Das suas numerosas composições destacam-se os clássicos do jazz "Manteca", "A Night in Tunisia", "Birk's Works", e "Con Alma".
Dizzy Gillespie publicou a sua autobiografia em 1979, To Be or not to Bop (ISBN 0306802368), e seria vítima de um cancro, no início de 1993, sendo sepultado no Flushing Cemetery em Queens, Nova Iorque.
Tem uma estrela com o seu nome na Calçada da Fama em Hollywood, número 7057 Hollywood Boulevard.
 
 

sexta-feira, janeiro 05, 2018

Luiz Pacheco morreu há dez anos...

(imagem daqui)
  
Luiz José Gomes Machado Guerreiro Pacheco (Lisboa, 7 de maio de 1925 - Montijo, 5 de janeiro de 2008) foi um escritor, editor, polemista, epistológrafo e crítico de literatura português.
Nasceu em 1925, na freguesia de São Sebastião da Pedreira, numa velha casa da Rua da Estefânia, filho único, no seio de uma família da classe média, de origem alentejana, com alguns antepassados militares. O pai era funcionário público e músico amador. Na juventude, Luiz Pacheco teve alguns envolvimentos amorosos com raparigas menores, como ele, que haveriam de o levar por duas vezes à prisão.
Desde cedo teve a biblioteca do seu pai à sua inteira disposição e depressa manifestou enorme talento para a escrita. Estudou no Liceu Camões e chegou a frequentar o primeiro ano do curso de Filologia Românica da Faculdade de Letras de Lisboa, onde foi óptimo aluno, mas optou por abandonar os estudos. A partir de 1946 trabalhou como agente fiscal da Inspecção Geral dos Espectáculos, acabando um dia por se demitir dessas funções, por se ter fartado do emprego. Desde então teve uma vida atribulada, sem meio de subsistência regular e seguro para sustentar a família crescente (oito filhos, de três mães adolescentes), chegando por vezes a viver na maior das misérias, à custa de esmolas e donativos, hospedando-se em quartos alugados e albergues, indo à Sopa dos Pobres. Esse período difícil da vida inspirou-lhe o conto Comunidade, considerado por muitos a sua obra-prima. Nos anos 1960 e 70, por vezes viveu fora de Lisboa, nas Caldas da Rainha e em Setúbal.
Começa a publicar a partir de 1945 diversos artigos em vários jornais e revistas, como O Globo, Bloco, Afinidades, O Volante, Diário Ilustrado, Diário Popular e Seara Nova. Em 1950, funda a editora Contraponto, onde publica escritores como Raul Leal, Vergílio Ferreira, José Cardoso Pires, Mário Cesariny, António Maria Lisboa, Natália Correia, Herberto Hélder, etc., tendo sido amigo de muitos deles. Dedicou-se à crítica literária e cultural, tornando-se famoso (e temido) pelas suas críticas sarcásticas, irreverentes e polémicas. Denunciou a desonestidade intelectual e a censura imposta pelo regime salazarista. Denunciou, de igual modo, plágios, entre os quais o cometido por Fernando Namora, em Domingo à Tarde, sobre o romance Aparição, de Vergílio Ferreira - "O caso do sonâmbulo chupista" (Contraponto).
A sua obra literária, constituída por pequenas narrativas e relatos (nunca se dedicou ao romance ou ao conto) tem um forte pendor autobiográfico e libertino, inserindo-se naquilo a que ele próprio chamou de corrente "neo-abjeccionista". Em O Libertino Passeia por Braga, a Idolátrica, o Seu Esplendor (escrito em 1961), texto emblemático dessa corrente e que muito escândalo causou na época da sua publicação (1970), narra um dia passado numa Braga fantasmática e lúbrica, e a sua libertinagem mais imaginária do que carnal, que termina de modo frustrantemente solitário.
Alto, magro e escanzelado, calvo, usando óculos com lentes muito grossas devido a uma forte miopia, vestindo roupas usadas (por vezes andrajosas e abaixo do seu tamanho), hipersensível ao álcool (gostava de vinho tinto e de cerveja), hipocondríaco sempre à beira da morte (devido à asma e a um coração fraco), impenitentemente cínico e honesto, paradoxal e desconcertante, é sem dúvida, como pícaro personagem literário, um digno herdeiro de Luís de Camões, Bocage, Gomes Leal ou Fernando Pessoa.
Debilitado fisicamente e quase cego devido às cataratas, mas ainda a dar entrevistas aos jornais, nos últimos anos passou por três lares de idosos, tendo mudado em 2006 para casa do seu filho João Miguel Pacheco, no Montijo e daí para um lar, na mesma cidade.
Um ano após a morte de Mário Cesariny, a 26 de novembro de 2007, em jeito de homenagem ao poeta, Comunidade foi editada em serigrafia/texto com pinturas de Artur do Cruzeiro Seixas pela Galeria Perve. Nessa efeméride, Luiz Pacheco foi entrevistado pela RTP, no seu quarto e último lar de idosos.
Morreria algumas semanas depois, a 5 de janeiro de 2008, de doença súbita, a caminho do Hospital do Montijo, onde declararam o óbito às 22.17 horas.
   
 
   
hoje há pachecos, amanhã não sabemos…

hoje há pachecos, amanhã não sabemos…
com vinte escudinhos
nem um copo de vinho

suspeito que os malmequeres um dia vão mudar de cor
por qué no te callas?,
lá para sexta deve vir o burrinho
há dias que nem o presépio nem os santinhos
por qué no te callas?,

há coisas fantásticas!
um avião por exemplo
uma espécie de presépio
melhorado por dentro
por qué no te callas?,
gosto mais do que tem palhinhas

hoje há pachecos, amanhã não sabemos
vai um café?

é melhor esquecer
sabe-se lá…
por qué no te callas?,
olha,
a televisão hipnotiza crianças
restinhos de família
a Júlia florista
só não hipnotiza o Pacheco
sabe-se lá porquê…

vai um joguinho?
por qué no te callas?,

a ginja não é proibida.
ginjinha pás veias!

as barragens fazem toda a diferença!
por qué no te callas?,

conheces o sócrates?
eh pá, não me lembro…



maria azenha - (na morte de Luiz Pacheco, a 5 de janeiro de 2008)

Juan Carlos I faz hoje 80 anos!

Juan Carlos (nome completo em espanhol: Juan Carlos Alfonso Víctor María de Borbón y Borbón-Dos Sicilias; Roma, 5 de janeiro de 1938) foi Rei da Espanha de 1975 até à sua abdicação, em 2014. Nasceu na Itália durante o exílio do seu avô, o rei Afonso XIII de Espanha, sendo filho do infante João, Conde de Barcelona e da sua esposa, a princesa Maria das Mercedes de Bourbon-Duas Sicílias.

Afonso XIII havia reinado na Espanha até 1931, quando foi deposto e a Segunda República Espanhola foi instaurada. Por expresso desejo de seu pai, a sua formação fundamental desenvolveu-se na Espanha, onde chegou pela primeira vez aos dez anos, procedente de Portugal, onde residiam os seus pais desde 1946, no Estoril, e foi aluno interno num colégio dos Marianos da cidade suíça de Friburgo.
 
O ditador Francisco Franco foi quem escolheu João Carlos como o futuro rei, em 1969, após Espanha já ter extinto a monarquia. Após a morte de Franco, conseguiu fazer a transição pacífica do regime franquista para a democracia parlamentar, gerando o consenso entre os diversos partidos políticos, incluindo regionais, e, segundo sondagens de opinião, uma grande popularidade entre os espanhóis.
 
Contudo, alguns incidentes durante o seu reinado levaram a que dois terços dos espanhóis desejassem que o rei Juan Carlos abdicasse do trono. Em 2 de junho de 2014, o primeiro-ministro Mariano Rajoy recebeu do monarca o pedido de abdicação. Sucedeu-lhe o seu filho, Filipe VI, após a aprovação de uma lei orgânica, tal como estabelece o texto constitucional espanhol. Em 11 de junho de 2014, o parlamento espanhol aprovou a abdicação, com 299 votos a favor, 19 contra e 23 abstenções.
  
 

Nelson Ned morreu há quatro anos

Nelson Ned d'Ávila Pinto (Ubá, 2 de março de 1947 - Cotia, 5 de janeiro de 2014) foi um cantor, compositor e escritor brasileiro.
Nelson Ned foi o primeiro latino-americano a vender um milhão de discos nos Estados Unidos, e chegou a se apresentar ao lado de grandes nomes da música romântica internacional, como Julio Iglesias e Tony Bennett.
  
 

A Primavera de Praga começou há cinquenta anos

(imagens daqui)
 
A Primavera de Praga foi um período de liberalização política na Checoslováquia durante a época de domínio pela União Soviética, após a Segunda Guerra Mundial. Esse período começou a 5 de janeiro de 1968, quando o reformista eslovaco Alexander Dubček chegou ao poder, e durou até ao dia 21 de agosto, quando a União Soviética e os países fantoches do Pacto de Varsóvia invadiram o país para interromper as reformas.
As reformas da Primavera de Praga foram uma tentativa de Dubček, aliado a intelectuais checoslovacos, de conceder direitos adicionais aos cidadãos num ato de descentralização parcial da economia e de democratização. As reformas concediam também um relaxamento das restrições às liberdades de imprensa, de expressão e de movimento e ficaram conhecidas como a tentativa de se criar um “socialismo com face humana”.
Dubček também dividiu o país nas duas repúblicas separadas; essa foi a única reforma que sobreviveu ao fim da Primavera de Praga.
As reformas não foram bem recebidas pelos soviéticos que, após as falhas nas negociações, enviaram milhares de tropas e tanques do Pacto de Varsóvia para ocupar o país. Uma grande onda de emigração varreu o país. Apesar de ter havido inúmeros protestos pacíficos no país, inclusive o suicídio de um estudante, não houve resistência militar. A Checoslováquia continuou ocupada até 1990.
Após a invasão, a Checoslováquia entrou em um período de normalização: os lideres seguintes tentaram restaurar os valores políticos e económicos que prevaleciam antes de Dubček ganhar o poder no Partido Comunista da Checoslováquia (KSČ, em checo). Gustáv Husák, que substituiu Dubček e que também se tornou presidente, destruiu quase todas as reformas de Dubček. A Primavera de Praga imortalizou-se na música e na literatura pelas obras de Karel Kryl e de Milan Kundera, como A Insustentável Leveza do Ser.
  
História
O movimento da Primavera de Praga foi liderado por intelectuais reformistas do Partido Comunista Checo, interessados em promover grandes mudanças na estrutura política, económica e social, na Checoslováquia. A proposta surpreendeu a sociedade checa, que em 5 de abril de 1968 soube das propostas reformistas dos intelectuais comunistas.
O objetivo de Dubcek era "desestalinizar" o país, removendo os vestígios de despotismo e autoritarismo, que considerava aberrações no sistema socialista. Com isso, o secretário-geral do partido prometeu uma revisão da Constituição, que garantiria a liberdade do cidadão e os direitos civis. A abertura política abrangia o fim do monopólio do partido comunista e a livre organização partidária, com uma Assembléia Nacional que reuniria democraticamente todos os segmentos da sociedade checa. A liberdade de imprensa, o Poder Judiciário independente e a tolerância religiosa eram outras garantias expostas por Dubcek.
As propostas foram apoiadas pela população. O movimento que propôs a mudança radical da Checoslováquia, dentro da área de influência da União Soviética, foi chamada de Primavera de Praga. Assim sendo, diversos setores sociais se manifestaram a favor da rápida democratização. No mês de junho, um texto de “Duas Mil Palavras” saiu publicado na Liternární Listy (Gazeta Literária), escrito por Ludvík Vaculík e assinado por personalidades de todos sectores sociais, pedindo a Dubcek que acelerasse o processo de abertura política. Eles acreditavam que era possível transformar, pacificamente, um regime ortodoxo comunista para um regime socialista democrático em moldes ocidentais. Com estas propostas, Dubcek tentava provar a possibilidade de uma economia coletivizada conviver com ampla liberdade democrática.
A União Soviética, temendo a influência que uma Checoslováquia democrática e socialista, independente da influência soviética e com garantias de liberdade na sociedade, pudesse passar às nações socialistas e às "democracias populares", mandou tanques do Pacto de Varsóvia invadirem a capital Praga em 21 de agosto de 1968. Dubcek foi detido por soldados soviéticos e levado a Moscovo. Na cidade de Praga a população reagiu à invasão soviética de forma não violenta, desnorteando as tropas. A organização quase espontânea foi em parte liderada pela cadeia de vários pequenos transmissores, construídos à pressa, por membros do exército checo e por aficionados por radio transmissores: a Rádio Checoslováquia Livre. Cada emissora transmitia instruções para a população por não mais que 9 minutos e depois saia do ar, dando o espaço para uma outra, impossibilitando assim a triangulação do sinal. As suas instruções eram para a população manter a calma e, sobretudo, não colaborar com os invasores. Os russos ainda tentaram trazer uma potente estação de rádio para criar interferências nos sinais, porém, os ferroviários checoslovacos, com uma extrema competência, atrasaram a entrega e, quando a estação chegou ao seu destino, estava inutilizável.
Os russos conseguiram uma ocupação total em poucas horas, porém chegaram a um impasse político: as diversas tentativas para criar um governo colaboracionista fracassaram e a população checoslovaca foi eficiente em minar a moral das tropas. No dia 23 iniciou-se uma greve geral e, no dia 26, foi publicado o decálogo da não cooperação:

Não sei, não conheço, não direi, não tenho, não sei fazer, não darei, não posso, não irei, não ensinarei, não farei!
    Através de uma rede de radioamadores, a população era informada sobre ações que poderiam ser organizadas para levar a cabo uma resistência não violenta. Tal reação foi espontânea, devido à impossibilidade de utilizarem a ação violenta. De certa forma, a população se inspirou num livro picaresco muito popular, "O valente soldado Chveik", onde o personagem usava travessuras para expulsar as tropas invasoras.
    A paralisação dos comboios interrompeu a comunicação com os países aliados, e para evitar que os tanques chegassem até Praga, as placas de sinalização foram invertidas, e depois pintadas com uma tinta fácil de se raspar. Quando os soldados raspavam a tinta para verem a direção correta, acabavam voltando na direção de Moscovo.
    Enquanto isso, os raptores contavam a Dubcek que a população checoslovaca estava a ser massacrada, como fora a população húngara, doze anos antes, o que o levou a assinar um acordo de renúncia.
    As reformas foram canceladas e o regime de partido único continuou a vigorar na Checoslováquia. Em protesto contra o fim das liberdades conquistadas, o jovem Jan Palach auto-imolou-se, ateando fogo ao próprio corpo numa praça de Praga, a 16 de janeiro de 1969.
    Por sua vez, os comunistas checos mais conservadores apoiaram a invasão soviética, uma vez que eles acreditavam que as reformas de Dubček trariam um precoce desastre económico e social, o que mais tarde realmente ocorreria, em 1991, com o colapso soviético. Sinal disto, é a divisão do partido em dois lados, os liberais (reformistas) e os conservadores, que contariam com o apoio soviético, o poder mais influente.
      

    Sonny Bono morreu há vinte anos...

    Salvatore Phillip "Sonny" Bono (Detroit, 16 de fevereiro de 1935 - South Lake Tahoe, 5 de janeiro de 1998), foi um produtor discográfico, cantor, ator e político norte-americano cuja carreira decorreu durante três décadas.
    Bono começou a sua carreira musical trabalhando para o lendário produtor discográfico Phil Spector, no início dos anos 60. Mais tarde, na mesma década, obteve sucesso comercial juntamente com a sua então esposa, Cher, como parte da dupla Sonny & Cher.
    Bono escreveu, fez os arranjos e produziu um número de sucessos como os singles "I Got You, Babe" e "The Beat Goes On", apesar de poucas pessoas terem conhecimento de que ele fazia outra coisa além de cantar. Cher recebeu mais atenção quanto ao seu talento musical.
    Sonny e Cher foram as estrelas de um programa de televisão de variedades muito popular, intitulado The Sonny and Cher Comedy Hour, que ia para o ar na CBS, e que durou de 1971 a 1974. Mas novamente, Cher parecia radiante e divertida, e Sonny um tanto lento.
    Eles tiveram uma filha, Chastity Bono e divorciaram-se em 1974. Sonny continuou a sua carreira como ator, tendo papéis em séries como Fantasy Island e The Love Boat. Ele fez o papel de um bombista suicida louco em Airplane II: The Sequel. Bono casou-se com Susie Coelho e divorciou-se dela em 1984; casou-se novamente, em 1986, com Mary Whitaker. Tornou-se um membro da Cientologia praticante. O casal teve dois filhos, Chesare Elan Bono e Chianna Marie Bono.
    Bono entrou na política após passar por frustrações com a burocracia do governo local, numa tentativa de abrir um restaurante em Palm Springs, na Califórnia. Com o apresentador de rádio conservador Marshall Gilbert como seu organizador de campanha (e mais tarde o padrinho de seus dois filhos tidos com a sua esposa Mary), Bono apostou com sucesso na política ao tornar-se o novo mayor de Palm Springs. Ele foi fundamental no processo de deixar a cidade mais receptiva a negócios e liderou a criação do Nortel Palm Springs International Film Festival, agora realizado todos anos, em memória de Bono. Após tentar, sem sucesso, ser o candidato republicano ao Senado dos Estados Unidos em 1992, Bono foi eleito deputado na Câmara dos Representantes em 1994 representando o 44º Distrito do Congresso da Califórnia. Ele introduziu o controverso Sonny Bono Copyright Term Extension Act (Ato de Extensão dos Direitos Autorais de Sonny Bonno) durante o seu mandato, para beneficiar a indústria da música e também liderou a restauração do Salton Sea, trazendo o lago à atenção nacional.
    Morreu de ferimentos, ao atingir uma árvore enquanto esquiava no Heavenly Ski Resort, próximo de South Lake Tahoe, na Califórnia. A sua viúva Mary foi escolhida para prosseguir o seu mandato no Congresso, que ainda não o tenha acabado. Desde então resolveu seguir a carreira de senadora e concorreu com sucesso à eleição. Ela continua a lutar por muitas das causas defendidas pelo seu marido, incluindo a luta em progresso de como melhor salvar o Salton Sea.
    O corpo de Bono foi enterrado no Desert Memorial Park, próximo da Cathedral City, na Califórnia, o mesmo cemitério em que Frank Sinatra foi enterrado naquele mesmo ano. O epitáfio gravado na lápide de Bono diz "The beat goes on".
     
     

    Dez anos de saudades de Luiz Pacheco...

    (imagem daqui)

    CÔRO DE ESCARNHO E LAMENTAÇÃO DOS CORNUDOS EM VOLTA DE S. PEDRO

    MONÓLOGO DO 1.º CORNUDO

    I
    Acordei um triste dia
    Com uns cornos bem bonitos.
    E perguntei à Maria
    Por que me pôs os palitos.

    II
    Jurou por alma da mãe
    Com mil tretas de mulher
    Que era mentira. Também
    Inda me custava a crer...

    III
    Fiquei de olho espevitado
    Que o calado é o melhor
    E para não re-ser enganado,
    Redobrei gozos de amor.

    IV
    Tais canseiras dei ao físico,
    Tal ardor pus nos abraços
    Que caí morto de tísico
    Com o sexo em pedaços!

    V
    Esperava por isso a magana?
    Já previa o que se deu?...
    Do além vi-a na cama
    Com um tipo pior do que eu!

    VI
    Vi-o dar ao rabo a valer
    Fornicando a preceito...
    Sabia daquele mister
    Que puxa muito do peito.

    VII
    Foi a hora de me eu rir
    Que a vingança tem seus quês:
    «O mais certo é práqui vir,
    Inda antes que passe um mês».

    VIII
    Arranjei-lhe um bom lugar
    Na pensão de Mestre Pedro
    (Onde todos vão parar
    Embora com muito medo...)

    IX
    Passava duma semana
    O meu dito estava escrito
    Vítima daquela magana
    Pobre tísico, tadito!

    DUETO DOS 2 CORNUDOS

    X
    Agora já somos dois
    A espreitar de cá de cima
    Calados como dois bois
    Vendo o que faz a ladina

    XI
    Meteu na cama mais gente
    Um, dois, três... logo a seguir!
    Não há piça que a contente
    É tudo que tiver de vir!

    S. PEDRO, INDIGNADO, PRAGUEJA.

    XII
    - É de mais!... Arre, diabo!
    - Berra S. Pedro, sandeu.
    –E mortos por dar ao rabo
    Lá vêm eles pró Céu!

    CORO, PIANÍSSIMO, LIRISMO
    NAS VOZES

    XIII
    Que morre como um anjinho
    Quem morre por muito amar!

    CORO, AGORA NARRATIVO
    OU EXPLICATIVO.

    Já formemos um ranchinho
    De cá de cima, a espreitar.

    XIV
    Passam meses, passa tempo
    E a bela não se consola...
    Já semos um regimento
    Como esses que vão prá Ingola!

    (ÁPARTE DO AUTOR DAS COPLAS:
    «COITADINHOS!»)

    XV
    Fazemos apostas lindas
    Sempre que vem cara nova.
    Cálculos, medidas infindas
    Como ela terá a cova.

    XVI
    Há quem diga que por si
    Já não lhe topou o fundo...
    Outros juram que era assi
    Do tamanho... deste Mundo!

    XVII
    - Parecia uma piscina!
    –Diz um do lado, espantado.
    - Nunca vi uma menina
    Num estado tão desgraçado!

    APARTE DO AUTOR, ANTIGO MILITANTE DAS ESQUERDAS (BAIXAS).

    XVIII
    (Um estado tão desgraçado?!...
    Pareceu-me ouvir o Povo
    Chorando seu triste fado
    nas garras do Estado Novo!)

    XIX
    O último que chegou cá
    Morreu que nem um patego:
    Afogado, ieramá,
    Nos abismos daquele pego.

    O CORO DOS CORNUDOS,
    ACOMPANHADO POR S. PEDRO EM SURDINA,
    ENTOA A MORALIDADE, APÓS TER
    LIMPADO AS ÚLTIMAS LAGRIMETAS
    E SUSPIRANDO COMO SÓ OS CORNUDOS SABEM.

    XX
    Mulher não queiras sabida
    Nem com vício desusado,
    Que podes perder a vida
    Na estafa de dar ao rabo.

    XXI
    Escolhe donzela discreta
    Com os três no seu lugar.
    Examina-lhe a greta,
    Não te vá ela enganar...

    XXII
    E depois de veres o bicho
    E as maneiras que tem
    A funcionar a capricho,
    Já sabes se te convém.

    XXIII
    Mulher calma, é estimá-la
    Como a santa no altar.
    Cabra douda, é rifá-la...
    - Que não venhas cá parar.

    XXIV
    Este conselho te dão,
    E não te levam dinheiro...
    Os cornudos que aqui estão
    Com S. Pedro hospitaleiro.

    XXV
    Invejosos quase todos
    Dos conos que o mundo guarda

    FAZEM MAIS UM BOCADO DE LAMENTAÇÃO.
    NOTA DO AUTOR: QUASE,
    PORQUE ENTRETANTO
    ALGUNS BRINCAVAM UNS COM OS OUTROS.
    RABOLICES!

    Mas se fornicas a rodos
    Tua vinda aqui não tarda!

    RECOMEÇA A MORALIDADE, ESTILO
    ESTÃO VERDES, NÃO PRESTAM.
    ALGUNS BÊBADOS, CORNUDOS
    DESPEITADOS OU AMARGURADOS.
    VOZES PASTOSAS.
    DEVE LER-SE: VIIINHO...VÉLHIIINHO...

    XXVI
    Melhor que a mulher é o vinho
    Que faz esquecer a mulher...
    Que faz dum amor já velhinho
    Ressurgir novo prazer.

    FINALE, MUITO CATÓLICO.

    XXVII
    Assim termina o lamento
    Pois recordar é sofrer.
    Ama e fode. É bom sustento!
    E por nós reza um pater.

    Luiz Pacheco
    Num dia em que se achou
    Mais pachorrento.


    in Textos Malditos (1977) - Luiz Pacheco

    quinta-feira, janeiro 04, 2018

    El-Rei D. Sancho II morreu (provavelmente) há 770 anos

    D. Sancho II (Coimbra, 8 de setembro de 1209Toledo, 4 de janeiro de 1248), apelidado de "o Capelo" e "o Piedoso", foi o Rei de Portugal de 1223 até à sua morte, em 1248. Era o filho mais velho do rei Afonso II e sua esposa Urraca de Castela.
    (...)
    Afonso, irmão mais novo de Sancho, denuncia em 1245 o casamento de Sancho com Mécia. Nesse mesmo ano a Bula Inter alia desiderabilia prepara a deposição de facto do monarca. O papado, através de duas Breves, aconselha Afonso, Conde de Bolonha, a partir para a Terra Santa em Cruzada e também que passe a estar na Hispânia, fazendo aí guerra ao Islão. A 24 de julho, a Bula Grandi non immerito depõe oficialmente Sancho II do governo do reino, e Afonso torna-se regente. Os fidalgos levantam-se contra Sancho, e Afonso cede a todas as pretensões do clero no Juramento de Paris, uma assembleia de prelados e nobres portugueses, jurando que guardaria todos os privilégios, foros e costumes dos municípios, cavaleiros, peões, religiosos e clérigos seculares do reino. Abdicou imediatamente das suas terras francesas e marchou sobre Portugal, chegando a Lisboa nos últimos dias do ano.
    Em 1246, Afonso segura Santarém, Alenquer, Torres Novas, Tomar, Alcobaça e Leiria; Sancho II fortifica-se em Coimbra. A Covilhã e a Guarda ficam nas mãos de Afonso. Sancho II procura a intervenção castelhana na guerra civil, depois da conquista de Jaén. Assim, o infante Afonso de Castela entra em Portugal por Riba-Côa a 20 de dezembro, tomando a Covilhã e a Guarda e devastando o termo de Leiria, derrotando a 13 de janeiro de 1247 o exército do Conde de Bolonha. Apesar de não ter perdido nenhuma das batalhas contra o seu irmão, Afonso de Castela decide abandonar a empresa, levando consigo para Castela Sancho II, visto que a pressão da Santa Sé aumentava. Embora no Minho continuem partidários de Sancho II e fiquem no terreno as guarnições castelhanas no castelo de Arnoia (seu grande apoiante e anticlerical), o caso encontra-se perdido. Sancho II redige o seu segundo e último testamento enquanto exilado em Toledo a 3 de janeiro de 1248, e morre a 4 desse mesmo mês. Julga-se que os seus restos mortais repousem na catedral de Toledo.
    Afonso III declara-se Rei de Portugal em 1248, já após a morte do seu irmão mais velho, Sancho.
      
    (imagem daqui)
      
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    A Birmânia tornou-se independente há setenta anos

    Myanmar ou Birmânia, oficialmente República da União de Myanmar, é um país do sul da Ásia continental limitado ao norte e nordeste pela China, a leste pelo Laos, a sudeste pela Tailândia, ao sul pelo Mar de Andamão e pelo Canal do Coco, a oeste pelo Golfo de Bengala e a noroeste pelo Bangladesh e pela Índia. Em 2006, a capital do país foi transferida de Rangum para Nepiedó.
    O Myanmar tornou-se independente do Reino Unido a 4 de janeiro de 1948, com o nome oficial de "União da Birmânia", designação que voltou a adotar após um período em que se chamou oficialmente de "República Socialista da União da Birmânia" (4 de janeiro de 1974 a 23 de setembro de 1988). Em 18 de junho de 1989, o regime militar birmanês anunciou que o nome oficial do país passaria a ser União de Myanmar. A nova designação foi reconhecida pelas Nações Unidas e pela União Europeia, mas não pelos governos dos Estados Unidos e Reino Unido. Conforme a Constituição de 2009, o nome do país mudou para “República da União de Myanmar”, medida implementada em 21 de outubro de 2010.
    A diversa população birmanesa teve papel fundamental para definir a política, história e demografia do país nos tempos modernos. O seu sistema político é hoje mantido sob controle estrito do Conselho de Estado para a Paz e Desenvolvimento - o governo militar chefiado, desde 1992, pelo general Than Shwe. As forças armadas birmanesas controlam o governo desde que o general Ne Win desfechou um golpe de Estado em 1962 para derrubar o governo civil de U Nu. Entretanto, um novo presidente foi eleito democraticamente para governar o país a partir de 1 de abril de 2016. O seu nome é Htin Kyaw, braço direito da deputada e uma das principais opositoras do regime militar, Aung San Suu Kyi.
    Integrante do Império Britânico até 1948, Myanmar continua a enfrentar tensões étnicas. A cultura do país baseia-se no budismo teravada influenciado por elementos locais.


    Till Lindemann, o vocalista dos Rammstein, faz hoje 55 anos!

    Till V. Lindemann (Leipzig, 4 de janeiro de 1963) é o vocalista da banda alemã Rammstein. Ex-campeão da Europa de natação pela Alemanha Orientai (RDA) quando jovem, teve que abandonar o desporto devido a um rompimento muscular abdominal (cuja cicatriz pode ser vista no vídeo Live aus Berlin).
    Após vários incidentes menos graves como o ocorrido na Treptow Arena, em Berlim, em 27 de setembro de 1996, e uma bengala em chamas que voou em direção à plateia, felizmente sem causar acidentes, Till dedicou-se ao estudo de técnicas de pirotecnia e formou-se como pirotécnico profissional, característica que marca os concertos dos Rammstein.
    As suas características mais marcantes são o timbre grave e os seus "R"s enrolados. Mede cerca de 1,90 metro. O seu cabelo natural é castanho e os olhos, verdes.
    Antes do ser dos Rammstein, Till trabalhou fazendo cestos, quando morou em Schwerin, e foi baterista da banda First Arsch.
    Em 1986 começou a tocar bateria numa banda chamada First Arsch, também conhecida como "First Art": o jogo de palavras talvez servisse para enganar as autoridades. Era uma banda punk sediada em Schwerin. Fizeram um álbum intitulado Saddle up. Till também tocou numa banda chamada Feeling B. Uma música chamada "Leid von der unruhevollen Jugend" ("Música da juventude incansável") encontra-se no álbum Hea Hoa Hoa Hoa Hea Hoa Hea (1990). Mais tarde, nos anos 90, Lindemann começou a escrever letras.
    Till é o vocalista do grupo, embora tenha sido baterista na sua banda anterior. Um dos seus movimentos no palco é o de bater com o punho na sua perna ao ritmo dos riffs, da mesma maneira como fazem os ferreiros - também faz isso quando sente dor no joelho. Till tem um problema na patela, que às vezes sai do lugar e só volta com um impacto na perna. Como Till disse numa entrevista que pode ser vista no DVD Vídeos 1995-2012, no making-of de um dos vídeos: "Eu tenho um problema no joelho e, quando piso mal, a minha patela sai do lugar. Quando era mais jovem, quando sentia isso, batia no joelho, como faço nos shows, e a patela voltava ao lugar e melhorava."
    Em dezembro de 2014, Till Lindemann anunciou, juntamente com Peter Tägtgren das bandas Pain e Hypocrisy, o seu novo projeto a solo, que tem o nome de "Lindemann". Em janeiro de 2015, a banda assinou contrato com a Warner Music, e não com a Universal Music, dos Rammstein. O primeiro álbum do projeto saiu em junho de 2015: Skills in Pills.
     
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    Júlio Rasec nasceu há cinquenta anos

    Da esquerda para a direita: Dinho, Júlio Rasec (em pé), Samuel Reoli, Bento Hinoto e Sérgio Reoli
     
    Júlio Cesar Barbosa, conhecido como Júlio Rasec (Guarulhos, 4 de janeiro de 1968Serra da Cantareira, 2 de março de 1996), foi um músico brasileiro, o teclista da banda de rock Mamonas Assassinas. O nome Rasec é a inversão de seu nome, César.
    Faleceu tragicamente no acidente aéreo que matou toda a banda, um segurança, um dos seus roadies e os pilotos da aeronave, ocorrido na Serra da Cantareira, no dia 2 de março de 1996.
    Júlio era técnico de eletrónica, foi o último a entrar para banda, por intermédio de Dinho, que já era seu amigo. Começou como roadie da banda Utopia, onde mais tarde, na mesma, assumiu os teclados, depois da saída do então teclista, Márcio Cardoso. Juntamente com Dinho era o principal compositor dos Mamonas, além de teclista, Júlio também fazia vocais em algumas músicas: interpretava Maria na música Vira-Vira e nas apresentações ao vivo cantava as músicas Sábado de Sol e Sabão Crá Crá, além de imitar o cantor Belchior na música Uma Arlinda Mulher, dividindo o vocal com Dinho.
    Deixou um depoimento gravado em vídeo, no sábado à tarde no dia do acidente antes do show em Brasília, onde dizia que tinha sonhado que o avião da banda tinha caído, que teve muita repercussão após o acidente.
    Júlio era adepto do São Paulo, embora em certas fotos tiradas com a banda ele apareça vestindo a camiseta da Portuguesa.
     
     

    Newton nasceu há 375 anos

    Sir Isaac Newton (Woolsthorpe-by-Colsterworth, 4 de janeiro de 1643 - Londres, 31 de março de 1727) foi um cientista inglês, mais reconhecido como físico e matemático, embora tenha sido também astrónomo, alquimista, filósofo natural e teólogo.
    Sua obra, Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, é considerada uma das mais influentes na história da ciência. Publicada em 1687, esta obra descreve a lei da gravitação universal e as três leis de Newton, que fundamentaram a mecânica clássica.
    Ao demonstrar a consistência que havia entre o sistema por si idealizado e as leis de Kepler do movimento dos planetas, foi o primeiro a demonstrar que o movimento de objetos, tanto na Terra como em outros corpos celestes, são governados pelo mesmo conjunto de leis naturais. O poder unificador e profético de suas leis era centrado na revolução científica, no avanço do heliocentrismo e na difundida noção de que a investigação racional pode revelar o funcionamento mais intrínseco da natureza.
    Em uma pesquisa promovida pela Royal Society, Newton foi considerado o cientista que causou maior impacto na história da ciência. De personalidade sóbria, fechada e solitária, para ele, a função da ciência era descobrir leis universais e enunciá-las de forma precisa e racional.
     Réplica do telescópio newtoniano
      
      
    Sepultura de Newton na abadia de Westminster

    NOTA: Enquanto Newton era vivo, dois calendários eram utilizados na Europa: o juliano, na Grã-Bretanha e em partes do norte e leste da Europa, e o gregoriano, utilizado pela Europa católica (instituído em 1582 mas adotado na Inglaterra só após 1752). No nascimento de Newton, as datas no calendário gregoriano estavam dez dias adiantados do juliano; assim, Newton nasceu no dia de Natal, 25 de dezembro de 1642 no calendário juliano, mas no dia 4 de janeiro de 1643 no gregoriano. Já na época da sua morte, a diferença entre dias entre seus calendários passou para onze dias. Alguns autores consideram que Newton nasceu em 25 de dezembro para coincidir com a data da morte de Galileu e os seus admiradores por considerarem que ele foi um presente de Natal para a humanidade...

    O cartunista Henfil morreu há trinta anos

    Henrique de Souza Filho, mais conhecido como Henfil (Ribeirão das Neves, 5 de fevereiro de 1944 - Rio de Janeiro, 4 de janeiro de 1988), foi um cartunista, quadrinista, jornalista e escritor brasileiro.
     
    Biografia
    Como os outros dois seus irmãos - o sociólogo Betinho e o músico Chico Mário - herdou da mãe a hemofilia, distúrbio que impede a coagulação do sangue, fazendo com que a pessoa seja mais suscetível a hemorragias.
    Henfil cresceu na periferia de Belo Horizonte, onde fez os primeiros estudos, frequentou um curso noturno e um curso superior em sociologia, na Faculdade de Ciências Económicas da UFMG, que abandonou após alguns meses. Foi embalador de queijos, contínuo numa agência de publicidade e jornalista, até se especializar, no início da década de 60, em ilustração e produção de histórias em quadradinhos.
    A estreia de Henfil como ilustrador deu-se em 1964, quando, a convite do editor e escritor Robert Dummond, começou a trabalhar na revista Alterosa, de Belo Horizonte, onde criou "Os Franguinhos". Em 1965 passou a colaborar com o jornal Diário de Minas, produzindo caricaturas políticas. Em 1967, criou charges desportivas para o Jornal dos Sports, do Rio de Janeiro. Também teve o seu trabalho publicado nas revistas Realidade, Visão, Placar e O Cruzeiro. A partir de 1969, passou a colaborar com o Jornal do Brasil e com O Pasquim.
    Nessas publicações, os seus personagens atingiram um grande nível de popularidade. Já envolvido com a política do país, Henfil criou em 1970 a revista Fradim, que tinha como marca registada o desenho humorístico, crítico e satírico, com personagens tipicamente brasileiros.
    Com o advento do AI-5 - garantindo a censura dos meios de comunicação, e os órgãos de repressão prendendo e torturando os "subversivos" - Henfil, em 1972, lançou a revista Fradim pela editora Codecri, que tornou os seus personagens conhecidos. Além dos fradinhos Cumprido e Baixim, a revista reuniu a Graúna, o Bode Orelana, o nordestino Zeferino e, mais tarde, Ubaldo, o paranoico.
    Henfil envolveu-se também no cinema, teatro, televisão (trabalhou na Rede Globo, como redator do extinto programa TV Mulher) e literatura, mas ficou marcado mesmo por sua atuação nos movimentos sociais e políticos brasileiros.
    Ele tentou seguir carreira nos Estados Unidos, onde passou dois anos em um tratamento de saúde. Como não teve lugar nos tradicionais jornais norte-americanos, sendo renegado a publicações underground, Henfil escreveu o seu livro "Diário de um Cucaracha". De volta ao Brasil. também fez participação da revista Isto É, onde escrevia uma coluna chamada Cartas da Mãe.
    Após uma transfusão de sangue, acabou contraindo o vírus da SIDA. Faleceu vítima das complicações da doença no auge da sua carreira, com seu trabalho aparecendo nas principais revistas brasileiras.
    Henfil passou toda sua vida a defender o fim do regime ditatorial pelo qual o Brasil passava. Em 1972, quando Elis Regina fez uma apresentação para o exército brasileiro, Henfil publicou em O Pasquim uma charge enterrando a cantora, apelidando-a de "regente" - junto a outras personalidades que, na ótica dele, agradariam aos interesses do regime, como os cantores Roberto Carlos e Wilson Simonal, o jogador Pelé e os atores Paulo Gracindo, Tarcísio Meira e Marília Pêra. Anos mais tarde, o cartunista disse que se arrependia apenas de ter enterrado Clarice Lispector e Elis Regina.
     
    Cronista de humor
    Os escritos de Henfil eram anotações rápidas. Não eram propriamente crónicas, mas um misto de reflexões rápidas, assim como seus traços ligeiros dos cartuns. Célebres eram suas "Cartas à mãe" — título comum em que escrevia sobre tudo e todos, muitas vezes atirando como metralhadora, usando um tom intimista do filho que realmente fala com a mãe - ao mesmo tempo em que criticava o governo e atacava as posições de algumas personalidades.
    Mesmo os seus livros são em verdade a reunião desses escritos, a um tempo memorialistas e de outro falando sobre tudo, sobre a conjuntura política e seu engajamento.
    Em Diário de um Cucaracha, por exemplo, Henfil narra a sua passagem pelos Estados Unidos, onde tentou "fazer a América, sonho de todo latino-americano que se preza" (segundo ele próprio). A obra traz um quadro em que o cartunista relata o choque cultural que experimentou, a reação vigorosa do público norte-americano aos seus personagens, classificados como agressivos e ofensivos. Tudo isso escrito em capítulos pequenos, no tom intimista de quem dialoga não com um leitor anónimo, mas com um amigo ou conhecido. No ano de 2009 o seu único filho criou o Instituto Henfil.
    Uma série de cartuns de Henfil que ficou bastante conhecida foi O Cemitério dos Mortos-Vivos, em que "enterrava" personalidades públicas que, na opinião do cartunista, eram favoráveis a ditadura. Além de empresários, Henfil atacou pessoas como Roberto Carlos, Pelé e Tarcísio Meira.
    Através de uma parceria entre a ONG Henfil e o Instituto Henfil, as 31 revistas Fradim, publicadas por Henfil entre os anos de 1971 e 1980, serão reeditadas. Alguns exemplares já estão à venda na internet. A previsão era de que a coleção estivesse completa até o fim do primeiro semestre de 2014. Além das reedições, uma edição foi feita especialmente para o projeto: a edição Número Zero, que resgata os personagens clássicos de Henfil.
     
    (imagem daqui)