terça-feira, outubro 05, 2010

Não se poderá descomemorar a I República e celebrar a democracia?



A I República não acabou a 28 de Maio de 1926 – terminou a 19 de Outubro de 1921, na “Noite Sangrenta”. Morreu moralmente quando mataram o seu herói fundador, Machado Santos. O marinheiro que, na Rotunda, salvou a revolução republicana ao não desertar – como a generalidade dos oficiais que o acompanhavam – nem se suicidar – como o almirante Cândido dos Reis, o líder formal da revolta – acabaria por morrer às mãos de uma trupe descontrolada que, após mais um golpe de Estado, tomou por uma noite conta de Lisboa. Foi uma noite em que a “fera a fera que todos nós, e eu, açulámos” andou “à solta, matando porque era preciso matar”, como na época disse Cunha Leal, e “os actos revolucionários que visam a conquista do poder tiveram a condenação suprema”, como acrescentou Jaime Cortesão.

Depois do 19 de Outubro ainda houve I República – tal como houvera Monarquia depois do assassinato do Rei D. Carlos. Mas era um regime ferido e irreformável, sucedendo-se os governos e os escândalos sem renovação ou remissão possível. Depois dessa noite de Outubro de 1921 não houve mais ilusões: a República nunca seria como Machado Santos a tinha sonhado – uma “república para todos os portugueses” –, antes continuaria a ser “a república para os republicanos” tal como João Chagas a definira. Sendo que por republicanos se deviam entender os membros do partido radical de Afonso Costa, o Partido Republicano Português (PRP).

Não deixa por isso de ser estranha a forma como, 100 anos depois, se está a comemorar a I República. Primeiro, porque isso está a ser feito de uma forma que reduz a realidade complexa de então a uma falsa dicotomia entre uma Monarquia corrupta e uma República redentora. Depois porque, de forma chocantemente manipulatória, se pretende fazer radicar tudo o que hoje associamos à democracia em que vivemos no espúrio regime de então. Só encontro uma explicação para isso, e não é entusiasmante: a existência de angustiantes paralelos entre o regime que saiu do 5 de Outubro e certas práticas políticas dos dias que correm. Mas já lá irei. Antes vale a pena revisitar algumas mentiras da linha dominante nas actuais comemorações.
Tem-se querido apresentar a implantação da República como um momento redentor para a política e para a democracia. Não foi assim. É falso, por exemplo, que a República tenha oferecido aos portugueses o direito ao sufrágio directo e universal, como ainda esta semana se repetiu numa série que a RTP2 está a passar, Nós Republicanos. Qualquer estudioso da I República sabe que a lei eleitoral de 1911 conservou o sufrágio restrito do “rotativismo” da monarquia liberal. Pior: como partido de Afonso Costa sabia que não tinha apoio no país, e era preciso “proteger e consolidar as instituições”, como se escrevia no seu jornal, O Mundo, tratou de garantir que nada impediria a vitória do PRP. Foi assim que 91 dos 229 deputados eleitos para a Assembleia Constituinte (e que depois se auto-nomeariam para o Parlamento e para o Senado…) foram pura e simplesmente designados, não tende sequer sido votados. Mesmo assim, não fosse o diabo tecê-las, a nova lei eleitoral de 1913 ainda era mais restritiva, ao ponto de António Sérgio ter escrito que estávamos perante um “facto único na História”: “uma República que restringe o voto em relação à Monarquia que deitou abaixo em nome de princípios democráticos!” O número de recenseados desceu para menos de metade e a lei ia ao ponto de negar mesmo expressamente o voto às mulheres – provocando interessantes e reveladores debates parlamentares. Este último dado também contraria o mito de que a I República teria respeitado as reivindicações feministas.

Outra mentira habitual é a de que o regime saído do 5 de Outubro teria feito da Educação uma das suas prioridades – é o mito da “educação republicana”, essa lenda que alimenta a farsa da “inauguração”, pelo centenário, de 100 novas escolas. Ora a primeira preocupação da República não foi a Educação, antes a perseguição dos católicos, em especial dos jesuítas. Menos de cem horas depois de José Relvas ter subido à varanda dos Paços do Concelho de Lisboa, foi proclamada uma lei a renovar a proscrição dos jesuítas, repondo em vigor a legislação do Marquês de Pombal. Todos os membros de associações religiosas foram proibidos de “exercer o ensino ou intervir na educação”, o que teve como consequência imediata o encerramento de muitas escolas. No tempo de Pombal a expulsão dos jesuítas fizera desaparecer a rede de ensino secundário, a qual levaria décadas ser reconstruída; com a República repetia-se o mesmo erro. O fracasso, registado pelas estatísticas oficiais, traduziu-se na teimosa persistência de níveis elevadíssimos de analfabetismo e em taxas muito baixas de frequência da escola primária: entre 1910 e 1926 o número de crianças nesse grau de ensino passou de 271 mil para apenas 367 mil, correspondentes a tão-somente 29,7 por cento do universo de crianças em idade de frequentar esse grau de ensino.

Também se proclama que a República trouxe a liberdade de imprensa, quando a verdade é que a imprensa era mais livre no tempo da monarquia constitucional do que durante os conturbados anos em que, na prática, vigorou em Portugal uma ditadura do partido de Afonso Costa. A diferença não estava nas leis, formalmente mais liberais as da República, mas nas práticas, mais autoritárias. De facto, não tinham sequer passado três meses sobre o 5 de Outubro e já as instalações de jornais como o Correio da Manhã, O Liberal e o Diário Ilustrado estavam a ser assaltados pela nova Guarda Republicana ou pela milícia do PRP conhecida por “formiga branca”. Na mesma altura foi também proibido o jornal de Francisco Homem Christo, sinal de que na República não havia censura prévia, mas havia castigo imediato. Como? Assaltando redacções e tipografias, aí espalhando e misturando os caracteres tipográficos, em acções descritas como de “empastelamento” que tinham como consequência impedir a regular publicação dos títulos desafectos ao novo regime. Os próprios ardinas dos jornais chegaram a ser perseguidos ou até presos sem culpa formada.

Os exemplos poderiam multiplicar-se, mas a conclusão não mudaria: é difícil, senão impossível, ter alguma coisa para comemorar numa República que só uma certa oposição ao Estado Novo venerou, e que os seus descendentes erradamente mitificam.

Há, contudo, uma perturbante semelhança entre esses tempos e os de hoje, e não nos referimos ao eterno dilema do equilíbrio das contas públicas. É que a República de Afonso Costa, como hoje o socratismo, vivia na permanente contradição entre a mentira da retórica e a verdade nua e crua dos factos. O PRP prometia liberdade mas organizava a repressão utilizando os militares que lhe eram afectos e as suas milícias; Sócrates promete a defesa do Estado social ao mesmo tempo que o tem tornado, por via dos défices acumulados, cada vez mais inviável. O PRP dizia-se a favor da liberdade de imprensa mas organizava o assalto às redacções; Sócrates conta antes com amigos para montar operações de compra da TVI e tem uma ERC para exercer uma tutela atrofiante. O PRP prometeu resgatar o país por via de uma “educação republicana” mas deixou-o quase tão analfabeto como o encontrou; Sócrates tem assegurado enormes “vitórias” estatísticas na Educação à conta de sucessivas opções pelo facilitismo.

E se Afonso Costa defendia que “a República é para os republicanos”, Sócrates tem praticado a máxima de que o Estado e as suas mordomias são para os socialistas.

Hoje é inimaginável que uma qualquer “camioneta fantasma” percorra de noite as ruas de Lisboa a capturar, um a um, adversários políticos, mas tal não impede que hoje, como a seguir à morte de D. Carlos, como nos anos finais da República, como no ocaso do marcelismo, se respire um ambiente de fim de regime, de grave divórcio entre os cidadãos e os poderosos, de bloqueios aparentemente inamovíveis. Hoje os políticos já não se desafiam para duelos nas vielas do Lumiar, como há um século, mas isso não os impede de trocarem mimos ou mesmo insultos. Chegámos mesmo a um ponto em que os problemas de carácter do primeiro-ministro se transformaram num problema do regime, fazendo-o apodrecer por inacção e complacência.

Cretinice comemoradeira



Por que é que não se há-de comemorar o "28 de Maio" que, à semelhança do "5 de Outubro", implantou uma ditadura? Ou outra porcaria qualquer? Ou o contrário? Ou os croquetes do D. Duarte? Em Loures apareceu o candidato presidencial do BE e do PS a dizer umas parvoíces ao mesmo tempo que uns totós, de uma janela, fingiam implantar a república e o "povo", cá em baixo, nesciamente aplaudia. Daqui a pouco a coisa repete-se, em Lisboa, com o Estado democrático em peso vergado ao sinistro fantasma de Afonso Costa. E tudo isto para nada. Porque não há rigorosamente nada para comemorar.

in portugal dos pequeninos - post de João Gonçalves

Poesia ideal para a data


A Canalha

Como esta gente odeia, como espuma
por entre os dentes podres a sua baba
de tudo sujo nem sequer prazer!
Como se querem reles e mesquinhos,
piolhosos, fétidos e promíscuos
na sarna vergonhosa e pustulenta!
Como se rabialçam de importantes,
fingindo-se de vítimas, vestais,
piedosas prostitutas delicadas!
Como se querem torpes e venais
palhaços pagos da miséria rasca
de seus cafés, popós e brilhantinas!
Há que esmagar a DDT, penicilina
e pau pelos costados tal canalha
de coxos, vesgos, e ladrões e pulhas,
tratá-los como lixo de oito séculos
de um povo que merece melhor gente
para salvá-lo de si mesmo e de outrem.

Jorge de Sena
NOTA: ideia roubada ao Blog Portugal dos Pequeninos...

Uma boa pergunta para um dia de inauguração de escolas




O que digo neste texto não vai além daquilo que Carlos Fiolhais disse em texto anterior, pois pretendo tão só fazer eco das suas palavras, sobretudo daquelas que dedicou à nossa educação.

Quando já não havia possibilidade de esconder os danos na economia, os políticos reconhecerem o que alguns (apelidados de catastrofistas, pessimistas e derrotistas) vinham afirmando há anos: o caminho para o abismo.

É o momento de perguntar se demorará muito para que o mesmo aconteça na educação.

Porque, não tenhamos ilusões: irá acontecer. Só falta saber-se o momento. A realidade impõe-se por si mesma. Não é possível continuar a esconder o estado desastroso do nosso ensino e, correlativamente, da aprendizagem.

Isto digo eu... E digo-o porque, longe de ser um só nível de escolaridade que se encontra num estado crítico, são todos os níveis que se apresentam num estado crítico: desde a educação de infância até ao ensino superior. Não podemos continuar, por muito mais tempo, a ignorar esta evidência, a fazer de conta que não é assim. Porque, infelizmente, é mesmo assim!

Haverá uma outra escola, um ou outro curso que ainda tentará resistir à panóplia de ameaças à sua qualidade (não, não falo da “qualidade” assente em critérios burocráticos, mas numa outra que se define pela aquisição de saber e de desenvolvimento cognitivo e axiológico), mas, continuando este estranho processo em curso, também eles acabarão por desistir.

Salvar-se-ão, no final, meia-dúzia de escolas (na maioria privadas) onde aqueles que nos levam à ruína económica e educativa põem, apartados da turba ignorante, os seus filhos e netos, com bilhete pré-comprado para universidades estrangeiras.

Acrescento o seguinte: se foi relativamente fácil explicar aos portugueses o caos económico em que estamos, porque isso se materializa, muito concretamente, em dinheiro na carteira ou no banco, como lhes poderemos explicar que a educação soft que receberam de pouco ou nada lhes vai valer? Que os certificados que lhe atribuíram são um logro? Que o caminho da educação que trilhamos só nos pode conduzir à pior miséria que se pode imaginar - a ignorância?

Na verdade, como um leitor do De Rerum Natura bem referiu num comentário: há uma “impossibilidade lógica de explicar a mediocridade a um medíocre”. Teremos chegado a esse ponto? Ou ainda haverá esperança caso tenhamos o discernimento de reconhecer, agora, que é preciso mudar o rumo?

in De Rerum Natura - post de Helena Damião

Música para um dia triste

Hoje é um dia importante para Portugal


Passam hoje 867 anos sobre a assinatura do Tratado de Zamora, que deu a independência ao Reino de Portugal - veja-se o texto da Wikipédia sobre o tratado:

O Tratado de Zamora foi um diploma resultante da conferência de paz entre D. Afonso Henriques e seu primo, Afonso VII de Leão e Castela. Celebrado a 5 de Outubro de 1143, esta é considerada como a data da independência de Portugal e o início da dinastia afonsina.
Vitorioso na batalha de Ourique, em 1139, D. Afonso Henriques beneficiou da acção desenvolvida, em favor da constituição do novo Reino de Portugal, pelo arcebispo de Braga, Dom João Peculiar. Este procurara conciliar os dois primeiros e fez com que eles se encontrassem em Zamora nos dias 4 e 5 de Outubro de 1143 na presença do cardeal Guido de Vico.
Pelos termos do tratado, Afonso VII concordou em que o Condado Portucalense passasse a ser Reino, tendo D. Afonso Henriques como seu "rex" (rei). Embora reconhecesse a independência, D. Afonso Henriques continuava a ser vassalo, pois D. Afonso VII para além de ser rei de Leão e Castela era Imperador de toda a Hispânia. Contudo nunca D. Afonso Henriques prestou vassalagem ao Imperador, sendo caso único de entre todos os reis existentes na península Ibérica.
A soberania portuguesa, reconhecida por Afonso VII em Zamora, só veio a ser confirmada pelo Papa Alexandre III em 1179, mas o título de "rex", que D. Afonso Henriques usava desde 1140, foi confirmado em Zamora, comprometendo-se então o monarca português, ante o cardeal, a considerar-se vassalo da Santa Sé, obrigando-se, por si e pelos seus descendentes, ao pagamento de um censo anual.
Em Zamora, revogou-se o anterior Tratado de Tui datado de 1137.
A partir de 1143 D. Afonso Henriques vai enviar ao Papa remissórias declarando-se seu vassalo lígio e comprometendo-se a enviar anualmente uma determinada quantia de ouro. As negociações vão durar vários anos, de 1143 a 1179. Em 1179 o Papa Alexandre III envia a D. Afonso Henriques a "Bula Manifestis probatum"; neste documento o Papa aceita que D. Afonso Henriques lhe preste vassalagem directa, reconhece-se definitivamente a independência do Reino de Portugal sem vassalagem em relação a D. Afonso VII de Leão e Castela (pois nenhum vassalo podia ter dois senhores directos) e D. Afonso Henriques como primeiro rei de Portugal, ou seja, Afonso I de Portugal.

Passam ainda 30 anos sobre as eleições legislativas de 1980, que mostraram que, com coligações  coerentes, o sistema político português podia funcionar - isto para além de, há um século, um golpe de estado antidemocrático, derrubou uma democracia e gerou um república caótica, assassina e mentirosa, que se manteve apenas 16 anos...

Vídeos para celebrar a imposição da república - V

A imposição da república foi há 100 anos


Dia triste para o país e para a democracia - contra a vontade da maioria do povo foi-nos imposta, há 100 anos, a república...


FÁBULA

No tempo em que os animais falavam.
Liberdade!
Igualdade!
Fraternidade!

Joaquim Namorado

segunda-feira, outubro 04, 2010

Por favor vejam este vídeo

Análise de grande lucidez sobre a situação do país feita por Frei Fernando Ventura. Por favor vejam. Vale a pena.


Parece que nada mudou.

Ausência de liderança, de memória, de consciência e de responsabilização.

"Acordem, meus amigos. Vivemos numa BARRACA com um submarino à porta."

O que se festeja amanhã?

Sidónio Pais, ditador na I República (assassinado em 1918)

No meio da maior crise financeira de que há memória, o país político prepara-se para comemorar cem anos de república - com maior espavento do que se comemorasse a própria fundação de Portugal.
Lamentavelmente, não é preciso ser monárquico para chegar a esta conclusão: há poucos motivos para festejar. Dos cem anos do regime que se comemora, apenas 34 - um terço - decorreram em democracia plena. Os 15 anos e meio da I República merecem figurar nos manuais como um período histórico que nenhum português gostaria de reviver: sufrágio restrito, jornais encerrados, sindicalistas presos, perseguições religiosas, atentados bombistas, conspirações permanentes, homicídios políticos (um presidente e um primeiro-ministro assassinados), finanças caóticas. Generalizada degradação da autoridade do Estado. Uma absurda e suicida intervenção na I Guerra Mundial que levou o luto a milhares de famílias portuguesas. Intelectuais de todos os matizes - de Fernando Pessoa ao grupo da Seara Nova - clamando por uma "regeneração nacional" que chegou à bruta, a 28 de Maio de 1926: a incompetência dos políticos dessa época adubou o terreno para 48 anos de ditadura.
Na própria I República houve dois períodos ditatoriais, convenientemente omitidos da historiografia oficial: o "golpe das espadas", de Pimenta de Castro (1915), e o bonapartismo reencarnado por Sidónio Pais, fugaz ídolo das massas até ser morto na estação do Rossio (1917-18).
Woodrow Wilson foi presidente dos EUA durante oito anos (1913-21). Neste período, Portugal teve seis presidentes (Manuel de Arriaga, Teófilo Braga, Bernardino Machado, Sidónio, o monárquico Canto e Castro, António José de Almeida), dois golpes de estado e 27 governos, além de várias "incursões" monárquicas, aliás desautorizadas pelo bom senso do último rei, D. Manuel II, exilado no Reino Unido.

Machado Santos, herói do 5 de Outubro (assassinado em 1921)

É isto que amanhã se comemora, novamente com as finanças exangues. Em vez de festejar, os políticos actuais deviam analisar seriamente a profusão de erros e omissões da I República, um regime que não tardou a devorar os seus heróis, começando por Machado Santos, o "bravo da Rotunda", assassinado na sangrenta madrugada de 19 de Outubro de 1921. Deviam também interrogar-se sobre o terreno que eles próprios adubam nos dias de hoje. Não há regimes eternos, como o estudo da História bem demonstra. Em política, toda a incompetência tem um preço: o pior é que a factura costuma ser paga pelos povos.


in Delito de Opinião - post de Pedro Correia

Recordar Janis Joplin

Mais uma que queria o Mercedes novo do nosso PM

Janis Joplin morreu há 40 anos


Janis Lyn Joplin (Port Arthur, 19 de Janeiro de 1943Los Angeles, 4 de Outubro de 1970) foi uma cantora e compositora norte americana. Tornou-se conhecida no final dos anos 60 como vocalista da banda Big Brother and the Holding Company, e posteriormente como artista a solo.

(...)
Janis Joplin morreu de overdose de heroína em 4 de outubro de 1970, em Los Angeles, Califórnia, com apenas 27 anos. Foi cremada no cemitério-parque memorial de Westwood Village, em Westwood, Califórnia, e, numa cerimónia, as suas cinzas foram espalhadas pelo Oceano Pacífico.

O álbum Pearl foi lançado 6 meses após sua morte. O filme The Rose, com Bette Midler no papel de Janis Joplin, baseou-se em sua vida.

Ela hoje é lembrada por sua voz forte e marcante, bastante distante das influências folk mais comuns em sua época, e também pelos temas de dor e perda que escolhia para suas músicas.

Os festejos




Uns quantos do costume mais alguns outros bem intencionados andam entretidos a engalanar o país para os grandiosos festejos do centenário da república. Não consigo perceber a alegria nem os festejos. Ao longo destes cem anos republicanos, bem mais de metade do tempo foi passado em regimes não democráticos. A 1ª república terminou com as finanças em fanicos, dando origem ao Estado Novo, que orientou a 2ª república. Nem uma nem outra foram exemplos de democracia ou de liberdade.

A 2ª república veio a dar origem ao comunismo do PREC. Falar-se em democracia ou em liberdade nessa altura é pura anedota, e só para os que não foram perseguidos à época.

E este simulacro de democracia e liberdade dos últimos trinta e poucos anos pôs novamente as finanças em fanicos, com o descalabro das contas públicas e a ameaça de intervenção exterior para organizar a desorganizada república. Festejar o quê, neste momento? Confesso não conseguir compreender, embora considere que as pessoas são livres de festejar e de se divertirem como entenderem.

Quando era garoto, na quinta dos meus Avós havia um trabalhador engraçado, já entradote, que diariamente se embriagava e diariamente gritava a plenos pulmões “viva o pesterico!” Nunca soube o que seria o pesterico, mas que também ele se divertia muito, divertia.
in Delito de Opinião - post (a convite) de Vasco Lobo Xavier

Dia Mundial dos Animais

(imagem daqui)

Hoje, além de ser o Dia da Arquitectura, comemora-se o Dia Mundial dos Animais, pelo facto de ser também o dia de São Francisco de Assis.

"Deus quer que ajudemos aos animais, se necessitam de ajuda. Toda criatura em desgraça tem o mesmo direito a ser protegida."

São Francisco de Assis

Subscrevo e assino por baixo

Monarquia vs República

(imagem daqui)

Obrigado a todos

Não param de chegar e-mails às minhas caixas de mensagens a convidar-me para comparecer numa miríade de iniciativas destinadas a comemorar a implantação da república. Como não consigo responder a todos, faço-o agora por esta via: Muito obrigado pelas hilariantes iniciativas de falsificação histórica que realizam também com o meu dinheiro. É extremamente compensador perceber que está a ser muito bem gasto.  Estou certo que as gerações futuras não deixarão de olhar com ternura para semelhante fraude organizada por um regime que, servindo mal e porcamente os seus cidadãos, procura justificar a triste existência através da sua associação a um outro que nunca serviu.

in 31 da Armada - post de João Vacas

Sismo no Açores - mapa com epicentro


Fonte: IM

A ética republicana e socialista - versão do príncipe da república



Reacções a anúncio de medidas de austeridade
Almeida Santos diz que sacrifícios pedidos “não são incomportáveis


O presidente do PS considerou hoje que o esforço pedido hoje pelo Executivo com novas medidas de austeridade “não são sacrifícios incomportáveis” e que “o povo tem que sofrer as crises como o Governo as sofre”.


Questionado pelos jornalistas à entrada da sede do PS, onde vão decorrer esta noite reuniões do Secretariado Nacional e da Comissão Política, convocadas por José Sócrates, Almeida Santos recusou comentar o tempo que o Governo demorou a tomar tais decisões, dizendo que o Executivo “tentou tomar em conta a possibilidade de não serem necessárias”.

O histórico socialista lembrou que “esta crise só tem paralelo nos anos 20 do século passado” e reconheceu que “são medidas impopularíssimas”, mas que deverão chegar para “afastar o FMI”. “Não é qualquer Governo que toma medidas como estas e está disponível para sofrer as consequências”, vincou, afirmando porém que “o povo tem que sofrer as crises como o Governo as sofre”.

“Eu não gosto do FMI, devo dizê-lo. Mas o FMI já nos salvou duas vezes no passado, não é assim um problema de uma gravidade excepcional [o FMI intervir]”, realçou o presidente do PS, acrescentando: “Se precisarmos que o FMI nos salve, talvez essa seja de facto a nossa salvação. Mas não sejamos tão pessimistas!”

Para Almeida Santos “é evidente que a bola agora está no lado da oposição”, e avisou que “não se pede ao PSD que seja co-responsável. Pede-se que por razões patrióticas aprove o orçamento”. Afirmando que “a despesa não tem grande margem de manobra”, deixou um repto: “Dizem que se corte na despesa, mas não dizem onde. Se isto não chega, digam onde.”

in Público - ler notícia

Sismo em S. Miguel

 Recebido do Instituto de Meteorologia, via e-mail:

O Instituto de Meteorologia informa que no dia 03-10-2010 pelas 21:34 (hora local) foi registado nas estações da Rede Sísmica do Arquipélago dos Açores, um sismo de magnitude 3.7 (Richter) e cujo epicentro se localizou a cerca de 20 km a Sul de Faial da Terra (S. Miguel).

Este sismo, de acordo com a informação disponível até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima III (escala de Mercalli modificada) na região de Povoação e Vila Franca do Campo, intensidade II/III em Água de Pau e intensidade II em Lagoa, Ilha de São Miguel.

Se a situação o justificar serão emitidos novos comunicados.Sugere-se o acompanhamento da evolução da situação através da página do IM na Internet (www.meteo.pt) e a obtenção de eventuais recomendações junto do Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros (www.srpcba.pt).

O país dos burlões


Da credibilidade de um primeiro-ministro

A minha avó Luísa, com a sabedoria popular de quem anda por cá há mais de 90 anos, dizia esta semana, a propósito das medidas de austeridade anunciadas pelo primeiro-ministro: "Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo."

Não me atrevo a ir tão longe, até porque, reconheço, há toda uma conjuntura internacional que nos empurrou para onde estamos hoje. Sucede, porém, que quem ouviu o que José Sócrates andou a propagandear no último ano e meio não pode deixar de pensar na velha história do "Pedro e o Lobo", em versão do avesso. Não foi assim há tanto tempo que o chefe do Governo garantiu não haver qualquer descontrolo das contas públicas e da despesa, e que as medidas previstas no malfadado PEC II (aprovado com o PSD) seriam suficientes para alcançar os objectivos orçamentais em 2010 e 2011. E eis que, esta semana, em poucos dias, tudo mudou. Portugal está, afinal, em grandes dificuldades financeiras, os mercados desconfiam da nossa credibilidade e há que pedir (ainda) mais sacrifícios aos portugueses.

Recuemos, pois. A 27 de Setembro de 2009, José Sócrates foi reeleito primeiro-ministro tendo por bandeira as grandes obras públicas como alavanca para o relançamento da economia. E onde estão elas? Congeladas pelo ambiente económico adverso que, à época, o Governo certamente não desconhecia e ainda assim se comprometeu com elas, as obras públicas, em nome do optimismo (hoje percebemos que era afinal irrealismo ou eleitoralismo). Mas houve mais. Promessas de não aumentar a carga fiscal quebradas uma e outra vez. A última agora mesmo com a anunciada subida da taxa máxima do IVA para os 23%, depois de, ao longo do ano, o próprio Sócrates ter repetido que "a consolidação orçamental se fará baseada na redução da despesa e não através de aumento de impostos".

A reeleição foi também conseguida à custa dos aumentos salariais de 2,9% para os funcionários públicos, fixados em Janeiro do ano da graça eleitoral de 2009. Agora, os mesmos funcionários do Estado vêem-se confrontados com cortes médios de 5%, que haviam sido negados em Junho pelo primeiro-ministro. Ou dos novos escalões e dos aumentos no abono de família que agora caem por terra, do cheque-bebé que nunca passou de um decreto, das comparticipações a 100% nos medicamentos que agora acabam e que resistiram um ano na boca do primeiro-ministro.

E isto para não falar do recurso a receitas extraordinárias para cobrir o défice público - veja-se a transferência do fundo de pensões da PT para a esfera do Estado -, que, foi o próprio José Sócrates quem o assegurou mais do que uma vez, jamais em tempo algum aconteceria, porque nunca repetiria o que foi feito pela ex-ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite.

Hoje, parece evidente, estas medidas duras são inevitáveis. Mesmo incontornáveis. É também absolutamente claro que, se tomadas há mais tempo, seriam seguramente menos dolorosas para todos e bastante mais eficazes. São, no entanto, uma contradição absoluta com as ilusões vendidas pelo Governo ao longo do último ano e meio.

Até admito gostar de um primeiro-ministro que se engane e que, não raras vezes, tenha dúvidas. Não gosto é de ser enganado.