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Todavia, não usou, entre 1128 e 1139, o
título de rei, mas de "príncipe" ou de "infante", o que significa,
decerto, que não podia resolver por si próprio a questão da sua
categoria política; isto é, devia admitir que ela dependesse também do
assentimento de Afonso VII, que era, de facto, o herdeiro legítimo de Afonso VI.
Mas também não usou nunca o título de "conde", que o colocaria numa
nítida posição de dependência para com o rei de Leão e Castela.
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Pelos termos do tratado, Afonso VII concordou em que o
Condado Portucalense passasse a ser
reino, tendo D. Afonso Henriques como seu
rex (
rei). Embora reconhecesse a independência, D. Afonso Henriques continuava a ser
vassalo, pois D. Afonso VII para além de ser rei de
Leão e Castela considerava-se
imperador de toda a Hispânia.
A
soberania portuguesa, reconhecida por Afonso VII em Zamora, veio a ser confirmada pelo
Papa Alexandre III só em 1179, mas o título de
Rex,
que D. Afonso Henriques usava desde 1140, foi confirmado em Zamora,
comprometendo-se então o monarca português, ante o cardeal, a
considerar-se vassalo da
Santa Sé, obrigando-se, por si e pelos seus descendentes, ao pagamento de um censo anual.
A partir de 1143 D. Afonso Henriques vai enviar ao Papa remissórias ,
declarando-se seu vassalo lígio e comprometendo-se a enviar anualmente
uma determinada quantia de ouro. As negociações vão durar vários anos,
de 1143 a 1179.