terça-feira, fevereiro 03, 2009

The Day The Music Died


Para memória futura, alguma música de dois senhores que morreram há 50 anos...


La Bamba - Ritchie Valens


Sealed With A Kiss - Richie Vallens


Rockin All Night - Ritchie Valens


Thatll Be The Day - Buddy Holly


Maybe Baby - Buddy Holly


Earth Angel - Buddy Holly


Everyday - Buddy Holly

Para recordar um dia triste para os amantes da Música

American Pie (The Day The Music Died) - Don McLean



A long, long time ago...
I can still remember
How that music used to make me smile.
And I knew if I had my chance
That I could make those people dance
And, maybe, theyd be happy for a while.

But february made me shiver
With every paper Id deliver.
Bad news on the doorstep;
I couldnt take one more step.

I cant remember if I cried
When I read about his widowed bride,
But something touched me deep inside
The day the music died.

So bye-bye, miss american pie.
Drove my chevy to the levee,
But the levee was dry.
And them good old boys were drinkin whiskey and rye
Singin, thisll be the day that I die.
Thisll be the day that I die.

Did you write the book of love,
And do you have faith in God above,
If the Bible tells you so?
Do you believe in rock n roll,
Can music save your mortal soul,
And can you teach me how to dance real slow?

Well, I know that youre in love with him
`cause I saw you dancin in the gym.
You both kicked off your shoes.
Man, I dig those rhythm and blues.

I was a lonely teenage broncin buck
With a pink carnation and a pickup truck,
But I knew I was out of luck
The day the music died.

I started singin,
Bye-bye, miss american pie.
Drove my chevy to the levee,
But the levee was dry.
Them good old boys were drinkin whiskey and rye
And singin, thisll be the day that I die.
Thisll be the day that I die.

Now for ten years weve been on our own
And moss grows fat on a rollin stone,
But thats not how it used to be.
When the jester sang for the king and queen,
In a coat he borrowed from james dean
And a voice that came from you and me,

Oh, and while the king was looking down,
The jester stole his thorny crown.
The courtroom was adjourned;
No verdict was returned.
And while lennon read a book of marx,
The quartet practiced in the park,
And we sang dirges in the dark
The day the music died.

We were singing,
Bye-bye, miss american pie.
Drove my chevy to the levee,
But the levee was dry.
Them good old boys were drinkin whiskey and rye
And singin, thisll be the day that I die.
Thisll be the day that I die.

Helter skelter in a summer swelter.
The birds flew off with a fallout shelter,
Eight miles high and falling fast.
It landed foul on the grass.
The players tried for a forward pass,
With the jester on the sidelines in a cast.

Now the half-time air was sweet perfume
While the sergeants played a marching tune.
We all got up to dance,
Oh, but we never got the chance!
`cause the players tried to take the field;
The marching band refused to yield.
Do you recall what was revealed
The day the music died?

We started singing,
Bye-bye, miss american pie.
Drove my chevy to the levee,
But the levee was dry.
Them good old boys were drinkin whiskey and rye
And singin, thisll be the day that I die.
Thisll be the day that I die.

Oh, and there we were all in one place,
A generation lost in space
With no time left to start again.
So come on: jack be nimble, jack be quick!
Jack flash sat on a candlestick
Cause fire is the devils only friend.

Oh, and as I watched him on the stage
My hands were clenched in fists of rage.
No angel born in hell
Could break that satans spell.
And as the flames climbed high into the night
To light the sacrificial rite,
I saw satan laughing with delight
The day the music died

He was singing,
Bye-bye, miss american pie.
Drove my chevy to the levee,
But the levee was dry.
Them good old boys were drinkin whiskey and rye
And singin, thisll be the day that I die.
Thisll be the day that I die.

I met a girl who sang the blues
And I asked her for some happy news,
But she just smiled and turned away.
I went down to the sacred store
Where Id heard the music years before,
But the man there said the music wouldnt play.

And in the streets: the children screamed,
The lovers cried, and the poets dreamed.
But not a word was spoken;
The church bells all were broken.
And the three men I admire most:
The father, son, and the holy ghost,
They caught the last train for the coast
The day the music died.

And they were singing,
Bye-bye, miss american pie.
Drove my chevy to the levee,
But the levee was dry.
And them good old boys were drinkin whiskey and rye
Singin, thisll be the day that I die.
Thisll be the day that I die.

They were singing,
Bye-bye, miss american pie.
Drove my chevy to the levee,
But the levee was dry.
Them good old boys were drinkin whiskey and rye
Singin, thisll be the day that I die.

Um postal vindo da América do Sul

Mark Knopfler - Postcards from Paraguay



One thing was leading to the next
I bit off more than I could chew
I had the power to sign the cheques
It wasn't difficult to do
I couldn't stay and face the music
So many reasons why
I won't be sending postcards
From Paraguay

I robbed a bank full of dinero
A great big mountain of dough
So it was goodbye companero
And cheerio
I couldn't stay and face the music
So many reasons why
I won't be sending postcards
From Paraguay

I never meant to be a cheater
But there was blood on the wall
I had to steal from peter
To pay what I owed to paul
I couldn't stay and face the music
So many reasons why
I won't be sending postcards
From Paraguay

Buddy Holley e Ritchie Valens morreram há 50 anos







NOTA: morrem jovens os que os deuses amam - o dia da sua morte (um trágico acidente de avião que vitimou Buddy Holly, Ritchie Valens e J. P. "The Big Bopper" Richardson, além do piloto) passou a ser conhecido como The Day the Music Died.

Darwin e mais Darwin


O Ano Darwin prossegue por todo o país, aproximando-se a data de 12 de Fevereiro quando de assinalam os 200 anos do nascimento de Darwin. Em Lisboa, o Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa (CFCUL) organiza várias iniciativas (ver aqui ) e em Coimbra o mesmo acontece com o Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX, CEIS20 (ver aqui).
Do primeiro recebemos este anúncio:

Para dar inicio à sua participação nas comemorações do Ano Darwin, o CFCUL vai promover - entre outras iniciativas que em breve serão anunciadas - um ciclo de conferências sobre "Filosofia das Ciências da Vida".

A conferência inaugural - "Darwin e o Darwinismo 150 anos depois" - será proferida pelo Prof. Doutor António Bracinha Vieira, no dia 11 de Fevereiro de 2009, na FCUL, às 18h em sala a anunciar.

E do segundo recebemos este outro anúncio (cartaz de actividades em cima, clicar para ver melhor):

Convidam-se todos os interessados para a conferência, integrada no ciclo de conferências "200 ANOS DE DARWIN", da Prof.ª Doutora Ana Leonor Pereira, "Usos e falsificações de Darwin", a realizar no dia 3 de Fevereiro de 2009. Hora: 17.00, Local: CEIS20, Rua Filipe Simões, 33 - Coimbra, Entrada livre.


Contexto: Quando das grandes comemorações do centenário de Darwin em 1909, Portugal tomou iniciativas que estão devidamente registadas no livro de Ana Leonor Pereira, Darwin em Portugal. Filosofia. História. Engenharia Social (1865-1914) (Coimbra, Almedina, 2001, 628 p.) e que revelam a importância de Darwin e dos darwinismos nas ciências da vida e nas ciências do homem desde a publicação inaugural de 1859. Além dos eventos dentro do país, Portugal fez-se representar em Universidades estrangeiras que na altura apresentaram resultados inovadores de investigação científica e trabalhos historiográficos sobre os 100 anos já decorridos. O nosso país vivia um clima cultural pré-revolução republicana em que Darwin e os darwinismos apareciam como constitutivos das novas tendências culturais que se irão afirmar com o triunfo da República em 1910 e nos anos seguintes. Hoje, em 2009, as responsabilidades da comunidade científica e sobretudo das universidades portuguesas são ainda mais acentuadas como de resto em todo o mundo.

Assim, o Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra-CEIS20, através do Grupo de Investigação de História e Sociologia da Ciência, tomou a iniciativa de:
1.Dar um conjunto de conferências subordinado ao tema 200 anos de Darwin, a iniciar em 2008 e a continuar em 2009.
2.Preparar e editar algumas obras alusivas à recepção de Darwin e do darwinismo em Portugal, até ao final de 2009.

in Blog De Rerum Natura (post adaptado)

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Música para Geopedrados

A pedido de uma nossa leitora, aqui fica uma canção dos anos 70, com o texto de base bíblico e a versão camoniana...







SALMO 136

Às margens dos rios de Babilónia,
sentávamo-nos chorando,
lembrando-nos de Sião.
Nos salgueiros daquela terra,
pendurávamos, então, as nossas harpas,
porque aqueles que nos tinham deportado nos pediam cânticos.
Os nossos opressores exigiam de nós um hino de alegria:
Cantai-nos um dos cânticos de Sião.

Como poderíamos nós cantar um cântico do Senhor em terra estranha?
Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém,
que minha mão direita nunca mais se erga!
Que minha língua se me apegue ao palato,
se eu não me lembrar de ti,
se eu não puser, Jerusalém,
acima de todas as minhas alegrias.

Contra os filhos de Edom, lembrai-vos, Senhor,
do dia da queda de Jerusalém, quando eles gritavam:
Arrasai-a, arrasai-a até os seus alicerces!
Ó filha da devastadora Babilónia,
feliz aquele que te retribuir o mal que nos fizeste!
Feliz aquele que se apoderar de teus filhos,
para os esmagar contra uma rocha!


Redondilhas de Babel e Sião (Luis Vaz de Camões)

Sôbolos rios que vão
por Babilónia, me achei,
Onde sentado chorei
as lembranças de Sião
e quanto nela passei.
Ali, o rio corrente
de meus olhos foi manado,
e, tudo bem comparado,
Babilónia ao mal presente,
Sião ao tempo passado.

(...)

Dia Mundial das Zonas Húmidas

Hoje é o Dia Mundial das Zonas Húmidas, para recordar a data da assinatura da Convenção de Ramsar (cidade iraniana) - 2 de Fevereiro de 1971.

Dado que Portugal tem um património natural riquíssimo nesta área (ver aqui) e um primeiro-ministro também muito interessado neste assunto (ver aqui) achámos por bem citar a seguinte notícia do jornal Público:

Dia Mundial das Zonas Húmidas
Biólogos descobriram dez novas espécies de anfíbios na Colômbia
02.02.2009 - 18h47 Reuters, PÚBLICO

Uma equipa de biólogos da Conservation International descobriu nove espécies de sapos e uma de salamandra nas montanhas da Colômbia. A notícia foi divulgada hoje, Dia Mundial das Zonas Húmidas.

As novas espécies, incluindo três sapos venenosos, foram descobertas na zona montanhosa de Tacarcuna, perto da fronteira da Colômbia com o Panamá. Esta região servia de passagem entre espécies de plantas e de animais entre a América do Norte e a América do Sul.

“Sem dúvida alguma podemos dizer que esta zona é uma verdadeira Arca de Noé”, comentou José Vicente Rodriguez-Mahecha, director científico da Conservation International na Colômbia, citado pela agência Reuters.

Actualmente, Tacarcuna é uma zona que sofre com o abate florestal, exploração de gado, caça, exploração mineira e fragmentação dos habitats. Estima-se que 30 por cento da sua vegetação natural já desapareceu.

“O elevado número de novas espécies de anfíbios é um sinal de esperança, mesmo com a grave ameaça de extinção que enfrentam estes animais em muitas outras regiões do mundo”, acrescentou.

Robin Moore, especialista em anfíbios na Conservation International, sublinhou que actualmente um terço de todas as espécies de anfíbios do planeta está ameaçada de extinção. “Os anfíbios são muito sensíveis às mudanças no ambiente (…). São uma espécie de barómetro e são os primeiros a responder a essas mudanças, como por exemplo as alterações climáticas”, explicou.

Os anfíbios ajudam a controlar a progressão de doenças como a malária e o dengue porque se alimentam dos insectos que transmitem essas doenças às pessoas.

A equipa quer trabalhar com as populações locais de Tacarcuna para que “encontrem formas mais sustentáveis para proteger os seus recursos naturais, também para seu benefício”, considerou Moore.

Hoje comemora-se o Dia Mundial das Zonas Húmidas, habitat de muitas espécies de anfíbios, para relembrar a assinatura da Convenção de Ramsar, a 2 de Fevereiro de 1971.

domingo, fevereiro 01, 2009

A propósito de um "estudo" dito da OCDE

Recomenda-se a leitura dos seguintes posts:

ocde

Cartoon do Antero - Blog anterozóide

Ainda bem que os dois se compreendem - talvez possam chorar no ombro um do outro daqui a dias...

Auto-elogio, ou gabarolice como se diz na gíria

Sócrates apertado, esta tarde, na AR, a propósito da encenação em torno do falso Relatório da OCDE

Cai a máscara

Sobre um "estudo" da OCDE - I

Sobre um "estudo" da OCDE - II

Sobre um "estudo" da OCDE - III

Sobre um "estudo" da OCDE - IV

Sobre um "estudo" da OCDE - V

Sobre um "estudo" da OCDE - VI

Poema para político de triste figura com escura sombra

SÍMBOLO

O Sol
pôs, na parede, a sombra do seu corpo pequenino
- que já fazia sombra -
e que o menino
descobriu.

Erguendo o braço
quis tocar a sombra
mas a sombra fugiu.

Tentou de novo e novo
mas nunca a sua mão pôde tocar-lhe.

Desanimado,
olhou o Sol de frente
e encontrou novidade
no caminho da luz

Mas, atrás dele,
ia a sombra
....................- teimosa -
......................................a persegui-lo.

Álvaro Feijó

Música para amenizar um mau dia da nossa história


Dies Irae - Mozart


Requiem - Mozart

Música para um dia triste

The Road To Freedom - Chris de Burgh

David Attenborough e o novo programa da BBC

Darwin na Nature


Amanhã a BBC estreia um especial da Nature Video protagonizado por David Attenborough, que discute os mais recentes desenvolvimentos científicos que não só confirmam a teoria proposta há 150 anos por Darwin como ditaram a sua própria evolução.
British broadcaster Sir David Attenborough presents his views on Charles Darwin, natural selection, and how the Bible has put the natural world in peril in an exclusive interview for Nature Video.

To celebrate Darwin's bicentenary Nature is also providing selected content FREE online, including continuously updated news, research and analysis on Darwin's life, his science and his legacy.

Post de Palmira F. da Silva - Blog De Rerum Natura

sábado, janeiro 31, 2009

Poesia de Fernando Namora

Poema de Amor

Se te pedirem, amor, se te pedirem
que contes a velha história
da nau que partiu
e se perdeu,
não contes, amor, não contes
que o mar és tu
e a nau sou eu.

E se pedirem, amor, e se pedirem
que contes a velha fábula
do lobo que matou o cordeiro
e lhe roeu as entranhas,
não contes, amor, não contes
que o lobo é a minha carne
e o cordeiro a minha estrela
que sempre tu conheceste
e te guiou — mal ou bem.

Depois, sabes, estou enjoado
desta farsa.
Histórias, fábulas, amores
tudo me corre os ouvidos
a fugir.

Sou o guerreiro sem forças
para erguer a sua espada,
sou o piloto do barco
que a tempestade afundou.

Não contes, amor, não contes
que eu tenho a alma sem luz.

...Quero-me só, a sofrer e arrastar
a minha cruz.


in Relevos - Fernando Namora

Música com Astronomia

Aqui fica uma excelente canção para celebrar o Rock & Roll e o Ano Internacional da Astronomia...

NICKELBACK - "GOTTA BE SOMEBODY"


NOTA: Post estereofónico com o Blog AstroLeiria.

Fernando Namora morreu há 20 anos

Auto-retrato

Recordemos o poeta, o escritor, o médico e o Homem com o texto da Wikipédia:

Fernando Gonçalves Namora (Condeixa-a-Nova, 15 de Abril de 1919 - Lisboa, 31 de Janeiro de 1989) foi um escritor português.

Licenciou-se em Medicina pela Universidade de Coimbra, carreira que exerceu na sua terra natal e nas regiões da Beira Baixa e Alentejo.

O seu volume de estreia foi Relevos (1938), livro de poesia onde se notam as influências do grupo da Presença. No mesmo ano, publicou o romance As Sete Partidas do Mundo, galardoado com o Prémio Almeida Garrett, onde se começa a esboçar o seu encontro com o neo-realismo, ainda mais patente três anos depois com a poesia de Terra no Novo Cancioneiro.

A sua obra evoluiu no sentido do amadurecimento estético do neo-realismo, o que o levou a um caminho mais pessoal. Não desdenhando a análise social, os seus textos foram cada vez mais marcados por aspectos de picaresco, observações naturalistas e algum existencialismo. Fernando Namora foi um escritor dotado de uma profunda capacidade de análise psicológica, a que se ligou uma linguagem de grande carga poética. Escreveu, para além de obras de poesia e romances, contos, memórias e impressões de viagem.

Entre os títulos que publicou encontram-se os volumes de prosa Fogo na Noite Escura (1943), Casa da Malta (1945), As Minas de S. Francisco (1946), Retalhos da Vida de um Médico (1949 e 1963), A Noite e a Madrugada (1950), O Trigo e o Joio (1954), O Homem Disfarçado (1957), Cidade Solitária (1959), Domingo à Tarde (1961 - Prémio José Lins do Rego), Os Clandestinos (1972) e Rio Triste (1982). Além dos já mencionados, publicou em poesia Mar de Sargaços (1940) e Marketing (1969). A sua produção poética conheceu uma antologia datada de 1959, intitulada As Frias Madrugadas. Escreveu ainda volumes de memórias, anotações de viagem e crítica, como Diálogo em Setembro (1966), Um Sino na Montanha (1970), Os Adoradores do Sol (1972), Estamos no Vento (1974), A Nave de Pedra (1975), Cavalgada Cinzenta (1977) e Sentados na Relva (1986).

Alguns estudiosos dividem a sua obra, se bem que seja uma sistematização que peca pelo simplismo, em três momentos diferentes na criação romanesca: (1) o ciclo rural, composto de obras como A Noite e a Madrugada e O Trigo e o Joio; (2) o ciclo urbano, fruto da mudança do médico do meio rural para o citadino, marcado pelos romances O Homem Disfarçado e Domingo à Tarde; (3) os cadernos de um escritor, influenciados pelas viagens do autor a outros países, como a poesia de Marketing e as reflexões de Jornal sem Data (1988). O romance Domingo à Tarde foi adaptado ao cinema em 1966 por António de Macedo. O livro Retalhos da Vida de um Médico foi adaptado ao cinema por Jorge Brum do Canto (1962), além de ter sido produzida uma série televisiva por Artur Ramos e Jaime Silva (1979-1980).

Música dos anos 60 para desanuviar

The Troggs - Wild Thing

sexta-feira, janeiro 30, 2009

The Beatles - imagens da sua última actuação ao vivo



NOTA: Como disse no post anterior, passaram 40 anos desde que os Beatles fizeram este concerto maluco e que foi o seu último... Quem quiser ver os outros filmes da sessão, aqui ficam os links:

As últimas canções ao vivo dos The Beatles foram há 40 anos


Estamos a ficar velhos - os The Beatles pararam de tocar ao vivo há 40 anos:

Em Janeiro de 1969, os Beatles iniciaram um projecto cinematográfico que documentaria a realização de sua próxima gravação, originalmente intitulado Get Back. Durante as sessões de gravação, a banda realizou sua última apresentação ao vivo no último andar do edifício da Apple, em Londres, na tarde fria de 30 de Janeiro de 1969. A maior parte da apresentação foi filmada e, posteriormente, incluída no filme Let It Be. A ideia de tocar no telhado do prédio foi de Lennon. O concerto parou a rua inteira do prédio e, rapidamente, o lugar ficou lotado de pessoas; inclusive, os vizinhos da região logo espreitavam das sacadas o concerto. Os Beatles tocaram durante quarenta minutos até a polícia local interferir pedindo que abaixassem o volume dos instrumentos; Mal Evans explicou que não era qualquer pessoa que estava tocando, e sim os Beatles. A apresentação terminou antes do previsto, e tornou-se famosa.

in Wikipédia

O Domingo Sangrento foi há 37 anos

U2 - Bloody Sunday



I can't believe the news today
I can't close my eyes and make it go away.
How long, how long must we sing this song?
How long, how long?
'Cos tonight
We can be as one, tonight.

Broken bottles under children's feet
Bodies strewn across the dead-end street.
But I won't heed the battle call
It puts my back up, puts my back up against the wall.

Sunday, bloody Sunday.
Sunday, bloody Sunday.
Sunday, bloody Sunday.
Sunday, bloody Sunday.
Oh, let's go.

And the battle's just begun
There's many lost, but tell me who has won?
The trenches dug within our hearts
And mothers, children, brothers, sisters
Torn apart.

Sunday, bloody Sunday.
Sunday, bloody Sunday.

How long, how long must we sing this song?
How long, how long?
'Cos tonight
We can be as one, tonight.
Sunday, bloody Sunday.
Sunday, bloody Sunday.

Wipe the tears from your eyes
Wipe your tears away.
I'll wipe your tears away.
I'll wipe your tears away.
I'll wipe your bloodshot eyes.
Sunday, bloody Sunday.
Sunday, bloody Sunday.

And it's true we are immune
When fact is fiction and TV reality.
And today the millions cry
We eat and drink while tomorrow they die.

The real battle just begun
To claim the victory Jesus won
On...

Sunday, bloody Sunday
Sunday, bloody Sunday...


NOTA: Aqui recordado pela imortal canção dos U2, o Domingo Sangrento (Bloody Sunday ou Domhnach na Fola) foi um massacre ocorrido na cidade irlandesa de Derry que nunca esqueceremos...

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Poema alusivo à época

XIII

Faze que a vida seja o que te nega
A luta é tua - fá-la
Agora, os sonhos em farrapos,
melhor é a luta que pensá-la

Ergue com o vigor do teu pulso;
solda-o em aço
E da tua obra afirma:
- Sou o que faço.


in Sol de Agosto - João José Cochofel

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Que a poesia guie a nossa luta

Renascer

Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias.


Sophia de Mello Breyner Andresen

terça-feira, janeiro 27, 2009

Poema alusivo à época

13

Veio a noite e tudo ficou enorme.
Veio a noite: mão gigante e silenciosa que passou.
Veio a noite e o povo inteiro dorme.
E o sonho dorme: queimaram-se as asas para voar.
Só o hálito da Mata, as almas penadas do Vale
e os cães nas ruas
soltam um brado de existência.
Veio a noite e tudo ficou igual.


in Terra (Novo Cancioneiro) - Fernando Namora


NOTA: Faz no próximo sábado 20 anos que morreu Fernando Namora - mas um poeta ou pensador nunca morre enquanto as suas palavras derem ânimo ao seu leitor...

O Ano Internacional da Astronomia - comemorações portuguesas

Post estereofónico com o Blog AstroLeiria:

Astrónomos amadores e profissionais unem esforços para um Ano Internacional de Astronomia memorável

— 300 iniciativas estão já agendadas em todo o País. Funchal vai ter desfile de Carnaval temático

O Ano Internacional de Astronomia começa oficialmente em Portugal no próximo Sábado, mas o envolvimento já é forte. De Norte a Sul do país, na Madeira e nos Açores, está tudo a posto para transformar 2009 num ano inesquecível. No total, estão actualmente agendadas 300 iniciativas, um número que, segundo os responsáveis da Comissão Nacional do AIA2009, vai chegar às mil até ao final do ano. Duas centenas e meia de instituições já se associaram às diferentes actividades, entre escolas, autarquias e centros de ciência.

"O Ano Internacional de Astronomia é para nós o culminar de dois anos e meio de trabalho", sublinha Miguel Avillez, presidente da Sociedade de Portuguesa de Astronomia, que está na base do plano nacional do AIA. Além das actividades globais que vão também ter lugar no território nacional, como as "100 Horas de Astronomia" em Abril, ou a exposição "Da Terra ao Universo", cujos cartazes com imagens astronómicas já podem ser vistos em espaços públicos em Tavira e brevemente no Porto, Viana do Castelo e Coimbra, a comissão científica do Ano Internacional apadrinha uma dezena de projectos.

A "Noite da Astronomia", marcada a 15 de Julho, promete ser o grande evento do ano, com iniciativas em todos os distritos de Portugal. Mas não só. O "E agora sou Galileu" vai recriar ao longo do Ano e em todo o país as observações de uma das figuras que revolucionaram a ciência. O desafio de "Astronomia Artística" desenvolvido na Madeira por Fernanda Freitas visa, por exemplo, promover o diálogo entre a ciência e as artes. "O céu é o mesmo para todos", refere João Fernandes, Presidente da Comissão Nacional AIA2009, justificando a transversalidade das actividades que existem a nível mundial e nacional.

Mas as boas ideias não acabam com o empenho da Comissão. Um desfile de Carnaval, no Funchal, dedicado à Astronomia, um encontro de Astronomia com Gastronomia (Exploratório de Coimbra), um acampamento com as estrelas (Centro de Multimeios - Espinho), Astrofestas (Braga, Constância)... A lista já é longa, mas o objectivo é sempre o mesmo, convidar pequenos e graúdos a olhar por uma luneta e a descobrir o Universo.

"Os astrónomos portugueses têm uma responsabilidade acrescida, frisa Pedro Russo, coordenador internacional do Ano Internacional de Astronomia, "porque existe mais apetência pela ciência astronómica por parte do jovens portugueses do que em média no resto do mundo". O comissário global do AIA mostrou-se bastante satisfeito com o programa português apresentado este fim-de-semana no Centro Multimeios de Espinho, programa que qualificou de "realista".

Pedro Russo não é ó único a representar Portugal no estrangeiro. Projectos nacionais já se exportaram para os quatro cantos do mundo, como aconteceu com o projecto "Alvorada AIA2009", encabeçado por Ricardo Cardoso Reis do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, que promoveu dia 1 de Janeiro observações solares em Portugal, mas também no Nepal, no Iraque e na Indonésia, ou com o "Descobre o teu Céu!", concurso lançado nos cinco continentes pelos Museus da Ciência das Universidades de Lisboa e Coimbra.

"Esperamos deixar frutos", conclui João Fernandes. Para todas as pessoas que procuram dar a conhecer o que se faz em Astronomia no país, o objectivo é o mesmo: que todas as iniciativas criadas e desenvolvidas no âmbito do Ano Internacional de Astronomia possam ter continuidade depois de Dezembro 2009.


CONTACTOS:

Comissão Nacional do AIA2009
João Fernandes
Telemóvel: 914 002 960
E-mail: jmfernan@mat.uc.pt



FOTOGRAFIA:

http://www.ideiasconcertadas.pt/images/clientes/AIA2009/foto003_jf_div.jpg
Legenda: João Fernandes, presidente da Comissão Nacional do Ano Internacional de Astronomia (AIA2009)


IMAGENS

Logótipo AIA2009 (vertical, cores, JPEG): http://www.astronomy2009.org/static/resources/iya_logo.jpg

Logótipo AIA2009 (vertical, preto & branco, JPEG): http://www.astronomy2009.org/static/resources/iya_logo_final_b&w.jpg

Logótipo AIA2009 (horizontal, cores, JPEG): http://www.astronomy2009.org/static/resources/iya_logo_final_horizontal.jpg



INFORMAÇÃO ADICIONAL

AIA2009 website oficial: http://www.astronomy2009.org
AIA2009 website nacional: http://www.astronomia2009.org


DOSSIERS DE IMPRENSA AIA2009:

III Encontro “Astronomia e Ciências Espaciais 2009 – Comunicação e Educação
http://www.ideiasconcertadas.pt/images/clientes/AIA2009/dossierpress_encontroespinho.pdf

Contextualização AIA2009:
http://www.ideiasconcertadas.pt/images/clientes/AIA2009/dossierpress_contextualizacao.pdf

Preparação AIA2009:
http://www.ideiasconcertadas.pt/images/clientes/AIA2009/dossierpress_preparacaoaia2009.pdf

segunda-feira, janeiro 26, 2009

domingo, janeiro 25, 2009

A memória dos dias

Uma belíssima música, como já não se faz, para amenizar os tristes tempos em que vivemos...


A memória dos dias - Fausto

sábado, janeiro 24, 2009

Em nome do tio, do sobrinho e do... outro

Estória por estória, prefiro esta. É bonita, tradicional, politicamente incorrecta mas verdadeira... Faltou-lhe o Estudo de Impacte Ambiental, mas não se pode ter tudo.


A Nau Catrineta (Versão de Lisboa) - Fausto

Para o meu bebé...

Seminário em Lisboa


SEMINÁRIOS

DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA MARINHA/ INETI

(Alfragide)


Terça-Feira, 27 de Janeiro às 14.00 horas


Professor Mário Ruivo

(Presidente do Conselho Nacional do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável)



TITLE:

Governação e desenvolvimento sustentável do oceano



ABSTRACT:

Está em curso a ocupação tridimensional dos espaços marítimos. A revolução industrial, na sua dimensão marítima, contribui para o crescimento económico ao mesmo tempo que deixa marcas profundas no estado dos recursos e do meio marinho. O balanço deste processo evidencia uma degradação ambiental grave posta em evidência pelas alterações climáticas, a sobrepesca generalizada, a perda da biodiversidade. Um considerável esforço normativo conduziu à adopção de um regime pautado pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e pela Agenda 21 (Cap. 17). Progressivamente, este regime foi sendo complementado por uma nebulosa legislativa a nível internacional e nacional, fruto de uma abordagem predominantemente fragmentada e sectorial. Face ao estado actual dos recursos e às carências institucionais, buscam-se novas formas de governação responsável que respondam aos requisitos de um desenvolvimento sustentável do Oceano, o que requer uma gestão integrada, interdisciplinar e intersectorial e processos de decisão democráticos, transparentes e participados. Insere-se neste quadro a adopção de uma estratégia nacional para o mar em articulação com a política marítima europeia e com o debate em curso nas Nações Unidas. Cabe à comunidade científica uma crescente responsabilidade neste processo técnico, social e político.


Pessoas a contactar para os seminários do DGM/INETI:

Pedro Ferreira
e-mail: pedro.ferreira@ineti.pt
Telf: 214 705 516

Mário Mil-Homens
e-mail: mario.milhomens@ineti.pt
Telf: 214 705 516

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Música para preparar um fim-de-semana

Pink - So What

Actualidade em Andrada e Silva

Na sequência deste post, por nós aqui republicado, o Doutor Carlos Fiolhais publica, no Blog De Rerum Natura, uma segunda parte que nos interessa:

A ACTUALIDADE DE JOSÉ BONIFÁCIO



Há poucos dias tive a oportunidade de ouvir no Museu da Ciência de Coimbra uma interessantíssima palestra de Martim Ramiro Portugal, Professor de Ciências da Terra, sobre a vida e obra do seu antecessor na Universidade de Coimbra José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838), o brasileiro descobridor do mineral onde foi encontrado o lítio e pioneiro da metalurgia em Portugal que no Brasil talvez seja mais conhecido como o "patriarca" da independência do Brasil (ver aqui um excelente sítio sobre José Bonifácio).


Com a devida autorização do autor (que agradeço), transcrevo o teor de um dos "slides" que o Professor Martim Portugal apresentou, com frases textuais de José Bonifácio e o respectivo significado na interpretação do palestrante. Conclusão: José Bonifácio permanece bastante moderno. Mudam-se os tempos, mas não se mudam todos os costumes!

Escritos sobre as Ciências Naturais de José Bonifácio de Andrada e Silva (entre parêntesis interpretação de Martim Portugal passados dois séculos):

1- "A falsa ideia que o povo tem da Ciência"
(Preconceitos sobre a dificuldade)

2- "O ódio que o clero supersticioso lhes tem."
(Prevalecimento de rotinas e velhos conceitos)

3- "O encasquetamento do direito civil e canónico, que dão pão."
(Privilégios das profissões mais rendosas)

4- "A nímia estimação que faz a capital dos estudos frívolos da poesia e retórica."
(A cultura está nas literaturas e nas ciências sociais – conceito antigo)

5- "A seita exclusiva do purismo."
(Preconceitos que prejudicam o saber fazer)

6- "A falta de museus, gabinetes de física e laboratórios."
(A falta de equipamentos e laboratórios)

7- "A negligência dos grandes para este tipo de basófia"
(O não reconhecimento da importância da Ciência e Tecnologia)

8- "A falta de meios dos literatos, para longas observações e experiências custosas".
(A inexistência de condições para investigação porfiada e bem sustentada)

9- "A falta de patriotismo etc, tudo o que pode trazer utilidade à nação".
(Não reconhecimento do valor estratégico da Ciência e Tecnologia).

10- "O modo pouco adulador do filósofo".
(O carácter austero e a expressão dos trabalhos de Ciência e Tecnologia em linguagem sóbria).


quinta-feira, janeiro 22, 2009

Uma das minhas músicas favoritas para animar a malta

O Primeiro Dia - Sérgio Godinho




A principio é simples, anda-se sozinho
passa-se nas ruas bem devagarinho
está-se bem no silêncio e no borborinho
bebe-se as certezas num copo de vinho
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo, dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado, que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E é então que amigos nos oferecem leito
entra-se cansado e sai-se refeito
luta-se por tudo o que se leva a peito
bebe-se, come-se e alguém nos diz: bom proveito
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
olha-se para dentro e já pouco sobeja
pede-se o descanso, por curto que seja
apagam-se dúvidas num mar de cerveja
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar, sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E entretanto o tempo fez cinza da brasa
e outra maré cheia virá da maré vazia
nasce um novo dia e no braço outra asa
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida.

Descoberta das Profundezas '09


O Núcleo de Espeleologia (NEUA), com o apoio do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, decidiu promover ao longo de 2009, o ciclo de conferências intitulado “Descoberta das Profundezas”.

Este evento visa divulgar as diferentes vertentes científicas e exploratórias das profundezas, contando com diversos cientistas e espeleólogos.

As conferências terão lugar no anfiteatro do Departamento de Biologia da Universidade, às sextas-feiras, conforme o calendário apresentado, com início marcado para as 21h30.

Para maior comodidade, a inscrição, ainda que gratuita, é obrigatória e deverá ser efectuada através do email: conferencias2009@neua.org, por forma a garantir lugares sentados para todos os participantes.

Mais informações podem ser encontradas online no site do núcleo (www.neua.org).

Esperamos que as temáticas abordadas sejam do vosso interesse. Esta é também uma excelente oportunidade para se conversar sobre Espeleologia, promover o intercâmbio de experiências e a confraternização entre espeleólogos, curiosos e interessados.

Post de Sofia Reboleira roubado ao Blog GeoLeiria

terça-feira, janeiro 20, 2009

Na América

N'América - Xutos & Pontapés



NOTA
: Como curiosidade, para verem uma versão desta canção de homenagem aos Xutos, pelos seus 15 anos, com o João Aguardela (anteontem falecido...) e muitas outras caras conhecidas, basta clicar AQUI.

Hoje eles podem...!

É hoje o histórico dia em que os Estados Unidos da América dão posse ao seu 44º Presidente, Barack Obama, o primeiro afro-americano a ocupar tal cargo.

Há 44 anos Irving Wallace escreveu o romance The Man, onde se punha essa intrigante e provocante (para a época) hipótese - e um dos Kennedy (mais exactamente o candidato presidencial Robert F. Kennedy) sugeriu profeticamente em 1968, pouco antes de ser assassinado, também a possibilidade de um negro ser presidente nos 40 anos seguintes.

Hoje a ficção é real - hoje eles podem! E se eles podem, sonhar é possível para todos - hoje é o dia da esperança tornada realidade. E isso, num momento tão difícil como o é actualmente nas Escolas portuguesas, é uma lufada de ar fresco para quem já quase não consegue respirar.

Yes, we can!

Yes We Can (Obama Song) - will.i.am

O Corvo



O CORVO


Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de alguém que batia levemente a meus umbrais.
"Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.

É só isto, e nada mais."


Ah, que bem disso me lembro! Era no frio Dezembro,
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais -
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,

Mas sem nome aqui jamais!


Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo,
"É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.

É só isto, e nada mais".


E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
"Senhor", eu disse, "ou senhora, decerto me desculpais;
Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo,
Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais,
Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.

Noite, noite e nada mais.


A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais -
Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.

Isso só e nada mais.


Para dentro então volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais.
"Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela.
Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais."
Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.

"É o vento, e nada mais."


Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,

Foi, pousou, e nada mais.


E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares rituais.
"Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado,
Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."

Disse o corvo, "Nunca mais".


Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro,
Inda que pouco sentido tivessem palavras tais.
Mas deve ser concedido que ninguém terá havido
Que uma ave tenha tido pousada nos meus umbrais,
Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,

Com o nome "Nunca mais".


Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto,
Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais.
Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento
Perdido, murmurei lento, "Amigo, sonhos - mortais
Todos - todos já se foram. Amanhã também te vais".

Disse o corvo, "Nunca mais".


A alma súbito movida por frase tão bem cabida,
"Por certo", disse eu, "são estas vozes usuais,
Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono
Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais,
E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais

Era este "Nunca mais".


Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura,
Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais;
E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira
Que qu'ria esta ave agoureia dos maus tempos ancestrais,
Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,

Com aquele "Nunca mais".


Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo
À ave que na minha alma cravava os olhos fatais,
Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando
No veludo onde a luz punha vagas sobras desiguais,
Naquele veludo onde ela, entre as sobras desiguais,

Reclinar-se-á nunca mais!


Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso
Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais.
"Maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-te
O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,
O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!"

Disse o corvo, "Nunca mais".


"Profeta", disse eu, "profeta - ou demónio ou ave preta!
Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais,
A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo,
A esta casa de ânsia e medo, dize a esta alma a quem atrais
Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!

Disse o corvo, "Nunca mais".


"Profeta", disse eu, "profeta - ou demónio ou ave preta!
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais.
Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"

Disse o corvo, "Nunca mais".


"Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte!
Torna á noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!
Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"

Disse o corvo, "Nunca mais".


E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha cor de um demónio que sonha,
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,

Libertar-se-á... nunca mais!

Edgar Allan Poe - tradução de Fernando Pessoa

Música para entendedores...

Palimpsest - Smog



Winter weather is not my soul
But the biding for spring...

Why’s everybody looking at me
Like there’s something fundamentally wrong
Like I’m a southern bird
That stayed north too long

Winter exposes the nest
Then I’m gone

Música dos anos oitenta para Geopedrados alusiva à situação nas Escolas

She drives me crazy - Fine Young Cannibals


She drives me crazy - Fine Young Cannibals

I cant stop
The way I feel
Things you do
Dont seem real
Tell you what I got in mind
cause were runnin out of time
Wont you ever set me free?
This waitin rounds killin me

She drives me crazy
Like no one else
She drives me crazy
And I cant help myself

I cant get
Any rest
People say
Im obsessed
Everything thats serious lasts
But to me theres no surprise
What I have, I knew was true
Things go wrong, they always do

She drives me crazy
Like no one else
She drives me crazy
And I cant help myself

I wont make it,
On my own
No on likes,
To be alone

She drives me crazy
Like no one else
She drives me crazy
And I cant help myself


ADENDA: Para quem quer recordar, também visualmente, esta banda, um presentinho: