segunda-feira, agosto 16, 2010
O cantor Francisco José nasceu há 86 anos
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Grutas e Nascentes de Porto de Mós - balanço de uma actividade
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domingo, agosto 15, 2010
CIBA - fotos tiradas no dia comemorativo dos 625 anos da batalha de Aljubarrota
Conforme por nós aqui referido, fomos ao CIBA (Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota) ontem, dia 14 de Agosto de 2010, data em que se celebrava os 625 anos desse confronto militar entre os Reinos de Castela e de Portugal.
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Democracia ma non troppo
Uma síntese
Tirado do Sol de 13-08-2010. Uma imagem em vez de mil palavras.
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Perseidas - fotos de um grupo em Leiria
Depois de uma observação falhada, pelo mau tempo, em 12.08.2010, na noite de 13 para 14 de Agosto fui com um grupo de sete magníficos resistentes à Senhora do Monte (Cortes - Leiria) para observar as Perseidas. Céu magnífico e mais de uma dezena de boas estrelas cadentes observados...!
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Há 65 anos...
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Dia de Maria
Ave Maria!
Jungfrau mild,
Erhöre einer Jungfrau Flehen,
Aus diesem Felsen starr und wild
Soll mein Gebet zu dir hin wehen,
Zu dir hin wehen.
Wir schlafen sicher bis zum Morgen,
Ob Menschen noch so grausam sind.
O Jungfrau, sieh der Jungfrau Sorgen,
O Mutter, hör ein bittend Kind!
Ave Maria!
Ave Maria!
Unbefleckt,
Wenn wir auf diesen Fels hinsinken
Zum Schlaf, und uns dein Schutz bedeckt,
Wird weich der harte Fels uns dünken
Du lächelst, Rosendüfte wehen
In dieser dumpfen Felsenkluft.
O Mutter, höre Kindes Flehen,
O Jungfrau, eine Jungfrau ruft!
Ave Maria!
Ave Maria!
Reine Magd,
Der Erde und der Luft Dämonen,
Von deines Auges Huld verjagt,
Sie können hier nicht bei uns wohnen
Wir woll'n uns still dem Schicksal beugen,
Da uns dein heilger Trost anweht;
Der Jungfrau wolle hold dich neigen,
Dem Kind, das für den Vater fleht!
Ave Maria!
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sábado, agosto 14, 2010
Poema adequado à época
Camões dirige-se aos seus contemporâneos
Podereis roubar-me tudo:
as ideias, as palavras, as imagens,
e também as metáforas, os temas, os motivos,
os símbolos, e a primazia
nas dores sofridas de uma língua nova,
no entendimento de outros, na coragem
de combater, julgar, de penetrar
em recessos de amor para que sois castrados.
E podereis depois não me citar,
suprimir-me, ignorar-me, aclamar até
outros ladrões mais felizes.
Não importa nada: que o castigo
será terrível. Não só quando
vossos netos não souberem já quem sois
terão de me saber melhor ainda
do que fingis que não sabeis,
como tudo, tudo o que laboriosamente pilhais,
reverterá para o meu nome. E mesmo será meu,
tido por meu, contado como meu,
até mesmo aquele pouco e miserável
que, só por vós, sem roubo, haveríeis feito.
Nada tereis, mas nada: nem os ossos,
que um vosso esqueleto há-de ser buscado,
para passar por meu. E para outros ladrões,
iguais a vós, de joelhos, porem flores no túmulo.
Jorge de Sena
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A Batalha de Aljubarrota foi há 625 anos
A Batalha de Aljubarrota decorreu no final da tarde de 14 de Agosto de 1385 entre tropas portuguesas com aliados ingleses, comandadas por D. João I de Portugal e o seu condestável D. Nuno Álvares Pereira, e o exército castelhano e seus aliados liderados por D. Juan I de Castela. A batalha deu-se no campo de São Jorge, nas imediações da vila de Aljubarrota, entre as localidades de Leiria e Alcobaça, no centro de Portugal.O resultado foi uma derrota definitiva dos castelhanos, o fim da crise de 1383-1385 e a consolidação de D. João I como rei de Portugal, o primeiro da dinastia de Avis. A aliança Luso-Britânica saiu reforçada desta batalha e seria selada um ano depois, com a assinatura do Tratado de Windsor e o casamento do rei D. João I com D. Filipa de Lencastre. Como agradecimento pela vitória na Batalha de Aljubarrota, D. João I mandou edificar o Mosteiro da Batalha. A paz com Castela só viria a estabelecer-se em 1411.A Batalha de Aljubarrota representa uma das raras grandes batalhas campais da Idade Média entre dois exércitos régios e um dos acontecimentos mais decisivos da história de Portugal. No campo militar significou a inovação de uma táctica, onde os homens de armas apeados foram capazes de vencer a poderosa cavalaria medieval. No campo diplomático, permitiu a aliança entre Portugal e a Inglaterra, que perdura até ao dias de hoje. No aspecto político, resolveu a disputa que dividia o Reino de Portugal do Reino de Castela e Leão, permitindo a afirmação de Portugal como Reino Independente. Tornou possível também que se iniciasse umas das épocas mais grandiosas da história de Portugal, a época dos Descobrimentos.in Wikipédia
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sexta-feira, agosto 13, 2010
Grutas e Nascentes de Porto de Mós...
... é o sugestivo nome de uma Geologia no Verão que irei fazer no domingo - ver mais pormenores aqui. Como tenho quatro inscrições em meu nome e dois amigos desistiram, poderei levar mais dois (ou três...) no meu carro no domingo.
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Observação das Perseidas - segunda tentativa
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Notícia sobre a Mina de Sal-Gema de Loulé
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quinta-feira, agosto 12, 2010
Ver as Perseidas em Leiria
Ver mapa maior
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O desastre do Kursk foi há 10 anos
K-141 Kursk was an Oscar-II class nuclear-powered cruise missile submarine of the Russian Navy, lost with all hands when it sank in the Barents Sea on August 12, 2000. Kursk, full name Атомная подводная лодка «Курск», which translated, means the nuclear powered submarine "Курск" [АПЛ "Курск"] in Russian, was a Project 949A Антей (Antey, Antaeus but was also known by its NATO reporting name of Oscar II). It was named after the Russian city Kursk, around which the largest tank battle in military history, the Battle of Kursk, took place in 1943. One of the first vessels completed after the fall of the Soviet Union, it was commissioned into the Russian Navy's Northern Fleet.
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quarta-feira, agosto 11, 2010
A mãe do Noddy e d' Os Cinco nasceu há 113 anos
Uma das minhas autoras infantis favoritas (Enid Blyton) nasceu há 113 anos:
NOTA: para os geopedrados saudosos dos tempos de criança, um pequeno filme:Enid Mary Blyton (11 August 1897 – 28 November 1968) was an English children's writer known as both Enid Blyton and Mary Pollock. She was one of the most successful children's storytellers of the twentieth century.She is noted for numerous series of books based on recurring characters and designed for different age groups. Her books have enjoyed popular success in many parts of the world, and have sold over 600 million copies. Enid Blyton is the fifth most translated author worldwide: over 3544 translations of her books were available in 2007 according to UNESCO's Index Translationum. she overtook Vladimir Lenin to get the fifth place behind Shakespeare.One of Blyton's most widely known characters is Noddy, intended for early years readers. However, her main forte is the young readers' novels, where children have their own adventures with minimal adult help. In this genre, particularly popular series include the Famous Five (consisting of 21 novels, 1942–1963, based on four children and their dog), the Five Find-Outers and Dog, (15 novels, 1943–1961, where five children regularly outwit the local police) as well as the Secret Seven (15 novels, 1949–1963, a society of seven children who solve various mysteries).Her work involves children's adventure stories, and fantasy, sometimes involving magic. Her books were and still are enormously popular throughout the Commonwealth; as translations in the former Yugoslavia, Japan; as adaptations in Arabic; and across most of the globe. Her work has been translated into nearly 90 languages.in Wikipédia
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A propósito de umas pedras sujas (de sangue...) que a supermodelo Naomi Campbell recebeu...
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Sismo nas ilhas Vanuatu
Via mailing-list do IM:
No dia 10 de Agosto de 2010, pelas 05.23 horas UTC ocorreu, nas proximidades das ilhas Vanuatu (Pacífico Sul), a cerca de 35 km a oeste de Port Vila, um sismo de magnitude 7.3.
De acordo com as informações do Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico (PTWC), foi gerado um pequeno tsunami à escala local tendo sido confirmados registos (de pequena amplitude) na estação maregráfica mais próxima, situada em Port Vila, não havendo ameaça de que o mesmo tenha dimensão suficiente para afectar zonas mais afastadas, tendo o alerta sido cancelado.
A zona atingida pelo sismo situa-se nas proximidades do chamado Anel de Fogo do Pacífico, caracterizado por uma actividade sísmica intensa.
O sismo foi detectado em todas as estações da rede sísmica nacional, tendo as primeiras ondas sido registadas às 05.43 horas UTC
Aqui fica, como curiosidade, vários exemplos de registos (sismogramas) nas estações de Casmilo, Barrancos, Vila do Bispo, Lamas de Olo, Porto Moniz (Madeira) e Rosais (Açores):
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terça-feira, agosto 10, 2010
A importância científica de São Lourenço, recordada no seu dia
O cargo de diácono era de grande responsabilidade, pois consistia no cuidado dos bens da Igreja e a distribuição de esmolas aos pobres. No ano 257 Valeriano decretou a perseguição dos cristãos e, ao ano seguinte, foi detido e decapitado o Papa Sisto II.
Segundo as tradições, quando o Papa São Sixto se dirigia ao local da execução, São Lourenço ia junto a ele e chorava. "Aonde vai sem o seu diácono, meu pai?", perguntava-lhe. O Pontífice respondeu: "Não penses que te abandono, meu filho, pois dentro de três dias me seguirás".
Após a execução do Papa, o imperador ameaçou a Igreja para entregar as suas riquezas no prazo de 3 dias. Passados três dias, São Lourenço levou as pessoas que foram auxiliadas pela Igreja e os fiéis cristãos diante do imperador. Depois, exclamou a seguinte frase que lhe valeu a morte: "Estes são o património (riquezas) da Igreja". O imperador, furioso e indignado, mandou prendê-lo, e ser queimado vivo sobre um braseiro ardente, por cima de uma grelha.
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Velázquez morreu há 350 anos
Embora com 4 dias de atraso, recordemos a data:
Diego Rodríguez de Silva y Velázquez (Sevilha, 6 de Junho de 1599 — Madrid, 6 de Agosto de 1660) foi um pintor espanhol e principal artista da corte do Rei Filipe IV de Espanha. Era um artista individualista do período barroco contemporâneo, importante como um retratista. Além de inúmeras interpretações de cenas de significado histórico e cultural, pintou inúmeros retratos da família real espanhola, outras notáveis figuras europeias e plebeus, culminando na produção de sua obra-prima, Las Meninas (1656).Desde o primeiro quarto do século XIX, a obra de Velázquez foi um modelo para os pintores realistas e impressionistas, em especial Édouard Manet. Desde essa época, os artistas mais modernos, incluindo os espanhóis Pablo Picasso e Salvador Dalí, bem como o pintor anglo-irlandês Francis Bacon, que homenageou Velázquez recriando várias de suas obras mais famosas.(...)Filho de um advogado de nobre ascendência portuguesa, Velázquez levou o prenome do avô paterno que, em 1581, deixou Portugal (era originário do Porto) para instalar-se com sua esposa em Sevilha. Sua mãe era de origem sevilhana. Foi um artista tecnicamente formidável, e na opinião de muitos críticos de arte, insuperável pintor de retratos.Em 1610, sua família percebeu sua vocação e, ainda jovem, Velázquez foi levado para estudar com Francisco Herrera, o Velho, pintor naturalista apaixonado pela arte de Caravaggio. Em Dezembro do mesmo ano, entrou como aprendiz no estúdio de Francisco Pacheco e, em 1611, o pai assinou, em seu nome, um contrato de aprendizado por seis anos com Pacheco, após o que seria submetido a exame, constituído por uma prova teórica e uma prova prática de pintura a óleo. Em Sevilha, a comunidade artística era regida por uma espécie de confraria. A corporação de São Lucas era controlada por Pacheco e Juan de Uceda. Depois de passar pelos exames, Velázquez precisava jurar fidelidade aos estatutos da organização. Só então teria o direito de praticar a arte.Casado com a filha de seu professor, Juana, com quem teve uma filha, Francisca, logo Velázquez iria se unir a Diego de Melgar, com quem foi para Madrid. A personalidade do seu mestre, Pacheco, tido como pintor medíocre, mas teórico interessante, forneceu uma sólida formação técnica a Velázquez e acesso a um meio que revelou-se valioso para a sua profissão. Pacheco encarregou Velázquez, em sua primeira viagem a Madrid, de encontrar Luís de Góngora, o poeta, e de fazer seu retrato. Durante a viagem, na companhia do poeta Francisco de Rioja - membro da academia sevilhana de Pacheco, foi apresentado a Gaspar de Guzmán conde-duque de Olivares, também sevilhano. A partir daí, Velázquez tem acesso às colecções reais. Em 1623, um ano depois da morte de Rodrigo de Villandrano, um dos cinco pintores do rei, Felipe IV encomenda a Velázquez seu retrato e o nomeia pintor real.Em seus primeiros trabalhos é possível notar contraste entre zonas escuras e zonas iluminadas por um único foco de luz, uma tentativa de ressaltar volumes e relevos. Esta técnica era característica do tenebrismo e tinha como principal artista Caravaggio, muito conhecido pelo seu sarcasmo. Um exemplo destacado deste período seria a Adoração dos Reis Magos (1619).Como um pintor de retratos inspirado no tenebrismo buscava mostrar os detalhes de cada modelo. Sendo que seu diferencial era não prender-se apenas ao cómico ou ao grotesco dos personagens, retratando todos respeitosamente e destacando a individualidade de cada um.Velázquez queria ser reconhecido, não só como pintor, tinha também objectivos de ascensão social, queria estar envolvido com a corte real. Foi então que seu sogro, conseguiu através de um amigo, o então conde-duque de Olivares, com que pudesse executar um retrato do rei Filipe IV.O resultado foi um retrato equestre do rei, o qual ficou maravilhado e concedeu na mesma hora a Velázquez o posto de pintor de câmara da corte real. Pena que o paradeiro desta obra seja desconhecido.Seu ingresso na corte foi o primeiro passo para cumprir seus objectivos dentro da pintura e de sua vida social. Tinha um recurso único que era a permissão de poder visitar sempre que quisesse o acervo real de obras-primas. No período de (1628-1629) conheceu o grande mestre do barroco Peter Paul Rubens, que também era membro da corte. Conhecer Rubens foi um divisor de águas para sua obra pictórica.Aperfeiçoou-se executando inúmeros retratos da corte e quadros históricos. As visitas de Rubens despertaram nele o desejo de conhecer a Itália e conseguiu ser enviado em missão oficial a todas as províncias italianas, comprando obras de arte para a coroa espanhola e tomando conhecimento do trabalho dos melhores artistas. Encontrou-se com Ribera em Nápoles e estudou particularmente os frescos de Michelangelo Buonarroti e de Rafael e a cor e a luz em Tintoretto e Paolo Veronese. Ao voltar de viagem, executou trabalhos religiosos e profanos, assim como retratos equestres do rei e do infante.Sucederam-se as obras-primas A Rendição de Breda (1634), Vénus ao Espelho, Cavalo Branco, os retratos de bobos da corte e as efígies de Esopo e de Menippe. Executou em Roma o retrato do Papa Inocêncio X que irá, séculos mais tarde, tornar-se uma obsessão na obra de Francis Bacon.A sua fama veio logo após sua morte, começando no início do século XIX, quando se provou um modelo para os artistas realistas e impressionistas, em especial para Edouard Manet. Sua influência estendeu-se para artistas como Pablo Picasso e Salvador Dali.
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Rui Knopfli
Conheci o Rui Knopfli em Londres, em 1990. Conselheiro de imprensa da Embaixada de Portugal desde 1975, era uma figura prematuramente frágil, nos seus 58 anos de então. Vergado e cansado, pendurado num eterno cigarro, tinha o mais caótico gabinete de que tenho memória. Homem de vícios que o foram debilitando, mantinha uma ironia cáustica e, sendo de trato fácil, era de condução diária difícil, pelos corredores da rotina diplomática a que nunca se acomodara verdadeiramente.Eternizado em posto em Londres, aposto que olhava para nós, companheiros episódicos, saídos da "carreira", com o olho arguto do artista, estudando-nos para nos sobreviver, até que fôssemos substituídos. Várias vezes "me passei" com os seus descuidos, das tropelias do eterno cão às suas frequentes ausências, para além de algumas teimosas presenças ainda mais complicadas. Mas nunca me zanguei com ele. Ficámos amigos, creio.O Rui era um fotógrafo magnífico - vale a pena ver o seu livro sobre a ilha de Moçambique - e tinha um ouvido apurado e atento ao jazz, área onde me deu a conhecer algumas excelentes novidades. Da sua terra moçambicana, contava histórias interessantes e divertidas, tributárias desse mundo que sempre lhe ficou nos genes e na escrita. Como ele próprio dizia: "Ter-se nascido ou vivido em Moçambique é uma doença incurável, uma virose latente. Mesmo para os que se sentem genuinamente portugueses mascara-se a doença, ignora-se, ou recalca-se e acreditamo-nos curados e imunizados. A mínima exposição a determinadas circunstâncias desencadeia, porém, inevitáveis recorrências e acabamos por arder na altíssima febre de uma recidiva sem regresso nem apelo".Rui Knopfli foi um grande poeta, português e moçambicano. A sua "Obra Poética" está publicada pela Imprensa Nacional - Casa da Moeda, com um prefácio magistral do Luis de Sousa Rebelo, há meses desaparecido. Para abrir o apetite à sua leitura, nestes tempos de férias, deixo aqui o seu delicioso (e trágico) "Justerini & Brooks":Este punhal de veludo,
esta fria estalactite,
esta cicuta tão lenta
e que tão profundamente
fere. Esta lâmina
líquida, doirada,
este filtro parecido ao sol,
este rarefeito odor simultâneo
ao fumo, à água, à pedra.
Este adormecer antes do sono,
só preâmbulo da vigília,
que é o gélido acordar
da imaginação para
as fronteiras dormentes
do horizonte protelado.
Este trajecto subterrâneo e húmido
pelos túneis do infortúnio,
que é o adiar moroso
da morte, no prolongar
silencioso da vida,
lágrimas da noite tornadas
pranto da madrugada,
rumor débil e distante
brandindo já no sangue
o endurecer das artérias.Rui Kopfli morreu em Lisboa, em 1997.
Postado por Fernando Martins às 18:53 0 bocas
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